Você está na página 1de 15

Projeto: O Tae Kwon Do no Desenvolvimento infantil e Formação do jovem.

Professor Msc. Fabricio da Costa Caxias (Biólogo) - Graduando em Educação Física


UNOPAR – Kyosanin, Faixa Preta 1º Dan. fccaxias@gmail.com
Conteúdo

Taekwondo: Origem

Os Princípios do Taekwondo

Desenvolvimento Motor

Educando Crianças por Meio do Taekwondo

Benefícios aos Jovens

Objetivos do Projeto

Metodologia

Resultados Esperados

Anexos
Taekwondo: Origem

Não se sabe dizer ao certo quando surgiu o Taekwondo, mas segundo


GOULART (2002), existem relatos de que foi aproximadamente no ano 670 antes de
Cristo. Nesta época, a Coréia estava dividida em três reinos: Silla, Koguryo e Baekche.
Dos três reinos, Silla foi o primeiro a ser formado, mas permaneceu pequeno e pouco
civilizado. A costa de Silla era constantemente invadida por piratas vindos
principalmente do Japão. O rei Gwahkkaeto, o 19o monarca da dinastia de Koguryo,
enviou então tropas de seu reino para ajudar o reino de Silla a combater os invasores
japoneses. Foi nesse momento que o Tae Kyon, forma primitiva do taekwondo, foi
introduzido nas classes guerreiras de Silla, sendo ensinado de forma secreta e
diretamente a alguns guerreiros desse reino pelos mestres pioneiros da arte. Eles então
passaram a ser conhecidos como “Hwarangs” (SILVA, 2007). Esses jovens adotaram o
Tae Kyon como uma parte fundamental de seus treinamentos, e se tornaram membros
do “Hwarang-do”, traduzido como “caminho do Guerreiro”.
Os discípulos de Hwarang-do estudavam várias disciplinas, como Filosofia,
História, Budismo e treinavam corrida, esgrima, tiro com arco, táticas militares e Tae
Kyon. Os jovens eram selecionados através de concursos feitos no próprio reino, e
depois de aprovados passavam a viver em grupo. Esse grupo servia à comunidade nos
tempos de paz na construção de estradas e fortalezas, e estavam sempre prontos a se
sacrificar na guerra.
Os Códigos de Honra que conduziam este tipo de vida dos estudantes eram
cinco: Obediência ao rei, respeito aos pais, lealdade com os amigos, nunca recuar ante o
inimigo e matar somente quando não houver alternativa.
Durante a dinastia de Silla, que durou de 668 até 935, os Hwarangs foram
responsáveis pela difusão do Tae Kyon pela Coréia. Neste período o Tae Kyon
permaneceu como um esporte e uma atividade recreativa que ajudava a melhora da
forma física, embora também fosse um perfeito sistema de autodefesa. O Tae Kyon
passou a ser conhecido como “Soobak” durante a dinastia Koryo (935 até 1392).
Durante esse período o fundamento da arte não se alterou, mas passou a ser
principalmente um sistema de desenvolvimento e melhoria das capacidades físicas para
uma arte de combate. O primeiro grande livro sobre essa arte, que se destinava a
promovê-la entre a população em geral, foi escrito durante a dinastia Yi (1397 até
1907). Nessa época, o desenvolvimento da arte sustentou a sua sobrevivência. Mas
devido à mudança de pensamento político sobre as questões e atividades militares
durante a segunda parte da dinastia Yi, a arte perdeu a popularidade, sobrevivendo então
às custas de algumas famílias coreanas, que foram passando os conhecimentos sobre a
arte de geração em geração.
Em 1909, quando a Coréia foi invadida pelo Japão, que lá permaneceu por 36
anos, a prática de qualquer arte marcial coreana foi proibida. Isso só aumentou o
interesse pela prática e renovação do “Soobak”. Depois de 1943, com a introdução de
outras artes marciais no país, o panorama das artes marciais se altera, provocando um
renovado interesse por essas artes. Após a libertação da Coréia em 1945 o primeiro
Kwan (escola) foi aberto em Yong Chun, Seul, chamado Chung Do Kwan, onde se
ensinou uma arte marcial nativa coreana. No mesmo ano foram abertos também em Seul
o Moo Duk Kwan e o Yun Moo Kwan. Várias outras escolas foram abertas até princípio
dos anos 60. Embora todas as escolas afirmassem ensinar a arte marcial
tradicionalmente coreana, cada uma delas enfatizava diferentes aspectos do Tae Kyon.
Essa diferença entre as diferentes escolas impediu a criação de uma forma
regular durante dez anos, mas encontraram uma grande aceitação dentro dos meios
militares. Durante a Guerra da Coréia um grupo chefiado pelo General Choi Hong Hi,
conseguiu, em 1955 a união de diversas escolas e estilos, mesmo com algumas
desistências, adotando assim o nome de Tae Kwon Do, que significa “o caminho dos
pés e das mãos”.
Durante a década de 60, vários instrutores e mestres coreanos foram convidados
a ensinar o taekwondo em diversos países do mundo, devido às demonstrações que
eram feitas nesses países para as autoridades. Em 1964, foi criada a Associação Coreana
de Taekwondo. Após os anos 70, o taekwondo desenvolveu-se extraordinariamente no
mundo todo. Em maio de 1973, foi criada uma nova organização, a World Taekwondo
Federation (WTF). Desde então a WTF tem regulamentado o taekwondo
internacionalmente. Naquele mesmo mês, foi realizado em Seul, na Coréia, o primeiro
campeonato mundial de taekwondo, em comemoração pela criação da WTF. A partir
desse, os campeonatos mundiais são organizados em diversos países, de dois em dois
anos. Em julho de 1980 o taekwondo foi introduzido no Comitê Olímpico Internacional.
Em 1988 foi feita uma demonstração oficial nos Jogos Olímpicos de Seul, e repetida em
Barcelona (Espanha) em 1992, passando a ser considerada modalidade oficial nos Jogos
Olímpicos de 2000, em Sidney (Austrália).
Os Princípios do Taekwondo

