Você está na página 1de 69

MONTAGEM INDUSTRIAL

UNIDADE VIII – MONTAGEM DE TUBULAÇÕES

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações
Chama-se de tubulação um conjunto de tubos e
acessórios.
A necessidade da existência das tubulações
decorre principalmente do fato de o ponto de
geração ou de armazenagem dos fluidos estar,
em geral, distante do ponto de utilização.
Usam-se tubulações para o transporte de todos
os materiais capazes de escoar, isto é, todos os
fluidos conhecidos, líquidos ou gasosos, assim
como materiais pastosos e fluidos com sólidos
em suspensão, todos em toda faixa de pressões
e temperaturas usuais na indústria

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações
A importância das tubulações na indústria é
muito grande
todas as indústrias têm redes de tubulações de maior
ou menor importância
e quase todas essas redes são essenciais ao
funcionamento da indústria.
A importância é ainda maior nas chamadas
indústrias de processo
nas quais as tubulações são elementos físicos de
ligação entre os equipamentos (vasos de pressão,
reatores, tanques, bombas, trocadores de calor, etc.),
por onde circulam os fluidos de processo e de
utilidades

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações
Indústria de processo é um nome genérico para
designar as indústrias em que:
materiais fluidos sofrem transformações físicas ou químicas,
ou as que se dedicam à armazenagem, manuseio e distribuição
de fluidos.
Dentre essas indústrias citam-se:
a indústria do petróleo
as indústrias químicas e petroquímicas
muitas indústrias alimentícias e farmacêuticas
a parte térmica das centrais termoelétricas
os terminais de armazenagem e distribuição de produtos de
petróleo
bem como as instalações para processamento de petróleo ou
gás natural, em terra e no mar

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


Montagem de Tubulações

Indústria de processo
Nessas indústrias, o valor das tubulações
representa
em média, 20 a 25% do custo total da instalação
industrial
a montagem das tubulações atinge, em média, 45
a 50% do custo total da montagem de todos os
equipamentos
o projeto das tubulações vale em média, 20% do
custo total do projeto da indústria

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1. Processos utilizados em montagem de tubulações

As operações de ligação de tubos entre si,


aos acessórios e aos equipamentos são
fundamentais em montagem.
Os tipos de ligação mais comuns são:
solda
rosca
flange
ponta e bolsa
além de ligações especiais, para tubos de
plástico ou de pequeno diâmetro

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.1. Ligações por solda
As ligações soldadas são as preferidas, por:
sua alta resistência
boa estanqueidade
simplicidade de aplicação
baixo custo
e, ainda, por dispensarem manutenção
Porém, são contra-indicadas quando há previsão de desmontagem
da tubulação
Entre as ligações por solda, os tipos mais utilizados são:
Solda elétrica de topo
é a ligação mais utilizada, principalmente para tubos de aço de 2”ou mais.
Solda de encaixe
é bastante utilizada em tubos de aço de pequeno diâmetro, até 1 ½”.
para tubos de plástico e não-ferrosos pode ser usada com diâmetros
maiores, até 4”.
Brasagem e solda branca
são usadas para tubos não-ferrosos, como cobre, latão e chumbo

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.1. Ligações por solda

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.1. Ligações por solda

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.2. Ligações rosqueadas
As ligações por rosca são usadas em tubulações com
diâmetros menores, até 2”, e especialmente quando há
previsão de desmontagem da linha.
Se os tubos ainda não estiverem rosqueados, as roscas
terão que ser abertas em oficina de campo (pipe-shop)
ou no próprio local de trabalho.
As tubulações rosqueadas, são totalmente montados no
campo, não sendo comum sua pré-fabricação e pré-
montagem.
As medidas são tiradas no próprio local, pois o projeto
não costuma especificar cotas definitivas, devido às
dificuldades para abertura das roscas.
Em geral, tubulações de menor diâmetro, que costumam
ser rosqueadas, são montadas no final, de modo a se
acomodarem às de maior diâmetro, que são soldadas.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.2. Ligações rosqueadas

