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UNIDADE II: CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA

CONSTRUÇÃO RODOVIÁRIA
A movimentação de terra em construções rodoviárias depende essencialmente dos
equipamentos disponíveis. Assim, é necessário o conhecimento dos tipos de máquinas
existentes e suas características para aplicação correta do equipamento nos serviços de
terraplenagem.
Os equipamentos de obras rodoviárias serão descritos abaixo segundo a classificação
de Rego Chaves (1955), que divide as máquinas de acordo com a sua função nas etapas desta
construção.
2.1 Unidades de tração
A unidade de tração ou trator é uma unidade básica da terraplanagem e autônoma.
Estes equipamentos quando adaptados com acessórios adequados podem realizar todas as
operações de terraplanagem. Eles são equipamentos que tracionam ou empurram outras
máquinas ou implementos para realizar as tarefas.
Existem dois tipos de trator: de esteiras, fabricado sobre esteiras e pneumáticos, e de
rodas ou de pneus (Figura 2.1). As esteiras são constituídas de placas de aço com garras de
tamanhos bastante variáveis. Esta variação do tamanho pode gerar um aumento da aderência
entre a esteira e o solo, permitindo a diminuição da pressão exercida e impedindo assim o
afundamento excessivo que será caracterizado a seguir.

Figura 2.1: Trator de rodas (à esquerda) e trator de esteiras (à direita).


Estes tratores possuem características essenciais que devem ser consideradas. São elas:
• Esforço trator: é a força do trator para tracionar ou empurrar outros equipamentos;
• Velocidade: é a velocidade de deslocamento do trator;
• Aderência: é a capacidade do trator se deslocar sem haver patinamento das rodas ou da
esteira;
• Flutuação: é a capacidade do trator se deslocar sem que haja afundamento excessivo
das esteiras ou dos pneus;
• Balanceamento: é a boa distribuição da massa do trator e uma boa localização do
centro de gravidade para promover boas condições de equilíbrio.
Com relação às pressões exercidas pelos equipamentos sobre o solo, pode-se verificar
valores entre 0,5 e 0,8 kg/cm²para tratores de esteiras, o que é equivalente a uma pisada
humana, e entre 3 e 6 kg/cm² para tratores de pneus. Isso ocorre devido à área de contato dos
equipamentos com o terreno, gerando um valor bastante superior para os tratores de pneus.
A partir da definição das características comuns dos tratores, pode-se fazer uma
análise comparativa destes dois tipos. Assim, os tratores de esteiras apresentam como
vantagem:
• Elevado esforço trator;
• Boa aderência ao terreno;
• Capacidade de tração em rampas de forte declividade, sem patinamento;
• Bom deslocamento sobre solos de baixa capacidade de suporte;
• Boa aderência à flutuação.
Os tratores de pneus, em contrapartida, apresentam a vantagem relacionada à
velocidade de deslocamento, chegando a atingirde 60 a 70km/h em certos casos, favorecendo
a sua utilização em médias a longasdistâncias, reduzindo o tempo de ciclo e aumentando
assim a produção. Esta característica é a única desvantagem do trator de esteiras em relação
ao de pneus, pois ele atinge no máximo 10km/h, impedindo a utilização em longas distâncias
por razões econômicas. Com isso, podem-se resumir as características das unidades de tração
na Tabela 2.1.
Tabela 2.1: Características das unidades de tração
Características Trator de Esteira Trator Pneumático
Esforço trator Elevado Elevado, limitado pela aderência
Flutuação Boa Sofrível
Aderência Boa Regular ou má
Balanceamento Bom Bom
Velocidade Baixa Alta
Fonte: RICARDO e CATALANI, 2007.
2.2 Unidades escavo-empurradoras
Corresponde ao trator de rodas ou esteira adaptado com o implemento de uma lâmina
à frente dele, transformando-o numa unidade capaz de escavar e empurrar a terra, por isso o
nome escavo-empurradora. Estes implementos podem ser: faca da lâmina, peça cortante na
parte inferior para facilitar a escavação e cantos da lâmina, ou peças localizadas nas
extremidades inferiores da lâmina.
De acordo com a variação de direção e angulação do corte, existem alguns tipos de
lâminas. São elas:
• Bulldozer ou lâmina reta: lâmina reta e fixa, perpendicular ao eixo longitudinal do
trator e que só transporta para frente;
• Angledozer ou lâmina angulável: formam ângulos diferentes de 90° com o eixo
longitudinal do trator, permitindo o escoamento do material escavado lateralmente;

Figura 2.2: Bulldozer (à esquerda) e Angledozer (à direita).

