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dd) ‘Recolha selectiva’ a recolha efectuada de forma a incompatível com os respectivos planos de gestão de
manter o fluxo de resíduos separados por tipo e natureza resíduos.
com vista a facilitar o tratamento específico;
ee) ‘Resíduos’ quaisquer substâncias ou objectos de Artigo 5.º
que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obriga-
[…]
ção de se desfazer;
ff) [Anterior alínea v).] 1 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos,
gg) [Anterior alínea x).] incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial
hh) ‘Resíduo hospitalar’ os resíduos resultantes de dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na
actividades de prestação de cuidados de saúde a se- totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu
res humanos ou a animais, nas áreas da prevenção, origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores
diagnóstico, tratamento, reabilitação ou investigação desse produto se tal decorrer de legislação específica
e ensino, bem como de outras actividades envolvendo aplicável.
procedimentos invasivos, tais como acupunctura, 2— .....................................
piercings e tatuagens; 3— .....................................
ii) [Anterior alínea aa).] 4— .....................................
jj) [Anterior alínea bb).] 5 — O produtor inicial dos resíduos ou o detentor de-
ll) ‘Resíduo perigoso’ os resíduos que apresentam vem, em conformidade com os princípios da hierarquia
uma ou mais das características de perigosidade cons- de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana
tantes do anexo III do presente decreto-lei, do qual faz e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos,
parte integrante; podendo para o efeito recorrer:
mm) [Anterior alínea dd).]
nn) ‘Reutilização’ qualquer operação mediante a qual a) A um comerciante;
produtos ou componentes que não sejam resíduos são b) A uma entidade licenciada que execute operações
utilizados novamente para o mesmo fim para que foram de recolha ou tratamento de resíduos;
concebidos; c) A uma entidade licenciada responsável por siste-
oo) ‘Tratamento’ qualquer operação de valorização mas de gestão de fluxos específicos de resíduos.
ou de eliminação de resíduos, incluindo a preparação
prévia à valorização ou eliminação e as actividades 6 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos,
económicas referidas no anexo IV do presente decreto- conforme definido nos n.os 1 e 3 do presente artigo,
-lei, do qual faz parte integrante; extingue-se pela transferência para uma das entidades
pp) ‘Triagem’ o acto de separação de resíduos me- referidas nas alíneas b) e c) do número anterior.
diante processos manuais ou mecânicos, sem alteração 7 — As pessoas singulares ou colectivas que pro-
das suas características, com vista ao seu tratamento; cedem, a título profissional, à recolha ou transporte
qq) ‘Valorização’ qualquer operação, nomeadamente de resíduos devem entregar os resíduos recolhidos e
as constantes no anexo II do presente decreto-lei, cujo transportados em operadores licenciados para o trata-
resultado principal seja a transformação dos resíduos de mento de resíduos.
modo a servirem um fim útil, substituindo outros mate-
riais que, caso contrário, teriam sido utilizados para um Artigo 6.º
fim específico ou a preparação dos resíduos para esse
Princípio da protecção da saúde humana e do ambiente
fim na instalação ou conjunto da economia.
Constitui objectivo prioritário da política de gestão
Artigo 4.º de resíduos evitar e reduzir os riscos para a saúde hu-
Princípio da auto-suficiência e da proximidade mana e para o ambiente, garantindo que a produção, a
recolha e transporte, o armazenamento preliminar e o
1 — As operações de tratamento devem decorrer tratamento de resíduos sejam realizados recorrendo a
em instalações adequadas com recurso às tecnologias processos ou métodos que não sejam susceptíveis de
e métodos apropriados para assegurar um nível elevado gerar efeitos adversos sobre o ambiente, nomeadamente
de protecção do ambiente e da saúde pública, preferen- poluição da água, do ar, do solo, afectação da fauna ou
cialmente em território nacional e obedecendo a critérios da flora, ruído ou odores ou danos em quaisquer locais
de proximidade. de interesse e na paisagem.
2 — A Autoridade Nacional de Resíduos (ANR)
pode interditar as transferências de resíduos de e para Artigo 7.º
o território nacional, nos termos do Regulamento (CE)
n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, Princípio da hierarquia dos resíduos
de 14 de Junho, executado na ordem jurídica interna 1 — A política e a legislação em matéria de resí-
pelo Decreto-Lei n.º 45/2008, de 11 de Março. duos devem respeitar a seguinte ordem de prioridades
3 — A ANR pode ainda para proteger a rede de ins- no que se refere às opções de prevenção e gestão de
talações nacional, e em derrogação do disposto no Re- resíduos:
gulamento (CE) n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 14 de Junho, limitar as entradas de a) Prevenção e redução;
resíduos destinados a incineradoras que sejam classifi- b) Preparação para a reutilização;
cadas como operações de valorização caso se verifique c) Reciclagem;
que tais entradas implicam a eliminação dos resíduos d) Outros tipos de valorização;
nacionais ou o tratamento desses resíduos de modo e) Eliminação.
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b) 30 % do total de resíduos tratados nas unidades f) O transporte de resíduos em violação das normas
de triagem. técnicas previstas no n.º 2 do artigo 21.º;
g) A produção, a recolha e o transporte de resíduos
Artigo 60.º perigosos realizadas em violação do disposto no n.º 1
do artigo 21.º-A;
Actualização e liquidação
h) O incumprimento do dever de proceder à sepa-
1— ..................................... ração dos resíduos perigosos nos termos do n.º 3 do
2— ..................................... artigo 21.º-A;
3— ..................................... i) A violação da obrigação de tratamento nos termos
4 — As taxas de licenciamento e de autorização pre- do n.º 3 do artigo 22.º-A;
vistas no presente capítulo não contemplam isenções j) A violação da obrigação de recolha selectiva nos
subjectivas nem objectivas e são devidas por inteiro no termos do n.º 3 do artigo 22.º-A;
caso de renovação e no valor correspondente a 20 % do l) A colocação no mercado de composto em violação
valor por inteiro nos casos de transmissão ou prorroga- dos requisitos e deveres previstos respectivamente nos
ção das licenças, não havendo então lugar à liquidação n.os 1 e 2 do artigo 22.º-B;
de taxa por averbamento. m) A colocação de composto no mercado em incum-
5— ..................................... primento do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 22.º-B;
6 — A receita prevista na alínea a) do n.º 7 do ar- n) O exercício das actividades de tratamento de re-
tigo 58.º constitui receita própria da IGAOT. síduos em violação das condições impostas no alvará
de licença nos termos do artigo 33.º;
o) [Anterior alínea d) do n.º 2.]
Artigo 67.º
p) [Anterior alínea f) do n.º 1.]
Contra-ordenações ambientais q) A gestão de fluxos específicos de resíduos em
violação das condições estabelecidas na licença ou au-
1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito
torização nos termos do n.º 2 do artigo 44.º;
grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de r) O incumprimento da obrigação de inscrição e re-
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e gisto de dados no SIRER, em violação do disposto no
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, artigo 48.º;
de 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: s) A violação da obrigação de facultar informações nos
a) A violação das proibições previstas no n.º 3 do termos dos n.os 2 do artigo 49.º-A e 4 do artigo 51.º-A;
artigo 9.º; t) O não cumprimento da determinação de realização
b) A violação da proibição de proceder à operação de auditorias nos termos do n.º 5 do artigo 51.º-A;
de mistura, incluindo a diluição de resíduos perigosos u) O incumprimento do dever de manutenção e de
nos termos do n.º 2 do artigo 21.º-A; monitorização ambiental das lixeiras nos termos do
c) A violação da proibição da mistura de óleos usados n.º 1 do artigo 75.º-A;
nos termos do n.º 4 do artigo 22.º-A; v) A manutenção e a monitorização ambiental das
d) O exercício não licenciado das actividades de tra- lixeiras em inobservância das normas técnicas nos ter-
tamento de resíduos em violação do disposto no n.º 2 mos no n.º 2 do artigo 75.º-A.
do artigo 9.º e no artigo 23.º;
e) [Anterior alínea d).] 3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu-
f) A realização de operações de gestão de resíduos nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
com base em licença suspensa ou revogada pela entidade alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
licenciadora nos termos do artigo 38.º; ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
g) A gestão de fluxos específicos de resíduos sem
licença ou autorização nos termos do n.º 1 do artigo 44.º a) A não separação na origem dos resíduos produzi-
dos de forma a promover preferencialmente a sua valo-
2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave, rização, em violação do disposto no n.º 4 do artigo 7.º;
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, b) O incumprimento do disposto no n.º 8 do artigo 7.º;
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- c) O transporte de resíduos em incumprimento da obri-
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de gação de registo na e-GAR prevista no n.º 1 do artigo 21.º;
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: d) O transporte de resíduos sem se fazer acompanhar
da guia de acompanhamento de resíduos prevista na
a) [Anterior alínea a) do n.º 1.] Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio;
b) A violação pelo produtor do produto da obrigação e) O incumprimento da obrigação de registo de dados
de promover as alterações na concepção do produto nos ou o registo de dados incorrecto ou insuficiente nos
termos dos n.os 2 e 3 do artigo 10.º-A; termos do artigo 49.º;
c) A violação das normas técnicas relativas à gestão f) O incumprimento da obrigação de manutenção de
de resíduos previstas no artigo 20.º; registo de dados nos termos do n.º 1 do artigo 49.º-A;
d) A realização de operações de gestão de resíduos em g) O incumprimento dos prazos de inscrição e de
incumprimento das obrigações do responsável técnico registo nos termos do artigo 49.º-B.
constantes da portaria prevista no n.º 5 do artigo 20.º;
e) A realização de operações de gestão de resíduos 4 — A tentativa e a negligência são puníveis.
em incumprimento das normas relativas às habilitações 5 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos
profissionais do responsável técnico constantes da por- do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
taria prevista no n.º 5 do artigo 20.º; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
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rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, ceiramente, ao produtor do produto a responsabilidade
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- pelos impactes ambientais e pela produção de resíduos
ções muito graves e graves previstas nos n.os 1 e 2 quando decorrentes do processo produtivo e da posterior utiliza-
a medida concreta da coima aplicada ultrapasse metade ção dos respectivos produtos, bem como da sua gestão
do montante máximo da coima abstractamente aplicável. quando atingem o final de vida.
2 — Para efeitos da aplicação do disposto no número
Artigo 68.º anterior, o produtor do produto pode ser obrigado a
Sanções acessórias e apreensão cautelar
promover alterações na concepção do produto de modo
a assegurar a aplicação do princípio estabelecido no
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- artigo 6.º e dando origem a menos resíduos na sua pro-
que, pode a autoridade competente, simultaneamente dução e posterior utilização, bem como a garantir que
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- o tratamento dos produtos que tenham assumido a na-
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos tureza de resíduos se realize em conformidade com os
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei princípios estabelecidos nos artigos 6.º e 7.º
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- 3 — A aplicação do disposto nos números anteriores
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, está dependente da exequibilidade técnica e da viabi-
consoante o tipo de contra-ordenação aplicável. lidade económica, dos impactes globais no ambiente,
2 — As entidades referidas no artigo 66.º podem na saúde humana e sociais e do respeito pelo funciona-
ainda, sempre que necessário, determinar a apreensão mento adequado do mercado interno.
provisória de bens e documentos, nos termos previstos 4 — A responsabilidade do produtor do produto pela
no artigo 42.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alte- gestão dos resíduos provenientes dos seus próprios pro-
rada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada dutos pode ser assumida a título individual ou transfe-
pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de rida para um sistema integrado, nos termos da lei, ou
Outubro. ainda através da celebração de acordos voluntários entre
Artigo 70.º o produtor do produto e a ANR.
[…]
Artigo 17.º-A
1— ..................................... Programas de prevenção de resíduos
2 — Quando a entidade autuante não tenha compe-
tência para instruir o processo, o mesmo é instruído e 1 — Até 12 de Dezembro de 2013 são elaborados
decidido pela ARR territorialmente competente face ao programas de prevenção de resíduos, de acordo com as
local da prática da infracção. medidas constantes do anexo V do presente decreto-lei,
do qual faz parte integrante, tendo em vista dissociar o
Artigo 71.º crescimento económico dos impactes ambientais rela-
cionados com a produção de resíduos.
[…]
2 — Os programas referidos no número anterior po-
Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de dem ser integrados em planos de gestão de resíduos
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e ou noutros programas de política ambiental, devendo,
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, nestes casos, ficar claramente identificadas as compo-
de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se nentes relativas à prevenção.
torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde- 3 — Os programas de prevenção de resíduos de-
natória, a afectação do produto das coimas resultante da vem conter as medidas e os objectivos de prevenção,
aplicação das contra-ordenações previstas no presente existentes e previstos, bem como indicadores e valores
decreto-lei é realizada da seguinte forma: de referência qualitativos ou quantitativos específicos
adequados às medidas de prevenção que garantam o
a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental; acompanhamento e a avaliação dos progressos da im-
b) 25 % para a autoridade que a aplique; plementação das referidas medidas.
c) 15 % para a entidade autuante; 4 — Os programas de prevenção de resíduos são
d) 10 % para o Estado.» aprovados por portaria dos membros do Governo res-
ponsáveis pelas áreas do ambiente e da geradora dos
Artigo 3.º resíduos em causa.
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro
Artigo 18.º-A
São aditados ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Se-
tembro, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezem- Consulta pública
bro, e pelo Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto, 1 — Os planos de gestão de resíduos e os programas
os artigos 10.º-A, 17.º-A, 18.º-A, 21.º-A, 22.º-A, 22.º-B, de prevenção de resíduos são sujeitos a consulta pública
26.º-A, 31.º-A, 41.º-A, 41.º-B, 41.º-C, 42.º-A, 44.º-A, antes da respectiva aprovação, a efectuar nos termos
44.º-B, 49.º-A, 49.º-B, 51.º-A, 59.º-A, 72.º-A e 75.º-A, do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, com as
com a seguinte redacção: necessárias adaptações.
«Artigo 10.º-A 2 — Os planos e programas previstos no número
anterior que sejam sujeitos ao regime de avaliação dos
Princípio da responsabilidade alargada do produtor
efeitos de determinados planos e programas no am-
1 — A responsabilidade alargada do produtor con- biente, nos termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15
siste em atribuir, total ou parcialmente, física e ou finan- de Junho, seguem o procedimento nele estabelecido.
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b) Existir um mercado ou procura para essa subs- exercida por operadores de gestão de resíduos sempre
tância ou objecto; que tal se revele necessário para efeitos de monitoriza-
c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos ção e avaliação do cumprimento dos planos de gestão
técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e programas de prevenção de resíduos.
e as normas aplicáveis aos produtos; e 2 — Compete ainda à ANR a realização de audito-
d) A utilização da substância ou objecto não acarre- rias técnico-financeiras, para balanço de actividade,
tar impactes globalmente adversos do ponto de vista no âmbito dos sistemas de gestão de fluxos específicos
ambiental ou da saúde humana. de resíduos.
