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Acupuntura na IVC

Acupuntura na Acupuntura na IVC


 Acupuntura na Insuficiência Vascular Crônica
Por: Renata Estrella
Dezembro de 2008
INSUFICIÊNCIA VASCULAR CRÔNICA

Revisão Anatômica e Fisiológica

O sistema vascular consiste em 2 sistemas interdependentes: o


lado direito do coração que faz a circulação pulmonar e do lado
esquerdo que faz a circulação sistêmica.
As artérias distribuem o sangue oxigenado do lado esquerdo do
coração para os tecidos, enquanto as veias conduzem o sangue
desoxigenado dos tecidos para o lado direito do coração. Os vasos
capilares localizados dentro dos tecidos unem o sistema arterial e
venoso e constituem um local de troca de nutrientes e resíduos
metabólicos. As arteríolas e vênulas constituem a micro-circulação
juntamente com os capilares.
O sistema linfático complementa a função do sistema circulatório.

Anatomia do Sistema Vascular

Artérias e Arteríolas

As artérias são estruturas, de paredes espessas. A aorta dá origem


a numerosos ramos que se dividem em vasos menores, artérias e
arteríolas.
As paredes das artérias e arteríolas são compostas de 3 camadas: a
camada interna (uma camada interna de células endoteliais); a
camada média (uma camada média de tecido elástico liso/ e
adventícia ( uma camada externa de tecido conjuntivo)
O músculo liso controla o diâmetro do vaso ao se contrair e se
relaxar. Fatores químicos, hormonais e relacionados ao sistema
nervoso influenciam a atividade do músculo liso.
Capilares

São compostas de uma única camada de células endoteliais. Essa


estrutura de paredes delgadas permite o transporte rápido e
eficiente de nutrientes para as células e a remoção de restos
metabólicos.

Veias e Vênulas

Os capilares se unem entre si para formarem vasos maiores


chamados de vênulas, que por sua vez se unem para formarem as
veias. As paredes das veias são mais delgadas, e
consideravelmente menos musculares, permitindo a maior
distensibilidade e complacência possibilitando o armazenamento
de grandes volumes de sangue sob baixa pressão.
Certas veias são equipadas de valvas. As veias que transportam
sangue contra a força de gravidade como nas extremidades
inferiores, têm valvas unidirecionais, evitando que o sangue reflua
à medida que é impelido em direção ao coração.

Vasos linfáticos

Rede complexa de paredes finas que serve para coletar o líquido


linfático a partir de tecidos e órgão e transportá-lo para a
circulação venosa.

FUNÇÃO DO SISTEMA VASCULAR

Necessidades Circulatórias dos Tecidos

A percentagem de fluxo sanguíneo recebida individualmente pelos


órgãos e tecidos é determinada pelo ritmo de metabolismo
tecidual, disponibilidade de oxigênio e função dos tecidos. Quando
as necessidades metabólicas aumentam, os vasos sanguíneos se
dilatam, aumentando a oferta de O2 e nutrientes aos tecidos.
Quando diminui as necessidades metabólicas, os vasos se
contraem, reduzindo assim o fluxo de sangue. Se os vasos
sanguíneos deixarem de se dilatar em resposta a necessidade de
maior fluxo de sangue ocorrerá isquemia tissular (suprimento
deficiente de sangue).
Fluxo Sanguíneo

O fluxo sanguíneo através do sistema cardiovascular sempre


prossegue na mesma direção. Lado esquerdo do coração para a
aorta, artérias, arteríolas, capilares, vênulas, veias, veias cavas e
lado direito do coração. Este fluxo unidirecional é causado por
uma diferença de pressão que existem entre o sistema arterial e
venoso. Como a pressão arterial é maior que a venosa e o liquido
sempre flui de uma área de alta pressão para uma área de pressão
menor o sangue flui do sistema arterial para o venoso.

Filtração e Reabsorção Capilares

O equilíbrio entre as forças hidrostática ( é uma pressão de


acionamento gerada pela pressão arterial) e pressão osmótica ( é a
força de atração criada pelas proteínas plasmáticas) do sangue e
do interstício, bem como a permeabilidade capilar, governa a
intensidade e a direção do movimento de liquido através do
capilar.

Resistência Hemodinâmica

O fator mais importante que determina a resistência é o raio do


vaso, sendo assim resistência vascular periférica é a oposição ao
fluxo de sangue criado pelos vasos sanguíneos.
A viscosidade do sangue e o comprimento do vaso, sob condições
normais, não se alteram significativamente. Contudo um grande
aumento do hematócrito pode aumentar a viscosidade sanguínea
e reduzir o fluxo sanguíneo capilar.

Mecanismo de Regulação Vascular Periférica

Como as necessidades metabólicas dos tecidos corporais, mesmo


em repouso estão mudando continuamente a necessidade de um
sistema regulador integrado e coordenado de modo que o fluxo
sanguíneo para as determinadas áreas seja mantida em relação as
necessidades dessas áreas. Esse mecanismo regulador consiste em
influencias do SNC, hormônios e substâncias químicas
circulantes, e na atividade independente da própria parede
arterial.
A noradrenalina é um neurotransmissor responsável pela
vasoconstrição simpática. A adrenalina age na constrição dos
vasos sanguíneos periférico. A angiotensina estimula a constrição
arterial e a serotonina contra as arteríolas.

Fisiopatologia do Sistema Vascular

O fluxo de seguimento reduzido dos vasos sanguíneos periféricos


caracteriza todas doenças vasculares periféricos. Se as
necessidades teciduais forem altas, o fluxo sanguíneo reduzido
pode ser inadequado para manter a integridade tissular levando a
isquemia tecidual.

Insuficiência Cardíaca: A insuficiência cardíaca esquerda causa


acúmulo de sangue nos pulmões e redução do fluxo anterógrado
ou do débito cardíaco o que resulta em fluxo sanguíneo arterial
inadequado aos tecidos. A IC direita causa congestão venosa
central e uma redução no fluxo anterógrado.

Alterações nos vasos sanguíneos e linfáticos: artérias podem estar


obstruídas por placa aterosclerótica, trombo ou êmbolo. Artérias
lesionadas ou obstruídas por trauma químico ou mecânico,
infecções ou processos inflamatórios, distúrbios vasoespásticos e
mau formações congênitas. Oclusão arterial súbita leva a isquemia
arterial profunda com freqüência irreversível e morte tecidual. Se
oclusões arteriais graduais há desenvolvimento de circulação
colateral e menor riso de morte tecidual súbita.
O fluxo sanguíneo venoso pode ser reduzido por trombo, válvulas
venosas incompetentes ou por redução da eficácia da ação de
bombeamentos dos músculos circunvizinhos. A diminuição do
fluxo sanguíneo venoso aumenta a pressão venosa e pressão
hidrostática capilar, filtração de liquido para fora dos capilares e
para dentro do espaço intersticial e conseguinte edema, deixando
os tecidos susceptíveis a ruptura ou lesão e a infecção. Os vasos
linfáticos também podem ser obstruídos por tumores ou por lesão
decorrente de trauma mecânico ou processos inflamatórios.
Insuficiência circulatória dos membros; As doenças vasculares
periféricas causam isquemia e produzem dor, alterações cutâneas,
pulso diminuído e possível edema. O tipo e a gravidade dos
sintomas dependem do tipo, estágio, extensão do processo da
doença, e da velocidade que o processo se desenvolve.
Histórico de Saúde e Manifestações Clínicas

Pacientes com insuficiência vascular periférica comumente


apresentam dor muscular do tipo câimbras nos membros,
reproduzida de forma consistente com mesmo grau de exercício e
atividade e aliviada pelo repouso.
Claudicação intermitente: (Dor) Deve - se a incapacidade do
sistema arterial de fornecer fluxo sanguíneo apropriado para os
tecidos diante das demandas aumentadas por nutrientes durante
o exercício, quando são produzidos metabólicos musculares e
ácidos lático agravando as terminações nervosas do tecido
circunvizinho.
O local da doença arterial pode ser deduzido da localização da
claudicação, porque a dor ocorre nos grupos musculares abaixo da
doença.
Alterações na aparência e temperatura da pele. Fluxo sanguíneo
inadequado resulta em membros frios e pálidos.
A coloração vermelha-azulada dos membros e observada durante
20 segundos a 2 minutos depois que o membro fica pendente.
Rubor - sugere lesão arterial periférica grave em que o vasos
permanecem dilatados. A cianose manifesta-se quando a
quantidade de hemoglobina oxigenada contida no sangue é
reduzida. As alterações adicionais decorrentes do fluxo de
nutrientes reduzido englobam perda de pêlos, unhas quebradiças,
pele seca ou descamativa, atrofia e ulcerações. O edema pode ser
bilateral ou unilateral estando relacionado com a posição
pendente do membro afetado, decorrente da dor em repouso
intensa.
Alterações gangrenosas surgem após a isquemia grave prolongada
e representa a necrose tecidual.

Pulso: Determinar presença ou ausência e a qualidade dos pulsos


periféricos. A ausência de pulso pode indicar que o local da
estenose é proximal à localização. Os Pulsos devem ser palpados a
nível bilateral em caráter simultâneo, comparando ambos os lados
para simetria na freqüência, ritmo e qualidade.

Avaliação Diagnóstica

Exames de Fluxo por ultra-som em Doppler

Quando os pulsos não conseguem ser palpados usa-se um


aparelho de ultra som com Doppler de onda contínua (CW), que é
empregado para ouvir o fluxo sanguíneo nos vasos. Esse aparelho
manual emite um sinal continuo através dos tecidos do paciente
que são refletidos pelas células sanguíneas em movimento e são
captados pelo aparelho. O sinal de Doppler com filtração do
débito é então transmitido a um auto-falante ou a um fone de
ouvido, onde pode ser ouvido para a interpretação.

Teste de Esforço

Usado para determinar quando um paciente pode caminhar e para


medir a pressão arterial sistólica do tornozelo em resposta a
caminhada. O paciente caminha sobre uma esteira a uma
velocidade aproximada de 2,4 Km/h, com uma inclinação de 10%,
durante um período máximo de 5 minutos uma resposta normal
ao teste é uma queda pequena ou ausência de queda na pressão
sistólica no tornozelo após o exercício. Em um paciente com
claudicação verdadeira a pressão do tornozelo cai.

Tomografia Computadorizada

Fornece imagens transversais do tecido mole e pode identificar as


áreas de alterações volumétricas em um membro ou
compartimento. Os períodos de imageamento são curtos; contudo,
o paciente é exposto às radiografias, devendo o agente de
contraste ser comumente injetado para avaliar os vasos
sanguíneos.

Angiografia por TC

Um scanner de TC em espiral e a infusão intravenosa do agente de


contraste são utilizados para imagear cortes muito finos da área
alvo. A angiografia por TC mostra melhor a aorta e as principais
artérias viscerais do que ramos vasculares menores. O grande
volume do agente de constaste exigido limita a utilidade desse
exame nos pacientes com sensibilidade ao contraste ou com
função renal muito comprometida.

Angiografia por Ressonância Magnética

É realizada com um scanner de imageamento por ressonância


magnética comum, mas com um programa de intensificação de
imagem especificamente ajustado para isolar os vasos sanguíneos.
Esse exame pode ser feito em pacientes com a função renal
debilitada e nos que são sensíveis ao agente de contraste, pois não
é necessário nenhum agente de contraste.

Angiografia

O procedimento envolve injetar um agente de contraste radiopaco


diretamente dentro do sistema vascular para localizar os vasos. A
localização de uma obstrução vascular ou de um aneurisma e a
circulação colateral podem ser demonstradas. Pode ocorrer
irritação no local da injeção. Raramente pode haver reação
alérgica imediata ou tardia ao iodo contido no agente de contraste.
As manifestações compreendem dispnéia, náuseas, vômitos,
sudorese, taquicardia e dormência dos membros. Qualquer uma
dessas reações deve ser relatada imediatamente o tratamento
pode englobar administração de epinefrina, anti-histamínicos ou
corticosteróides. Os riscos adicionais incluem lesão vascular,
sangramento e AVC.

Bloqueio Simpático Lombar

Raramente utilizado, porém pode ser empreendido para avaliar a


circulação periférica. É feita uma injeção de anestésico local no
espaço epidural lombar, visando bloquear os nervos simpáticos
para as pernas, Como os nervos simpáticos controlam a tensão
nos músculos dos vasos sanguíneos, bloquear esses nervos deve
produzir a vaso-dilatação e o aumento da temperatura nas pernas
ou apenas um discreto aumento. Esse teste ajuda a determinação
se a simpatectomia (interrupção das vias aferentes na divisão
simpática do sistema nervoso autonômico) beneficiaria um
paciente com circulação comprometida nas pernas. A
simpatectomia elimina o vaso-espasmo e melhora o fluxo
sanguíneo periférico, ela pode ser usada se não houver nenhuma
outra opção cirúrgica e nos casos de distrofia simpática reflexo.

Pletismografia com ar

Nomeada para compartimentos aéreos padronizados que se


adaptam ao redor da perna e que são calibrados depois de ser
cheios com uma quantidade padronizada de ar, a pletismografia
aérea quantifica o refluxo venoso e a ejeção da bomba muscular da
panturrilha. As alterações no volume são medidas com as pernas
do paciente elevadas, com o paciente em decúbito dorsal e em pé,
e depois que o paciente realiza as elevações sobre os pés. A
pletismografia aérea fornece informações sobre o tempo de
enchimento venoso, o volume venoso funcional, o volume ejetado
e o volume residual, sendo útil na avaliação de pacientes com
suspeita de incompetência vascular ou insuficiência venosa
crônica.

Flebografia com contraste

Também conhecida como venografia, a flebografia com contraste


envolve a injeção de meios de contraste radiográfico dentro do
sistema venoso através de uma veia dorsal do pé. Quando existe
um trombo, uma imagem radiográfica revelará um segmento não-
cheio de veia em uma veia, de outra forma completamente cheia.
A injeção do agente de contraste pode provocar uma inflamação
breve, porém dolorosa, da veia. O teste é geralmente realizado
quando o paciente deve sofrer a terapia trombolítica, mas o ultra-
som é atualmente aceito como o padrão principal para
diagnosticar a trombose venosa.

Linfocintigrafia

A linfocintigrafia é uma alternativa confiável para a


linfangiografia. Um colóide marcado com radioatividade é
injetado ao nível subcutâneo no segundo espaço interdigital. Em
seguida, o membro é exercitado para facilitar a captação do
colóide pelo sistema linfático. Imagens seriadas são obtidas a
seguir, em intervalos predeterminados.

Linfangiografia

A linfagiografia confere um meio de detectar o envolvimento de


linfonodos por carcinoma metastático, linfoma ou infecção nos
locais que são, de outro modo, inacessíveis ao examinador, exceto
por cirurgia. Nesse exame, um vaso linfático em cada pé(ou mão)
é injetado com o agente de contraste. Uma série de radiografias é
obtida na conclusão da injeção 24 horas após e, depois disso, em
caráter periódico, conforme indicado. A falha em opacificar os
coletores subcutâneos e a persistência do agente de contraste no
tecido após dias contribuem para um diagnóstico de linfedema.

TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS ARTERIAIS

Arteriosclerose e aterosclerose

A arteriosclerose é um processo difuso por meio do qual as fibras


musculares e o revestimento endotelial das paredes dos vasos
tornam-se espessadas, literalmente ocorre o endurecimento das
artérias.
A aterosclerose é a doença de artérias de grande ou médio calibre
caracterizada por alterações da íntima representadas por acúmulo
de lipídios, carboidratos, componentes do sangue, células e
material intercelular, dando origem as placas de ateroma.

Fisiopatologia

Os resultados diretos mais comuns da aterosclerose englobam a


estenose (estreitamento) da luz, obstrução por trombose,
aneurismas, ulceração e ruptura. Os resultados indiretos são a
desnutrição e a fibrose subseqüente dos órgãos que são supridos
pelas artérias escleróticas.
A aterosclerose pode desenvolver-se em qualquer ponto no corpo,
mas existem locais que são mais vulneráveis, tipicamente as áreas
de bifurcação ou ramificação. No membro inferior, esses locais
compreendem a aorta abdominal distal, as artérias ilíacas
comuns, o orifício das aterias femorais superficial e profunda, e a
artéria femoral superficial do canal adutor.
Várias teorias sobre o desenvolvimento da aterosclerose foram
combinadas na teoria de reação à lesão. De acordo com essa
teoria, a lesão da célula endotelial vascular resulta de forças
hemodinâmicas prolongadas, como os estresses de cisalhamento e
do fluxo turbulento, radiação, substâncias químicas ou
hiperlipidemia crônica no sistema arterial. A lesão do endotélio
aumenta a agregação das plaquetas e monócitos no local da lesão.
As células musculares lisas migram e proliferam-se, permitindo
que se forme a matriz de colágeno e de fibras elásticas. Pode se
que não exista uma causa ou mecanismo único para o
desenvolvimento da aterosclerose: em vez disso, podem estar
envolvidos múltiplos processos.
Morfologicamente as lesões escleróticas são de dois tipos: as
artérias gordurosas (são amarelas e lisas, compostas de lipídios e
células musculares lisas alongadas e fazem protusão para dentro
da luz da artéria; e as placas fibrosas (esbranquiçadas, branco
amarelada, faz protusão para dentro da luz em graus variados,
podem até obstruir totalmente).

Fatores de Risco

· idade
· Sexo
· Tabagismo
· Obesidade
· Estresse
· Sedentarismo
· Hipertensão arterial
· Dieta muito gordurosa.
Prevenção

· Dieta hipolipídica
· Mudança no estilo de vida
· Abolir o fumo
· Hipotensores
· Várias classes de medicamento são usadas para evitar a
aterosclerose: seqüestrador de ácidos biliares acido nicotínico,
estatinas, ácidos fíbricos, substâncias lipofílicas e terapia de
reposição de estrogênio (supervisão médica);

Manifestação Clínicas

Dependem do órgão ou tecido afetado.

Tratamento Médico

· Modificação dos fatores de risco.


· Programa de exercícios controlados para melhorar a circulação e
aumentar a capacidade funcional.
· Medicamentos e procedimentos intervencionais ou de enxertos
cirúrgicos.

Tratamento Cirúrgico

Procedimentos de influxo: fornecem aporte sanguíneo da aorta


para dentro da artéria femoral.
Procedimento de efluxo: fornecem aporte sanguíneo da aorta para
os vasos abaixo da artéria femoral.

Intervenções Radiológicas

A aterectomia rotacional remove as lesões por fazer abrasão da


placa que ocluiu por completo a artéria.
Quando uma lesão isolada ou lesão são identificadas durante a
arteriografia, pode ser realizada uma angioplastia, também
chamada de angioplastia transluminal (PIA). Depois que o
paciente recebe um anestésico local, um cateter com balão nas
extremidades é manobrado através da área de estenose. Há
controvérsia sobre o modo exato pelo qual o PTA atua. Alguns
teorizam que ela melhora o fluxo sanguíneo por fazer o
estiramento adicional das fibras elásticas (dilatação) do segmento
arterial sadio. Porém, muitos acreditam que o procedimento
alarga a luz arterial por fissuras e achatar a placa contra a parede
Vascular.

Complicaçôes do PTA: Hematomas, êmbolo, dissecção do vaso e


sangramento. Para diminuir o risco de reoclusão, estentores
podem ser inseridos para suportar as paredes dos vasos
sanguíneos e evitar o colapso imediatamente após a insuflação do
balão.
Complicaçôes dos Estentores: embolização distal. lesão da camada
íntima, deslocamento do estentor,

Intervenções de Enfermagem

à Arterosclerose e aterosclerose
* Melhora a circulação arterial periférica
* auxiliar o paciente a caminhar;
* Promover aplicação de calor para facilitar o fluxo arterial;
* Instruir o paciente a não expor a baixa temperaturas para não
promover
vasoconstrição;
* Abaixar os membros a um nível inferior ao do coração;
* Encorajar o uso de calçados protetores e acolchoamento para
áreas de pressão, para evitar traumas.
* Alivio da dor com administração de analgésicos;
* Hidratação do membro;
* Dieta hipolipídica;
* Plano de redução do peso;
* Orientar o paciente quanto ao auto-cuidado.

Doença Arterial Oclusiva Periférica

Usualmente é encontrada em indivíduos com mais de 50 anos de


idade. Mais comum entre os homens, as pernas são as mais
acometidas. A idade de início e a gravidade se devem ao tipo e
número de fatores de risco aterosclerótico. As lesões obstrutivas
se dão comumente nos segmentos do sistema arterial que se
estende da aorta, abaixo das artérias renais, até a poplítea. A
doença oclusiva distal pode ser vista freqüentemente nos
pacientes com diabetes mellitus e na população geriátrica.

Manifestações Clínicas

- Claudicação intermitente: dor insidiosa, pulsátil em câimbras,


fadigas ou fraqueza.
- Dor em repouso: persistente, pulsátil ou perturbadora, costuma
estar presente nas porções distais das extremidades. a elevação
das extremidades ou sua colocação na posição horizontal
aumentam a dor e a posição pendente a reduz.
- Resfriamento ou dormência: decorrente do menor fluxo arterial.
Ao exame a extremidade pode estar fria e pálida quando elevada,
ou avermelhada e cianótica quando pendente.
- Alterações ungueais e cutâneas, ulcerações, gangrena e atrofia
muscular podem ser observadas.
- Sopro: ouvido com o estetoscópio, ruído produzido pelo fluxo
turbulento de sangue através de um vaso irregular e com estenose,
através do seguimento dilatado de um vaso – um aneurisma.
- Pulsos periféricos diminuídos ou ausentes.

Histórico de Enfermagem

- História dos sintomas e exame físico do paciente


- O exame dos pulsos periféricos é uma parte importante da
avaliação da doença arterial oclusiva. Os pulsos podem estar
desiguais ou ausentes. A artéria pediosa no dorso do pé em geral
encontra-se ausente em 7% da população.
- Cor e temperatura devem ser anotadas e os pulsos palpados.
- Unhas podem estar espessadas e opacas.
- Pele brilhosa, atrófica e ressecada, com escasso crescimento de
pêlos. Deve-se comparar ambas as extremidades.

Diagnóstico

- Doppler
- Oscilometria
- Angiografia
- Angiografia por subtração digital (ASD)
- Teste ergométrico
- Bloqueio simpático lombar
Tratamento

- Angioplastia transluminal percutânea:


- Terapia trombolítica.
_ Tromboliseangioplastia : combinação dos 2 tratamentos
anteriores.
- Simpatectomia.
- Enxerto Vascular ou endarterectomia. Ligação de 2 vasos com
bom fluxo entre si. O
material pode ser sintético (Dácron) ou de veias autógenas ( Ex.
veia safena).

Cuidados.

- Geralmente, os pacientes se sentem melhor com algum tipo de


programa de exercícios. Deve ser feito juntamente com uma
redução de peso e cessação do fumo.

Internações de Enfermagem Pós Operatório

- Os pulsos das extremidades devem ser anotados e comparados.


- Verificar ausência de pulso.
- Cor e temperatura devem ser monitorizadas.
- Monitorização contínua do débito urinário, pressão venosa
central, condições mentais, freqüência e volume de pulso.
- Evitar cruzar as pernas ou mantê-las penduradas.
- Elevar as pernas para reduzir o edema.

Doença arterial Oclusiva no membro Superior

As oclusões do membro superior ocorrem com menor freqüência e


não são tão sintomáticas quanto aquelas nos membros inferiores,
porque a circulação colateral é melhor nos membros superiores e
o braço possui menos massa muscular e não esta sujeito a mesma
carga de trabalho das pernas.

Manifestações clínicas

A estenose que ocorre na origem do vaso, proximal a artéria


vertebral, colocando como principal contribuinte para o fluxo e as
oclusões no membro superior resultam da aterosclerose ou
trauma. O indivíduo pode desenvolver a síndrome do roubo
subclávio (fluxo invertido na artéria vertebral e basilar para
fornecer fluxo sanguíneo para o braço) causando sintomas
vértebro-basilares (cerebrais), vertigem ataxia, síncope e
alterações visuais bilaterais.
O paciente queixa-se de fadiga no braço, dor ao exercício
incapacidade para sustentar objetos e dificuldade para dirigir
veículos auto motores.

Histórico e achados diagnósticos

O histórico deve incluir resfriamento unilateral e palidez do


membro afetado, enchimento capilar diminuído e diferença nas
pressões arteriais no braço superior a 20 mmHg. Estudos não
evasivos como pressões arteriais no braço e antebraço e ultras-
som duplex são usados para identificar a localização anatômica da
lesão e para avaliar a hemodinâmica do fluxo sanguíneo. A
avaliação trans-craniana com Doppler é usada para avaliar a
circulação intra craniana e detectar qualquer sifonamento do fluxo
sanguíneo a partir da circulação posterior para gerar o fluxo
sanguíneo para o braço afetado. Pode ser necessária a
arteriografia.

Tratamento Médico

Se lesão focal curta um PTA pode ser utilizado. Já se a lesão


envolve a artéria subclávia com a sifonagem documentada do
fluxo sanguíneo a partir da circulação intracraniana existem os
seguintes procedimentos cirúrgicos: bypass carotídeo – subclávia,
bypass axilo-axilar e reimplante autólogo da subclávia e
reimplante autólogo da subclávia na artéria corótida.
Intervenções de Enfermagem

O histórico de enfermagem envolve comparações das pressões do


braço, pulso radial, ulnar e braquial, funções motora e sensorial,
temperatura; alterações de coloração e enchimento capilar. No pré
operatório, o braço é mantido ao nível do coração e protegido
contra o frio, punções venosas ou arteriais, fitas adesivas e
curativos constritivo. No Pós- operatório, o braço é mantido ao
nível cardíaco ou elevado com os dedos ao nível mais elevado.
Punções motoras e sensorial, Calor, coloração, enchimento capilar
e os pulsação monitorizados com avaliação por doppler do fluxo
arterial a cada hora durante 24 horas. A pressão arterial é avaliada
a cada duas horas durante 24 horas.

Doença aórticas

Aortite

É uma inflamação da aorta, particularmente do arco aórtico, são


conhecidos 2 tipos:

· Doença de Takayasu – doença inflamatória crônica, do arco


aórtico e seus ramos, que provoca sintomas isquêmicos
acometendo extremidades superiores cérebro e olho.
· Sifilítica – acomete a raiz da aorta e a aorta asadenter,
produzindo uma moderada dilatação da aorta, podendo também
causar insuficiência aórtica, oclusão dos óstios coronário de
aneurisma.

Aneurismas Aórticos

É um saco ou dilatação localizada que acomete uma artéria e


constitui um ponto fraco na parede vascular. A causa mais comum
é a aterosclerose podendo também ser causa os traumatismos da
parede da artéria, infecção e defeitos congênitos da parede
arterial.

Aneurisma da aorta torácica

A principal causa é a aterosclerose. As principais sintomas são


dor, dispnéia, tosse, rouquidão, disfagia. O diagnóstico é feito
principalmente pelo Rx de tórax, ultra-sonografia e tomografia
computadorizada. Na maioria dos casos o tratamento é através da
correção cirúrgica sendo importante o controle da PA, através de
drogas anti – hipertensivas.

Aneurisma da aorta abdominal

A principal causa é a aterosclerose, é a maior parte destes


aneurismas ocorre abaixo das artérias renais. Sendo que os
principais fatores de risco incluem predisposição genética,
tabagismo e HÁ. Alguns dos pacientes queixam que sentem o
“coração bater” no abdome, outros sentem presença de uma
massa abdominal, sendo possível ouvir sobre esta massa um sopro
sistólico. O diagnóstico é feito através da Rx abdominal, US e
tomografia computadorizada. O tratamento de escolha é a cirurgia
onde o aneurisma é ressecado e instalado o enxerto. Os sinais de
iminente ruptura incluem dor nas costas ou dor abdominal.

