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Diário da República, 1.ª série — N.

º 116 — 17 de Junho de 2011 3251

Lei n.º 34/2011 jectivos do XVIII Governo Constitucional em matéria


de resíduos. O Governo considera prioritário reforçar a
de 17 de Junho prevenção da produção de resíduos e fomentar a sua reu-
tilização e reciclagem com vista a prolongar o seu uso na
Elevação da vila de Albergaria-a-Velha, no concelho economia antes de os devolver em condições adequadas ao
de Albergaria-a-Velha, à categoria de cidade meio natural. Além disso, considera importante promover
A Assembleia da República decreta, nos termos da alí- o pleno aproveitamento do novo mercado organizado de
nea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: resíduos como forma de consolidar a valorização dos re-
síduos, com vantagens para os agentes económicos, bem
Artigo único como estimular o aproveitamento de resíduos específicos
com elevado potencial de valorização.
A vila de Albergaria-a-Velha, sede do concelho com o Assim, em primeiro lugar, o presente decreto-lei vem
mesmo nome, é elevada à categoria de cidade. clarificar conceitos chave, como as definições de resíduo,
Aprovada em 6 de Abril de 2011. prevenção, reutilização, preparação para a reutilização,
tratamento e reciclagem, e a distinção entre os conceitos
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. de valorização e eliminação de resíduos, com base numa
Promulgada em 19 de Maio de 2011. diferença efectiva em termos de impacte ambiental. Esta
clarificação contribui para uma contínua actualização do
Publique-se. regime às novas necessidades da sociedade e melhoria
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. contínua do sistema de prevenção e gestão de resíduos.
Em segundo lugar, não deixando de encarar a hierarquia
Referendada em 20 de Maio de 2011. dos resíduos como princípio fundamental da política de
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto ambiente, prevê-se que a gestão de determinados fluxos
de Sousa. específicos de resíduos dela se afaste sempre que justifi-
cável por razões de exequibilidade técnica, viabilidade
Lei n.º 35/2011 económica e protecção ambiental.
Em conformidade com o referido princípio, promove-se
de 17 de Junho o incentivo à recolha selectiva, em particular dos biorre-
síduos e estabelece-se um enquadramento regulamentar
Elevação da povoação de Sobrosa, no concelho de Paredes, para a livre comercialização do composto para valorização
à categoria de vila agrícola.
Em terceiro lugar, prevê-se a aprovação de programas
A Assembleia da República decreta, nos termos da alí-
nea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: de prevenção e estabelecem-se metas de reutilização, re-
ciclagem e outras formas de valorização material de re-
síduos, a cumprir até 2020. Atenta a importância de um
Artigo único
forte incentivo à reciclagem que permita o cumprimento
A povoação de Sobrosa, no concelho de Paredes, é destas metas, mas também numa óptica de preservação dos
elevada à categoria de vila. recursos naturais, prevê-se a utilização de pelo menos 5 %
Aprovada em 6 de Abril de 2011. de materiais reciclados em empreitadas de obras públicas.
Em quarto lugar, o âmbito do mercado organizado de
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. resíduos é alargado aos subprodutos, materiais reciclados
Promulgado em 19 de Maio de 2011. e resíduos perigosos. Esta medida confere uma maior ver-
satilidade ao mercado organizado de resíduos e facilita e
Publique-se. potencia a valorização de outro tipo de resíduos.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Em quinto lugar, no domínio das actividades de gestão
de resíduos, o presente decreto-lei vem, por um lado, tornar
Referendado em 20 de Maio de 2011. mais clara a distinção entre armazenamento preliminar
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de resíduos antes da recolha e o armazenamento antes do
de Sousa. tratamento. Esta distinção traz como vantagem clarificar
que os estabelecimentos ou empresas que produzam re-
síduos no âmbito das suas actividades não são sujeitos a
licenciamento para o armazenamento dos mesmos antes
MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO da recolha.
DO TERRITÓRIO Por outro lado, adopta medidas de simplificação ad-
ministrativa ao isentar de licenciamento um conjunto
de actividades específicas de valorização de resíduos,
Decreto-Lei n.º 73/2011 concretizando-se, ainda, o conteúdo mínimo das normas
de 17 de Junho técnicas necessárias para que outras actividades possam
também vir a beneficiar dessa isenção.
O presente decreto-lei altera o regime geral da gestão Em sexto lugar, em matéria de licenciamento simplifi-
de resíduos e transpõe a Directiva n.º 2008/98/CE, do cado, evidencia-se a necessidade de integração no respec-
Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro, tivo procedimento de uma etapa de avaliação da compati-
relativa aos resíduos. bilidade com os instrumentos de gestão territorial e com as
As alterações introduzidas pelo presente decreto-lei servidões administrativas e restrições de utilidade pública
ao regime geral da gestão de resíduos prosseguem os ob- aplicáveis. Neste sentido, é introduzido um mecanismo de
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controlo pós-licenciamento, numa óptica de protecção do g) Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março;


