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INTRODUÇÃO
1. A AGU já editou, até o momento, 48 súmulas, nos termos da autorização prevista no art. 4º da LC 73/93, segundo a qual:
“Art. 4º - São atribuições do Advogado-Geral da União:
[...] XII - editar enunciados de súmula administrativa, resultantes de jurisprudência iterativa dos Tribunais;(...)”
Para conhecer o teor das súmulas administrativas já editadas, vide sítio da Advocacia-Geral da União na internet: http://www.agu.gov.br
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medidas na seara administrativa para a solução de controvérsias entre entes da
Administração indireta, e entre aqueles e a União (art. 11, parágrafo único).
Chama atenção, ainda, o poder dado ao Advogado-Geral da União pelo art. 8º-C da
Lei 9.208/95, introduzido por meio daquela Medida Provisória acima citada, de avocar,
coordenar ou integrar a atividade exercida extra e judicialmente de empresa pública ou
sociedade de economia mista, quando houver interesse da União e houver possibilidade
de se trazer conseqüências econômicas ao erário federal.
Dos diplomas legais acima citados, poder-se-ia concluir pela possibilidade de
criação de sistemas de conciliação, dentro da AGU, quando houvesse interesse de entes
da Administração Federal, incluídas aí as pessoas jurídicas integrantes da administração
indireta – autarquias e fundações públicas federais. Poder-se-ia, concluir, também, com
base no citado art. 8º-C da lei 9.028/95, que aquele poder conciliatório seria extensível
às empresas públicas e sociedades de economia mista .
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2. A Medida Provisória 71, de 03 de outubro de 2002, previa a alteração do art. 8º-B da lei 9.208/95, de modo que esta passaria a criar,
dentro da estrutura da Advocacia-Geral da União, a Câmara de Conciliação Administrativa, a fim de resolver conflitos entre órgãos da
Administração Federal, incluindo a administração indireta. Contudo, referida Medida Provisória restou rejeitada pelo Congresso
Nacional.
3. Disponível em: HTTP://www.agu.gov.br a homologação de pelo menos 17 conciliações.
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especialmente aqueles realizados no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da
Administração federal – CCAF, deixando-se claro, contudo, que o sistema conciliatório
dentro da AGU não se restringe à referida Câmara .
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4. O art. 2º da Portaria 1.281/07 prevê que a conciliação no âmbito da Advocacia-Geral da União será realizada, além da CCAF, pelos
Núcleos de Assessoramento Jurídico quando determinado pelo Consultor-Geral da União (inc. II), e por outros órgãos da Advocacia-
Geral da União quando determinado pelo Advogado-Geral da União (inc. III).
Além disso, observe-se que não há previsão de que a conciliação a ser realizada entre a Administração Federal e aquela dos Estados e
Distrito Federal, nos termos da Portaria 1.099/08 seja pela CCAF. Pelo contrário, a portaria faz menção à figura do conciliador e,
excepcionalmente, a sua realização por órgão da AGU ou vinculado.
5. Cite-se o caso do Termo de Conciliação CCAF-CGU-AGU no. 012/2009, que será analisada no capítulo V. No referido caso, havia ação
judicial ajuizada pelo Ministério Público Federal contra o ICMBio, o DNMP e um particular.
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2.4 A FUNÇÃO DO CONCILIADOR
Caso não seja conquistada a conciliação no âmbito da CCAF ou nos demais meios
conciliatórios previstos na Portaria 1.281/07, a matéria, quando cabível, poderá ser
levada à elaboração de parecer pela Consultoria-Geral da União, que o submeterá ao
Advogado-Geral da União, que, em concordando, remeterá ao Presidente da República,
para aprovação. Diante desta aprovação, o parecer é vinculante para os órgãos e
entidades envolvidos, nos termos do art. 40 da LC 73/93. Temos, aí, a instituição de uma
verdadeira arbitragem .
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O primeiro e mais óbvio efeito benéfico trazido pela conciliação, em geral, consiste
na consecução da extinção do litígio existente de forma mais célere, em benefício de
todos os envolvidos.
Como a conciliação pressupõe o acordo de vontade de todos os interessados,
passa-se a existir, a partir do momento em que terminado o trâmite do procedimento
conciliatório – com a homologação pelo Advogado-Geral da União – a geração dos efeitos
acordados.