Aneurisma dissecante da aorta

Muitas vezes este tipo de aneurisma está associado a HÁ mal


controlada, provocando dilacerações e oclusões de artérias. Pode
provocar com esta obstrução o hemopericárdio (derrame de
sangue dentro do saco pericárdio) ou insuficiência aórtica e
poderá assim causar oclusão das artérias que alimentam o trato
gastrintestinal rins, medula espinhal ou até mesmo as pernas. Os
principais sintomas são da intensa e persistente, palidez,
sudorese, taquicardia. O diagnóstico é feito através do
angiograma, imagem por TC, US e imageamento por ressonância
magnética. O tratamento médico ou cirúrgico deve acompanhar o
tratamento dos aneurismas aórticos torácicos.

Embolia e Trombose Arteriais

A oclusão vascular aguda pode decorrer de um êmbolo ou de uma


trombose aguda. Um êmbolo geralmente é diagnosticado com
base na natureza repentina ou aguda do início dos sintomas e na
suspeita de uma possível fonte de êmbolos. Os êmbolos também
podem se desenvolver na aterosclerose avançada, porque as placas
ateromatosas se ulceram e ficam rugosas.
A trombose arterial também pode ocluir agudamente uma artéria,
sendo que a trombose é um coagulo de desenvolvimento que
costuma ocorrer onde a parede arterial está usada geralmente em
decorrência de aterosclerose.
Manifestação clinicas: palidez, dor aguda, ausência de pulsação e
paralisia.
O tratamento depende de sua causa, geralmente é realizada a
cirurgia chamada embolectomia. Quando existe circulação
colateral inclui como tratamento com anticoagulação venosa com
heparina. Também agentes trombolíticos.

Doença de Raynaud.

É uma forma de vasoconstrição arteriolar intermitente que resulta


no resfriamento, dor e palidez nas pontas dos dedos das mãos, dos
pés e da ponta do nariz. A causa é desconhecida. Os sintomas
podem resultar de uma diminuição da capacidade de dilatação dos
vasos cutâneos. Os episódios podem ser deflagrados por fatores
emocionais ou por sensibilidade incomum ao frio.
O quadro clínico resulta a palidez. Em seguida, a pele torna-se
cianótica direito ao represamento do sangue desoxigenado
durante o vasoespasmo, rubor, dormência, formigamento e dor
em queimação ocorrem a medida que a coloração se altera. O
envolvimento precisa ser bilateral e simétrico.
Tratamento evitar estimular que provocam vasoconstrição. Os
bloqueadores dos canais da Ca++ podem ser eficazes nos alivio
dos sintomas. A simpatectomia pode auxiliar alguns pacientes.

TRATAMENTOS DOS DISTÚRBIOS VENOSOS

Trobose venosa trombose de veias profundas, tromboflebite e


flebotrombose

Fisiopatologia

Embora a etiologia da trombose venosa permaneça desconhecida


acredita-se que a tríade de Virchow tenha papel significante em
seu desenvolvimento: estase venosa, lesão da parede vascular e
coagulação sanguínea alterada. Pelo menos dois desses fatores são
necessários para que ocorra a trombose.
Estase venosa: ocorre quando o fluxo sanguíneo é reduzido, como
na IC ou no choque; quando as veias estão dilatadas, como
acontece em algumas terapias medicamentosas; e quando a
contração dos músculos esqueléticos se mostra reduzida, como na
imobilidade, paralisia dos membros ou anestesia. O repouso no
leito diminui o fluxo nas pernas em pelo menos 50%.
Lesão do revestimento da camada íntima dos vasos sangüíneos
cria um local para a formação do coágulo. Trauma direto dos
vasos (fraturas ou luxações), doenças das veias e irritação química
da veia por soluções ou medicamentos intravenosos podem
lesionar as veias.
A coagulabilidade sanguínea aumentada ocorre principalmente
em pacientes que suspenderam abruptamente os medicamentos
anticoagulantes. O uso de contraceptivos orais e várias discrasias
sanguíneas também podem conduzir à hipercoagulabilidade.
A formação de coágulo freqüentemente acompanha a
tromboflebite, porém quando o coágulo se desenvolve, mas sem
inflamação, o processo é referido como flebotrombose. A
trombose venosa ocorre nas veias dos membros inferiores,
podendo afetar tanto as veias superficiais quanto as profundas. A
trombose venosa do membro superior é mais comum nos
pacientes com cateteres intravenosos ou nos pacientes com uma
doença subjacente que provoque hipercoagulabilidade. O trauma
interno dos vasos pode resultar de derivações de marcapasso, por
tais de quimioterapia, cateteres de diálises ou linhas de
hiperalimentação. A luz da veia pode estar diminuída como
resultado do cateter ou a partir de compressão externa. A
trombose do membro superior por esforço deve-se ao movimento
repetitivo que irrita a parede vascular provocando inflamação e
trombose.
Trombos venosos são agregados de plaquetas presos à parede
vascular, juntamente com um apêndice de fibrinas, leucócitos e
muitos eritrócitos. O apêndice pode crescer ou propagar-se na
direção do fluxo sanguíneo à medida que se formam sucessivas
camadas do coágulo. Á trombose venosa que se propaga é
perigosa já que pode provocar uma oclusão embólica dos vãos
sanguíneos pulmonares. A fragmentação do trombo pode ocorrer
espontaneamente ou em associação com uma elevação na pressão
venosa, como acontece quando uma pessoa fica em pé
repentinamente ou se engaja na atividade muscular depois da
inatividade prolongada. Depois de um episódio de trombose
aguda de veias profundas, ocorre tipicamente a recanalização, da
luz cujo tempo que esta leva ocorrer completamente é um
determinante importante da incompetência valvular que é uma
complicação da trombose venosa que tem como outras
complicações: oclusão venosa crônica, embolia pulmonar por
deslocamento de trombo, destruição vascular (insuficiência
venosa crônica, pressão venoso aumentada, varicosidades, úlceras
venosas), obstrução venosa (pressão distal aumentada, estase de
líquido, edema gangrena venosa)

Manifestações Clínicas:

Com exceção da trombose venosa iliofemoral maciça, na qual todo


o membro se torna maciçamente edemaciado, tenso, doloroso e
frio ao toque, as demais tromboses venosas profundas apresentam
sinais e sintomas inespecíficos, que ainda assim devem ser
investigados.
Veias superficiais (safena magna, safena, Menor, cefálica, basílica
e jugular externa) são estruturas musculares com paredes
espessas que se situam exatamente abaixo da pele enquanto as
veias profundas (idem ao nome das artérias que acompanham)
apresentam paredes finas e possuem menos músculo na camada
média, correm em paralelo com as artérias.
Vias superficiais e profundas possuem válvula que possibilitam o
fluxo-unidirecional de volta para o coração, estas se localizam na
base de um segmento da veia, o qual se expande para dentro de
um seio o que permite que se abram sem entrar em contato com a
parede da veia permitindo o fechamento rápido quando o sangue
começa a refluir.
As veias perfurantes possuem válvulas que possibilitam o fluxo
unidirecional do sangue do sistema superficial para o profundo.

Veias Profundas

Quando obstruídas causam: edema, inchação do membro (efluxo


do sangue venoso é inibido), devendo-se então mensurar o mesmo
em pontos distintos e também observá-lo sempre comparando
com as mesmas características do membro não afetado. O
membro afetado pode parecer mais quente que o membro não
afetado, e as veias superficiais podem parecer mais proeminentes.
O dolorimento mais tardiamente decorre da inflamação da parede
venosa, detectada pela palpação suave do membro afetado.
Em alguns casos, os sinais de um êmbolo pulmonar constituem a
primeira indicação de trombose de veias profundas.

Veias superficiais
Obstruídas causam dor sensibilidade rubor e calor na área
afetada. É reduzido o risco de trombos venosos superficiais que
são desalojadas ou fragmentos em êmbolos, porque a maioria se
dissolve espontaneamente. Assim, essa condição pode ser tratada
em casa com repouso no leito, elevação da perna, analgésicos e,
possivelmente, medicamento antiinflamatório.

Histórico e Achados Diagnósticos

Investigar criteriosamente história de veias varicosas,


hipercoagulação, doença neoplásica, doença cardiovascular ou
cirurgia importante ou lesão recente que predispõem o alto risco,
bem como obesidade, envelhecimento e sexo feminino em uso de
contraceptivos orais.
Investigar: dor no membro, sensação de peso, comprometimento
funcional, ingurgitamento do tornozelo e edema; diferenças no
tamanho da perna a nível bilateral da coxa ao tornozelo, aumento
na temperatura da superfície da perna, particularmente na
panturrilha ou tornozelo; e as áreas de dolorimento ou trombose
superficial.

Prevenção

Aplicação de meias de compressão elástica; uso de dispositivos de


compressão pneumática intermitente e posicionamento corporal e
exercícios especiais. A administração de heparina subcutânea e
usada como método adicional para evitar trombose venosa em
pacientes cirúrgicos.

Tratamento Médico

O tratamento objetiva evitar que o trombo cresça e se fragmente e


prevenir a tromboembolia recorrente, o que pode ser conseguido
através da terapia anticoagulante, embora o uso desta não consiga
dissolver um trombo já formado.

Terapia de Anticoagulação

Indicada para tromboflebite, formação recorrente de êmbolo e


edema persistente nas pernas secundárias à insuficiência cardíaca,
pacientes idosos com fratura de quadril, a qual pode resultar em
imobilização prolongada.

Heparina administração para 5 a 7 dias IV intermitente ou


continuamente, evita a extensão de um coágulo e o
desenvolvimento de outros novos. Anticoagulantes orais
(Warfarin: Coumadin) são administrados com a terapia com
heparina. Dosagem do medicamento regulada por monitorização
do tempo de tromboplastina parcial, relação normatizada
internacional (INR) e contagem de plaquetas.

Heparina de Baixo Peso Molecular (via subcutânea) meia-vida


mais longa que a heparina não-fracionada podendo as doses
serem administradas via SC uma ou duas vezes/dia, sendo
ajustadas de acordo com o peso. Vantagem: menor quantidade de
complicações hemorágicas que a heparina não fracionada. Apesar
do alto custo, pode ser utilizada com segurança em mulheres
grávidas, e os pacientes mantêm a mobilidade e demonstram uma
qualidade de vida melhorada

Terapia Trombolitica ou Fibrinolítica

Tratamento cirúrgico

A cirurgia é necessária para a trombose venosa profunda quando:


-terapia anticoagulante ou trombolítica está contra indicada;
-perigo de embolia pulmonar é extremo;
-drenagem venosa está tão comprometida que provavelmente irá
sobrevir lesão permanente de membro.
Cirurgia de escolha: trombectomia, durante a qual um filtro de
veia cava pode ser inserido para aprisionar os grandes êmbolos, e
assim evitar a embolia pulmonar.

Intervenções de Enfermagem, Trombose venosa profunda.

- Avaliar e monitorar a terapia anticoagulante


- Monitorar e tratar as complicações potenciais, como
sangramento espontâneo e sangramento dos rins – pelo exame de
urina.
- Monitorar e avaliar exames laboratoriais – pode haver
tombocitopenia.
- Atentar para as interações medicamentosas
- Manter repouso no leito com membro afetado elevado com
meias elásticas.
- Administrar analgésico para dor.
- Realizar compressas quentes e úmidas.
- Encorajar exercícios passivos e ativos com o membro.
- Realizar exercícios de respiração profunda.
- Abolir uso do álcool (interfere com a terapia anticoagulante).

Insuficiência Venosa crônica.

Resulta da obstrução das válvulas venosas nas pernas ou de um


refluxo do sangue para trás através das válvulas. As paredes das
veias são mais delgadas e mais elásticas que as das artérias,
portanto, quando há aumento da prolongado da pressão venosa,
os folhetos das válvulas são estirados e impedidos de fichas por
completo, permitindo um refluxo. As veias superficiais e
profundas das pernas podem ser afetadas. Depois que as válvulas
tornam-se incompetentes e se formam trombos, pode ocorrer a
síndrome pós-trombólica, que se caracteriza por estase venosa
crônica, seguido, de edema, pigmentação alterada, dor e
dermatite, também pode haver ulcera de estase e as veias
superficiais podem estar dilatadas. A pigmentação e as ulcerações
geralmente ocorrem na parte inferior do membro, na área do
maléolo medial, a pele torna-se seca, com fissuras e prurido, os
tecidos subcutâneos sofrem fibrose e atrofiam, aumenta o risco de
lesão e infecção.

Tratamento

Devem-se realizar atividades antigravitacionais, como a elevação


das pernas e compressão de veias superficiais com meias elásticas.

Veias Varicosas
As veias varicosas são veias superficiais anormalmente tortuosas
provocadas por válvulas venosas incompetentes. Essa condição
acontece nos membros inferiores, nas veias safenas ou na parte
inferior do tronco, contudo ela pode ocorrer em qualquer parte do
corpo (Ex: varizes esofágicas). A condição é mais comum nas
mulheres e nas pessoas cujas ocupações exijam ficar em pé por
períodos prolongados. Uma fraqueza hereditária da veia pode
contribuir para o desenvolvimento das varicosidades.
Fisiopatologia

As veias varicosas podem ser consideradas primárias (sem


envolvimento das veias profundas). Um refluxo de sangue venoso
nas veias resulta em estase venosa. Quando apenas as veias
superficiais são afetadas, a pessoa pode não apresentar sintomas,
mas pode ser perturbada pela aparência das veias dilatadas.

Manifestações Clínicas

Quando presentes os sintomas podem tomar a forma de dor


contínua, cãibras musculares e fadiga muscular aumentada nas
pernas. Podem ocorrer edema de tornozelo, sensação de peso nas
pernas, cãibras noturnas. Quando ocorre obstrução venosa
profunda resultando nas veias varicosas, os pacientes podem
demonstrar sinais e sintomas de insuficiência venosa crônica:
edema, dor, pigmentação e ulcerações. A suscetibilidade à lesão e
à infecção mostra-se aumentada.

Histórico e achados diagnósticos

São usados como exames diagnósticos o scan dúplex, que


documenta o local anatômico do refluxo e fornece uma medida
quantitativa da gravidade do refluxo valvular. A Pletismografia
aérea mede as alterações no volume de sangue venoso. A
venografia não é rotineiramente realizada para avaliar o refluxo
valvular. Quando no entanto é utilizada, ela envolve a injeção de
um agente de contraste radiográfico dentro das veias da perna, de
modo que a anatomia da veia possa ser visualizada por exames
radiográficos durante vários movimentos das pernas.

Prevenção

- Evitar atividades que causam estase venosa (como uso de meias


apertadas. Cruzar as pernas na altura das coxas, sentar ou ficar
em pé por longos períodos);
- Mudar freqüentemente de posição;
- Elevar as pernas quando elas estão cansadas e caminhar por
vários minutos a cada hora são medidas que promovem a
circulação.
O paciente deve ser encorajado a caminhar 1,5 a 3 Km por dia,
quando não existirem contra-indicações;
- Subir escadas em lugar de usar elevador ou escada rolante é
valioso na promoção da Circulação.
- Nada também é um bom exercício para as pernas.
- As meias elásticas são úteis, principalmente as meias de cano
longo acima do joelho.

Tratamento Médico

A cirurgia para as veias varicosas requer que as veias profundas


estejam permeáveis e funcionais. A veia safena é ligada e dividida.
A veia é ligada em um ponto elevado na coxa, onde a veia safena
se encontra com a veia femoral. Em seguida é feita incisão no
tornozelo e um fio metálico ou de plástico é introduzido em toda
extensão da veia, “desnudando-a” à medida que ela passa. A
pressão e a elevação mantêm o sangramento em um mínimo
durante a cirurgia.
Escleroterapia: Uma substância química é injetada dentro da veia,
irrigando o endotélio venoso e produzindo flebite e fibrose
localizadas, obliterando desta maneira, a luz da veia. A escleroso é
paliativa em vez de curativa. Depois que o agente esclerosante é
injetado, bandagens de compressão elástica são aplicadas na
perna. Essa são usadas por aproximadamente 5 dias. As meias de
compressão são usadas a seguir, durante um período adicional de
5 semanas.
Depois da escleroterapia, os pacientes são encorajados a realizar
caminhadas de acordo com a prescrição, para manter o fluxo
sanguíneo na perna. A caminhada estimula a diluição do agente
esclerosante.

Intervenções de Enfermagem

· Auxiliar a paciente a realizar exercícios e mover as pernas.


· Inspecionar curativo quanto a sangramentos
· Inspecionar hipersensibilidade do membro,
· Promover cuidado domiciliar, orientando sobre ouso de meias
elásticas e
Exercícios com os membros.

Distúrbios Linfáticos

O sistema linfático consiste em um grupo de vasos que se


espalham pela maior parte do corpo. A linfa é o líquido
encontrado nos vasos linfáticos, o fluxo da linfa depende das
contrações intrínsecas dos vasos linfáticos, da contração dos
músculos, dos movimentos respiratórios e da gravidade.

Linfangite e Linfadenite

Linfangite é a inflamação aguda dos canais linfáticos, origina-se


de um foco de infecção de um membro, geralmente por
estreptococo hemolítico caracteriza-se por faixas avermelhadas
que se estendem para cima no braço ou na perna.
Linfadenite aguda é a dilatação dos linfonodos que se localizam ao
longo do curso dos canais linfáticos, tornam-se também
avermelhados e dolorosos. Quando tornam-se necróticos e forma
um abcesso – linfadenite supurativa. Os mais envolvidos são
aqueles na virilha, axila e região cervical.

Linfedema e Elefantíase

Linfedema é o edema dos tecidos nos membros por causa de uma


quantidade aumentada de linfa que resulta de uma obstrução dos
vasos linfáticos.
A elefantíase é obstrução linfática causada por um parasita - a
filária. Pode haver febre alta e calafrios e um edema residual
aumentado quando o edema crônico está presente, podendo levar
a fibrose crônica, espessamento dos tecidos subcutâneos e
hipertrofia da pele.

Tratamento

· Repouso com a perna elevada, uso de meias de compressão


máxima.
· Farmacológico, associa-se à elevação do membro e uso de meias,
o uso de diuréticos e se necessário antibiótico e terapia.
· Cirúrgico: Pode ser necessária a realização de um enxerto.

Processo de Enfermagem

· Dor caracterizada por máscara facial, gestos protetores


relacionada à circulação prejudicada para a deambulação.
· Risco para controle eficaz do Regime Terapêutico relacionado ao
conhecimento insuficiente sobre a prevenção da recorrência da
trombose venosa profunda e os sinais e os sintomas de
complicações.
· Risco para integração da pele prejudicada relacionada ao edema
crônico dos tornozelos.
· Risco para infecção relacionada à circulação comprometida.
· Intolerância à atividade caracterizada por resposta alterada ao
esforço relacionada a claudicação.
· Perfusão Tissular Alterada caracterizada por claudicação,
modificação na temperatura da pele relacionada ao
comprometimento do fluxo sanguíneo, aos vasoespasmos.
· Risco para distúrbio na Imagem corporal relacionado às lesões
crônicas abertas e à reação dos outros à aparência.
· Medo caracterizado por relatos verbais, choro, verbalização
crescente relacionada à perda de parte do corpo evidenciado pela
necessidade de amputação do membro.
· Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidades corporais
caracterizada por ingesta inadequada, menor do que a quantidade
diária necessária relacionadas com aumento da necessidade de
nutrientes para promover a cicatrização da ferida.
· Distúrbio no padrão do sono caracterizado por dificuldade para
adormecer relacionado à distúrbios circulatórios.
· Mobilidade física prejudicada caracterizada por capacidade
comprometida de deambulação relacionada a dor secundária a
lesões.
· Déficit de conhecimento caracterizado por evolução imprecisa
das instruções relacionado a interpretação incorreta das
informações.

Intervenções de Enfermagem

· Oferecer aporte emocional.


· Verificar sinais vitais, principalmente, PA, pulsos (pedial, tibial,
femoral, poplíteo)
· Orientar sobre a patologia.
· Administrar medicação prescrita.
· Orientar a necessidade de evitar traumatismos.
· Coleta de Exames.
· Orientar a manutenção de uma dieta balanceada.
· Orientar a abolição do álcool e fumo.
· Observar temperatura e coloração da pele.
· Estimular o auto cuidado.
· Evitar permanecer períodos prolongados em repouso ou em pé
numa mesma posição.
· Atentar aos sinais de infecção.
· Verificar a presença de edema.
· Comunicar ao médico qualquer anormalidade.

Trabalho retirado de:


http://www.unifalmg.edu.br/academico/material/Enfermagem/I
nsufici%EAncia%20Vascular.doc

ACUPUNTURA NA I.V.C. (INSUFICIÊNCIA VASCULAR


CRÔNICA)

Segundo ROSS (2003) as síndromes relacionadas à circulação


periférica, com extremidades frias, referem-se aos problemas de
artérias periféricas ou do controle nervoso dessas artérias, onde o
padrão mais comum na prática clínica é meramente a ocorrência
de pés e mãos frios. A etiologia dessas síndromes, segundo ROSS
(2003), pode ser hereditária, que pode ficar acentuado por fatores
que produzem deficiência de sangue e Qi. Vários fatores podem
levar a deficiência de Sangue e Qi: Nutrição deficiente,
preocupações, excesso de trabalho, doenças, esgotamentos, falta
de exercícios físicos regulares, consumo excessivo de alimentos
gordurosos, fumo, emoções reprimidas, estress nervoso,
ansiedade. As síndromes de circulação periféricas podem ter como
causas:
Estagnação do QI e do Xue
Def de Xue e de Yang
Def de yang do coração e do Rim

Ross faz um resumo das síndromes de circulação periférica:


Estagnação de Qi e Xue:Sensação de frio pp nos dedos das
mãos e dos pés;talvez sensação de congestionamento no peito e
abdome, talvez sensação interna de calor no corpo, com
inquietação e irritabilidade;Pulso:Em corda, talvez rápido e com
fluxo abundante; Lingua:Violácea, talvez avermelhada com
saburra amarela gordurosa
Para estagnação do Qi do Coração: VC6,VC17, CS6,Cs4
(harmonizando)+ Cs4,Cs6(dispersando).
Para Estagnação do Qi do Pulmão: P1, P6(dispersando)
Para Estagnação do Qi do Fígado:F3+F14 (disp).
Para calor interno: IG11+ E37 (dispersando);
Para Fogo por deficiência: R6(ton)+R2(disp);
Para estagnação de Xue: BP1+BP8 (disp).
Deficiência de Sangue e Deficiência de Yang:Frio nas mãos
e nos pés, palidez, cansaço, talvez tonteira,visão turva,
Insônia,memória fraca. Pulso:Áspero, talvez fino ou vazio, talvez
profundo. Lingua:Pálida, fina, seca
VC4,VC12,VC17,E36,BP4(tonificando);CS6(harmonizando),altern
ar com VG4,VG11,VG20,B15,B23

Deficiência do Yang do Coração e do Rim


Frio se extende para braços e pernas, baixo abdome e região
dorsal, ou talvez até pelo corpo todo, exaustão, palidez intensa,
talvez depressão e falta de iniciativa, dispnéia, dor nas costas ou
micção freqüente.Pulso:Vazio e pequeno.Lungua:Pálida, flácida,
úmida, talvez saburra branca
VC4,VC6,VC17,C8,R2,BP4 (tonificando) =CS6 (Harmonizando),
alternado com VG4,VG11,VG20,B15,B23 (tonificação).

Ainda conforme afirma ROSS (2003), a combinação de pontos


para sintomas de circulação periférica, além da acupuntura, é
necessária mudanças no estilo d vida, como parar de fumar, e
adicionar exercícios físicos regulares. A combinação básica para as
três síndromes é: BP4+ CS6, já que o vaso penetrador e de ligação
Yin juntos, controlam o equilíbrio entre C, BP e R, assim como a
quantidade de sangue.

ROSS afirma que os principais padrões que contribuem para o


caso de veias varicosas são:
Estagnação de Qi e de sangue
Deficiência de BP, com afundamento do BP;
Umidade –calor.
Essas síndromes podem ocorrer ao mesmo tempo, às vezes
também com deficiência de Qi e do Yang do BP

Outras etiologias podem ocorrer como a hereditariedade, que se


agrava pela dieta incorreta, obesidade, gravidez, permanência em
postura ortostática, sem movimentação, falta de exercícios físicos
e cansaço generalizado. A preocupação crônica e a solicitude
excessiva podem enfraquecer o BP, irritação ou raiva reprimida
podem se combinar com umidade para produzir umidade-calor
em F-VB. No caso de edema varicoso, qq fator como suplementos
alimentares, álcool ou alimentos que aumentam a umidade-calor,
podem agravar o quadro.
TRATAMENTO:

Os pontos podem ser selecionados a partir de:


BP1,2,4,6,8,9,10
E36,37,40,41,44
CS6,9
F1,2,3,5
VB34,39,41

Segundo ROSS (2003), a aplicação da combinação: CS6, BP4, BP6


BP8, E36 e E41, na técnica de harmonização, devem ser feitas de
forma que as agulhas não sejam aplicadas nas áreas das veias
varicosas muito graves, para evitar a punctura de veias
inflamadas, de forma que se por exemplo, não for possível aplicar
agulhas no BP6 e F5, então o BP8 e F3 podem ser usados como
alternativas. Pode também haver a possibilidade de usar o BP6 e
F5 do lado menos afetado. ROSS (2003) ainda usa algumas outras
combinações:
CS9, BP1, F1 (dispersando)= para eczema por calor no sangue
IG4, E37, E44 (dispersando)= para eczemas por calor no
Estômago e nos Intestinos
VB34, VB41, BP9 (dispersando)= para eczemas por umidade calor
VG20, VC4, VC12 (tonificando)= Para afundamento do BP

MACIOCIA (1996) descreve EDEMA, como uma retenção de


fluidos sob a pele, que pode ocorrer ao redor dos olhos, na
face,nos membros e no abdome.
Os rins governam a água e o Estômago e o BP governam a terra.
A terra age sobre a água, o E e o BP são externamente e
internamente relacionados e o E é o “mar do alimento”. Quando
o E é deficiente, não pode transformar a água(isto é, fluidos), a
água transborda dos meridianos e é retida abaixo da pele,
causando edema.
Etiologia dos Edemas:
Vento externo= O vento frio, ou vento-calor exteriores invadem
a porção do Qi de defesa, comprometendo a circulação do Qi de
defesa e dos fluidos. O vento prejudica a circulação do Qi do
pulmão, prejudicando trânsito do Qi de defesa, de tal forma que o
Qi do Pulmão nõ pode dispersar fluidos; estes por sua vez, se
acumulam sob a pele, causando edema, geralmente na face e nas
mãos. Este é o edema do tipo Plenitude, com início agudo. Esse
tipo de vento exterior, que pode se apresentar com as
características de Calor ou Frio, é chamado de “vento-àgua”. A
nefrite aguda geralmente se inicia com sintomas de invasão
exterior de vento-água, com edema na face.
Umidade Exterior= A umidade-calor exterior pode invadir o E
e o BP, prejudicando a função de transformação e transporte dos
fluidos. Os fluidos se estagnam e são retidos sob a pele, causando
edema. Esta não é uma causa comum de edema nos climas
temperados. A umidade-Frio exterior pode invadir o corpo; se
ficar retida por muito tempo, interfere na transformação dos
fluidos, podendo gerar edema.
Alimentação: alimentação irregular e ingestão de grandes
quantidades de laticínios e alimentos gordurosos prejudicam a
função do BP de transformação e transporte dos fluidos, gerando
edema.
Excesso de Trabalho e Atividade Sexual excessiva: O
excesso de trabalho e a atividade sexual excessiva enfraquecem os
Rins e prejudicam a função de transformação dos fluidos, gerando
possivelmente edema.
Fogo das úlceras ou dos carbúnculos: O fogo proveniente
dos carbúnculos, furúnculos ou úlceras pode impedir a limpeza e a
excreção da turvacidade do espaço entre a pele e os músculos,
gerando consequentemente retenção de fluidos e edema.

