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do Sistema Penal
na Era do Punitivismo
(O Exemplo Privilegiado
da Aplicação da Pena)
www.lumenjuris.com.br
Editores
João de Almeida
João Luiz da Silva Almeida
Conselho Editorial
Conselho Consultivo
Humberto Dalla Bernardina de
Álvaro Mayrink da Costa Caio de Oliveira Lima Pinho
Amilton Bueno de Carvalho Cesar Flores João Theotonio Mendes de Almeida
Firly Nascimento Filho Jr.
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Salo de Carvalho
Mestre (UFSC) e Doutor (UFPR) em Direito
Pós-Doutor em Criminologia (Universidade Pompeu Fabra, Barcelona)
Professor Adjunto do Departamento de Ciências Penais da UFRGS
[http://antiblogdecriminologia.blogspot.com/]
Categoria: Criminologia
Produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
--------------------------------------------------------------------------------
O livro é dedicado ao
Professor Doutor Tupinambá Pinto de
Azevedo, pelo seu compromisso republicano e
democrático com a Universidade pública e pela
sua militância pela humanização do Direito
Penal.
O presente trabalho seria
impossível sem o apoio da equipe do
Escritório “Alexandre Wunderlich &
Salo de Carvalho Advogados Associados”,
integrado por Antônio Tovo Loureiro,
Camile Eltz de Lima, Elisângela
Franco Lopes, Fernanda Luft Tessaro,
Gisele Maldonado Barcellos, Juliana
Oliveira Rocha, Karina Reginatto
dos Santos, Lilian Christine Reolon,
Natalie Ribeiro Pletsch, Paula Lopes,
Paulo Saint Pastous Caleffi, Renata
Saraiva e Sueli dos Santos Meireles.
A Secretaria de Assuntos
Legislativos do Ministério da Justiça
(SAL/MJ), através do Projeto Pensando
o Direito, possibilitou o financiamento
parcial do trabalho, cujo resultado é
exposto na criação do banco de dados
e análise documental dos julgados.
Sumário
PARTE I
A FORMAÇÃO CULTURAL
DOS ATORES PROCESSUAIS
E O CENÁRIO PUNITIVISTA CONTEMPORÂNEO
ix
6.1. Estrutura do Sistema Inquisitório e as suas Conse-
quências na Formação dos Atores Processuais ......... 77
6.2. Mentalidade Inquisitória e Formas de Produção da
Verdade ........................................................................... 84
7. Os Atores da Persecução Penal e a Cultura Punitivista Con-
temporânea .............................................................................. 97
7.1. As Funções do Ministério Público na Nova Ordem
Constitucional e o Perfil Político-Criminal dos seus
Integrantes ....................................................................... 99
7.2. As Funções da Magistratura na Persecução Criminal.. 103
PARTE II
APLICAÇÃO DA PENA
E PUNITIVISMO NO BRASIL
(EXPERIMENTO E
ESTUDO DE CASOS)
x
11. Critérios de Aplicação da Pena-Base pelos Tribunais Supe-
riores no Brasil: Análise Qualitativa .................................... 165
11.1. Advertência: Sobre o Conteúdo dos Julgados e os
Critérios da Análise Qualitativa ................................ 169
11.2. Valoração e Conceituação das Circunstâncias Judi-
ciais ................................................................................. 170
11.2.1. Dupla Valoração de Circunstâncias: Violação ao
Princípio Ne Bis in Idem ........................................ 171
11.2.2. Culpabilidade: Imprecisão Conceitual ............... 179
11.2.3. Volatilidade dos Conceitos de Personalidade e
Conduta Social ....................................................... 184
12. Problemas na Aplicação da Pena Provisória (Atenuantes e
Agravantes) pelos Tribunais Superiores no Brasil: Análise
Qualitativa ............................................................................. 193
12.1. Aplicação de Atenuantes Abaixo do Mínimo Legal... 193
12.2. (In)Constitucionalidade da Agravante da Reinci-
dência............................................................................. 197
13. Aplicação da Pena Definitiva pelos Tribunais Superiores no
Brasil: Análise Qualitativa .................................................... 201
13.1. Quantificação da Minorante da Tentativa ................ 201
13.2. Critério de Aplicação e de Aumento da Pena do
Crime Continuado ....................................................... 204
13.3. (Des)Proporcionalidade do § 4º, Art. 155 do Códi-
go Penal ......................................................................... 208
13.4. Motivo de Valor Social, Intensidade da Emoção e
Provocação da Vítima: Critério de Diminuição de
Pena................................................................................ 212
13.5. Arma de Fogo Desmuniciada e § 2º, Inciso I, Art. 157,
Código Penal ............................................................... 214
13.6. Concurso de Causas Especiais de Aumento de Pena . 215
14. Questões Processuais na Aplicação da Pena pelos Tribunais
Superiores no Brasil: Análise Qualitativa ............................ 219
14.1. Dever de Fundamentar a Aplicação da Pena........... 219
14.2. Questão Probatória: Confissão. Fundamentação de
Juízo Condenatório e Não-Aplicação da Atenuante ..227
xi
CONCLUSÕES
xii
Apresentação
xiii
social e a incapacidade do sistema de segurança pública e de
justiça criminal em responder de forma minimamente eficien-
te e juridicamente correta as demandas de controle do crime
começaram a chamar a atenção dos cientistas sociais. Possível
indicar como marco inicial, para além de trabalhos pioneiros,
a criação, nos anos 80, do Núcleo de Estudos da Violência
(NEV), na Universidade de São Paulo, e os trabalhos reali-
zados por pesquisadores, como Sérgio Adorno, Paulo Sérgio
Pinheiro, Alba Zaluar, Luiz Eduardo Soares, José Vicente
Tavares dos Santos, Roberto Kant de Lima e Michel Misse. E
seguindo esta geração de investigadores, novos pesquisado-
res vêm desvendando os mecanismos de produção e reprodu-
ção social e institucional da violência no Brasil.
