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DOURADOS/MS
2018
AMANDA RODRIGUES BARBOSA
FRANCIELLY PAULINA ESPINOLA SOUZA
LAIS LISSA OTSU IWASHIRO
LEONARDO ALVES DA SILVA PALACIO
LUANA MENDONÇA SILVA
VINÍCIUS ROMERO CORREA COSTA
DOURADOS
2018
SUMÁRIO
P.
1. INTRODUÇÃO 04
2. REFERENCIAL TEÓRICO 05
3. CONCLUSÃO 17
4. REFERÊNCIAS 18
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INTRODUÇÃO
Segundo Yin (2015), o estudo de caso pode ser utilizado em várias situações
sendo comum em várias áreas como: psicologia, sociologia, enfermagem, entre outras
diversas. Também é considerado um método desafiador, pois exige a compreensão
complexa, através de uma percepção holística. Contudo é de suma importância, pois
contribui para o conhecimento e compreensão integral de fenômenos individuais,
sempre levando em consideração todos os fatores que envolvem o estudo de caso.
No seguinte trabalho será abordado um caso clínico, no qual foi descrito:
usuário A.B.C. adscrito na E.S.F. 87, do bairro Uirapuru. Sexo masculino, casado, com
ensino médio completo, funcionário público, 55 anos, 1,65m, 96 kg. Fatores de risco:
sedentarismo, etilismo, histórico familiar de hipertensão e diabetes. Última verificação
da pressão arterial há 30 dias, 150x90mmhg. Última verificação da glicemia capilar há
30 dias, 180mg/dl. Faz uso dos seguintes medicamentos: Xigduo XR (10/500), 1
comprimido de manhã; Hidroclorotiazida 25mg, 1 comprimido de manhã; Losartana
50mg, 1 comprimido de manhã, Nifedipina 20mg 1 vez ao dia.
Sua esposa B.O.C, com ensino superior completo, 58 anos, 1,60m, 55 kg,
iniciou tratamento para tuberculose há 15 dias – rifampicina, isoniazida, etambutol e
pirazinamida (esquema básico). Em decorrência do diagnóstico de tuberculose na
esposa, o usuário A.B.C. foi avaliado quanto à infecção latente por tuberculose, sendo
necessário iniciar a quimioprofilaxia com isoniazida, conforme estabelece o Ministério
da Saúde (MS).
O trabalho tem como objetivo descrever a forma farmacêutica dos
medicamentos descritos no caso clínico, via de administração, frequência em que
cada medicamento é administrado, apontando os cuidados com horário para que não
ocorra interação com outras substâncias (alimentos e outros medicamentos),
descrever os cuidados com armazenamento.
Bem como descrever os parâmetros farmacocinéticos, que caracterizam pelo
estudo das interações do organismo com o medicamento, ou seja, como será seu
percurso no corpo humano e as etapas sofridas no trajeto que são divididas em:
absorção, distribuição, biotransformação e excreção.
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XIGDUO XR (10/500)
Medicamento administrado pela via oral, possui a forma de um comprimido,
com revestimento para uma liberação prolongada, deve ser conservado numa
temperatura ambiente, possui 10 mg de dapagliflozina propanodiol, (dapagliflozina) e
500, 00 mg de cloridrato de metformina de liberação prolongada (metformina base)
(MOTEIRO; MONTEIRO; COSTA; RODRIGUES; SOARES; CARVALHO).
A administração de medicamentos feita pela via oral, é a mais acessível e
menos hostil, oferece uma grande estabilidade e uma despesa muito baixa. No
entanto demanda um vasto conhecimento de toda esquipe de enfermagem quanto ao
fármaco, pois alimentos e outros medicamentos podem prejudicar a eficácia de tal
droga. No caso desse específico, não foram ainda realizados estudos que comprovem
tal fato (CHAVES; LIMA; FERNANDER; MATIAS; ARAUJO)
Xigduo Xr é apropriado unicamente para o tratamento do controle glicêmico,
ligado a dieta e exercícios físicos em pacientes adultos com diabetes mellitus tipo II.
A partir das características de cada paciente a dose de início é estipulada. Há
recomendações que não se deve ultrapassar 10 mg de dapaglifozina e 2000 mg de
metformina diariamente. Uma cautela a se tomar é antes da iniciar o do tratamento
por esse medicamento, se faz necessário avaliar a unção renal do paciente. O
comprimido deve ser tomado pela manhã com alimentos, com escalação de dose
frutas aos poucos tentando ao máximo evitar riscos gastrointestinais (KALFHE;
KOLE).
O Xigduo XR é absorvido no intestino, sua função é inibir a SGLT2 (proteína
co-transportadora sódio/glicose 2) encontrada no túbulo contorcido proximal, que tem
por atribuição reabsorver as moléculas de glicose que são filtradas pelos rins.
Impedindo esta proteína, resulta na eliminação de glicose pela urina reduzindo então
seu nível no sangue (ABDEL-GAWAD; ALTAMIMI; ADAM).