Os princípios da modalidade também fazem parte da vida do praticante, não só


na área de treino, como também, na vida pessoal. Devem-se seguir os princípios do
Taekwondo: Cortesia, Integridade, Perseverança, Autocontrole e Espirito Indomável. O
bem estar é um conceito de prática que engloba todos os aspectos do individuo.
(Carvalho Neto, 2010).
Cortesia, segundo definição de RIOS (2005) significa delicadeza, fineza,
respeito. Nada mais é do que sermos prestativos, termos bom comportamento e boas
maneiras. Devemos ensinar aos alunos a respeitar os professores e demais alunos, a área
de treinamento, os rituais de início e término de aulas, como também a roupa de treino e
faixa. Isso não se restringe apenas à arte marcial, mas também na vida cotidiana do
aluno. Ajudar as pessoas, ser um bom aluno na escola, ser prestativo em casa, sendo um
bom filho, ou pai, ser gentil, humilde e prestativo.

A integridade está diretamente relacionada à personalidade do aluno. Um aluno


íntegro é aquele que mantém o bom modo de pensar, por mais que sofra ameaças ou que
esteja sozinho no seu ponto de vista. Ser integro é ter “inteireza moral, honestidade”
(RIOS, 2005). É ter a personalidade tolerante, capaz de ser humilde quando necessário,
aceitar críticas, sugestões e correções. Nós professores devemos incentivar nosso alunos
a expressarem a sua opinião, corrigir quando for necessário e a fazer com que eles
aceitem sem preconceitos sociais.

A perseverança nada mais é do que a insistência, vontade de seguir em frente.


“Constância, persistência” (RIOS, 2005). Devemos passar para os nossos alunos que as
dificuldades existem, mas que todos são capazes de atingir as suas metas e os seus
sonhos. Temos que incentivar nossos alunos para que eles superem de obstáculos da
vida, sem jamais desistir. Nós mesmos, na condição de professores, podemos servir de
exemplo, pois todos começamos sem conhecer direito o Taekwondo, na faixa branca, e
com perseverança chegamos onde queríamos, aprendendo, nunca desistindo, e agora
passamos tudo o que nos foi ensinado para as novas gerações.

