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Curso Básico de

Canto Coral e Técnica


para Coros

Módulo 1

Prof.°. Ricardo C. Oliveira


WhatsApp : (21) 97323-5069
E-mail :costaricardo85@yahoo.com.br
Sumário

Apresentação ....................................................................... 5

1 – O que é Canto Coral ...................................................... 6

Origem do Canto Coral ...................................................... 7

Naipes de Vozes

Tessitura Vocal e Extensão Vocal dos naipes de vozes ................ 8

Organização dos Naipes Vozes Masculinos e Femininos ......... 8 e 9

Solistas do Coral ..................................................................... 10

Diferentes Tipos Existentes de Corais no Mundo ............... 10 e 11

Exercícios de Fixação

2 - Teoria Musical e Harmonia Básica ...................... 15

Princípios Teóricos da Música .......................................... 16

Como a Música se Divide ...................................................

O que é Harmonia .............................................................

O que é Melodia .......................................................

O que é Ritmo ......................................................

Pauta Musical ou Pentagrama ........................................... 17

Símbolos e Figuras Musicais ............................................... 18

Claves .................................................................... 18 e 19
Compassos Musicais ...........................................

Pausas Musicais ........................................... 21

Vozes em Uníssono ................................. 22

Intervalos .............................................

Tríades de Acordes Vocais .................................... 23

Tons e Semitons ......................................... 24


Exercícios de Fixação ...........................................

3 – Percepção Vocal em Coro .......................... 25

Afinação vocal .......................................... 26

Reconhecendo notas graves , médias e agudas ..............................


26 e 27

Reprodução das notas musicais em grupo (Reprodução Vocal ) .......

Memorização das sequências melódicas ..........................

Reparando as notas que não estão afinadas ........................... 28

Duetos ............................................................. 29

Exercícios de Fixação .............................................

4 – Harmonia Vocal Básica Baseados nos Acordes .. 30

Reprodução de Acordes Maiores e Menores .......................... 31

Reprodução de Tétrades .............................................. 32

Acordes maiores com 7 maior (Dissonantes) ...........................

Acordes menores com 7 ..............................................

Acordes Semi Diminutos ........................................ 33

Acordes Diminutos ............................................

Acordes Dominantes básicos .................................... 34

Exercícios de Fixação ............................................ 34 e 35


5 – Contracantos ..................................... 36

Princípios do contracanto .................................. 37

Alternação das vozes masculinas e femininas entre as letras da


música ............................................

Volume vocal adequado entre os contracantos ........................ 38

Frases Imperativas em alternância com os contracantos ........... 39

Exercícios de Fixação ..............................................

6 – Dinâmica sonora Vocal em Coro ................... 40

Melodia em volume Piano , Pianíssimo e Pianissíssimo .......... 41

Melodia em volume Meio-forte, Forte , Fortíssimo e Fortissíssimo


.......... 41 e 42

Vibratos em harmonia Vocal

Harmonia vocal crescente com Volume Progressivo ........... 43

Timbragens das vozes em Uníssono .................................. 44

Pirâmides Vocais Reproduzidas em Naipes .............

Divisão de vozes com impacto ........................ 45

Trinados

Exercícios de Fixação .................................... 46

7 - Considerações Finais ............................................ 47


Introdução e Apresentação

Olá aluno , meu nome é Ricardo Oliveira , sou professor de técnica vocal , canto coral
e teoria musical . Neste método que estaremos abordando na apostila , iremos tratar
sobre assuntos diversos ao canto coral , como : sua origem , estrutura , harmonia
vocal , comportamento da voz cantada em grupo , teoria musical , e , também uma
maneira eficaz de reproduzir timbragens , efeitos e divisão das vozes em coro . Tenho
20 anos de experiência como músico , e há 11 anos venho aperfeiçoando as
melhores técnicas para reger corais com extrema qualidade vocal . Desempenhei
este papel em dezenas de corais de igrejas , estúdios , ministérios de louvor , back-
vocais , quartetos de voz masculina , entre outros trabalhos profissionais . Dentro
deste tempo que atuo na área , percebi a grande dificuldade dos coristas em
aprender a gravar e reproduzir as vozes respectivas ao seu naipe . Muita gente acha
impossível ou muito difícil cantar contralto , tenor , soprano , baixo e etc..... . Este
conceito mau compreendido , vem porque o próprio corista não tem ciência de uma
coisa chamada harmonia , que é o pilar principal onde as vozes são criadas ,
montadas e depois executadas . A minha intenção é que você aluno , conheça de
maneira concreta e profunda como a harmonia vocal ou divisão de vozes está
fundamentada . Desta forma , ficará bem mais fácil e prático de aprender como
funcionam as vozes em um Coral . Quero que você não caia naquela ilusão de
“segunda voz “ ou “sons tirados da própria cabeça” , que mais embolam a mente
das pessoas e de fato as próprias se esquecem . Mas , com o contéudo deste
material , você terá todos os temas bem organizados com uma linguagem bem
compreensível e saberá como fazer as vozes baseando-se pelos instrumentos
musicais . Vamos mergulhar neste universo maravilhoso cantando em grupo , para
aprendermos todos os tipos possíveis de interpretações em canto coral , e assim por
diante conseguiremos um resultado bem significativo .
O que é Canto Coral
Origem do Canto Coral

Desde a antiguidade nossos ancestrais sempre cantaram suas músicas em


grupo, dentro de suas culturas e credos , usando seus artifícios e
tecnologias bem limitados para expressarem melodias que transparecessem
suas alegrias , tristezas , vitórias e derrotas , em tempos de guerras e
também em tempos de paz . Porém , na Idade Média , surgiram os
primeiros rumores de grupos religiosos cantando em grandes capelas de
igreja católicas , em uma única voz , acompanhados de um órgão
(instrumento similar ao piano ) , onde a música lírica se deu origem . Os
primeiros corais começaram a se destacarem na sociedade entre os
séculos XVI e XVII na Europa . Durante as transições entre a Idade
Média , Idade Moderna e Contemporânea , alastrou-se em todo mundo
, muitos corais oriundos de igrejas com denominações variadas cantando
suas canções em gêneros bem diferentes uns dos outros . Mas , quando
chegamos ao século XX , houve uma consolidação desses mesmos grupos
musicais , tornando-se típicos de um país e cultura . Nos dias atuais ,
vemos o que esse processo nos trouxe com muita riqueza de informação , a
ponto de termos , corais de músicas populares , corais black gospel , corais
líricos , boy bands , grupos á capela , corais infantis , corais tradicionais de
igrejas batistas e entre outros estilos de grupos vocais .