Quando se trata da via administrada, o medicamento HCTZ deve ser por via
oral trazendo maior praticidade na aplicação, contudo podem haver reações adversas
no estômago do paciente. De acordo com um estudo realizado por Beermann e
Groschinsky-Grind (1978), quando o paciente tomava o medicamento com o
estômago vazio, a absorção do mesmo era minimizada comparada quando havia
ingestão de alimento. Foi também visualizado a questão da quantidade de
hidroclorotiazida presente na urina dos pacientes estudados, uma vez que quando
haviam se alimentado foi apresentado cerca de 0.6mg de HCTZ na urina, enquanto
que aqueles que fizeram o uso do medicamento em jejum tiveram 1.5mg presentes.
Tal dado reafirma que o medicamento terá uma melhor eficácia de absorção se usado
após as refeições.
Segundo Bueno, Weber e Moreira (2010), o medicamento tem sua ação nos
rins e atua no aumento da diurese ao impedir a reabsorção de bicarbonato de sódio e
cloro localizados no túbulo contorcido distal que consequentemente, fará com que não
ocorra uma reabsorção de água resultando em um aumento na eliminação urinária de
água, potássio e afins.
Em estudos recentes foi relatado que existem riscos associados com o
medicamento. Pedersen, Gaist, Schmidt, Hölmich, Friis, Pottegård (2018) relataram
que o uso de hidroclorotiazida poderia influenciar no aumento de risco de câncer de
pele não-melanoma. Tal risco poderia ser gerado pelo medicamento em si ou quando
usado em associação com outros anti-hipertensivos. No mesmo estudo também foi
considerada a possibilidade de que o HCTZ pudesse aumentar a probabilidade em o
paciente desenvolver um câncer de lábio.
A dose prescrita ao paciente está de acordo conforme Carter, Ernst e Cohen
(2003) relataram em seus estudos. Consoante ao trabalho produzido dos mesmos, o
hidroclorotiazida na versão de 25 mg é prescrita para pessoas toda a faixa etária
exceto para idosos que devem receber uma dose mais baixa de 12.5 mg por dia.
Contanto, os autores dizem que em certos casos é necessário aumentar a dose do
medicamento dependendo da situação do paciente.
Em relação à estabilidade do medicamento, foi realizado um estudo onde foi
visualizado a resistência do HCTZ em condições associadas à umidade e
temperatura. Lima, Michelin, Santos, Paganelli, Ignácio e Chaud (2006, vol. 25, p. 105)
descrevem que “Os comprimidos de hidroclorotiazida foram mantidos por 72 h em
microambientes de umidade controlada com 38, 69 e 85% de umidade relativa à
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“For drugs that demonstrate good oral bioavailability and do not have adverse effects on the
gastrointestinal (GI) tract, there may be very little justification for attempting to design a specific drug
delivery system. It is likely, therefore, that tablets and capsules will continue to remain one of the most
used methods of delivering drugs to the patient in the future.”
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R I F AM P I C I N A
Desde sua utilização em 1966, a rifampicina vem sendo um fármaco essencial
no tratamento da tuberculose, apresentando redução da terapia quando combinada
com outros fármacos e um sucesso terapêutico da ordem de 95% (SOUZA, 2005).
ISONIAZIDA
Segundo o RENAME-Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (2018), o
isoniazida está incluso na relação dos medicamentos que são disponibilizados por
meio de políticas públicas e indicados para o tratamento de doenças e agravos que
acometem a população.
Isoniazida quimicamente é derivado ácido isonicotínica (ácido 4-
piridinocarboxílico), apresenta-se em forma de pó branco e cristalino, inodoro (Armijo,
2003). Segundo o Farmanguinhos-Instituto de Tecnologia em Fármacos- o
medicamento é comumente encontrado em forma de comprimido de 300 mg e 100
mg, com excipientes em quantidade suficiente para um grama, sendo estes: amido de
milho, amido pré-gelatinizado, manitol, celulose microcristalina e esteato de magnésio.
De acordo com Armijo, isoniazida pode ser administrado por via oral e intramuscular,
em ambas as vias o medicamento é rapidamente absorvido, sendo a via oral mais
comum. Para Arbex et al, a administração do medicamento por via oral pode sofrer
algumas interações, pois necessita de um meio ácido para ser absorvido, deste modo,
alimentos que contenham carboidratos quantidades excessivas de lactose ou glicose,
histamina e tiramina e álcool, além de alguns medicamentos que possam alterar o
meio adequado para absorção devem ser restringidos. Assim o medicamento deve
ser administrado com o estômago vazio.
De acordo com Arbex et al, a isoniazida necessita ser ativada pela enzima
catalase do bacilo de Koch, produzindo radicais reativos de oxigênio e orgânicos que
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irão inibir a formação de ácido micólico da parede celular, resultando em dano ao DNA
e consequentemente a morte do bacilo.