Nos anos 90, os estudos sobre a violência e a seguran-
ça pública deixaram de ser exclusividade dos estudiosos do
Direito Penal e passaram a constituir um dos campos mais
destacados da produção acadêmica no âmbito de programas
de pós-graduação em Sociologia, Antropologia e Ciência
Política, com a criação de grupos de pesquisa em vários cantos
do país. Representativos deste crescimento são os Grupos de
Trabalho realizados nos Encontros Nacionais da Associação
Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs)
e nos Congressos da Sociedade Brasileira de Sociologia
(SBS) e da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) so-
bre Violência, Conflitualidade e Administração Institucional de
Conflitos, não obstante o crescimento da produção de teses e
dissertações sobre estes temas.
Com base nestes estudos, dispomos hoje de um impor-
tante acervo de pesquisas de diferentes perspectivas teórico-
-metodológicas que permite indicar caminhos para o enfren-
tamento de um problema cujas vias de equacionamento estão
xiv
inexoravelmente vinculadas às possibilidade de construção
democrática no Brasil.
Neste mesmo período de consolidação do Instituto
Carioca de Criminologia e do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais, e de desenvolvimento dos estudos sobre vio-
lência, conflitualidade e segurança pública no âmbito das
Ciências Sociais, a Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul lançou o projeto de criação do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Criminais. Sob a coordenação
da incansável Ruth Gauer, desde a sua fundação em 1996, o
PPGCCrim destacou-se como o primeiro programa nacional
de pós-graduação com área de concentração específica nas
Ciências Criminais e linhas de pesquisa que contemplam, de
um lado, o campo da Criminologia e do Controle Social e, de
outro, com perfil normativo, a Dogmática Jurídico-penal (sis-
temas penais contemporâneos).
A primeira geração de mestres formados pelo PPGCCrim
da PUCRS, capitaneada por Alexandre Wunderlich, orga-
nizou-se em torno do Instituto Transdisciplinar de Estudos
Criminais (!TEC). O !TEC mobilizou o cenário universitário do
Rio Grande do Sul e sua publicação oficial (Revista de Estudos
Criminais) ganhou destaque no panorama nacional. Na atu-
alidade, uma nova geração de mestres em ciências criminais
que frequentou o PPGCCrim inova o saber criminológico.
Aglutinados no Instituto de Criminologia e Alteridade (ICA),
estes jovens pesquisadores oxigenam o debate na academia
gaúcha, consolidando pesquisas de vanguarda no campo cri-
minológico a partir de uma clara percepção das fronteiras e
dos horizontes da disciplina – sobretudo a radical diferencia-
ção que demarca a Criminologia como o saber autônomo e crí-
tico da limitada análise normativa fornecida pelas Dogmáticas
Penais, mesmo as autodenominadas críticas.
xv
A série CriminologiaS: Discursos para a Academia inau-
gura seus trabalhos com a publicação de cinco dissertações
representativas dessa dupla vertente de estudos criminoló-
gicos, em diálogo com o Direito, a Filosofia, a Psicanálise e
as Ciências Sociais: Alexandre Costi Pandolfo (A Criminologia
Traumatizada: um Ensaio sobre Violência e Representação dos
Discursos Criminológicos Hegemônicos no Século XX), Carla
Marrone Alimena (A Tentativa do (Im)Possível: Feminismos e
Criminologias), Fernanda Bestetti de Vasconcellos (A Prisão
Preventiva como Mecanismo de Controle e Legitimação do Campo
Jurídico), José Antônio Gerzson Linck (A Criminologia nos Entre-
Lugares: Diálogos entre Inclusão Violenta, Exclusão e Subversão
Contemporânea), Marcelo Mayora Alves (Entre a Cultura do
Controle e o Controle Cultural: um Estudo sobre Práticas Tóxicas
na Cidade de Porto Alegre).
Em conjunto com as publicações dos coordenadores da
coleção – Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (Sociologia e Justiça
Penal: Teoria e Prática dos Estudos Sociocriminológicos) e Salo de
Carvalho (O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo:
o Exemplo Privilegiado da Aplicação da Pena) –, a série inaugural de
CriminologiaS: Discursos para a Academia reforça o papel da
academia na construção de um sólido saber crítico.