3 — Para efeitos do disposto do número anterior, a
2 — Os critérios podem incluir valores limite para os ANR realiza, pelo menos, um balanço relativo ao 1.º trié-
poluentes e ter em conta eventuais efeitos ambientais nio do período de vigência da licença ou autorização
adversos da substância ou objecto. para gestão de fluxo específico, bem como um balanço
3 — Na ausência de definição de critérios a nível no final da respectiva vigência.
comunitário, pode ser decidido, relativamente a determi- 4 — O operador faculta à ANR os elementos neces-
nado resíduo, o fim do estatuto de resíduo, cujos critérios sários à realização de auditorias.
são determinados através de portaria do membro do Go- 5 — Em casos devidamente fundamentados, a ANR
verno responsável pela área do ambiente, sob proposta pode exigir aos titulares de licença ou autorização para
da ANR e tendo em conta a jurisprudência aplicável. gestão de fluxo específico a realização de auditorias
4 — A ANR notifica a Comissão Europeia das de- anuais efectuadas por entidades independentes.
cisões adoptadas referidas no número anterior, nos ter- 6 — As entidades gestoras de fluxos específicos que
mos do disposto no Decreto-Lei n.º 58/2000, de 18 de apresentem a certificação pelo Sistema Comunitário de
Abril. Ecogestão e Auditoria (EMAS) ficam isentas na vertente
técnica do balanço da actividade no final do período de
Artigo 49.º-A licença ou da autorização.
Manutenção de registos
Artigo 59.º-A
1 — As entidades sujeitas a registo nos termos do
artigo 48.º devem manter um registo cronológico dos Taxas de classificação de subprodutos
dados registados nos termos do artigo anterior por um São ainda devidas taxas pelos seguintes actos:
período mínimo de três anos.
2 — As informações referidas no número anterior a) Decisão relativa à classificação de uma substância
devem ser facultadas às autoridades competentes, sem- ou objecto específico como um subproduto — € 5000;
pre que solicitado. b) Decisão relativa à alteração das condições da de-
3 — Os documentos comprovativos da execução cisão referida na alínea anterior — € 1000.
das operações de gestão de resíduos devem, quando
solicitados, ser facultados às autoridades competentes, Artigo 72.º-A
bem como ao detentor anterior dos resíduos.
Relatório e informação à Comissão Europeia
Artigo 49.º-B 1 — A ANR elabora e apresenta à Comissão Euro-
Prazo de inscrição e de registo
peia, de três em três anos, um relatório relativo à execu-
ção do presente decreto-lei, devendo o primeiro relatório
1 — A inscrição no SIRER deve ser efectuada no ser apresentado até 12 de Dezembro de 2014.
prazo de um mês após o início da actividade ou do 2 — O relatório inclui informações relativas a gestão
funcionamento da instalação ou do estabelecimento. de óleos usados, os resultados da execução dos pro-
2 — O prazo para registo anual da informação rela- gramas de prevenção de resíduos, informação sobre as
tiva aos resíduos e aos produtos colocados no mercado medidas previstas no artigo 10.º-A, informação sobre
termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano resíduos considerados perigosos que não figurem nessa
a reportar. qualidade na LER e informações registadas relativas a
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cumprimento de objectivos de reutilização e recicla-
as entidades responsáveis pelos CIRVER, pelas insta- gem.
lações de incineração e co-incineração de resíduos ou 3 — A ANR informa a Comissão Europeia:
pela deposição de resíduos em aterro submetem, até ao
termo do 1.º semestre do ano a reportar, a informação a) Das normas técnicas que consubstanciem uma
necessária para efeitos de liquidação da taxa de gestão isenção de licenciamento nos termos do artigo 20.º;
de resíduos. b) Dos planos de gestão de resíduos e dos programas
4 — O prazo para registo referido no n.º 2 não se de prevenção de resíduos, bem como de quaisquer re-
aplica aos sistemas de gestão de resíduos urbanos, cuja visões substanciais a que sejam sujeitos;
informação é submetida mensalmente, até ao termo do c) Das decisões relativas a transferências de resí-
mês seguinte a que respeitam os dados. duos adoptadas ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 3 do
artigo 4.º;
Artigo 51.º-A d) Dos resíduos considerados perigosos apesar de não
figurarem nessa qualidade na lista de resíduos;
Auditorias
e) Dos resíduos que apesar de constarem como pe-
1 — A ANR pode promover auditorias técnico- rigosos na lista de resíduos sejam fundamentadamente
-ambientais ou económico-financeiras à actividade considerados não perigosos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3265
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- através da qual os materiais constituintes dos resíduos
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos são novamente transformados em produtos, materiais
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei ou substâncias para o seu fim original ou para outros
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- fins mas que não inclui a valorização energética nem de
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. reprocessamento em materiais que devam ser utilizados
2 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos como combustível ou em operações de enchimento;
do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e i) ‘Regeneração’ qualquer operação de reciclagem
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, que permita produzir óleos de base mediante a refinação
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- de óleos usados, designadamente mediante a remoção
ções muito graves previstas no n.º 1 do artigo 17.º, bem dos contaminantes, produtos de oxidação e aditivos que
como a condenação pela prática das infracções graves os referidos óleos contenham.
previstas no n.º 2 do mesmo artigo, quando a medida j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
concreta da coima aplicada ultrapasse metade do mon- l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tante máximo da coima abstractamente aplicável. m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — A autoridade administrativa pode ainda, sempre n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
que necessário, determinar a apreensão provisória de
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º Artigo 4.º
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei […]
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla-
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. 1— .....................................
2— .....................................
Artigo 19.º 3 — Até 31 de Dezembro de 2011, deverá ser garan-
tido pelos produtores de óleos novos:
[…]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de b) A regeneração da totalidade dos óleos usados re-
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e colhidos desde que estes respeitem as especificações
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, técnicas para essa operação, devendo, em qualquer caso,
de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se ser assegurada a regeneração de, pelo menos, 50 % dos
torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde- óleos usados recolhidos;
natória, a afectação do produto das coimas resultante da c) A reciclagem de, pelo menos, 75 % dos óleos usa-
aplicação das contra-ordenações previstas no presente dos recolhidos;
decreto-lei é realizada da seguinte forma: d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
b) 25 % para a autoridade que a aplique; Artigo 6.º
c) 15 % para a entidade autuante; […]
d) 10 % para o Estado.»
1— .....................................
Artigo 7.º 2 — Os produtores de óleos usados são responsáveis
pela sua correcta armazenagem e encaminhamento para
Alteração ao Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho o circuito de gestão referido no número anterior.
Os artigos 2.º, 4.º, 6.º, 24.º, 25.º, 26.º e 27.º do Decreto- 3— .....................................
-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-
-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, passam a ter a se- Artigo 24.º
guinte redacção: […]
4 — No caso de processos de contra-ordenação ins- ções muito graves previstas no n.º 1 do artigo 25.º, bem
truídos pela ASAE, compete à Comissão de Aplicação como a condenação pela prática das infracções graves
de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade a previstas no n.º 2 do mesmo artigo, quando a medida
aplicação das respectivas coimas e sanções acessórias. concreta da coima aplicada ultrapasse metade do mon-
5 — (Revogado.) tante máximo da coima abstractamente aplicável.
3 — A autoridade administrativa pode ainda, sempre
Artigo 25.º que necessário, determinar a apreensão provisória de
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º
[…]
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei
1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla-
grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, Artigo 27.º
de 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: […]
a) A violação das proibições estabelecidas no ar- Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
tigo 5.º; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
b) A colocação no mercado e a comercialização de rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009,
óleos novos em violação do disposto no n.º 2 do ar- de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se
tigo 7.º; torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde-
c) A violação do disposto nos n.os 4 do artigo 8.º, 1 natória, a afectação do produto das coimas resultante da
do artigo 11.º e 1 do artigo 12.º aplicação das contra-ordenações previstas no presente
decreto-lei é realizada da seguinte forma:
2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave,
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- b) 25 % para a autoridade que a aplique;
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de c) 15 % para a entidade autuante;
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: d) 10 % para o Estado.»
a) A não entrega de óleos usados nos locais adequa- Artigo 8.º
dos para a sua recolha selectiva por parte do produtor
de óleos usados; Alteração ao Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto
b) A recusa de recolha/transporte de óleos usados, em Os artigos 17.º e 20.º do Decreto-Lei n.º 196/2003, de
violação do disposto no n.º 4 do artigo 12.º; 23 de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 64/2008, de
c) O não cumprimento das regras de amostragem e 8 de Abril, passam a ter a seguinte redacção:
análise previstas no n.º 1 do artigo 21.º;
d) A falta de notificação prevista no n.º 3 do artigo 21.º; «Artigo 17.º
e) A omissão do dever de comunicação de dados
ou a errada transmissão destes, conforme previsto no […]
artigo 22.º; 1— .....................................
f) As operações de gestão de óleos usados em viola- 2— .....................................
ção das normas estabelecidas no capítulo IV. 3— .....................................
4— .....................................
3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu- 5— .....................................
nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, 6— .....................................
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- 7 — O operador de desmantelamento que recebe
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de o VFV deve proceder à sua identificação, conferir a
1 de Outubro, o incumprimento das obrigações cons- respectiva documentação e proceder à emissão do cer-
tantes dos n.os 3 e 4 do artigo 13.º tificado de destruição no Sistema Nacional de Emissão
4 — A tentativa e a negligência são puníveis. de certificados de destruição integrado no SIRER, pre-
visto no artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5
Artigo 26.º de Setembro.
Sanções acessórias e apreensão cautelar
8 — Até à data de entrada em vigor do sistema refe-
rido no número anterior, mantém-se em vigor o despa-
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- cho n.º 9276/2004 (2.ª serie), de 16 de Abril.
que, pode a autoridade competente, simultaneamente 9 — (Anterior n.º 8.)
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- 10 — (Anterior n.º 9.)
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos 11 — (Anterior n.º 10.)
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei 12 — (Anterior n.º 11.)
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- 13 — (Anterior n.º 12.)
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
2 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos Artigo 20.º
do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
[…]
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, 1— .....................................
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3269
8 — A pronúncia do grupo de trabalho sobre a possibi- dada pelo presente decreto-lei, mantém-se em vigor a Por-
lidade de regularização tem como pressupostos: taria n.º 335/97, de 16 de Maio.
2 — Até à adopção das normas técnicas a que se refere o
a) A verificação de que os impactes da instalação em
artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro,
causa quanto ao ordenamento do território não são signi-
na redacção dada pelo presente decreto-lei, as operações
ficativos;
de valorização e de eliminação referidas na alínea c) do
b) A possibilidade de acolhimento da instalação em
n.º 4 e no n.º 5 do artigo 23.º estão sujeitas ao regime de
causa através de procedimento de alteração ou revisão do
licenciamento simplificado previsto no artigo 32.º
instrumento de gestão territorial em causa ou da elaboração
3 — Até à disponibilização do modelo de alvará de
de novo instrumento de gestão territorial à luz da estratégia
licença prevista no n.º 3 do artigo 33.º do Decreto-Lei
de desenvolvimento territorial do município ou, quando for
n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redacção dada pelo
o caso, à luz dos objectivos prosseguidos pelo instrumento
presente decreto-lei, mantém-se em vigor a Portaria
de gestão territorial em causa.
n.º 50/2007, de 9 de Janeiro.
4 — As licenças atribuídas às entidades de registo no
9 — Quando esteja em causa a conformidade com pla- âmbito dos Decretos-Leis n.os 230/2004, de 10 de De-
nos municipais de ordenamento do território, é exigido o zembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de
voto favorável do representante da câmara municipal no Dezembro, e 6/2009, de 6 Janeiro, mantêm-se em vigor até
grupo de trabalho. à entrada em funcionamento do registo efectuado na pla-
10 — Caso o parecer do grupo de trabalho seja desfa- taforma electrónica, nos termos do disposto no artigo 45.º
vorável, a decisão final da entidade licenciadora relativa 5 — As entidades gestoras de plataformas do mercado
à possibilidade de regularização é obrigatoriamente des- organizado de resíduos já autorizadas podem requerer a
favorável, aplicando-se o disposto no n.º 16. alteração da respectiva autorização para alargamento do
11 — A decisão final é emitida pela entidade licen- âmbito de acordo com o n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-
ciadora no prazo de cinco dias contados da emissão do -Lei n.º 210/2009, de 3 de Setembro, com as alterações
parecer do grupo de trabalho, excepto nos casos em que introduzidas pelo presente decreto-lei, aplicando-se para
seja aplicável o prazo previsto no número seguinte, sendo o efeito o procedimento previsto no seu artigo 13.º com
comunicada ao requerente e a todas as entidades interve- as devidas adaptações.
nientes no processo. 6 — Até à entrada em vigor da portaria prevista no
12 — Sempre que a regularização da instalação dependa n.º 1 do artigo 22.º-B do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5
da elaboração, alteração ou revisão de instrumento de ges- de Setembro, na redacção dada pelo presente decreto-lei,
tão territorial, a decisão final é emitida no prazo máximo a colocação de composto no mercado como correctivo
de 120 dias e apenas pode ser favorável caso tenha sido orgânico observa o disposto no Decreto-Lei n.º 190/2004,
emitida uma deliberação ou decisão da entidade compe- de 17 de Agosto.
tente para promover a elaboração, alteração ou revisão 7 — O disposto no n.º 2 do artigo 70.º do Decreto-Lei
em causa. n.º 178/2006, de 5 de Setembro, no n.º 3 do artigo 10.º do
13 — No caso de não ser emitida a deliberação ou de- Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, no n.º 3 do
cisão da entidade competente para promover a elaboração, artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril, e
alteração ou revisão do instrumento de gestão territorial, no n.º 3 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11
nos termos do número anterior, a decisão final da entidade de Julho, com a redacção dada pelo presente decreto-lei,
licenciadora é desfavorável, aplicando-se o disposto no só se aplica aos processos de contra-ordenação instaurados
n.º 16. com base em autos de notícia levantados pelas autorida-
14 — Quando seja emitida decisão final favorável nos des policiais após a data de entrada em vigor do presente
termos do n.º 11, o alvará de licença previsto no artigo 33.º decreto-lei, mantendo-se a competência da Inspecção-Geral
do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redac- do Ambiente e do Ordenamento do Território quanto à
ção dada pelo presente decreto-lei, apenas pode ser emitido instrução e decisão dos processos contra-ordenacionais
após a conclusão do procedimento de alteração, revisão ou instaurados com base em autos de notícia levantados an-
elaboração do instrumento de gestão territorial. teriormente a essa data.
15 — No caso previsto no número anterior é permitida
a laboração da instalação a título provisório pelo prazo de
Artigo 17.º
dois anos a contar da notificação da decisão final, findo o
qual, não se verificando a conclusão do procedimento re- Regiões Autónomas
ferido no número anterior, a entidade licenciadora notifica
1 — Os actos e procedimentos necessários à execução
o operador para o encerramento da instalação nos termos
do presente decreto-lei nas Regiões Autónomas dos Aço-
do número seguinte.
res e da Madeira competem às entidades das respectivas
16 — Sempre que se verifique o disposto no número
administrações regionais com atribuições e competências
anterior, a entidade licenciadora define um prazo para o
nas matérias em causa.
encerramento da instalação, a fixar entre o mínimo de 3 e
2 — O produto das coimas aplicadas nas Regiões Au-
o máximo de 12 meses, bem como as condições técnicas
tónomas constitui receita própria destas.
necessárias e adequadas para o efeito.