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.3. Ligações flangeadas
As ligações por meio de flanges são usadas em
tubulações acima de 2”, quando:
há previsão de desmontagem,
quando os tubos são revestidos internamente,
ou ainda em locais onde não seja possível a utilização de solda
de campo.
Os flanges podem ligar tubos entre si ou a
equipamentos e acessórios.
Cada ligação é composta de dois flanges e de parafusos
ou estojos, porcas e junta de vedação.
Os flanges são ligados aos tubos por solda
a não ser no caso de materiais não soldáveis ou
plásticos, em que podem ser usados flanges rosqueados

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.3. Ligações flangeadas

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.3. Ligações flangeadas

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.4. Ligações de ponta e bolsa
Este tipo de ligação é muito utilizado em
tubulações de água e esgoto em:
ferro fundido
cerâmica vitrificada
concreto
polipropileno.
Cada tubo é dotado de uma ponta lisa e de
outra em forma de bolsa.
A ponta lisa se encaixa à bolsa do tubo
seguinte.
No interior da bolsa é colocado um material de
vedação, como retentores de borracha ou argamassa
de cimento

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.1.4. Ligações de ponta e bolsa

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.2. Recebimento e armazenagem de tubulações
Os tubos, acessórios e equipamentos, ao serem
recebidos, serão conferidos, inspecionados e limpos,
interna e externamente, verificando-se seu estado geral,
normalmente por amostragem.
O manuseio, especialmente dos tubos pintados ou
revestidos, deverá ser cuidadoso, para evitar danos.
Para limpeza e preservação, os tubos serão batidos com
marreta de madeira e soprados com ar comprimido,
eliminado-se a sujeira e oxidação. A seguir, as
extremidades serão tamponadas, para evitar a entrada
de sujeira e umidade.
Os biséis dos tubos, flanges e conexões devem ser
protegidos contra corrosão, com um verniz removível
As roscas devem ser untadas com graxa anticorrosiva e
envolvidas com plástico ou borracha.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.2. Recebimento e armazenagem de tubulações
Acessórios como tês, reduções, curvas, etc.,
deverão ser lavados para remoção de
substancias de proteção porventura aplicadas
pelos fabricantes. Em seguida, devem ser
etiquetados e guardados no almoxarifado.
Válvulas, reservatórios, bombas, compressores
e instrumentos, entre outros, deverão ser
desembalados, conferidos e guardados em local
fechado e seguro.
Equipamentos de maior porte podem ficar em
local descoberto, com os cuidados de tamponar
seus bocais e não deixar que assentem
diretamente no solo.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.2. Recebimento e armazenagem de tubulações

Materiais armazenados ao tempo, inclusive


varas de tubos, válvulas, peças pré-
fabricadas etc., devem ser colocados em
posição que não permitam o empoçamento
de água da chuva.
É necessário que antes de iniciados os
serviços de montagem seja estabelecido
um sistema de codificação de materiais, e
de controle dos recebimentos e saídas dos
mesmos.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.2. Recebimento e armazenagem de tubulações

Os tubos, válvulas e outra peças dos


diversos tipos de aço-carbono e aço-liga,
bem como das diferentes variedades de
aços inoxidáveis, devem ser marcadas,
peça por peça, para evitar possibilidades
de engano, uma vês que para a maioria
destes materiais é impossível a distinção
visual.
Em serviços de responsabilidade, um engano de
materiais pode causar sérios prejuízos ou acidentes,
a marcação das peças só deve ser feita depois de
confirmado o tipo exato de material através de
exame.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.2. Recebimento e armazenagem de tubulações

Em princípio não se deve estocar tubos e outros


materiais grandes no local da obra
Para não atrapalhar o trânsito de pessoas e veículos
E não atrapalhar a própria montagem.
Não se devem deixar ao tempo materiais que
possam ser danificados pela chuva.
As extremidades das varas de tubo não devem
ser deixadas abertas para evitar a entrada de
terra e outros corpos estranhos, e também para
não servirem de locais de guarda de
ferramentas, eletrodos, etc.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.3. Pré-fabricação e pré-montagem