• Tiltdozer ou inclináveis: possui inclinação em relação ao eixo vertical do trator, além


da inclinação com o eixo longitudinal. Esta inclinação permite a escavação em solos
compactos pelo ajuste do ângulo de ataque à superfície;

Figura 2.3: Tildozer ou inclinável.

• Placas para “pusher”: é uma lâmina bastante reforçada, usada para empurrar o
“scraper” durante a operação de carga. Sua função principal não é a de movimentar
terras, mas sim auxiliar outros equipamentos no aumento do seu esforço de tração.
Estas lâminas podem ser:
o Lâminas U ou universal: possui forma aproximada de U aberto e é adequada
para grandes cargas em grandes distâncias e para solos de baixa a média
resistência ao corte;
o Lâmina S: possui forma reta e dimensões menores que a lâmina U e pode ser
usada em materiais resistentes;
o Lâmina A: é angulável com ângulo de até 25° de cada lado;
o Lâmina C: é considerada uma lâmina amortecedora usada em tratores de
grande porte para o empuxo de motoscrapers.
2.3 Unidades escavo-transportadoras
Escavam, carregam, transportam e descarregam materiais de consistência média a
distâncias médias a pequenas (de 100 a 900m).
Quando usadas corretamente, as unidades escavo-transportadoras são equipamentos
que podem gerar alta produtividade a custos baixos, se comparados a outros tipos de
equipamentos. Existem duas categorias básicas destas unidades: scraper rebocado e o
motoscraper ou scraper automotriz.
2.3.1 Scraper rebocado
Esse equipamento executa as funções de:
• Escavação;
• Carga;
• Transporte;
• Descarga.

Figura 2.4: Scraper rebocado.


O scraper é composto de uma caçamba montada em dois eixos com pneumáticos,
normalmente ligado a um trator de esteiras. O trator é articulado de modo que a parte traseira
ou caçamba tem uma espécie de lâmina na parte de baixo para fazer a raspagem da terra, no
entanto, a terra retirada vai para dentro dessa caçamba ao invés de ser apenas espalhada.Os
comandos são executados por pistões hidráulicos e uma bomba hidráulica. Assim, o scraper é
composto por:
• Caçamba: para o armazenamento do material;
• Avental: com função de abrir para entrada do material e fechar para o transporte do
mesmo;
• Lâmina de corte: penetra no solo para escavação do material e empurra-o para dentro
da caçamba com a movimentação do scraper;
• Ejetor: abre para descarregar o material ao fim do ciclo.
2.3.2 Motoscraper ou scraper automotriz
É um scraper com um único eixo que se apoia sobre um rebocador de um ou dois
eixos, através do pescoço. Esta montagem é feita para ganhar mais aderência nas rodas
motrizes do trator pelo aumento do peso que incide sobre elas.

Figura 2.5: Motoscraper.


A máquina melhora o adensamento do solo pelo uso do avental e do ejetor. Pode
receber apoio da lâmina do trator pusher no auxílio ao processo de carga. Estes componentes
são exatamente iguais aos do scraper rebocado.
Este tipo possui vantagem em relação à distribuição de cargas, melhorando a aderência
solo/máquina, pois quanto maior as cargas nas rodas motrizes, menor a derrapagem. Outra
vantagem é com relação à facilidade de giro entre o rebocador e o scraper devido aos eixos,
podendo chegar até a 90°. Porém, estes dois eixos podem gerar um menor balanceamento do
equipamento, levando ao tombamento em curvas mais fechadas executadas em alta
velocidade.
Como a força exercida para essa máquina é alta, faz-se necessário, além da parte
motriz do motoscraper,o uso de um trator de esteiras ou pusher.Esse equipamento auxiliar
empurra a caçamba por trás, possibilitando a retirada de terra.
Para sanar alguns problemas dos motoscrapers tradicionais, foram criados outros tipos
denominados “autocarregáveis”, que podem trabalhar sem o pusher em condições favoráveis.
São eles:
• Twin-motoscraper: dois eixos motrizes, dianteiro e traseiro, funcionando em conjunto;
• Scraper com elevador: equipamento com um elevador na parte dianteira da caçamba
para auxiliar na movimentação do material escavado, diminuindo a resistência
oferecida pelo solo;
• Push-pull (empurra e puxa): execução com dois motoscrapers de motor traseiro se
ajudando mutuamente na operação de carga.
2.4 Unidades escavo-carregadoras
São máquinas que tem a finalidade de escavar e carregar o material para uma unidade
de transporte que o levará até o local de descarga, completando assim o ciclo básico da
terraplenagem.
Estes equipamentos se dividem em dois tipos bem distintos: carregadeiras e
escavadeiras.
2.4.1 Carregadeiras
Também denominadas de pás-carregadeiras, são tratores de pneus ou esteiras com
caçambas instaladas na dianteira da unidade. Essas máquinas escavam, levantam e
descarregam o material a uma altura de até 3,00m.