Saber se controlar também é muito importante. Dominar-se, conter-se, ter


equilíbrio (RIOS, 2005). A raiva e o nervosismo algumas vezes nos levam a fazer algo
impensado. Devemos passar para nossos alunos que fazer algo sem pensar pode ter
consequências muito desagradáveis. Refletir sobre os resultados das nossas atitudes é
muito importante antes de fazer qualquer coisa, tanto positiva como negativa. Saber se
controlar antes de um exame, por exemplo, se concentrar, e, consequentemente, ter um
resultado positivo. Devemos falar para os alunos que se deixarmos o nervosismo falar
mais alto, os resultados podem ser desastrosos. Segundo TUBINO & MOREIRA (2003)
a ansiedade dos atletas necessita de uma adequação, pois a ansiedade em excesso, ou a
falta dela, certamente levarão a resultados negativos. Da mesma forma que se controlar
antes de uma atividade leva a uma maior concentração, devemos também ensiná-los a se
controlar diante de controvérsias. Temos que convencê-los de que não seria correto sair
pela rua batendo nas pessoas que pisassem no nosso pé. Temos que educa-los para
serem pessoas íntegras, comportadas e controladas socialmente.

Por fim, e, não menos importante, dentro do espírito do taekwondo, temos que
mostrar para os nossos alunos que em tudo o que acontece temos que ter um espírito
guerreiro, como nos primórdios da arte marcial. Ter espírito indomável é ser
implacável, invencível (RIOS, 2005). Ensinar que nada pode nos superar quando temos
vontade de crescer e chegar longe. Seria fácil demais (e por vezes, frustrante) se
desistíssemos ante a mínima dificuldade. Temos que ensinar aos alunos como ser
persistentes, e a ter coragem para superar os mais difíceis obstáculos, pois como diz o
ditado, toda caminhada começa quando damos o primeiro passo.

Cabe ao professor de Taekwondo passar aos alunos, o conhecimento de técnicas


e filosofia milenar aumentando a autoestima bem como seu conteúdo técnico na
aprendizagem, motivando-os e, consequentemente, transformando-os em praticantes
mais firmes com aprimoramento do caráter, personalidade e força interior. (Carvalho
Neto, 2010).
Os professores de Taekwondo devem educar os alunos nos dias de hoje com as
doutrinas e filosofias milenares desta arte marcial, sendo não só transmissores de
conhecimento, e sim educadores e formadores de personalidade. (Luna).
Seguindo o pensamento da arte marcial como ferramenta formativa para o
individuo, no nível psicossocial, HAUSEN E RIBEIRO nos dizem que o “Taekwondo
Pedagógico” é um resgate da função formativa da arte marcial, é de grande utilidade
para as escolas como ferramenta de apoio educacional, amenizando eficazmente as
ações violentas, favorecendo uma atitude sociável entre os alunos e, com esta condição,
possibilitando uma melhora geral dos resultados escolares dos mesmos.
Nós, enquanto professores e educadores, precisamos sempre estar atentos ao
desenvolvimento físico e motor dos alunos. Durante o treinamento temos que saber o
que poderá ser trabalhando com cada tipo de aluno, respeitando as suas individualidades
e os seus limites. A aprendizagem modifica o comportamento de cada pessoa por meio
de experiências particulares (TUBINO & MOREIRA, 2003). Não forçar os alunos a
fazer coisas que eles não conseguem, mas encorajá-los a superação sempre, passo a
passo, sem pressa de chegar logo à faixa-preta. Corrigir os detalhes é muito importante
para que o aluno, quando estiver em um estágio mais avançado do treinamento, possa
aprender mais, relembrando e executando perfeitamente as tarefas pelas quais ele já
passou.

Desenvolvimento Motor

Equilíbrio

Equilíbrio é um conceito relacionado ao estado de um sitema ou mais sistemas


no qual não ocorrem mudanças no total que possam ser observados claramente, ou seja,
no qual cada alteração é compensada (ou equilibrada) por outra(s) complementar(es). O
equilibrio pode ser dividido em Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Equilíbrio
recuperado:

Equilíbrio Estático

Equilíbrio Estático é a capacidade para assumir e sustentar qualquer posição do


corpo contra a força da gravidade.

Para que isto aconteça é necessário que os sistemas nervoso e locomotor esteja
em pleno funcionamento, e trabalhando em conjunto, afim de minimizar ao máximo o
gasto energetico.