Naipe de Vozes

Todo coral é composto por vozes femininas e masculinas , não tendo


idade padrão para se participar . Porque o padrão abrange a todos os tipos
de pessoas , á salvo se no próprio grupo haverem um conjunto de normas e
regras que estabelecem critérios a idade . Os Naipes de Vozes são os
grupos separados de vozes femininas e masculinas sendo classificados
dessa forma :

Homens
Baixo – Barítono – 2° tenor – 1° Tenor – Contra tenor (em caso de coral lírico )

Mulheres
Contralto – Mezzo-Soprano ou 2° Soprano – 1° Soprano – Sopranino ( em caso de
coral lírico )

Tessitura Vocal e Extensão Vocal dos Naipes de Vozes

A tessitura vocal representa o conjunto de notas alcançadas por cada naipe de


maneira confortável , são notas também de mais brilho e qualidade do timbre ,
se aplica também particularmente ao cantor ou solista , sendo esses conjuntos de
notas mais baixas (graves ) , médias ou altas (agudas ) . Porém tem menor
abrangência vocal do que a extensão vocal .

Já a extensão vocal representa a capacidade total que um cantor ou corista


pode alcançar de acordo com a sua classificação . Pode-se atingir notas não tão
confortáveis , mas , usando técnicas vocais e projeção vocal , isso dará apoio e
base para chegar á nota com mais qualidade e perfeição .

Seguem aqui as respectivas notas de base de cada naipe em tessitura vocal ,


baseadas pelo o instrumento piano :

Temos uma referência através do desenho e gráfico abaixo :


Organização dos Naipes de Vozes Masculinos e
Femininos

Seguem aqui primeiro os masculinos :

Baixo : Ele começa geralmente no Mi, Fá ou Sol 1 (pode ser mais grave
também) e, como a tessitura humana é de, geralmente, 2 oitavas ele deve ir ao Mi
ou Fá 3 . Mas a voz do baixo em um coral, raramente ultrapassa o ré 3.

Barítono : Em alguns casos inicia-se do Sol ou Lá 1 e vai geralmente às suas 2


oitavas, Sol e Lá 3, no coral, não deve ultrapassar o Fá 3 .

2° tenor : Tem início do Sol, Lá ou Si 2 , podendo chegar ao Si 3 . No coral,


não é de costume que coloquem os 2º tenores para irem até o Si 3, mas em um
solo é bem provável .
1° Tenor : Geralmente começa do Si 2 ou Dó 3, podendo chegar até o Dó 4 .
E em alguns casos , até Ré 4 , Mi 4 , Fá 4 e Sol 4 .

Contra Tenor : Geralmente se inicia do Ré 3 , Mi 3 e Fá 3 , podendo chegar


ao Fá 4 , Sol 4 e Lá 4 . Entretanto , esse naipe é mais utilizado em corais líricos
, cantado em músicas sacras e clássicas , se assemelha muito a extensão vocal do
Contralto .

Agora veremos os femininos :

Contralto : Começa do Ré 3 , MI 3 e Fá 3 , e vai geralmente até Fá 4 e Sol


4. No coral , o ideal não é ultrapassar o Mi 4 .

Mezzo Soprano ou 2° Soprano : Começa geralmente Fá , Sol ,Lá 3, e


vai geralmente até o Lá 4 ou Si 4 . No coral, é interessante que não ultrapassem
o Lá 4 .

1° Soprano : Tem início geralmente do Sol 3 ou Lá 3 , e , geralmente chegam


ao Ré 5 ou Mi 5 . No Coral , não costumamos ultrapassar o Dó 5 .

Sopranino : Geralmente começam do Sol 3 ou Lá 3 , e chegam até 2 oitavas


acima , como o Sol 5 e Lá 5 , em alguns casos atípicos é possível haver vozes que
atinjam as notas Si 5 , mas como havia falado , esse naipe é mais de costume em
corais líricos .

Observação : Isto é uma base universal de extensão vocal de corais


utilizados no mundo inteiro , sabemos que existem outras classificações
em culturas diferentes de outros países . Mas , esta é a referência padrão
mais aceita pelos músicos eruditos .
Solistas do Coral

São encarregados ou responsáveis em cantar um trecho da letra da música


sozinhos , somente com o auxílio dos instrumentos musicais que executam a
música proposta no momento da apresentação do Coral . Em algumas músicas
poderemos ter apenas um solista , e em outras , mais de 3 ou 4 , dependendo do
arranjo musical do maestro ou do regente .

Diferentes Tipos Existentes de Corais no Mundo

Temos muitos gêneros e estilos . Os mais conhecidos são :

Corais de Igrejas – Encontrado em instituições religiosas em vários tipos


de denominações , que cantam músicas voltadas ao mundo espiritual e metafísico
, expressando sua forma de louvor a Deus .

Corais Universitários – Esses corais são encontrados em faculdades e


universidades . Geralmente são formados por alunos que estudam música ou
canto , e em alguns casos são abertos vagas a pessoas de outras disciplinas .
Corais Infantis – São compostos por crianças e pré-adolescentes , muito
encontrados em instituições católicas , conventos e outros seguimentos musicais .