Em uma era de pasteurização e de mercantilização dos
saberes, com o ensino universitário imerso na lógica atuarial
das metas quantitativas e com o império da lógica manualís-
tica que traduz o descomprometimento do mercado editorial
com a publicação de sérias obras propedêuticas e de investiga-
ções específicas em temas sensíveis, a academia nacional vive
seu período de maior crise. Neste cenário de educação vir-
tual, muitos pesquisadores – termo utilizado neste momento
para designar o investigador comprometido com a formação e
a densificação do pensamento acadêmico crítico – encontram-
xvi
se no dilema entre o imobilismo ou o assimilacionismo, ou seja,
entre cair no ostracismo e abandonar projetos sérios ou aderir
à lógica do mercado educacional e agir pensando exclusiva-
mente na sua promoção pessoal, fenômeno este que pode ser
denominado de carreirismo acadêmico.
Todavia, conforme reivindica Ricardo Timm de Souza, é
necessário transformar a crise em crítica.
Desde a perspectiva estridentemente transdisciplinar que
orienta as pesquisas publicadas nesta coleção, a possibilida-
de de um saber criminológico crítico é visualizada através
do diálogo franco com os demais campos das humanida-
des, notadamente a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia e
a Psicanálise, e com os saberes tradicionalmente desqualifi-
cados pelas ciências como profanos, sobretudo a Arte. Sem,
contudo, cair na tentação de disciplinar a transdisciplinaridade,
isto é, criar um novo campo hermético e dogmático a partir
da conciliação de dois ou mais discursos científicos. Não por
outra razão a enunciação do título da coleção no plural.
A série de publicações de trabalhos essencialmente aca-
dêmicos (monografias, dissertações e teses) pretende cons-
truir mais um espaço de diálogo, ser mais um canal de divul-
gação do pensamento crítico. E reivindicar a postura crítica
implica, necessariamente, em realizar autocrítica, o que é re-
fletido na perspectiva de desconstrução que os investigado-
res associados têm sobre as falsas imagens acadêmicas que
habitam determinadas mentes e certas instituições. A ironia
kafkiana do subtítulo da coleção pauta esta gaia abordagem
que conduz o projeto.
O projeto CriminologiaS: Discursos para a Academia
está vinculado formalmente ao Departamento de Ciências
Penais da UFRGS e ao Departamento de Direito Penal e
Direito Processual Penal da PUCRS. No entanto, apesar do
xvii
localismo da coordenação, o conselho editorial foi formado
de maneira a dar representatividade nacional e abrangência
transdisciplinar, não limitando o projeto à determinada re-
gião ou a campo de investigação.
Fundamental, pois, o apoio da Editora Lumen Juris, que
vem apostando na divulgação de trabalhos com características
distintas daqueles que habitam a grande imprensa editorial na
área das Humanidades, sobretudo no campo do Direito.
Assim, a aposta é que a série CriminologiaS: Discursos
para a Academia atinja uma grande parcela de leitores des-
contentes com o marasmo editorial brasileiro e ansiosos para
receber conteúdo acadêmico de qualidade, em oposição à ló-
gica manualesca que vem preponderando no mercado.
xviii
Apresentação
CriminologiaS
xix
CriminologiaS: Discursos para a Academia
xx
Introdução
1
CriminologiaS: Discursos para a Academia
2
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
3
PARTE I
A Formação Cultural
dos Atores Processuais
e o Cenário Punitivista
Contemporâneo
1.
Vontade de Punir: Populismo
Punitivo e Pânicos Morais
7
CriminologiaS: Discursos para a Academia
8
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
9
CriminologiaS: Discursos para a Academia
10
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
11
CriminologiaS: Discursos para a Academia
12
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
13
CriminologiaS: Discursos para a Academia
14
2.
Crimes e Prisões no Século XXI
15
CriminologiaS: Discursos para a Academia
16
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
17
CriminologiaS: Discursos para a Academia
18
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 01
EUA: Número Total de Crimes Violentos (1973-2007)
19
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Gráfico 02
EUA: Registro de Homicídios (1960-2008)
12
10 9,6
9,5
8 8,6
7,3 8,3
6,2 6,8 5,6
6
5,1 4,6 5,6 5,4
4
2
0
60
62
65
69
73
77
81
85
89
93
97
01
05
09
20
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 03
EUA: Taxas de Encarceramento (1980-2008)
21
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Gráfico 04
EUA: Curvas de Encarceramento e de Homicídios (1991-2008)
12 800
740 760
700 723 700
10 669 675 685
9,8 9,5 630
600 600
8 550 8,2
505 500
6,8
6 6 5,7 5,7 400
5,6 5,6 5,6 5,4
300
4
200
2
100
0 0
92 93 95 97 98 99 2001 2003 2004 2005 2008
Homicídios Encarceramento
22
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
23
CriminologiaS: Discursos para a Academia
24
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
25
3.