ambiente e da saúde pública, permitindo alcançar ganhos h) Decreto-Lei n.º 210/2009, de 3 de Setembro.
de eficiência e uma maior celeridade no licenciamento de
actividades de tratamento de resíduos. Artigo 2.º
Em sétimo lugar, em matéria de transporte de resíduos,
Alteração ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro
é introduzida a guia de acompanhamento de resíduos elec-
trónica (e-GAR). A introdução desta guia tem como vanta- Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 9.º, 13.º, 14.º,
gens tornar mais fiável o sistema de acompanhamento de 15.º, 17.º, 18.º, 20.º, 21.º, 23.º, 26.º, 28.º, 32.º, 33.º, 35.º,
transporte de resíduos, desmaterializando e simplificando 36.º, 38.º, 42.º, 44.º, 45.º, 46.º, 48.º, 49.º, 51.º, 54.º, 58.º,
de forma significativa o procedimento de registo e controlo 60.º, 67.º, 68.º, 70.º e 71.º do Decreto-Lei n.º 178/2006,
da informação relativa a esta actividade. de 5 de Dezembro, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31
Em oitavo lugar, estabelecem-se requisitos para que de Dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de
substâncias ou objectos resultantes de um processo produ- Agosto, passam a ter a seguinte redacção:
tivo possam ser considerados subprodutos e não resíduos.
São ainda estabelecidos os critérios para que determinados «Artigo 1.º
resíduos deixem de ter o estatuto de resíduo. Estes meca-
nismos decisórios apresentam evidentes vantagens para […]
os operadores económicos e para a economia em geral, O presente decreto-lei estabelece o regime geral
desonerando e simplificando as formas de aproveitamento aplicável à prevenção, produção e gestão de resíduos,
das substâncias, objectos ou produtos em causa. transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva
Em nono lugar, é introduzido o mecanismo da respon- n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
sabilidade alargada do produtor. Esta abordagem da gestão de 19 de Novembro.
de resíduos tem em conta o ciclo de vida dos produtos e
materiais e não apenas a fase de fim de vida, com as ineren- Artigo 2.º
tes vantagens do ponto de vista da utilização eficiente dos
recursos e do impacte ambiental. A este respeito, aproveita- […]
-se ainda para tornar mais eficaz a acção da Agência Portu- 1 — O presente decreto-lei é aplicável às operações
guesa do Ambiente (APA) ao nível do acompanhamento do de gestão de resíduos destinadas a prevenir ou reduzir
desempenho das entidades gestoras de sistemas integrados a produção de resíduos, o seu carácter nocivo e os im-
de fluxos específicos de resíduos. pactes adversos decorrentes da sua produção e gestão,
Em décimo lugar, alarga-se, em matéria de registo, o sis- bem como a diminuição dos impactes associados à uti-
tema integrado de registo electrónico de resíduos, integrado lização dos recursos, de forma a melhorar a eficiência
no Sistema Integrado de Registo da Agência Portuguesa da sua utilização e a protecção do ambiente e da saúde
do Ambiente (SIRAPA), passando a servir de suporte à
humana.
informação relativa a produtos colocados no mercado no
2— .....................................
âmbito dos fluxos específicos de resíduos.
Finalmente, ao nível dos resíduos perigosos, tornam- a) Os efluentes gasosos lançados na atmosfera, o
-se mais claras as disposições em matéria de tratamento dióxido de carbono captado e transportado para efei-
de resíduos constantes da Directiva n.º 91/689/CEE, do tos de armazenamento geológico e geologicamente
Conselho, de 12 de Dezembro, designadamente quanto armazenado, nos termos do regime jurídico relativo
a operações de mistura. No que concerne, em particular, ao armazenamento geológico de dióxido de carbono, e
à gestão de óleos usados, actualizam-se os objectivos na- o dióxido de carbono objecto de armazenamento geo-
cionais para a gestão dos mesmos, com destaque para a lógico em quantidades totais inferiores a 100 000 t,
prioridade atribuída à regeneração. destinado à investigação, desenvolvimento ou ensaio
Foi promovida a audição da Comissão de Acompanha- de novos produtos e processos;
mento da Gestão de Resíduos. b) A terra (in situ), incluindo os solos contaminados
Assim: não escavados e os edifícios com ligação permanente
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- ao solo;
tituição, o Governo decreta o seguinte: c) O solo não contaminado e outros materiais natu-
rais resultantes de escavações no âmbito de actividades
Artigo 1.º de construção desde que os materiais em causa sejam
Objecto utilizados para construção no seu estado natural e no
local em que foram escavados;
1 — O presente decreto-lei procede à terceira alteração d) Os resíduos radioactivos;
ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, e transpõe e) Os explosivos abatidos à carga ou em fim de vida;
a Directiva n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do f) As matérias fecais não abrangidas pela alínea c)
Conselho, de 19 de Novembro, relativa aos resíduos. do n.º 3, as palhas e outro material natural não perigoso
2 — O presente decreto-lei procede, ainda, à alteração de origem agrícola ou silvícola que seja utilizado na
dos seguintes diplomas: agricultura ou na silvicultura ou para a produção de
a) Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro; energia a partir dessa biomassa através de processos ou
b) Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril; métodos que não prejudiquem o ambiente nem ponham
c) Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho; em perigo a saúde humana;
d) Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto; g) Os sedimentos deslocados no interior das águas de
e) Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro; superfície para efeitos de gestão das águas e dos cursos
f) Decreto-Lei n.º 190/2004, de 17 de Agosto; de água, de prevenção de inundações ou de atenuação
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dos efeitos de inundações e secas ou da recuperação de l) [Anterior alínea i).]