O Equilíbrio estático é uma das qualidades psicomotoras mais importantes para


o desenvolvimento humano já que é ele que proporciona oportunidade de se estar
parado, ainda tendo condições de usar as outras qualidades psicomotoras.

Esta capacidade é posta em causa nos doentes que têm alguma patologia
relacionada com os elementos do corpo que mantêm a postura.
Equilíbrio Dinâmico

O Equilíbrio Dinâmico é o equilíbrio conseguido em movimento e que depende


do dinamismo dos processos nervosos e seu desenvolvimento é obtido pela aplicação de
exercícios técnicos do desporto em treinamento, podendo ser trabalhado juntamente
com os fundamentos técnicos da modalidade esportiva.

Equilíbrio Recuperado

O Equilíbrio Recuperado é a recuperação do equilíbrio numa posição qualquer e,


embora deva ser treinado em conjunto com os gestos técnicos, muitas vezes se impõe
um preparo especial paralelo pela evidência de uma deficiência dessa valência em
atletas.

Coordenação Motora

Coordenação motora a capacidade de coordenação de movimentos decorrente


da integração entre comando central (Sistema Nervoso Central) e unidades motoras dos
músculação e articulações (Sistema Nervoso Periferido). Classifica-se a coordenação
motora em dois grupos:

Coordenação Motora Geral

Coordenação motora geral é a capacidade de usar de forma mais eficiente os


músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global mais
eficiente, plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou adulto
dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes.

Coordenação Motora Fina

Coordenação motora fina é a capacidade de usar de forma eficiente e precisa os


pequenos músculos, produzindo assim movimentos delicados e específicos. Este tipo de
coordenação permite dominar o ambiente, propriciando manuseio dos objetos.

Psicomotricidade

A psicomotricidade se configura em um estado da vontade, que corresponde à


execução de movimentos. Os movimentos podem ser voluntários ou involuntários.
Dos movimentos involuntários temos os automatismos elementares inatos e os
adquiridos. Os inatos são aqueles que nascem conosco e são representados pelos
reflexos, que são respostas caracterizadas pela invariabilidade qualitativa de sua
produção e execução. Estes reflexos podem ser agonistas, antagonistas ou deflexos
(alternantes) que são mais hierarquizados que os reflexos puros, permitindo certo grau
de variabilidade, conforme a adaptabilidade individual. Refere-se a necessidades
orgânicas. Influindo nestas respostas temos os instintos, responsável pela auto
conservação individual. No Homem ele é misto com o afeto produzindo tendências ou
inclinações.

Os automatismos adquiridos são os reflexos condicionados, que ocorrem devido


à aprendizagem e nos forma hábitos, que, quando bons, nos poupam tempo e esforço,
porém se exagerados, eliminam nossa criatividade e nos deixam embotados. Os hábitos
podem ser passivos (adaptação biológica ao seu ecossistema) ou ativos (comer, andar,
tocar instrumentos, etc...). Os reflexos condicionados são produzidos desde as primeiras
semanas de vida. Esses reflexos condicionados geralmente começam como atividade
voluntária e depois, por já estarem aprendidos, são mecanizados.

Educando as crianças por meio do Taekwondo

Educar as crianças não é tarefa das mais fáceis. Muitas vezes, elas são obrigadas
pelos pais que querem que os filhos aprendam algum tipo de defesa pessoal e arte
marcial. Segundo RAMOS (2005) a criança brasileira, ultimamente, está restrita muitas
vezes aos valores tecnológicos, televisão e videogames. É de obrigação do professor,
centralizar essa energia da criança, educando-a para que utilize isso durante o
treinamento, concentrada e corretamente, e para sua autodefesa, e não para se mostrar
superior aos outros por ser praticante de Taekwondo. Uma criança bem educada será um
adulto mais educado.