Artigo 18.º
Artigo 16.º
Norma revogatória
Disposição transitória
São revogados:
1 — Até à entrada em funcionamento do registo elec-
trónico de transporte de resíduos referido no artigo 21.º do a) O n.º 5 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 153/2003,
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redacção de 11 de Julho;
3272 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
b) O n.º 5 do artigo 95.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de D 5 — Depósitos subterrâneos especialmente con-
3 de Janeiro; cebidos (por exemplo, deposição em alinhamentos de
c) O artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de células que são seladas e isoladas umas das outras e do
Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 ambiente, etc.).
de Dezembro; D 6 — Descarga para massas de água, com excepção
d) Os artigos 19.º e 25.º, os n.os 2 do artigo 28.º e 4 do dos mares e dos oceanos.
artigo 31.º, as alíneas c), e), h) e l) do n.º 1 do artigo 32.º, D 7 — Descargas para os mares e ou oceanos, incluindo
os n.os 3, 4 e 5 do artigo 35.º, as alíneas b), d), e), f) e g) do inserção nos fundos marinhos.
n.º 2 e o n.º 3 do artigo 54.º e o artigo 72.º do Decreto-Lei D 8 — Tratamento biológico não especificado em qual-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro; quer outra parte do presente anexo que produza compostos
ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das
e) O n.º 3 do artigo 23.º e o artigo 24.º do Decreto-Lei
operações enumeradas de D 1 a D 12.
n.º 6/2009, de 6 de Janeiro; D 9 — Tratamento físico-químico não especificado em
f) Os n.os 2 e 3 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 210/2009, qualquer outra parte do presente anexo que produza com-
de 3 de Setembro. postos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer
das operações enumeradas de D 1 a D 12 (por exemplo,
Artigo 19.º evaporação, secagem, calcinação, etc.).
Republicação D 10 — Incineração em terra.
D 11 — Incineração no mar (1).
É republicado no anexo II do presente decreto-lei, do D 12 — Armazenamento permanente (por exemplo,
qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 178/2006, de armazenamento de contentores numa mina, etc.).
5 de Setembro, com a redacção actual. D 13 — Mistura anterior à execução de uma das ope-
rações enumeradas de D 1 a D 12 (2).
Artigo 20.º D 14 — Reembalagem anterior a uma das operações
Entrada em vigor
enumeradas de D 1 a D 13.
D 15 — Armazenamento antes de uma das operações
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte enumeradas de D 1 a D 14 (com exclusão do armaze-
ao da sua publicação. namento temporário, antes da recolha, no local onde os
resíduos foram produzidos) (3).
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 de
Março de 2011. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
sa — Luís Filipe Marques Amado — Fernando Teixeira (1) Esta operação é proibida pela legislação da UE e pelas convenções
internacionais.
dos Santos — Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira — Al- (2) Se não houver outro código D adequado, este pode incluir
berto de Sousa Martins — José António Fonseca Vieira operações preliminares anteriores à eliminação, incluindo o pré-
da Silva — António Manuel Soares Serrano — Dulce dos -processamento, tais como a triagem, a trituração, a compactação, a
peletização, a secagem, a desintegração a seco, o acondicionamento
Prazeres Fidalgo Álvaro Pássaro — Ana Maria Teodoro ou a separação antes de qualquer das operações enumeradas de D 1
Jorge. a D 12.
(3) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento
Promulgado em 24 de Maio de 2011. preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. ANEXO II
R 12 — Troca de resíduos com vista a submetê-los a Substâncias e preparações no estado sólido que se po-
uma das operações enumeradas de R 1 a R 11 (4). dem inflamar facilmente por breve contacto com uma fonte
R 13 — Armazenamento de resíduos destinados a uma de inflamação e que continuam a arder ou a consumir-se
das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão após a retirada da fonte de inflamação; ou
do armazenamento temporário, antes da recolha, no local Substâncias e preparações gasosas, inflamáveis em con-
tacto com o ar à pressão normal; ou
onde os resíduos foram produzidos) (5).
Substâncias e preparações que em contacto com a água
ou o ar húmido libertam gases facilmente inflamáveis em
(1) Inclui instalações de incineração dedicadas ao processamento de quantidades perigosas.
resíduos sólidos urbanos apenas quando a sua eficiência energética é
igual ou superior aos seguintes valores: H 3-B — «Inflamável» — substâncias e preparações
0,60 para instalações em funcionamento e licenciadas nos termos da líquidas cujo ponto de inflamação é igual ou superior a
legislação comunitária aplicável antes de 1 de Janeiro de 2009; 21°C e inferior ou igual a 55°C.
0,65 para instalações licenciadas após 31 de Dezembro de 2008, por H 4 — «Irritante» — substâncias e preparações não cor-
recurso à fórmula: rosivas que por contacto imediato, prolongado ou repetido
Eficiência energética = [Ep – (Ef + Ei)]/[0,97 × (Ew + Ef)] com a pele ou as mucosas podem provocar uma reacção
inflamatória.
em que: H 5 — «Nocivo» — substâncias e preparações cuja ina-
lação, ingestão ou penetração cutânea pode representar um
Ep representa a energia anual produzida sob a forma de calor risco, limitado, para a saúde.
ou electricidade. É calculada multiplicando por 2,6 a energia sob a H 6 — «Tóxico» — substâncias e preparações (in-
forma de electricidade e por 1,1 o calor produzido para uso comercial
(GJ/ano);
cluindo as substâncias e preparações muito tóxicas) cuja
Ef representa a entrada anual de energia no sistema a partir de com- inalação, ingestão ou penetração cutânea pode representar
bustíveis que contribuem para a produção de vapor (GJ/ano); um risco grave, agudo ou crónico para a saúde e inclusi-
Ew representa a energia anual contida nos resíduos tratados calculada vamente causar a morte.
utilizando o valor calorífico líquido dos resíduos (GJ/ano); H 7 — «Cancerígeno» — substâncias e preparações
Ei representa a energia anual importada com exclusão de Ew e Ef cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode pro-
(GJ/ano); vocar cancro ou aumentar a sua ocorrência.
0,97 é um factor que representa as perdas de energia nas cinzas de H 8 — «Corrosivo» — substâncias e preparações que
fundo e por radiação. podem destruir tecidos vivos por contacto.
H 9 — «Infeccioso» — substâncias e preparações que
Esta fórmula é aplicada nos termos do documento de referência sobre contêm microrganismos viáveis ou suas toxinas, em re-
as melhores técnicas disponíveis para a incineração de resíduos. lação aos quais se sabe ou há boas razões para crer que
(2) Esta operação inclui as operações de gaseificação e de pirólise
que utilizem os componentes como produtos químicos.
causam doenças nos seres humanos ou noutros organismos
(3) Esta operação inclui a limpeza dos solos para efeitos de valorização vivos.
e a reciclagem de materiais de construção inorgânicos. H 10 — «Tóxico para a reprodução» — substâncias e
(4) Se não houver outro código R adequado, este pode incluir operações preparações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea
preliminares anteriores à valorização, incluindo o pré-processamento, pode induzir malformações congénitas não hereditárias ou
tais como o desmantelamento, a triagem, a trituração, a compactação, aumentar a sua ocorrência.
a peletização, a secagem, a fragmentação, o acondicionamento, a re- H 11 — «Mutagénico» — substâncias e preparações
embalagem, a separação e a mistura antes de qualquer das operações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode in-
enumeradas de R 1 a R 11. duzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua
(5) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento ocorrência.
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
H 12 — Resíduos que em contacto com a água, o ar ou
um ácido libertam gases tóxicos ou muito tóxicos.
ANEXO III H 13 (1) — «Sensibilizante» — substâncias e prepa-
rações cuja inalação ou penetração cutânea pode causar
Características dos resíduos que os tornam perigosos uma reacção de hipersensibilização tal que uma exposição
posterior à substância ou à preparação produza efeitos
H 1 — «Explosivo» — substâncias e misturas que po- nefastos característicos.
dem explodir sob o efeito de uma chama ou ser mais sen- H 14 — «Ecotóxico» — resíduos que representam ou
síveis ao choque e à fricção que o dinitrobenzeno. podem representar um risco imediato ou diferido para um
H 2 — «Comburente» — substâncias e preparações ou vários sectores do ambiente.
que, em contacto com outras substâncias, nomeadamente H 15 — Resíduos susceptíveis de, após a sua elimina-
com substâncias inflamáveis, apresentam uma reacção ção, darem origem, por qualquer meio, a outra substância,
por exemplo um lixiviado, que possua uma das caracterís-
fortemente exotérmica.
ticas acima enumeradas.
H 3-A — «Facilmente inflamável»:
Substâncias e preparações no estado líquido cujo ponto Notas
de inflamação é inferior a 21°C (incluindo os líquidos 1 — A atribuição das características de perigosidade, «tóxico» (e
extremamente inflamáveis); ou «muito tóxico»), «nocivo», «corrosivo», «irritante», «cancerígeno»,
Substâncias e preparações que podem aquecer até ao «tóxico para a reprodução», «mutagénico» e «ecotóxico», é feita com
base nos critérios estabelecidos no anexo I do Regulamento (CE)
ponto de inflamação em contacto com o ar a uma tempe- n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de De-
ratura normal, sem emprego de energia; ou zembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem das substâncias
3274 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
Dos planos de gestão de resíduos deve constar a análise Republicação do Decreto-Lei n.º 178/2006,
da situação actual da gestão de resíduos, a definição das de 5 de Setembro
medidas a adoptar para melhorar, de modo ambientalmente
correcto, o tratamento de resíduos, bem como a avaliação
do modo como o plano é susceptível de apoiar a execu- TÍTULO I
ção dos objectivos e do regime decorrente do presente Disposições e princípios gerais
decreto-lei.
Os planos de gestão de resíduos devem conter, conforme
adequado e de acordo com a abrangência geográfica e da CAPÍTULO I
zona de planeamento, pelo menos, os seguintes elemen-
tos: Disposições gerais
b) A terra (in situ), incluindo os solos contaminados fornecimento de refeições e de retalho e os resíduos simi-
não escavados e os edifícios com ligação permanente ao lares das unidades de transformação de alimentos;
solo; e) «Centro de recepção de resíduos» a instalação onde se
c) O solo não contaminado e outros materiais naturais procede à armazenagem ou triagem de resíduos inseridos
resultantes de escavações no âmbito de actividades de quer em sistemas integrados de gestão de fluxos de resíduos
construção desde que os materiais em causa sejam utili- quer em sistemas de gestão de resíduos urbanos;
zados para construção no seu estado natural e no local em f) «Comerciante» qualquer pessoa singular ou colectiva
que foram escavados; que intervenha a título principal na compra e subsequente
d) Os resíduos radioactivos; venda de resíduos mesmo que não tome a posse física dos
e) Os explosivos abatidos à carga ou em fim de vida; resíduos;
f) As matérias fecais não abrangidas pela alínea c) do g) «Composto» a matéria fertilizante resultante da de-
n.º 3, as palhas e outro material natural não perigoso de composição controlada de resíduos orgânicos obtida pelo
origem agrícola ou silvícola que seja utilizado na agri- processo de compostagem ou por digestão anaeróbia se-
cultura ou na silvicultura ou para a produção de energia guida de compostagem;
a partir dessa biomassa através de processos ou métodos h) «Corretor» qualquer empresa que organize a valoriza-
que não prejudiquem o ambiente nem ponham em perigo ção ou eliminação de resíduos por conta de outrem mesmo
a saúde humana; que não tome a posse física dos resíduos;
g) Os sedimentos deslocados no interior das águas de i) «Descarga» a operação de deposição de resíduos;
superfície para efeitos de gestão das águas e dos cursos j) «Descontaminação de solos» o procedimento de re-
de água, de prevenção de inundações ou de atenuação dos moção da fonte de contaminação e o confinamento, tra-
efeitos de inundações e secas ou da recuperação de terras tamento, in situ ou ex situ, conducente à remoção e ou
caso se demonstre a sua não perigosidade. à redução de agentes poluentes nos solos, bem como à
eliminação ou diminuição dos efeitos por estes causados;
3 — São ainda excluídos do âmbito de aplicação do l) «Detentor» a pessoa singular ou colectiva que tenha
presente decreto-lei, nos termos da lei: resíduos, pelo menos, na sua simples detenção, nos termos
da legislação civil;
a) As águas residuais;
m) «Eliminação» qualquer operação que não seja de
b) Resíduos resultantes da prospecção, extracção, tra-
valorização, nomeadamente as incluídas no anexo I do
tamento e armazenagem de recursos minerais, bem como
presente decreto-lei, ainda que se verifique como conse-
da exploração de pedreiras, abrangidos pelo Decreto-Lei
quência secundária a recuperação de substâncias ou de
n.º 10/2010, de 4 de Fevereiro;
energia;
c) Os subprodutos animais, incluindo os produ-
n) «Fileira de resíduos» o tipo de material constituinte
tos transformados abrangidos pelo Regulamento (CE)
dos resíduos, nomeadamente fileira dos vidros, fileira dos
n.º 1069/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
plásticos, fileira dos metais, fileira da matéria orgânica ou
21 de Outubro, com excepção dos destinados à incineração,
fileira do papel e cartão;
à deposição em aterros ou à utilização numa unidade de
o) «Fluxo específico de resíduos» a categoria de resí-
biogás ou de compostagem;
duos cuja proveniência é transversal às várias origens ou
d) As carcaças de animais cuja morte não tenha resultado
sectores de actividade, sujeitos a uma gestão específica;
de abate, incluindo os animais mortos para erradicação de
p) «Gestão de resíduos» a recolha, o transporte, a valo-
doenças epizoóticas, e que tenham sido eliminadas nos
rização e a eliminação de resíduos, incluindo a supervisão
termos do Regulamento (CE) n.º 1069/2009, do Parlamento
destas operações, a manutenção dos locais de eliminação
Europeu e do Conselho, de 21 de Outubro.