Na maioria das vezes, a resolução célere do conflito não envolve somente interesse
dos órgãos e entidades da Administração Pública , mesmo porque estes não são criados e
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6. Segundo Luiz Guilherme Marinoni e Sergio Cruz Arenhart, em sua obra “Manual do processo de conhecimento”, ao tratar da Lei
9.307/96 – a arbitragem consiste em que a “atividade de julgar um conflito, em alguns casos, seja substituída pela atividade de um árbitro
privado” (p. 34)
7. Neste ponto, relevante observar a elevação constatada pela teoria do estado à atividade desenvolvida no âmbito da administração pública,
especialmente diante do agigantamento da sua estrutura no Estado contemporâneo e diante do surgimento de órgãos dotados de grande
autonomia e dententores de poder normativo (p. ex., as Agências Reguladoras) dentro daquela divisão das funções essenciais do Estado,
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existem como um fim em si, mas, pelo contrário, estão intimamente conectados com a
realização das políticas públicas e, portanto, com efeitos a serem sentidos pela
sociedade.
Assim, uma vez resolvido o conflito, há um indiscutível ganho de toda a sociedade
brasileira.
Trata-se de mais uma grande contribuição dada pelo sistema conciliatório criado no
âmbito da Advocacia-Geral da União para toda a sociedade.
Atualmente é crescente a preocupação com a necessidade de se aplicar maior
celeridade ao trâmite dos milhões de processos que tramitam no judiciário. Com este
intuito têm sido realizadas nas últimas décadas várias reformas na legislação processual.
Apenas a título exemplificativo, podemos citar a criação dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais pela Lei 9.099/95 e dos Juizados Especiais Federais pela Lei 10.259/01, cujos
valores reitores são o da informalidade, celeridade e economia processual.
Não se pode deixar de fazer referência à recente reforma constitucional
implementada pela Emenda Constitucional no. 45, de 30 de dezembro de 2004,
conhecida como reforma do Judiciário. Dentre as várias alterações referentes à estrutura
e funcionamento do Poder Judiciário, destaca-se a criação do Conselho Nacional de
Justiça (art. 103-B da CF) da figura da súmula vinculante (art. 103-A da CF). O CNJ
nasce com a nítida atribuição, dentre outras, de fiscalizar os órgãos do poder judiciário,
inclusive no que diz respeito à qualidade da prestação jurisdicional .
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de modo a tornar a clássica tripartição dos poderes – entre judiciário, legislativo e executivo – não totalmente adequadas à realidade do
Estado pós-moderno. De acordo com M. J. C. Ville, no primeiro capítulo de sua obra Constitutionalism and separation of powers (p. 1 a
22), aquela teoria clássica de separação dos poderes se justificava em um período histórico anterior à medida em que a função do poder
governamental (administrativo) estava sujeito a maiores controles (checks and balances) e que seria necessária atualmente a reformulação
daquelas idéias para uma aproximação teórica mais coerente à natureza do moderna administração constitucional.
8. Notícia extraída da página virtual do CNJ exemplifica a importância de sua existência no gerenciamento da prestação jurisdicional:
Metas de Nivelamento - Meta 2
No 2º Encontro Nacional do Judiciário, realizado no dia 16 de fevereiro, em Belo Horizonte (MG), os tribunais brasileiros traçaram 10
metas que o Judiciário deve atingir no ano de 2009 para proporcionar maior agilidade e eficiência à tramitação dos processos, melhorar a
qualidade do serviço jurisdicional prestado e ampliar o acesso do cidadão brasileiro à justiça.
Atualmente, o Judiciário está empenhado em alcançar a Meta 2: “Identificar os processos judiciais mais antigos e adotar medidas
concretas para o julgamento de todos os distribuídos até 31.12.2005 (em 1º, 2º grau ou tribunais superiores)”. O objetivo é assegurar o
direito constitucional à “razoável duração do processo judicial”, o fortalecimento da democracia, além de eliminar os estoques de
processos responsáveis pelas altas taxas de congestionamento.
Neste sentido, os tribunais e associações sob a coordenação do Conselho Nacional de Justiça, criaram a campanha “Meta 2: bater recordes
é garantir direitos”. Trata-se de um desafio que o Judiciário deve superar e um serviço que a sociedade merece receber.