Figura 2.6: Carregadeira.


Com relação ao carregamento entre o equipamento e a unidade de transporte, é a
carregadeira que se desloca do talude de solo até o veículo.
Carregadeiras com esteiras:
• Indicadas para operações em locais com dimensões limitadas;
• Tem maior eficiência de escavação, devido ao maior esforço trator;
• São recomendados para terrenos com baixo suporte ou umedecidos, devido a sua boa
capacidade de flutuação e à maior dificuldade de patinamento;
• Escavação de cortes e preparação de aterros;
• Abertura de valas rasas;
• Espalhamento de terra, remoção de rochas, raízes e terra vegetal.
Carregadeiras com pneus:
• Alta velocidade de deslocamento (até 38km/h);
• Grande mobilidade no canteiro das obras;
• Deslocamento a grande distância (elimina transporte em carreta);
• Menor tração - principalmente na escavação, risco de patinamento;
• Baixa flutuação;
• Capacidade da caçamba: 1,6 a 3,0m³;
• Somente são utilizadas em terrenos firmes, com pouca umidade, devido a sua má
flutuação e aderência;
• Sua aplicação se limita ao corte e carga de materiais com fácil desagregação, tais como
areias, pedregulhos, cascalhos e pedras britadas.
Um ponto importante a se destacar é a questão do tombamento destas máquinas. Este
fato acontece quando as carregadeiras estão com sua caçamba cheia de material e não
possuem peso suficiente na parte traseira para balancear esta carga, gerando um momento de
tombamento que leva a queda da máquina.
Este fato leva a uma vantagem do trator de esteiras definido pelo melhor
balanceamento da estrutura, pois o motor se encontra na parte traseira do equipamento,
servindo de contrapeso. Já os tratores de pneus convencionais não possuem essa
característica, resultando em maiores chances de tombamento. Porém, os fabricantes estão
procurando novas soluções para minimizar as desvantagens de cada tipo de máquina. E com
isso, colocou o motor também na parte traseira da carregadeira de pneus, melhorando as
condições de balanceamento.
2.4.2 Escavadeiras
Chamadas também de pás-mecânicas, são equipamentos que trabalham parados.
Podem ser montadas sobre esteiras, pneumáticos ou trilhos, sendo as primeiras o tipo
geralmente utilizado nos serviços de terraplenagem. Atuam principalmente em grandes
escavações devido a sua alta potência.
Figura 2.7: Escavadeira.
Sua velocidade de deslocamento é muito baixa, cerca de 1,5 km/h, devido ao porte da
máquina e seu balanceamento deficiente. Assim, quaisquer transportes de distâncias razoáveis
devem ser feitos por unidades transportadoras.
Dependendo do tipo de lança utilizado, as escavadeiras podem ser empregadas em
atividades bastante diversas. Os principais tipos de lança são:
• Lança com pá frontal ou “shovel”;
• Lança com caçamba de arrasto ou “drag-line”;
• Lança com caçamba de mandíbulas ou “clam-shell”;
• Lança retroescavadora, “back-shovel” ou “hoe”.
A maior dificuldade relacionada às escavadeiras, assim como nas carregadeiras,
também é o tombamento. O balanceamento desses equipamentos é muitas vezes deficiente
devido à excentricidade do ponto de aplicação da carga, o que gera um momento de
tombamento elevado. As escavadeiras mais modernas têm os motores localizados com o
intuito de formar um contrapeso à carga da caçamba, como nas carregadeiras. Sobre os tipos
de escavadeiras, elas são definidas como:
2.4.2.1 Shovel ou caçamba frontal
São escavadeiras hidráulicas usadas geralmente em taludes por possuir um alcance de
corte elevado e possibilidade de escavar pequenas profundidades.

Figura 2.8: Shovel ou caçamba frontal..


O movimento da lança é feito de baixo para cima para coleta do material. Assim, esta
máquina é utilizada também para:
• Escavação em locais de área restrita (fundações de edifícios);
• Carregamento de materiais soltos em área restrita (fundações de edifícios);
• Carregamento em silos de alimentação de correias transportadoras;
• Escavação de valetas de pouca profundidade (até o seu alcance abaixo do nível do
terreno).
2.4.2.2 Retroescavadeira
São também escavadeiras hidráulicas que possuem caçamba voltada para baixo,
permitindo assim a escavação abaixo do nível em que a máquina se encontra. São utilizadas
para abertura de valas em profundidade e com largura constante, em corte de altura elevada,
ou em escavação de valas com taludes inclinados para escoamento de águas, tornando-a uma
máquina versátil.