no pós-encerramento, bem como as medidas adoptadas na
qualidade de comerciante ou corretor;
Artigo 3.º q) «Instalação» a unidade fixa ou móvel em que se
Definições desenvolvem operações de gestão de resíduos;
r) «Operador» qualquer pessoa singular ou colectiva que
Para os efeitos do disposto no presente decreto-lei,
procede, a título profissional, à gestão de resíduos;
entende-se por:
s) «Passivo ambiental» a situação de degradação am-
a) «Abandono» a renúncia ao controlo de resíduo sem biental resultante do lançamento de contaminantes ao longo
qualquer beneficiário determinado, impedindo a sua gestão; do tempo e ou de forma não controlada, nomeadamente
b) «Armazenagem» a deposição controlada de resí- nos casos em que não seja possível identificar o respectivo
duos, antes do seu tratamento e por prazo determinado, agente poluidor;
designadamente as operações R 13 e D 15 identificadas t) «Plano» o estudo integrado dos elementos que re-
nos anexos I e II do presente decreto-lei, do qual fazem gulam as acções de intervenção no âmbito da gestão de
parte integrante; resíduos, identificando os objectivos a alcançar, as activi-
c) «Armazenagem preliminar» a deposição controlada dades a realizar, as competências e atribuições dos agentes
de resíduos, no próprio local de produção, por período envolvidos e os meios necessários à concretização das
não superior a um ano, antes da recolha, em instalações acções previstas;
onde os resíduos são produzidos ou descarregados a fim u) «Ponto de retoma» o local do estabelecimento de
de serem preparados para posterior transporte para outro comercialização e ou de distribuição de produtos que re-
local para efeitos de tratamento; toma, por obrigação legal ou a título voluntário, os resíduos
d) «Biorresíduos» os resíduos biodegradáveis de espa- resultantes da utilização desses produtos;
ços verdes, nomeadamente os de jardins, parques, cam- v) «Preparação para reutilização» as operações de valo-
pos desportivos, bem como os resíduos biodegradáveis rização que consistem no controlo, limpeza ou reparação,
alimentares e de cozinha das habitações, das unidades de mediante as quais os produtos ou os componentes de pro-
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3277
dutos que assumam a natureza de resíduos são preparados a saúde humana, e cujos lixiviabilidade total, conteúdo
para serem utilizados novamente, sem qualquer outro tipo poluente e ecotoxicidade do lixiviado são insignificantes
de pré-processamento; e, em especial, não põem em perigo a qualidade das águas
x) «Prevenção» a adopção de medidas antes de uma superficiais e ou subterrâneas;
substância, material ou produto assumir a natureza de ll) «Resíduo perigoso» resíduos que apresentam uma
resíduo, destinadas a reduzir: ou mais das características de perigosidade constantes do
anexo III do presente decreto-lei, do qual faz parte integrante;
i) A quantidade de resíduos produzidos, designadamente
mm) «Resíduo urbano» o resíduo proveniente de ha-
através da reutilização de produtos ou do prolongamento
bitações bem como outro resíduo que, pela sua natureza
do tempo de vida dos produtos;
ou composição, seja semelhante ao resíduo proveniente
ii) Os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou de habitações;
iii) O teor de substâncias nocivas presentes nos materiais nn) «Reutilização» qualquer operação mediante a qual
e nos produtos; produtos ou componentes que não sejam resíduos são
utilizados novamente para o mesmo fim para que foram
concebidos;
z) «Produtor de resíduos» qualquer pessoa, singular
oo) «Tratamento» qualquer operação de valorização ou
ou colectiva, cuja actividade produza resíduos (produ-
de eliminação de resíduos, incluindo a preparação prévia
tor inicial de resíduos) ou que efectue operações de pré-
-processamento, de mistura ou outras que alterem a natu- à valorização ou eliminação e as actividades económicas
reza ou a composição desses resíduos; referidas no anexo IV do presente decreto-lei, do qual faz
aa) «Produtor do produto» qualquer pessoa, singular parte integrante;
ou colectiva, que desenvolva, fabrique, embale ou faça pp) «Triagem» o acto de separação de resíduos mediante
embalar, transforme, trate, venda ou importe produtos processos manuais ou mecânicos, sem alteração das suas
para o território nacional no âmbito da sua actividade características, com vista ao seu tratamento;
profissional; qq) «Valorização» qualquer operação, nomeadamente
bb) «Reciclagem» qualquer operação de valorização, in- as constantes no anexo II do presente decreto-lei, cujo
cluindo o reprocessamento de materiais orgânicos, através resultado principal seja a transformação dos resíduos de
da qual os materiais constituintes dos resíduos são nova- modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais
mente transformados em produtos, materiais ou substâncias que, caso contrário, teriam sido utilizados para um fim
para o seu fim original ou para outros fins mas que não específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
inclui a valorização energética nem o reprocessamento em instalação ou conjunto da economia.
materiais que devam ser utilizados como combustível ou
em operações de enchimento; CAPÍTULO II
cc) «Recolha» a apanha de resíduos, incluindo a tria-
gem e o armazenamento preliminares dos resíduos, para Princípios gerais da gestão de resíduos
fins de transporte para uma instalação de tratamento de
resíduos; Artigo 4.º
dd) «Recolha selectiva» a recolha efectuada de forma a Princípio da auto-suficiência e da proximidade
manter o fluxo de resíduos separados por tipo e natureza
com vista a facilitar o tratamento específico; 1 — As operações de tratamento devem decorrer em
ee) «Resíduos» quaisquer substâncias ou objectos de instalações adequadas com recurso às tecnologias e mé-
que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação todos apropriados para assegurar um nível elevado de
de se desfazer; protecção do ambiente e da saúde pública, preferencial-
ff) «Resíduo agrícola» o resíduo proveniente de explo- mente em território nacional e obedecendo a critérios de
ração agrícola e ou pecuária ou similar; proximidade.
gg) «Resíduo de construção e demolição» o resíduo 2 — A Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) pode
proveniente de obras de construção, reconstrução, amplia- interditar as transferências de resíduos de e para o território
ção, alteração, conservação e demolição e da derrocada nacional, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1013/2006,
de edificações; do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho,
hh) «Resíduo hospitalar» os resíduos resultantes de executado na ordem jurídica interna pelo Decreto-Lei
actividades de prestação de cuidados de saúde a seres hu- n.º 45/2008, de 11 de Março.
manos ou a animais, nas áreas da prevenção, diagnóstico, 3 — A ANR pode ainda para proteger a rede de insta-
tratamento, reabilitação ou investigação e ensino, bem lações nacional e, em derrogação do disposto no Regula-
como de outras actividades envolvendo procedimentos mento (CE) n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu e do
invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens; Conselho, de 14 de Junho, limitar as entradas de resíduos
ii) «Resíduo industrial» o resíduo gerado em proces- destinados a incineradoras, que sejam classificadas como
sos produtivos industriais, bem como o que resulte das operações de valorização, caso se verifique que tais en-
actividades de produção e distribuição de electricidade, tradas implicam a eliminação dos resíduos nacionais ou o
gás e água; tratamento desses resíduos de modo incompatível com os
jj) «Resíduo inerte» o resíduo que não sofre transfor- respectivos planos de gestão de resíduos.
mações físicas, químicas ou biológicas importantes e, em
consequência, não pode ser solúvel nem inflamável, nem Artigo 5.º
ter qualquer outro tipo de reacção física ou química, e não Princípio da responsabilidade pela gestão
pode ser biodegradável, nem afectar negativamente outras
substâncias com as quais entre em contacto de forma sus- 1 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos, in-
ceptível de aumentar a poluição do ambiente ou prejudicar cluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos
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resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade não ser observada desde que as opções adoptadas se
ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos justifiquem pela aplicação do conceito de ciclo de vida
resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se aos impactes globais da produção e gestão dos resíduos
tal decorrer de legislação específica aplicável. em causa.
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os 3 — Sempre que se aplique o disposto no número an-
resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l terior, devem ser tidos em consideração princípios gerais
por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada de protecção do ambiente, da precaução e da sustentabili-
pelos municípios. dade, a exequibilidade técnica e a viabilidade económica,
3 — Em caso de impossibilidade de determinação do bem como a protecção dos recursos e os impactes globais
produtor do resíduo, a responsabilidade pela respectiva no ambiente, na saúde humana e sociais de acordo com
gestão recai sobre o seu detentor. o disposto nos artigos 2.º e 6.º do presente decreto-lei,
4 — Quando os resíduos tenham proveniência ex- devendo ser assegurada a participação pública nos termos
terna, a sua gestão cabe ao responsável pela sua intro- do artigo 18.º-A.
dução em território nacional, salvo nos casos expressa- 4 — Os produtores de resíduos devem proceder à sepa-
mente definidos na legislação referente à transferência ração dos resíduos na origem de forma a promover a sua
de resíduos. valorização por fluxos e fileiras.
5 — O produtor inicial dos resíduos ou o detentor de- 5 — Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecno-
vem, em conformidade com os princípios da hierarquia de logias disponíveis com custos economicamente sustentá-
gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do veis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos
ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo
materiais através da sua reutilização, em conformidade
para o efeito recorrer:
com as estratégias complementares adoptadas noutros
a) A um comerciante; domínios.
b) A uma entidade licenciada que execute operações de 6 — No âmbito do disposto no n.º 1, são fixadas as
recolha ou tratamento de resíduos; seguintes metas a alcançar até 2020:
c) A uma entidade licenciada responsável por sistemas
de gestão de fluxos específicos de resíduos. a) Um aumento mínimo global para 50 % em peso re-
lativamente à preparação para a reutilização e a recicla-
6 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos, con- gem de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o
forme definido nos n.os 1 e 3 do presente artigo, extingue-se plástico, o vidro, o metal, a madeira e os resíduos urbanos
pela transferência para uma das entidades referidas nas biodegradáveis;
alíneas b) e c) do número anterior. b) Um aumento mínimo para 70 % em peso relativa-
7 — As pessoas singulares ou colectivas que procedem, mente à preparação para a reutilização, a reciclagem e
a título profissional, à recolha ou transporte de resíduos outras formas de valorização material, incluindo operações
devem entregar os resíduos recolhidos e transportados de enchimento que utilizem resíduos como substituto de
em operadores licenciados para o tratamento de resíduos. outros materiais, resíduos de construção e demolição não
perigosos, com exclusão dos materiais naturais defini-
Artigo 6.º dos na categoria 17 05 04 da Lista Europeia de Resíduos
(LER).
Princípio da protecção da saúde humana e do ambiente
Constitui objectivo prioritário da política de gestão de 7 — Compete à ANR assegurar a monitorização do
resíduos evitar e reduzir os riscos para a saúde humana e cumprimento das metas definidas no número anterior, de
para o ambiente, garantindo que a produção, a recolha e acordo com os métodos de aplicação e de cálculo estabe-
transporte, o armazenamento preliminar e o tratamento lecidos por decisão da Comissão Europeia.
de resíduos sejam realizados recorrendo a processos ou 8 — Com vista à concretização das metas previstas no
métodos que não sejam susceptíveis de gerar efeitos ad- n.º 6, sempre que tecnicamente exequível, é obrigatória
versos sobre o ambiente, nomeadamente poluição da a utilização de pelo menos 5 % de materiais reciclados
água, do ar, do solo, afectação da fauna ou da flora, ruído ou que incorporem materiais reciclados relativamente
ou odores ou danos em quaisquer locais de interesse e à quantidade total de matérias-primas usadas em obra,
na paisagem. no âmbito da contratação de empreitadas de construção
e de manutenção de infra-estruturas ao abrigo do Códi-
Artigo 7.º gos dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei
Princípio da hierarquia dos resíduos n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.
9 — Os materiais referidos no número anterior devem
1 — A política e a legislação em matéria de resíduos ser certificados pelas entidades competentes, nacionais ou
devem respeitar a seguinte ordem de prioridades no que se europeias, de acordo com a legislação aplicável.
refere às opções de prevenção e gestão de resíduos:
a) Prevenção e redução; Artigo 8.º
b) Preparação para a reutilização; Princípio da responsabilidade do cidadão
c) Reciclagem;
d) Outros tipos de valorização; Os cidadãos contribuem para a prossecução dos prin-
e) Eliminação. cípios e objectivos referidos nos artigos anteriores, adop-
tando comportamentos de carácter preventivo em matéria
2 — No caso de fluxos específicos de resíduos, a or- de produção de resíduos, bem como práticas que facilitem
dem de prioridades estabelecida no número anterior pode a respectiva reutilização e valorização.
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2 — As normas técnicas que enquadrem isenções de sível, necessário e viável técnica e economicamente, a fim
licenciamento previstas no artigo 23.º devem observar de dar cumprimento ao disposto no princípio da protecção
o disposto no artigo 6.º e definem, para a operação de da saúde humana e do ambiente previsto no artigo 6.º
tratamento de resíduos em causa, os tipos e quantidades 4 — O disposto nos números anteriores não se aplica a
de resíduos isentos, o método de tratamento a utilizar e, resíduos urbanos recolhidos indiferenciadamente.
no caso de operações de eliminação, consideram ainda as 5 — Para efeitos de recolha, transporte e armazena-
melhores técnicas disponíveis, na acepção da alínea l) do mento preliminar os resíduos perigosos, com excepção
artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto. dos urbanos, são embalados e rotulados nos termos da
3 — Quando estejam em causa resíduos perigosos, as legislação em vigor.
normas técnicas que enquadrem isenções de licenciamento
estabelecem ainda condições específicas para o efeito, Artigo 22.º
designadamente actividades abrangidas, requisitos ne-
cessários para a valorização, valores limite para o teor Centros integrados de recuperação, valorização
e eliminação de resíduos perigosos
de substâncias perigosas nos resíduos e valores limite de
emissão. 1 — As operações de gestão de resíduos efectuadas
4 — As normas técnicas são aprovadas por portaria do nos centros integrados de recuperação, valorização e eli-
membro do Governo responsável pela área do ambiente, minação de resíduos perigosos, adiante designados por
devendo as normas técnicas de maior relevância para o CIRVER, são realizadas de acordo com as normas técnicas
sector dos resíduos, identificadas por proposta da ANR, ser constantes do respectivo regulamento de funcionamento,
aprovadas no prazo de um ano a contar da data da entrada aprovado por portaria dos membros do Governo respon-
em vigor do presente decreto-lei. sáveis pelas áreas do ambiente, da economia e da saúde.
5 — As operações de tratamento de resíduos são rea- 2 — Os CIRVER devem realizar operações de prepara-
lizadas sob a direcção de um responsável técnico, cujas ção de combustíveis alternativos a partir de resíduos peri-
obrigações e habilitações profissionais são definidas por gosos para posterior valorização energética em instalações
portaria do membro do Governo responsável pela área do de incineração ou co-incineração, podendo ainda essas
ambiente. operações de tratamento, desde que exclusivamente físicas,
ser realizadas noutras instalações devidamente licenciadas
Artigo 21.º para o efeito nos termos do presente decreto-lei.
Transporte de resíduos
Artigo 22.º-A
1 — O transporte de resíduos está sujeito a registo
electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, trans- Óleos usados
portadores e destinatários dos resíduos, através de uma 1 — A gestão de óleos usados rege-se pelo regime ju-
guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) rídico específico, sem prejuízo da aplicação do disposto
disponível no sítio da ANR na Internet. no presente decreto-lei em tudo o que não estiver naquele
2 — As normas técnicas sobre o transporte de resíduos previsto.
em território nacional são aprovadas por portaria conjunta 2 — Entende-se por «óleos usados» quaisquer lubri-
dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do ficantes, minerais ou sintéticos, ou óleos industriais que
ambiente e dos transportes. se tenham tornado impróprios para o uso a que estavam
inicialmente destinados, tais como os óleos usados dos
Artigo 21.º-A motores de combustão e dos sistemas de transmissão, os
Resíduos perigosos óleos lubrificantes usados e os óleos usados para turbinas
e sistemas hidráulicos.
1 — A produção, a recolha e o transporte de resíduos 3 — Os óleos usados são recolhidos selectivamente,
perigosos, bem como o seu armazenamento e tratamento, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em con-
são realizados em condições que assegurem a protecção do formidade com os princípios da hierarquia de gestão de
ambiente e da saúde nos termos do artigo 6.º, observando resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.
medidas de garantia da rastreabilidade desde a produção 4 — É proibida a mistura de óleos usados de caracterís-
até ao destino final. ticas diferentes bem como a mistura de óleos usados com
2 — A operação de mistura, incluindo a diluição, de outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente
resíduos perigosos com outras categorias de resíduos pe- exequível e economicamente viável e quando a mistura
rigosos ou com outros resíduos, substâncias ou materiais em causa impeça o tratamento dos óleos usados.