Patologia do EDEMA segundo MACIOCIA (1996)

Os pulmões, O BP e os Rins são os 3 órgãos Yin mais envolvidos


no edema, pois esses 3 órgãos são responsáveis pela dispersão,
transformação e transporte e excreção dos fluidos. Dentre outros
órgãos o TR desempenha uma função importante no metabolismo
dos fluidos. O TR superior difunde os fluidos como um “spray”
fino, par o espaço entre a pele e os músculos. O TR médio
transforma os fluidos e envia os fluidos turvos para baixo. O TR
inferior transforma e excreta os fluidos. O edema Yang, pode se
desenvolver a partir de um edema YIN, ou vice versa. Após um
longo período, por exemplo, o edema Yang pode ser transformado
em um edema Yin, pois os fluidos retidos prejudicam o BP e os
Rins. Por outro lado, após repetidas invasões de umidade externa,
o edema Yin pode se transformar em edema yang. Em qualquer
caso, seja edema Yang ou Yin, é importante relembrar que o
edema em si é uma condição de Plenitude, ou o aspecto de
Plenitude de um quadro. Por exemplo, embora o edema Yin seja
proveniente de uma deficiência do BP e/ou dos Rins, os fluidos
retidos na forma de edema constituem-se no aspecto Plenitude do
quadro. Portanto, neste exemplo a raiz da condição e
caracterizada por vazio do BP e/ou dos Rins, enquanto a
manifestação é caracterizada por plenitude na forma de edema..
Essa diferenciação possui implicações importantes no tratamento
do edema, pois a manifestação necessita de ervas que promovam a
drenagem para a eliminação do edema ou dos pontos de sedação
no tratamento, por acupuntura, que eliminem o edema. No ponto
de vista do diagnóstico, o edema yin é caracterizado por depressão
acentuada da pele mediante pressão: apele volta ao normal muito
lentamente. No edema Ynag, há pouca ou nehuma depressão da
pele mediante pressão.

O edema segundo MACIOCIA (1996), pode ser classificado em:


Edema YANG= Caracterizado pelo inchaço, inquietação mental,
urina escura, obstipação.
Etiologias:
· Vento-água invadindo o Qi de defesa: edema nos olhos e na
face , com início súbito, aversão ao frio, febre, dor nos músculos,
retenção de urina; língua sem alteração de coloração; Pulso
flutuante-lento. Tratamento: IG4, TA5, P7,B12,B13, IG6,
IG10,VG26, VC17, E36. Usar método de sedação, e ventosas
podem ser usadas nos pontos: B12,13
· Fogo: Edema de qualquer parte do corpo, dores carbúnculos,
furúnculos; Língua vermelha com revestimento amarelo pegajoso;
pulso escorregadio e rápido. Pontos:VC12,B20,VC9, E28, B22,
BP9, P7, B13, IG11. Usar o método de sedação, exceto nos pontos
VC12, B20, B13,que devem ser tonificados. NÂO usar moxa.
· Umidade: Edema no corpo inteiro ou nas pernas, urina escassa,
sensação de peso, sensação de opressão no tórax; Língua inchada,
com revestimento pegajoso; Pulso escorregadio. Tratamento:
VC12, B20, B21, E36,VC9,E28, VC6, BP9, BP6, B22
· Umidade-calor: Edema nas pernas ou no abdome;pele fina
brilhante, sensação de opressão no tórax, sede sem desejo de
beber, urina escura e escassa; Língua com revestimento amarelo e
pegajoso; Pulso escorregadio e rápido. Tratamento: IG11, BP9,
BP6, VC9, E28, B22

Edema YIN= caracterizado por inchaço sem inquietação mental


ou urina escura, porém com fezes soltas.
Etiologias;
· Deficiência de yang do BP: Edema do Abdome e/ou das
pernas, depressão da pele mediante a pressão, sensação de
opressão do tórax e no abdome, fezes soltas, face pálida, fadiga,
urina escassa; Língua pálida, com marcas de dente; Pulso fraco e
fino. Tratamento: VC12, E36, B20, B21, BP6,VC6 (moxa direta
com gengibre); VC9, E28,B22.

· Deficiência de Yang do R: edema no corpo inteiro ou nas


pernas, depressão da pele ao ser pressionada, dor nas costas e nos
joelhos, sensação de frio, especificamente nas costas e nas pernas,
micção escassa ou profusa, porém muito pálida, fadiga, depressão,
tez branco-brilhante. Língua pálida, inchada; Pulso Profundo e
fraco. Tratamento: VC4, B23, R7, B20, E36, B22, E28

Além da Acupuntura, outros tratamentos poderão ser usados,


como: exercícios ativos de alongamento, que favorecem o
estiramento dos canais, e o retorno venoso; O Shiatsu (e/ou
D.L.M.- drenagem linfática Manual) e a auriculoterapia.
A seguir alguns exemplos serão dados:

Auriculo acupuntura para insuficiência Vascular


crônica:

Pontos Principais da Aurículo:


BP, F e R
Pontos acessórios:
Pulmão=para mobilizar o Qi
Coração= que age sobre os vasos sanguíneos e mobiliza o sangue
Triplo Aquecedor= Ajuda a eleiminação dos líquidos
SHM= ponto tranqüilizador
Endócrino=Diminui o edema
SNV=Melhora a circulação sangúinea

Exercícios que melhoram a circulação:

sentada: separe a junte as pontas dos pés= 10X

Sentada: balance os pés, os dedos e os calcanhares= 10 X

De pé: Ponha-se nas pontas dos pés e volte= 10X


Ande pelos calcanhares. Ou fique nos calcanhares apoiando-se em
um lugar seguro=10X

Deitada, faça movimentos de pedalar, escorregando os


calcanhares na parede=10X

Deitada com as pernas pra cima, estique e depois flexione os


calcanhares e os dedos dos pés= 10X

deitadas com as pernas pra cima, gire me sentido horário, toda a


perna e depois em sentido anti-horário=10x

Deitada com a pernas estendidas separe-as e junte-as= 10X

Massagear em sentido ascendente as pernas ..e depois os pés e


dedos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ø ROSS, J. Combinações dos pontos de acupuntura: a chave para


o êxito clínico. São Paulo: Roca, 2003. Páginas 366,367
Ø YAMAMURA, I. Tratado de Medicina Chinesa. São Paulo: Roca,
1993. Página 624
Ø MACIOCIA, Giovanni. A prática da Medicina Chinesa São
Paulo. Roca, 1996. Capítulo 22, página: 545.

Postado por RENATA ESTRELLA às 07:26 Um comentário:


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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
A Utilização da Auriculoterapia como Recurso Terapêutico no
Controle da Pressão Arterial
Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel.
Autora: CIBELE BORIN CHIQUETTI

INTRODUÇÃO
A Pressão Arterial é a força exercida pelo sangue sobre as paredes
dos vasos sanguíneos. Sofre variações contínuas de acordo com o
ciclo cardíaco, alcançando um pico sistólico e uma depressão
diastólica, cujos níveis são aferidos por esfigmomanometria
(BATES,1998). A pressão arterial é pulsátil porque o coração ejeta
sangue intermitentemente. Entre sucessivas ejeções, a pressão
arterial sistêmica decai de 120 mmHg para, aproximadamente, 80
mmHg (AIRES,1999). Está relacionada com o trabalho do coração
e tem por finalidade promover uma boa perfusão dos ecidos e com
isso permitir as trocas metabólicas (PORTO,2001). A elevação da
pressão arterial, mesmo quando moderada, resulta em menor
expectativa de vida. (GUYTON, 2002).
A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, explicando 40%
das mortes por acidente vascular encefálico e 25 % dos óbitos por
doença arterial coronariana (CARVALHO, 2002). As IV diretrizes
brasileiras de hipertensão arterial dizem que, para qualquer idade
acima dos 18 anos, a pressão considerada normal aquela abaixo de
130/85 mmHg, e ótima abaixo de 120/80 mmHg. Segundo Dr.
Dante, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de
Hipertensão, já que a pressão arterial se relaciona a doenças
cardiovasculares de maneira contínua, quanto maior for o nível da
pressão arterial, maiores são as chances de ataque cardíaco,
derrame, ou doença renal, mesmo em níveis “normais” de pressão
arterial. Portanto, deve-se estimular a população a manter a
pressão arterial em níveis ótimos (CARVALHO, 2002). Visto que,
mesmo em níveis normais de pressão arterial há riscos de
desenvolver doenças cardiovasculares, a amostra selecionada para
o presente estudo compôs-se de indivíduos hipertensos e pré-
hipertensos, visando não só o tratamento mas também a
prevenção da hipertensão arterial. A acupuntura faz parte dos
recursos terapêuticos utilizados pela medicina oriental para tratar
e equilibrar o organismo. É um dos métodos mais antigos de cura,
surgindo na China aproximadamente 4.800 a C. Apesar de sua
antiguidade, continua evoluindo com a descoberta de novos
pontos e com o avanço tecnológico de outros instrumentos e
técnicas, tais como: ultra – som, as radiações infravermelhas, o
raio laser e outros equipamentos (WEN, 1985). Acupuntura é uma
técnica milenar que vem ganhando mais espaço na Medicina
Ocidental como tratamento alternativo em diversas patologias
(HIRAKUI, 2002). A auriculoterapia consiste em uma técnica de
tratamento dentro dos conhecimentos da acupuntura. Esse
recurso utiliza-se do estímulo de determinados pontos que se
localizam no pavilhão auricular, para reequilibrar o organismo.
São feitos estímulos com pressão (esferas de ouro ou prata,
sementes), com pequenas agulhas em forma de espiral (chamadas
agulhas semipermanentes), ou também estímulos com raio laser
ou outros aparelhos que provocam uma pequena descarga elétrica
sobre os pontos específicos (BONTEMPO, 1999). São muitos os
benefícios que a auriculoterapia pode trazer para restabelecer a
saúde, melhorando assim a qualidade de vida. A medicina
preventiva torna-se vantajosa na medida em que se consegue a
manutenção geral da saúde. O importante é não somente a
ausência de doenças mas, também, um sentimento de bem-estar e
maior energia física e mental.

2.1 PRESSÃO SANGÜÍNEA NO SISTEMA ARTERIAL


(PA):
A pressão sanguínea significa a força exercida pelo sangue contra
qualquer unidade de área da parede vascular (GUYTON, 2002). A
Pressão Arterial (PA) é a força exercida pelo sangue sobre as
paredes dos vasos sanguíneos, devido ao bombeamento dos
ventrículos esquerdo e direito para dentro respectivamente do
sistema arterial sistêmico e pulmonar. Sofrendo variações
contínuas de acordo com o ciclo cardíaco, alcançando um pico
sistólico e uma depressão diastólica, cujos níveis são aferidos por
esfigmomanometria (BATES, 1998). A pressão arterial é pulsátil
porque o coração ejeta sangue intermitentemente. Entre
sucessivas ejeções, a pressão arterial sistêmica decai de 120
mmHg para, aproximadamente, 80 mmHg. A maneira
convencional de se expressar em mmHg deve-se ao fato de que a
pressão sanguínea humana é medida clinicamente com uma
coluna de mercúrio, tomando a pressão atmosférica como
referência ou o nível zero (AIRES, 1999). Quando afirmamos que
a pressão, em um vaso, é de 50 mmHg, queremos dizer que a força
exercida sobre o mesmo é suficiente para impelir uma coluna de
mercúrio contra a gravidade até um nível de 50 mm de altura
(AIRES, 1999). A PA tem por finalidade promover uma boa
perfusão dos tecidos e com isso permitir as trocas metabólicas.
Está relacionada com o trabalho do coração, sofrendo variações
contínuas, dependendo da posição do indivíduo, das atividades e
das situações em que ele se encontra (PORTO, 2001).
2.1.1 FATORES DETERMINANTES DA PRESSÂO
ARTERIAL
A pressão arterial é determinada de maneira simplista pela
relação:
PA = DC x RPT
PA = Pressão arterial
DC = Débito cardíaco
RPT = Resistência periférica
Cada um desses fatores sofre influência de vários outros. Além do
débito cardíaco e a resistência periférica, a pressão arterial
depende da elasticidade da parede dos grandes vasos, da
viscosidade sanguínea e da volemia. Alterações em qualquer um
desses cinco fatores modificam a pressão sistólica, a pressão
diastólica ou ambas (PORTO, 2001).
2.1.1.1 Débito cardíaco
O débito cardíaco (DC) é a resultante do volume sistólico (VS)
multiplicado pela frequência cardíaca (FC), expresso na seguinte
fórmula: DC = VS x FC. No homem, em repouso e em condições
normais, o débito cardíaco alcança aproximadamente cinco a seis
litros por minuto. As variações do débito cardíaco são muito
grandes. Durante o exercício muscular, por exemplo, pode chegar
a trinta litros por minuto. Relaciona-se diretamente com a
capacidade contrátil do miocárdio e com o retorno venoso,
influindo de modo apreciável na pressão sistólica. Isso explica por
que o exercício físico e as emoções fazem subir
predominantemente a pressão sistólica. Em contrapartida, nas
afecções em que existe comprometimento do miocárdio com
redução de sua capacidade contrátil, verifica-se queda nos níveis
pressóricos, particularmente da pressão sistólica, em decorrência
da diminuição do volume sistólico (PORTO, 2001).
2.1.1.2 Resistência periférica
É representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo
este o fator mais importante na manutenção e regulação da
pressão diastólica. Tal fato decorre devido às arteríolas possuírem
abundantes fibras musculares em sua camada média,
proporcionalmente muito mais desenvolvidas do que nas outras
artérias. Os esfíncteres pré-capilares também contribuem na
gênese da resistência periférica. A resistência periférica depende,
em parte, da ação do sistema nervoso simpático, por meio dos
receptores alfa (vasoconstritores) e beta (vasodilatadores).
Também é importante a influência hormonal sobre a resistência
periférica, representada pela angiotensina e pelas catecolaminas,
que interferem na vasoconstrição, e pelas prostaglandinas e
cininas, que agem na vasodilatação. O conhecimento destes
mecanismos reguladores é importante para compreensão das
alterações pressóricas em condições normais e patológicas, bem
como para a ação dos agentes terapêuticos (PORTO, 2001).
2.1.1.3 Elasticidade da parede dos grandes vasos
Grande distensibilidade é uma das características dos grandes
vasos, principalmente a aorta, em cujas paredes predominam
amplamente as fibras elásticas. Esta propriedade é fundamental
para contrabalançar as conseqüências do funcionamento
descontínuo do coração. Em cada sístole o sangue é impulsionado
para a aorta de maneira intermitente, acompanhando-se de uma
apreciável energia cinética que, em parte, é absorvida pela parede
deste vaso. Tal energia promove o retorno da aorta à sua posição
basal, fazendo a corrente sanguínea progredir de modo contínuo e
não intermitente, como é o funcionamento do coração. Deste
mecanismo participam a aorta e os grande vasos que dela
emergem. A elasticidade das grandes artérias influi decisivamente
na pressão sistólica. Diminuição da elasticidade da aorta, como
ocorre nas pessoas idosas, resulta em aumento da pressão sistólica
sem elevação concomitante da diastólica (PORTO, 2001).
2.1.1.4 Volemia
O volume de sangue contido no sistema arterial interfere de
maneira direta e significativa nos níveis das pressões sistólica e
diastólica. Ao reduzir-se a volemia, como ocorre na desidratação e
nas hemorragias, observa-se queda da pressão arterial que pode
chegar a níveis extremamente
baixos (PORTO, 2001).
2.1.1.5 Viscosidade sanguínea
Todo sangue apresenta uma viscosidade que é obtida através da
associação das células sanguíneas (hematócritos), proteínas
plasmáticas, metabólitos e plasma. Quanto maior for a viscosidade
do sangue, menor será o fluxo em vaso, o que aumentará o
trabalho mecânico do coração, elevando a PA. Nos casos de
diminuição da viscosidade sanguínea, constatada nos casos de
anemia, observamos uma queda na resistência vascular que é
responsável por níveis pressóricos mais baixos (PORTO, 2001).
2.1.2 FATORES QUE REGULAM A PRESSÃO ARTERIAL
A PA pode ser regulada por fatores intrínsecos e/ou extrínsecos.
2.1.2.1 Fatores intrínsicos
2.1.2.1.1 Reflexo dos Barorreceptores
Nas paredes da bifurcação das artérias carótidas, no pescoço e,
também, na croça da aorta, no tórax, existem muitos receptores
neurais, chamados barorreceptores, que são estimulados pela
distensão (estiramento) da parede arterial. Quando a pressão
arterial aumenta até valores muito altos, os barorreceptores
enviam barragens de impulsos para o bulbo encefálico. Dessa
forma, esse impulsos inibem o centro vasomotor, o que por sua
vez, diminui o número de impulsos transmitidos pelo sistema
simpático para o coração e para os vasos sangüíneos.
Inversamente, a redução da PA relaxa os receptores de
estiramento, permitindo que o centro vasomotor fique mais ativo
que o comum, fazendo, então, com que a PA aumente em direção
ao seu valor normal (GUYTON, 2002).
2.1.2.1.2 Liberação do Hormônio Antidiurético (ADH)
O estiramento dos átrios também causa reflexo significativo de
vasodilatação das artérias aferentes dos rins. Outros sinais
adicionais são, simultaneamente, transmitidos do átrio para o
hipotálamo com a finalidade de reduzir a secreção do ADH. A
resistênsia arteriolar aferente diminuída nos rins faz com que a
pressão glomerular aumente, resultando em aumento da filtração
de líquidos nos túbulos renais. A redução de ADH diminui a
reabsorção de água pelos túbulos. A combinação desses dois
efeitos – aumento da filtração glomerular com diminuição da
reabsorção de líquido - reduz o volume aumentado de sangue de
volta para o normal. O excesso de volume faz com que o coração
ejete débito cardíaco maior, o que leva, à pressão arterial maior
(AIRES, 1999).
2.1.2.1.3 Efeito da Estimulação Simpática e Parassimpática
A PA é determinada por dois fatores, a propulsão de sangue pelo
coração e a resistência ao fluxo desse sangue pelos vasos
sangüíneos. A estimulação simpática aumenta tanto a propulsão
pelo coração quanto a resistência ao fluxo, o que, geralmente,
causa acentuado aumento agudo da PA, porém freqüentemente
muito pouca alteração da pressão a longo prazo, a menos que os
simpaticoplégicos estimulem os rins a reterem sal e água ao
mesmo tempo. Ao contrário, a estimulação parassimpática
moderada diminui o bombeamento do coração, mas praticamente
não tem qualquer efeito sobre a resistência periférica. O efeito
normal é ligeira diminuição da pressão. Ainda assim, uma
estimulação vagal muito forte pode quase parar ou por vezes
verdadeiramente parar o coração inteiro durante alguns segundos
e produzir perda temporária de toda ou da maior parte da PA
(AIRES, 1999).
2.1.2.1.4 Sistema Renina-Angiotensina
A renina é sintetizada e armazenada sob forma inativa,
denominada prórenina, nas células justaglomerulares (células JG)
dos rins. As células JG são células musculares lisas modificadas,
que se localizam nas paredes das arteríolas aferentes, em local
imediatamente proximal aos glomérulos. Quando a pressão
arterial cai, a ocorrência de reações íntrisicas nos próprios rins faz
com que muitas moléculas de pró-renina nas células JG sejam
clivadas liberando renina. A maior
parte da renina passa para o sangue renal e, a seguir, sai dos rins,
circulando por todo o corpo. Entretanto, pequenas quantidades de
renina permanecem nos líquidos locais dos rins, dando início a
várias funções intra-renais. A própria renina atua
enzimaticamente sobre outra proteína plasmática, a globulina
denominada substrato de renina ou angiotensinogênio, liberando
a angiotensina I, que tem propriedades vasoconstritoras leves,
mas não suficientes para produzir alterações funcionais
significativas da função circulatória. Dentro de poucos segundos
após a formação da angiotensina I, dois outros aminoácidos são
retirados da angiotensina I formando a angiotensina II. Essa
conversão ocorre quase totalmente nos pulmões, durante os
poucos segundos em que o sangue flui pelos pequenos vasos dos
pulmões. A reação é catalisada pela enzima denominada Enzima
Conversora da Angiotensina (ECA), encontrada no endotélio dos
vasos pulmonares (GUYTON, 2002). A angiotensina II é
vasoconstritor extremamente poderoso; além disso, exerce outros
efeitos que afetam a circulação. Durante a permanência no
sangue, a angiotensina II exerce dois efeitos principais, que
podem elevar a PA. O primeiro deles, a vasoconstrição, ocorre
rapidamente. A constrição das arteríolas aumenta a resistência
periférica total, com conseqüente elevação da PA.
O segundo mecanismo principal pelo qual a angiotensina II eleva
a PA consiste em sua ação direta sobre os rins, diminuindo a
excreção tanto de sal quanto de água. Esse processo aumenta
lentamente o volume de líquido extracelular, com conseqüente
elevação da PA no decorrer de períodos de várias horas e dias
(GUYTON, 2002).
2.1.2.1.5 Tônus Vascular Normal
O tônus vascular normal depende da competição entre influências
vasoconstritoras (incluindo angiotensina II, troboxano,
leucotrienos e endotelina) e vasodilatadoras (incluindo cininas,
prostaglandinas e óxido nítrico). Certos produtos metabólicos
(como ácido lático, íons hidrogênio e adenosina) e a hipóxia
também podem atuar como vasodilatadores locais. Os vasos de
resistência também exibem a propriedade de auto-regulação, um
processo pelo qual um aumento do fluxo sangüíneo nestes casos
induz vasoconstrição, Trata-se de um mecanismo adaptativo que
protege contra a hiperperfusão dos tecidos (COTRAN; KUMAR e
COLLINS, 2000).
2.1.2.2 Fatores Extrínsicos
Os níveis da pressão arterial flutuam de maneira impressionante
no transcorrer de qualquer período de 24 horas, variando, por
exemplo, com a atividade física, o estado emocional, a dor, o
barulho, a temperatura ambiente, o uso de estimulantes (café,
fumo e outras drogas), e até mesmo com a hora do dia
(BATES,1998).

2.1.2.2.1 O aumento da PA durante o exercício físico e outros tipos


de estresse (estado emocional, dor, barulho)
Durante o exercício físico vigoroso, os músculos requerem fluxo
sangüíneo muito elevado. Parte desse aumento resulta da
vasodilatação local da vasculatura muscular causada pelo
aumento de metabolismo das células musculares. A elevação
adicional resulta do aumento simultâneo da PA causada pela
estimulação simpática durante o exercício. Na maioria dos
exercícios vigorosos, a PA aumenta por cerca de 30 a 40%, o que
aumenta o fluxo sangüíneo por mais, aproximadamente, o dobro.
Em muitos outros tipos de estresse além do exercício muscular,
também pode ocorrer aumento semelhante da PA. Por exemplo,
durante o medo intenso, freqüentemente a PA também aumenta,
atingindo até o dobro do normal dentro de poucos segundos
(GUYTON, 2002). 2.1.2.2.2 O aumento da PA por uso de
estimulantes (café, fumo e outras drogas) A elevação da PA pelo
uso de estimulantes do sistema nervoso central se deve,
principalmente, à ação de tais drogas em receptores adrenérgicos
e colinérgicos, simulando a ação de seus agonistas naturais
(SILVA, 2002).
2.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A elevação da pressão arterial, que representa um problema de
saúde comum com conseqüências generalizadas e, algumas vezes,
devastadoras, quase sempre permanece assintomática até uma
fase tardia de sua evolução. A hipertensão constitui um dos fatores
de risco mais importantes na cardiopatia coronariana e nos
acidentes vasculares cerebrais; além disso, pode resultar em
hipertrofia cardíaca com insuficiência cardíaca (cardiopatia
hipertensiva), dissecção da aorta e insuficiência renal. Os efeitos
prejudiciais da pressão arterial aumentam continuamente à
medida que a pressão sobe. Não existe nenhum limiar
rigidamente estabelecido de pressão arterial acima do qual o
indivíduo é considerado sujeito às complicações da hipertensão e
abaixo do qual ele esteja seguro. Entretanto, considera-se a
presença de hipertensão com pressão diastólica persistente acima
de 90 mmHg ou pressão sistólica persistente superior a
140mmHg. O nível de pressão arterial de qualquer indivíduo é um
traço complexo, que é determinado pela interação de múltiplos
fatores genéticos, ambientais e demográficos. Por conseguinte,
não é surpreendente que múltiplos mecanismos possam
desempenhar um papel na hipertensão. Estes mecanismos
constituem aberrações dos processos de regulação fisiológica
normal da pressão arterial (COTRAN; KUMAR e COLLINS,
2000). A elevação da pressão arterial, mesmo quando moderada,
resulta em menor expectativa de vida. Na presença de pressões
acentuadamente elevadas – pressão arterial média de 50% ou
mais acima do normal - o indivíduo pode esperar viver, no
máximo, alguns anos mais, a não ser que seja tratado de modo
apropriado. Os efeitos letais da hipertensão são causados,
principalmente, de três maneiras:
1. A sobrecarga de trabalho para o coração resulta no
desenvolvimento precoce da insuficiência cardíaca e cardiopatia
coronária, causando, freqüentemente, morte em conseqüência de
ataque cardíaco.
2. A pressão elevada, freqüentemente, provoca ruptura de vaso
sanguíneo de grande calibre no cérebro, seguida por morte de
partes importantes do cérebro, constituindo um infarto cerebral.
Clinicamente, essa condição é denominada “acidente vascular
cerebral”. Dependendo da parte do cérebro acometida, o acidente
vascular cerebral pode causar paralisia, demência, cegueira ou
múltiplas outras doenças cerebrais graves.
3. A pressão elevada, quase sempre, provoca múltiplas
hemorragias nos rins, produzindo muitas áreas de destruição
renal e, por fim, insuficiência renal, uremia e morte (GUYTON,
2002).
2.2.1 INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA
A hipertensão arterial apresenta elevado custo médico-social,
principalmente por sua participação em complicações como:
doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência
renal crônica e doença vascular de extremidades. A partir da
década de 60, as doenças cardiovasculares superaram as infecto
contagiosas como primeira causa de morte no país. Em 1998,
foram registrados 930 mil óbitos no Brasil. Desse total, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis por 27%. Excluindo-se os
óbitos por causas mal definidas e por violência, tal cifra aproxima-
se de 40% (CARVALHO, 2002). A hipertensão arterial é um dos
mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares, explicando 40% das mortes por
acidente vascular encefálico e 25% daqueles por doença arterial
coronariana. A hipertensão arterial e suas complicações são
também responsáveis por alta freqüência de internações. A
insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalizações entre
as afecções cardiovasculares, sendo duas vezes mais freqüente do
que as internações por acidente vascular cerebral. De acordo com
os dados do Ministério da Saúde, ocorreram 1.150.000
internações por doenças cardiovasculares em 1998, com custo
global de 475 milhões de reais, correspondendo, na época, a
aproximadamente 400 milhões de dólares. As taxas de
prevalência na população urbana adulta brasileira em estudos
selecionados variam de 22,3% a 43,9% (CARVALHO, 2002). A
prevalência da hipertensão arterial aumenta com a idade. A HA é
um problema de saúde extremamente comum na população
geriátrica, acometendo aproximadamente 65% da população na
faixa etária de 65 a 74 anos de idade. Os negros têm maior
prevalência de hipertensão do que os brancos (38% versus 29%), e
os homens uma prevalência geral mais alta de hipertensão do que
as mulheres (33% versus 27%). A hipertensão é mais comum nos
homens do que nas mulheres aproximadamente até os 50 anos de
idade; depois dessa idade, a HA é mais comum nas mulheres.
Além disso, os negros tendem a ter hipertensão mais grave do que
os brancos (GOLDMAN e BENNETT, 2001). A hipertensão é duas
a três vezes mais comum em usuárias de anticoncepcionais orais,
especialmente entre mais idosas e obesas (CARVALHO, 2002).
2.2.2 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÂO DA HAS
O diagnóstico de HAS em adultos é feito, quando a média de duas
ou mais medidas da PA diastólica pelo menos em duas consultas
subseqüentes é ³ 90 mmHg, ou se a média de múltiplas leituras da
PA sistólica, em duas ou mais consultas subseqüentes, fica,
consistentemente, > 140 mmHg. O paciente deve ser devidamente
informado de que uma única medida elevada de pressão não
constitui diagnóstico de HA, mas é um sinal de ser necessária
observação adicional. A hipertensão sistólica isolada é definida
como PA sistólica ³ 140 mmHg e PA diastólica < 90 mmHg.
Dentre as várias classificações da HA, tem grande valor prático a
que toma como referência as causas da hipertensão. Assim temos
a hipertensão primária, essencial ou idiopática e a hipertensão
secundária a outras patologias. A hipertensão primária é de causa
desconhecida e mais de 95% dos casos de hipertensão pertencem
a essa categoria. A hipertensão secundária é de causa conhecida,
ou seja, é secundária a outras patologias (principalmente
secundária à doença renal) e é responsável por menos de 5% dos
casos (GOLDMAN e BENNETT, 2001). A classificação da HAS
baseada nos níveis pressóricos é a mais conhecida (hipertensão
leve, moderada e grave). Os valores que permitem classificar os
indivíduos adultos acima de 18 anos de acordo com seus níveis
tensionais estão relacionados na tabela abaixo (CARVALHO,
2002). Fonte: CARVALHO, 2002 O valor mais alto de sistólica ou
diastólica estabelece o estágio do quadro hipertensivo. Quando as
pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes,
a maior deve ser utilizada para classificação do estágio.
Pressão sistólica (mm/Hg) Pressão Diastólica (mm/Hg)
Classificação
menor que 120 menor que 80 pressão Ótima
entre 120 e 129 entre 80 e 85 Pressão Normal
entre 130 e 139 entre 86 e 89 Normal Limítrofe
entre 140 e 159 entre 90 e 99 Hipertensão Estágio 1
entre 160 e 179 entre 100 e 109 Hipertensão Estágio 2
maior ou igual a 180 maior ou igual a 110 Hipertensão Estágio3