Corais Black – Tipo de coral que canta música black americana , mais
conhecida como “música negra” , geralmente cantam o gênero Soul , Blues ,
Funk e Gospel . São oriundos do período da escravidão da história norte-americana
, costumavam a cantar o estilo musical Spiritual . Podem haver misturas de etnias
em sua composição (cor e raça ) .
Corais Líricos - Esses são corais de música sacra e clássica , usam uma
diferente técnica vocal e impostação de voz . Esse é o estilo mais antigo de
Coral da história mundial , vieram da Europa no período da Idade Média .

Madrigais – Mais conhecidos como peças teatrais que expõe a poesia cantada
ou o profano literário . Podem ser compostos por quintetos , sextetos ,
octetos ou até mais pessoas dependendo do tipo de apresentação proposta ao
público .
EXERCÌCIOS DE FIXAÇÃO

1- Como é composto o naipe de vozes de um Coral ?

2- Qual é a diferença de tessitura vocal e extensão vocal ?

3- Quais são as vozes femininas e masculinas em um coro ?

4- O que faz um solista no coral ?

5- Quais são os tipos de coral no mundo ?


Teoria Musical e Harmonia
Básica
Princípios Teóricos da Música

A música é a arte de combinar os sons . Mas , ela se manifesta em nossos


diversos afetos ou emoções do coração e da mente humana , mediante o som que
nós ouvimos . Porém, a música tem 3 “pilares” que a fundamentam e a dividem
em pequenas partes . Como veremos a seguir .

Como a música se divide

Ela se divide em 3 partes : Harmonia , Melodia e Ritmo .

O que é Harmonia

Harmonia é a combinação de sons simultâneos dados uma só vez ou em sequências


, ou seja , é o conjunto de sons tocados por instrumentos musicais ou cantados ao
mesmo tempo . Exemplo : um acorde .

O que é Melodia

Melodia é a combinação dos sons sucessivos dados um após outro , e não ao


mesmo tempo . Dentre desse conceito , se aplica sequências de notas criadas por
um compositor em uma letra de música .

O que é Ritmo

Ritmo é a combinação dos valores musicais . Ele está relacionado ao tempo da


música , cadência , swing , velocidade e intensidade . Ele possui um conjuntos de
regras que utilizam figuras musicais e números , e serve para termos o andamento
da canção .
Pauta Musical ou Pentagrama

È o local onde escrevemos a música , sua representação . Ela é constituída por 5


linhas e 4 espaços . Cada linha e espaço representa uma nota musical baseada
na clave correspondente . Veja nos exemplos abaixo :

Além das linhas e espaços dentro da Pauta Musical , temos as suplementares


inferiores e suplementares superiores . Ficam sempre abaixo e acima do
pentagrama respectivamente .
Símbolos e Figuras Musicais

Veremos abaixo como são representados os símbolos musicais :

Claves

As claves servem para indicar como o músico ou corista vai ler o pentagrama . Isto
é , a clave serve para dar nome e altura da nota . Ela indica também qual é a
posição de uma das notas e todas as demais são lidas em referência a essa
nota .

Numa Pauta Musical , existem 3 tipos de Claves : a de Sol , Fá e Dó .

A clave de sol determina que a nota está na segunda linha da Pauta , portanto
devemos definir o posicionamento de todas as outras notas , que estão dispostas
em ordem como vimos acima , sendo escritos nas linhas e nos espaços .

A clave de Sol é usada para sons agudos . Esta é a clave mais utilizada no
mundo para instrumentos como : voz humana , violino , guitarra , trompete ,
flauta , sax e entre outros .
A clave de Fá determina a localização da nota Fá , anotada na quarta ou terceira
linha .

(Perceba que quando mudamos a clave , mudamos o posicionamento das


notas .

A Clave de Fá é utilizada para sons graves . Ele também é utilizada no mundo


para intrumentos como : voz humana , contra-baixo , trombone , violoncelo e
muitos outros .

A clave de Dó determina a localização da nota Dó , anotada na primeira , segunda


, terceira e quarta linha . A mais usada é a terceira linha .

A clave de Dó é usada para sons médios . Essa clave é de pouco uso no mundo ,
pouco se escreve partituras sobre ela . Um instrumento que pode ser usado nela é
a viola .

Observação : Neste Método utilizaremos apenas a clave de Sol . As outras


claves são apenas para conhecimento básico , veremos elas em outro
módulo .

Compassos Musicais
Compasso musical é uma divisão da música em intervalos de tempo iguais, com o
objetivo de organizar a estrutura e facilitar a orientação para o leitor. Eles podem
ser chamados de compassos simples como : Binários , Ternários ,
Quartenários ou podem ser chamados de Compostos . Esse intervalo de tempo é
representado por barras verticais, como no exemplo abaixo (destacado em
laranja):

Exemplo de compasso musical :

Nesse exemplo, qual foi a organização utilizada para os compassos? Foi separar
grupos de 4 semínimas. Isso significa que dentro de cada compasso cabem 4
semínimas. Esse é o intervalo de tempo definido para cada compasso, sendo que
poderiam existir outras figuras aí no meio, observe:
A fração que está após a clave representa um numerador e um denominador
matemático , sendo o numerador responsável pelo números de tempos que terá
cada compasso , e o denominador responsável pela velocidade da figura musical
semínina ou colcheia .