Em montagem de tubulações industriais é


comum fazer o que se chama de pré-
montagem de peças de tubulação.
Esses subconjuntos de peças são
chamados de spool.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.3. Pré-fabricação e pré-montagem
A pré-montagem de tubulações aplica-se às tubulações
metálicas, com solda de topo, e eventualmente às
tubulações de plástico reforçado (tubos FRP).
Para tubulações enterradas, de qualquer material, não
se faz pré-montagem, que também não é usual para
tubulações de 2”ou menores.
Em princípio, devem ser pré-montadas pecas
abrangendo a maior parte possível de todo o sistema de
tubulações a ser montado:
para simplificar o serviço global de montagem
reduzir ao mínimo a soldagem e montagem no local da obra
A pré-montagem das peças pode ser feita em oficina
própria, fora do local da montagem (pré-fabricação), ou
no próprio local da montagem (fabricação no campo).
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.3. Pré-fabricação e pré-montagem

A pré-fabricação é usada onde há recurso de


oficinas, ou em montagens grandes, quando for
econômica a instalação de uma oficina especial
para este fim
Com a pré-fabricação em oficinas obtém-se um
rendimento muito melhor do trabalho e
conseguem-se peças mais bem feita e com
dimensões mais exatas.
Para pré-montagem das peças, o montador
deve receber os desenhos isométricos, as
plantas de tubulação e as especificações de
montagem e de inspeção.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.3. Pré-fabricação e pré-montagem

Peças grandes e pesadas diminuem o número


de soldas no campo mas em compensação
tornam em geral a montagem mais difícil.
Na prática costuma-se limitar em 12m o
comprimento, em 3 m a largura ou a altura, e em
2500 kg o peso máximo de cada peça pré-montada.
Para tubulações com algum revestimento
anticorrosivo interno, de plásticos, borrachas, ou
materiais semelhantes, é usual que não existam
soldas de campo, sendo todas as extremidades
das peças pré-montadas dotadas de flanges.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.4. Fabricação de suportes de tubulações

Os suportes destinam-se a sustentar o peso dos


tubos e do fluido neles contido, além de outros
esforços que possam vir a atuar sobre os tubos.
Se mal dimensionados ou excessivamente
espaçados, podem ocasionar acidentes, flechas
excessivas e vazamentos.
Podem ser encomendados a firmas
especializadas, ou fabricados no pipe-shop da
obra antes da montagem das tubulações, com
chapa e perfis de aço soldados, como for
conveniente,
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.4. Fabricação de suportes de tubulações

Sua montagem poderá ser feita apoiando-os


sobre estruturas, bases de concreto e no solo,
ou então, pendurados em paredes de alvenaria,
fundações ou estruturas metálicas.
Nas fundações, são fixados por meio de
insertos, chapas de aço embutidas no concreto.
Quando montados sobre bases de concreto
próprias, depois de assentados sobre seus
calços, devem ser alinhados e nivelados. Após o
aperto final dos chumbadores, deverão ser
grauteados.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.4. Fabricação de suportes de tubulações
Normalmente , os suportes são fixos, podendo ser de
vários tipos e instalados de diferentes maneiras:
Embutidos ou apoiados em bases de concreto, em geral para
tubulações de baixa altura.
Apoiados sobre colunas metálicas, dos tipos simples ou pórtico,
geralmente a maior altura.
Tipo mão francesa soldada a uma estrutura metálica ou
chumbada a uma parede de concreto.
Dependurados de estruturas metálicas ou lajes existentes.
Tipos especiais para apoio de tubos ou curvas verticais, ou
outras finalidades.
Eventualmente, poderá haver necessidade de suportes
provisórios durante a montagem, que depois serão
removidos, como ocorre no caso de teste hidrostático
com água em tubulações de gás, para que os tubos
possam resistir ao peso da água

