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Em 8 de outubro de 1888, Victoria, ex-escrava de Marcos Leão

velloso, proprietário o engenho Coité, no termo de Inhambupe,


dirigiu-se ao Presidente da Província, solicitando que lhe fossem
entregues seus três filhos (Victoriana, de 12 anos; Porcina, de 10;
Europio, de 6), que até aquela data eram mantidos como
escravos, trabalhando nos canaviais e sujeitos a castigos.
Victoriana informa que, “indo a africana Felicidade, de nação
nagô, pedir também aos seus netos, os referidos filhos da
Supplicante, não quis o mesmo Marcos Leão Velloso entregá-los,
prendendo-os na dispensa da casa onde mora”.
Outra estratégia usadas por alguns ex-senhores foi recorrer à
força para obrigar os libertos a trabalharem sem renumeração.
Há notícias de que libertos estavam sendo mantidos em cárcere
privado e presos no tronco no interior da província, por se
recusarem a trabalhar gratuitamente. (...)

[Essa citação vem do texto ''Libertos de Treze de Maio'', ex-


senhores na Bahia: Conflitos no pós-abolição.
Quem publicou foi a historiadora Iacy Maia Mata ex-
professora da UNEB campus II e atualmente professora da
UFBA.]

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