[...] (grifo nosso)
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Por seu turno, a súmula vinculante, que, uma vez aprovadas, nos termos do art.
103-A da CF, têm efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal .
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Tratava-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, em que
este buscava a demarcação da Terra Indígena Guajajara Vila Real. Por outro lado, na
localidade existia projeto de assentamento de populações, promovido pelo INCRA, em
decorrência de política pública de reforma agrária, que se sobrepunha parcialmente a
determinadas porções objeto da demarcação de terra indígena.
Resumidamente, diante do conflito de antagônicos interesses em litígio, os entes
públicos federais acordaram a suspensão do processo de demarcação das referidas terras
indígenas, condicionada à tomada de providências de caráter prioritárias em favor da
população indígena afetada, tais como imediata disponibilização de serviços públicos
essenciais, realização de obras públicas, aprovação de projetos de reestruturação da
FUNAI para melhor atendimento da comunidade indígena.
Previu, ademais, o prosseguimento futuro da demarcação, com a participação
conjunta do INCRA, no sentido de garantir a convivência harmônica dos interesses dos
cidadãos envolvidos.
A conciliação realizada pela CCAF prestou um enorme serviço à sociedade
brasileira, especialmente ao garantir, pelo menos por um período razoável, a convivência
pacífica entre as comunidades indígenas e aquelas beneficiárias de políticas de reforma
agrária.
Observe-se que a Constituição Federal de 1988 eleva como valor constitucional a
proteção dos índios - reservando-lhes todo o capítulo VI do Título VIII – e, diferente de
todas as constituições que a precederam, garante-lhe o direito à não-assimilação à
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civilização brasileira e manter a sua organização social tradicionalmente existente. Para
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tanto, como meio para instrumentalizar tal política, a demarcação de terras tem papel
imprescindível.
De outra perspectiva, a política agrícola da Reforma Agrária alça destaque
constitucional , como forma de redução das desigualdades social e promotora do valor
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do trabalho humano.
Entendemos que a conciliação realizada no caso sob comento alcançou um grau de
composição dos interesses envolvidos e pacificação social praticamente impossível de se
atingir na seara judicial. Certamente o referido processo teria ainda uma longa duração
(mesmo observando que já tramitava desde o ano de 2003 sem muitos progressos) e
potencialmente aquele litígio poderia gerar uma indesejada contraposição entre as
populações envolvidas e, até mesmo, o risco de enfrentamentos, não necessariamente
raros em situações parecidas ocorridas no passado.
Por outro lado, a conciliação, nos termos em que realizado, não subtrai direitos da
sociedade indígena envolvida, mas, pelo contrário, prevê a imediata garantia de suas
necessidades mais fundamentais para a sobrevivência atual, e prevê, para o futuro, a
possibilidade de se realizar estudos demarcatórios com a prévia consulta à população
Guajajara .
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Tramitava em juízo ação promovida pelo Ministério Público Federal contra o ICMBio
e o DNMP, em que aquele buscava a revogação de Termos de Ajustamentos de Condutas
12. De acordo com Carlos Frederico Marés de Souza Filho, em O Renascer dos Povos Indígenas para o Direito, p. 107: “A Constituição de
1988 reconhece aos índios o direito de ser índio, de manter-se como índio, com sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições. Além disso, reconhece o direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Esta concepção é nova, e juridicamente
revolucionária, porque rompe com a repetida visão integracionista. A partir de 5 de outubro de 1988, o índio, no Brasil, tem o direito de
ser índio”.
13. Arts. 184 e seguintes da CF.
14. Vide Convenção 169 da OIT.
15. Termo de Conciliação CCAF-CGU-AGU 003/2009
16. Art. 165 e seguintes da CF.
17. Termo de Conciliação CCAF-CGU-AGU no. 012/2009
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(TAC’s) firmados pelo ICMBio com particulares na área. A matéria de fundo, fundamento
do ajuizamento daquela ação, envolvia a controvérsia a respeito da exploração de
recursos minerais no Parque Nacional da Serra da Canastra pelo DNPM.
A controvérsia instaurada na CCAF decorreu do interesse da União ingressar
naquele feito no pólo ativo, matéria esta solucionada em sessão conciliatória no sentido
da possibilidade de atuação daquela no pólo ativo da Ação Civil Pública.