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.1. Preparação para a montagem de tubulações
Antes de ser iniciada a montagem de qualquer
sistema de tubulação devem ser – ou já devem
estar – instalados sobre suas bases todos os
equipamentos ligados à rede de tubulações:
vasos
tanques
reatores
trocadores de calor
bombas
compressores, etc.
Todos os equipamentos devem ter bases
próprias, não se admitindo que fiquem
pendurados ou suportados pelas tubulações.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.1. Preparação para a montagem de tubulações
Todos esses equipamentos devem ser colocados em
suas posições exatas, depois de alinhados e nivelados
Os bocais dos equipamentos, onde se ligam as
tubulações, servirão de pontos de partida e de
orientação para toda a montagem futura dos tubos, e ,
assim, um pequeno desvio que haja na posição de
qualquer equipamento poderá resultar em grave erro na
posição das tubulações.
Todo sistema de suportes deve estar completamente
pronto antes de ser iniciada a montagem das
tubulações, para diminuir ao mínimo a necessidade de
suportes provisórios de montagem.
A completação antecipada dos suportes definitivos tem
também a vantagem de evitar que a construção dos
mesmos fique inteiramente a critério do pessoal de
montagem
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.1. Preparação para a montagem de tubulações

Principalmente em obras grandes, deve-


se programar com muito cuidado a
seqüência de montagem, para evitar que
a montagem de uma determinada seção
de tubulação torne inacessível a
colocação de outras.
De um modo geral, deve-se começar pela
montagem das tubulações de maior
diâmetro e que sejam ligadas diretamente
a vasos e equipamentos.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.1. Preparação para a montagem de tubulações

Em qualquer serviço de montagem é importante


o planejamento prévio de toda área da obra:
O estudo da melhor disposição para do canteiro da
obra
É necessário a previsão de áreas adequadas para:
a oficina de pré-montagem,
o escritório,
o almoxarifado coberto (para peças pequenas ou valiosas),
para a armazenagem de peças grandes e das peças pré-
montadas etc.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.1. Preparação para a montagem de tubulações

Devem ser estudados:


o suprimento água,
de ar comprimido
de eletricidade,
Devem ser previstas as facilidades para
acesso e trânsito:
de pessoas,
veículos
e máquinas.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.2. Montagem de tubulações
Antes de ser iniciada a montagem deve ser feita:
a limpeza de todas as peças pré-montadas
de todos os componentes avulsos (varas de tubos, válvu1as,
etc.)
a inspeção dimensional das peças pré-fabricadas
Na montagem de tubulações é necessário que seja
observado com o maior rigor possível o alinhamento
entre as varas de tubo e as peças pré-montadas.
Se todo sistema de suportes já estiver completamente
pronto e perfeitamente alinhado e nivelado, o
alinhamento dos tubos é relativamente fácil de ser
conseguido, bastando colocar as varas de tubo e peças
pré-montadas nos respectivos suportes.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.2. Montagem de tubulações
Quase sempre necessidade de construção de
escoramentos provisório para a sustentação de
pequenas peças que não tenham suportes próprios, ou
para auxiliar a sustentação de outras peças.
Para a montagem de tubulações com isolamento
térmico, devem ainda ser colocados, sobre os suportes
definitivos, calços provisórios com a altura dos patins,
para que as tubulações fiquem na elevação correta.
Os escoramentos provisórios devem ser seguros e
bastante robustos para não fletirem com o peso das
tubulações, fazendo com que fiquem fora da elevação
de projeto.
Esses escoramentos costumam ser feitos de madeira ou de
perfis e tubos de aço; nesse último caso podem ser ponteados
com solda entre si ou nos tubos a sustentar, para melhorar a
rigidez e segurança.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.2. Montagem de tubulações
É muito importante que em nenhuma ocasião, durante a
montagem, se tenham tubos ou outras peças em
posição não suportada, fazendo peso ou introduzindo
momentos sobre bocais de vasos, tanques,
equipamentos, válvulas etc. Esses esforços, ainda que
se exerçam por pouco tempo, podem causar danos
consideráveis.
Drenos, respiros, purgadores; linhas de aquecimento e
outros acessórios pequenos que não tenham a sua
localização definida exatamente no projeto devem ser
colocados em locais de fácil acesso e que não interfiram
com outras construções. Caso necessário devem ser
acrescentados, nos pontos baixos e pontos altos, drenos
e respiros não previstos no projeto.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.2. Montagem de tubulações
Em qualquer serviço de montagem de tubulações
devem ser observadas todas as normas de segurança
para evitar acidentes.
No caso particular de obras em instalações onde
existam (ou possam existir) líquidos ou gases
inflamáveis, explosivos, ou capazes de formar misturas '
detonantes, deve-se tomar o máximo cuidado com os
riscos de incêndio e de explosão.
Os serviços de solda, de maçarico, ou quaisquer outros
serviços de chama aberta, só podem ser executados
depois de expressamente autorizados pelo inspetor de
segurança, que dará um certificado da inexistência de
condições de explosividade no local, ou recomendará as
precauções que forem necessárias.
Convém observar que a simples percussão de um objeto de
ferro ou de aço sobre um outro pode gerar uma centelha capaz
de provocar uma explosão.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.2. Montagem de tubulações
Em todos os serviços de montagem de tubulações, é muito
importante o papel da fiscalização da obra.
O Engenheiro-Fiscal deve acompanhar cuidadosamente,
desde o início, toda a montagem, não só para verificar a
perfeita obediência aos desenhos e especificações, como
também, e principalmente, para auxiliar o montador.
Quaisquer dúvidas, possíveis erros de projeto, e
alternativas sugeridas, devem ser levados ao
conhecimento do Engenheiro-Fiscal, que resolverá essas
questões, se necessário, com o auxílio do projetista.
O montador, por muito competente que seja, não tem
condições para decidir, pelo fato de desconhecer as
razões que levaram o projetista a adotar essa ou aquela
solução.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.3. Casos especiais de montagem de tubulações