O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o estágio do


quadro hipertensivo. Quando as pressões sistólica e diastólica
situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para
classificação do estágio.
Há necessidade de extrema cautela antes de rotular algum
paciente como sendo hipertenso, tanto pelo risco de falso-positivo
como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o custo
social resultante (CARVALHO, 2002). Segundo as IV diretrizes
brasileiras de hipertensão arterial , todos os indivíduos devem ser
classificados igualmente quanto aos níveis pressóricos. Diretrizes
elaboradas pelo comitê Nacional Norte Americano de Prevenção,
Detecção, Avaliação, e Tratamento da Hipertensão Arterial,
trazem uma classificação inédita, na qual foi incluída o grupo dos
pré-hipertensos. Segundo a nova classificação, os pré-hipertensos
seriam aqueles que
apresentam pressão entre 120/80 mmHg e 130/85 mmHg. As
diretrizes nacionais estabelecem que a pressão considerada
normal é aquela abaixo de 130/85, e ótima abaixo de 120/80
mmHg (CARVALHO, 2002).
2.2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas da hipertensão arterial são variadas e
dependem, até certo ponto, da gravidade e do tipo evolutivo da
doença. Deve ser ressaltado que os hipertensos são, em grande
parte, completamente assintomáticos. Dessa maneira, o único
modo de diagnosticar a hipertensão é pela medida da pressão
arterial. Pode-se suspeitar de hipertensão quando o paciente
relata cefaléia – freqüentemente de localização occipital, podendo
predominar de madrugada ou pela manhã – zumbido no ouvido,
fatigabilidade, palpitações, tontura e sensação de peso ou pressão
na cabeça (PORTO, 2001).

Outro grupo de sintomas depende do surgimento de complicações


no coração
(cardiopatia hipertensiva), nos rins (nefropatia hipertensiva) ou
no cérebro
(encefalopatia hipertensiva) (PORTO, 2001).
2.2.4 FATORES DE RISCO
A hipertensão arterial aparece isoladamente em apenas 30% dos
casos, ou
seja, na maioria das vezes está associada a outras condições,
denominadas fatores
de risco, como fatores genéticos, obesidade, sedentarismo,
tabagismo e ingestão
exagerada de álcool e sódio (PORTO, 2001).
2.2.4.1 Obesidade
Indivíduos com excesso de peso (índice de massa corporal > 27,8
para homens e > 27,3 para as mulheres) têm maior incidência de
hipertensão e mais acentuado risco cardiovascular. A perda de
peso é intimamente correlacionada à redução da PA e,
potencialmente, constitui a medida mais eficaz, entre todas
nãofarmacológicas, no tratamento da hipertensão (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.4.2 Sedentarismo
Os benefícios adicionais da atividade física regular consistem na
perda de peso, aumento da sensação de bem-estar, melhor
condição de saúde funcional e redução do risco de doença CV,
além de mortalidade por todas as causas. Dessa forma, a atividade
física aeróbica regular é recomendada a todos os indivíduos
hipertensos, tais como aqueles com lesão de órgão-alvo
(GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.4.4 Ingestão de álcool
A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação da
pressão arterial tem sido relatada em estudos observacionais.
Ensaios clínicos também já demonstraram que a redução da
ingestão de álcool pode reduzir a pressão arterial em homens
normotensos e hipertensos que consomem grandes quantidades
de bebidas alcoólicas (CARVALHO, 2002). Além disso a ingestão
excessiva de álcool parece causar resistência à terapia anti-
hipertensiva (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.4.4 Tabagismo
O risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de
cigarros fumados e à profundidade de inalação. Parece ser maior
em mulheres do que em homens. Pesquisas recentes revelaram
que a PA sistólica de hipertensos fumantes foi significativamente
mais elevada do que em não – fumantes, revelando o importante
efeito hipertensivo transitório do fumo (CARVALHO, 2002).
2.2.4.5 Ingestão de sódio (sal) Estudos randomizados que
comparam dieta hipossódica com dieta habitual, com ou sem
redução de peso, demonstraram efeito modesto na redução da
pressão arterial com a restrição salina. No entanto evidências
epidemiológicas de povos que consomem dieta com reduzido
conteúdo de sal relataram menor prevalência de hipertensão e a
PA não se elevou com a idade. Em metanálise, observa-se que a
pressão arterial varia diretamente com o
consumo de sal tanto em normotensos como em hipertensos
(CARVALHO, 2002).
2.2.4.6 Fatores genéticos
A hipertensão essencial tende a se concentrar em famílias e
constitui uma coleção de doenças e/ou síndromes de base genética
com vários fatores bioquímicos e fisiopatológicos básicos
herdados. A pesquisa recente sobre os genes que contribuem para
o desenvolvimento da hipertensão essencial revelou que o
distúrbio é de origem poligênica. Contudo, com várias exceções
(como o angiotensinogênio), os genes envolvidos ainda estão
sendo procurados (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5 TRATAMENTO
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a
redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular do
paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis
tensionais e de outros fatores agravantes. São utilizadas tanto
medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a
fármacos antihipertensivos (CARVALHO, 2002). Ao tratar a
hipertensão devemos ter em mente os fatores de risco associados e
o impacto do tratamento nestes fatores. Uma droga por vezes
benéfica para a redução da PA é maléfica em relação a outro
componente da HAS, como por exemplo uma droga pode induzir
hiperglicemia ou dislipidemia. Assim apesar de um controle
satisfatório da PA outros fatores de risco potencialmente maiores
podem se sobrepor, não melhorando a situação clínica do paciente
(MANO, 2003).
2.2.5.1 Medidas não farmacológicas para controle da PA
As intervenções não farmacológicas (modificações no estilo de
vida) são geralmente benéficas à redução de numerosos fatores de
risco cardiovascular, inclusive PA alta, e para promoção da boa
saúde, devendo, por isso, ser usadas em todos ao pacientes
hipertensos, como tratamento definitivo ou coadjuvante ao
tratamento medicamentoso. Embora seja difícil fazer
modificações permanentes na dieta e estilo de vida, e nunca tenha
sido demonstrado por ensaios controlados que tais modificações
reduzem as taxas de morbidade ou mortalidade por doença CV,
elas podem diminuir a PA e tornar desnecessário o tratamento
medicamentoso ou favorecer a redução das dosagens dos
medicamentos anti-hipertensivos para o controle da PA. A terapia
deve ser moldada às características individuais de cada paciente,
tal como redução de peso exercícios físicos para o paciente com
excesso de peso, e moderação no consumo de álcool para os que
ingerem excessivamente. Uma abordagem geral razoável a todos
os pacientes consiste na: (1) redução de sódio, bem como aumento
do cálcio e potássio contidos em fontes alimentares; (2)
diminuição do peso para os pacientes com excesso de peso; (3)
atividade física regular; (4) moderação no consumo de álcool; (5)
interrupção do tabagismo. Foi demonstrado que tal abordagem
produz reduções sustentadas significativas da PA, ao mesmo
tempo que reduz o risco CV geral. Assim, em pacientes portadores
de hipertensão dos estágios 1 ou 2 , e bemmotivados, a
modificação do estilo de vida efetivamente diminui a PA e pode
ser mais importante do que a escolha inicial de um medicamento
anti-hipertensivo. As mesmas estratégias de modificação do estilo
de vida efetivas no tratamento de pacientes hipertensos podem ser
úteis na prevenção primária da hipertensão essencial (GOLDMAN
e BENNETT, 2001).
2.2.5.2 Principais classes de fármacos anti-hipertensivos
e suas contraindicações
As evidências provenientes de estudos de desfecho clinicamente
relevantes, com duração média relativamente curta (três a quatro
anos), demonstram redução de morbidade e mortalidade em
maior número de estudos com diuréticos, mas também com
betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da
angiotensina, antagonistas do receptor At1 da angiotensina II e
em pacientes mais idosos, com bloqueadores dos canais de cálcio.
Convém lembrar que a maioria dos estudos termina por utilizar
combinação de fármacos anti-hipertensivos (CARVALHO, 2002).
2.2.5.2.1 Diuréticos
Aumentam a excreção de sódio e água, reduzindo a volemia
inicialmente, no entanto, seu poder diurético é limitado a longo
prazo, promovendo diminuição da resistência periférica através
da vasodilatação arteriolar (BALLINGER e PATCHETT, 2001).
Os diuréticos são divididos em três classes:
- Tiazidas (hidroclorotiazida/ clortalidona): Podem causar efeitos
adversos como: hipopotassemia, hiperuricemia, intolerância à
glicose, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e disfunção
sexual.
- De Alça (furosemida/ bumetamida): Podendo causar os mesmos
efeitos adversos que as tiazidas.
- Agentes Polpadores de Potássio (espirinolactona/ amiloride):
Podendo causar: disfunção sexual, ginecomastia, mastodinia
(GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5.2.2 Simpaticoplégicos
Baixam a pressão arterial através da redução da resistência
vascular periférica, inibição da função cardíaca e aumento do
acúmulo venoso de sangue nos vasos de capacitância (Os dois
últimos efeitos reduzem o débito cardíaco) (KATZUNG, 2003).
- Agonistas dos Receptores a2 Centrais (clonidina/ metildopa):
Podem causar: sonolência, boca seca, fadiga, disfunção sexual.
- a1-bloqueadores (fentolamina/ prazosin): Podem causar:
síncope da “1a dose”, hipotensão ortostática, fraqueza,
palpitações, tonteiras, cefaléia, retenção de líquido.
- b-bloqueadores (atenolol/ propanolol): Caso não seja cardio
seletivo (receptores b1), como é o caso do propanolol, pode-se
provocar crise asmática.
- Bloqueadores mistos - a e b combinados (carvedilol/ labetalol):
Podem causar: náusea, fadiga, tontura, cefaléia, hipotensão
ortostática (GOLDMAN e BENNETT,
2001).
2.2.5.2.3 Antagonistas dos Canais de Cálcio
Além dos seus efeitos anginosos e antiarrítmicos, os bloqueadores
dos canais de cálcio também dilatam as arteríolas periféricas e
reduzem a pressão arterial. O mecanismo de ação na hipertensão
consiste na inibição do influxo de cálcio nas células musculares
lisas arteriais (KATZUNG, 2003).
- Diidropirimídicos (nifedipina/ nicardipina): Podem causar:
edema maleolar, rubor, aumento da frequência cardíaca e
hipertrofia gengival.
- Fenilalquilamina (verapamil): Podem causar: constipação,
bradicardia e bloqueio atroventricular (BAV) de 1o grau.
- Benzotiazepínicos (diltiazen): Podem causar: BAV de 1o grau,
bradicardia, agravamento da disfunção sistólica (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.5.2.3 Inibidores da ECA (Enzima Conversora da
Angiotensina)
Causam bloqueio da conversão de angiotensina I em angiotensina
II, que é o vasoconstritor mais poderoso, e ainda podem bloquear
a decomposição de bradicinina, que é vasodilatadora
(BALLINGER e PATCHETT, 2001).
- (captopril/ enalapril): Podem causar: tosse, distúrbio do paladar,
rubor, hipercalemia, angioedema (raro) (GOLDMAN e BENNETT,
2001).
2.2.5.2.4 Antagonistas dos receptores AT1 da
Angiotensina II
Não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina
e, portanto, são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da
angiotensina do que os inibidores da ECA. Possuem também o
potencial de exercer uma inibição mais completa da ação da
angiotensina, em comparação com os inibidores da ECA, visto que
existem outra enzimas, além da ECA, que são capazes de gerar a
angiotensina II (KATZUNG, 2003).
- (losartan, Ibersartan): Podem causar: hipercalemia e
angioedema (muito raro) (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5.2.5 Vasodilatadores de Ação Direta
Causam relaxamento da musculatura lisa das arteríolas,
diminuindo, assim, a resistência vascular sistêmica (KATZUNG,
2003).
- (hidralazina/minoxidil): Podem causar: cefaléia, náuseas,
anorexia, palpitações, sudorese, rubor, hipertricose (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.6 HIPERTENSÃO DO JALECO BRANCO
A expressão hipertensão do jaleco branco descreve a situação na
qual a PA de um paciente aumenta, quando medida por um
médico ou outra pessoa da equipe de saúde que estejam utilizando
roupa branca ou jaleco, mas é normal quando medida em outros
locais por pessoas que não estejam caracterizadas de branco. A
síndrome é mais bem diagnosticada pela monitorização
ambulatorial da PA por 24 horas ou monitorização domiciliar,
chamada de MAPA, mas pode ser suspeitada com quaisquer
medidas confiáveis feitas fora do ambiente hospitalar (GOLDMAN
e BENNETT, 2001).

2.3 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A hipertensão é causada pela desarmonia entre o yin e o yang do


fígado e dos rins, e também pode ser causada pela presença de
umidade – calor ou mucosidade. - calor excessivo do fígado: neste
tipo, a hipertensão arterial é acompanhada da dor de cabeça,
rubor facial, olhos avermelhados, sede, angústia, irritabilidade,
constipação, saburra amarela, pulso em corda e forte.
- deficiência do yin do fígado e dos rins: a hipertensão arterial está
associada à vertigem e tontura, tinidos, lombalgia e lassidão nos
membros inferiores, palpitações, insônia, língua vermelha, pulso
em corda e rápido. Além disso, se houver a presença de umidade –
calor, apresenta-se também com a opressão torácica, taquicardia,
intumescimento nos membros, obesidade, língua vermelha e
pulso em corda e escorregadio (CHONGHUO, 1993).

MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA


Existem diversas teorias sobre os mecanismos de ação da
auriculoterapia. As mais conhecidas e aceitas são: a nervosa e a
fisiológica por intermédio do sistema reticular ativador
ascendente do tálamo, e a de equilíbrio do yin/yang da
acupuntura através dos canais de energia principais e colaterais. A
orelha é rica em nervos e vasos sanguíneos. Os pontos utilizados
para tratamentos, presentes no pavilhão auricular, correspondem
à união de níveis energéticos e nódulos nervosos que, uma vez
estimulados, restabelecem o equilíbrio orgânico (BONTEMPO,
1999). A aurícula possui uma inervação abundante e esses nervos
quando estimulados, sensibilizam regiões do cérebro. Os pontos
presentes na superfície da orelha tem relação direta com
determinados pontos do cérebro. Por sua vez esse está
diretamente ligado pela rede do sistema nervoso a determinados
órgãos ou regiões do corpo, comandando suas respectivas funções.
A aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera
uma série de reflexos que provocam reações imediatas ou
demoradas, temporárias ou permanentes, passageiras ou
definitivas, todas elas de natureza terapêutica. O efeito é imediato.
O estímulo leva o cérebro a agir sobre todos os órgãos,
membros e suas funções, equilibrando e harmonizando o
organismo, provocando assim a eliminação dos males que o
afligem. Tendo em vista a relação aurícula-cérebro-órgão, a
auriculoterapia torna-se um eficaz recurso terapêutico para tratar
as mais diversas enfermidades (SOUZA, 2001).

PONTOS AURICULARES UTILIZADOS PARA O


CONTROLE DA PRESSÃO
ARTERIAL
Segundo o Prof. Marcelo de Souza, os pontos auriculares
utilizados para o tratamento da hipertensão são:
- Pontos Principais: Shenmen, Rim, Simpático, Hipertensão
Superior, Hipertensão Inferior, Coração.
- Pontos auxiliares: Hipertensão 1, 2 e 3; e Da – sangria.
Os antigos mestres da acupuntura mantinham sob hermetismo
algumas técnicas de Tratamento, que eram transmitidas a
discípulos privilegiados, razão porque não constam dos manuais
da acupuntura e não sendo, por isso da conhecimento da maioria
dos profissionais desta área. Na auriculoterapia, um desses
segredos era o uso de três pontos, iniciando qualquer tipo de
programa de terapia auricular, esses três pontos constituem um
processo de tratamento que pode ser denominado de
Auriculocibernética. E consiste na aplicação dos seguintes pontos,
nessa ordem: Shenmen, Rim, Simpático (SOUZA, 2001).
Ponto Shenmen
Situado no vértice do ângulo formado pela raiz inferior e a raiz
superior da anti – hélix. Inicia-se a terapia por este ponto, em
aplicação profunda. Antes de qualquer outro ponto, o shenmen
deve ser estimulado vigorosamente, mesmo que o paciente se
queixe de incômodo local.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Predispõe o tronco e o córtex cerebral a receber e decodificar os
reflexos dos pontos que serão usados a seguir;
- Estimula a liberação de endorfinas no cérebro, aliviando dores e
mal estar;
- Dá ao cérebro condições ideais para decodificar, modular e
condicionar os reflexos que as agulhas seguintes provocarão na
aurícula, impedindo que ocorram desequilíbrios que possam levar
a novas enfermidades.
Ponto do Rim
Situado na concha cimba, próximo à junção dessa com a raiz
inferior do anti –hélix, na mesma linha do ponto Shenmen. É o
segundo ponto a ser estimulado na auriculoterapia.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Estimula a filtragem do sangue pelos rins, libertando-o das
toxinas e propiciando melhores condições de circulação;
- Melhora a oxigenação dos tecidos por estimular as funções do
sistema respiratório;
- Estimula o aumento das funções das glândulas endócrinas;
- Estimula as funções dos órgãos excretores, inclusive das
glândulas sebáceas e sudoríparas.

Ponto do sistema nervoso simpático


Situado no meio da raiz Inferior abaixo da membrana do hélix. É o
terceiro ponto a ser estimulado na auriculoterapia.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Equilibra as funções do sistema nervoso simpático e
parassimpático;
- Provoca vasodilatação tornando mais ativa a circulação
sanguínea, quando recebe o estímulo de tonificação. Quando se
aplica sedação, para analgesia, ocorre hemostasia nos locais de
intervenção cirúrgica.
- Equilibra a formação ou regeneração do tecido ósseo, por
estimular o metabolismo do cálcio e as funções da medula.
- Age sobre o sistema muscular com ação anti- inflamatória,
relaxante e tonificação
da fibras músculo tendíneas.
Ponto da Pressão Arterial Diastólica
Situado na borda do vértice da fossa triangular, 1mm acima de
shenmem. Indicações terapêuticas desse ponto: hipertensão
arterial, distúrbios circulatórios, crises de angina pectoris, infarto
do miocárdio.
Ponto do Coração
Situado no centro da concha cava, numa mesma linha que liga o
vértice da anti-trago com o shenmen. Indicações terapêuticas
desse ponto: pressão no peito, arritmia cardíaca, hipotensão
arterial, hipertensão arterial, epilepsia, leucopenia, insônia,
pesadelos, infarto do miocárdio, angina pectoris, cardiopatias
congênitas, bradicardia, taquicardia, dores anginosas, estado de
coma, entre outros.

Ponto da pressão arterial sistólica


Situado na conjunção de uma linha vertical que desce do ponto
Fome e uma horizontal que passa pelo vértice do anti-trago.
Indicações terapêuticas desse ponto: distúrbios de pressão arterial
- hipotensão e hipertensão - convergência de pressão, choque,
angina pectoris, infarto do miocárdio, distúrbios circulatórios.

Ponto da Hipertensão 3
Situado a 2mm do sulco dorso auricular, a 1mm abaixo do nível do
ponto região bucofacial.

Indicações terapêuticas desse ponto: hipertensão, eclâmpsia, pré-


eclâmpsia, alterações atípicas de pressão arterial.
Ponto da Hipertensão 2
Situado ao mesmo nível do ponto abdômen superior, e a cerca de
5mm do sulco do dorso auricular. Indicações terapêuticas desse
ponto: as mesmas do ponto hipertensão 3.

Ponto da Hipertensão 1
Situado a cerca de 5mm acima do ponto hipertensão, ao nível do
ponto dorsalgia 1 e na mesma linha vertical ao ponto coração.
Indicações terapêuticas desse ponto: as mesmas do ponto
hipertensão 3
DISCUSSÃO:
A acupuntura, em geral, vem crescendo muito nos últimos anos, o
que acarreta necessidade de pesquisas sobre o assunto, a fim de
desmistificá-la. O intuito principal dessa pesquisa foi provar a
eficácia da auriculoterapia no controle da pressão arterial de
pacientes hipertensos e pré-hipertensos. Os resultados nos
mostram que a terapia auricular é 100% eficaz na redução da PA,
portanto, o objetivo principal desse estudo foi alcançado com
êxito. Os resultados mostram ainda, que a auriculoterapia
apresentou maior eficácia na redução da PA dos indivíduos com
valores entre: 120< PAS <136 e 80 < PAD < 92. O que nos leva a
crer que em pressões arteriais acima desses valores, talvez, a
associação da auriculoterapia com outras formas de tratamento
seja a escolha mais correta. Para os indivíduos que não chegaram
a valores de PA no limite com os ideais, podemos acreditar que o
tempo de terapia tenha sido insuficiente, ou talvez a monoterapia
auricular não seja a melhor escolha. Nesses casos pode-se pensar
em aumentar a quantidade de sessões de auriculoterapia ou
associar outras técnicas de tratamento à terapia auricular, como
talvez a acupuntura sistêmica, ou até mesmo a associação com
fármacos. O fato das pressões arteriais terem começado a subir no
período do controle, pode indicar que o tempo de tratamento
tenha sido muito curto, ou talvez fosse necessário a retirada
gradativa das sessões. Isso também pode ser um indício de que a
monoterapia deva ser reconsiderada. ALMELS (1999), cita que, é
importante pensarmos na utilização da acupuntura como uma
forma de medicina complementar e não como uma técnica
alternativa de tratamento. SOUZA (2001), afirma que, tendo como
fundamento o reflexo direto sobre o cérebro e, através deste, sobre
todo o organismo, a auriculoterapia é um método completo de
terapia e que seu uso associado a outras terapias, dinamiza os
efeitos benéficos de qualquer tratamento. À partir desse estudo,
ficamos sabendo que a auriculoterapia é capaz de reduzir
significativamente os níveis pressóricos de pacientes hipertensos.
Acreditamos que o tempo de terapia necessário e o prognóstico do
paciente são características individuais. DUFFIN (1982), afirma
que pacientes com patologias recentes tendem a responder melhor
ao tratamento com acupuntura do que aqueles com patologias
antigas. Ele diz ainda que os pacientes que respondem mais
rápido ao tratamento
tendem a ter um resultado final mais satisfatório. Tendo em vista
o que disse DUFFIN , tanto as características individuais, como as
características da doença podem influenciar no resultado do
tratamento. Alguns autores que já tiveram a oportunidade de
testar a eficácia das técnicas da acupuntura no controle da pressão
arterial, confirmam a eficácia da mesma. ZHANG (2003), em um
de seus estudos, afirma que a acupuntura é indicada para o
tratamento da hipotensão e também da hipertensão essencial. Ele
cita que a acupuntura parece ser mais efetiva do que os
medicamentos comuns nos casos de hipertensão arterial essencial
nos estágios 1 e 2 e que o efeito hipotensivo da acupuntura é muito
mais potente do que os placebos e comparável a certos anti –
hipertensivos convencionais. Além do mais, a acupuntura é
freqüentemente efetiva na redução dos sintomas subjetivos sem
apresentar efeitos adversos. REICHMANN (2000), relata ter
recebido em sua clínica duas pacientes do sexo feminino com
hipertensão. Uma estava com pressão 170/140 mmHg e outra
chegara a 220/200 mmHg. Imediatamente foram tratadas com
terapia auricular de emergência para redução da PA (sangria no
ápice da orelha) e foram colocadas agulhas semipermanentes nas
aurículas. As pacientes não voltaram a ter crise e continuaram
fazendo o tratamento. Ambas continuaram sendo acompanhadas
por seus respectivos médicos e puderam diminuir a dosagem de
medicamentos contra pressão arterial alta. CALMELS (1999),
afirma que a acupuntura assim como as fibras nervosas que estão
nos tecidos quando são estimuladas, libera opióides endógenos,
beta – endorfinas e oxitocinas, que são importantes no controle da
dor, da regulação da temperatura corporal e da pressão arterial.
Não restam dúvidas de que a auriculoterapia é capaz de reduzir os
níveis pressóricos, no entanto ainda não se sabe se ela é capaz de
manter ou não a redução que foi ganha. Sugere-se estudos mais
minuciosos, com maior tempo de tratamento e com amostras
maiores, no intuito de provar se a auriculoterapia é capaz de
manter níveis ideais de PA e por quanto tempo.

CONCLUSÃO
Os resultados apresentados neste estudo, mostraram que a
eficácia da terapia auricular na redução da pressão arterial foi de
100%. Isso indica que a auriculoterapia é um excelente recurso na
redução da pressão arterial, comprovando assim, a hipótese
inicialmente apresentada nessa pesquisa. Em se tratando de PA,
uma redução de 11,62% na sistólica e 12,79% na diastólica são
valores muito significativos. O que nos leva a crer que a terapia
auricular pode ser uma grande aliada no controle da pressão
arterial. Os resultados também nos mostram que a monoterapia
seria, provalvelmente, mais efetiva em pacientes com a PA
estabelecida dentro dos seguintes valores:
- 120 < pressão sistólica < 136
- 80 < pressão distólica < 92
Ou seja, os indivíduos com hipertensão arterial até o estágio 1
poderiam ter suas pressões arteriais reduzidas à normalidade ou
até mesmo à níveis ótimos.