é proibida, salvo em casos devidamente autorizados, em
que, cumulativamente, a operação: Artigo 22.º-B
a) Seja executada por um operador licenciado nos ter- Composto
mos do capítulo III do título II do presente decreto-lei;
b) Observe o disposto no artigo 6.º e não agrave os im- 1 — O composto pode ser colocado no mercado como
pactes negativos da gestão de resíduos na saúde humana correctivo orgânico desde que sejam observados os requi-
e no ambiente; sitos constantes de portaria a aprovar pelos membros do
c) Seja conforme às melhores técnicas disponíveis. Governo responsáveis pelas áreas do ambiente, da agri-
cultura e da economia.
3 — Sem prejuízo do disposto no capítulo I do título V 2 — Para efeitos de colocação no mercado, podem ser
do presente decreto-lei, caso tenha ocorrido mistura de utilizados para a produção de composto os resíduos indi-
resíduos perigosos em desrespeito pelo disposto no número cados na lista de resíduos a definir na portaria referida no
anterior, deve proceder-se à sua separação, se tal for pos- número anterior.
3282 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, o f) Valorização não energética de resíduos perigosos,
operador responsável pela colocação do composto no mer- quando efectuada pelo produtor dos resíduos, desde que
cado, antes de proceder a essa colocação, deve certificar- abrangida por normas técnicas previstas nos n.os 2 e 3 do
-se de que o composto cumpre os requisitos de qualidade artigo 20.º
estabelecidos na portaria referida no n.º 1 e as obrigações
em matéria de marcação, rotulagem, embalagem, registo 5 — Estão ainda isentas de licenciamento, desde que
e documentação constantes do Decreto-Lei n.º 190/2004, enquadradas por normas técnicas aprovadas nos termos
de 17 de Agosto. do artigo 20.º:
4 — O operador responsável pela colocação do com-
posto no mercado deve elaborar e executar um plano de a) As operações de valorização de resíduos não pre-
controlo de qualidade que observe os requisitos previstos vistas no número anterior ou de eliminação de resíduos
na portaria referida no n.º 1. não perigosos quando efectuadas pelo seu produtor e no
5 — O operador responsável pela colocação do com- próprio local de produção;
posto no mercado deve dispor de um técnico qualificado b) As operações de valorização de resíduos, designada-
e de um laboratório, para o controlo analítico previsto no mente de resíduos transaccionados no mercado organizado
número anterior, podendo para o efeito recorrer a entidade de resíduos.
externa.
Artigo 24.º
Entidades licenciadoras
CAPÍTULO III
Sem prejuízo do disposto nos artigos 41.º a 44.º do
Licenciamento das actividades de tratamento presente decreto-lei, o licenciamento das operações de
de resíduos gestão de resíduos compete:
a) À ANR, no caso de operações efectuadas em instala-
SECÇÃO I ções referidas no anexo I do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3
Disposições gerais de Maio, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos-Leis
n.os 74/2001, de 26 de Fevereiro, e 69/2003, de 10 de Abril,
Artigo 23.º pela Lei n.º 12/2004, de 30 de Março, e pelo Decreto-Lei
n.º 197/2005, de 8 de Novembro;
Sujeição e licenciamento b) Às ARR, nos restantes casos de operações de gestão
1 — A actividade de tratamento de resíduos está sujeita de resíduos, bem como nos casos de operações de descon-
a licenciamento por razões de saúde pública e de protecção taminação dos solos.
do ambiente, nos termos do presente capítulo.
2 — O disposto no presente capítulo aplica-se, com as Artigo 25.º
necessárias adaptações, às operações de descontaminação (Revogado.)
dos solos e de valorização agrícola de resíduos, sem pre-
juízo do disposto em legislação especial. Artigo 26.º
3 — O disposto no presente capítulo é ainda aplicável,
com as necessárias adaptações, às operações de tratamento Apresentação de documentos
de resíduos que se desenvolvam em instalações móveis, 1 — O pedido de licença para a actividade de tratamento
devendo o acto de licenciamento, nestes casos, definir os de resíduos, bem como os outros documentos exigidos
tipos de locais em que o seu desenvolvimento é permitido, no âmbito do presente decreto-lei, são apresentados pelo
de acordo com o tipo de resíduos e de operações de gestão requerente em suporte informático e por meios electró-
em causa. nicos, através do balcão único electrónico dos serviços,
4 — Estão isentas de licenciamento nos termos do pre- podendo as peças desenhadas ser apresentadas em suporte
sente capítulo as seguintes operações de tratamento: de papel.
a) Valorização energética de resíduos vegetais fibrosos 2 — Os documentos são acompanhados de declaração
provenientes da produção de pasta virgem e de papel, se que ateste a autenticidade das declarações prestadas, elabo-
forem co-incinerados no local de produção; rada e assinada pelo interessado ou pelo seu representante
b) Valorização energética de resíduos de madeira e cor- legal quando se trate de pessoa colectiva, sendo a assinatura
tiça, com excepção daqueles que possam conter compostos feita através dos meios de certificação electrónica.
orgânicos halogenados ou metais pesados resultantes de 3 — Todas as comunicações subsequentes entre a en-
tratamento com conservantes ou revestimento, incluindo, tidade licenciadora e o interessado, no âmbito do proce-
em especial, os provenientes de obras de construção e dimento referido no n.º 1, são realizadas por meios elec-
demolição; trónicos.
c) Valorização energética da fracção dos biorresíduos
provenientes de espaços verdes; Artigo 26.º-A
d) Valorização energética da fracção dos biorresíduos de Plataforma electrónica de gestão dos processos de licenciamento
origem vegetal provenientes da indústria de transformação
de produtos alimentares; 1 — A ANR mantém disponível ao público, no seu sí-
e) Valorização não energética de resíduos não perigosos, tio na Internet, uma plataforma electrónica de gestão dos
quando efectuada pelo produtor dos resíduos resultantes processos de licenciamento, através da qual podem ser
da sua própria actividade, no local de produção ou em consultados o estado e o cadastro dos processos actuali-
local análogo ao local de produção pertencente à mesma zado e articulado com o cadastro ambiental previsto na Lei
entidade; n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009,
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3283
de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração de Recti- b) Do serviço regional desconcentrado responsável pela
ficação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. área do ordenamento do território, quanto à compatibili-
2 — A ANR, em colaboração com as demais entidades dade da localização prevista com os instrumentos de gestão
licenciadoras, garante a interoperabilidade da plataforma territorial e com as servidões administrativas e restrições
electrónica de gestão dos processos de licenciamento com de utilidade pública respectivamente aplicáveis.
outras plataformas electrónicas de licenciamento, nome-
adamente a que suporta o licenciamento do exercício da 2 — (Revogado.)
actividade industrial. 3 — No termo do prazo fixado no n.º 1 para a autori-
3 — A actualização da plataforma electrónica de gestão dade licenciadora promover as consultas às entidades que
dos processos de licenciamento, incluindo designadamente devam pronunciar-se no âmbito do procedimento, pode o
a emissão, renovação, alteração ou transmissão de licenças, requerente solicitar a passagem de certidão da promoção
bem como as respectivas suspensões ou revogações, é da das consultas devidas, devendo esta ser emitida no prazo
competência das entidades licenciadoras definidas nos de 10 dias.
termos do artigo 24.º 4 — Se a certidão referida no número anterior for nega-
tiva ou não for emitida no respectivo prazo, o interessado
pode promover directamente as respectivas consultas ou
SECÇÃO II pedir ao tribunal que promova as consultas ou que condene
Procedimento a autoridade licenciadora a promovê-las.
5 — A não emissão de parecer no prazo de 15 dias conta-
Artigo 27.º dos a partir da data de promoção das consultas previstas nos
números anteriores equivale à emissão de parecer favorável.
Pedido de licenciamento 6 — Quando os meios disponíveis o permitam e a en-
1 — O pedido de licenciamento é apresentado junto tidade licenciadora o determine, os pareceres previstos
da entidade licenciadora, instruído com os seguintes ele- no presente artigo podem ser emitidos em conferência de
mentos: serviços, a qual pode decorrer por via electrónica.
7 — Os pareceres referidos no número anterior são re-
a) Documento do qual constem: duzidos a escrito em acta da conferência assinada por todos
i) A identificação do requerente e o seu número de iden- os presentes ou documentados através de outro meio que
tificação fiscal; ateste a posição assumida pelo representante da entidade
ii) Descrição da operação que pretende realizar e da sua consultada.
localização geográfica, com os elementos definidos em
portaria aprovada pelo membro do Governo responsável Artigo 29.º
pela área do ambiente; Comunicação
1 — A entidade licenciadora comunica ao requerente,
b) Outros elementos tidos pelo requerente como rele- no prazo de 30 dias após o termo do prazo referido no n.º 1
vantes para a apreciação do pedido. do artigo anterior, se o respectivo projecto:
2 — No prazo de 10 dias, a entidade licenciadora veri- a) Está conforme aos princípios referidos no título I do
fica se o pedido se encontra instruído com a totalidade dos presente decreto-lei e aos planos de gestão de resíduos
elementos exigidos, podendo solicitar, por uma única vez, aplicáveis; e
a prestação de informações ou elementos complementares, b) Cumpre as normas técnicas a que se referem os ar-
bem como o seu aditamento ou reformulação. tigos 20.º a 22.º
3 — A entidade licenciadora pode igualmente convocar
o requerente para a realização de uma conferência instrutó- 2 — Com a comunicação referida no número anterior, a
ria na qual são abordados todos os aspectos considerados entidade licenciadora informa o requerente das condições
necessários para a boa decisão do pedido e eventualmente impostas por si e pelas demais entidades consultadas.
solicitados elementos instrutórios adicionais. 3 — A comunicação é válida por um período de dois
4 — No caso de o requerente não juntar os elementos anos, sendo o seu prazo de validade prorrogável a pedido
solicitados pela entidade licenciadora nos termos dos nú- do requerente, com fundamento em motivo que não lhe
meros anteriores no prazo de 60 dias a contar da notificação seja imputável.
de pedido de elementos ou de os juntar de forma deficiente 4 — Sem prejuízo da possibilidade de exercício dos
ou insuficiente, o pedido é liminarmente indeferido. meios de garantia jurisdicional ao dispor do requerente
para reagir à omissão administrativa, a falta da comunica-
Artigo 28.º ção pela entidade licenciadora no prazo referido no n.º 1
do presente artigo concede ao requerente a faculdade de
Consultas notificar para o efeito aquela entidade, a qual tem o prazo
1 — No prazo de 10 dias a contar da recepção do pedido de oito dias contados da recepção da notificação para se
ou da recepção dos elementos adicionais referidos nos n.os 2 pronunciar, equivalendo a falta de pronúncia à emissão de
a 4 do artigo anterior, a autoridade licenciadora promove a comunicação favorável ao projecto.
consulta das entidades que devam pronunciar-se no âmbito 5 — São nulos os actos que autorizem ou licenciem a
do procedimento de licenciamento, nomeadamente: realização de qualquer projecto relativo a operações de
gestão de resíduos sem que tenha sido previamente emitida
a) Do organismo regional com responsabilidade pela a comunicação favorável a que se refere o n.º 1 do presente
gestão da água, relativamente à afectação dos recursos artigo ou verificada a produção do deferimento tácito nos
hídricos; termos previstos no número anterior.
3284 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
1 — O requerente solicita a realização de uma vistoria 1 — No caso de uma instalação sujeita a AIA, nos ter-
com uma antecedência mínima de 40 dias da data pre- mos do regime jurídico de AIA, aprovado pelo Decreto-
vista para o início da realização da operação de gestão -Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, o pedido de licença para a
de resíduos. operação de tratamento de resíduos é entregue após:
2 — Quando tiverem sido impostas condições nos ter- a) A emissão de DIA favorável ou condicionalmente
mos do n.º 2 do artigo anterior, o pedido de vistoria é favorável, no caso de o procedimento de AIA decorrer em
acompanhado de elementos comprovativos do respectivo fase de projecto de execução;
cumprimento. b) A emissão de parecer relativo à conformidade do pro-
3 — A vistoria é efectuada pela entidade licenciadora, jecto de execução com a DIA, no caso de o procedimento
acompanhada pelas entidades que tenham emitido parecer, de AIA decorrer em fase de estudo prévio;
não constituindo a ausência destas fundamento para a sua c) A emissão de declaração relativa à dispensa do pro-
não realização. cedimento de AIA; ou
4 — A vistoria efectua-se no prazo de 20 dias a contar d) O decurso do prazo necessário para deferimento tácito
da data de apresentação da solicitação, sendo o requerente nos termos previstos no regime jurídico de AIA, aprovado
notificado para o efeito pela entidade licenciadora com pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio.
uma antecedência mínima de 10 dias.
5 — Da vistoria é lavrado um auto, assinado pelos in- 2 — Por opção do operador, o procedimento de licen-
tervenientes, do qual consta a informação sobre: ciamento da actividade de tratamento de resíduos pode
decorrer em simultâneo com o procedimento de AIA desde
a) A conformidade ou desconformidade da instalação e que este seja relativo a um projecto de execução.
ou equipamento com o projecto que tenha merecido uma 3 — No caso referido no número anterior, o procedi-
apreciação favorável nos termos do artigo 29.º; mento de licenciamento da actividade de tratamento de
b) O cumprimento das condições previamente estabe- resíduos inicia-se logo que seja emitida a declaração de
lecidas. conformidade do estudo de impacte ambiental, nos termos
do n.º 4 do artigo 13.º do regime jurídico da avaliação de
6 — A não realização da vistoria no prazo de 20 dias impacte ambiental, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000,
após a recepção do pedido equivale à verificação da con- de 3 de Maio.
formidade da instalação ou equipamento com o projecto 4 — No caso de o procedimento de licenciamento da
inicialmente apresentado. operação de tratamento de resíduos decorrer em simultâ-
neo com o procedimento de AIA, a comunicação referida
Artigo 31.º no artigo 29.º só ocorre após a emissão da DIA favorável
ou condicionalmente favorável e, no caso de emissão de
Decisão final
DIA desfavorável, a comunicação é de indeferimento do
1 — A decisão final é proferida no prazo de 10 dias a projecto.
contar da data da realização da vistoria ou do decurso do
prazo referido no n.º 6 do artigo anterior. Artigo 32.º
2 — O licenciamento de operações de gestão de resíduos Licenciamento simplificado
depende do cumprimento dos seguintes requisitos:
1 — São licenciados em procedimento de regime sim-
a) Verificação da conformidade da instalação e ou equi- plificado, analisado e decidido no prazo de 30 dias pela
pamento com o projecto que tenha merecido uma aprecia- entidade licenciadora:
ção favorável nos termos do artigo 29.º;
b) Conformidade da operação de gestão com os princí- a) O tratamento de resíduos relativo a situações pon-
pios referidos no título I do presente decreto-lei e com os tuais, dotadas de carácter não permanente ou em que os
planos de gestão de resíduos aplicáveis; e resíduos não resultem da normal actividade produtiva;
b) Armazenagem de resíduos, quando efectuadas no
c) Cumprimento pela operação a realizar das normas
próprio local de produção, no respeito pelas especificações
técnicas a que se referem os artigos 20.º a 22.º
técnicas aplicáveis e por período superior a um ano;
c) (Revogada.)