Pausas Musicais

Pausa é um intervalo de silêncio em uma peça de música, marcada por um sinal


que indique a duração da pausa. Cada símbolo de pausa corresponde a uma
determinada duração. A combinação da pausa usada para marcar uma pausa ,
segue as mesmas regras para as notas . São representadas por esses seguintes
símbolos :

Respectivamente pelo parte superior a inferior :

1 – Pausa de Semibreve ( a primeira )

2 – Pausa de Mínima

3 – Pausa de Semínima

4 - Pausa de Colcheia

5 – Pausa de Semicolcheia

6 - Pausa de Fusa
7 – Pausa de SemiFusa

Vozes em Uníssono

Significa que todos no coral tem que cantar com a mesma melodia e tom , não
havendo divisão de voz ou harmonia vocal . É de extrema importância , que o
canto seja feito com o mesmo volume e intensidade . As vozes femininas na sua
própria região mais aguda , e as vozes masculinas uma 8° abaixo , região mais
grave .

Intervalos
Intervalo é a diferença de altura entre duas notas. São classificados quanto à
simultaneidade ou não dos sons e à distância entre eles. Na música ocidental, os
intervalos são estudados a partir da divisão diatônica da escala. As unidades de
medida de intervalos, baseadas na escala logarítmica, são o tom e o semitom.

Temos um gráfico da escala diatônica como exemplo :


Tríades de acordes vocais

São as uniões dos intervalos cantando ou tocados simultaneamente . Mas , é


necessário no mínimo 3 notas para se montar um tríade , que é a sonoridade de
um acorde .

Observe como são montadas na escrita começando pelo acorde de Dó Maior (C) .

As notas que formam este acorde são:

C: Dó – Mi – Sol

Vamos colocar a ‘’ mão na massa ‘’ .

A nota Sol está na segunda linha da pauta .

Agora colocamos uma nota em cima da outra :

Viu como ficou a nota Sol e Mi ?

A próxima nota que precisamos é a nota Dó.

A nota Dó vem antes da nota mi, então vamos para mesma direção, para baixo.
Percebeu como se forma uma tríade ? È dessa maneira que escrevemos na
partitura . No pentagrama para escrever as notas que serão tocadas juntas , nós colocamos
uma nota em cima da outra. Nestes exemplos acima temos um acorde maior no campo
harmônico de Dó .

Tons e Semitons

Um tom é a distância de dois sustenidos ou dois bemóis . Já o semitom é a


distância de um sustenido ou um bemol , ou seja , meio tom . Por exemplo , a
distância entre a nota Dó e Ré é de um tom , pois entre Dó e Ré a uma distância
de dois sustenidos ou dois bemóis . Os símbolos que representam o sustenido e
bemol são esses : # sustenido b bemol

Baseando-se nisso é fácil entender que de Dó para Dó# a distância é de um


semitom .

Exercícios de Fixação

1 – O que é a música
2 – Em quantas partes ela se divide ? E quais são ?
3 – O que é Harmonia ?
4 – O que é Melodia e Ritmo ?
5 – Onde se escreve a música ?
6 – Explique o que são pausas ?
7 - Como são divididos os intervalos ?
8 – Faça uma resenha de no mínimo 3 linhas explicando como se faz
uma tríade .
PERCEPÇÃO VOCAL EM CORO
Afinação Vocal

Você já deve ter ouvido falar sobre afinação , e , talvez saiba que dentro das
qualidades de um bom cantor ser afinado é essencial . De forma simplificada , ser
afinado é ouvir uma nota e reproduzi-la de maneira correta . Esse processo começa
a partir da audição do som que reproduz uma “imagem” em nossa mente (isso se
chama percepção auditiva ) e por fim o cérebro que comanda os músculos
(nossas cordas vocais) executem o som desejado .

Veja uma imagem ilustrativa :

Se você já teve a oportunidade de cantar junto com um grande grupo de pessoas


que não tiveram um preparo vocal , provavelmente deve ter notado que , entre
grupo , algumas vozes “destoam”, ou seja , estas pessoas por terem dificuldade
de reproduzir ou perceber as notas corretamente , acabam desarmonizando o coral
. A desafinação realmente atrapalha a apresentação de um cantor ou corista .

Um detalhe básico que digo a você é que cada nota tem uma frequência padrão e
esta relacionada com as comas musicais (intervalos entre tom e semitom ) ,
veremos este assunto em outro módulo .

Para se ter boa afinação é de extrema importância que o corista domine a


respiração e os modos respiratórios . Outro fator é ter bom controle do fluxo
de ar , porque existem notas muito agudas para extensão vocal de cada um , que
é necessário um maior armazenamento de ar e liberação do mesmo , afim de que
alcancemos a nota com perfeição .

Reconhecendo Notas Graves , Médias e Agudas


Para entendermos as notas graves , médias e agudas é ideal saber que elas estão
em registro ou regiões diferentes do aparelho fonador ou instrumento musical .

As notas graves tem uma sonoridade mais “escura” , som com frequência menor
(vibrações lenta ) , podem corresponder a sons baixos , não que isso esteja esteja
relacionado volume . Um exemplo disso são os instrumentos : contrabaixo ,
trombone , tuba e violoncelo .

As notas médias tem uma sonoridade nem escura e nem fina , ficam sendo
intermediárias , suas vibrações são medianas . Sua definação está mais nítida e
visível quando um cantor canta uma música com notas naturais da voz sem o
uso de técnicas (somente usando a laringe ) , sem muito esforço e pouco fluxo de
ar .

As notas agudas tem uma sonoridade mais clara e fina , som com uma
frequência maior (vibrações rápidas ) . Correspondem ao um som alto e logo .
Exemplo : apito , flauta , trompete e violino .

Reprodução de Notas em Grupo

Com o auxílio do piano iremos perceber a diferença das regiões graves , médias
e agudas , começando pelo Dó 1 e depois as suas 5 oitavas até o Dó 6 .

Vamos agora executar em grupo a escala de Dó maior em ordem crescente e


decrescente (subindo e descendo ) , os baixos e barítonos começam pelo Dó 2
e vão até o Dó 3 , os tenores e contraltos pelo Dó 3 e vão até o Dó 4 , as
mezzos-sopranos e sopranos pelo Dó 4 e vão até o Dó 5 .