Punitivismo e Reinvenção
das Prisões
27
CriminologiaS: Discursos para a Academia
28
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
29
CriminologiaS: Discursos para a Academia
manifestação do seu reverso), uma vez que evidencia a implementação de uma política
de criminalização da pobreza, que é o complemento indispensável à imposição de ofertas
de trabalho precárias e mal remuneradas na forma de obrigações cívicas para aqueles
que estão cativos na base da estrutura de classes e castas,bem como a reimplantação
concomitante de programas de welfare reformulados com uma face mais restritiva e
punitiva” (Wacquant, O Lugar..., p. 11).
Sobre o tema da consolidação do Estado Penal, conferir Wacquant, As Prisões
da Miséria, pp. 77-152; Wacquant, Punir os Pobres, pp. 53-98; Wacquant, A
Tentação Penal na Europa, pp. 07-12; Wacquant, A Ascenção do Estado Penal nos
EUA, pp. 13-40.
10 Bauman, Globalização, pp. 119-120.
11 Bauman, O Mal-Estar..., p. 78.
30
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
31
CriminologiaS: Discursos para a Academia
32
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
12 Neste sentido, conferir Carvalho, A Política Criminal de Drogas no Brasil, pp. 29-42.
33
CriminologiaS: Discursos para a Academia
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
35
CriminologiaS: Discursos para a Academia
36
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 01
Brasil: Número de presos por 100.000 habitantes
Presos/100.000
Ano População Presos hab.
1994 147.000.000 129.169 87,87
1995 155.822.200 148.760 95,47
1997 157.079.573 170.207 108,36
2000 169.799.170 232.755 137,08
2001 172.385.826 233.859 135,66
2002 174.632.960 239.345 137,06
2003 176.871.437 308.304 174,31
2004 181.581.024 336.358 185,24
2005 184.184.264 361.402 196,22
2006 186.770.562 401.236 214,83
2007 183.965.854 419.551 228,06
2008 189.612.214 451.429 238,10
2009 Sem dados 473.626 249,781
37
CriminologiaS: Discursos para a Academia
38
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 05
Brasil: Curva de Encarceramento 1994-2009
300
249,78
250 228,06 238,1
214,83
196,22
200 174,31 185,24
137,08 135,66 137,06
150
108,36
87,87 95,47
100
50
0
1994 1995 1997 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
39
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 02
Brasil: Relação Presos Condenados e Presos Provisórios
(2000-2009)
40
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 03
Brasil: Mulheres Condenadas e Presas Provisórias (2000-2009)
Presas Presas
Ano Presas Provisórias Condenadas
2000 10.112 3.382 6.730
2001 9.873 3.373 6.500
2002 10.285 3.536 6.749
2003 9.863 2.700 7.163
2004 16.473 8.174 8.299
2005 12.925 3.894 9.031
2006 17.216 4.170 13.046
2007 19.034 5.228 13.806
2008 21.594 6.535 15.059
2009 24.686 8.671 16.015
41
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 04
Brasil: População Carcerária Masculina
e Espécies de Crimes (2009)
Número
Crime de Presos Proporção
Homicídio* e Latrocínio** 60.489 12,88%
Furto*** 61.440 13,08%
Receptação, Estelionato e
Apropriação 17.476 3,72%
Roubo**** 108.824 23,17%
Extorsão e Sequestro***** 6.083 1,29%
Tráfico de Drogas****** 73.877 15,73%
Crimes Sexuais 17.283 3,68%
Demais Crimes 124.074 26,45%
Total 469.546 100%
42
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 05
Brasil: População Carcerária Feminina
e Espécies de Crimes (2009)
43
CriminologiaS: Discursos para a Academia
44
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 06
Brasil: Número de Homicídios por 100.000 habitantes
(1985-2008)
30 28,16
26,5 27,11 27
24,2 25,2
25
21,7 20,8
19,8
20 18,7
16,5
14,9
15
10
0
85 87 89 91 93 95 97 99 2001 2003 2006 2008
Brasil - Taxa de Homicídios
45
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Gráfico 07
Brasil: Curvas de Homicídios e de Encarceramento
(1994-2008)19
300 30
28,16 28
26 26,8 27,11 27,67 27,5 27
26 25,2 25,2
250 25
23,4 238,1 249,78
228,06
20,8 214,83
200 196,22 20
185,24
174,31
150 15
137,8 135,66137,06
100 108,36 10
87,87 95,47
50 5
0 0
94 95 97 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Encarceramento Homicídios
46
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
47
CriminologiaS: Discursos para a Academia
48
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
49
CriminologiaS: Discursos para a Academia
50
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
51
CriminologiaS: Discursos para a Academia
52
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 06
Brasil: Evolução das Penas e Medidas Alternativas (1987-2008)
Cumprimento de Cumprimento de
Ano Penas Alternativas Medidas Alternativas Total
(Lei 9.714/98) (Lei 9.099/95)
1987 197 Sem previsão legal 197
1995 1.692 78.672 80.364
2002 21.560 80.843 102.403
2006 63.457 237.945 301.402
2007 88.837 333.685 422.522
2008 97.674 401.055 498.729
Gráfico 08
Brasil: Evolução das Penas e Medidas Alternativas (1995/2008)
600.000
498.730
500.000
422.520
401.060
400.000
333.690
301.410 MA
300.000
237.950 PA
200.000 Total
102.400 88.840 97.670
80.360 80.840
100.000 78.670 63.460
21.560
1.690
0
1995 2002 2006 2007 2008
53
CriminologiaS: Discursos para a Academia
54
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 09
Brasil: Relação entre Prisão e Penas e Medidas Alternativas
(1995-2008)
600.000
498.700
500.000 422.500 440.000
401.000 420.000
400.000
301.400
300.000
PMAs
239.000
200.000 149.000
Prisão
102.400
80.400
100.000
0
1995 2002 2006 2007 2008/1
55
CriminologiaS: Discursos para a Academia
56
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
57
4.