3 — A decisão final estabelece os termos e as condições d) O armazenamento e a triagem de resíduos em centros
de que depende a realização da operação de gestão de de recepção que integram sistemas de gestão de fluxos
resíduos licenciada. específicos de resíduos;
4 — (Revogado.) e) (Revogada.)
5 — Sem prejuízo da possibilidade de exercício dos f) A valorização de resíduos realizada a título experi-
meios de garantia jurisdicional ao dispor do requerente mental destinada a fins de investigação, desenvolvimento
para reagir à omissão administrativa, a falta de decisão e ensaio de medidas de aperfeiçoamento dos processos de
pela entidade licenciadora no prazo referido no n.º 1 do gestão de resíduos, por um período máximo de 6 meses,
presente artigo concede ao requerente a faculdade de no- prorrogável até 18 meses;
tificar para o efeito aquela entidade, a qual tem o prazo g) A valorização de resíduos não perigosos que não seja
de oito dias contados da recepção da notificação para se efectuada pelo produtor dos resíduos, com excepção da
pronunciar, equivalendo a falta de pronúncia à emissão de valorização energética e da valorização orgânica;
decisão favorável ao projecto. h) (Revogada.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3285
i) Valorização de resíduos inertes, de betão e de betu- pela entidade licenciadora no prazo máximo de seis meses
minosos; após emissão do alvará, aplicando-se, com as necessárias
j) Valorização de resíduos tendo em vista a recuperação adaptações, o disposto no artigo 30.º
de metais preciosos;
l) (Revogada.) Artigo 33.º
m) Co-incineração de resíduos combustíveis não peri-
Alvará de licença
gosos resultantes do tratamento mecânico de resíduos.
1 — Com o proferimento da decisão final é emitido
2 — O pedido de licenciamento simplificado é instruído e enviado ao operador o respectivo alvará de licença, do
com os seguintes elementos: qual constam, nomeadamente:
a) Memória descritiva das operações em causa e do tipo a) A identificação do titular da licença, incluindo o
e quantidade de resíduos envolvidos; endereço completo da instalação licenciada e a sua geor-
b) Informação relativa à sua localização geográfica referenciação;
definida na portaria a que se refere a subalínea ii) da alí- b) O tipo de operação de gestão de resíduos para o qual
nea a) do n.º 1 do artigo 27.º e que seja relevante para a o operador está licenciado, nomeadamente as normas téc-
apreciação do pedido; nicas aplicáveis e o método de tratamento utilizável;
c) Identificação das medidas de protecção do ambiente c) Indicação exacta dos códigos dos resíduos abrangi-
e da saúde pública a implementar. dos, de acordo com a LER, e das quantidades máximas,
total e instantânea, de resíduos objecto da operação de
3 — No prazo de 10 dias, a entidade licenciadora veri- valorização ou eliminação, classificada de acordo com os
fica se o pedido se encontra instruído com a totalidade dos anexos I e II ao presente decreto-lei;
elementos exigidos, podendo solicitar, por uma única vez,
d) As condições a que fica submetida a operação de
a prestação de informações ou elementos complementares,
bem como o seu aditamento ou reformulação, suspendendo- gestão de resíduos, incluindo as precauções a tomar em
-se o prazo referido no n.º 1 do presente artigo. matéria de segurança;
4 — A entidade licenciadora pode igualmente convocar e) A identificação do(s) responsável(eis) técnico(s) pela
o requerente para a realização de uma conferência instrutó- operação de gestão de resíduos;
ria na qual são abordados todos os aspectos considerados f) A identificação das instalações e ou equipamentos
necessários para a boa decisão do pedido e eventualmente licenciados, incluindo a indicação dos mesmos em peça
solicitados elementos instrutórios adicionais. desenhada e os requisitos técnicos relevantes;
5 — No caso de o requerente não juntar os elementos g) O prazo de validade da licença;
solicitados pela entidade licenciadora nos termos dos nú- h) As operações de acompanhamento e controlo que
meros anteriores no prazo de 30 dias a contar da notificação forem necessárias;
de pedido de elementos ou de os juntar de forma deficiente i) As disposições que forem necessárias em matéria de
ou insuficiente, o pedido é liminarmente indeferido. encerramento e de manutenção após o encerramento;
6 — O licenciamento de operações de tratamento de j) A indicação da eficiência energética quando esteja em
resíduos nos termos do presente artigo depende do cum- causa uma operação de incineração ou de co-incineração,
primento dos seguintes requisitos: com valorização energética;
l) Consequências do não cumprimento das condições
a) Conformidade do pedido com os princípios referidos
da licença.
no título I do presente decreto-lei e com os planos de gestão
de resíduos aplicáveis; e
b) Observância das normas técnicas a que se referem 2 — A licença é válida pelo período nela fixado, que
os artigos 20.º a 22.º; não pode ser superior a cinco anos.
c) Compatibilidade da localização pretendida com os 3 — A ANR disponibiliza o modelo de alvará de licença
instrumentos de gestão territorial e com as servidões ad- na plataforma de gestão dos processos de licenciamento e
ministrativas e restrições de utilidade pública aplicáveis, no seu sítio da Internet.
de acordo com parecer emitido pelo serviço regional des-
concentrado responsável pela área do ordenamento do SECÇÃO III
território no decurso do procedimento de licenciamento
simplificado. Vicissitudes da licença e controlo da operação licenciada
da sua emissão, devendo nesse caso ser solicitada a sua do regime jurídico de urbanização e edificação (RJUE),
renovação nos termos do artigo 35.º aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro,
2 — A licença caduca igualmente com a suspensão o requerente pode apresentar à câmara municipal compe-
das operações de gestão de resíduos por um período de tente o pedido de licença ou comunicação prévia, antes
tempo superior a um ano, aplicando-se o disposto no artigo de iniciado o procedimento de licenciamento previsto no
seguinte, excepto quando o operador demonstre perante presente capítulo.
a entidade licenciadora que lhe é impossível retomar a 2 — A câmara municipal só pode emitir decisão sobre
operação de gestão de resíduos por motivo que não lhe o pedido referido o número anterior após a emissão da
seja imputável. comunicação favorável da entidade licenciadora relativa
3 — O início da suspensão do exercício da actividade ao projecto a que se refere o n.º 1 do artigo 29.º
é comunicado pelo operador à entidade licenciadora no
prazo de cinco dias a contar dessa mesma data. Artigo 41.º-C
Título de utilização dos recursos hídricos
Artigo 40.º
Cessação da actividade O licenciamento da actividade de tratamento de resí-
duos nos termos do presente decreto-lei não prejudica
1 — A cessação de actividade da operação de gestão a necessidade de obtenção de título de utilização de re-
de resíduos licenciada depende da aceitação por parte cursos hídricos, sempre que o mesmo seja exigível nos
da entidade licenciadora de um pedido de renúncia da termos da Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de
respectiva licença. 29 de Dezembro, e do regime de utilização dos recursos
2 — O pedido de renúncia é apresentado junto da en- hídricos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de
tidade licenciadora instruído com a documentação que o 31 de Maio.
operador entenda relevante para evidenciar que a cessação
de actividade não produzirá qualquer passivo ambiental, Artigo 42.º
podendo a entidade licenciadora no prazo de 30 dias soli-
citar ao operador a informação que entenda relevante para Licenciamento industrial
a decisão a produzir. 1 — No licenciamento de uma actividade abrangida
3 — A entidade licenciadora decide o pedido de renún- pelo regime de exercício da actividade industrial, aprovado
cia no prazo de 60 dias, podendo nesse prazo realizar as pelo Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, que
vistorias que entenda necessárias. careça igualmente de licenciamento para a actividade de
4 — A entidade licenciadora aceita o pedido de renúncia tratamento de resíduos ao abrigo do presente decreto-lei, o
quando verificar que o local onde a operação de gestão de alvará de licença da actividade de tratamento de resíduos
resíduos tem lugar não apresenta qualquer passivo am- é substituído por um parecer vinculativo.
biental. 2 — O parecer referido no número anterior é emitido no
5 — A entidade licenciadora pode sujeitar a aceitação âmbito do procedimento de licenciamento industrial pela
do pedido de renúncia ao cumprimento de condições, no- entidade competente para o licenciamento da actividade
meadamente determinando ao operador a adopção de me- de tratamento de resíduos nos termos do artigo 24.º
canismos de minimização e correcção de efeitos negativos 3 — Nos casos a que se refere o número anterior, a
para o ambiente. entidade coordenadora do procedimento de licenciamento
envia a documentação exigível nos termos dos artigos 27.º
SECÇÃO IV e 32.º do presente decreto-lei à entidade competente para
emitir parecer, determinada nos termos do artigo 24.º
Outros regimes de licenciamento 4 — A entidade competente emite parecer vinculativo
prévio à licença de instalação no prazo de 30 dias.
Artigo 41.º
(Revogado pelo artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 173/2008, Artigo 42.º-A
de 26 de Agosto.) Licenciamento de instalação pecuária
licenciamento nos termos da legislação e regulamentação 4 — A ANR publicita no seu sítio na Internet os critérios
respectivamente aplicáveis, aplicando-se o disposto no referidos no n.º 2, a lista dos interessados que obtiveram
presente capítulo em tudo o que não estiver nela previsto. decisão favorável, bem como a informação relevante para
a decisão adoptada.
Artigo 44.º
Sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos
Artigo 44.º-B
Fim do estatuto de resíduo
1 — A gestão de fluxos específicos de resíduos está
sujeita a licença ou autorização nos termos da legislação 1 — O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a
especial, aplicando-se as disposições do presente decreto- determinados resíduos quando tenham sido submetidos a
-lei a tudo o que não estiver nela previsto. uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e
2 — A licença ou autorização previstas no número an- satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos
terior estabelecem as condições da gestão de fluxos. das seguintes condições:
3 — No que se refere ao modelo económico e financeiro
a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado
dos sistemas integrados de gestão de fluxos específicos de
para fins específicos;
resíduos, a fixação de prestações financeiras e contrapar-
b) Existir um mercado ou procura para essa substância
tidas, no âmbito das respectivas licenças ou autorizações,
ou objecto;
é assegurada pela ANR em colaboração com a Entidade
c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos téc-
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, I. P., no
nicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as
que respeita aos fluxos com interface com os resíduos
normas aplicáveis aos produtos; e
urbanos.
d) A utilização da substância ou objecto não acarretar
4 — O incumprimento reiterado das condições da li-
impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental
cença ou da autorização previstas no n.º 2 constitui funda-
ou da saúde humana;
mento para a respectiva cassação, sem prejuízo do regime
e) Os critérios podem incluir valores limite para os po-
contra-ordenacional aplicável.
luentes e ter em conta eventuais efeitos ambientais adversos
da substância ou objecto.
CAPÍTULO IV
2 — Na ausência de definição de critérios a nível
Subproduto e fim de estatuto de resíduo comunitário, pode ser decidido, relativamente a de-
Subprodutos terminado resíduo, o fim do estatuto de resíduo, cujos
critérios são determinados através de portaria do mem-
Artigo 44.º-A bro do Governo responsável pela área do ambiente, sob
proposta da ANR e tendo em conta a jurisprudência
Disposições gerais aplicável.
1 — Podem ser considerados subprodutos e não resí- 3 — A ANR notifica a Comissão Europeia das decisões
duos quaisquer substâncias ou objectos resultantes de um adoptadas referidas no número anterior, nos termos do
processo produtivo cujo principal objectivo não seja a sua disposto no Decreto-Lei n.º 58/2000, de 18 de Abril.
produção quando verificadas as seguintes condições:
a) Existir a certeza de posterior utilização da substância TÍTULO III
ou objecto;
b) A substância ou objecto poder ser utilizado directa- Registo de informação e acompanhamento
mente, sem qualquer outro processamento que não seja o da gestão de resíduos
da prática industrial normal;
c) A produção da substância ou objecto ser parte inte- CAPÍTULO I
grante de um processo produtivo; e
d) A substância ou objecto cumprir os requisitos rele- Sistema integrado de registo electrónico de resíduos
vantes como produto em matéria ambiental e de protecção
da saúde e não acarretar impactes globalmente adversos Artigo 45.º
do ponto de vista ambiental ou da saúde humana, face à
Registo electrónico
posterior utilização específica.
1 — Compete à ANR manter, no seu sítio na Internet,
2 — Na ausência de critérios comunitários, para efeitos um sistema integrado de registo electrónico de resíduos,
da aplicação do disposto no número anterior, a ANR pode, designado por SIRER, suportado no Sistema Integrado de
depois de ouvidos os operadores económicos directamente Registo da Agência Portuguesa do Ambiente (SIRAPA),
interessados ou as suas estruturas representativas, definir que permita o registo e o armazenamento de dados relativos
os critérios que garantam o cumprimento das condições a a produção e gestão de resíduos e a produtos colocados
verificar para que uma substância ou objecto seja consi- no mercado abrangidos por legislação relativa a fluxos
derado subproduto. específicos de resíduos, bem como a transmissão e consulta
3 — Para que determinada substância ou objecto possa de informação sobre a matéria.
ser considerado subproduto, os interessados, através das 2 — A informação recolhida no SIRER está sujeita ao
respectivas associações sectoriais ou individualmente, regime de acesso aos documentos administrativos, sem
apresentam um pedido junto da ANR, o qual é decidido prejuízo da aplicação do regime de protecção de dados
no prazo de 90 dias. pessoais, quando aplicável.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3289
sição de resíduos em aterro, submetem, até ao termo do for solicitado pelo município cuja circunscrição concelhia
1.º semestre do ano a reportar, a informação necessária para seja abrangida pela operação.
efeitos de liquidação da taxa de gestão de resíduos. 2 — São ouvidos quanto à constituição da comissão
4 — O prazo para registo referido no n.º 2 não se aplica de acompanhamento local o operador do CIRVER ou da
aos sistemas de gestão de resíduos urbanos, cuja infor- instalação de incineração ou co-incineração e a ANR.
mação é submetida mensalmente, até ao termo do mês 3 — As comissões de acompanhamento local são com-
seguinte a que respeitam os dados. postas pelos elementos indicados no despacho a que se
refere o n.º 1, bem como por representantes dos municípios
cuja circunscrição concelhia seja abrangida pela operação
CAPÍTULO II e dos municípios limítrofes, quando sejam afectados pelos
Acompanhamento da gestão de resíduos efeitos das actividades desenvolvidas nas instalações em
causa.