Exemplo : Dó – Ré – Mi - Fá – Sol – Lá – Si – (Dó ) 8°

8°(Dó) – Si – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó

Memorização das Sequências Melódicas

Para memorizar sequências melódicas de uma música é necessário ouvir com


atenção as notas que são tocadas pelos instrumentos (como o piano) ou cantadas
por um cantor afinado . O mínimo ideal é ouvir de 5 a 7 vezes a mesma sequência
para que o nosso cérebro associe a informação e grave em nossa memória .É
importante também que cantemos a sequência melódica quase todos os dias .
Dessa forma dificilmente á esqueceremos ,

Cantaremos aqui um trecho de uma música gospel chamada Quão Grande È Meu
Deus na versão da cantora Soraya Moraes :
Os sopranos , barítonos ficarão com a melodia principal , e os contraltos e
tenores farão uma outra voz em 3° .

Refrão

Quão grande é o meu Deus

Cantarei quão grande é o meu Deus

E todos hão de ver quão grande é o meu Deus

Reparando as notas que não estão afinadas

Para reparar as notas desafinadas ou semitonadas , sempre precisaremos fazer


exercícios com vocalizes (sequências vocais com escalas ) , ouvindo as notas em
meia escala no piano , começando pela escala de Dó maior e irmos subindo
sempre de 1 tom em 1 tom as cantando repetidamente . Podemos fazer também
vocalizes de meio em meio tom (escala cromática ) . Outra alternativa
interessante para isso , é cantar 1 frase de 4 palavras de uma música , repetindo
no mínimo 15 vezes lentamente a mesma frase , mas antes disso ouça a
sequência das notas no piano umas 5 vezes , cante cada nota bem devagar e
depois execute-as mais rápido após as 15 vezes . Você pode fazer 5 vezes as
sequências de notas de maneira rápida .
Duetos

Dueto é a união de 2 vozes que estão cantando uma música ou parte dela , sendo
que uma voz está reproduzindo a melodia principal e a outra voz está fazendo a 3 °
nota da escala da melodia , e em algumas ocasiões a 5° nota da escala . Podem
haver duetos entre dois homens ou duas mulheres , ou podem ser mixtos . O
importante dentro desta questão são as vozes timbrarem com a mesma
intensidade e empostação .

Exercícios de Fixação

1 . O que é ser afinado ?


2 . Que tipo de sonoridade tem as notas graves e as notas médias ?
3 . Que tipo de sonoridade tem as notas agudas ?
4 . Quais notas fazem parte de escala de Dó maior (C) ?
5 . O que fazer para reparar as notas que não estão afinadas ?
6 . O que são Duetos ?
Harmonia Vocal Básica
Baseados nos Acordes
Reprodução de Acordes Maiores e Menores

Como já havia falado nos conceitos anteriores , para reproduzirmos um acorde


maior precisamos de 3 notas que façam parte de qualquer campo harmônico ou
tom . Essas notas estão relacionadas aos intervalos que fazem parte de uma tríade
. No caso dos acordes maiores , precisamos analisar a escala de Dó maior como
base para termos uma idéia , usamos a nota Tônica como a primeira nota da
escala, sendo ela a nota mais grave de toda a escala . Observe a escala de Dó
maior :

Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si

Como Dó é a nota tônica por ser a primeira da escala e também a nota base do
tom , precisamos da terça nota agora e depois da quinta para completarmos o
acorde . Essas 3 notas combinadas e tocadas ao mesmo tempo formam o acorde
maior . Esse acorde tem a característica de um som “vivo e alegre “ . Daqui em
diante usaremos a Sigla T 3 5 para exemplificar tônica , terça e quinta da
escala maior .

Já no caso dos acordes menores precisamos de 3 notas também , sendo ela


tônica , terça bemol e quinta . Veja a escala de Dó menor :

Dó – Ré – Mi b – Fá – Sol – Lá b – Si

A Sigla usada é T 3b 5 , o que muda é apenas meio tom de um acorde maior


para o menor , e apenas meio tom é o suficiente para mudar a sonoridade dele na
harmonia . Os acordes menores tem características sonoras de “tristeza e
lamento” . Eles esprimem e externam isso aos nossos ouvidos e nosso coração .

Reprodução de Tétrades

Tétrades é o conjunto de 4 notas musicais que podem ser tocados ao mesmo


tempo , podendo ser considerado um acorde dissonante . Usamos a Sigla padrão
de T 3 5 ou T 3b 5 , e , adicionamos uma quarta nota que pode ser qualquer
umas dessas : a 4 da escala , a 7 maior , a 7 menor , a 6 maior , a 6 menor ,
a 5 menor , 5 aumentada , 9 menor , 9 aumentada 13 , 13 menor , 11
menor , 11 aumentada .
Toda escala maior ou menor na música , no mínimo tem 7 notas , porém , as
outras podem chegar a 12 notas . Por isso temos múltiplas opções de acordes para
montar pelas tétrades .

Acordes Maiores com 7

Vejamos o acorde Dó com 7 maior (conhecido pela cifragem C7M ) , sua notas
são :

Dó – Mi – Sol – Si

Vamos reproduzi-lo em coro agora cada um no seu naipe vocal , utilizaremos T 3


5 7M .

Barítonos farão o Dó 3 do piano , 2° Tenores farão Sol 3 , os Contraltos farão


Si 3 e os Sopranos Mi 4 .

Acordes menores com 7

Esses acordes tem como base uma tétrade , possuem a tríade normal menor de
qualquer acorde menor , sendo o intervalo como : T 3b 5 , entretanto , uma nota
será adicionada que é a 7 menor ( mais conhecida só como sétima ) . Podemos
acrescentar ainda mais notas , porém veremos isso em outro módulo .

Para executarmos vocalmente precisamos de 4 notas , também ficando assim a


sigla T 3b 5 7 .