Tubulações rosqueadas
As tubulações rosqueadas são sempre inteiramente
montadas no campo, não havendo pré-montagem.
A montagem geralmente é feita com dimensões tiradas
no local, porque nos desenhos dessas tubulações não
costumam figurar as dimensões exatas,
As roscas nos extremos dos pedaços de tubo
costumam ser abertas no campo com tarraxas manuais
Para o corte desses pedaços de tubo deve ser dado o
acréscimo do comprimento de rosca que ficará, depois
do aperto, dentro das luvas, uniões, válvulas, joelhos,
tês, etc.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.5.3. Casos especiais de montagem de tubulações
Tubulações com revestimentos internos
Para as tubulações que devam ter um revestimento interno (de
materiais plásticos, elastômeros, ebonite etc.), as varas de tubo e
as conexões podem:
ser adquiridas já revestidas
ou o revestimento pode ser aplicado na montagem
Os tubos e conexões com revestimento já aplicado têm as
extremidades flangeadas, geralmente com flanges soltos
deve-se evitar o aperto excessivo dos parafusos dos flanges para não
danificar o revestimento.
Para permitir a montagem de tubulações revestidas, devem existir
ligações flangeadas espaçadas de 10 a 15 m, dependendo da
configuração geométrica da tubulação
desta forma são necessárias outras ligações flangeadas, além das
existentes nos pontos extremos de cada tubulação.
Essas ligações flangeadas adicionais devem ser acrescentadas a
critério do montador, onde necessário, devendo-se para isso fornecer
previamente os desenhos isométricos da tubulação.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.3. Casos especiais de montagem de tubulações

Tubulações com revestimentos internos


O revestimento interno deve obrigatoriamente
estender-se, sem solução de continuidade,
também às faces de todos os flanges.
Essas recomendações não se aplicam:
aos tubos galvanizados,
nem geralmente aos tubos com revestimento de
concreto,
¾ que só costumam ser usados como revestimento
anticorrosivo, em serviços de baixa responsabilidade.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.3. Casos especiais de montagem de tubulações

Tubulações de pequeno diâmetro


Tubulações de cobre, latões, alumínio, e materiais
plásticos, de pequeno diâmetro (até 1"), são
empregadas para
a transmissão de sinais pneumáticos para instrumentos
para a condução de água e óleos.
Essas tubulações, como têm pequena resistência
estrutural, são em geral instaladas formando um feixe
(bundle)
Mudanças de direção são feitas com tubos curvados
o encurvamento deve ser feito com raio grande e com o devido
cuidado para não achatar os tubos.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.5.3. Casos especiais de montagem de tubulações