Saber dar atenção às crianças é muito importante. Elas têm o seu modo de ver o
mundo, com fantasias e sonhos. Temos que fazer parte desse mundo das crianças,
deixando com que ela sinta-se à vontade, e com isso conquistando a sua confiança, com
essa liberdade ela começará a sentir prazer em estar ali (GARCIA, 2002). Não devemos
recriminá-las por brincar durante a aula, mas podemos colocar dentro das suas
brincadeiras os elementos do Taekwondo, para que ela possa aprender brincando. A
ludicidade é muito importante nessa fase da vida. Tudo que se aprende com prazer
dificilmente será esquecido. Forçando a criança a executar as tarefas ela poderá até
realizá-las, mas com um baixo desempenho, devido também à sua falta de
conhecimento. Ensinando de maneira mais lúdica facilita a absorção pelas crianças.
Segundo MELHEM (2002), a técnica e o domínio em todas as modalidades são fatores
determinantes no rendimento, por isso, é importante a inclusão de técnicas esportivas no
processo de aprendizagem motora. Essa aprendizagem motora está ligada à aquisição de
conhecimento, desenvolvimento de coordenação e condicionamento.

Junto com a brincadeira, devemos ensinar para as crianças a disciplina. As aulas


não devem ser feitas somente com brincadeiras. Rir, correr, girar, pular durante a aula é
muito importante, pois ajuda no desenvolvimento motor das crianças, mas é importante
convencê-las de que isso é para o seu bem. Não é correto deixar a criança totalmente
solta durante a aula. Até porque a aula, e até mesmo o professor, ficariam mal vistos
perante algum visitante que possa estar observando a aula.

É importante fazer com que a criança goste das aulas, goste de estar treinando.
De que adiantaria ter uma sala lotada de crianças, e elas não se sentirem bem estando
lá? É preciso “prender” a atenção das crianças, transformar o que era obrigação em
prazer. A criança que se sente bem fica mais à vontade, aprende a respeitar as regras do
local e acaba tendo uma maior absorção dos ensinamentos.

O trabalho de aperfeiçoamento das capacidades físicas também é muito


importante. O professor deve observar as dificuldades dos alunos e trabalhá-las com
paciência. Nem todos têm a mesma velocidade, a mesma força, a mesma flexibilidade.
Todos os alunos são diferentes uns dos outros, e assim sendo, não devemos exigir o
mesmo desempenho de todos. Saber respeitar esses limites é importante, mas devemos
também incentivá-los a se superar e chegar cada vez mais longe.

Benefícios aos Jovens

São comuns os casos de violência e agressão envolvendo jovens, tanto em


escolas publicas como particulares, os jovens são influenciados pelos mais diversos
fatores socioambientais (a vizinhança que vivem, violência domestica,
“desajustamento” com os colegas), em contra partida a essa realidade, temos as artes
marciais, que ao contrário do que muitas pessoas pensam (por influencia da mídia e
desinformação), buscam o autocontrole e o respeito entre praticantes e destes com a
sociedade e apoiados na lei nos PCN’s - Educação Física (BRASIL, 1998), a prática de
lutas é caracterizada por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de
violência e deslealdade (PACHECO, 2012).

Alguns jovens podem se vincular a pratica da arte marcial para aprender a


Defesa Pessoal. Essa pratica melhora a autoconfiança e a autoestima do praticante, além
de desenvolver o autocontrole fundamental para todas as ações do dia-a-dia
(GOULART, 2002).

No trabalho de Antônio et al. 2008, alunos com vários problemas disciplinares


como “problemas de comportamento”, agressividade e hiperatividade, tiveram uma
mudança qualitativa em seu comportamento, sublimando a violência e os maus
costumes e evidenciando os pontos positivos de uma vida de cortesia, integridade,
perseverança e autocontrole.

Os praticantes de artes marciais constroem uma afinidade muito grande entre


professor e aluno, na qual forma uma linha de respeito e reciprocidade (NETO 2003).
Esse respeito profundo dá-se pelo mestre e discípulo nas situações colocadas pelo
professor em suas aulas, promovendo a socialização com o adolescente com problemas
comportamentais e os demais alunos, tornando este adolescente um indivíduo mais
sociável. Um reflexo disso é o feedback que o professor recebe sobre o aluno praticante,
por intermédio dos pais e responsáveis, o professor tem informações de como está o
andamento comportamental do aluno fora das artes marciais. Estas informações são
coletadas e assim montadas outras estratégias, se necessárias, para auxiliar ainda mais
esse aluno com problemas. O rendimento escolar e social também é observado, para
saber se este mesmo adolescente está evoluindo beneficamente (ANTÔNIO et al. 2008).
OBJETIVOS DO PROJETO

Este projeto tem por objetivo levar a prática pedagógica da arte marcial Tae
Kwon Do, aos alunos da Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira. Mais
especificamente, contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes em seu
processo de desenvolvimento físico e social, tendo como base os princípios que
norteiam esta Arte Marcial.