Os Atores e as Agências Punitivas
no Brasil: Filtros à
Incidência do Poder Penal
59
CriminologiaS: Discursos para a Academia
60
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
61
CriminologiaS: Discursos para a Academia
62
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
63
CriminologiaS: Discursos para a Academia
64
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
65
CriminologiaS: Discursos para a Academia
ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.”
66
5.
Os Paradoxos do
Sistema Jurídico-Penal Brasileiro
67
CriminologiaS: Discursos para a Academia
68
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
69
CriminologiaS: Discursos para a Academia
70
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
71
6.
As Instituições da Persecução
Penal e a Formação Cultural
dos seus Atores:
a Tradição Inquisitória
73
CriminologiaS: Discursos para a Academia
74
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
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O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
86
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
“cada uma das partes desiste da sua verdade para compor uma ter-
ceira versão satisfatória para todos” ou é necessário “decidir qual a
verdade que vão dizer ao público, depois de presenciarem a exposição
dos fatos admitidos em juízo”.31
A característica fundamental deste regime de verdade é
a resolução do caso a partir do seu debate no espaço públi-
co, local em que verdades parciais – apresentadas pelas partes
processuais – serão propostas, abdicadas e finalmente nego-
ciadas com intuito de se estabelecer nova verdade, partilhada
entre os envolvidos e o público. Não interessa, portanto, a
tentativa, sempre falha, de reconstrução da verdade do fato,
verdade substantiva que se encontra congelada e obscurecida
pelo tempo. Ao contrário, a negociação (diálogo) processual
pública pretende construir uma verdade possível, atual e que
possibilite a resolução do conflito em termos razoáveis.
A importância do momento dialogal na resolução do
caso torna o procedimento oral indispensável, pois serão as
falas das partes no espaço público que possibilitarão representar
e significar as inúmeras verdades possíveis. Publicidade, orali-
dade e contraditório pleno delineiam a estrutura acusatória
de procedimento no qual o árbitro judicial atua como garante
da regularidade dos atos e das decisões, sem interferências na
negociação. A fala judicial, neste modelo, é, portanto, restrita
à exclusiva declaração pública do acordo realizado entre as
partes ou partilhado entre os jurados.
Ao interpretar o complexo sistema processual penal bra-
sileiro, Kant de Lima apresenta quatro procedimentos dis-
tintos de produção da verdade: Inquérito Policial, Processo
87
CriminologiaS: Discursos para a Academia
88
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
89
CriminologiaS: Discursos para a Academia
orelhas, mais cabeças, que aquelas de todos os monstros e gigantes dos poetas, tem mais
força... para penetrar até as consciências e ali ler de que lado está o bom direito, que a
nossa instrução tão secreta’” (Cordero, Guida alla Procedura Penale, pp. 73-74).
35 Kant de Lima, Direitos..., p. 53.
36 “A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou
por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.”
37 “O processo das contravenções terá forma sumária, iniciando-se pelo auto de prisão
em flagrante ou mediante portaria expedida pela autoridade policial ou pelo juiz, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público.”
38 “O processo dos crimes previstos nos artigos 121, § 3º, e 129, § 6º, do Código Penal,
terá o rito sumário estabelecido nos arts. 531 a 538 do Código de Processo Penal.”
90
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
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O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
Penal Consensual, pp. 263-284; e, sobretudo, Prado, Elementos para uma Análise
Crítica da Transação Penal, pp. 111-220.
45 “Os JECrim, embora não se definindo oficialmente como tal, pretendem introduzir
uma espécie de civilização da lei penal, buscando, mediante a composição e a
transação penal, saídas alternativas para as penas de prisão. Entretanto, devido
a vários fatores, não sendo de menor importância aqueles ligados à tradição
inquisitorial e de aplicação desigual do direito a segmentos distintos da população
descritos acima, o tratamento desigual dado às partes em função de seu status social,
a ausência de funcionários e de operadores especialmente sensíveis a uma atuação
tão díspar daquela encontrada no sistema de justiça criminal tradicional e uma forte
ambiguidade com relação à aplicação universal das garantias constitucionais, em
especial no que se refere ao emprego da transação penal, estão se evidenciando como
prováveis obstáculos à plena realização de seus objetivos explícitos, de desafogar os
tribunais e de democratizar-lhes o acesso” (Kant de Lima, Direitos..., p. 56).