Figura 2.9: Retroescavadeira.


2.4.2.3 Drag-line ou draga de arrasto
É constituída por uma treliça metálica composta por cabo e roldana de elevação da
caçamba. Esta estrutura permite um ângulo de variação de 25° a 40°. A escavação é feita pelo
arrastamento da caçamba no terreno e geralmente é utilizada para cortes em materiais pouco
compactos, moles, ou com pequena resistência ao corte (ex.: seixo rolado). Este equipamento
é destinado a escavações em níveis abaixo do terreno que ela se apoia, semelhante à
retroescavadeira. Suas principais aplicações são:
• Limpeza de jazidas e pedreiras;
• Abertura de valas e canais;
• Desobstrução de canais;
• Extração de areia e pedregulho de cavas.
Figura 2.10: Drag-line.

Uma grande vantagem da drag-line é o seu raio de alcance, que é o maior dos
equipamentos de terraplenagem. Além de também trabalhar dentro d’água. Porém, quando o
equipamento atinge o alcance máximo, a capacidade da caçamba é reduzida para não afetar o
balanceamento e ocorrer o momento de tombamento exagerado.
2.4.2.4 Clam-shell ou mandíbulas
A última escavadeira hidráulica é a Clam-shell. Ela possui uma caçamba suspensa por
cabo vertical, a qual é formada por duas partes móveis que abrem e fecham como uma
mandíbula. É usada em valas escoradas através de poços de acesso onde o escoramento é
reduzido e abertura de valas de pequenas dimensões. Possui maior precisão na carga e
descarga do material. Também é apropriado para escavações dentro da água por ser um
equipamento fechado.

Figura 2.11: Clam-shell ou mandíbula.


Fonte: RICARDO e CATALANI, 2007.
Essa escavadeira também pode ser usada como gancho para o transporte de troncos de
madeira na fase de limpeza, desmatamento e destocamento da terraplenagem, como mostrado
na figura a seguir:

Figura 2.12: Gancho para transporte de troncos.


2.5 Unidades aplainadoras
São equipamentos usados no acabamento da terraplanagem, ou seja, ajustar o terreno
às características de projeto, também conhecidos como niveladoras. Suas características
principais são:
• Grande mobilidade da lâmina de corte e precisão de movimentos;
• Máquina de grande produtividade, podendo desenvolver velocidades à frente de 50
km/h e à ré de 30 km/h.
Essas máquinas possuem um escarificador e uma lâmina central de corte, que pode ser
angulada em relação ao eixo principal e inclinada lateralmente.

Figura 2.13: Aplainadora ou niveladora.


Fonte: Acervo dos autores.
Elas podem ser utilizadas nos seguintes casos:
• Capina de vegetação rasteira com raspagem de pouca espessura;
• Cortes do terreno, com uma raspagem de pequena altura;
• Acabamento de superfícies;
• Mistura e espalhamento de materiais;
• Escarificação leve com pouca profundidade;
• Empurrar materiais soltos quando dispõe de lâmina frontal.
2.6 Unidades de transporte
As unidades de transporte trabalham em conjunto com as escavo-carregadoras na
execução de todas as operações de terraplanagem. Estes conjuntos são utilizados quando as
distâncias são grandes, ou seja, antieconômicas para utilização de scrapers ou motoscrapers.
Também são escolhidos pelo fato de serem máquinas mais rápidas, podendo atingir até
60 km/h. Possuem quatro tipos principais, são eles:
• Caminhões basculantes comuns;
• Vagões, geralmente rebocados por tratores de pneus;
• “Dumpers” (mais reforçados que os basculantes comuns);
• Caminhões “Fora-de-estrada”.
O caminhão basculante comum é adaptado sobre o chassi do caminhão convencional e
pode transportar de 4,5 a 6,0 m³.

Figura 2.14: Caminhão basculante.


Os vagões possuem grande capacidade de carga, geralmente rebocados por tratores de
pneus. Existem três tipos de vagões de acordo com a forma de descarga: fundo móvel, traseira
por basculagem da caçamba, e lateral.

Figura 2.15: Vagão.


O terceiro tipo são os dumpers, que são transportadores que se assemelham ao
caminhão basculante, mas possuem uma estrutura mais reforçada para suportar os esforços de
operação. Esses equipamentos têm a possibilidade de se movimentar para frente e para trás
pela existência de comandos duplos e um assento volante.

Figura 2.16: Dumper.