terras, caso se demonstre a sua não perigosidade. m) ‘Eliminação’ qualquer operação que não seja de
valorização, nomeadamente as incluídas no anexo I
3 — São ainda excluídos do âmbito de aplicação do do presente decreto-lei, ainda que se verifique como
presente decreto-lei, nos termos da lei: consequência secundária a recuperação de substâncias
ou de energia;
a) As águas residuais; n) [Anterior alínea l).]
b) Resíduos resultantes da prospecção, extracção, o) ‘Fluxo específico de resíduos’ a categoria de resí-
tratamento e armazenagem de recursos minerais, bem duos cuja proveniência é transversal às várias origens
como da exploração de pedreiras, abrangidos pelo
ou sectores de actividade, sujeitos a uma gestão espe-
Decreto-Lei n.º 10/2010, de 4 de Fevereiro;
cífica;
c) Os subprodutos animais, incluindo os produtos
p) ‘Gestão de resíduos’ a recolha, o transporte, a
transformados abrangidos pelo Regulamento (CE)
valorização e a eliminação de resíduos, incluindo a su-
n.º 1069/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho,
pervisão destas operações, a manutenção dos locais de
de 21 de Outubro, com excepção dos destinados à in-
eliminação no pós-encerramento, bem como as medidas
cineração, à deposição em aterros ou à utilização numa
adoptadas na qualidade de comerciante ou corretor;
unidade de biogás ou de compostagem;
q) [Anterior alínea n).]
d) As carcaças de animais cuja morte não tenha resul-
r) ‘Operador’ qualquer pessoa singular ou colec-
tado de abate, incluindo os animais mortos para erradi-
cação de doenças epizoóticas, e que tenham sido elimi- tiva que procede, a título profissional, à gestão de re-
nadas nos termos do Regulamento (CE) n.º 1069/2009, síduos;
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Ou- s) [Anterior alínea o).]
tubro. t) [Anterior alínea p).]
u) ‘Ponto de retoma’ o local do estabelecimento de
Artigo 3.º comercialização e ou de distribuição de produtos que
retoma, por obrigação legal ou a título voluntário, os
[…] resíduos resultantes da utilização desses produtos;
......................................... v) ‘Preparação para reutilização’ as operações de
valorização que consistem no controlo, limpeza ou re-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . paração, mediante as quais os produtos ou os compo-
b) ‘Armazenagem’ a deposição controlada de resí- nentes de produtos que assumam a natureza de resíduos
duos, antes do seu tratamento e por prazo determinado, são preparados para serem utilizados novamente, sem
designadamente as operações R13 e D15 identificadas qualquer outro tipo de pré-processamento;
nos anexos I e II do presente decreto-lei, do qual fazem x) ‘Prevenção’ a adopção de medidas antes de uma
parte integrante; substância, material ou produto assumir a natureza de
c) ‘Armazenagem preliminar’ a deposição controlada resíduo, destinadas a reduzir:
de resíduos, no próprio local de produção, por período
não superior a um ano, antes da recolha, em instalações i) A quantidade de resíduos produzidos, designada-
onde os resíduos são produzidos ou descarregados a mente através da reutilização de produtos ou do prolon-
fim de serem preparados para posterior transporte para gamento do tempo de vida dos produtos;
outro local para efeitos de tratamento; ii) Os impactes adversos no ambiente e na saúde
d) ‘Biorresíduos’ os resíduos biodegradáveis de es- humana resultantes dos resíduos produzidos; ou
paços verdes, nomeadamente os de jardins, parques, iii) O teor de substâncias nocivas presentes nos ma-
campos desportivos, bem como os resíduos biodegra- teriais e nos produtos;
dáveis alimentares e de cozinha das habitações, das
unidades de fornecimento de refeições e de retalho e z) ‘Produtor de resíduos’ qualquer pessoa, singular
os resíduos similares das unidades de transformação ou colectiva, cuja actividade produza resíduos (pro-
de alimentos; dutor inicial de resíduos) ou que efectue operações de
e) [Anterior alínea f).] pré-processamento, de mistura ou outras que alterem a
f) ‘Comerciante’ qualquer pessoa singular ou co- natureza ou a composição desses resíduos;
lectiva que intervenha a título principal na compra e aa) ‘Produtor do produto’ qualquer pessoa, singular
subsequente venda de resíduos mesmo que não tome a ou colectiva, que desenvolva, fabrique, embale ou faça
posse física dos resíduos; embalar, transforme, trate, venda ou importe produtos
g) ‘Composto’ a matéria fertilizante resultante da para o território nacional no âmbito da sua actividade
decomposição controlada de resíduos orgânicos, obtida profissional;
pelo processo de compostagem ou por digestão anaeró- bb) ‘Reciclagem’ qualquer operação de valorização,
bia seguida de compostagem; incluindo o reprocessamento de materiais orgânicos,
h) ‘Corretor’ qualquer empresa que organize a valo- através da qual os materiais constituintes dos resíduos
rização ou eliminação de resíduos por conta de outrem são novamente transformados em produtos, materiais
mesmo que não tome a posse física dos resíduos; ou substâncias para o seu fim original ou para outros
i) [Anterior alínea g).] fins mas que não inclui a valorização energética nem o
j) ‘Descontaminação de solos’ o procedimento de reprocessamento em materiais que devam ser utilizados
remoção da fonte de contaminação e o confinamento, como combustível ou em operações de enchimento;
tratamento, in situ ou ex situ, conducente à remoção cc) ‘Recolha’ a apanha de resíduos, incluindo a tria-
e ou à redução de agentes poluentes nos solos, bem gem e o armazenamento preliminares dos resíduos para
como à eliminação ou diminuição dos efeitos por estes fins de transporte para uma instalação de tratamento
causados; de resíduos;
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dd) ‘Recolha selectiva’ a recolha efectuada de forma a incompatível com os respectivos planos de gestão de
manter o fluxo de resíduos separados por tipo e natureza resíduos.
com vista a facilitar o tratamento específico;
ee) ‘Resíduos’ quaisquer substâncias ou objectos de Artigo 5.º
que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obriga-
[…]
ção de se desfazer;
ff) [Anterior alínea v).] 1 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos,
gg) [Anterior alínea x).] incluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial
hh) ‘Resíduo hospitalar’ os resíduos resultantes de dos resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na
actividades de prestação de cuidados de saúde a se- totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu
res humanos ou a animais, nas áreas da prevenção, origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores
diagnóstico, tratamento, reabilitação ou investigação desse produto se tal decorrer de legislação específica
e ensino, bem como de outras actividades envolvendo aplicável.
procedimentos invasivos, tais como acupunctura, 2— .....................................
piercings e tatuagens; 3— .....................................
ii) [Anterior alínea aa).] 4— .....................................
jj) [Anterior alínea bb).] 5 — O produtor inicial dos resíduos ou o detentor de-
ll) ‘Resíduo perigoso’ os resíduos que apresentam vem, em conformidade com os princípios da hierarquia
uma ou mais das características de perigosidade cons- de gestão de resíduos e da protecção da saúde humana
tantes do anexo III do presente decreto-lei, do qual faz e do ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos,
parte integrante; podendo para o efeito recorrer:
mm) [Anterior alínea dd).]
nn) ‘Reutilização’ qualquer operação mediante a qual a) A um comerciante;
produtos ou componentes que não sejam resíduos são b) A uma entidade licenciada que execute operações
utilizados novamente para o mesmo fim para que foram de recolha ou tratamento de resíduos;
concebidos; c) A uma entidade licenciada responsável por siste-
oo) ‘Tratamento’ qualquer operação de valorização mas de gestão de fluxos específicos de resíduos.
ou de eliminação de resíduos, incluindo a preparação
prévia à valorização ou eliminação e as actividades 6 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos,
económicas referidas no anexo IV do presente decreto- conforme definido nos n.os 1 e 3 do presente artigo,
-lei, do qual faz parte integrante; extingue-se pela transferência para uma das entidades
pp) ‘Triagem’ o acto de separação de resíduos me- referidas nas alíneas b) e c) do número anterior.
diante processos manuais ou mecânicos, sem alteração 7 — As pessoas singulares ou colectivas que pro-
das suas características, com vista ao seu tratamento; cedem, a título profissional, à recolha ou transporte
qq) ‘Valorização’ qualquer operação, nomeadamente de resíduos devem entregar os resíduos recolhidos e
as constantes no anexo II do presente decreto-lei, cujo transportados em operadores licenciados para o trata-
resultado principal seja a transformação dos resíduos de mento de resíduos.
modo a servirem um fim útil, substituindo outros mate-
riais que, caso contrário, teriam sido utilizados para um Artigo 6.º
fim específico ou a preparação dos resíduos para esse
Princípio da protecção da saúde humana e do ambiente
fim na instalação ou conjunto da economia.
Constitui objectivo prioritário da política de gestão
Artigo 4.º de resíduos evitar e reduzir os riscos para a saúde hu-
Princípio da auto-suficiência e da proximidade mana e para o ambiente, garantindo que a produção, a
recolha e transporte, o armazenamento preliminar e o
1 — As operações de tratamento devem decorrer tratamento de resíduos sejam realizados recorrendo a
em instalações adequadas com recurso às tecnologias processos ou métodos que não sejam susceptíveis de
e métodos apropriados para assegurar um nível elevado gerar efeitos adversos sobre o ambiente, nomeadamente
de protecção do ambiente e da saúde pública, preferen- poluição da água, do ar, do solo, afectação da fauna ou
cialmente em território nacional e obedecendo a critérios da flora, ruído ou odores ou danos em quaisquer locais
de proximidade. de interesse e na paisagem.
2 — A Autoridade Nacional de Resíduos (ANR)
pode interditar as transferências de resíduos de e para Artigo 7.º
o território nacional, nos termos do Regulamento (CE)
n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, Princípio da hierarquia dos resíduos
de 14 de Junho, executado na ordem jurídica interna 1 — A política e a legislação em matéria de resí-
pelo Decreto-Lei n.º 45/2008, de 11 de Março. duos devem respeitar a seguinte ordem de prioridades
3 — A ANR pode ainda para proteger a rede de ins- no que se refere às opções de prevenção e gestão de
talações nacional, e em derrogação do disposto no Re- resíduos:
gulamento (CE) n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 14 de Junho, limitar as entradas de a) Prevenção e redução;
resíduos destinados a incineradoras que sejam classifi- b) Preparação para a reutilização;
cadas como operações de valorização caso se verifique c) Reciclagem;
que tais entradas implicam a eliminação dos resíduos d) Outros tipos de valorização;
nacionais ou o tratamento desses resíduos de modo e) Eliminação.
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2 — No caso de fluxos específicos de resíduos, a Artigo 13.º