46 Neste sentido, conferir Carvalho & Campos, Violência Doméstica e Juizados
Especiais Criminais: Análise desde o Feminismo e o Garantismo, pp. 409-422.
94
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
95
7.
Os Atores da Persecução
Penal e a Cultura Punitivista
Contemporânea
97
CriminologiaS: Discursos para a Academia
98
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
99
CriminologiaS: Discursos para a Academia
2 Neste sentido constata Santos que “num contexto, caracterizado pela crise
de legitimação dos poderes executivo e legislativo, de profundas transformações
no Estado, na sociedade e na economia, de fortes mutações e do agravamento da
criminalidade grave, em especial da corrupção e da criminalidade económica, cada
vez mais com conexões internacionais e transfronteiriças, de emergência de novos
riscos públicos em domínios vários, do agravamento das desigualdades sociais, de
“velhas” e de “novas” violações dos direitos humanos, as sociedades contemporâneas
viram-se para os tribunais, conferindo-lhes um papel central no funcionamento
e consolidação dos regimes democráticos, seja como órgãos de controlo externo
das instituições do Estado e da própria acção governativa, como garantes das
liberdades cívicas, da protecção e da efectivação dos direitos sociais e humanos, seja,
ainda, como instrumentos de criação de um ambiente de estabilidade e segurança
jurídica que facilite o comércio jurídico e o crescimento económico. A expansão do
poder judicial para áreas que tradicionalmente se situavam na esfera dos poderes
legislativo e executivo é um sinal forte do protagonismo dos tribunais nas sociedades
contemporâneas” (Santos, A Justiça Penal: uma Reforma em Avaliação, p. 527).
Sobre o tema da judicialização da política, conferir Faria, Independência..., pp.
23-51; Faria, O Sistema..., pp. 103-125.
3 Azevedo, Direito e Controle Social, p. 62.
No mesmo sentido o diagnóstico de que “O Ministério Público, cada vez mais,
vislumbra-se como órgão constitucionalmente encarregado de induzir políticas
públicas e catalisar demandas sociais” (Azevedo & Weingartner Neto, Perfil
Socioprofissional e Concepções de Política Criminal do Ministério Público Gaúcho,
p. 02).
4 Apud Azevedo, Justiça..., p. 103.
100
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
105
CriminologiaS: Discursos para a Academia
indiferente, (d) contrário, (e) totalmente contrário ou (f) sem opinião sobre a
proposta.
10 A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) reúne todos os integrantes
do Poder Judiciário nacional, independente da esfera de atuação. Assim, as
questões não revelam a posição específica dos juízes criminais, mas de parte
representativa da classe, visto que praticamente a integralidade é associada.
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
110
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
111
PARTE II
Aplicação da Pena
e Punitivismo no Brasil
(Experimento e
Estudo de Casos)
8.
Aplicação Judicial da Pena
no Brasil: Tema, Problema e
Procedimento Metodológico
da Investigação
115
CriminologiaS: Discursos para a Academia
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 07
Mapa da Pesquisa Qualitativa dos Julgados
124
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 10
Classificação dos Julgados conforme Cominação da Pena
140 121
120
100
80
60
40 23
15 18
20
0
Abaixo do Mínimo Mínimo Acima do Mínimo Não Menciona
125
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 08
Espécies de Crime Julgados pelo STF
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 09
Espécies de Crime Julgados pelo STJ
127
CriminologiaS: Discursos para a Academia
128
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 11
Média de Tempo de Pena Imposta – STF
18,52% 14,81%
37,04%
129
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Gráfico 12
Média de Tempo de Pena Imposta – STJ
18,63% 20,50%
Até 02 Anos
02 a 04 Anos
04 a 08 Anos
12,42% Acima de 08 Anos
22,98% Sem Referência
25,47%
130
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
131
CriminologiaS: Discursos para a Academia
9 “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.”
10 “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as
cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o
regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da
pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.”
132
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 13
Classificação dos Julgados conforme Aplicação da Pena-Base
100 91
80
64
60
45
40
20
0
0
Abaixo do Mínimo Mínimo Acima do Mínimo Não Menciona
133
CriminologiaS: Discursos para a Academia
11 “Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo
fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade
ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação,
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com
emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da
lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou
mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou
de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada.”
12 “Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de
21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo
de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e
com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou
ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que
podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado
espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob
a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.”
“Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.”