Faremos no campo harmônico de Dó menor com a 7 ( Cm7) .

Os Barítonos ficam com a nota Dó 3 , os 2° Tenores com Mi b 3 , os Contraltos


com o Sol 3 e os Sopranos com o Si b 3 . Teremos aqui uma reprodução
harmônica numa região grave , mas também , podemos ir para uma região média
ou oitavar, assim fazendo numa região aguda , sendo que temos que mudar os
naipes de vozes e as notas pra cada um corista .

Acordes Semi- Diminutos

Neste Pentagrama abaixo , temos a escala de Dó meio diminuto , estão os


intervalos que a formam . Essa escala possui 8 notas e seguem depois as
sequências das oitavas assim por diante . A segunda nota é dissonante e pede a
resolução da primeira . Essa escala possui 4 tons e 4 semitons , ela também é
similar com a escala Lócria ( 7° grau dos modos gregos de qualquer campo
harmônico ) . Para reproduzirmos estes acordes vocalmente precisamos de 4 vozes
, a sigla fica T 3b 5b 7 , podemos fazer com 2 duas vozes masculinas e femininas
, usando um barítono e um 2° tenor , um contralto e um soprano . No campo
harmônico de Cm7(5b) , temos uma tétrade que pode ser Dó 3 (Barítono) , Mi b
3 (2 °Tenor) , Sol b 3 (Contralto ) e Si 3 .

Podemos oitavar essas notas pra região aguda também , porém temos que
mudar os naipes de vozes para a tessitura vocal que consiga cantar com
facilidade as notas agudas .

Acordes Diminutos

Os acordes diminutos são formados pelos intervalos musicais e sigla : T 3 b 5 b


7bb . 7bb é o mesmo que sétima diminuta . Logo não atoa que esse acorde se
chama diminuto . Esses acordes tem um som super estranho de difícil
compreensão sonora , mas sabendo utilizá-los no momento adequado da música ,
soam de maneira muito interessante e emocionante . È uma escala também de 8
notas . Sendo elas :

Dó - Ré – Mi b – Fá – Sol b – lá b – Si bb - Si

A reprodução dele iremos fazer aqui pelo campo harmônico de Dó diminuto , sendo
a cifra dele C° .
Os Barítonos ficarão com a nota Dó 3 , os 2 ° Tenores ficarão com a nota Mi b 3 ,
os contraltos com Sol b 3 e os Sopranos com o Lá 3 ( 7bb) .

Acordes Dominantes Básicos

Para fazermos estes acordes precisamos conhecer sua escala de base , e esta
escala é conhecida como Mixolídia ( 5° grau dos modos gregos ) com o
acréscimo de uma nota cromática ascendente , após a 7° menor . Sua Sigla
básica é T 3 5 7 , e após a sétima menor podemos acrescentar vários opções de
notas para montarmos grandes acordes . Os acordes dominantes tem sons
suspensos , não aparentam ter sonoridade “alegre ou triste” , são bem
indefinidos são uma sensação de “suspense” . Utilizaremos 4 vozes também para
reproduzi-lo na voz , mas , podemos muito mais notas e vozes . Como essa família
de acordes é bem grande e vasta , ficaremos só com o básico inicialmente .

Veja no pentagrama :

Usaremos cada naipe de voz em uma nota agora , reproduziremos C7 ( Dó com


sétima ) . O 2° Tenor ficará com Mi 3 , o 1 ° Tenor com o Si b 3 , o Contralto
com o Dó 4 e o Soprano com o Mi 4 .

Exercícios de Fixação

1 . Como se forma um acorde maior ?

2 . Qual é a sigla da tríade menor ?


3 . Como se forma um acorde dominante ?
4 . Quais são os intervalos do acorde menor com 7 ?
5 . Que tipo de característica de som tem acorde maior e menor ?
6 . Como se forma um acorde diminuto e um semi diminuto em siglas
?
Contra-Cantos
Princípios do Contracanto

Todo contracanto está fundamentado numa melodia secundária que é o


contraponto da melodia principal , geralmente cantamos uma outra melodia e letra
que complementa a principal . Isso acontece em muitos madrigais , peças de
teatros com canto coral e corais de música clássica . Esse contraponto gera um
efeito vocal , onde se sobressaem as vozes femininas em uma parte , e , em outra
parte as vozes masculinas .

Alternação das Vozes Masculinas e Femininas nas


Letras

Esse termo deriva-se da troca das vozes em coral em relação a melodia da


música .

Exemplo : A parte que as vozes masculinas estavam cantando , passou a ser a


das vozes femininas ou vice-versa .

Daí montamos novas sonoridades que enriquecem a qualidade vocal do Coral .


Essa alternação ou alternância das vozes masculinas e femininas que constitui o
contracanto , trazem uma cadência diferenciada na melodia principal , quanto
também o ritmo . Pode gerar um contracanto passivo ou apoio melódico , que
é um preenchimento de notas longas baseadas na harmonia(dos acordes) . Doutra
forma , podemos ter também um contracanto ativo , que se utiliza de grande
liberdade criativa com base na melodia principal. Vejamos na prática como isso
funciona .

Olhe esse trecho de uma música gospel clássica chamada “Maravilhosa


Graça “ do Hinário Batista 48 ( conhecido como Cantor Cristão ) :

Coro

Vozes Femininas

“ Graça ! Tão maravilhosa é a graça de Jesus

Alta como o firmamento , alta e é sem fim .

Graça ! Quão maravilhosa , suficiente a mim .


È maior que a minha vida inútil e maior que o meu pecado vil !

O nome de Jesus engrandecei e glória daí !”

Perceba agora o contracanto executando a melodia com as vozes femininas e


masculinas :

Vozes Masculinas

Graça ! Quão maravilhosa é a de Jesus ,

Como o firmamento e sem fim

È maravilhosa é tão grandiosa ,

é suficiente para mim

È maior que a minha vida inútil

E maior que o meu pecado vil ! Pecado vil !