ordem de prioridades estabelecida no número anterior […]
pode não ser observada desde que as opções adoptadas
se justifiquem pela aplicação do conceito de ciclo de 1 — (Anterior corpo do artigo.)
vida aos impactes globais da produção e gestão dos 2 — Os planos de gestão de resíduos devem ser con-
resíduos em causa. formes com os requisitos de planeamento em matéria
3 — Sempre que se aplique o disposto no número de gestão de fluxos específicos de resíduos, designada-
anterior, devem ser tidos em consideração princípios mente os estabelecidos no regime jurídico da gestão de
gerais de protecção do ambiente, da precaução e da embalagens e resíduos de embalagens.
sustentabilidade, a exequibilidade técnica e a viabili- 3 — Os planos de gestão de resíduos devem ainda ser
dade económica, bem como a protecção dos recursos conformes com a estratégia para a redução dos resíduos
e os impactes globais no ambiente, na saúde humana e urbanos biodegradáveis destinados a aterros, referida no
sociais de acordo com o disposto nos artigos 2.º e 6.º artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto,
do presente decreto-lei, devendo ser assegurada a par- cabendo à ANR avaliar e, se necessário, propor medidas
ticipação pública nos termos do artigo 18.º-A. que incentivem:
4 — (Anterior n.º 3.) a) A recolha selectiva de biorresíduos, tendo em vista
5 — (Anterior n.º 4.) a sua compostagem e digestão anaeróbia;
6 — No âmbito do disposto no n.º 1, são fixadas as b) O tratamento dos biorresíduos em moldes que
seguintes metas a alcançar até 2020: satisfaçam um elevado nível de protecção do ambiente;
c) A utilização de materiais ambientalmente seguros
a) Um aumento mínimo global para 50 % em peso
produzidos a partir de biorresíduos, designadamente
relativamente à preparação para a reutilização e a reci-
composto.
clagem de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão,
o plástico, o vidro, o metal, a madeira e os resíduos Artigo 14.º
urbanos biodegradáveis;
b) Um aumento mínimo para 70 % em peso rela- […]
tivamente à preparação para a reutilização, a recicla- 1— .....................................
gem e outras formas de valorização material, incluindo 2 — O plano nacional de gestão de resíduos é elabo-
operações de enchimento que utilizem resíduos como rado pela ANR e é aprovado por resolução do Conselho
substituto de outros materiais, resíduos de construção de Ministros, após audição da Associação Nacional de
e demolição não perigosos, com exclusão dos materiais Municípios Portugueses.
naturais definidos na categoria 17 05 04 da Lista Euro-
peia de Resíduos (LER). Artigo 15.º
7 — Compete à ANR assegurar a monitorização do […]
cumprimento das metas definidas no número anterior, 1— .....................................
de acordo com os métodos de aplicação e de cálculo 2— .....................................
estabelecidos por decisão da Comissão Europeia. 3 — Compete à ANR, em articulação com outras en-
8 — Com vista à concretização das metas previstas no tidades com competência em razão da matéria, elaborar
n.º 6, sempre que tecnicamente exequível, é obrigatória os planos específicos de gestão de resíduos.
a utilização de pelo menos 5 % de materiais reciclados
ou que incorporem materiais reciclados relativamente Artigo 17.º
à quantidade total de matérias-primas usadas em obra, […]
no âmbito da contratação de empreitadas de construção
e de manutenção de infra-estruturas ao abrigo do Có- 1 — Os planos de gestão de resíduos devem integrar:
digo dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei a) A análise da situação actual da gestão de resí-
n.º 18/2008, de 29 de Janeiro. duos;
9 — Os materiais referidos no número anterior devem b) A definição das medidas a adoptar para melhorar
ser certificados pelas entidades competentes, nacionais o tratamento de resíduos;
ou europeias, de acordo com a legislação aplicável. c) A avaliação do modo como o plano é susceptí-
vel de apoiar a execução dos objectivos do presente
Artigo 9.º decreto-lei.
[…]
2 — A elaboração dos planos de gestão de resíduos
1— ..................................... deve obedecer ao disposto no anexo VI do presente
2 — É proibida a realização de operações de trata- decreto-lei, do qual faz parte integrante.
mento de resíduos não licenciadas nos termos do pre-
sente decreto-lei. Artigo 18.º
3 — São igualmente proibidos o abandono de resí-
Avaliação e revisão dos planos e programas
duos, a incineração de resíduos no mar e a sua injecção
no solo, a queima a céu aberto nos termos do artigo 13.º 1 — Os planos de gestão e os programas de preven-
do Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, bem como ção de resíduos são avaliados e, se necessário, revistos,
a descarga de resíduos em locais não licenciados para pelo menos, de seis em seis anos contados a partir da
realização de tratamento de resíduos. data da sua aprovação.
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2 — Os planos específicos de gestão de resíduos 3 — O disposto no presente capítulo é ainda aplicá-