Artigo 50.º
Artigo 51.º-A
Comissão de Acompanhamento da Gestão de Resíduos
Auditorias
1 — É criada a Comissão de Acompanhamento da
Gestão de Resíduos, adiante designada por CAGER, que 1 — A ANR pode promover auditorias técnico-am-
constitui uma entidade de consulta técnica funcionando bientais ou económico-financeiras à actividade exercida
na dependência da ANR e a quem compete, nomeada- por operadores de gestão de resíduos, sempre que tal se
mente: revele necessário para efeitos de monitorização e avalia-
ção do cumprimento dos planos de gestão e programas de
a) Preparar decisões ou dar parecer, quando solicitada, prevenção de resíduos.
sobre todas as questões relacionadas com a gestão de re- 2 — Compete ainda à ANR a realização de auditorias
síduos; técnico-financeiras, para balanço de actividade, no âmbito
b) Acompanhar a execução e a revisão dos planos de dos sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.
gestão de resíduos; 3 — Para efeitos do disposto do número anterior, a ANR
c) Acompanhar os aspectos técnicos, económicos e so- realiza, pelo menos, um balanço relativo ao 1.º triénio do
ciais ligados ao mercado de resíduos em Portugal, especial- período de vigência da licença ou autorização para gestão
mente no que concerne aos fluxos de resíduos e materiais de fluxo específico, bem como um balanço no final da
abrangidos por sociedades gestoras e aos resíduos que respectiva vigência.
sejam transaccionados em bolsa de resíduos; 4 — O operador faculta à ANR os elementos necessários
d) Acompanhar o funcionamento do mercado de resí- à realização de auditorias.
duos e auxiliar a ANR a disponibilizar informação rele- 5 — Em casos devidamente fundamentados, a ANR
vante nesse âmbito potenciando as trocas de resíduos entre pode exigir, aos titulares de licença ou autorização para
indústrias com vista à sua valorização; gestão de fluxo específico, a realização de auditorias anuais
e) Auxiliar a ANR na disponibilização de informa- efectuadas por entidades independentes.
ção técnica fiável relacionada com produtos fabricados 6 — As entidades gestoras de fluxos específicos que
com materiais reciclados através de uma base de dados apresentem a certificação pelo Sistema Comunitário de
online. Ecogestão e Auditoria (EMAS) ficam isentas na vertente
técnica do balanço da actividade no final do período de
2 — Podem ser constituídos, no âmbito da CAGER, licença ou da autorização.
grupos de trabalho e comissões de acompanhamento de
gestão em função dos tipos de resíduos e das operações
de gestão de resíduos. TÍTULO IV
3 — A CAGER integra elementos de reconhecido mé- Regime económico e financeiro da gestão de resí-
rito técnico da ANR, das ARR e de outros organismos duos
públicos com responsabilidade nas áreas do ambiente, da
economia e da saúde pública, bem como de universidades,
de organizações não governamentais do ambiente, de enti- CAPÍTULO I
dades operadoras de gestão de resíduos e, ainda, de outras
entidades que desempenhem um papel de relevo no sector. Taxas
4 — A participação na CAGER não é remunerada.
5 — A composição e o funcionamento da CAGER são Artigo 52.º
definidos em regulamento interno, aprovado por portaria Taxas gerais de licenciamento
do membro do Governo responsável pela área do ambiente.
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes,
Artigo 51.º o licenciamento e a autorização de operações e de opera-
dores de gestão de resíduos que seja da competência da
Comissões de acompanhamento local ANR ou das ARR estão sujeitos ao pagamento de taxas
1 — O desempenho ambiental das actividades desen- destinadas a custear os encargos administrativos que lhe
volvidas nos CIRVER e nas instalações de incineração são inerentes.
2 — São devidas taxas pelos seguintes actos:
e co-incineração pode ser objecto de acompanhamento
público através da criação, por despacho do membro do a) Emissão de licenças ou autorizações — € 2000;
Governo responsável pela área do ambiente, de uma comis- b) Emissão de licenças mediante procedimento simpli-
são de acompanhamento local, nomeadamente quando tal ficado — € 1500;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3291
7 — O produto da taxa de gestão de resíduos é afecto resultado para a casa decimal superior, devendo a ANR
nos seguintes termos: proceder à divulgação regular dos valores em vigor para
cada ano.
a) 2,5 % a favor da Inspecção-Geral do Ambiente e do
Ordenamento do Território (IGAOT); 2 — O pagamento das taxas de licenciamento previstas
b) Do montante remanescente: no presente capítulo é prévio à prática dos actos, devendo
ser rejeitado liminarmente o requerimento de qualquer
i) 70 % a favor da entidade licenciadora das instalações entidade pública ou privada ao qual não se junte o com-
de gestão de resíduos em causa e 30 % a favor da ANR, provativo de pagamento.
nos casos abrangidos pelas alíneas a), b) e e) do n.º 2; 3 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os
ii) Integralmente a favor da ANR nos casos abrangidos casos de requerimentos de vistoria, nos quais a junção do
pelas alíneas c) e d) do n.º 2. comprovativo de pagamento deve ocorrer no prazo de
10 dias após a emissão da respectiva guia de pagamento
8 — Ao abrigo da alínea f) do n.º 2 do artigo 7.º da Lei por parte da entidade licenciadora.
n.º 91/2001, de 20 de Agosto, na sua redacção actual, as 4 — As taxas de licenciamento e de autorização pre-
receitas anuais da ANR e das ARR provenientes da taxa vistas no presente capítulo não contemplam isenções sub-
de gestão de resíduos ficam consignadas: jectivas nem objectivas e são devidas por inteiro no caso
a) Às despesas de acompanhamento das actividades de renovação e no valor correspondente a 20 % do valor
dos sujeitos passivos; por inteiro nos casos de transmissão ou prorrogação das
b) Às despesas com o financiamento de actividades da licenças, não havendo então lugar à liquidação de taxa
ANR ou das ARR, conforme aplicável, que contribuam por averbamento.
para o cumprimento dos objectivos nacionais em matéria 5 — Sem prejuízo das regras de afectação constantes
de gestão de resíduos; dos artigos 54.º, 56.º e 58.º do presente decreto-lei, a
c) Às despesas com o financiamento de actividades dos receita gerada pelas taxas disciplinadas no presente
sujeitos passivos que contribuam para o cumprimento dos capítulo constitui receita própria e exclusiva da ANR
objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos. ou das ARR, consoante aquela que se revele competente
na matéria.
9 — As condições de aplicação do produto da taxa de 6 — A receita prevista na alínea a) do n.º 7 do artigo 58.º
gestão de resíduos pela ANR e pelas ARR são estabeleci- constitui receita própria da IGAOT.
das em regulamento aprovado por portaria do membro do
Governo responsável pela área do ambiente.
CAPÍTULO II
10 — O montante anualmente afecto às despesas referi-
das nas alíneas a) e b) do n.º 8 não pode exceder 70 % do Mercado de resíduos
valor global arrecadado pela ANR ou pelas ARR.
11 — A taxa de gestão de resíduos aplicável aos refugos Artigo 61.º
e rejeitados abrangidos pelas alíneas a) e b) do n.º 2 apenas
é devida a partir de 1 de Janeiro de 2012 e incide sobre Liberdade de comércio
os quantitativos de refugos e rejeitados, depositados em Sem prejuízo das normas destinadas a assegurar a pro-
aterros, incinerados ou co-incinerados, superiores a: tecção do ambiente e da saúde pública, nomeadamente das
a) 25 % do total de resíduos tratados nas unidades de que respeitam aos resíduos perigosos, os resíduos consti-
valorização orgânica; tuem bens de comercialização livre, devendo o mercado
b) 30 % do total de resíduos tratados nas unidades de dos resíduos ser organizado, promovido e regulamentado
triagem. de modo a estimular o encontro da oferta e procura destes
bens, assim como a sua reutilização, reciclagem e valo-
Artigo 59.º rização.
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 45/2008, de 11 de Artigo 62.º
Março.)
Mercado organizado de resíduos
Artigo 59.º-A 1 — O mercado dos resíduos deverá integrar um mer-
Taxas de classificação de subprodutos cado organizado que centralize num só espaço ou sistema
de negociação as transacções de tipos diversos de resíduos,
São ainda devidas taxas pelos seguintes actos: garantindo a sua alocação racional, eliminando custos de
a) Decisão relativa à classificação de uma substância ou transacção, estimulando o seu reaproveitamento e recicla-
objecto específico como um subproduto — € 5000; gem, diminuindo a procura de matérias-primas primárias
b) Decisão relativa à alteração das condições da decisão e contribuindo para a modernização tecnológica dos res-
referida na alínea anterior — € 1000. pectivos produtores.
2 — O regime de constituição, gestão e funcionamento
Artigo 60.º de mercados organizados de resíduos ou de instrumentos
financeiros a prazo sobre resíduos bem como as regras
Actualização e liquidação
aplicáveis às transacções neles realizadas e aos respecti-
1 — O valor das taxas previstas no presente capítulo vos operadores constam de legislação complementar, sem
considera-se automaticamente actualizado todos os anos prejuízo das disposições da legislação financeira que sejam
por aplicação do índice de preços no consumidor publicado aplicáveis aos mercados em que se realizem operações a
pelo Instituto Nacional de Estatística, arredondando-se o prazo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3293
u) O incumprimento do dever de manutenção e de mo- petentes para a fiscalização actuam directamente por conta
nitorização ambiental das lixeiras nos termos do n.º 1 do do infractor, sendo as despesas cobradas coercivamente
artigo 75.º-A; através do processo previsto para as execuções fiscais.
v) A manutenção e a monitorização ambiental das lixei-
ras em inobservância das normas técnicas nos termos no Artigo 70.º
n.º 2 do artigo 75.º-A.
Instrução de processos e aplicação de sanções
3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, punível 1 — Compete às entidades fiscalizadoras, exceptuadas
nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada as autoridades policiais, instruir os processos relativos às
pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela contra-ordenações referidas nos artigos anteriores e decidir
Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, da aplicação da coima e sanções acessórias.
a prática dos seguintes actos: 2 — Quando a entidade autuante não tenha competência
a) A não separação, na origem, dos resíduos produzidos, para instruir o processo, o mesmo é instruído e decidido
de forma a promover preferencialmente a sua valorização, pela ARR territorialmente competente face ao local da
em violação do disposto no n.º 4 do artigo 7.º; prática da infracção.
b) O incumprimento do disposto no n.º 8 do artigo 7.º;
c) O transporte de resíduos em incumprimento da obri- Artigo 71.º
gação de registo na e-GAR prevista no n.º 1 do artigo 21.º; Produto das coimas
d) O transporte de resíduos sem se fazer acompanhar da
guia de acompanhamento de resíduos prevista na Portaria Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
n.º 335/97, de 16 de Maio; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
e) O incumprimento da obrigação de registo de dados rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
ou o registo de dados incorrecto ou insuficiente nos termos 1 de Outubro, independentemente da fase em que se torne
do artigo 49.º; definitiva ou transite em julgado a decisão condenatória,
f) O incumprimento da obrigação de manutenção de a afectação do produto das coimas resultante da aplicação
registo de dados nos termos do n.º 1 do artigo 49.º-A; das contra-ordenações previstas no presente decreto-lei é
g) O incumprimento dos prazos de inscrição e de registo realizada da seguinte forma:
nos termos do artigo 49.º-B. a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
b) 25 % para a autoridade que a aplique;
4 — A tentativa e a negligência são puníveis. c) 15 % para a entidade autuante;
5 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos do d) 10 % para o Estado.
disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectifi- Artigo 72.º
cada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de
Outubro, a condenação pela prática das infracções muito (Revogado.)
graves e graves previstas nos n.os 1 e 2, quando a medida
concreta da coima aplicada ultrapasse metade do montante
máximo da coima abstractamente aplicável. CAPÍTULO II
Disposições finais e transitórias
Artigo 68.º
Sanções acessórias e apreensão cautelar Artigo 72.º-A
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- Relatório e informação à Comissão Europeia
que, pode a autoridade competente, simultaneamente com 1 — A ANR elabora e apresenta à Comissão Europeia,
a coima, determinar a aplicação das sanções acessórias de três em três anos, um relatório relativo à execução
que se mostrem adequadas, nos termos previstos na Lei do presente decreto-lei, devendo o primeiro relatório ser
n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, apresentado até 12 de Dezembro de 2014.
de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração de Recti- 2 — O relatório inclui informações relativas a gestão
ficação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, consoante o tipo de de óleos usados, os resultados da execução dos programas
contra-ordenação aplicável. de prevenção de resíduos, informação sobre as medidas
2 — As entidades referidas no artigo 66.º podem ainda, previstas no artigo 10.º-A, informação sobre resíduos con-
sempre que necessário, determinar a apreensão provisória siderados perigosos que não figurem nessa qualidade na
de bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º LER e informações registadas relativas a cumprimento de
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei objectivos de reutilização e reciclagem.
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração 3 — A ANR informa a Comissão Europeia:
de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
a) Das normas técnicas que consubstanciem uma isen-
Artigo 69.º ção de licenciamento nos termos do artigo 20.º;
b) Dos planos de gestão de resíduos e dos programas de
Reposição da situação anterior
prevenção de resíduos, bem como de quaisquer revisões
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o in- substanciais a que sejam sujeitos;
fractor está obrigado a remover as causas da infracção e a c) Das decisões relativas a transferências de resíduos
reconstituir a situação anterior à prática da mesma. adoptadas ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 4.º;
2 — Sempre que o dever de reposição da situação ante- d) Dos resíduos considerados perigosos apesar de não
rior não seja voluntariamente cumprido, as entidades com- figurarem nessa qualidade na lista de resíduos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3295
e) Dos resíduos que apesar de constarem como perigosos n.º 3/2004, de 3 de Janeiro, e 5.º, 6.º, 7.º, 9.º e 17.º do
na lista de resíduos sejam fundamentadamente considera- Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, na redacção que
dos não perigosos. lhes é conferida, respectivamente, pelos artigos 77.º, 78.º
e 79.º do presente decreto-lei, é aplicável aos procedi-
Artigo 73.º mentos pendentes à data da entrada em vigor do presente
decreto-lei.
Regimes especiais
4 — As taxas de licenciamento previstas no presente
O lançamento e a imersão de resíduos em águas regem- decreto-lei aplicam-se apenas aos procedimentos de li-
-se pelo disposto em legislação especial e pelas normas cenciamento que tenham início depois de 1 de Janeiro
internacionais em vigor. de 2007.
5 — A taxa de gestão de resíduos prevista no artigo 58.º
Artigo 74.º do presente decreto-lei aplica-se a partir de 1 de Janeiro
de 2007.
Comissões de acompanhamento 6 — O valor das taxas previstas nas alíneas b), d) e e)
As comissões de acompanhamento relativas à gestão de do n.º 2 do artigo 58.º é agravado anualmente em € 0,50
resíduos constituídas ao abrigo da legislação em vigor e entre 2008 e 2011, inclusive, e a partir daí actualizado nos
em funcionamento à data da entrada em vigor do presente termos do artigo 60.º
decreto-lei são integradas na CAGER, nos termos do n.º 3 7 — O registo das entidades a que se refere a subalínea i)
do artigo 50.º da alínea a) do artigo 48.º é realizado de forma progressiva,
nos termos a definir na portaria a que se refere o n.º 2 do
Artigo 75.º artigo 46.º
8 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os
Planos de gestão de resíduos depósitos de sucata existentes à data da entrada em vigor
O primeiro plano nacional de gestão de resíduos é apro- do presente decreto-lei que não disponham de licença emi-
vado no prazo de dois anos a contar da entrada em vigor tida ao abrigo do Decreto-Lei n.º 268/98, de 28 de Agosto,
do presente decreto-lei, devendo os planos municipais de dispõem de um prazo de 90 dias para apresentar o pedido
acção ser aprovados no prazo de um ano a contar daquela de licenciamento a que se refere o artigo 27.º
data, aplicando-se a todos, daí em diante, o disposto no 9 — As certidões provisórias emitidas ao abrigo do
artigo 18.º do presente decreto-lei. despacho n.º 24571/2002 (2.ª série), de 18 de Novembro,
mantêm-se válidas durante o prazo nelas fixado.