 Por: Renata Estrella


Dezembro de 2008
INSUFICIÊNCIA VASCULAR CRÔNICA

Revisão Anatômica e Fisiológica


O sistema vascular consiste em 2 sistemas interdependentes: o
lado direito do coração que faz a circulação pulmonar e do lado
esquerdo que faz a circulação sistêmica.
As artérias distribuem o sangue oxigenado do lado esquerdo do
coração para os tecidos, enquanto as veias conduzem o sangue
desoxigenado dos tecidos para o lado direito do coração. Os vasos
capilares localizados dentro dos tecidos unem o sistema arterial e
venoso e constituem um local de troca de nutrientes e resíduos
metabólicos. As arteríolas e vênulas constituem a micro-circulação
juntamente com os capilares.
O sistema linfático complementa a função do sistema circulatório.

Anatomia do Sistema Vascular

Artérias e Arteríolas

As artérias são estruturas, de paredes espessas. A aorta dá origem


a numerosos ramos que se dividem em vasos menores, artérias e
arteríolas.
As paredes das artérias e arteríolas são compostas de 3 camadas: a
camada interna (uma camada interna de células endoteliais); a
camada média (uma camada média de tecido elástico liso/ e
adventícia ( uma camada externa de tecido conjuntivo)
O músculo liso controla o diâmetro do vaso ao se contrair e se
relaxar. Fatores químicos, hormonais e relacionados ao sistema
nervoso influenciam a atividade do músculo liso.

Capilares

São compostas de uma única camada de células endoteliais. Essa


estrutura de paredes delgadas permite o transporte rápido e
eficiente de nutrientes para as células e a remoção de restos
metabólicos.

Veias e Vênulas

Os capilares se unem entre si para formarem vasos maiores


chamados de vênulas, que por sua vez se unem para formarem as
veias. As paredes das veias são mais delgadas, e
consideravelmente menos musculares, permitindo a maior
distensibilidade e complacência possibilitando o armazenamento
de grandes volumes de sangue sob baixa pressão.
Certas veias são equipadas de valvas. As veias que transportam
sangue contra a força de gravidade como nas extremidades
inferiores, têm valvas unidirecionais, evitando que o sangue reflua
à medida que é impelido em direção ao coração.

Vasos linfáticos

Rede complexa de paredes finas que serve para coletar o líquido


linfático a partir de tecidos e órgão e transportá-lo para a
circulação venosa.

FUNÇÃO DO SISTEMA VASCULAR

Necessidades Circulatórias dos Tecidos

A percentagem de fluxo sanguíneo recebida individualmente pelos


órgãos e tecidos é determinada pelo ritmo de metabolismo
tecidual, disponibilidade de oxigênio e função dos tecidos. Quando
as necessidades metabólicas aumentam, os vasos sanguíneos se
dilatam, aumentando a oferta de O2 e nutrientes aos tecidos.
Quando diminui as necessidades metabólicas, os vasos se
contraem, reduzindo assim o fluxo de sangue. Se os vasos
sanguíneos deixarem de se dilatar em resposta a necessidade de
maior fluxo de sangue ocorrerá isquemia tissular (suprimento
deficiente de sangue).

Fluxo Sanguíneo

O fluxo sanguíneo através do sistema cardiovascular sempre


prossegue na mesma direção. Lado esquerdo do coração para a
aorta, artérias, arteríolas, capilares, vênulas, veias, veias cavas e
lado direito do coração. Este fluxo unidirecional é causado por
uma diferença de pressão que existem entre o sistema arterial e
venoso. Como a pressão arterial é maior que a venosa e o liquido
sempre flui de uma área de alta pressão para uma área de pressão
menor o sangue flui do sistema arterial para o venoso.

Filtração e Reabsorção Capilares

O equilíbrio entre as forças hidrostática ( é uma pressão de


acionamento gerada pela pressão arterial) e pressão osmótica ( é a
força de atração criada pelas proteínas plasmáticas) do sangue e
do interstício, bem como a permeabilidade capilar, governa a
intensidade e a direção do movimento de liquido através do
capilar.

Resistência Hemodinâmica

O fator mais importante que determina a resistência é o raio do


vaso, sendo assim resistência vascular periférica é a oposição ao
fluxo de sangue criado pelos vasos sanguíneos.
A viscosidade do sangue e o comprimento do vaso, sob condições
normais, não se alteram significativamente. Contudo um grande
aumento do hematócrito pode aumentar a viscosidade sanguínea
e reduzir o fluxo sanguíneo capilar.

Mecanismo de Regulação Vascular Periférica

Como as necessidades metabólicas dos tecidos corporais, mesmo


em repouso estão mudando continuamente a necessidade de um
sistema regulador integrado e coordenado de modo que o fluxo
sanguíneo para as determinadas áreas seja mantida em relação as
necessidades dessas áreas. Esse mecanismo regulador consiste em
influencias do SNC, hormônios e substâncias químicas
circulantes, e na atividade independente da própria parede
arterial.
A noradrenalina é um neurotransmissor responsável pela
vasoconstrição simpática. A adrenalina age na constrição dos
vasos sanguíneos periférico. A angiotensina estimula a constrição
arterial e a serotonina contra as arteríolas.

Fisiopatologia do Sistema Vascular

O fluxo de seguimento reduzido dos vasos sanguíneos periféricos


caracteriza todas doenças vasculares periféricos. Se as
necessidades teciduais forem altas, o fluxo sanguíneo reduzido
pode ser inadequado para manter a integridade tissular levando a
isquemia tecidual.

Insuficiência Cardíaca: A insuficiência cardíaca esquerda causa


acúmulo de sangue nos pulmões e redução do fluxo anterógrado
ou do débito cardíaco o que resulta em fluxo sanguíneo arterial
inadequado aos tecidos. A IC direita causa congestão venosa
central e uma redução no fluxo anterógrado.

Alterações nos vasos sanguíneos e linfáticos: artérias podem estar


obstruídas por placa aterosclerótica, trombo ou êmbolo. Artérias
lesionadas ou obstruídas por trauma químico ou mecânico,
infecções ou processos inflamatórios, distúrbios vasoespásticos e
mau formações congênitas. Oclusão arterial súbita leva a isquemia
arterial profunda com freqüência irreversível e morte tecidual. Se
oclusões arteriais graduais há desenvolvimento de circulação
colateral e menor riso de morte tecidual súbita.
O fluxo sanguíneo venoso pode ser reduzido por trombo, válvulas
venosas incompetentes ou por redução da eficácia da ação de
bombeamentos dos músculos circunvizinhos. A diminuição do
fluxo sanguíneo venoso aumenta a pressão venosa e pressão
hidrostática capilar, filtração de liquido para fora dos capilares e
para dentro do espaço intersticial e conseguinte edema, deixando
os tecidos susceptíveis a ruptura ou lesão e a infecção. Os vasos
linfáticos também podem ser obstruídos por tumores ou por lesão
decorrente de trauma mecânico ou processos inflamatórios.
Insuficiência circulatória dos membros; As doenças vasculares
periféricas causam isquemia e produzem dor, alterações cutâneas,
pulso diminuído e possível edema. O tipo e a gravidade dos
sintomas dependem do tipo, estágio, extensão do processo da
doença, e da velocidade que o processo se desenvolve.

Histórico de Saúde e Manifestações Clínicas

Pacientes com insuficiência vascular periférica comumente


apresentam dor muscular do tipo câimbras nos membros,
reproduzida de forma consistente com mesmo grau de exercício e
atividade e aliviada pelo repouso.
Claudicação intermitente: (Dor) Deve - se a incapacidade do
sistema arterial de fornecer fluxo sanguíneo apropriado para os
tecidos diante das demandas aumentadas por nutrientes durante
o exercício, quando são produzidos metabólicos musculares e
ácidos lático agravando as terminações nervosas do tecido
circunvizinho.
O local da doença arterial pode ser deduzido da localização da
claudicação, porque a dor ocorre nos grupos musculares abaixo da
doença.
Alterações na aparência e temperatura da pele. Fluxo sanguíneo
inadequado resulta em membros frios e pálidos.
A coloração vermelha-azulada dos membros e observada durante
20 segundos a 2 minutos depois que o membro fica pendente.
Rubor - sugere lesão arterial periférica grave em que o vasos
permanecem dilatados. A cianose manifesta-se quando a
quantidade de hemoglobina oxigenada contida no sangue é
reduzida. As alterações adicionais decorrentes do fluxo de
nutrientes reduzido englobam perda de pêlos, unhas quebradiças,
pele seca ou descamativa, atrofia e ulcerações. O edema pode ser
bilateral ou unilateral estando relacionado com a posição
pendente do membro afetado, decorrente da dor em repouso
intensa.
Alterações gangrenosas surgem após a isquemia grave prolongada
e representa a necrose tecidual.

Pulso: Determinar presença ou ausência e a qualidade dos pulsos


periféricos. A ausência de pulso pode indicar que o local da
estenose é proximal à localização. Os Pulsos devem ser palpados a
nível bilateral em caráter simultâneo, comparando ambos os lados
para simetria na freqüência, ritmo e qualidade.

Avaliação Diagnóstica

Exames de Fluxo por ultra-som em Doppler

Quando os pulsos não conseguem ser palpados usa-se um


aparelho de ultra-som com Doppler de onda contínua (CW), que é
empregado para ouvir o fluxo sanguíneo nos vasos. Esse aparelho
manual emite um sinal continuo através dos tecidos do paciente
que são refletidos pelas células sanguíneas em movimento e são
captados pelo aparelho. O sinal de Doppler com filtração do
débito é então transmitido a um auto falante ou a um fone de
ouvido, onde pode ser ouvido para a interpretação.

Teste de Esforço

Usado para determinar quando um paciente pode caminhar e para


medir a pressão arterial sistólica do tornozelo em resposta a
caminhada. O paciente caminha sobre uma esteira a uma
velocidade aproximada de 2,4 Km/h, com uma inclinação de 10%,
durante um período máximo de 5 minutos uma resposta normal
ao teste é uma queda pequena ou ausência de queda na pressão
sistólica no tornozelo após o exercício. Em um paciente com
claudicação verdadeira a pressão do tornozelo cai.

Tomografia Computadorizada

Fornece imagens transversais do tecido mole e pode identificar as


áreas de alterações volumétricas em um membro ou
compartimento. Os períodos de imageamento são curtos; contudo,
o paciente é exposto às radiografias, devendo o agente de
contraste ser comumente injetado para avaliar os vasos
sanguíneos.

Angiografia por TC

Um scanner de TC em espiral e a infusão intravenosa do agente de


contraste são utilizados para imagear cortes muito finos da área
alvo. A angiografia por TC mostra melhor a aorta e as principais
artérias viscerais do que ramos vasculares menores. O grande
volume do agente de constaste exigido limita a utilidade desse
exame nos pacientes com sensibilidade ao contraste ou com
função renal muito comprometida.

Angiografia por Ressonância Magnética

É realizada com um scanner de imageamento por ressonância


magnética comum, mas com um programa de intensificação de
imagem especificamente ajustado para isolar os vasos sanguíneos.
Esse exame pode ser feito em pacientes com a função renal
debilitada e nos que são sensíveis ao agente de contraste, pois não
é necessário nenhum agente de contraste.

Angiografia

O procedimento envolve injetar um agente de contraste radiopaco


diretamente dentro do sistema vascular para localizar os vasos. A
localização de uma obstrução vascular ou de um aneurisma e a
circulação colateral podem ser demonstradas. Pode ocorrer
irritação no local da injeção. Raramente pode haver reação
alérgica imediata ou tardia ao iodo contido no agente de contraste.
As manifestações compreendem dispnéia, náuseas, vômitos,
sudorese, taquicardia e dormência dos membros. Qualquer uma
dessas reações deve ser relatada imediatamente o tratamento
pode englobar administração de epinefrina, anti-histamínicos ou
corticosteróides. Os riscos adicionais incluem lesão vascular,
sangramento e AVC.

Bloqueio Simpático Lombar

Raramente utilizado, porém pode ser empreendido para avaliar a


circulação periférica. É feita uma injeção de anestésico local no
espaço epidural lombar, visando bloquear os nervos simpáticos
para as pernas, Como os nervos simpáticos controlam a tensão
nos músculos dos vasos sanguíneos, bloquear esses nervos deve
produzir a vaso-dilatação e o aumento da temperatura nas pernas
ou apenas um discreto aumento. Esse teste ajuda a determinação
se a simpatectomia (interrupção das vias aferentes na divisão
simpática do sistema nervoso autonômico) beneficiaria um
paciente com circulação comprometida nas pernas. A
simpatectomia elimina o vaso-espasmo e melhora o fluxo
sanguíneo periférico, ela pode ser usada se não houver nenhuma
outra opção cirúrgica e nos casos de distrofia simpática reflexo.

Pletismografia com ar

Nomeada para compartimentos aéreos padronizados que se


adaptam ao redor da perna e que são calibrados depois de ser
cheios com uma quantidade padronizada de ar, a pletismografia
aérea quantifica o refluxo venoso e a ejeção da bomba muscular da
panturrilha. As alterações no volume são medidas com as pernas
do paciente elevadas, com o paciente em decúbito dorsal e em pé,
e depois que o paciente realiza as elevações sobre os pés. A
pletismografia aérea fornece informações sobre o tempo de
enchimento venoso, o volume venoso funcional, o volume ejetado
e o volume residual, sendo útil na avaliação de pacientes com
suspeita de incompetência vascular ou insuficiência venosa
crônica.

Flebografia com contraste

Também conhecida como venografia, a flebografia com contraste


envolve a injeção de meios de contraste radiográfico dentro do
sistema venoso através de uma veia dorsal do pé. Quando existe
um trombo, uma imagem radiográfica revelará um segmento não-
cheio de veia em uma veia, de outra forma completamente cheia.
A injeção do agente de contraste pode provocar uma inflamação
breve, porém dolorosa, da veia. O teste é geralmente realizado
quando o paciente deve sofrer a terapia trombolítica, mas o ultra-
som é atualmente aceito como o padrão principal para
diagnosticar a trombose venosa.

Linfocintigrafia

A linfocintigrafia é uma alternativa confiável para a


linfangiografia. Um colóide marcado com radioatividade é
injetado ao nível subcutâneo no segundo espaço interdigital. Em
seguida, o membro é exercitado para facilitar a captação do
colóide pelo sistema linfático. Imagens seriadas são obtidas a
seguir, em intervalos predeterminados.

Linfangiografia

A linfagiografia confere um meio de detectar o envolvimento de


linfonodos por carcinoma metastático, linfoma ou infecção nos
locais que são, de outro modo, inacessíveis ao examinador, exceto
por cirurgia. Nesse exame, um vaso linfático em cada pé(ou mão)
é injetado com o agente de contraste. Uma série de radiografias é
obtida na conclusão da injeção 24 horas após e, depois disso, em
caráter periódico, conforme indicado. A falha em opacificar os
coletores subcutâneos e a persistência do agente de contraste no
tecido após dias contribuem para um diagnóstico de linfedema.

TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS ARTERIAIS

Arteriosclerose e aterosclerose

A arteriosclerose é um processo difuso por meio do qual as fibras


musculares e o revestimento endotelial das paredes dos vasos
tornam-se espessadas, literalmente ocorre o endurecimento das
artérias.
A aterosclerose é a doença de artérias de grande ou médio calibre
caracterizada por alterações da íntima representadas por acúmulo
de lipídios, carboidratos, componentes do sangue, células e
material intercelular, dando origem as placas de ateroma.

Fisiopatologia
Os resultados diretos mais comuns da aterosclerose englobam a
estenose (estreitamento) da luz, obstrução por trombose,
aneurismas, ulceração e ruptura. Os resultados indiretos são a
desnutrição e a fibrose subseqüente dos órgãos que são supridos
pelas artérias escleróticas.
A aterosclerose pode desenvolver-se em qualquer ponto no corpo,
mas existem locais que são mais vulneráveis, tipicamente as áreas
de bifurcação ou ramificação. No membro inferior, esses locais
compreendem a aorta abdominal distal, as artérias ilíacas
comuns, o orifício das aterias femorais superficial e profunda, e a
artéria femoral superficial do canal adutor.
Várias teorias sobre o desenvolvimento da aterosclerose foram
combinadas na teoria de reação à lesão. De acordo com essa
teoria, a lesão da célula endotelial vascular resulta de forças
hemodinâmicas prolongadas, como os estresses de cisalhamento e
do fluxo turbulento, radiação, substâncias químicas ou
hiperlipidemia crônica no sistema arterial. A lesão do endotélio
aumenta a agregação das plaquetas e monócitos no local da lesão.
As células musculares lisas migram e proliferam-se, permitindo
que se forme a matriz de colágeno e de fibras elásticas. Pode se
que não exista uma causa ou mecanismo único para o
desenvolvimento da aterosclerose: em vez disso, podem estar
envolvidos múltiplos processos.
Morfologicamente as lesões escleróticas são de dois tipos: as
artérias gordurosas (são amarelas e lisas, compostas de lipídios e
células musculares lisas alongadas e fazem protusão para dentro
da luz da artéria; e as placas fibrosas (esbranquiçadas, branco
amarelada, faz protusão para dentro da luz em graus variados,
podem até obstruir totalmente).

Fatores de Risco

· idade
· Sexo
· Tabagismo
· Obesidade
· Estresse
· Sedentarismo
· Hipertensão arterial
· Dieta muito gordurosa.
Prevenção
· Dieta hipolipídica
· Mudança no estilo de vida
· Abolir o fumo
· Hipotensores
· Várias classes de medicamento são usadas para evitar a
aterosclerose: seqüestrador de ácidos biliares acido nicotínico,
estatinas, ácidos fíbricos, substâncias lipofílicas e terapia de
reposição de estrogênio (supervisão médica);

Manifestação Clínicas

Dependem do órgão ou tecido afetado.

Tratamento Médico

· Modificação dos fatores de risco.


· Programa de exercícios controlados para melhorar a circulação e
aumentar a capacidade funcional.
· Medicamentos e procedimentos intervencionais ou de enxertos
cirúrgicos.

Tratamento Cirúrgico

Procedimentos de influxo: fornecem aporte sanguíneo da aorta


para dentro da artéria femoral.
Procedimento de efluxo: fornecem aporte sanguíneo da aorta para
os vasos abaixo da artéria femoral.

Intervenções Radiológicas

A aterectomia rotacional remove as lesões por fazer abrasão da


placa que ocluiu por completo a artéria.
Quando uma lesão isolada ou lesão são identificadas durante a
arteriografia, pode ser realizada uma angioplastia, também
chamada de angioplastia transluminal (PIA). Depois que o
paciente recebe um anestésico local, um cateter com balão nas
extremidades é manobrado através da área de estenose. Há
controvérsia sobre o modo exato pelo qual o PTA atua. Alguns
teorizam que ela melhora o fluxo sanguíneo por fazer o
estiramento adicional das fibras elásticas (dilatação) do segmento
arterial sadio. Porém, muitos acreditam que o procedimento
alarga a luz arterial por fissuras e achatar a placa contra a parede
Vascular.

Complicaçôes do PTA: Hematomas, êmbolo, dissecção do vaso e


sangramento. Para diminuir o risco de reoclusão, estentores
podem ser inseridos para suportar as paredes dos vasos
sanguíneos e evitar o colapso imediatamente após a insuflação do
balão.
Complicaçôes dos Estentores: embolização distal. lesão da camada
íntima, deslocamento do estentor,

Intervenções de Enfermagem

à Arterosclerose e aterosclerose
* Melhora a circulação arterial periférica
* auxiliar o paciente a caminhar;
* Promover aplicação de calor para facilitar o fluxo arterial;
* Instruir o paciente a não expor a baixa temperaturas para não
promover
vasoconstrição;
* Abaixar os membros a um nível inferior ao do coração;
* Encorajar o uso de calçados protetores e acolchoamento para
áreas de pressão, para evitar traumas.
* Alivio da dor com administração de analgésicos;
* Hidratação do membro;
* Dieta hipolipídica;
* Plano de redução do peso;
* Orientar o paciente quanto ao auto-cuidado.

Doença Arterial Oclusiva Periférica

Usualmente é encontrada em indivíduos com mais de 50 anos de


idade. Mais comum entre os homens, as pernas são as mais
acometidas. A idade de início e a gravidade se devem ao tipo e
número de fatores de risco aterosclerótico. As lesões obstrutivas
se dão comumente nos segmentos do sistema arterial que se
estende da aorta, abaixo das artérias renais, até a poplítea. A
doença oclusiva distal pode ser vista freqüentemente nos
pacientes com diabetes mellitus e na população geriátrica.

Manifestações Clínicas
- Claudicação intermitente: dor insidiosa, pulsátil em câimbras,
fadigas ou fraqueza.
- Dor em repouso: persistente, pulsátil ou perturbadora, costuma
estar presente nas porções distais das extremidades. a elevação
das extremidades ou sua colocação na posição horizontal
aumentam a dor e a posição pendente a reduz.
- Resfriamento ou dormência: decorrente do menor fluxo arterial.
Ao exame a extremidade pode estar fria e pálida quando elevada,
ou avermelhada e cianótica quando pendente.
- Alterações ungueais e cutâneas, ulcerações, gangrena e atrofia
muscular podem ser observadas.
- Sopro: ouvido com o estetoscópio, ruído produzido pelo fluxo
turbulento de sangue através de um vaso irregular e com estenose,
através do seguimento dilatado de um vaso – um aneurisma.
- Pulsos periféricos diminuídos ou ausentes.

Histórico de Enfermagem

- História dos sintomas e exame físico do paciente


- O exame dos pulsos periféricos é uma parte importante da
avaliação da doença arterial oclusiva. Os pulsos podem estar
desiguais ou ausentes. A artéria pediosa no dorso do pé em geral
encontra-se ausente em 7% da população.
- Cor e temperatura devem ser anotadas e os pulsos palpados.
- Unhas podem estar espessadas e opacas.
- Pele brilhosa, atrófica e ressecada, com escasso crescimento de
pêlos. Deve-se comparar ambas as extremidades.

Diagnóstico

- Doppler
- Oscilometria
- Angiografia
- Angiografia por subtração digital (ASD)
- Teste ergométrico
- Bloqueio simpático lombar
Tratamento

- Angioplastia transluminal percutânea:


- Terapia trombolítica.
_ Tromboliseangioplastia : combinação dos 2 tratamentos
anteriores.
- Simpatectomia.
- Enxerto Vascular ou endarterectomia. Ligação de 2 vasos com
bom fluxo entre si. O
material pode ser sintético (Dácron) ou de veias autógenas ( Ex.
veia safena).

Cuidados.

- Geralmente, os pacientes se sentem melhor com algum tipo de


programa de exercícios. Deve ser feito juntamente com uma
redução de peso e cessação do fumo.

Internações de Enfermagem Pós Operatório

- Os pulsos das extremidades devem ser anotados e comparados.


- Verificar ausência de pulso.
- Cor e temperatura devem ser monitorizadas.
- Monitorização contínua do débito urinário, pressão venosa
central, condições mentais, freqüência e volume de pulso.
- Evitar cruzar as pernas ou mantê-las penduradas.
- Elevar as pernas para reduzir o edema.

Doença arterial Oclusiva no membro Superior

As oclusões do membro superior ocorrem com menor freqüência e


não são tão sintomáticas quanto aquelas nos membros inferiores,
porque a circulação colateral é melhor nos membros superiores e
o braço possui menos massa muscular e não esta sujeito a mesma
carga de trabalho das pernas.

Manifestações clínicas

A estenose que ocorre na origem do vaso, proximal a artéria


vertebral, colocando como principal contribuinte para o fluxo e as
oclusões no membro superior resultam da aterosclerose ou
trauma. O indivíduo pode desenvolver a síndrome do roubo
subclávio (fluxo invertido na artéria vertebral e basilar para
fornecer fluxo sanguíneo para o braço) causando sintomas
vértebro-basilares (cerebrais), vertigem ataxia, síncope e
alterações visuais bilaterais.
O paciente queixa-se de fadiga no braço, dor ao exercício
incapacidade para sustentar objetos e dificuldade para dirigir
veículos auto motores.

Histórico e achados diagnósticos

O histórico deve incluir resfriamento unilateral e palidez do


membro afetado, enchimento capilar diminuído e diferença nas
pressões arteriais no braço superior a 20 mmHg. Estudos não
evasivos como pressões arteriais no braço e antebraço e ultras-
som duplex são usados para identificar a localização anatômica da
lesão e para avaliar a hemodinâmica do fluxo sanguíneo. A
avaliação trans-craniana com Doppler é usada para avaliar a
circulação intra craniana e detectar qualquer sifonamento do fluxo
sanguíneo a partir da circulação posterior para gerar o fluxo
sanguíneo para o braço afetado. Pode ser necessária a
arteriografia.

Tratamento Médico

Se lesão focal curta um PTA pode ser utilizado. Já se a lesão


envolve a artéria subclávia com a sifonagem documentada do
fluxo sanguíneo a partir da circulação intracraniana existem os
seguintes procedimentos cirúrgicos: bypass carotídeo – subclávia,
bypass axilo-axilar e reimplante autólogo da subclávia e
reimplante autólogo da subclávia na artéria corótida.

Intervenções de Enfermagem

O histórico de enfermagem envolve comparações das pressões do


braço, pulso radial, ulnar e braquial, funções motora e sensorial,
temperatura; alterações de coloração e enchimento capilar. No pré
operatório, o braço é mantido ao nível do coração e protegido
contra o frio, punções venosas ou arteriais, fitas adesivas e
curativos constritivo. No Pós- operatório, o braço é mantido ao
nível cardíaco ou elevado com os dedos ao nível mais elevado.
Punções motoras e sensorial, Calor, coloração, enchimento capilar
e os pulsação monitorizados com avaliação por doppler do fluxo
arterial a cada hora durante 24 horas. A pressão arterial é avaliada
a cada duas horas durante 24 horas.

Doença aórticas
Aortite

É uma inflamação da aorta, particularmente do arco aórtico, são


conhecidos 2 tipos:

· Doença de Takayasu – doença inflamatória crônica, do arco


aórtico e seus ramos, que provoca sintomas isquêmicos
acometendo extremidades superiores cérebro e olho.
· Sifilítica – acomete a raiz da aorta e a aorta asadenter,
produzindo uma moderada dilatação da aorta, podendo também
causar insuficiência aórtica, oclusão dos óstios coronário de
aneurisma.

Aneurismas Aórticos

É um saco ou dilatação localizada que acomete uma artéria e


constitui um ponto fraco na parede vascular. A causa mais comum
é a aterosclerose podendo também ser causa os traumatismos da
parede da artéria, infecção e defeitos congênitos da parede
arterial.

Aneurisma da aorta torácica

A principal causa é a aterosclerose. As principais sintomas são


dor, dispnéia, tosse, rouquidão, disfagia. O diagnóstico é feito
principalmente pelo Rx de tórax, ultra-sonografia e tomografia
computadorizada. Na maioria dos casos o tratamento é através da
correção cirúrgica sendo importante o controle da PA, através de
drogas anti – hipertensivas.

Aneurisma da aorta abdominal

A principal causa é a aterosclerose, é a maior parte destes


aneurismas ocorre abaixo das artérias renais. Sendo que os
principais fatores de risco incluem predisposição genética,
tabagismo e HÁ. Alguns dos pacientes queixam que sentem o
“coração bater” no abdome, outros sentem presença de uma
massa abdominal, sendo possível ouvir sobre esta massa um sopro
sistólico. O diagnóstico é feito através da Rx abdominal, US e
tomografia computadorizada. O tratamento de escolha é a cirurgia
onde o aneurisma é ressecado e instalado o enxerto. Os sinais de
iminente ruptura incluem dor nas costas ou dor abdominal.
Aneurisma dissecante da aorta

Muitas vezes este tipo de aneurisma está associado a HÁ mal


controlada, provocando dilacerações e oclusões de artérias. Pode
provocar com esta obstrução o hemopericárdio (derrame de
sangue dentro do saco pericárdio) ou insuficiência aórtica e
poderá assim causar oclusão das artérias que alimentam o trato
gastrintestinal rins, medula espinhal ou até mesmo as pernas. Os
principais sintomas são da intensa e persistente, palidez,
sudorese, taquicardia. O diagnóstico é feito através do
angiograma, imagem por TC, US e imageamento por ressonância
magnética. O tratamento médico ou cirúrgico deve acompanhar o
tratamento dos aneurismas aórticos torácicos.