e os programas de prevenção de resíduos são rea- vel, com as necessárias adaptações, às operações de tra-
valiados no prazo máximo de dois anos a contar da tamento de resíduos que se desenvolvam em instalações
aprovação do plano nacional de gestão de resíduos móveis, devendo o acto de licenciamento, nestes casos,
e, se necessário, revistos no prazo máximo de três definir os tipos de locais em que o seu desenvolvimento
anos em articulação com a entidade competente em é permitido, de acordo com o tipo de resíduos e de
razão da matéria. operações de gestão em causa.
3 — Os planos multimunicipais, intermunicipais e 4 — Estão isentas de licenciamento nos termos do
municipais de acção são revistos no prazo máximo de presente capítulo as seguintes operações de tratamento:
um ano a contar da aprovação da revisão do plano es-
a) Valorização energética de resíduos vegetais fibro-
pecífico de gestão de resíduos urbanos.
sos provenientes da produção de pasta virgem e de papel,
se forem co-incinerados no local de produção;
Artigo 20.º b) Valorização energética de resíduos de madeira
Normas técnicas e cortiça, com excepção daqueles que possam conter
compostos orgânicos halogenados ou metais pesados
1 — Podem ser estabelecidas normas técnicas rela-
resultantes de tratamento com conservantes ou revesti-
tivas à gestão de resíduos de modo a assegurar que os
mento, incluindo, em especial, os provenientes de obras
resíduos são tratados em conformidade com o princípio
de construção e demolição;
da protecção da saúde humana e do ambiente previsto
c) Valorização energética da fracção dos biorresíduos
no artigo 6.º
provenientes de espaços verdes;
2 — As normas técnicas que enquadrem isenções de
d) Valorização energética da fracção dos biorresíduos
licenciamento previstas no artigo 23.º devem observar
de origem vegetal provenientes da indústria de trans-
o disposto no artigo 6.º e definem, para a operação de
formação de produtos alimentares;
tratamento de resíduos em causa, os tipos e quantidades
e) Valorização não energética de resíduos não perigo-
de resíduos isentos, o método de tratamento a utilizar
sos, quando efectuada pelo produtor dos resíduos resul-
e, no caso de operações de eliminação, consideram
tantes da sua própria actividade, no local de produção
ainda as melhores técnicas disponíveis, na acepção da
ou em local análogo ao local de produção pertencente
alínea l) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 173/2008, de
à mesma entidade;
26 de Agosto.
f) Valorização não energética de resíduos perigosos,
3 — Quando estejam em causa resíduos perigosos,
quando efectuada pelo produtor dos resíduos, desde
as normas técnicas que enquadrem isenções de licen-
que abrangida por normas técnicas previstas nos n.os 2
ciamento estabelecem ainda condições específicas para
e 3 do artigo 20.º
o efeito, designadamente actividades abrangidas, requi-
sitos necessários para a valorização, valores limite para
5 — Estão ainda isentas de licenciamento, desde que
o teor de substâncias perigosas nos resíduos e valores
enquadradas por normas técnicas aprovadas nos termos
limite de emissão.
do artigo 20.º:
4 — As normas técnicas são aprovadas por portaria
do membro do Governo responsável pela área do am- a) As operações de valorização de resíduos não pre-
biente, devendo as normas técnicas de maior relevância vistas no número anterior ou de eliminação de resíduos
para o sector dos resíduos, identificadas por proposta não perigosos quando efectuadas pelo seu produtor e
da ANR, ser aprovadas no prazo de um ano a contar da no próprio local de produção;
data da entrada em vigor do presente decreto-lei. b) As operações de valorização de resíduos, desig-
5 — As operações de tratamento de resíduos são rea- nadamente de resíduos transaccionados no mercado
lizadas sob a direcção de um responsável técnico, cujas organizado de resíduos.
obrigações e habilitações profissionais são definidas
por portaria do membro do Governo responsável pela Artigo 26.º
área do ambiente.
Apresentação de documentos

Artigo 21.º 1 — O pedido de licença para a actividade de tra-


tamento de resíduos bem como os outros documentos
Transporte de resíduos
exigidos no âmbito do presente decreto-lei são apre-
1 — O transporte de resíduos está sujeito a registo sentados pelo requerente em suporte informático e por
electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, meios electrónicos, através do balcão único electrónico
transportadores e destinatários dos resíduos, através dos serviços, podendo as peças desenhadas ser apresen-
de uma e-GAR disponível no sítio da ANR na Internet. tadas em suporte de papel.
2 — (Anterior n.º 1.) 2 — Os documentos são acompanhados de declara-
ção que ateste a autenticidade das declarações presta-
Artigo 23.º das, elaborada e assinada pelo interessado ou pelo seu
representante legal quando se trate de pessoa colectiva,
[…]
sendo a assinatura feita através dos meios de certificação
1 — A actividade de tratamento de resíduos está electrónica.
sujeita a licenciamento por razões de saúde pública 3 — Todas as comunicações subsequentes entre a
e de protecção do ambiente, nos termos do presente entidade licenciadora e o interessado, no âmbito do
capítulo. procedimento referido no n.º 1, são realizadas por meios
2— ..................................... electrónicos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3257

Artigo 28.º c) Identificação das medidas de protecção do am-


[…]
biente e da saúde pública a implementar.

1 — No prazo de 10 dias a contar da recepção do 3— .....................................