Tubulações de pequeno diâmetro

Feixe de tubos de pequeno diâmetro

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.6. Teste de pressão em tubulações e válvulas

Depois de montado o sistema de


tubulações, deve ser feito obrigatoriamente
um teste de pressão para a verificação de
possíveis vazamentos
Esta é uma exigência comum a todas as
normas de projeto de tubulações.
Na grande maioria dos casos o teste é feito
por pressão de água (teste hidrostático)

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.6. Teste de pressão em tubulações e válvulas

Em casos especiais, onde não se permita


presença de água ou umidade nos tubos,
faz-se o teste com ar comprimido,
ou mais raramente com outros fluidos.
O teste com ar comprimido também pode
ser necessário para tubulações de grande
diâmetro para gases, cujos suportes não
permitam a carga adicional do peso da água
do teste.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.6. Teste de pressão em tubulações e válvulas

No teste hidrostático a pressão de teste deve ser


sempre superior à pressão de operação da
tubulação.
Pela norma ASME B.31.3, a pressão de teste
hidrostático para tubulações cujas temperaturas
forem inferiores a 340°C é dada por
Pt = pressão mínima no teste hidrostático.
1,5 P Sc P = pressão de projeto da tubulação.
Pt = Sc = tensão admissível do material a 340°C.
Sh = tensão admissível do material na
Sh temperatura de projeto.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.6. Teste de pressão em tubulações e válvulas
O teste com ar comprimido é bastante perigoso
devido:
ao risco de explosão que pode ocorrer, em
conseqüência da força elástica do ar, se houver um
ponto fraco no sistema,
este risco é tanto maior quanto maior for o volume de ar
contido na tubulação.
Este tipo de teste é formalmente desaconselhado,
É permitido apenas nos raros casos em que o
teste hidrostático normal for inteiramente inviável.
A pressão de teste com ar deverá:
ser 10% acima da pressão de projeto,
mas não deve exceder 0,2 MPa (≈2 kgf/cm2).

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.6. Teste de pressão em tubulações e válvulas

Qualquer que seja o teste de pressão, o


mesmo deve ser realizado:
Pelo menos 48 horas depois de realizada a
última soldagem.
Depois de realizados todos os tratamentos
térmicos.
Antes de qualquer serviço de pintura ou
aplicação de qualquer revestimento.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.7. Isolamento térmico
Algumas tubulações além de transportar os fluidos a que
se destinam, devem também mantê-los a temperaturas
convenientes:
Acima do ambiente (linhas quentes, ou aquecidas)
Abaixo do ambiente (linhas frias).
Esta finalidade é cumprida através do revestimento térmico
das tubulações, que normalmente é feito externamente,
mas em certos casos pode ser interno.
O isolamento térmico das tubulações, quentes ou frias, é
obtido, normalmente, revestindo-as externamente com
materiais apropriados para esta finalidade.
Somente em casos especiais, de linhas quentes de grande
diâmetro, usa-se revestir internamente as tubulações.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.7. Isolamento térmico

Os materiais para revestimento externo


podem ser encontrados sob a forma de:
calhas,
segmentos pré-moldados,
lençóis
ou fios

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.7. Isolamento térmico

São mais comuns os seguintes materiais:


Hidrossilicato de cálcio
muito usado para tubulações quentes, temperaturas até 95°C.
Espuma de poliestireno
indicado para baixas temperaturas.
Lã de vidro, até 230°C
que exige cuidados por ser agressivo à saúde.
Amianto
sob a forma de lençóis ou de fios
¾ há uma tendência atual para se descartar completamente
produtos à base de amianto, pelos seus efeitos nocivos à saúde e
ecologia.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.7. Isolamento térmico
Os revestimentos em forma de calha são ajustados à
superfície externa do tubo
Em superfícies irregulares, como válvulas, filtros, etc., o
isolamento pode ser obtido:
com pedaços de calhas amarrados com arame, recobertas com
argamassa isolante
ou então, envolvendo a peça com uma argamassa armada com
tela isolante