Embolia e Trombose Arteriais

A oclusão vascular aguda pode decorrer de um êmbolo ou de uma


trombose aguda. Um êmbolo geralmente é diagnosticado com
base na natureza repentina ou aguda do início dos sintomas e na
suspeita de uma possível fonte de êmbolos. Os êmbolos também
podem se desenvolver na aterosclerose avançada, porque as placas
ateromatosas se ulceram e ficam rugosas.
A trombose arterial também pode ocluir agudamente uma artéria,
sendo que a trombose é um coagulo de desenvolvimento que
costuma ocorrer onde a parede arterial está usada geralmente em
decorrência de aterosclerose.
Manifestação clinicas: palidez, dor aguda, ausência de pulsação e
paralisia.
O tratamento depende de sua causa, geralmente é realizada a
cirurgia chamada embolectomia. Quando existe circulação
colateral inclui como tratamento com anticoagulação venosa com
heparina. Também agentes trombolíticos.

Doença de Raynaud.

É uma forma de vasoconstrição arteriolar intermitente que resulta


no resfriamento, dor e palidez nas pontas dos dedos das mãos, dos
pés e da ponta do nariz. A causa é desconhecida. Os sintomas
podem resultar de uma diminuição da capacidade de dilatação dos
vasos cutâneos. Os episódios podem ser deflagrados por fatores
emocionais ou por sensibilidade incomum ao frio.
O quadro clínico resulta a palidez. Em seguida, a pele torna-se
cianótica direito ao represamento do sangue desoxigenado
durante o vasoespasmo, rubor, dormência, formigamento e dor
em queimação ocorrem a medida que a coloração se altera. O
envolvimento precisa ser bilateral e simétrico.
Tratamento evitar estimular que provocam vasoconstrição. Os
bloqueadores dos canais da Ca++ podem ser eficazes nos alivio
dos sintomas. A simpatectomia pode auxiliar alguns pacientes.

TRATAMENTOS DOS DISTÚRBIOS VENOSOS

Trobose venosa trombose de veias profundas, tromboflebite e


flebotrombose

Fisiopatologia

Embora a etiologia da trombose venosa permaneça desconhecida


acredita-se que a tríade de Virchow tenha papel significante em
seu desenvolvimento: estase venosa, lesão da parede vascular e
coagulação sanguínea alterada. Pelo menos dois desses fatores são
necessários para que ocorra a trombose.
Estase venosa: ocorre quando o fluxo sanguíneo é reduzido, como
na IC ou no choque; quando as veias estão dilatadas, como
acontece em algumas terapias medicamentosas; e quando a
contração dos músculos esqueléticos se mostra reduzida, como na
imobilidade, paralisia dos membros ou anestesia. O repouso no
leito diminui o fluxo nas pernas em pelo menos 50%.
Lesão do revestimento da camada íntima dos vasos sangüíneos
cria um local para a formação do coágulo. Trauma direto dos
vasos (fraturas ou luxações), doenças das veias e irritação química
da veia por soluções ou medicamentos intravenosos podem
lesionar as veias.
A coagulabilidade sanguínea aumentada ocorre principalmente
em pacientes que suspenderam abruptamente os medicamentos
anticoagulantes. O uso de contraceptivos orais e várias discrasias
sanguíneas também podem conduzir à hipercoagulabilidade.
A formação de coágulo freqüentemente acompanha a
tromboflebite, porém quando o coágulo se desenvolve, mas sem
inflamação, o processo é referido como flebotrombose. A
trombose venosa ocorre nas veias dos membros inferiores,
podendo afetar tanto as veias superficiais quanto as profundas. A
trombose venosa do membro superior é mais comum nos
pacientes com cateteres intravenosos ou nos pacientes com uma
doença subjacente que provoque hipercoagulabilidade. O trauma
interno dos vasos pode resultar de derivações de marcapasso, por
tais de quimioterapia, cateteres de diálises ou linhas de
hiperalimentação. A luz da veia pode estar diminuída como
resultado do cateter ou a partir de compressão externa. A
trombose do membro superior por esforço deve-se ao movimento
repetitivo que irrita a parede vascular provocando inflamação e
trombose.
Trombos venosos são agregados de plaquetas presos à parede
vascular, juntamente com um apêndice de fibrinas, leucócitos e
muitos eritrócitos. O apêndice pode crescer ou propagar-se na
direção do fluxo sanguíneo à medida que se formam sucessivas
camadas do coágulo. Á trombose venosa que se propaga é
perigosa já que pode provocar uma oclusão embólica dos vãos
sanguíneos pulmonares. A fragmentação do trombo pode ocorrer
espontaneamente ou em associação com uma elevação na pressão
venosa, como acontece quando uma pessoa fica em pé
repentinamente ou se engaja na atividade muscular depois da
inatividade prolongada. Depois de um episódio de trombose
aguda de veias profundas, ocorre tipicamente a recanalização, da
luz cujo tempo que esta leva ocorrer completamente é um
determinante importante da incompetência valvular que é uma
complicação da trombose venosa que tem como outras
complicações: oclusão venosa crônica, embolia pulmonar por
deslocamento de trombo, destruição vascular (insuficiência
venosa crônica, pressão venoso aumentada, varicosidades, úlceras
venosas), obstrução venosa (pressão distal aumentada, estase de
líquido, edema gangrena venosa)

Manifestações Clínicas:

Com exceção da trombose venosa iliofemoral maciça, na qual todo


o membro se torna maciçamente edemaciado, tenso, doloroso e
frio ao toque, as demais tromboses venosas profundas apresentam
sinais e sintomas inespecíficos, que ainda assim devem ser
investigados.
Veias superficiais (safena magna, safena, Menor, cefálica, basílica
e jugular externa) são estruturas musculares com paredes
espessas que se situam exatamente abaixo da pele enquanto as
veias profundas (idem ao nome das artérias que acompanham)
apresentam paredes finas e possuem menos músculo na camada
média, correm em paralelo com as artérias.
Vias superficiais e profundas possuem válvula que possibilitam o
fluxo-unidirecional de volta para o coração, estas se localizam na
base de um segmento da veia, o qual se expande para dentro de
um seio o que permite que se abram sem entrar em contato com a
parede da veia permitindo o fechamento rápido quando o sangue
começa a refluir.
As veias perfurantes possuem válvulas que possibilitam o fluxo
unidirecional do sangue do sistema superficial para o profundo.

Veias Profundas

Quando obstruídas causam: edema, inchação do membro (efluxo


do sangue venoso é inibido), devendo-se então mensurar o mesmo
em pontos distintos e também observá-lo sempre comparando
com as mesmas características do membro não afetado. O
membro afetado pode parecer mais quente que o membro não
afetado, e as veias superficiais podem parecer mais proeminentes.
O dolorimento mais tardiamente decorre da inflamação da parede
venosa, detectada pela palpação suave do membro afetado.
Em alguns casos, os sinais de um êmbolo pulmonar constituem a
primeira indicação de trombose de veias profundas.

Veias superficiais

Obstruídas causam dor sensibilidade rubor e calor na área


afetada. É reduzido o risco de trombos venosos superficiais que
são desalojadas ou fragmentos em êmbolos, porque a maioria se
dissolve espontaneamente. Assim, essa condição pode ser tratada
em casa com repouso no leito, elevação da perna, analgésicos e,
possivelmente, medicamento antiinflamatório.

Histórico e Achados Diagnósticos

Investigar criteriosamente história de veias varicosas,


hipercoagulação, doença neoplásica, doença cardiovascular ou
cirurgia importante ou lesão recente que predispõem o alto risco,
bem como obesidade, envelhecimento e sexo feminino em uso de
contraceptivos orais.
Investigar: dor no membro, sensação de peso, comprometimento
funcional, ingurgitamento do tornozelo e edema; diferenças no
tamanho da perna a nível bilateral da coxa ao tornozelo, aumento
na temperatura da superfície da perna, particularmente na
panturrilha ou tornozelo; e as áreas de dolorimento ou trombose
superficial.

Prevenção

Aplicação de meias de compressão elástica; uso de dispositivos de


compressão pneumática intermitente e posicionamento corporal e
exercícios especiais. A administração de heparina subcutânea e
usada como método adicional para evitar trombose venosa em
pacientes cirúrgicos.

Tratamento Médico

O tratamento objetiva evitar que o trombo cresça e se fragmente e


prevenir a tromboembolia recorrente, o que pode ser conseguido
através da terapia anticoagulante, embora o uso desta não consiga
dissolver um trombo já formado.

Terapia de Anticoagulação

Indicada para tromboflebite, formação recorrente de êmbolo e


edema persistente nas pernas secundárias à insuficiência cardíaca,
pacientes idosos com fratura de quadril, a qual pode resultar em
imobilização prolongada.

Heparina administração para 5 a 7 dias IV intermitente ou


continuamente, evita a extensão de um coágulo e o
desenvolvimento de outros novos. Anticoagulantes orais
(Warfarin: Coumadin) são administrados com a terapia com
heparina. Dosagem do medicamento regulada por monitorização
do tempo de tromboplastina parcial, relação normatizada
internacional (INR) e contagem de plaquetas.

Heparina de Baixo Peso Molecular (via subcutânea) meia-vida


mais longa que a heparina não-fracionada podendo as doses
serem administradas via SC uma ou duas vezes/dia, sendo
ajustadas de acordo com o peso. Vantagem: menor quantidade de
complicações hemorágicas que a heparina não fracionada. Apesar
do alto custo, pode ser utilizada com segurança em mulheres
grávidas, e os pacientes mantêm a mobilidade e demonstram uma
qualidade de vida melhorada

Terapia Trombolitica ou Fibrinolítica

Tratamento cirúrgico

A cirurgia é necessária para a trombose venosa profunda quando:


-terapia anticoagulante ou trombolítica está contra indicada;
-perigo de embolia pulmonar é extremo;
-drenagem venosa está tão comprometida que provavelmente irá
sobrevir lesão permanente de membro.
Cirurgia de escolha: trombectomia, durante a qual um filtro de
veia cava pode ser inserido para aprisionar os grandes êmbolos, e
assim evitar a embolia pulmonar.

Intervenções de Enfermagem, Trombose venosa profunda.

- Avaliar e monitorar a terapia anticoagulante


- Monitorar e tratar as complicações potenciais, como
sangramento espontâneo e sangramento dos rins – pelo exame de
urina.
- Monitorar e avaliar exames laboratoriais – pode haver
tombocitopenia.
- Atentar para as interações medicamentosas
- Manter repouso no leito com membro afetado elevado com
meias elásticas.
- Administrar analgésico para dor.
- Realizar compressas quentes e úmidas.
- Encorajar exercícios passivos e ativos com o membro.
- Realizar exercícios de respiração profunda.
- Abolir uso do álcool (interfere com a terapia anticoagulante).

Insuficiência Venosa crônica.

Resulta da obstrução das válvulas venosas nas pernas ou de um


refluxo do sangue para trás através das válvulas. As paredes das
veias são mais delgadas e mais elásticas que as das artérias,
portanto, quando há aumento da prolongado da pressão venosa,
os folhetos das válvulas são estirados e impedidos de fichas por
completo, permitindo um refluxo. As veias superficiais e
profundas das pernas podem ser afetadas. Depois que as válvulas
tornam-se incompetentes e se formam trombos, pode ocorrer a
síndrome pós-trombólica, que se caracteriza por estase venosa
crônica, seguido, de edema, pigmentação alterada, dor e
dermatite, também pode haver ulcera de estase e as veias
superficiais podem estar dilatadas. A pigmentação e as ulcerações
geralmente ocorrem na parte inferior do membro, na área do
maléolo medial, a pele torna-se seca, com fissuras e prurido, os
tecidos subcutâneos sofrem fibrose e atrofiam, aumenta o risco de
lesão e infecção.

Tratamento

Devem-se realizar atividades antigravitacionais, como a elevação


das pernas e compressão de veias superficiais com meias elásticas.

Veias Varicosas
As veias varicosas são veias superficiais anormalmente tortuosas
provocadas por válvulas venosas incompetentes. Essa condição
acontece nos membros inferiores, nas veias safenas ou na parte
inferior do tronco, contudo ela pode ocorrer em qualquer parte do
corpo (Ex: varizes esofágicas). A condição é mais comum nas
mulheres e nas pessoas cujas ocupações exijam ficar em pé por
períodos prolongados. Uma fraqueza hereditária da veia pode
contribuir para o desenvolvimento das varicosidades.

Fisiopatologia

As veias varicosas podem ser consideradas primárias (sem


envolvimento das veias profundas). Um refluxo de sangue venoso
nas veias resulta em estase venosa. Quando apenas as veias
superficiais são afetadas, a pessoa pode não apresentar sintomas,
mas pode ser perturbada pela aparência das veias dilatadas.

Manifestações Clínicas

Quando presentes os sintomas podem tomar a forma de dor


contínua, cãibras musculares e fadiga muscular aumentada nas
pernas. Podem ocorrer edema de tornozelo, sensação de peso nas
pernas, cãibras noturnas. Quando ocorre obstrução venosa
profunda resultando nas veias varicosas, os pacientes podem
demonstrar sinais e sintomas de insuficiência venosa crônica:
edema, dor, pigmentação e ulcerações. A suscetibilidade à lesão e
à infecção mostra-se aumentada.

Histórico e achados diagnósticos

São usados como exames diagnósticos o scan dúplex, que


documenta o local anatômico do refluxo e fornece uma medida
quantitativa da gravidade do refluxo valvular. A Pletismografia
aérea mede as alterações no volume de sangue venoso. A
venografia não é rotineiramente realizada para avaliar o refluxo
valvular. Quando no entanto é utilizada, ela envolve a injeção de
um agente de contraste radiográfico dentro das veias da perna, de
modo que a anatomia da veia possa ser visualizada por exames
radiográficos durante vários movimentos das pernas.

Prevenção

- Evitar atividades que causam estase venosa (como uso de meias


apertadas. Cruzar as pernas na altura das coxas, sentar ou ficar
em pé por longos períodos);
- Mudar freqüentemente de posição;
- Elevar as pernas quando elas estão cansadas e caminhar por
vários minutos a cada hora são medidas que promovem a
circulação.
O paciente deve ser encorajado a caminhar 1,5 a 3 Km por dia,
quando não existirem contra-indicações;
- Subir escadas em lugar de usar elevador ou escada rolante é
valioso na promoção da Circulação.
- Nada também é um bom exercício para as pernas.
- As meias elásticas são úteis, principalmente as meias de cano
longo acima do joelho.

Tratamento Médico

A cirurgia para as veias varicosas requer que as veias profundas


estejam permeáveis e funcionais. A veia safena é ligada e dividida.
A veia é ligada em um ponto elevado na coxa, onde a veia safena
se encontra com a veia femoral. Em seguida é feita incisão no
tornozelo e um fio metálico ou de plástico é introduzido em toda
extensão da veia, “desnudando-a” à medida que ela passa. A
pressão e a elevação mantêm o sangramento em um mínimo
durante a cirurgia.
Escleroterapia: Uma substância química é injetada dentro da veia,
irrigando o endotélio venoso e produzindo flebite e fibrose
localizadas, obliterando desta maneira, a luz da veia. A escleroso é
paliativa em vez de curativa. Depois que o agente esclerosante é
injetado, bandagens de compressão elástica são aplicadas na
perna. Essa são usadas por aproximadamente 5 dias. As meias de
compressão são usadas a seguir, durante um período adicional de
5 semanas.
Depois da escleroterapia, os pacientes são encorajados a realizar
caminhadas de acordo com a prescrição, para manter o fluxo
sanguíneo na perna. A caminhada estimula a diluição do agente
esclerosante.

Intervenções de Enfermagem

· Auxiliar a paciente a realizar exercícios e mover as pernas.


· Inspecionar curativo quanto a sangramentos
· Inspecionar hipersensibilidade do membro,
· Promover cuidado domiciliar, orientando sobre ouso de meias
elásticas e
Exercícios com os membros.

Distúrbios Linfáticos

O sistema linfático consiste em um grupo de vasos que se


espalham pela maior parte do corpo. A linfa é o líquido
encontrado nos vasos linfáticos, o fluxo da linfa depende das
contrações intrínsecas dos vasos linfáticos, da contração dos
músculos, dos movimentos respiratórios e da gravidade.

Linfangite e Linfadenite

Linfangite é a inflamação aguda dos canais linfáticos, origina-se


de um foco de infecção de um membro, geralmente por
estreptococo hemolítico caracteriza-se por faixas avermelhadas
que se estendem para cima no braço ou na perna.
Linfadenite aguda é a dilatação dos linfonodos que se localizam ao
longo do curso dos canais linfáticos, tornam-se também
avermelhados e dolorosos. Quando tornam-se necróticos e forma
um abcesso – linfadenite supurativa. Os mais envolvidos são
aqueles na virilha, axila e região cervical.

Linfedema e Elefantíase
Linfedema é o edema dos tecidos nos membros por causa de uma
quantidade aumentada de linfa que resulta de uma obstrução dos
vasos linfáticos.
A elefantíase é obstrução linfática causada por um parasita - a
filária. Pode haver febre alta e calafrios e um edema residual
aumentado quando o edema crônico está presente, podendo levar
a fibrose crônica, espessamento dos tecidos subcutâneos e
hipertrofia da pele.

Tratamento

· Repouso com a perna elevada, uso de meias de compressão


máxima.
· Farmacológico, associa-se à elevação do membro e uso de meias,
o uso de diuréticos e se necessário antibiótico e terapia.
· Cirúrgico: Pode ser necessária a realização de um enxerto.

Processo de Enfermagem

· Dor caracterizada por máscara facial, gestos protetores


relacionada à circulação prejudicada para a deambulação.
· Risco para controle eficaz do Regime Terapêutico relacionado ao
conhecimento insuficiente sobre a prevenção da recorrência da
trombose venosa profunda e os sinais e os sintomas de
complicações.
· Risco para integração da pele prejudicada relacionada ao edema
crônico dos tornozelos.
· Risco para infecção relacionada à circulação comprometida.
· Intolerância à atividade caracterizada por resposta alterada ao
esforço relacionada a claudicação.
· Perfusão Tissular Alterada caracterizada por claudicação,
modificação na temperatura da pele relacionada ao
comprometimento do fluxo sanguíneo, aos vasoespasmos.
· Risco para distúrbio na Imagem corporal relacionado às lesões
crônicas abertas e à reação dos outros à aparência.
· Medo caracterizado por relatos verbais, choro, verbalização
crescente relacionada à perda de parte do corpo evidenciado pela
necessidade de amputação do membro.
· Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidades corporais
caracterizada por ingesta inadequada, menor do que a quantidade
diária necessária relacionadas com aumento da necessidade de
nutrientes para promover a cicatrização da ferida.
· Distúrbio no padrão do sono caracterizado por dificuldade para
adormecer relacionado à distúrbios circulatórios.
· Mobilidade física prejudicada caracterizada por capacidade
comprometida de deambulação relacionada a dor secundária a
lesões.
· Déficit de conhecimento caracterizado por evolução imprecisa
das instruções relacionado a interpretação incorreta das
informações.

Intervenções de Enfermagem

· Oferecer aporte emocional.


· Verificar sinais vitais, principalmente, PA, pulsos (pedial, tibial,
femoral, poplíteo)
· Orientar sobre a patologia.
· Administrar medicação prescrita.
· Orientar a necessidade de evitar traumatismos.
· Coleta de Exames.
· Orientar a manutenção de uma dieta balanceada.
· Orientar a abolição do álcool e fumo.
· Observar temperatura e coloração da pele.
· Estimular o auto cuidado.
· Evitar permanecer períodos prolongados em repouso ou em pé
numa mesma posição.
· Atentar aos sinais de infecção.
· Verificar a presença de edema.
· Comunicar ao médico qualquer anormalidade.

Trabalho retirado de:


http://www.unifalmg.edu.br/academico/material/Enfermagem/I
nsufici%EAncia%20Vascular.doc

ACUPUNTURA NA I.V.C. (INSUFICIÊNCIA VASCULAR


CRÔNICA)

Segundo ROSS (2003) as síndromes relacionadas à circulação


periférica, com extremidades frias, referem-se aos problemas de
artérias periféricas ou do controle nervoso dessas artérias, onde o
padrão mais comum na prática clínica é meramente a ocorrência
de pés e mãos frios. A etiologia dessas síndromes, segundo ROSS
(2003), pode ser hereditária, que pode ficar acentuado por fatores
que produzem deficiência de sangue e Qi. Vários fatores podem
levar a deficiência de Sangue e Qi: Nutrição deficiente,
preocupações, excesso de trabalho, doenças, esgotamentos, falta
de exercícios físicos regulares, consumo excessivo de alimentos
gordurosos, fumo, emoções reprimidas, estress nervoso,
ansiedade. As síndromes de circulação periféricas podem ter como
causas:
Estagnação do QI e do Xue
Def de Xue e de Yang
Def de yang do coração e do Rim

Ross faz um resumo das síndromes de circulação periférica:


Estagnação de Qi e Xue:Sensação de frio pp nos dedos das
mãos e dos pés;talvez sensação de congestionamento no peito e
abdome, talvez sensação interna de calor no corpo, com
inquietação e irritabilidade;Pulso:Em corda, talvez rápido e com
fluxo abundante; Lingua:Violácea, talvez avermelhada com
saburra amarela gordurosa
Para estagnação do Qi do Coração: VC6,VC17, CS6,Cs4
(harmonizando)+ Cs4,Cs6(dispersando).
Para Estagnação do Qi do Pulmão: P1, P6(dispersando)
Para Estagnação do Qi do Fígado:F3+F14 (disp).
Para calor interno: IG11+ E37 (dispersando);
Para Fogo por deficiência: R6(ton)+R2(disp);
Para estagnação de Xue: BP1+BP8 (disp).
Deficiência de Sangue e Deficiência de Yang:Frio nas mãos
e nos pés, palidez, cansaço, talvez tonteira,visão turva,
Insônia,memória fraca. Pulso:Áspero, talvez fino ou vazio, talvez
profundo. Lingua:Pálida, fina, seca
VC4,VC12,VC17,E36,BP4(tonificando);CS6(harmonizando),altern
ar com VG4,VG11,VG20,B15,B23

Deficiência do Yang do Coração e do Rim


Frio se extende para braços e pernas, baixo abdome e região
dorsal, ou talvez até pelo corpo todo, exaustão, palidez intensa,
talvez depressão e falta de iniciativa, dispnéia, dor nas costas ou
micção freqüente.Pulso:Vazio e pequeno.Lungua:Pálida, flácida,
úmida, talvez saburra branca
VC4,VC6,VC17,C8,R2,BP4 (tonificando) =CS6 (Harmonizando),
alternado com VG4,VG11,VG20,B15,B23 (tonificação).

Ainda conforme afirma ROSS (2003), a combinação de pontos


para sintomas de circulação periférica, além da acupuntura, é
necessária mudanças no estilo d vida, como parar de fumar, e
adicionar exercícios físicos regulares. A combinação básica para as
três síndromes é: BP4+ CS6, já que o vaso penetrador e de ligação
Yin juntos, controlam o equilíbrio entre C, BP e R, assim como a
quantidade de sangue.

ROSS afirma que os principais padrões que contribuem para o


caso de veias varicosas são:
Estagnação de Qi e de sangue
Deficiência de BP, com afundamento do BP;
Umidade –calor.
Essas síndromes podem ocorrer ao mesmo tempo, às vezes
também com deficiência de Qi e do Yang do BP

Outras etiologias podem ocorrer como a hereditariedade, que se


agrava pela dieta incorreta, obesidade, gravidez, permanência em
postura ortostática, sem movimentação, falta de exercícios físicos
e cansaço generalizado. A preocupação crônica e a solicitude
excessiva podem enfraquecer o BP, irritação ou raiva reprimida
podem se combinar com umidade para produzir umidade-calor
em F-VB. No caso de edema varicoso, qq fator como suplementos
alimentares, álcool ou alimentos que aumentam a umidade-calor,
podem agravar o quadro.

TRATAMENTO:

Os pontos podem ser selecionados a partir de:


BP1,2,4,6,8,9,10
E36,37,40,41,44
CS6,9
F1,2,3,5
VB34,39,41

Segundo ROSS (2003), a aplicação da combinação: CS6, BP4, BP6


BP8, E36 e E41, na técnica de harmonização, devem ser feitas de
forma que as agulhas não sejam aplicadas nas áreas das veias
varicosas muito graves, para evitar a punctura de veias
inflamadas, de forma que se por exemplo, não for possível aplicar
agulhas no BP6 e F5, então o BP8 e F3 podem ser usados como
alternativas. Pode também haver a possibilidade de usar o BP6 e
F5 do lado menos afetado. ROSS (2003) ainda usa algumas outras
combinações:
CS9, BP1, F1 (dispersando)= para eczema por calor no sangue
IG4, E37, E44 (dispersando)= para eczemas por calor no
Estômago e nos Intestinos
VB34, VB41, BP9 (dispersando)= para eczemas por umidade calor
VG20, VC4, VC12 (tonificando)= Para afundamento do BP

MACIOCIA (1996) descreve EDEMA, como uma retenção de


fluidos sob a pele, que pode ocorrer ao redor dos olhos, na
face,nos membros e no abdome.
Os rins governam a água e o Estômago e o BP governam a terra.
A terra age sobre a água, o E e o BP são externamente e
internamente relacionados e o E é o “mar do alimento”. Quando
o E é deficiente, não pode transformar a água(isto é, fluidos), a
água transborda dos meridianos e é retida abaixo da pele,
causando edema.
Etiologia dos Edemas:
Vento externo= O vento frio, ou vento-calor exteriores invadem
a porção do Qi de defesa, comprometendo a circulação do Qi de
defesa e dos fluidos. O vento prejudica a circulação do Qi do
pulmão, prejudicando trânsito do Qi de defesa, de tal forma que o
Qi do Pulmão nõ pode dispersar fluidos; estes por sua vez, se
acumulam sob a pele, causando edema, geralmente na face e nas
mãos. Este é o edema do tipo Plenitude, com início agudo. Esse
tipo de vento exterior, que pode se apresentar com as
características de Calor ou Frio, é chamado de “vento-àgua”. A
nefrite aguda geralmente se inicia com sintomas de invasão
exterior de vento-água, com edema na face.
Umidade Exterior= A umidade-calor exterior pode invadir o E
e o BP, prejudicando a função de transformação e transporte dos
fluidos. Os fluidos se estagnam e são retidos sob a pele, causando
edema. Esta não é uma causa comum de edema nos climas
temperados. A umidade-Frio exterior pode invadir o corpo; se
ficar retida por muito tempo, interfere na transformação dos
fluidos, podendo gerar edema.
Alimentação: alimentação irrergular e ingestão de grandes
quantidades de laticínios e alimentos gordurosos prejudicam a
função do BP de transformação e transporte dos fluidos, gerando
edema.
Excesso de Trabalho e Atividade Sexual excessiva: O
excesso de trabalho e a atividade sexual excessiva enfraquecem os
Rins e prejudicam a função de transformação dos fluidos, gerando
possivelmente edema.
Fogo das úlceras ou dos carbúnculos: O fogo proveniente
dos carbúnculos, furúnculos ou úlceras pode impedir a limpeza e a
excreção da turvacidade do espaço entre a pele e os músculos,
gerando consequentemente retenção de fluidos e edema.