O metabolismo é hepático por acetilação, através da N-acetiltransferase que
irá contribuir para produção de acetilisoniazida e ácido isonicotínico, o processo de
acetilação pode ocorrer em diferentes velocidades, sendo característica genética de
cada indivíduo. Cerca de 70-96% do medicamento é excretado pelo sistema renal, em
sua maior parte gera metabólitos inativos, sendo uma pequena parte eliminada pelas
fezes.
As doses do medicamento são definidas de acordo com o protocolo do
Ministério da Saúde, Tratamento Diretamente Observado (TDO) da Tuberculose na
Atenção Básica, 2011. Segundo o protocolo, a dose é definida de acordo com a faixa
etária e peso, sendo 20 a 35 kg- 2 comprimidos; 36 a 50 kg- 2 a 3 comprimidos e
superior a 50 kg- 3 comprimidos (considera comprimidos de isoniazida 100 mg).
O medicamento é levemente sensível à luz ou ao ar, deve ser conservado em
temperatura ambiente-entre 15° e 30°C, protegido da luz e umidade (Fundação
Oswaldo Cruz-Farmanguinhos, 2016).
ETAMBUTOL
O Etambutol é um fármaco que age contra bacilos extras e intracelulares,
acompanhado de outros fármacos, e apresenta em comprimidos revestidos, de 100
mg e 400mg cada. São administrados em vias orais, e as vantagens e desvantagens
desta via foram supracitados ao longo do texto.
De acordo com o proposto pelo Ministério da Saúde (MS) a Sra. B.O.C. deve
tomar 4 comprimidos semanais do esquema básico 2 RHZE, fase intensiva, por ser o
início do tratamento, e essa esquema contempla necessidades específicas dados
antropométricos como peso (> 50kg). Na dosagem de 2 RHZE é dividido em
Rifampicina (600 mg/dia), Isoniazida (400 mg/dia), Pirazinamida (2000 mg/dia)
(Ministério da Saúde, 2011).
Para Luna (2003) as interações do fármaco com alimentos são ínfimas, haja
vista que estes não interferem na biodisponibilidade do fármaco.
Seguindo a pesquisa de Arbex et al. (2010), o etambutol age diretamente em
um polissacarídeo (arabinogalactano) na parede celular da microbactéria, e começa
inibindo a enzima arabinosil transferase que tem função de participar da polimerização
de arabinose para arabinogalactano. Após a ingestão do fármaco, via oral, 75-80% do
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PIRAZINAMIDA
Medicamento uso oral, segundo Silva, Elias (2017) chegou no Brasil pelo
Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Nesse elenco de medicamentos do
Programa, foi incorporado em 2009 medicamento dose fixa combinada Rifampicina
150 mg, Isoniazida 75 mg, Pirazinamida 4000 mg e Etambutol 275 mg (4 em 1), na
forma farmacêutica comprimido, conforme preconizado pela OMS e utilizado na
maioria dos países para adultos e adolescentes.
Aderindo as mudanças feitas em 2009, a pirazinamida passou a ter uma dose
diária de 1.600 mg num período de 2 meses para pacientes acima d 50 kg. Taus
mudanças proporcionaram uma melhora aos usuários, pois houve uma redução no
número de comprimidos consumidos pelos mesmos. (CARDOSO)
É um pró-fármaco que sofre ação da pirazinamidade bacteriana e é convertido
em ácido-pirazóico. É ativado apenas na presença da M. tuberculosis, e em pH ácido
(5,5). Sua ação é inibindo o transporte de substâncias e, rompendo o potencial
energético da membrana. Um possível novo alvo que está em estudo é a proteína
PpsA (proteína ribossomo S1). Ela entra em contato com a bactéria pela difusão
passiva e é excretada por proteínas transportadora.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DAVIES, P. Oral solid dosage forms. In: GIBSON, M., ed. Pharmaceutical
preformulation and formulation. Boca Raton: Interpharm/CRC, 2001. cap.11, p.379-
458.
DAHLOF, B. et al. Cardiovascular morbidity and mortality in the Losartan
Intervention for Endpoint reduction in hypertension study (LIFE): a randomized
trial against atenolol. Lancet 2002;359:995-1003.
Losartana. Goiânia: Dr. Marco Aurélio Limirio G. Filho - CRF-GO nº 3.524. ANVISA.
Bula de remédio.
<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/aKogti4uNzM2EtQ_2
013-6-21-16-16-23.pdf>. Acesso em 11 de março de 2019.
PEDERSEN, S. A.; GAIST, D.; SCHMIDT, S. A. J.; HÖLMICH, L. R.; FRIIS, S.;
POTTEGÅRD, A. Hydrochlorothiazide use and risk of nonmelanoma skin cancer: A
nationwide case-control study from Denmark. Journal of The American Academy of
Dermatology, 2018. Disponível em:<https://www.jaad.org/article/S0190-
9622(17)32741-X/fulltext”>. Acesso em 10 de março de 2019.