pedido ou da recepção dos elementos adicionais re- 4— .....................................
feridos nos n.os 2 a 4 do artigo anterior, a autoridade 5— .....................................
licenciadora promove a consulta das entidades que 6 — O licenciamento de operações de tratamento
devam pronunciar-se no âmbito do procedimento de de resíduos nos termos do presente artigo depende do
licenciamento, nomeadamente: cumprimento dos seguintes requisitos:
a) Do organismo regional com responsabilidade pela a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
gestão da água, relativamente à afectação dos recursos b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
hídricos; c) Compatibilidade da localização pretendida com
b) Do serviço regional desconcentrado responsável os instrumentos de gestão territorial e com as servi-
pela área do ordenamento do território, quanto à compa- dões administrativas e restrições de utilidade pública
tibilidade da localização prevista com os instrumentos aplicáveis, de acordo com parecer emitido pelo serviço
de gestão territorial e com as servidões administrativas regional desconcentrado responsável pela área do orde-
e restrições de utilidade pública respectivamente apli- namento do território no decurso do procedimento de
cáveis. licenciamento simplificado.
2 — (Revogado.)
7 — Em caso de deferimento, a licença é emitida nos
3— .....................................
termos do artigo 33.º
4— .....................................
5— ..................................... 8 — (Anterior n.º 9.)
6— ..................................... 9 — As actividades abrangidas pelo licenciamento
7— ..................................... simplificado estão sujeitas a vistoria de controlo, efec-
tuada pela entidade licenciadora no prazo máximo de
Artigo 32.º seis meses após emissão do alvará, aplicando-se, com
as necessárias adaptações, o disposto no artigo 30.º
Licenciamento simplificado
1 — São licenciados em procedimento de regime Artigo 33.º
simplificado, analisado e decidido no prazo de 30 dias Alvará de licença
pela entidade licenciadora:
1— .....................................
a) O tratamento de resíduos relativo a situações pon-
tuais, dotadas de carácter não permanente ou em que a) A identificação do titular da licença, incluindo
os resíduos não resultem da normal actividade produ- o endereço completo da instalação licenciada e a sua
tiva; georreferenciação;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) (Revogada.) c) Indicação exacta dos códigos dos resíduos abrangi-
d) O armazenamento e a triagem de resíduos em dos, de acordo com a LER, e das quantidades máximas,
centros de recepção que integram sistemas de gestão total e instantânea, de resíduos objecto da operação de
de fluxos específicos de resíduos; valorização ou eliminação, classificada de acordo com
e) (Revogada.) os anexos I e II do presente decreto-lei;
f) A valorização de resíduos realizada a título expe- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rimental destinada a fins de investigação, desenvol- e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vimento e ensaio de medidas de aperfeiçoamento dos f) A identificação das instalações e ou equipamentos
processos de gestão de resíduos, por um período máximo licenciados, incluindo a indicação dos mesmos em peça
de 6 meses, prorrogável até 18 meses; desenhada e os requisitos técnicos relevantes;
g) A valorização de resíduos não perigosos que não g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
seja efectuada pelo produtor dos resíduos, com excepção h) As operações de acompanhamento e controlo que
da valorização energética e da valorização orgânica; forem necessárias;
h) (Revogada.) i) As disposições que forem necessárias em matéria
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de encerramento e de manutenção após o encerra-
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mento;
l) (Revogada.) j) A indicação da eficiência energética quando es-
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . teja em causa uma operação de incineração ou de co-
-incineração, com valorização energética;
2 — O pedido de licenciamento simplificado é ins- l) Consequências do não cumprimento das condições
truído com os seguintes elementos: da licença.
a) Memória descritiva das operações em causa e do
tipo e quantidade de resíduos envolvidos; 2 — A licença é válida pelo período nela fixado, que
b) Informação relativa à sua localização geográfica não pode ser superior a cinco anos.
definida na portaria a que se refere a subalínea ii) da 3 — A ANR disponibiliza o modelo de alvará de
alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º e que seja relevante para licença na plataforma de gestão dos processos de licen-
a apreciação do pedido; ciamento e no seu sítio da Internet.
3258 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

Artigo 35.º 3— .....................................


Renovação da licença
4— .....................................

1 — (Anterior n.º 2.) a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


2 — O requerente fica dispensado de apresentar com b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o pedido de renovação os documentos que hajam ins- c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
truído o anterior pedido de licença e que se mantenham d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
válidos. e) O operador realizar operações de tratamento em
3 — (Revogado.) instalações não abrangidas pelo licenciamento.
4 — (Revogado.)
5 — (Revogado.) Artigo 42.º
6 — A decisão de renovação é proferida no prazo […]
de 30 dias a contar da data de apresentação do reque-
rimento, sendo realizada, pela entidade licenciadora, 1 — No licenciamento de uma actividade abran-
vistoria prévia para verificação do cumprimento das gida pelo regime de exercício da actividade industrial,
condições fixadas no alvará de licença nos termos do aprovado pelo Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Ou-
artigo 30.º tubro, que careça igualmente de licenciamento para
7— ..................................... a actividade de tratamento de resíduos ao abrigo do
presente decreto-lei, o alvará de licença da actividade
Artigo 36.º de tratamento de resíduos é substituído por um parecer
vinculativo.
Alteração do alvará de licença
2 — O parecer referido no número anterior é emitido
1 — O alvará de licença da operação de tratamento no âmbito do procedimento de licenciamento indus-
de resíduos pode ser alterado na sequência de decisão da trial pela entidade competente para o licenciamento
entidade licenciadora nos termos do n.º 2 do artigo 34.º da actividade de tratamento de resíduos nos termos do
ou por solicitação do operador, quando pretenda mo- artigo 24.º
dificar o tipo de operação realizada, o tipo de resíduo 3 — (Anterior n.º 2.)
objecto de gestão, a quantidade de resíduos tratados ou 4 — (Anterior n.º 3.)
a área de instalação.
2 — No caso de alteração requerida pelo operador, a Artigo 44.º
entidade licenciadora pode decidir e notificar o reque-
rente para apresentar um novo pedido de licença, nos […]
termos do disposto nos artigos 27.º e 32.º, sempre que 1 — A gestão de fluxos específicos de resíduos está
das alterações introduzidas resulte o exercício de uma sujeita a licença ou autorização nos termos da legislação
operação substancialmente diferente da originalmente especial, aplicando-se as disposições do presente decreto-
licenciada, nomeadamente quando se verifique: -lei a tudo o que não estiver nela previsto.
a) A modificação da operação de valorização ou eli- 2 — A licença ou autorização previstas no número
minação, classificada de acordo com os anexos I e II do anterior estabelecem as condições da gestão de fluxos.
presente decreto-lei, aplicada a cada resíduo a tratar; 3 — No que se refere ao modelo económico e finan-
b) O tratamento de resíduos, classificados de acordo ceiro dos sistemas integrados de gestão de fluxos espe-
com a LER, não contemplados no alvará de licença cíficos de resíduos, a fixação de prestações financeiras
anterior, e que impliquem uma alteração do processo e contrapartidas, no âmbito das respectivas licenças ou
de tratamento; autorizações, é assegurada pela ANR em colaboração
c) [Anterior alínea c) do n.º 1.] com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
d) [Anterior alínea d) do n.º 1.] Resíduos, I. P., no que respeita aos fluxos com interface
com os resíduos urbanos.
3 — Sempre que as alterações introduzidas consubs- 4 — O incumprimento reiterado das condições da
tanciem um novo pedido nos termos do número anterior, licença ou da autorização previstas no n.º 2 constitui
o pedido é instruído, com as necessárias adaptações, nos fundamento para a respectiva cassação, sem prejuízo
termos do disposto nos artigos 27.º e 32.º do regime contra-ordenacional aplicável.
4— .....................................
Artigo 45.º
Artigo 38.º
[…]
[…]
1 — Compete à ANR manter, no seu sítio na Internet,
1— ..................................... um sistema integrado de registo electrónico de resí-
2— ..................................... duos, designado por SIRER, suportado no Sistema In-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tegrado de Registo da Agência Portuguesa do Ambiente
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (SIRAPA), que permita o registo e o armazenamento de
c) Incumprimento das condições impostas no âmbito dados relativos a produção e gestão de resíduos e a pro-
das vistorias de controlo efectuadas nos termos do n.º 9 dutos colocados no mercado abrangidos por legislação
do artigo 32.º; relativa a fluxos específicos de resíduos, bem como a
d) Desconformidade da instalação e ou equipamento transmissão e consulta de informação sobre a matéria.
com o projecto objecto de licenciamento. 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3259