O último tipo de unidade de transporte é o caminhão fora de estrada, que são veículos
dimensionados para serviços pesados de construção. Assim, eles possuem grandes dimensões
e pesam muitas toneladas, sendo o seu uso impróprio em estradas de tráfego normal e
adequado apenas nos canteiros de obras. O volume transportado pela caçamba é superior a
10,0 m³. É usado para movimentos de terra de grandes volumes devido a seu alto custo de
aquisição.

Figura 2.17: Caminhão fora de estrada.


2.7 Unidades compactadoras
São equipamentos destinados a efetuar a compactação do solo, ou seja, o processo
mecânico de adensamento, reduzindo o volume de vazios. Os fatores que influenciam na
compactação são a granulometria (um solo bem graduado facilita a compactação), teor de
umidade e a força aplicada. Os tipos mais usados na terraplanagem são:
• Rolo pé de carneiro;
• Rolo vibratório;
• Rolo pneumático;
• Rolos combinados.
2.7.1 Rolo pé-de-carneiro
Por possuir uma das concepções mais simples, é um dos mais antigos equipamentos
empregados na compactação de aterros. Possuem bom desempenho em boa parte dos solos
em que é empregado. É indicado para compactação de materiais argilosos e siltosos
(coesivos), ou seja, com porcentagem razoável de finos e em camadas de 15 a 20 cm.

Figura 2.18: Rolo Pé-de-carneiro.


Esse tipo de compactação é feito por um rolo compressor que possui saliências
chamadas de patas, que tem a função de compactar o solo de baixo para cima. O adensamento
se completa quando quase não há mais a penetração das patas no solo, sendo confirmado
mediante ensaio de campo. Podem ser do tipo estacionário ou vibratório (pata do tipo
“Tamping”).
2.7.2 Rolos vibratórios
São utilizados em solos arenosos com baixa porcentagem de argila, ou seja, solos não
coesivos, onde os rolos pé de carneiro são inadequados por não conseguirem realizar o
adensamento. Geralmente são utilizados em camadas de até 15 cm ou em acabamentos.
Podem também ser estáticos ou vibratórios.

Figura 2.19: Rolo Liso Vibratório.


Os rolos lisos com um motor vibratório possuem uma frequência e amplitude que se
propagam pelo tambor até o terreno. Essa vibração tem como consequência o adensamento
mais rápido do solo pela aproximação das partículas. Para a maior produtividade dos serviços,
verificou-se, experimentalmente, que a operação deve-se dar à baixa velocidade, pois a
compactação depende do tempo total em que as oscilações são aplicadas sobre a superfície.
Significando que, para velocidades maiores, necessita-se de mais passadas para atingir o
adensamento desejado.
2.7.3 Rolos pneumáticos
Podem ser empregados na maioria dos trabalhos de compactação de solos
estabilizados e de misturas asfálticas. Rolos pneumáticos são constituídos de uma placa
metálica apoiada em dois eixos com vários pneumáticos que podem ser três, seis, ou mais.
Como as patas do rolo pé de carneiro, os pneus também são desencontrados para melhor
cobertura do terreno na compactação.

Figura 2.20: Rolo Pneumático.


O adensamento do solo é realizado a partir da pressão de contato entre os pneus e o
solo. Quanto maior for a pressão, maior facilidade de obtenção de densidades elevadas.
Porém, existe uma limitação imposta pela resistência da camada do solo à ação das cargas,
gerando um risco de ruptura se houver pressões de contato muito elevadas.
2.7.4 Rolos combinados
São rolos que podem ser empregados na maior faixa possível de solos, desde coesivos
até arenosos. Esses rolos são compostos de partes simultâneas de forma a aplicar
simultaneamente carga estática, amassamento e vibração.

Figura 2.21: Rolo Combinado.


2.7.5 Outras aplicações
A placa vibratória é muito utilizada em asfalto para pequenos reparos. Seu uso é
adequado especialmente em locais onde o uso do rolo compactador é inviável em função da
distância e complexidade do trabalho. Em terrenos como terra, cascalho, argila, areia, entre
outros, a placa vibratória é utilizada como uma forma de apenas retificar a superfície.

Figura 2.22: Placa Vibratória.


Outro equipamento bastante utilizado é o soquete vibratório. Os soquetes são
utilizados para compactar diversos tipos de solo, desde os argilosos aos granulosos, e também
para trabalhos menores.

Figura 2.23: Soquete Vibratório.

REFERÊNCIAS

RICARDO, H. S.; CATALANI, G. Manual Prático de Escavação: Terraplenagem e


Escavação de Rocha. 3ª ed. São Paulo: PINI, 2007.

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