Artigo 75.º-A 10 — Até à entrada em vigor das portarias regulamenta-
res previstas no presente decreto-lei, mantêm-se em vigor
Manutenção e monitorização ambiental as Portarias n.os 335/97, de 16 de Maio, e 792/98, de 22 de
de antigas lixeiras encerradas Setembro, e demais actos complementares.
1 — A responsabilidade pela manutenção e pela mo-
nitorização ambiental das antigas lixeiras municipais Artigo 77.º
encerradas cabe às entidades gestoras responsáveis pelo (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de
tratamento de resíduos urbanos da área onde essas antigas Agosto.)
lixeiras se localizam.
2 — A manutenção e a monitorização ambiental refe- Artigo 78.º
ridas no número anterior são efectuadas de acordo com
um plano de manutenção e monitorização ambiental a Alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro
estabelecer pela ANR em articulação com as ARR, as O artigo 65.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro,
administrações das regiões hidrográficas e a IGAOT, o passa a ter a seguinte redacção:
qual integra, designadamente, a identificação das anti-
gas lixeiras que seja necessário manter e monitorizar, os «Artigo 65.º
parâmetros a controlar, a periodicidade do controlo e os
requisitos de manutenção. [...]
3 — As entidades gestoras referidas no n.º 1, quando 1— .....................................
configurem sistemas de gestão de resíduos urbanos, não são 2— .....................................
responsáveis pelos eventuais danos causados ao ambiente 3— .....................................
ou à saúde pública decorrentes da deposição de resíduos 4— .....................................
nas lixeiras em causa. 5— .....................................
6— .....................................
Artigo 76.º 7— .....................................
Regime transitório 8— .....................................
9— .....................................
1 — O disposto nos artigos 23.º a 44.º do presente 10 — Quando seja emitida uma declaração de im-
decreto-lei aplica-se apenas aos procedimentos iniciados pacte ambiental desfavorável, a entidade licenciada
após a sua entrada em vigor. pode submeter a avaliação um novo estudo de impacte
2 — A requerimento do interessado, pode a entidade ambiental, introduzindo alterações ao projecto que, pela
licenciadora aplicar as disposições referidas no número sua natureza, não devessem ser apreciadas nos termos
anterior ao respectivo procedimento em curso. do artigo 52.º do presente decreto-lei.
3 — O disposto nos artigos 12.º, 20.º e 31.º do Decreto- 11 — (Anterior n.º 10.)
-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, 65.º do Decreto-Lei 12 — (Anterior n.º 11.)
3296 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
p) O despacho n.º 24 571/2002 (2.ª série), de 18 de No- (1) Esta operação é proibida pela legislação da UE e pelas convenções
vembro. internacionais.
(2) Se não houver outro código D adequado, este pode incluir opera-
ções preliminares anteriores à eliminação, incluindo o pré-processamento,
2 — As remissões legais e regulamentares para os di- tais como a triagem, a trituração, a compactação, a peletização, a seca-
plomas identificados no número anterior consideram-se gem, a desintegração a seco, o acondicionamento ou a separação antes
feitas para o presente decreto-lei e para a legislação e de qualquer das operações enumeradas de D 1 a D 12.
regulamentação complementar nele previstas. (3) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
Artigo 81.º ANEXO II
Regiões Autónomas
Operações de valorização
O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira com as adaptações determinadas R 1 — Utilização principal como combustível ou outro
pelo interesse específico, cabendo a sua execução adminis- meio de produção de energia (1).
trativa aos órgãos e serviços das respectivas administrações R 2 — Recuperação/regeneração de solventes.
regionais, sem prejuízo da gestão a nível nacional. R 3 — Reciclagem/recuperação de substâncias orgâ-
nicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão
ANEXO I anaeróbia e ou compostagem e outros processos de trans-
formação biológica) (2).
(a que se refere o artigo 4.º) R 4 — Reciclagem/recuperação de metais e compostos
metálicos.
ANEXO I
R 5 — Reciclagem/recuperação de outros materiais
inorgânicos (3).
Operações de eliminação
R 6 — Regeneração de ácidos ou bases.
D 1 — Depósito no solo, em profundidade ou à super- R 7 — Valorização de componentes utilizados na re-
fície (por exemplo, em aterros, etc.). dução da poluição.
D 2 — Tratamento no solo (por exemplo, biodegrada- R 8 — Valorização de componentes de catalisadores.
ção de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos R 9 — Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos.
solos, etc.). R 10 — Tratamento do solo para benefício agrícola ou
D 3 — Injecção em profundidade (por exemplo, injec- melhoramento ambiental.
ção de resíduos por bombagem em poços, cúpulas salinas R 11 — Utilização de resíduos obtidos a partir de qual-
ou depósitos naturais, etc.). quer das operações enumeradas de R 1 a R 10.
D 4 — Lagunagem (por exemplo, descarga de resíduos R 12 — Troca de resíduos com vista a submetê-los a
líquidos ou de lamas de depuração em poços, lagos naturais uma das operações enumeradas de R 1 a R 11 (4).
ou artificiais, etc.). R 13 — Armazenamento de resíduos destinados a uma
D 5 — Depósitos subterrâneos especialmente concebi- das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão
dos (por exemplo, deposição em alinhamentos de células do armazenamento temporário, antes da recolha, no local
que são seladas e isoladas umas das outras e do ambiente, onde os resíduos foram produzidos) (5).
etc.).
D 6 — Descarga para massas de água, com excepção (1) Inclui instalações de incineração dedicadas ao processamento de
dos mares e dos oceanos. resíduos sólidos urbanos apenas quando a sua eficiência energética é
D 7 — Descargas para os mares e ou oceanos, incluindo igual ou superior aos seguintes valores:
inserção nos fundos marinhos. 0,60 para instalações em funcionamento e licenciadas nos termos da
D 8 — Tratamento biológico não especificado em qual- legislação comunitária aplicável antes de 1 de Janeiro de 2009;
quer outra parte do presente anexo que produza compostos 0,65 para instalações licenciadas após 31 de Dezembro de 2008, por
recurso à fórmula:
ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das
operações enumeradas de D 1 a D 12. Eficiência energética = [Ep – (Ef + Ei)]/[0,97 × (Ew + Ef)]
D 9 — Tratamento físico-químico não especificado em
qualquer outra parte do presente anexo que produza com- em que:
postos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer Ep representa a energia anual produzida sob a forma de calor
das operações enumeradas de D 1 a D 12 (por exemplo, ou electricidade. É calculada multiplicando por 2,6 a energia sob a
evaporação, secagem, calcinação, etc.). forma de electricidade e por 1,1 o calor produzido para uso comercial
(GJ/ano);
D 10 — Incineração em terra. Ef representa a entrada anual de energia no sistema a partir de com-
D 11 — Incineração no mar (1). bustíveis que contribuem para a produção de vapor (GJ/ano);
D 12 — Armazenamento permanente (por exemplo, Ew representa a energia anual contida nos resíduos tratados calculada
armazenamento de contentores numa mina, etc.). utilizando o valor calorífico líquido dos resíduos (GJ/ano);
D 13 — Mistura anterior à execução de uma das ope- Ei representa a energia anual importada com exclusão de Ew e Ef
(GJ/ano);
rações enumeradas de D 1 a D 12 (2).
D 14 — Reembalagem anterior a uma das operações 0,97 é um factor que representa as perdas de energia nas cinzas de
enumeradas de D 1 a D 13. fundo e por radiação.
D 15 — Armazenamento antes de uma das operações
Esta fórmula é aplicada nos termos do documento de referência sobre
enumeradas de D 1 a D 14 (com exclusão do armaze- as melhores técnicas disponíveis para a incineração de resíduos.
namento temporário, antes da recolha, no local onde os (2) Esta operação inclui as operações de gaseificação e de pirólise
resíduos foram produzidos) (3). que utilizem os componentes como produtos químicos.
3298 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
(3) Esta operação inclui a limpeza dos solos para efeitos de valorização H 10 — «Tóxico para a reprodução» — substâncias e
e a reciclagem de materiais de construção inorgânicos. preparações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea
(4) Se não houver outro código R adequado, este pode incluir operações
preliminares anteriores à valorização, incluindo o pré-processamento, pode induzir malformações congénitas não hereditárias ou
tais como o desmantelamento, a triagem, a trituração, a compactação, aumentar a sua ocorrência.
a peletização, a secagem, a fragmentação, o acondicionamento, a re- H 11 — «Mutagénico» — substâncias e preparações
embalagem, a separação e a mistura antes de qualquer das operações
enumeradas de R 1 a R 11.
cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode in-
(5) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento duzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º ocorrência.
H 12 — Resíduos que em contacto com a água, o ar ou
ANEXO III um ácido libertam gases tóxicos ou muito tóxicos.
H 13 (1) — «Sensibilizante» — substâncias e prepa-
Características dos resíduos que os tornam perigosos rações cuja inalação ou penetração cutânea pode causar
H 1 — «Explosivo» — substâncias e misturas que po- uma reacção de hipersensibilização tal que uma exposição
dem explodir sob o efeito de uma chama ou ser mais sen- posterior à substância ou à preparação produza efeitos
síveis ao choque e à fricção que o dinitrobenzeno. nefastos característicos.
H 2 — «Comburente» — substâncias e preparações H 14 — «Ecotóxico» — resíduos que representam ou
que, em contacto com outras substâncias, nomeadamente podem representar um risco imediato ou diferido para um
com substâncias inflamáveis, apresentam uma reacção ou vários sectores do ambiente.
fortemente exotérmica. H 15 — Resíduos susceptíveis de, após a sua elimina-
H 3-A — «Facilmente inflamável»: ção, darem origem, por qualquer meio, a outra substância,
por exemplo um lixiviado, que possua uma das caracterís-
Substâncias e preparações no estado líquido cujo ponto
ticas acima enumeradas.
de inflamação é inferior a 21°C (incluindo os líquidos
extremamente inflamáveis); ou
Notas
Substâncias e preparações que podem aquecer até ao
ponto de inflamação em contacto com o ar a uma tempe- 1 — A atribuição das características de perigosidade, «tóxico» (e
ratura normal, sem emprego de energia; ou «muito tóxico»), «nocivo», «corrosivo», «irritante», «cancerígeno»,
«tóxico para a reprodução», «mutagénico» e «ecotóxico», é feita com
Substâncias e preparações no estado sólido que se po- base nos critérios estabelecidos no anexo I do Regulamento (CE)
dem inflamar facilmente por breve contacto com uma fonte n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de De-
de inflamação e que continuam a arder ou a consumir-se zembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem das substâncias
após a retirada da fonte de inflamação; ou e misturas, que altera e revoga as Directivas n.os 67/548/CEE e 1999/45/
Substâncias e preparações gasosas, inflamáveis em con- CE, e altera o Regulamento (CE) n.º 1907/2006.
tacto com o ar à pressão normal; ou 2 — Se relevante, são aplicáveis os valores limite enumerados
no Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do
Substâncias e preparações que em contacto com a água Conselho, de 16 de Dezembro (1), adaptado ao progresso técnico e
ou o ar húmido libertam gases facilmente inflamáveis em científico pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009, da Comissão, de 10
quantidades perigosas. de Agosto.
3 — A reclassificação de resíduos perigosos em resíduos não peri-
H 3-B — «Inflamável» — substâncias e preparações gosos não pode ser obtida por diluição ou mistura de resíduos de que
líquidas cujo ponto de inflamação é igual ou superior a resulte uma redução da concentração inicial em substâncias perigosas
para valores inferiores aos limiares que definem o carácter perigoso
21°C e inferior ou igual a 55°C. de um resíduo.
H 4 — «Irritante» — substâncias e preparações não cor-
rosivas que por contacto imediato, prolongado ou repetido Métodos de ensaio
com a pele ou as mucosas podem provocar uma reacção
inflamatória. Os métodos a utilizar são os descritos nos Regulamen-
H 5 — «Nocivo» — substâncias e preparações cuja ina- tos (CE) n.os 440/2008, da Comissão, de 30 de Maio, e
lação, ingestão ou penetração cutânea pode representar um 761/2009, da Comissão, de 23 de Julho.
risco, limitado, para a saúde.
H 6 — «Tóxico» — substâncias e preparações (in- (1) Na medida em que estejam disponíveis os métodos de ensaio.
cluindo as substâncias e preparações muito tóxicas) cuja
inalação, ingestão ou penetração cutânea pode representar ANEXO IV
um risco grave, agudo ou crónico para a saúde e inclusi-
vamente causar a morte. CAE tratamento
H 7 — «Cancerígeno» — substâncias e preparações
cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode pro- Consideram-se «operações de tratamento», nos ter-
vocar cancro ou aumentar a sua ocorrência. mos da alínea rr) do artigo 3.º do presente decreto-lei,
H 8 — «Corrosivo» — substâncias e preparações que as actividades económicas incluídas nas subclasses da
podem destruir tecidos vivos por contacto. Classificação Portuguesa das Actividades Económicas
H 9 — «Infeccioso» — substâncias e preparações que (CAE — Rev.3), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007,
contêm microrganismos viáveis ou suas toxinas, em re- de 14 de Novembro, que seguidamente se apresentam, com
lação aos quais se sabe ou há boas razões para crer que excepção das actividades que expressamente se excluem
causam doenças nos seres humanos ou noutros organismos no referido diploma, através da expressão «não inclui»,
vivos. na respectiva subclasse.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3299
1 — Promoção da «concepção ecológica» (integração Dos planos de gestão de resíduos deve constar a análise
sistemática dos aspectos ambientais na concepção de pro- da situação actual da gestão de resíduos, a definição das
dutos, no intuito de melhorar o desempenho ambiental do medidas a adoptar para melhorar, de modo ambientalmente
produto ao longo de todo o seu ciclo de vida). correcto, o tratamento de resíduos, bem como a avaliação
2 — Prestação de informações sobre técnicas de pre- do modo como o plano é susceptível de apoiar a execu-
venção de resíduos tendo em vista facilitar a aplicação das ção dos objectivos e do regime decorrente do presente
melhores técnicas disponíveis por parte da indústria. decreto-lei.
3 — Organização de acções de formação destinadas às Os planos de gestão de resíduos devem conter, conforme
autoridades competentes sobre a inserção dos requisitos de adequado e de acordo com a abrangência geográfica e da
prevenção de resíduos nas licenças concedidas ao abrigo zona de planeamento, pelo menos, os seguintes elementos:
do presente decreto-lei e da Directiva n.º 96/61/CE. a) Tipo, origem e quantidade dos resíduos produzi-
4 — Inclusão de medidas de prevenção da produção dos no território, dos resíduos que podem ser transferidos
de resíduos em instalações não abrangidas pela Directiva para o território nacional ou a partir deste e a avaliação
n.º 96/61/CE. Se adequado, essas medidas podem incluir prospectiva da evolução das fileiras e fluxos específicos
avaliações ou planos de prevenção de resíduos. de resíduos;
3300 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011
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