Patologia do EDEMA segundo MACIOCIA (1996)

Os pulmões, O BP e os Rins são os 3 órgãos Yin mais envolvidos


no edema, pois esses 3 órgãos são responsáveis pela dispersão,
transformação e transporte e excreção dos fluidos. Dentre outros
órgãos o TR desempenha uma função importante no metabolismo
dos fluidos. O TR superior difunde os fluidos como um “spray”
fino, par o espaço entre a pele e os músculos. O TR médio
transforma os fluidos e envia os fluidos turvos para baixo. O TR
inferior transforma e excreta os fluidos. O edema Yang, pode se
desenvolver a partir de um edema YIN, ou vice versa. Após um
longo período, pro exemplo, o edema Yang pode ser transformado
em um edema Yin, pois os fluidos retidos prejudicam o BP e os
Rins. Por outro lado, após repetidas invasões de umidade externa,
o edema Yin pode se transformar em edema yang.Em qualquer
caso, seja edema Yang ou Yin, é importante relembrar que o
edema em si é uma condição de Plenitude, ou o aspecto de
Plenitude de um quadro. Por exemplo, embora o edema Yin seja
proveniente de uma deficiência do BP e/ou dos Rins, os fluidos
retidos na forma de edema constituem-se no aspecto Plenitude do
quadro. Portanto, neste exemplo a raiz da condição e
caracterizada por vazio do BP e/ou dos Rins, enquanto a
manifestação é caracterizada por plenitude na forma de edema..
Essa diferenciação possui implicações importantes no tratamento
do edema, pois a manifestação necessita de ervas que promovam a
drenagem para a eliminação do edema ou dos pontos de sedação
no tratamento, por acupuntura, que eliminem o edema. No ponto
de vista do diagnóstico, o edema yin é caracterizado por depressão
acentuada da pele mediante pressão: apele volta ao normal muito
lentamente. No edema Ynag, há pouca ou nehuma depressão da
pele mediante pressão.

O edema segundo MACIOCIA (1996), pode ser classificado em:


Edema YANG= Caracterizado pelo inchaço, inquietação mental,
urina escura, obstipação.
Etiologias:
· Vento-água invadindo o Qi de defesa:edema nos olhos e na
face , com início súbito, aversão ao frio, febre, dor nos músculos,
retenção de urina; língua sem alteração de coloração; Pulso
flutuante-lento. Tratamento: IG4, TA5, P7,B12,B13, IG6,
IG10,VG26, VC17, E36. Usar método de sedação, e ventosas
podem ser usadas nos pontos: B12,13
· Fogo: Edema de qualquer parte do corpo, dores carbúnculos,
furúnculos; Língua vermelha com revestimento amarelo pegajoso;
pulso escorregadio e rápido. Pontos:VC12,B20,VC9, E28, B22,
BP9, P7, B13, IG11. Usar o método de sedação, exceto nos pontos
VC12, B20, B13,que devem ser tonificados. NÂO usar moxa.
· Umidade: Edema no corpo inteiro ou nas pernas, urina escassa,
sensação de peso, sensação de opressão no tórax; Língua inchada,
com revestimento pegajoso; Pulso escorregadio. Tratamento:
VC12, B20, B21, E36,VC9,E28, VC6, BP9, BP6, B22
· Umidade-calor: Edema nas pernas ou no abdome;pele fina
brilhante, sensação de opressão no tórax, sede sem desejo de
beber, urina escura e escassa; Língua com revestimento amarelo e
pegajoso;Pulso escorregadio e rápido. Tratamento: IG11, BP9,
BP6, VC9, E28, B22

Edema YIN= caracterizado por inchaço sem inquietação mental


ou urina escura, porém com fezes soltas.
Etiologias;
· Deficiência de yang do BP: Edema do Abdome e/ou das
pernas, depressão da pele mediante a pressão, sensação de
opressão do tórax e no abdome, fezes soltas, face pálida, fadiga,
urina escassa; Língua pálida, com marcas de dente; Pulso fraco e
fino. Tratamento: VC12, E36, B20, B21, BP6,VC6(moxa direta
com gengibre); VC9, E28,B22
· Deficiência de Yang do R: edema no corpo inteiro ou nas
pernas, depressão da pele ao ser pressionada, dor nas costas e nos
joelhos, sensação de frio, especificamente nas costas e nas pernas,
micção escassa ou profusa, porém muito pálida, fadiga, depressão,
tez branco-brilhante. Língua pálida, inchada; Pulso Profundo e
fraco. Tratamento: VC4, B23, R7, B20, E36, B22, E28

Além da Acupuntura, outros tratamentos poderão ser usados,


como: exercícios ativos de alongamento, que favorecem o
estiramento dos canais, e o retorno venoso; O Shiatsu (e/ou
D.L.M.- drenagem linfática Manual) e a auriculoterapia.
A seguir alguns exemplos serão dados:

Auriculo acupuntura para insuficiência Vascular


crônica:

Pontos Principais da Aurículo:


BP, F e R
Pontos acessórios:
Pulmão=para mobilizar o Qi
Coração= que age sobre os vasos sanguíneos e mobiliza o sangue
Triplo Aquecedor= Ajuda a eleiminação dos líquidos
SHM= ponto tranqüilizador
Endócrino=Diminui o edema
SNV=Melhora a circulação sangúinea

Exercícios que melhoram a circulação:

sentada: separe a junte as pontas dos pés= 10X

Sentada: balance os pés, os dedos e os calcanhares= 10 X

De pé: Ponha-se nas pontas dos pés e volte= 10X

Ande pelos calcanhares. Ou fique nos calcanhares apoiando-se em


uma lugar seguro=10X

Deitada, faça movimentos de pedalar, escorregando os


calcanhares na parede=10X

Deitada com as pernas pra cima, estique e depois flexione os


calcanhares e os dedos dos pés= 10X

deitadas com as pernas pra cima, gire me sentido horário, toda a


perna e depois em sentido antihorário=10x

Deitada com a pernas estendidas separe-as e junte-as= 10X

Massagear em sentido ascendente as pernas..e depois os pés e


dedos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ø ROSS, J. Combinações dos pontos de acupuntura: a chave para
o êxito clínico. São Paulo: Roca, 2003. Páginas 366,367
Ø YAMAMURA, I. Tratado de Medicina Chinesa. São Paulo: Roca,
1993. Página 624
Ø MACIOCIA, Giovanni. A prática da Medicina Chinesa São
Paulo. Roca, 1996. Capítulo 22, página: 545.

Postado por RENATA ESTRELLA às 07:26 Um comentário:


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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
A Utilização da Auriculoterapia como Recurso Terapêutico no
Controle da Pressão Arterial
Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel.
Autora: CIBELE BORIN CHIQUETTI

INTRODUÇÃO
A Pressão Arterial é a força exercida pelo sangue sobre as paredes
dos vasos sanguíneos. Sofre variações contínuas de acordo com o
ciclo cardíaco, alcançando um pico sistólico e uma depressão
diastólica, cujos níveis são aferidos por esfigmomanometria
(BATES,1998). A pressão arterial é pulsátil porque o coração ejeta
sangue intermitentemente. Entre sucessivas ejeções, a pressão
arterial sistêmica decai de 120 mmHg para, aproximadamente, 80
mmHg (AIRES,1999). Está relacionada com o trabalho do coração
e tem por finalidade promover uma boa perfusão dos ecidos e com
isso permitir as trocas metabólicas (PORTO,2001). A elevação da
pressão arterial, mesmo quando moderada, resulta em menor
expectativa de vida. (GUYTON, 2002).
A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, explicando 40%
das mortes por acidente vascular encefálico e 25 % dos óbitos por
doença arterial coronariana (CARVALHO, 2002). As IV diretrizes
brasileiras de hipertensão arterial dizem que, para qualquer idade
acima dos 18 anos, a pressão considerada normal aquela abaixo de
130/85 mmHg, e ótima abaixo de 120/80 mmHg. Segundo Dr.
Dante, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de
Hipertensão, já que a pressão arterial se relaciona a doenças
cardiovasculares de maneira contínua, quanto maior for o nível da
pressão arterial, maiores são as chances de ataque cardíaco,
derrame, ou doença renal, mesmo em níveis “normais” de pressão
arterial. Portanto, deve-se estimular a população a manter a
pressão arterial em níveis ótimos (CARVALHO, 2002). Visto que,
mesmo em níveis normais de pressão arterial há riscos de
desenvolver doenças cardiovasculares, a amostra selecionada para
o presente estudo compôs-se de indivíduos hipertensos e pré-
hipertensos, visando não só o tratamento mas também a
prevenção da hipertensão arterial. A acupuntura faz parte dos
recursos terapêuticos utilizados pela medicina oriental para tratar
e equilibrar o organismo. É um dos métodos mais antigos de cura,
surgindo na China aproximadamente 4.800 a C. Apesar de sua
antiguidade, continua evoluindo com a descoberta de novos
pontos e com o avanço tecnológico de outros instrumentos e
técnicas, tais como: ultra – som, as radiações infravermelhas, o
raio laser e outros equipamentos (WEN, 1985). Acupuntura é uma
técnica milenar que vem ganhando mais espaço na Medicina
Ocidental como tratamento alternativo em diversas patologias
(HIRAKUI, 2002). A auriculoterapia consiste em uma técnica de
tratamento dentro dos conhecimentos da acupuntura. Esse
recurso utiliza-se do estímulo de determinados pontos que se
localizam no pavilhão auricular, para reequilibrar o organismo.
São feitos estímulos com pressão (esferas de ouro ou prata,
sementes), com pequenas agulhas em forma de espiral (chamadas
agulhas semipermanentes), ou também estímulos com raio laser
ou outros aparelhos que provocam uma pequena descarga elétrica
sobre os pontos específicos (BONTEMPO, 1999). São muitos os
benefícios que a auriculoterapia pode trazer para restabelecer a
saúde, melhorando assim a qualidade de vida. A medicina
preventiva torna-se vantajosa na medida em que se consegue a
manutenção geral da saúde. O importante é não somente a
ausência de doenças mas, também, um sentimento de bem-estar e
maior energia física e mental.

2.1 PRESSÃO SANGÜÍNEA NO SISTEMA ARTERIAL


(PA):
A pressão sanguínea significa a força exercida pelo sangue contra
qualquer unidade de área da parede vascular (GUYTON, 2002). A
Pressão Arterial (PA) é a força exercida pelo sangue sobre as
paredes dos vasos sanguíneos, devido ao bombeamento dos
ventrículos esquerdo e direito para dentro respectivamente do
sistema arterial sistêmico e pulmonar. Sofrendo variações
contínuas de acordo com o ciclo cardíaco, alcançando um pico
sistólico e uma depressão diastólica, cujos níveis são aferidos por
esfigmomanometria (BATES, 1998). A pressão arterial é pulsátil
porque o coração ejeta sangue intermitentemente. Entre
sucessivas ejeções, a pressão arterial sistêmica decai de 120
mmHg para, aproximadamente, 80 mmHg. A maneira
convencional de se expressar em mmHg deve-se ao fato de que a
pressão sanguínea humana é medida clinicamente com uma
coluna de mercúrio, tomando a pressão atmosférica como
referência ou o nível zero (AIRES, 1999). Quando afirmamos que
a pressão, em um vaso, é de 50 mmHg, queremos dizer que a força
exercida sobre o mesmo é suficiente para impelir uma coluna de
mercúrio contra a gravidade até um nível de 50 mm de altura
(AIRES, 1999). A PA tem por finalidade promover uma boa
perfusão dos tecidos e com isso permitir as trocas metabólicas.
Está relacionada com o trabalho do coração, sofrendo variações
contínuas, dependendo da posição do indivíduo, das atividades e
das situações em que ele se encontra (PORTO, 2001).
2.1.1 FATORES DETERMINANTES DA PRESSÂO
ARTERIAL
A pressão arterial é determinada de maneira simplista pela
relação:
PA = DC x RPT
PA = Pressão arterial
DC = Débito cardíaco
RPT = Resistência periférica
Cada um desses fatores sofre influência de vários outros. Além do
débito cardíaco e a resistência periférica, a pressão arterial
depende da elasticidade da parede dos grandes vasos, da
viscosidade sanguínea e da volemia. Alterações em qualquer um
desses cinco fatores modificam a pressão sistólica, a pressão
diastólica ou ambas (PORTO, 2001).
2.1.1.1 Débito cardíaco
O débito cardíaco (DC) é a resultante do volume sistólico (VS)
multiplicado pela frequência cardíaca (FC), expresso na seguinte
fórmula: DC = VS x FC. No homem, em repouso e em condições
normais, o débito cardíaco alcança aproximadamente cinco a seis
litros por minuto. As variações do débito cardíaco são muito
grandes. Durante o exercício muscular, por exemplo, pode chegar
a trinta litros por minuto. Relaciona-se diretamente com a
capacidade contrátil do miocárdio e com o retorno venoso,
influindo de modo apreciável na pressão sistólica. Isso explica por
que o exercício físico e as emoções fazem subir
predominantemente a pressão sistólica. Em contrapartida, nas
afecções em que existe comprometimento do miocárdio com
redução de sua capacidade contrátil, verifica-se queda nos níveis
pressóricos, particularmente da pressão sistólica, em decorrência
da diminuição do volume sistólico (PORTO, 2001).
2.1.1.2 Resistência periférica
É representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo
este o fator mais importante na manutenção e regulação da
pressão diastólica. Tal fato decorre devido às arteríolas possuírem
abundantes fibras musculares em sua camada média,
proporcionalmente muito mais desenvolvidas do que nas outras
artérias. Os esfíncteres pré-capilares também contribuem na
gênese da resistência periférica. A resistência periférica depende,
em parte, da ação do sistema nervoso simpático, por meio dos
receptores alfa (vasoconstritores) e beta (vasodilatadores).
Também é importante a influência hormonal sobre a resistência
periférica, representada pela angiotensina e pelas catecolaminas,
que interferem na vasoconstrição, e pelas prostaglandinas e
cininas, que agem na vasodilatação. O conhecimento destes
mecanismos reguladores é importante para compreensão das
alterações pressóricas em condições normais e patológicas, bem
como para a ação dos agentes terapêuticos (PORTO, 2001).
2.1.1.3 Elasticidade da parede dos grandes vasos
Grande distensibilidade é uma das características dos grandes
vasos, principalmente a aorta, em cujas paredes predominam
amplamente as fibras elásticas. Esta propriedade é fundamental
para contrabalançar as conseqüências do funcionamento
descontínuo do coração. Em cada sístole o sangue é impulsionado
para a aorta de maneira intermitente, acompanhando-se de uma
apreciável energia cinética que, em parte, é absorvida pela parede
deste vaso. Tal energia promove o retorno da aorta à sua posição
basal, fazendo a corrente sanguínea progredir de modo contínuo e
não intermitente, como é o funcionamento do coração. Deste
mecanismo participam a aorta e os grande vasos que dela
emergem. A elasticidade das grandes artérias influi decisivamente
na pressão sistólica. Diminuição da elasticidade da aorta, como
ocorre nas pessoas idosas, resulta em aumento da pressão sistólica
sem elevação concomitante da diastólica (PORTO, 2001).
2.1.1.4 Volemia
O volume de sangue contido no sistema arterial interfere de
maneira direta e significativa nos níveis das pressões sistólica e
diastólica. Ao reduzir-se a volemia, como ocorre na desidratação e
nas hemorragias, observa-se queda da pressão arterial que pode
chegar a níveis extremamente
baixos (PORTO, 2001).
2.1.1.5 Viscosidade sanguínea
Todo sangue apresenta uma viscosidade que é obtida através da
associação das células sanguíneas (hematócritos), proteínas
plasmáticas, metabólitos e plasma. Quanto maior for a viscosidade
do sangue, menor será o fluxo em vaso, o que aumentará o
trabalho mecânico do coração, elevando a PA. Nos casos de
diminuição da viscosidade sanguínea, constatada nos casos de
anemia, observamos uma queda na resistência vascular que é
responsável por níveis pressóricos mais baixos (PORTO, 2001).
2.1.2 FATORES QUE REGULAM A PRESSÃO ARTERIAL
A PA pode ser regulada por fatores intrínsecos e/ou extrínsecos.
2.1.2.1 Fatores intrínsicos
2.1.2.1.1 Reflexo dos Barorreceptores
Nas paredes da bifurcação das artérias carótidas, no pescoço e,
também, na croça da aorta, no tórax, existem muitos receptores
neurais, chamados barorreceptores, que são estimulados pela
distensão (estiramento) da parede arterial. Quando a pressão
arterial aumenta até valores muito altos, os barorreceptores
enviam barragens de impulsos para o bulbo encefálico. Dessa
forma, esse impulsos inibem o centro vasomotor, o que por sua
vez, diminui o número de impulsos transmitidos pelo sistema
simpático para o coração e para os vasos sangüíneos.
Inversamente, a redução da PA relaxa os receptores de
estiramento, permitindo que o centro vasomotor fique mais ativo
que o comum, fazendo, então, com que a PA aumente em direção
ao seu valor normal (GUYTON, 2002).
2.1.2.1.2 Liberação do Hormônio Antidiurético (ADH)
O estiramento dos átrios também causa reflexo significativo de
vasodilatação das artérias aferentes dos rins. Outros sinais
adicionais são, simultaneamente, transmitidos do átrio para o
hipotálamo com a finalidade de reduzir a secreção do ADH. A
resistênsia arteriolar aferente diminuída nos rins faz com que a
pressão glomerular aumente, resultando em aumento da filtração
de líquidos nos túbulos renais. A redução de ADH diminui a
reabsorção de água pelos túbulos. A combinação desses dois
efeitos – aumento da filtração glomerular com diminuição da
reabsorção de líquido - reduz o volume aumentado de sangue de
volta para o normal. O excesso de volume faz com que o coração
ejete débito cardíaco maior, o que leva, à pressão arterial maior
(AIRES, 1999).
2.1.2.1.3 Efeito da Estimulação Simpática e Parassimpática
A PA é determinada por dois fatores, a propulsão de sangue pelo
coração e a resistência ao fluxo desse sangue pelos vasos
sangüíneos. A estimulação simpática aumenta tanto a propulsão
pelo coração quanto a resistência ao fluxo, o que, geralmente,
causa acentuado aumento agudo da PA, porém freqüentemente
muito pouca alteração da pressão a longo prazo, a menos que os
simpaticoplégicos estimulem os rins a reterem sal e água ao
mesmo tempo. Ao contrário, a estimulação parassimpática
moderada diminui o bombeamento do coração, mas praticamente
não tem qualquer efeito sobre a resistência periférica. O efeito
normal é ligeira diminuição da pressão. Ainda assim, uma
estimulação vagal muito forte pode quase parar ou por vezes
verdadeiramente parar o coração inteiro durante alguns segundos
e produzir perda temporária de toda ou da maior parte da PA
(AIRES, 1999).
2.1.2.1.4 Sistema Renina-Angiotensina
A renina é sintetizada e armazenada sob forma inativa,
denominada prórenina, nas células justaglomerulares (células JG)
dos rins. As células JG são células musculares lisas modificadas,
que se localizam nas paredes das arteríolas aferentes, em local
imediatamente proximal aos glomérulos. Quando a pressão
arterial cai, a ocorrência de reações íntrisicas nos próprios rins faz
com que muitas moléculas de pró-renina nas células JG sejam
clivadas liberando renina. A maior
parte da renina passa para o sangue renal e, a seguir, sai dos rins,
circulando por todo o corpo. Entretanto, pequenas quantidades de
renina permanecem nos líquidos locais dos rins, dando início a
várias funções intra-renais. A própria renina atua
enzimaticamente sobre outra proteína plasmática, a globulina
denominada substrato de renina ou angiotensinogênio, liberando
a angiotensina I, que tem propriedades vasoconstritoras leves,
mas não suficientes para produzir alterações funcionais
significativas da função circulatória. Dentro de poucos segundos
após a formação da angiotensina I, dois outros aminoácidos são
retirados da angiotensina I formando a angiotensina II. Essa
conversão ocorre quase totalmente nos pulmões, durante os
poucos segundos em que o sangue flui pelos pequenos vasos dos
pulmões. A reação é catalisada pela enzima denominada Enzima
Conversora da Angiotensina (ECA), encontrada no endotélio dos
vasos pulmonares (GUYTON, 2002). A angiotensina II é
vasoconstritor extremamente poderoso; além disso, exerce outros
efeitos que afetam a circulação. Durante a permanência no
sangue, a angiotensina II exerce dois efeitos principais, que
podem elevar a PA. O primeiro deles, a vasoconstrição, ocorre
rapidamente. A constrição das arteríolas aumenta a resistência
periférica total, com conseqüente elevação da PA.
O segundo mecanismo principal pelo qual a angiotensina II eleva
a PA consiste em sua ação direta sobre os rins, diminuindo a
excreção tanto de sal quanto de água. Esse processo aumenta
lentamente o volume de líquido extracelular, com conseqüente
elevação da PA no decorrer de períodos de várias horas e dias
(GUYTON, 2002).
2.1.2.1.5 Tônus Vascular Normal
O tônus vascular normal depende da competição entre influências
vasoconstritoras (incluindo angiotensina II, troboxano,
leucotrienos e endotelina) e vasodilatadoras (incluindo cininas,
prostaglandinas e óxido nítrico). Certos produtos metabólicos
(como ácido lático, íons hidrogênio e adenosina) e a hipóxia
também podem atuar como vasodilatadores locais. Os vasos de
resistência também exibem a propriedade de auto-regulação, um
processo pelo qual um aumento do fluxo sangüíneo nestes casos
induz vasoconstrição, Trata-se de um mecanismo adaptativo que
protege contra a hiperperfusão dos tecidos (COTRAN; KUMAR e
COLLINS, 2000).
2.1.2.2 Fatores Extrínsicos
Os níveis da pressão arterial flutuam de maneira impressionante
no transcorrer de qualquer período de 24 horas, variando, por
exemplo, com a atividade física, o estado emocional, a dor, o
barulho, a temperatura ambiente, o uso de estimulantes (café,
fumo e outras drogas), e até mesmo com a hora do dia
(BATES,1998).

2.1.2.2.1 O aumento da PA durante o exercício físico e outros tipos


de estresse (estado emocional, dor, barulho)
Durante o exercício físico vigoroso, os músculos requerem fluxo
sangüíneo muito elevado. Parte desse aumento resulta da
vasodilatação local da vasculatura muscular causada pelo
aumento de metabolismo das células musculares. A elevação
adicional resulta do aumento simultâneo da PA causada pela
estimulação simpática durante o exercício. Na maioria dos
exercícios vigorosos, a PA aumenta por cerca de 30 a 40%, o que
aumenta o fluxo sangüíneo por mais, aproximadamente, o dobro.
Em muitos outros tipos de estresse além do exercício muscular,
também pode ocorrer aumento semelhante da PA. Por exemplo,
durante o medo intenso, freqüentemente a PA também aumenta,
atingindo até o dobro do normal dentro de poucos segundos
(GUYTON, 2002). 2.1.2.2.2 O aumento da PA por uso de
estimulantes (café, fumo e outras drogas) A elevação da PA pelo
uso de estimulantes do sistema nervoso central se deve,
principalmente, à ação de tais drogas em receptores adrenérgicos
e colinérgicos, simulando a ação de seus agonistas naturais
(SILVA, 2002).
2.2 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A elevação da pressão arterial, que representa um problema de
saúde comum com conseqüências generalizadas e, algumas vezes,
devastadoras, quase sempre permanece assintomática até uma
fase tardia de sua evolução. A hipertensão constitui um dos fatores
de risco mais importantes na cardiopatia coronariana e nos
acidentes vasculares cerebrais; além disso, pode resultar em
hipertrofia cardíaca com insuficiência cardíaca (cardiopatia
hipertensiva), dissecção da aorta e insuficiência renal. Os efeitos
prejudiciais da pressão arterial aumentam continuamente à
medida que a pressão sobe. Não existe nenhum limiar
rigidamente estabelecido de pressão arterial acima do qual o
indivíduo é considerado sujeito às complicações da hipertensão e
abaixo do qual ele esteja seguro. Entretanto, considera-se a
presença de hipertensão com pressão diastólica persistente acima
de 90 mmHg ou pressão sistólica persistente superior a
140mmHg. O nível de pressão arterial de qualquer indivíduo é um
traço complexo, que é determinado pela interação de múltiplos
fatores genéticos, ambientais e demográficos. Por conseguinte,
não é surpreendente que múltiplos mecanismos possam
desempenhar um papel na hipertensão. Estes mecanismos
constituem aberrações dos processos de regulação fisiológica
normal da pressão arterial (COTRAN; KUMAR e COLLINS,
2000). A elevação da pressão arterial, mesmo quando moderada,
resulta em menor expectativa de vida. Na presença de pressões
acentuadamente elevadas – pressão arterial média de 50% ou
mais acima do normal - o indivíduo pode esperar viver, no
máximo, alguns anos mais, a não ser que seja tratado de modo
apropriado. Os efeitos letais da hipertensão são causados,
principalmente, de três maneiras:
1. A sobrecarga de trabalho para o coração resulta no
desenvolvimento precoce da insuficiência cardíaca e cardiopatia
coronária, causando, freqüentemente, morte em conseqüência de
ataque cardíaco.
2. A pressão elevada, freqüentemente, provoca ruptura de vaso
sanguíneo de grande calibre no cérebro, seguida por morte de
partes importantes do cérebro, constituindo um infarto cerebral.
Clinicamente, essa condição é denominada “acidente vascular
cerebral”. Dependendo da parte do cérebro acometida, o acidente
vascular cerebral pode causar paralisia, demência, cegueira ou
múltiplas outras doenças cerebrais graves.
3. A pressão elevada, quase sempre, provoca múltiplas
hemorragias nos rins, produzindo muitas áreas de destruição
renal e, por fim, insuficiência renal, uremia e morte (GUYTON,
2002).
2.2.1 INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA
A hipertensão arterial apresenta elevado custo médico-social,
principalmente por sua participação em complicações como:
doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência
renal crônica e doença vascular de extremidades. A partir da
década de 60, as doenças cardiovasculares superaram as infecto
contagiosas como primeira causa de morte no país. Em 1998,
foram registrados 930 mil óbitos no Brasil. Desse total, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis por 27%. Excluindo-se os
óbitos por causas mal definidas e por violência, tal cifra aproxima-
se de 40% (CARVALHO, 2002). A hipertensão arterial é um dos
mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares, explicando 40% das mortes por
acidente vascular encefálico e 25% daqueles por doença arterial
coronariana. A hipertensão arterial e suas complicações são
também responsáveis por alta freqüência de internações. A
insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalizações entre
as afecções cardiovasculares, sendo duas vezes mais freqüente do
que as internações por acidente vascular cerebral. De acordo com
os dados do Ministério da Saúde, ocorreram 1.150.000
internações por doenças cardiovasculares em 1998, com custo
global de 475 milhões de reais, correspondendo, na época, a
aproximadamente 400 milhões de dólares. As taxas de
prevalência na população urbana adulta brasileira em estudos
selecionados variam de 22,3% a 43,9% (CARVALHO, 2002). A
prevalência da hipertensão arterial aumenta com a idade. A HA é
um problema de saúde extremamente comum na população
geriátrica, acometendo aproximadamente 65% da população na
faixa etária de 65 a 74 anos de idade. Os negros têm maior
prevalência de hipertensão do que os brancos (38% versus 29%), e
os homens uma prevalência geral mais alta de hipertensão do que
as mulheres (33% versus 27%). A hipertensão é mais comum nos
homens do que nas mulheres aproximadamente até os 50 anos de
idade; depois dessa idade, a HA é mais comum nas mulheres.
Além disso, os negros tendem a ter hipertensão mais grave do que
os brancos (GOLDMAN e BENNETT, 2001). A hipertensão é duas
a três vezes mais comum em usuárias de anticoncepcionais orais,
especialmente entre mais idosas e obesas (CARVALHO, 2002).
2.2.2 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÂO DA HAS
O diagnóstico de HAS em adultos é feito, quando a média de duas
ou mais medidas da PA diastólica pelo menos em duas consultas
subseqüentes é ³ 90 mmHg, ou se a média de múltiplas leituras da
PA sistólica, em duas ou mais consultas subseqüentes, fica,
consistentemente, > 140 mmHg. O paciente deve ser devidamente
informado de que uma única medida elevada de pressão não
constitui diagnóstico de HA, mas é um sinal de ser necessária
observação adicional. A hipertensão sistólica isolada é definida
como PA sistólica ³ 140 mmHg e PA diastólica < 90 mmHg.
Dentre as várias classificações da HA, tem grande valor prático a
que toma como referência as causas da hipertensão. Assim temos
a hipertensão primária, essencial ou idiopática e a hipertensão
secundária a outras patologias. A hipertensão primária é de causa
desconhecida e mais de 95% dos casos de hipertensão pertencem
a essa categoria. A hipertensão secundária é de causa conhecida,
ou seja, é secundária a outras patologias (principalmente
secundária à doença renal) e é responsável por menos de 5% dos
casos (GOLDMAN e BENNETT, 2001). A classificação da HAS
baseada nos níveis pressóricos é a mais conhecida (hipertensão
leve, moderada e grave). Os valores que permitem classificar os
indivíduos adultos acima de 18 anos de acordo com seus níveis
tensionais estão relacionados na tabela abaixo (CARVALHO,
2002). Fonte: CARVALHO, 2002 O valor mais alto de sistólica ou
diastólica estabelece o estágio do quadro hipertensivo. Quando as
pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes,
a maior deve ser utilizada para classificação do estágio.
Pressão sistólica (mm/Hg) Pressão Diastólica (mm/Hg)
Classificação
menor que 120 menor que 80 pressão Ótima
entre 120 e 129 entre 80 e 85 Pressão Normal
entre 130 e 139 entre 86 e 89 Normal Limítrofe
entre 140 e 159 entre 90 e 99 Hipertensão Estágio 1
entre 160 e 179 entre 100 e 109 Hipertensão Estágio 2
maior ou igual a 180 maior ou igual a 110 Hipertensão Estágio3

O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o estágio do


quadro hipertensivo. Quando as pressões sistólica e diastólica
situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para
classificação do estágio.
Há necessidade de extrema cautela antes de rotular algum
paciente como sendo hipertenso, tanto pelo risco de falso-positivo
como pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o custo
social resultante (CARVALHO, 2002). Segundo as IV diretrizes
brasileiras de hipertensão arterial , todos os indivíduos devem ser
classificados igualmente quanto aos níveis pressóricos. Diretrizes
elaboradas pelo comitê Nacional Norte Americano de Prevenção,
Detecção, Avaliação, e Tratamento da Hipertensão Arterial,
trazem uma classificação inédita, na qual foi incluída o grupo dos
pré-hipertensos. Segundo a nova classificação, os pré-hipertensos
seriam aqueles que
apresentam pressão entre 120/80 mmHg e 130/85 mmHg. As
diretrizes nacionais estabelecem que a pressão considerada
normal é aquela abaixo de 130/85, e ótima abaixo de 120/80
mmHg (CARVALHO, 2002).
2.2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas da hipertensão arterial são variadas e
dependem, até certo ponto, da gravidade e do tipo evolutivo da
doença. Deve ser ressaltado que os hipertensos são, em grande
parte, completamente assintomáticos. Dessa maneira, o único
modo de diagnosticar a hipertensão é pela medida da pressão
arterial. Pode-se suspeitar de hipertensão quando o paciente
relata cefaléia – freqüentemente de localização occipital, podendo
predominar de madrugada ou pela manhã – zumbido no ouvido,
fatigabilidade, palpitações, tontura e sensação de peso ou pressão
na cabeça (PORTO, 2001).