134
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Gráfico 14
Classificação dos Julgados conforme Aplicação
da Pena Provisória
100 93
80
59
60 48
40
20
0
0
Abaixo do Mínimo Mínimo Acima do Mínimo Não Menciona
135
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Gráfico 15
Classificação dos Julgados conforme Aplicação
da Pena Definitiva
140
117
120
100
80
60 48
40
17 18
20
0
Abaixo do Mínimo Mínimo Acima do Mínimo Não Menciona
136
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
137
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 10
Resultado da Pesquisa por Incidência de
Palavra-Chave – STF
Agravantes 9
Antecedentes 25
Aplicação da Pena 8
Atenuantes 13
Cálculo da Pena 2
Circunstâncias Judiciais 19
Conduta Social 5
Culpabilidade 10
Dosimetria da Pena 14
Mínimo Legal 34
Pena-Base 21
Periculosidade 21
Demais Palavras-Chave 0
Resultado 181
Resultado Discriminado (excluídos os acórdão repetidos) 108
138
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
139
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 11
Resultado por Incidência de Palavra-Chave - 5ª Turma STJ
Agravantes 7
Antecedentes 142
Aplicação da Pena 36
Atenuantes 11
Cálculo da Pena 9
Circunstâncias do Crime 17
Circunstâncias Judiciais 123
Conduta Social 15
Consequências do Crime 17
Culpabilidade 63
Dosimetria da Pena 86
Fundamentação da pena 0
Mínimo Legal 145
Pena Abaixo do Mínimo 13
Pena Acima do Mínimo 10
Pena Mínima 11
Pena-Base 175
Periculosidade 120
Personalidade do Agente 12
Súmula 231 8
Demais Critérios 0
Resultado 1011
Resultado Discriminado (excluídos os acórdãos repetidos) 427
140
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
141
CriminologiaS: Discursos para a Academia
Tabela 12
Resultado por Incidência de Palavra-Chave - 6ª Turma STJ
Agravantes 3
Antecedentes 65
Aplicação da Pena 7
Atenuantes 3
Cálculo da Pena 4
Circunstâncias do Crime 2
Circunstâncias Judiciais 48
Comportamento da vítima 2
Conduta Social 9
Consequências do Crime 1
Culpabilidade 31
Dosimetria da Pena 13
Mínimo Legal 59
Pena Abaixo do Mínimo 0
Pena Acima do Mínimo 3
Pena Mínima 3
Pena-Base 47
Periculosidade 49
Personalidade do Agente 7
Súmula 231 2
Demais Critérios 0
Resultado 354
Resultado discriminado (excluídos os acórdãos repetidos) 194
142
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
Tabela 13
Resultado Total da Pesquisa no Superior Tribunal de Justiça
Agravantes 10
Antecedentes 204
Aplicação da Pena 42
Atenuantes 14
Cálculo da Pena 13
Circunstâncias do Crime 19
Circunstâncias Judiciais 170
Comportamento da Vítima 2
Conduta Social 23
Consequências do Crime 17
Culpabilidade 92
Dosimetria da Pena 98
Fundamentação da Pena 0
Mínimo Legal 204
Motivação da Pena 0
Motivos do Crime 0
Nulidade da Aplicação da Pena 0
Pena Abaixo do Mínimo 13
Pena Acima do Mínimo 13
Pena Mínima 15
Pena-Base 220
Periculosidade 168
Personalidade do Agente 18
Proporcionalidade da Pena 0
Súmula 231 10
Resultado 1365
Resultado Discriminado (excluído os acórdãos repetidos) 621
143
9.
A Motivação Judicial
na Definição da Pena
145
CriminologiaS: Discursos para a Academia
146
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
147
CriminologiaS: Discursos para a Academia
148
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
149
10.
Estrutura da Aplicação
da Pena no Brasil
151
CriminologiaS: Discursos para a Academia
152
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
153
CriminologiaS: Discursos para a Academia
154
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
10.2.1. Pena-Base
7 Reale Jr. (et alii.), Penas e Medidas de Segurança no Novo Código, p. 188.
8 Boschi, Das Penas e seus Critérios de Aplicação, p. 187.
155
CriminologiaS: Discursos para a Academia
156
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
157
CriminologiaS: Discursos para a Academia
158
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
159
CriminologiaS: Discursos para a Academia
160
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
161
CriminologiaS: Discursos para a Academia
162
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
163
11.
Critérios de Aplicação da
Pena-Base pelos Tribunais
Superiores no Brasil:
Análise Qualitativa
165
CriminologiaS: Discursos para a Academia
166
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
167
CriminologiaS: Discursos para a Academia
168
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
169
CriminologiaS: Discursos para a Academia
170
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
171
CriminologiaS: Discursos para a Academia
172
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
173
CriminologiaS: Discursos para a Academia
174
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
175
CriminologiaS: Discursos para a Academia
176
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
177
CriminologiaS: Discursos para a Academia
178
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
179
CriminologiaS: Discursos para a Academia
180
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
181
CriminologiaS: Discursos para a Academia
182
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
183
CriminologiaS: Discursos para a Academia
184
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
185
CriminologiaS: Discursos para a Academia
186
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
187
CriminologiaS: Discursos para a Academia
188
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
189
CriminologiaS: Discursos para a Academia
190
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
191
12.
Problemas na Aplicação da
Pena Provisória (Atenuantes
e Agravantes) pelos Tribunais
Superiores no Brasil:
Análise Qualitativa
193
CriminologiaS: Discursos para a Academia
194
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
195
CriminologiaS: Discursos para a Academia
196
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
197
CriminologiaS: Discursos para a Academia
198
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
199
13.
Aplicação da Pena Definitiva pelos
Tribunais Superiores no Brasil:
Análise Qualitativa
201
CriminologiaS: Discursos para a Academia
202
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
203
CriminologiaS: Discursos para a Academia
204
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
1 “Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.”