METODOLOGIA

Os alunos serão inseridos na prática do Taekwondo, primeiramente com o


conhecimento teórico básico sobre a origem desta arte marcial e seus 5 princípios
norteadores. Todo vocabulário de treino será ensinado e praticado a cada sessão, indo
do cumprimento básico entre praticantes, a saudação respeitosa às bandeiras, até o
cumprimento especifico para graduações superiores.

Em seguida, serão apresentados aos exercícios alongamento de membros


superiores e inferiores. Na prática corpórea marcial, serão ensinadas as bases
fundamentais (posições de pés e flexões de perna), primando pela postura correta, assim
como defesas com as mãos e os braços. Ataques de mão são ensinados gradativamente,
combinados à bases e postura correta, assim como a utilização do grito Ki-Hap.

Os chutes serão ensinados de forma gradual, do fundamento mais básico


(levantamento do joelho), até a extensão da perna, ao giro de quadril ou movimento
circular. Os chutes são das técnicas mais executadas na pratica do taekwondo, no
formato marcial (formas) e esportivo (competitivo).

O desenvolvimento individual dos praticantes será monitorado através de


conversas com os responsáveis e anotações qualitativas serão feitas para manter o
registro da evolução de cada individuo.
RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que com a prática, todos os alunos tenham um bom desenvolvimento


(físico e psicossocial) dentro e fora da área de treino, de acordo com o que é visto na
literatura e relatado de forma empírica entre instrutores e familiares de praticantes.
Referencias

BRASIL, Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


Educação Física / Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CARVALHO NETO, A. F. TAEKWONDO NA FEF, VIII CONEF - Congresso de


Educação Física, Jataí, Goiânia, 2010.

CIDÉRIO, B.J. A importância do Taekwondo para o desenvolvimento motor ad criança


na fase escolar de 6 a 12 anos, Trabalho de Conclusão de Curso, Rio de Janeiro, 2007.

GARCIA, Regina Leite. VIANNA, Angel. CASTILHOS, Jacyan. O corpo que fala
dentro e fora da escola. RJ: DP&A/ 2002.

GOULART, Fábio. Guia prático de defesa pessoal – Taekwondo, São Paulo: Ed.
Escala/2002.

HOUSEN, I.T e RIBEIRO, C.H.V. Taekwondo Pedagógico: Uma proposta de resgate


da Arte Marcial Formativa como recurso de apoio educacional infanto-juvenil em
Ambiente Escolar, Rio de Janeiro.

LUNA, F.P. A utilização da filosofia do Taekwondo como parte da Educação Física.

MELHEM, Alfredo. Brincando e aprendendo handebol, Rio de Janeiro, Sprint, 2002.

NETO, L.A, (2003) Artes Marciais como expressão corporal e qualidade de vida. On-
Line. Disponível em http://www.uff.br/gef/anais-vii.doc.doc Acesso em 15 mai. 2013.

PACHECO, R.L. A influencia da pratica das Artes Marciais na redução da


agressividade em adolescentes, nas aulas de educação física. Centro Universitário
Moacyr Sreder Bastos. Laboratório de Biociências da Motricidade Humana - LABIMH
(PPGEnfBio/Unirio). 2012
RAMOS, J.R.S. Dinâmicas, brincadeiras e jogos educativos, 2ª edição, Rio de Janeiro,
DP & A/ 2005.

RIOS, Dermival Ribeiro. Dicionário antônimos & sinônimos, 1ª edição, São Paulo,
DLC/ 2005.

SILVA, Mestre Evandro César. Taekwondo - Curso Nacional para Instrutor, Mestre e
Examinador 2007. Rio de Janeiro, 39p. Trabalho não publicado.

TUBINO, José Manoel Gomes. MOREIRA, Sérgio Bastos. Metodologia Científica do


Treinamento Desportivo, 13ª edição, Rio de Janeiro, Shape/ 2003.

Você também pode gostar