O nome de Jesus engrandecei e glória daí .

Vamos executa-la no campo harmônico de C ( Dó maior ) , respeitando a


melodia feminina e masculina , sendo que ambos começam a cantar juntos
e depois alternam nas palavras da composição da música .

Volume Vocal Adequado dos Contra-cantos

O volume vocal adequado está sempre na mão do regente ou maestro do coral


, existem gestos em regência que são os sinais para aumentar a intensidade do
volume ou não . Isso traz dinâmica a música e emoção aos que estão ouvindo .
Por isso é sempre importante está atento ao maestro , porque ele é quem conduz
o coral , e , adequa o volume e proporção necessária que as notas serão cantadas
. Dentro desta questão de volume , é importante ter cautela ou cuidado para não
se sobressair mais do que um mesmo integrante do coral . Um voz só poderá se
sobressair em contracanto se for o solista daquela música ,ou em alguns casos ,
o maestro solicitar o aumento do volume de algum naipe de voz , somente por
esses motivos que a voz ou as vozes poderão se destacar .
Frases Imperativas em Alternância com os
Contracantos

Estas frases tratam-se de afirmações e ordenanças em um trecho da música .


Enquanto a melodia é cantada pelo coral , algum integrante do coro , pronuncia
frases faladas retoricamente , assim , dando uma ênfase a um momento da
composição da letra , que pode ser um personagem histórico , um drama , uma
vitória , entre outros assuntos . Isso é muito típico em peças teatrais ,
enquanto uma música é cantada em volume mais baixo por um coral , destaca-se
alguém falando com uma voz mais potente , trazendo um grande impacto positivo
a apresentação .

Exercícios de Fixação

1 . O que é contracanto ?
2 . O que é alternância vocal ?
3 . A alternância das vozes pode gerar o quê ?
4 . Quem é o responsável pelo volume vocal do coral ?
5 . O que são as frases imperativas com a alternação vocal ?
Dinâmica Sonora Vocal em Coro
O assunto dinâmica é bem vasto , porém podemos de maneira simplificada
definirmos ela como a mudança de intensidade da música . Aplicamos
isso a quantidade de volume necessária , altura e cadência da música .

Melodia em Volume Mezzo Piano , Piano , Pianíssimo


e Pianissíssimo

Quando tratamos sobre o volume que devem ser executadas as canções do Coral ,
existe um conceito universal aplicado em orquestras , corais e bing bands , que é
chamado de intensidade das notas ou acentuação das mesmas , está relacionado
ao volume que cada nota terá que ser cantada ou tocada , dentre deles temos :

O Mezzo Piano – Quando a nota deve ser tocada em volume médio . (mp)

O Piano - Quando se deve tocar ou cantar em volume baixo (p) .

O Pianíssimo – Quando se deve cantar ou tocar em volume ainda mais baixo


(pp) .

O Pianissíssimo - Quando se deve tocar ou cantar de maneira tão baixa a ponto


de ouvirmos pouquíssimo (ppp) .

Isso traz uma dinâmica a melodia que esta proposta a música , dando emoção ,
cadência e intensidade .

Melodia em Volume Mezzo forte , Forte , Fortíssimo e


Fortissíssimo

Aplicando-se a mesma regra sobre volume do tema anterior , destacamos as notas


acentuadas chamadas de :

Mezzo forte – A nota será cantada ou tocada em volume médio pra alto .
(Intermediário) (mf)

Forte - A nota será executada com volume mais alto (f) .

Fortíssimo – A nota será cantada ou tocada em volume muito mais alto (ff) .
Fortissíssimo – A nota será cantada o tocada em volume altíssimo (fff) .

Vibratos em Harmonia Vocal

O vibrato é a técnica de vibrar as cordas vocais ou instrumentos musicais com voz


ou os dedos respectivamente . Consiste num som diferenciado que basicamente
faz a nota principal cantada sofrer alteração de frequência , mas sem a perda da
afinação . No caso do coral , podemos reproduzir qualquer acorde vocalmente
utilizando essa técnica . O vibrato traz um efeito na harmonia vocal muito lindo ,
se você já viu os corais black americanos cantando , poderá perceber que eles
usam muito este artifício , deixam a harmonia bem vibrante e brilhante , assim
dando mais beleza ao canto . Assim damos mais dinâmica a música .

Se você executar uma tríade vocal sem vibrato e depois com , perceberá a
diferença do tipo de timbragem que cada um tem na harmonia vocal em coral .

Façam isso agora usando a seguinte tríade T 3b 5 no tom de Ré menor (Dm) :

Os Sopranos e Mezzos Sopranos farão : Lá 4 na voz

Os Contraltos : Fá 4

Os 1° Tenores : Ré 4

Os 2° Tenores : Lá 3

Os Barítonos : Ré 3

Os Baixos : Lá 2

Reproduzam sem vibrato e depois com vibrato .


Harmonia Vocal Crescente com Volume Progressivo

Iremos agora executar uma progressão harmônica em volume mezzo piano ,


piano , mezzo forte e forte , faremos 5 acordes em harmonia vocal utilizando as
respectivas palavras em cada volume , Deus – é – meu - pai – sim :

Dó maior (C) será em mezzo piano ( T 3 5)

Lá menor (Am) será em piano ( T 3b 5 )

Ré menor (Dm) será em Mezzo forte ( T 3 b 5 )

Sol maior com 7 (G7) será em Forte ( T 3 5 7 )

Dó maior será cantando novamente , porém agora em som forte .