2 “1. O Plenário desta Corte, no julgamento do HC nº 86.238 (Rel. p/ac. Min.
Ricardo Lewandowski, j. 18/06/2009) assentou, contra meu voto, que se não admite
reconhecimento de crime continuado entre os delitos de estupro e de atentado
violento ao pudor, ainda que presentes os requisitos conceptuais que se devem extrair
do art. 71 do Código Penal …”. “Entendo, contudo, que o debate adquiriu nova
relevância com o advento da Lei nº 12.015/2009, que, entre outras alterações no
Título VI do Código Penal, lhe unificou as redações dos antigos arts. 213 e 214 em
um tipo único, verbis: ‘Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a ter conjunção ‘carnal’ ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos’”.
“Conquanto mantenha o nomen juris, a redação do novo tipo penal ‘descreve e
estabelece uma única ação ou conduta do sujeito ativo, ainda que mediante uma
pluralidade de movimentos. Há somente a conduta do agente de constranger
205
CriminologiaS: Discursos para a Academia
206
Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
“3. Quanto ao regime de cumprimento de pena também lhe assiste razão ao paciente.
Como já asseverei em sede liminar, o Plenário, no julgamento do HC nº 82.959
(Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 01/09/2006), declarou ‘a inconstitucionalidade do §
1º do artigo 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990’, o que afasta, para efeito de
progressão de regime, o obstáculo representado por essa norma tida por inválida.
E, como os fatos ocorreram antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464/07, incide a
regra do art. 112 da Lei de Execução Penal (HC nº 91.631, Rel. Min. Cármen Lúcia,
DJ 09.11.2007; HC nº 92.410, Rel. Min. Menezes Direito, DJ 01.02.2008; HC nº
89.699, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 09/05/2008), sem prejuízo da apreciação, pelo
magistrado competente, nos termos do art. 66, inc. III, alínea b, da LEP, dos demais
requisitos de admissibilidade de progressão de regime prisional”.
“4. Diante do exposto, concedo a ordem para restabelecer o acórdão proferido pelo
Tribunal local, que fixou a pena do paciente em 7 (sete) anos de reclusão, em regime
inicialmente fechado”. (STF – 2ª Turma – Habeas Corpus nº 86.110, Rel. Min.
Cezar Peluso, j. em 02/03/10)
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mostrou, para todos os efeitos, que o contexto não foi ocasional. Pelo
contrário, foi por si decisivamente precipitado - até porque não apre-
sentou prova contrariando essa inferição, o que, tenho para mim,
contrapõe-se ao trato mais benevolente do enredo. Veja-se que o acu-
sado foi ao encontro da vítima, ceifando-a nas imediações de sua
residência. E o fez, segundo alegou, um dia após flagrar sua adúltera
esposa com o amante. Para corroborar a preordenação de sua ira,
impossível olvidar o descarregamento da arma que levou proposi-
talmente consigo e com a qual crivou o tronco da vítima de tiros.
Poderá descontar essa reprimenda em regime inicial semi-aberto
(nos termos do artigo 33, § 2°, letra b, do Código Penal), de qual-
quer modo, adequado para refletir sobre o desvalor de sua conduta”.
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14. Questões Processuais na
Aplicação da Pena pelos Tribunais
Superiores no Brasil:
Análise Qualitativa
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Conclusões
15.
As Reformas Penais e o Papel dos
Atores do Sistema Penal na Era do
Encarceramento em Massa
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16.
O Estado Penal e os Atores
das Ciências Criminais
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17.
Resistências (Im)Possíveis
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18.
Conclusão Específica: Reformas
Penais, Punitivismo e
Responsabilidade
Político-Criminal:
Duas Propostas Legislativas
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1 “Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os
efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a
programa ou curso educativo. (...)
§ 3º. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º. Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 6º. Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput,
nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa.”
“Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título
rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições
do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.(...)
§ 2º. Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e
perícias necessários.
§ 3º. Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo
serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
vedada a detenção do agente.
§ 4º. Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente será
submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia
judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.” (grifou-se)
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19.
Atuação no Campo Punitivo
e Redução de Danos
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20.
Conclusão Específica:
Limites e Critérios de Aplicação
da Pena e Punitivismo no Brasil
1 Warat, Saber Crítico e Senso Comum Teórico dos Juristas, pp. 27-35.
2 Importantes críticas à Lei em Reale Jr., Mens Legis Insana: Corpo Estranho,
pp. 23-25. Sobre os efeitos perversos da Lei 9.714/98, conferir Carvalho,
Substitutivos Penais na Era do Grande Encarceramento (prelo).
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3 “Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será
ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.”
4 “Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar
o quantum, deve o Juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da
pena cominada ao crime.”
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Bibliografia
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
279
CriminologiaS: Discursos para a Academia
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
281
CriminologiaS: Discursos para a Academia
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Salo de Carvalho
O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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CriminologiaS: Discursos para a Academia
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O Papel dos Atores do Sistema Penal na Era do Punitivismo
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