Outro grupo de sintomas depende do surgimento de complicações


no coração
(cardiopatia hipertensiva), nos rins (nefropatia hipertensiva) ou
no cérebro
(encefalopatia hipertensiva) (PORTO, 2001).
2.2.4 FATORES DE RISCO
A hipertensão arterial aparece isoladamente em apenas 30% dos
casos, ou
seja, na maioria das vezes está associada a outras condições,
denominadas fatores
de risco, como fatores genéticos, obesidade, sedentarismo,
tabagismo e ingestão
exagerada de álcool e sódio (PORTO, 2001).
2.2.4.1 Obesidade
Indivíduos com excesso de peso (índice de massa corporal > 27,8
para homens e > 27,3 para as mulheres) têm maior incidência de
hipertensão e mais acentuado risco cardiovascular. A perda de
peso é intimamente correlacionada à redução da PA e,
potencialmente, constitui a medida mais eficaz, entre todas
nãofarmacológicas, no tratamento da hipertensão (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.4.2 Sedentarismo
Os benefícios adicionais da atividade física regular consistem na
perda de peso, aumento da sensação de bem-estar, melhor
condição de saúde funcional e redução do risco de doença CV,
além de mortalidade por todas as causas. Dessa forma, a atividade
física aeróbica regular é recomendada a todos os indivíduos
hipertensos, tais como aqueles com lesão de órgão-alvo
(GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.4.4 Ingestão de álcool
A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação da
pressão arterial tem sido relatada em estudos observacionais.
Ensaios clínicos também já demonstraram que a redução da
ingestão de álcool pode reduzir a pressão arterial em homens
normotensos e hipertensos que consomem grandes quantidades
de bebidas alcoólicas (CARVALHO, 2002). Além disso a ingestão
excessiva de álcool parece causar resistência à terapia anti-
hipertensiva (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.4.4 Tabagismo
O risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de
cigarros fumados e à profundidade de inalação. Parece ser maior
em mulheres do que em homens. Pesquisas recentes revelaram
que a PA sistólica de hipertensos fumantes foi significativamente
mais elevada do que em não – fumantes, revelando o importante
efeito hipertensivo transitório do fumo (CARVALHO, 2002).
2.2.4.5 Ingestão de sódio (sal) Estudos randomizados que
comparam dieta hipossódica com dieta habitual, com ou sem
redução de peso, demonstraram efeito modesto na redução da
pressão arterial com a restrição salina. No entanto evidências
epidemiológicas de povos que consomem dieta com reduzido
conteúdo de sal relataram menor prevalência de hipertensão e a
PA não se elevou com a idade. Em metanálise, observa-se que a
pressão arterial varia diretamente com o
consumo de sal tanto em normotensos como em hipertensos
(CARVALHO, 2002).
2.2.4.6 Fatores genéticos
A hipertensão essencial tende a se concentrar em famílias e
constitui uma coleção de doenças e/ou síndromes de base genética
com vários fatores bioquímicos e fisiopatológicos básicos
herdados. A pesquisa recente sobre os genes que contribuem para
o desenvolvimento da hipertensão essencial revelou que o
distúrbio é de origem poligênica. Contudo, com várias exceções
(como o angiotensinogênio), os genes envolvidos ainda estão
sendo procurados (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5 TRATAMENTO
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a
redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular do
paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis
tensionais e de outros fatores agravantes. São utilizadas tanto
medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a
fármacos antihipertensivos (CARVALHO, 2002). Ao tratar a
hipertensão devemos ter em mente os fatores de risco associados e
o impacto do tratamento nestes fatores. Uma droga por vezes
benéfica para a redução da PA é maléfica em relação a outro
componente da HAS, como por exemplo uma droga pode induzir
hiperglicemia ou dislipidemia. Assim apesar de um controle
satisfatório da PA outros fatores de risco potencialmente maiores
podem se sobrepor, não melhorando a situação clínica do paciente
(MANO, 2003).
2.2.5.1 Medidas não farmacológicas para controle da PA
As intervenções não farmacológicas (modificações no estilo de
vida) são geralmente benéficas à redução de numerosos fatores de
risco cardiovascular, inclusive PA alta, e para promoção da boa
saúde, devendo, por isso, ser usadas em todos ao pacientes
hipertensos, como tratamento definitivo ou coadjuvante ao
tratamento medicamentoso. Embora seja difícil fazer
modificações permanentes na dieta e estilo de vida, e nunca tenha
sido demonstrado por ensaios controlados que tais modificações
reduzem as taxas de morbidade ou mortalidade por doença CV,
elas podem diminuir a PA e tornar desnecessário o tratamento
medicamentoso ou favorecer a redução das dosagens dos
medicamentos anti-hipertensivos para o controle da PA. A terapia
deve ser moldada às características individuais de cada paciente,
tal como redução de peso exercícios físicos para o paciente com
excesso de peso, e moderação no consumo de álcool para os que
ingerem excessivamente. Uma abordagem geral razoável a todos
os pacientes consiste na: (1) redução de sódio, bem como aumento
do cálcio e potássio contidos em fontes alimentares; (2)
diminuição do peso para os pacientes com excesso de peso; (3)
atividade física regular; (4) moderação no consumo de álcool; (5)
interrupção do tabagismo. Foi demonstrado que tal abordagem
produz reduções sustentadas significativas da PA, ao mesmo
tempo que reduz o risco CV geral. Assim, em pacientes portadores
de hipertensão dos estágios 1 ou 2 , e bemmotivados, a
modificação do estilo de vida efetivamente diminui a PA e pode
ser mais importante do que a escolha inicial de um medicamento
anti-hipertensivo. As mesmas estratégias de modificação do estilo
de vida efetivas no tratamento de pacientes hipertensos podem ser
úteis na prevenção primária da hipertensão essencial (GOLDMAN
e BENNETT, 2001).
2.2.5.2 Principais classes de fármacos anti-hipertensivos
e suas contraindicações
As evidências provenientes de estudos de desfecho clinicamente
relevantes, com duração média relativamente curta (três a quatro
anos), demonstram redução de morbidade e mortalidade em
maior número de estudos com diuréticos, mas também com
betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da
angiotensina, antagonistas do receptor At1 da angiotensina II e
em pacientes mais idosos, com bloqueadores dos canais de cálcio.
Convém lembrar que a maioria dos estudos termina por utilizar
combinação de fármacos anti-hipertensivos (CARVALHO, 2002).
2.2.5.2.1 Diuréticos
Aumentam a excreção de sódio e água, reduzindo a volemia
inicialmente, no entanto, seu poder diurético é limitado a longo
prazo, promovendo diminuição da resistência periférica através
da vasodilatação arteriolar (BALLINGER e PATCHETT, 2001).
Os diuréticos são divididos em três classes:
- Tiazidas (hidroclorotiazida/ clortalidona): Podem causar efeitos
adversos como: hipopotassemia, hiperuricemia, intolerância à
glicose, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e disfunção
sexual.
- De Alça (furosemida/ bumetamida): Podendo causar os mesmos
efeitos adversos que as tiazidas.
- Agentes Polpadores de Potássio (espirinolactona/ amiloride):
Podendo causar: disfunção sexual, ginecomastia, mastodinia
(GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5.2.2 Simpaticoplégicos
Baixam a pressão arterial através da redução da resistência
vascular periférica, inibição da função cardíaca e aumento do
acúmulo venoso de sangue nos vasos de capacitância (Os dois
últimos efeitos reduzem o débito cardíaco) (KATZUNG, 2003).
- Agonistas dos Receptores a2 Centrais (clonidina/ metildopa):
Podem causar: sonolência, boca seca, fadiga, disfunção sexual.
- a1-bloqueadores (fentolamina/ prazosin): Podem causar:
síncope da “1a dose”, hipotensão ortostática, fraqueza,
palpitações, tonteiras, cefaléia, retenção de líquido.
- b-bloqueadores (atenolol/ propanolol): Caso não seja cardio
seletivo (receptores b1), como é o caso do propanolol, pode-se
provocar crise asmática.
- Bloqueadores mistos - a e b combinados (carvedilol/ labetalol):
Podem causar: náusea, fadiga, tontura, cefaléia, hipotensão
ortostática (GOLDMAN e BENNETT,
2001).
2.2.5.2.3 Antagonistas dos Canais de Cálcio
Além dos seus efeitos anginosos e antiarrítmicos, os bloqueadores
dos canais de cálcio também dilatam as arteríolas periféricas e
reduzem a pressão arterial. O mecanismo de ação na hipertensão
consiste na inibição do influxo de cálcio nas células musculares
lisas arteriais (KATZUNG, 2003).
- Diidropirimídicos (nifedipina/ nicardipina): Podem causar:
edema maleolar, rubor, aumento da frequência cardíaca e
hipertrofia gengival.
- Fenilalquilamina (verapamil): Podem causar: constipação,
bradicardia e bloqueio atroventricular (BAV) de 1o grau.
- Benzotiazepínicos (diltiazen): Podem causar: BAV de 1o grau,
bradicardia, agravamento da disfunção sistólica (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.5.2.3 Inibidores da ECA (Enzima Conversora da
Angiotensina)
Causam bloqueio da conversão de angiotensina I em angiotensina
II, que é o vasoconstritor mais poderoso, e ainda podem bloquear
a decomposição de bradicinina, que é vasodilatadora
(BALLINGER e PATCHETT, 2001).
- (captopril/ enalapril): Podem causar: tosse, distúrbio do paladar,
rubor, hipercalemia, angioedema (raro) (GOLDMAN e BENNETT,
2001).
2.2.5.2.4 Antagonistas dos receptores AT1 da
Angiotensina II
Não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina
e, portanto, são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da
angiotensina do que os inibidores da ECA. Possuem também o
potencial de exercer uma inibição mais completa da ação da
angiotensina, em comparação com os inibidores da ECA, visto que
existem outra enzimas, além da ECA, que são capazes de gerar a
angiotensina II (KATZUNG, 2003).
- (losartan, Ibersartan): Podem causar: hipercalemia e
angioedema (muito raro) (GOLDMAN e BENNETT, 2001).
2.2.5.2.5 Vasodilatadores de Ação Direta
Causam relaxamento da musculatura lisa das arteríolas,
diminuindo, assim, a resistência vascular sistêmica (KATZUNG,
2003).
- (hidralazina/minoxidil): Podem causar: cefaléia, náuseas,
anorexia, palpitações, sudorese, rubor, hipertricose (GOLDMAN e
BENNETT, 2001).
2.2.6 HIPERTENSÃO DO JALECO BRANCO
A expressão hipertensão do jaleco branco descreve a situação na
qual a PA de um paciente aumenta, quando medida por um
médico ou outra pessoa da equipe de saúde que estejam utilizando
roupa branca ou jaleco, mas é normal quando medida em outros
locais por pessoas que não estejam caracterizadas de branco. A
síndrome é mais bem diagnosticada pela monitorização
ambulatorial da PA por 24 horas ou monitorização domiciliar,
chamada de MAPA, mas pode ser suspeitada com quaisquer
medidas confiáveis feitas fora do ambiente hospitalar (GOLDMAN
e BENNETT, 2001).

2.3 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A hipertensão é causada pela desarmonia entre o yin e o yang do


fígado e dos rins, e também pode ser causada pela presença de
umidade – calor ou mucosidade. - calor excessivo do fígado: neste
tipo, a hipertensão arterial é acompanhada da dor de cabeça,
rubor facial, olhos avermelhados, sede, angústia, irritabilidade,
constipação, saburra amarela, pulso em corda e forte.
- deficiência do yin do fígado e dos rins: a hipertensão arterial está
associada à vertigem e tontura, tinidos, lombalgia e lassidão nos
membros inferiores, palpitações, insônia, língua vermelha, pulso
em corda e rápido. Além disso, se houver a presença de umidade –
calor, apresenta-se também com a opressão torácica, taquicardia,
intumescimento nos membros, obesidade, língua vermelha e
pulso em corda e escorregadio (CHONGHUO, 1993).

MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA


Existem diversas teorias sobre os mecanismos de ação da
auriculoterapia. As mais conhecidas e aceitas são: a nervosa e a
fisiológica por intermédio do sistema reticular ativador
ascendente do tálamo, e a de equilíbrio do yin/yang da
acupuntura através dos canais de energia principais e colaterais. A
orelha é rica em nervos e vasos sanguíneos. Os pontos utilizados
para tratamentos, presentes no pavilhão auricular, correspondem
à união de níveis energéticos e nódulos nervosos que, uma vez
estimulados, restabelecem o equilíbrio orgânico (BONTEMPO,
1999). A aurícula possui uma inervação abundante e esses nervos
quando estimulados, sensibilizam regiões do cérebro. Os pontos
presentes na superfície da orelha tem relação direta com
determinados pontos do cérebro. Por sua vez esse está
diretamente ligado pela rede do sistema nervoso a determinados
órgãos ou regiões do corpo, comandando suas respectivas funções.
A aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera
uma série de reflexos que provocam reações imediatas ou
demoradas, temporárias ou permanentes, passageiras ou
definitivas, todas elas de natureza terapêutica. O efeito é imediato.
O estímulo leva o cérebro a agir sobre todos os órgãos,
membros e suas funções, equilibrando e harmonizando o
organismo, provocando assim a eliminação dos males que o
afligem. Tendo em vista a relação aurícula-cérebro-órgão, a
auriculoterapia torna-se um eficaz recurso terapêutico para tratar
as mais diversas enfermidades (SOUZA, 2001).

PONTOS AURICULARES UTILIZADOS PARA O


CONTROLE DA PRESSÃO
ARTERIAL
Segundo o Prof. Marcelo de Souza, os pontos auriculares
utilizados para o tratamento da hipertensão são:
- Pontos Principais: Shenmen, Rim, Simpático, Hipertensão
Superior, Hipertensão Inferior, Coração.
- Pontos auxiliares: Hipertensão 1, 2 e 3; e Da – sangria.
Os antigos mestres da acupuntura mantinham sob hermetismo
algumas técnicas de Tratamento, que eram transmitidas a
discípulos privilegiados, razão porque não constam dos manuais
da acupuntura e não sendo, por isso da conhecimento da maioria
dos profissionais desta área. Na auriculoterapia, um desses
segredos era o uso de três pontos, iniciando qualquer tipo de
programa de terapia auricular, esses três pontos constituem um
processo de tratamento que pode ser denominado de
Auriculocibernética. E consiste na aplicação dos seguintes pontos,
nessa ordem: Shenmen, Rim, Simpático (SOUZA, 2001).
Ponto Shenmen
Situado no vértice do ângulo formado pela raiz inferior e a raiz
superior da anti – hélix. Inicia-se a terapia por este ponto, em
aplicação profunda. Antes de qualquer outro ponto, o shenmen
deve ser estimulado vigorosamente, mesmo que o paciente se
queixe de incômodo local.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Predispõe o tronco e o córtex cerebral a receber e decodificar os
reflexos dos pontos que serão usados a seguir;
- Estimula a liberação de endorfinas no cérebro, aliviando dores e
mal estar;
- Dá ao cérebro condições ideais para decodificar, modular e
condicionar os reflexos que as agulhas seguintes provocarão na
aurícula, impedindo que ocorram desequilíbrios que possam levar
a novas enfermidades.
Ponto do Rim
Situado na concha cimba, próximo à junção dessa com a raiz
inferior do anti –hélix, na mesma linha do ponto Shenmen. É o
segundo ponto a ser estimulado na auriculoterapia.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Estimula a filtragem do sangue pelos rins, libertando-o das
toxinas e propiciando melhores condições de circulação;
- Melhora a oxigenação dos tecidos por estimular as funções do
sistema respiratório;
- Estimula o aumento das funções das glândulas endócrinas;
- Estimula as funções dos órgãos excretores, inclusive das
glândulas sebáceas e sudoríparas.

Ponto do sistema nervoso simpático


Situado no meio da raiz Inferior abaixo da membrana do hélix. É o
terceiro ponto a ser estimulado na auriculoterapia.
Efeitos da aplicação desse ponto:
- Equilibra as funções do sistema nervoso simpático e
parassimpático;
- Provoca vasodilatação tornando mais ativa a circulação
sanguínea, quando recebe o estímulo de tonificação. Quando se
aplica sedação, para analgesia, ocorre hemostasia nos locais de
intervenção cirúrgica.
- Equilibra a formação ou regeneração do tecido ósseo, por
estimular o metabolismo do cálcio e as funções da medula.
- Age sobre o sistema muscular com ação anti- inflamatória,
relaxante e tonificação
da fibras músculo tendíneas.
Ponto da Pressão Arterial Diastólica
Situado na borda do vértice da fossa triangular, 1mm acima de
shenmem. Indicações terapêuticas desse ponto: hipertensão
arterial, distúrbios circulatórios, crises de angina pectoris, infarto
do miocárdio.
Ponto do Coração
Situado no centro da concha cava, numa mesma linha que liga o
vértice da anti-trago com o shenmen. Indicações terapêuticas
desse ponto: pressão no peito, arritmia cardíaca, hipotensão
arterial, hipertensão arterial, epilepsia, leucopenia, insônia,
pesadelos, infarto do miocárdio, angina pectoris, cardiopatias
congênitas, bradicardia, taquicardia, dores anginosas, estado de
coma, entre outros.

Ponto da pressão arterial sistólica


Situado na conjunção de uma linha vertical que desce do ponto
Fome e uma horizontal que passa pelo vértice do anti-trago.
Indicações terapêuticas desse ponto: distúrbios de pressão arterial
- hipotensão e hipertensão - convergência de pressão, choque,
angina pectoris, infarto do miocárdio, distúrbios circulatórios.

Ponto da Hipertensão 3
Situado a 2mm do sulco dorso auricular, a 1mm abaixo do nível do
ponto região bucofacial.

Indicações terapêuticas desse ponto: hipertensão, eclâmpsia, pré-


eclâmpsia, alterações atípicas de pressão arterial.
Ponto da Hipertensão 2
Situado ao mesmo nível do ponto abdômen superior, e a cerca de
5mm do sulco do dorso auricular. Indicações terapêuticas desse
ponto: as mesmas do ponto hipertensão 3.
Ponto da Hipertensão 1
Situado a cerca de 5mm acima do ponto hipertensão, ao nível do
ponto dorsalgia 1 e na mesma linha vertical ao ponto coração.
Indicações terapêuticas desse ponto: as mesmas do ponto
hipertensão 3
DISCUSSÃO:
A acupuntura, em geral, vem crescendo muito nos últimos anos, o
que acarreta necessidade de pesquisas sobre o assunto, a fim de
desmistificá-la. O intuito principal dessa pesquisa foi provar a
eficácia da auriculoterapia no controle da pressão arterial de
pacientes hipertensos e pré-hipertensos. Os resultados nos
mostram que a terapia auricular é 100% eficaz na redução da PA,
portanto, o objetivo principal desse estudo foi alcançado com
êxito. Os resultados mostram ainda, que a auriculoterapia
apresentou maior eficácia na redução da PA dos indivíduos com
valores entre: 120< PAS <136 e 80 < PAD < 92. O que nos leva a
crer que em pressões arteriais acima desses valores, talvez, a
associação da auriculoterapia com outras formas de tratamento
seja a escolha mais correta. Para os indivíduos que não chegaram
a valores de PA no limite com os ideais, podemos acreditar que o
tempo de terapia tenha sido insuficiente, ou talvez a monoterapia
auricular não seja a melhor escolha. Nesses casos pode-se pensar
em aumentar a quantidade de sessões de auriculoterapia ou
associar outras técnicas de tratamento à terapia auricular, como
talvez a acupuntura sistêmica, ou até mesmo a associação com
fármacos. O fato das pressões arteriais terem começado a subir no
período do controle, pode indicar que o tempo de tratamento
tenha sido muito curto, ou talvez fosse necessário a retirada
gradativa das sessões. Isso também pode ser um indício de que a
monoterapia deva ser reconsiderada. ALMELS (1999), cita que, é
importante pensarmos na utilização da acupuntura como uma
forma de medicina complementar e não como uma técnica
alternativa de tratamento. SOUZA (2001), afirma que, tendo como
fundamento o reflexo direto sobre o cérebro e, através deste, sobre
todo o organismo, a auriculoterapia é um método completo de
terapia e que seu uso associado a outras terapias, dinamiza os
efeitos benéficos de qualquer tratamento. À partir desse estudo,
ficamos sabendo que a auriculoterapia é capaz de reduzir
significativamente os níveis pressóricos de pacientes hipertensos.
Acreditamos que o tempo de terapia necessário e o prognóstico do
paciente são características individuais. DUFFIN (1982), afirma
que pacientes com patologias recentes tendem a responder melhor
ao tratamento com acupuntura do que aqueles com patologias
antigas. Ele diz ainda que os pacientes que respondem mais
rápido ao tratamento
tendem a ter um resultado final mais satisfatório. Tendo em vista
o que disse DUFFIN , tanto as características individuais, como as
características da doença podem influenciar no resultado do
tratamento. Alguns autores que já tiveram a oportunidade de
testar a eficácia das técnicas da acupuntura no controle da pressão
arterial, confirmam a eficácia da mesma. ZHANG (2003), em um
de seus estudos, afirma que a acupuntura é indicada para o
tratamento da hipotensão e também da hipertensão essencial. Ele
cita que a acupuntura parece ser mais efetiva do que os
medicamentos comuns nos casos de hipertensão arterial essencial
nos estágios 1 e 2 e que o efeito hipotensivo da acupuntura é muito
mais potente do que os placebos e comparável a certos anti –
hipertensivos convencionais. Além do mais, a acupuntura é
freqüentemente efetiva na redução dos sintomas subjetivos sem
apresentar efeitos adversos. REICHMANN (2000), relata ter
recebido em sua clínica duas pacientes do sexo feminino com
hipertensão. Uma estava com pressão 170/140 mmHg e outra
chegara a 220/200 mmHg. Imediatamente foram tratadas com
terapia auricular de emergência para redução da PA (sangria no
ápice da orelha) e foram colocadas agulhas semipermanentes nas
aurículas. As pacientes não voltaram a ter crise e continuaram
fazendo o tratamento. Ambas continuaram sendo acompanhadas
por seus respectivos médicos e puderam diminuir a dosagem de
medicamentos contra pressão arterial alta. CALMELS (1999),
afirma que a acupuntura assim como as fibras nervosas que estão
nos tecidos quando são estimuladas, libera opióides endógenos,
beta – endorfinas e oxitocinas, que são importantes no controle da
dor, da regulação da temperatura corporal e da pressão arterial.
Não restam dúvidas de que a auriculoterapia é capaz de reduzir os
níveis pressóricos, no entanto ainda não se sabe se ela é capaz de
manter ou não a redução que foi ganha. Sugere-se estudos mais
minuciosos, com maior tempo de tratamento e com amostras
maiores, no intuito de provar se a auriculoterapia é capaz de
manter níveis ideais de PA e por quanto tempo.

CONCLUSÃO
Os resultados apresentados neste estudo, mostraram que a
eficácia da terapia auricular na redução da pressão arterial foi de
100%. Isso indica que a auriculoterapia é um excelente recurso na
redução da pressão arterial, comprovando assim, a hipótese
inicialmente apresentada nessa pesquisa. Em se tratando de PA,
uma redução de 11,62% na sistólica e 12,79% na diastólica são
valores muito significativos. O que nos leva a crer que a terapia
auricular pode ser uma grande aliada no controle da pressão
arterial. Os resultados também nos mostram que a monoterapia
seria, provalvelmente, mais efetiva em pacientes com a PA
estabelecida dentro dos seguintes valores:
- 120 < pressão sistólica < 136
- 80 < pressão distólica < 92
Ou seja, os indivíduos com hipertensão arterial até o estágio 1
poderiam ter suas pressões arteriais reduzidas à normalidade ou
até mesmo à níveis ótimos.

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