Aumentaremos o volume começando do mezzo piano ao forte , trabalharemos


essa progressão em naipes de vozes nas notas descritas em sequência pelo piano
, como a seguir :

Sopranos e Mezzos Contraltos 2° Tenores e 1° Tenores


(mp) Sol 4 Mi 4 Dó 4

(p) Lá 4 Mi 4 Dó 4

(mf) Lá 4 Fá 4 Ré 4

(f) Sol 4 Fá 4 Si 3

(f) Sol 4 Mi 4 Dó 4

Baixos e Barítonos

Sol 3

Lá 3

Lá 3

Sol 3

Sol 3
Timbragens das Vozes em Uníssono

O assunto timbragens é bem vasto , mas , tratando-se de vozes em uníssono ,


podemos de maneira simplificada entender que , para timbrar precisamos cantar
com a mesma intensidade de volume , impostação de voz e colocação das
notas . Em um coral , quando dizemos que vamos cantar em uníssono , significa
que todos vão cantar a melodia principal e não terá harmonia vocal . Todas as
vozes terão que se ajustar a um padrão de volume também , claro que , as vozes
femininas na região aguda (uma 8° acima ) e as masculinas na região grave ( uma
8° abaixo ) . O ideal é que consigamos que muitas vozes soem como se fossem
apenas uma só , ou seja , o mesmo timbre . Isso dá uma beleza vocal espetacular
ao coral e é muito agradável aos ouvidos humanos de qualquer indivíduo .
Geralmente em gravações de cd’s ou ep’s em estúdios , os back-vocais de cantores
ou cantoras trabalham com mesmo tipo de timbragem , enfatizando quase a
mesma frequência das vozes de todos os back-vocais para que soem apenas uma
voz como efeito .

Pirâmides Vocais Reproduzidas em Naipes

A pirâmide vocal consiste em fazer uma harmonia em naipes de vozes que


começa primeiro : um naipe sozinho cantando uma nota , depois entra o outro
naipe cantando em sequência outra nota , que irá se unir com a primeira
gerando um dueto . Logo após vem outro naipe cantando outra nota que vai se
unir ao dueto , formado assim a tríade . Isso pode ser chamado de notas
sequenciais em harmonia , que começam isoladas e depois fecham o acorde .

Faça agora você na prática com mais 2 pessoas no campo harmônico de Lá maior
(A) do seguinte modo :

O soprano começará a cantar a nota Lá 4 e irá mantê-la por 8 segundos na


afinação .

O contralto cantará a nota Mi 4 após 2 segundos do soprano para se unir a ele


, sustentará por 6 segundos essa nota .

O tenor cantará após 4 segundos do soprano a nota Dó# 4 , e a sustentará por 4


segundos até completa os 8 segundos do soprano .

Pronto ! Já temos uma pirâmide vocal descendente . Podemos fazer o inverso


começando pelo tenor sustentando a mesma nota sendo que agora por 8 segundos
, o contralto permanece na mesma nota , e cantará 2 segundos após o início do
tenor e manterá a nota por 6 segundos unida com ele . E o soprano cantará a
mesma nota 4 segundos após o tenor , sustentará ela por 4 segundos se unindo
ao contralto e o tenor .

Você pode começar a pirâmide vocal pelo contralto também , misturando a ordem ,
porém só não poderá mudar a nota que está na tessitura vocal de cada naipe .

Divisão de Vozes com Impacto

Esse tipo de divisão ocorre quando a música começa com a melodia de notas em
volume alto e cortamos os sons das notas em algumas terminações das palavras ,
não estendendo ou prolongando o som . Antes de executar essas notas é
importante ter domínio da respiração clavicular ou intercostal , para dar mais
armazenamento de ar e quando liberarmos o ar , atingirmos as notas em volume
alto na afinação exata da nota . Este assunto abrange também a projeção vocal ,
mas isso fica sob a responsabilidade do professor do canto individual , que os
auxiliara e ensinará como domina-las .

Trinados

Trinado é a técnica que utiliza um pouco da apogiatura vocal , intercalando no


máximo a nota de um tom para um semitom ou de tom para tom , como no
exemplo :

Se cantarmos Lá 3 e depois Lá# 3 , teremos que fazer o Lá 3 com a prega vocal


fechada e o Lá # 3 somente com a laringe , ou seja teremos que ligar uma nota a
outra , sempre sendo dessa forma .

Na reprodução dos acordes se aplicam a mesma ideia . Façam agora a tríade de T


3b 5 em Si menor(Bm) e depois executem T 3 5 em Dó maior(C) em trinado .

Notas da tríade de Si menor – Si , Ré e Fá # .

Notas da tríade de Dó maior – Dó , Mi e Sol .


Execícios de Fixação

1 – Quantos tipos de volumes ou sons acentuadas existem na


dinâmica sonora vocal ?
2 - O que são vibratos em harmonia vocal ?
3 – O que significa vozes em uníssono ?
4 – Como fazer uma pirâmide vocal ?
5 – O que são divisão de vozes com impacto ?
6 – O que são trinados ?
Considerações Finais

Caro aluno , chegamos ao final deste módulo , e , minha


expectativa é que você tenha absorvido de maneira bem
significativa todo o conteúdo desta apostila . Releia todos
temas que estão descritos aqui quantas vezes forem
necessárias . Em caso de dúvidas , ou qualquer dificuldade
de entendimento , esclareceremos nas aulas de canto coral
. Sejam bastante dedicados e aplicados no período de
aprendizagem . Toda a evolução requer foco , tempo e
persistência . O meu desejo como professor é o seu
crescimento musical com excelência , e espero que com
afinco você mesmo busque isso . Não sejamos apenas bom
no que fazemos , porque a maioria das pessoas que
estudam anos a música conseguem ser bons , porém , seja
diferenciado , crie metas mais ousados , faça o que a
maioria não faz . Conforme o tempo for passando , os
resultados virão e serão incríveis , tudo vai depender de
quanto tempo você se dispõe a estudar o Canto Coral .
Desde já agradeço a você que fez o uso deste material .
Que Deus te abençoe , e que ele te dê sabedoria neste
percurso .

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