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.8. Preparação para a operação

A preparação para operação se inicia com o


condicionamento da tubulação montada,
compreendendo:
Limpeza interna, como for necessário, com:
água,
ar comprimido,
vapor,
Óleo,
ou produtos químicos.
Preservação.
Simulação de funcionamento.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.8.1. Limpeza de tubulações

Depois de terminada a montagem deve-se fazer a


limpeza interna completa das tubulações, para
remover:
depósitos de ferrugem,
pontas de eletrodos,
salpicos de solda,
poeiras,
rebarbas
e outros detritos.
Essa limpeza é geralmente feita pelo
bombeamento contínuo de água até que a água
saia completamente limpa.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.8.1. Limpeza de tubulações

Por precaução adicional, colocam-se filtros


provisórios de tela na entrada das bombas,
compressores, medidores e outros
equipamentos, para evitar a entrada de
detritos, durante os primeiros períodos de
operação do sistema.
A água empregada na limpeza deve ser
doce, limpa e não-poluída.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.8.1. Limpeza de tubulações

Antes da limpeza, devem ser retiradas da


tubulação:
válvulas de retenção,
válvulas de controle,
placas de orifício,
separadores de linha,
válvulas de segurança,
válvulas de alívio,
essas peças devem ser limpas em separado, e
substituídas provisoriamente na tubulação por
carretéis (pedaços curtos de tubo com extremos
flangeados).
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.8.1. Limpeza de tubulações

Em tubulações para gases, principalmente quando


de grande diâmetro, deve ser verificado no projeto
se os suportes podem resistir ao peso da
tubulação cheia de água, ou se é necessário a
construção de escoramentos provisórios.
Em lugar da limpeza convencional acima descrita,
a limpeza das tubulações também pode ser feita
por meio de um "pig".
Quando houver necessidade de uma limpeza mais
perfeita, pode-se recorrer à limpeza mecânica e à
limpeza química.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.9. Custo de serviços de tubulações

A estimativa de serviços de tubulação é


complexa não só devido à grande variedade
de tipos de serviço, como também à
influência de numerosas circunstâncias,
algumas mais difíceis de se prever ou de se
avaliar com relativa segurança.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.9. Custo de serviços de tubulações

O tempo gasto na execução de um


determinado tipo de serviço depende, entre
outros, dos seguintes fatores:
Trabalho único ou feito em série.
Trabalho na oficina ou no campo.
Instalação nova ou já em operação.
Local de fácil ou de difícil acesso.
Maior ou menor grau de periculosidade e de
insalubridade.
Competência dos profissionais e qualidade da
supervisão.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.9. Custo de serviços de tubulações

O tempo gasto na execução de um determinado


tipo de serviço depende, entre outros, dos
seguintes fatores:
Ferramentas e equipamentos adequados em qualidade
e quantidade.
Facilidade de obtenção dos materiais e de transporte.
Serviço feito de dia ou à noite, em horário normal ou em
horas extras.
Serviço feito em local abrigado ou sujeito a sol, chuva e
vento.
Maior ou menor urgência do trabalho e maior ou menor
grau de qualidade exigida.
FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida
8.9. Custo de serviços de tubulações

O cálculo dos tempos necessários é feito


geralmente em duas etapas:
Primeiro faz-se a estimativa básica, que
consiste em considerar os tempos gastos para
serviços feitos em condições típicas normais.
A estimativa básica costuma ser feita pela simples
consulta a tabelas de índices de montagem, em
função de cada tipo de serviço e respectiva
quantidade.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.9. Custo de serviços de tubulações

Obtida a estimativa básica, a segunda etapa será


corrigi-la para atender às situações reais dos diversos
fatores de influência.
Para essa correção, os conhecimentos e a prática de quem faz
são importantes e insubstituíveis.
A maior ou menor precisão da estimativa final dependerá da
prática de quem aplica os coeficientes de correção para os
fatores de influência existentes, e da sensibilidade em avaliar a
importância de cada um desses fatores.
Deve-se fazer sempre a comparação entre as
estimativas feitas e os tempos efetivamente
gastos em cada serviço já executado