Artigo 46.º Artigo 51.º


[…] […]
1— ..................................... 1— .....................................
2 — O regulamento de funcionamento do SIRER 2— .....................................
é aprovado por portaria do membro do Governo res- 3 — As comissões de acompanhamento local são
ponsável pela área do ambiente e dele devem constar, compostas pelos elementos indicados no despacho a
designadamente, os procedimentos de inscrição e re- que se refere o n.º 1, bem como por representantes dos
gisto bem como o regime de acesso e de utilização da municípios cuja circunscrição concelhia seja abrangida
plataforma. pela operação e dos municípios limítrofes, quando sejam
3 — A ANR pode transferir a gestão do SIRER, total afectados pelos efeitos das actividades desenvolvidas
ou parcialmente, a outra entidade, nos termos a fixar nas instalações em causa.
por portaria do membro do Governo responsável pela
área do ambiente. Artigo 54.º
Artigo 48.º […]

Obrigatoriedade de inscrição e de registo 1— .....................................


2— .....................................
1 — Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados
no SIRER: a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) (Revogada.)
a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis c) Autorização de sistemas individuais de gestão de
por estabelecimentos que empreguem mais de 10 traba-
resíduos — € 5000;
lhadores e que produzam resíduos não urbanos;
b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis d) (Revogada.)
por estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; e) (Revogada.)
c) As pessoas singulares ou colectivas que procedam f) (Revogada.)
ao tratamento de resíduos a título profissional; g) (Revogada.)
d) As pessoas singulares ou colectivas que procedam à h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
recolha ou ao transporte de resíduos a título profissional;
e) As entidades responsáveis pelos sistemas de gestão 3 — (Revogado.)
de resíduos urbanos;
f) As entidades responsáveis pela gestão de siste- Artigo 58.º
mas individuais ou integrados de fluxos específicos […]
de resíduos;
g) Os operadores que actuam no mercado de resíduos, 1— .....................................
designadamente como corretores ou comerciantes; 2— .....................................
h) Os produtores de produtos sujeitos à obrigação 3— .....................................
de registo nos termos da legislação relativa a fluxos 4— .....................................
específicos. 5— .....................................
6— .....................................
2 — Estão ainda sujeitos a inscrição produtores de 7 — O produto da taxa de gestão de resíduos é afecto
resíduos que não se enquadrem no número anterior mas nos seguintes termos:
que se encontrem obrigados ao registo electrónico das
a) 2,5 % a favor da Inspecção-Geral do Ambiente e
guias de acompanhamento do transporte rodoviário de
do Ordenamento do Território (IGAOT);
resíduos.
b) Do montante remanescente:
Artigo 49.º i) 70 % a favor da entidade licenciadora das insta-
[…] lações de gestão de resíduos em causa e 30 % a favor
da ANR, nos casos abrangidos pelas alíneas a), b) e e)
1— ..................................... do n.º 2;
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii) Integralmente a favor da ANR, nos casos abran-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . gidos pelas alíneas c) e d) do n.º 2.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) Identificação dos transportadores. 8— .....................................
9— .....................................
2 — Para efeitos de registo na plataforma, os produ- 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte 11 — A taxa de gestão de resíduos aplicável aos re-
informação: fugos e rejeitados abrangidos pelas alíneas a) e b) do
n.º 2 apenas é devida a partir de 1 de Janeiro de 2012
a) Identificação do produtor e marcas comercializa- e incide sobre os quantitativos de refugos e rejeitados,
das, se aplicável; depositados em aterros, incinerados ou co-incinerados,
b) Identificação do tipo de produto e quantidades superiores a:
colocadas no mercado anualmente;
c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adop- a) 25 % do total de resíduos tratados nas unidades
tado. de valorização orgânica;
3260 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