Verificou-se existir no Parque Nacional da Serra da Canastra atividade extrativa de
minérios desenvolvida por empresa, empregadora de grande número de trabalhadores.
De outro lado, havia interesse do órgão ambiental fiscalizatório, diante de possíveis
riscos causados ao meio ambiente por referida atividade. Estar-se-ia, assim, diante de
potenciais choques entre princípios constitucionais, como aquele da valorização do
trabalho (art. 1º, IV, 5o, da dignidade da pessoa (art. 1º, III) e livre iniciativa (art. 5º,
XIII) , de um lado, e de outro, a defesa do meio ambiente (arts. 170, VI, e 225) .
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Nas décadas que se sucederam ao período pós segunda guerra mundial e com o
surgimento ONU e, consequentemente, com a Declaração Universal dos Direitos do
Homem, em 1948, temos acompanhado a solidificação dos direitos mais essenciais ao
ser humano, especialmente no que diz respeito à proteção às minorias menos
favorecidas, seja no cenário do Direito Internacional , seja no que diz respeito à
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18. VULCANIS, Andréa. Presença humana em unidades de conservação. In: SILVA, Letícia Borges e Oliveira, Paulo Celso da.
Socioambientalismo: uma realidade. Juruá. 2007, p. 61: “Objetivos de conservação da biodiversidade devem compatibilizar-se e respeitar
a presença de populações humanas em unidades de conservação, considerando outros direitos fundamentais consagrados pelo
ordenamento jurídico”.
19. Termo de Conciliação CCAF-CGU-AGU no. 013/2009
20. Segundo Bobbio, op. cit, p. 26, “... o problema do fundamento dos direitos humanos teve sua solução atual na Declaração Universal dos
Direitos do Homem aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948”
21. Vide SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 6. ed. Ver. atual, e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora; 2006.
A Medida Provisória 103, de 1º de Janeiro de 2003, prevê a existência, dentro da estrutura da Presidência da República, a Secretaria
Especial.
23. Em 1980 foi assinada em Haia a Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças, promulgada pelo Brasil por
meio do Decreto 3.413/2000, em 14 de abril de 2000.
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acordado uma fórmula sistemática de troca permanente de informações entre os órgãos
e entidades envolvidos, fato este que, certamente contribuirá para garantir maior eficácia
na proteção estatal à população feminina sujeita a violência.
Ao expor os quatro casos acima apresentados objetivamos, tão-somente,
exemplificar a relevância do trabalho realizado pela CCAF, não somente para a resolução
de conflito entre os órgãos e entidades públicas envolvidas, mas, também, para a
garantia, de forma mais célere, dos direitos postos em litígio, em benefício, em última
instância, de toda sociedade.
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30, XIX , ser cláusula obrigatória na formalização de instrumento de convênio que
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26. Art. 30. São cláusulas necessárias nos instrumentos regulados por esta Portaria as que estabeleçam:
[..]
XIX- a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução dos convênios, contratos ou instrumentos congêneres,
estabelecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa com a participação da Advocacia-Geral da União, em
caso de os partícipes ou contratantes serem da esfera federal, administração direta ou indireta, nos termos do art. 11 da Medida
Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001;
27. Contudo, antes mesmo do surgimento da Lei 10.259/01 já existia previsão legal para a realização de atos conciliatórios aos integrantes da
AGU. É o que já previa, p. ex., embora de forma dependente de regulamentação infralegal, a Lei 9469/97
28. Regulamentam a matéria a Portaria AGU 990/09 e Portaria PGF 915/2009, as quais subdelegam as competências previstas na lei.
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daquela imaginada como correta pelo cidadão. Não raro aqueles entendimentos se
chocam, ainda, com a jurisprudência dos tribunais existentes dentro do nosso território.
Neste contexto, e diante do poder deferido à Advocacia-Geral da União de
uniformizar a interpretação das normas a serem seguidas pela administração federal, fica
evidente o papel reservado à AGU e aos advogados públicos federais no sentido de
prevenir litígios judiciais.
Imagine-se a instauração de câmaras de conciliação, em moldes próximos à
daquela já existente para solucionar controvérsias jurídicas envolvendo, p. ex., o
Instituto Nacional da Seguridade Social, autarquia federal contra a qual são ajuizadas
anualmente milhões de ações judiciais.