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.10.1. Equipes de pré-fabricação e montagem

Categoria Montagem Pré-fabricação


Encarregado de tubulação 1 1
Encanador 4 2
Montador 1 4
Soldador de tubulação 2 2
Soldador de chaparia 2
Maçariqueiro 1 2
Caldeireiro 1
Ajudante 5 6
Total 14 20

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.10.2. Equipes de isolamento térmico

Categoria Isolamento com Isolamento com papelão


hidrossilicato aluminizado e massa
Encarregado de isolamento 1 1
Isolador 6 6
Pedreiro - 1
Ajudante 6 6
Total 13 14

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.10.2. Equipes de montagem de refratário

Categoria Preparação e corte de Montagem refratária


tijolos
Mestre refratário 1 1
Pedreiro de refratário 1 7
Operador de serra 5 -
Ajudante 5 7
Total 12 15

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.11. Índices de montagem
Diâmetro Tubo corrido Soldas de topo
Ligações Válvulas
por m flangeadas flangeadas Ligações
nominal
rosqueadas
(pol) Série 40 Série 80 Série 40 Série 80 150# 300# 150# 300#
3/4 0,21 0,24 - - - - - - 0,4
1 0,24 0,27 - - - - - - 0,5
1 1/2 0,30 0,28 1,1 1,3 1,5 1,7 0,5 0,7 0,8
2 0,39 0,45 1,3 1,5 1,7 2,0 0,6 0,8 1,2
3 0,61 0,75 2,0 2,2 2,0 2,3 0,8 1,0 -
4 0,81 0,99 2,5 2,8 2,2 2,6 1,0 1,3 -
6 1,17 1,56 3,3 4,0 2,5 3,0 1,5 2,0 -
8 1,56 2,04 4,0 5,0 2,7 3,2 2,0 2,5 -
10 1,98 2,54 5,0 6,0 3,0 3,5 2,5 3,3 -
12 2,28 2,70 6,5 7,8 3,2 3,7 3,0 4,0 -
14 2,40 3,00 7,2 8,5 3,3 4,0 3,6 4,9 -
16 2,70 3,30 7,8 9,0 3,5 4,2 4,3 6,0 -
18 3,00 3,55 9,0 10,2 3,7 4,4 5,0 7,2 -
20 3,25 3,75 10,0 12,0 4,0 4,6 5,8 8,4 -
24 3,60 4,10 12,0 14,5 4,2 4,8 7,0 9,6 -

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida


8.11. Índices de montagem
OPERAÇÃO

Cotovelos c/ rosca (c)

Soldas de campo (b)


TT c/ rosca (c)
Acessórios (b)
Diâmetro (pol)

Tubulação (a)

Flanges (c)

Válvulas
1/2 49,0 0,4 - 0,5 0,6 1,0 1,0
3/4 52,4 0,5 - 0,5 0,6 1,0 1,0
1 59,0 0,6 0,5 0,8 1,0 1,8 1,5
1 1/4 88,5 0,8 0,8 0,8 1,0 2,0 2,0
1 1/2 111,4 1,0 1,0 1,0 1,3 2,5 2,0
2 147,5 1,5 1,0 1,0 1,3 4,0 2,0
2 1/2 157,3 2,5 1,5 1,3 1,6 5,0 2,3
3 167,2 3,0 2,0 1,5 1,9 7,0 2,6
4 196,7 5,0 3,0 2,0 2,6 9,0 3,0
6 275,4 7,0 4,0 4,0 5,2 12,0 4,0
8 403,2 8,0 5,0 4,0 5,2 15,0 5,2
10 554,0 10,0 6,0 6,0 7,8 18,0 7,0
a - Tempo para execução de tubulação, por homem-hora, por 100m de tubo,
incluindo transporte por caminhão ou estrada de ferro, para o local de trabalho,
corte, roscas, flangeamento, soldagem.
b - De 1/2 a 2", solda de encaixe, 2.1/2" e maiores, solda de topo.
c - Inclui manuseio e uniões.

FURG – Escola de Engenharia – Prof. Jorge Almeida

Você também pode gostar