A resposta é quase intuitiva. Certamente, um número razoável de litígios poderia
ser solucionados sem que fosse movimentada a já abarrotada e dispendiosa máquina do
judiciário. De outro lado, a AGU atuaria diretamente como verdadeira promotora na
agilização da garantia das políticas públicas previstas no ordenamento em favor da
população.
Da mesma forma como a proposta apresentada no item “a” do presente capítulo,
entendemos que não haveria necessidade de criação ou alteração das leis federais, sendo
que a regulamentação de referidas “câmaras” poderia se dar por intermédio de decreto,
nos termos do art. 84, a, da CF, ou, até mesmo, de ato interministerial.
Uma vez verificada a possibilidade de conciliação pelo advogado público federal
conciliador, seria agendada a realização de audiência, momento em que se faria
imprescindível a participação de representantes locais do órgão ou entidade da
administração pública federal, bem como a apresentação de todos os documentos
interessantes ao deslinde da causa em seu poder.
De outro lado, de forma distinta à que ocorre na CCAF – em que a mediação não
concretizada é levada a parecer da Consultoria-Geral da União, a qual, por sua vez levará
ao conhecimento do Advogado-Geral da União, para fins de submissão de aprovação do
Presidente da República – entende-se necessária, para as sugeridas câmaras, que haja
subdelegação de decisão ao advogado público federal, especialmente quando estivermos
diante de controvérsias de natureza previdenciária – em que o volume de casos sob
análise pode tornar o sistema inviável – e de situações em que já há súmulas
administrativas ou outros atos dentro da AGU reconhecendo a correta interpretação
jurídica a ser observada.
Solução diversa poderia gerar perplexidade, uma vez que o advogado público
federal pode, em juízo, realizar acordos, transações e até mesmo desistir (art. 10 da Lei
10.259/01) da ação, sem necessidade de concordância de superior hierárquico ou
dirigente da entidade ou órgão da administração federal.
Por fim, verifica-se que a participação dos dirigentes dos órgãos e entidades dentro
daquele propugnado procedimento conciliatório teria capital relevância, eis que permitiria
à administração conhecer os entendimentos defendidos sobre as questões jurídicas pela
Advocacia-Geral da União e uma melhor adequação para o futuro. Possui, portanto,
nítido caráter pedagógico à administração pública federal.
Não parecem as propostas ora sugeridas resultado de devaneio ou de inatingível
alcance. Pelo contrário, os fatos e os passos dados pela Advocacia-Geral da União nos
últimos anos levam a crer que os objetivos da instituição podem coincidir com aquelas
propostas.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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valores estes que tiveram como ponto crítico a proclamação da República, em 15 de
novembro de 1989 .
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A classe jurídica é chamada nos dias atuais para exercer novamente um papel de
vanguarda, no sentido de que aos direitos e garantias previstos no ordenamento jurídico
sejam cada vez mais efetivamente implementados.
Abalados nas últimas décadas, em grande medida, os postulados do positivismo
jurídico, baseados na a extirpação de qualquer valoração e na limitação de sua atuação à
estrita letra da lei, a atividade do operador do direito, especialmente o advogado, passa
a ser o elo de ligação entre a “vontade da lei” e a realidade dos fatos .
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REFERÊNCIAS
BERNARDO, Leandro Ferreira, Ativismo judicial e Estado democrático de direito. Revista Jurídica, v.
11, p. 1, 2009. Disponível em: <>
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DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 12. ed. rev. atual. Sao Paulo:
Malheiros, 2005.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sergio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 5. ed.
rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
SADEK, Maria Tereza. Magistrados: uma imagem em movimento. Rio de Janeiro: FGV, 2006
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 6. ed. atual e ampl. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2006.
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. O Renascer dos Povos Indígenas para o Direito. 1. ed.
(ano 1998), 5ª reimpr. Curitiba: Juruá, 2008.
VILE, M. J. C. Constitutionalism and separation of powers. 2. ed. Indianapolis: Liberty Fund, 1998.
Disponível em <http://oll.libertyfund.org>
VULCANIS, Andréa. Presença humana em unidades de conservação. In: SILVA, Letícia Borges e
Oliveira, Paulo Celso da. Socioambientalismo: uma realidade. Juruá. 2007.
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