b) 30 % do total de resíduos tratados nas unidades f) O transporte de resíduos em violação das normas
de triagem. técnicas previstas no n.º 2 do artigo 21.º;
g) A produção, a recolha e o transporte de resíduos
Artigo 60.º perigosos realizadas em violação do disposto no n.º 1
do artigo 21.º-A;
Actualização e liquidação
h) O incumprimento do dever de proceder à sepa-
1— ..................................... ração dos resíduos perigosos nos termos do n.º 3 do
2— ..................................... artigo 21.º-A;
3— ..................................... i) A violação da obrigação de tratamento nos termos
4 — As taxas de licenciamento e de autorização pre- do n.º 3 do artigo 22.º-A;
vistas no presente capítulo não contemplam isenções j) A violação da obrigação de recolha selectiva nos
subjectivas nem objectivas e são devidas por inteiro no termos do n.º 3 do artigo 22.º-A;
caso de renovação e no valor correspondente a 20 % do l) A colocação no mercado de composto em violação
valor por inteiro nos casos de transmissão ou prorroga- dos requisitos e deveres previstos respectivamente nos
ção das licenças, não havendo então lugar à liquidação n.os 1 e 2 do artigo 22.º-B;
de taxa por averbamento. m) A colocação de composto no mercado em incum-
5— ..................................... primento do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 22.º-B;
6 — A receita prevista na alínea a) do n.º 7 do ar- n) O exercício das actividades de tratamento de re-
tigo 58.º constitui receita própria da IGAOT. síduos em violação das condições impostas no alvará
de licença nos termos do artigo 33.º;
o) [Anterior alínea d) do n.º 2.]
Artigo 67.º
p) [Anterior alínea f) do n.º 1.]
Contra-ordenações ambientais q) A gestão de fluxos específicos de resíduos em
violação das condições estabelecidas na licença ou au-
1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito
torização nos termos do n.º 2 do artigo 44.º;
grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de r) O incumprimento da obrigação de inscrição e re-
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e gisto de dados no SIRER, em violação do disposto no
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, artigo 48.º;
de 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: s) A violação da obrigação de facultar informações nos
a) A violação das proibições previstas no n.º 3 do termos dos n.os 2 do artigo 49.º-A e 4 do artigo 51.º-A;
artigo 9.º; t) O não cumprimento da determinação de realização
b) A violação da proibição de proceder à operação de auditorias nos termos do n.º 5 do artigo 51.º-A;
de mistura, incluindo a diluição de resíduos perigosos u) O incumprimento do dever de manutenção e de
nos termos do n.º 2 do artigo 21.º-A; monitorização ambiental das lixeiras nos termos do
c) A violação da proibição da mistura de óleos usados n.º 1 do artigo 75.º-A;
nos termos do n.º 4 do artigo 22.º-A; v) A manutenção e a monitorização ambiental das
d) O exercício não licenciado das actividades de tra- lixeiras em inobservância das normas técnicas nos ter-
tamento de resíduos em violação do disposto no n.º 2 mos no n.º 2 do artigo 75.º-A.
do artigo 9.º e no artigo 23.º;
e) [Anterior alínea d).] 3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu-
f) A realização de operações de gestão de resíduos nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
com base em licença suspensa ou revogada pela entidade alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
licenciadora nos termos do artigo 38.º; ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
g) A gestão de fluxos específicos de resíduos sem
licença ou autorização nos termos do n.º 1 do artigo 44.º a) A não separação na origem dos resíduos produzi-
dos de forma a promover preferencialmente a sua valo-
2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave, rização, em violação do disposto no n.º 4 do artigo 7.º;
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, b) O incumprimento do disposto no n.º 8 do artigo 7.º;
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- c) O transporte de resíduos em incumprimento da obri-
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de gação de registo na e-GAR prevista no n.º 1 do artigo 21.º;
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: d) O transporte de resíduos sem se fazer acompanhar
da guia de acompanhamento de resíduos prevista na
a) [Anterior alínea a) do n.º 1.] Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio;
b) A violação pelo produtor do produto da obrigação e) O incumprimento da obrigação de registo de dados
de promover as alterações na concepção do produto nos ou o registo de dados incorrecto ou insuficiente nos
termos dos n.os 2 e 3 do artigo 10.º-A; termos do artigo 49.º;
c) A violação das normas técnicas relativas à gestão f) O incumprimento da obrigação de manutenção de
de resíduos previstas no artigo 20.º; registo de dados nos termos do n.º 1 do artigo 49.º-A;
d) A realização de operações de gestão de resíduos em g) O incumprimento dos prazos de inscrição e de
incumprimento das obrigações do responsável técnico registo nos termos do artigo 49.º-B.
constantes da portaria prevista no n.º 5 do artigo 20.º;
e) A realização de operações de gestão de resíduos 4 — A tentativa e a negligência são puníveis.
em incumprimento das normas relativas às habilitações 5 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos
profissionais do responsável técnico constantes da por- do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
taria prevista no n.º 5 do artigo 20.º; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3261

rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, ceiramente, ao produtor do produto a responsabilidade
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- pelos impactes ambientais e pela produção de resíduos
ções muito graves e graves previstas nos n.os 1 e 2 quando decorrentes do processo produtivo e da posterior utiliza-
a medida concreta da coima aplicada ultrapasse metade ção dos respectivos produtos, bem como da sua gestão
do montante máximo da coima abstractamente aplicável. quando atingem o final de vida.
2 — Para efeitos da aplicação do disposto no número
Artigo 68.º anterior, o produtor do produto pode ser obrigado a
Sanções acessórias e apreensão cautelar
promover alterações na concepção do produto de modo
a assegurar a aplicação do princípio estabelecido no
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- artigo 6.º e dando origem a menos resíduos na sua pro-
que, pode a autoridade competente, simultaneamente dução e posterior utilização, bem como a garantir que
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- o tratamento dos produtos que tenham assumido a na-
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos tureza de resíduos se realize em conformidade com os
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei princípios estabelecidos nos artigos 6.º e 7.º
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- 3 — A aplicação do disposto nos números anteriores
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, está dependente da exequibilidade técnica e da viabi-
consoante o tipo de contra-ordenação aplicável. lidade económica, dos impactes globais no ambiente,
2 — As entidades referidas no artigo 66.º podem na saúde humana e sociais e do respeito pelo funciona-
ainda, sempre que necessário, determinar a apreensão mento adequado do mercado interno.
provisória de bens e documentos, nos termos previstos 4 — A responsabilidade do produtor do produto pela
no artigo 42.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alte- gestão dos resíduos provenientes dos seus próprios pro-
rada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada dutos pode ser assumida a título individual ou transfe-
pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de rida para um sistema integrado, nos termos da lei, ou
Outubro. ainda através da celebração de acordos voluntários entre
Artigo 70.º o produtor do produto e a ANR.
[…]
Artigo 17.º-A
1— ..................................... Programas de prevenção de resíduos
2 — Quando a entidade autuante não tenha compe-
tência para instruir o processo, o mesmo é instruído e 1 — Até 12 de Dezembro de 2013 são elaborados
decidido pela ARR territorialmente competente face ao programas de prevenção de resíduos, de acordo com as
local da prática da infracção. medidas constantes do anexo V do presente decreto-lei,
do qual faz parte integrante, tendo em vista dissociar o
Artigo 71.º crescimento económico dos impactes ambientais rela-
cionados com a produção de resíduos.
[…]
2 — Os programas referidos no número anterior po-
Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de dem ser integrados em planos de gestão de resíduos
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e ou noutros programas de política ambiental, devendo,
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, nestes casos, ficar claramente identificadas as compo-
de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se nentes relativas à prevenção.
torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde- 3 — Os programas de prevenção de resíduos de-
natória, a afectação do produto das coimas resultante da vem conter as medidas e os objectivos de prevenção,
aplicação das contra-ordenações previstas no presente existentes e previstos, bem como indicadores e valores
decreto-lei é realizada da seguinte forma: de referência qualitativos ou quantitativos específicos
adequados às medidas de prevenção que garantam o
a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental; acompanhamento e a avaliação dos progressos da im-
b) 25 % para a autoridade que a aplique; plementação das referidas medidas.
c) 15 % para a entidade autuante; 4 — Os programas de prevenção de resíduos são
d) 10 % para o Estado.» aprovados por portaria dos membros do Governo res-
ponsáveis pelas áreas do ambiente e da geradora dos
Artigo 3.º resíduos em causa.
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro
Artigo 18.º-A
São aditados ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Se-
tembro, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezem- Consulta pública
bro, e pelo Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto, 1 — Os planos de gestão de resíduos e os programas
os artigos 10.º-A, 17.º-A, 18.º-A, 21.º-A, 22.º-A, 22.º-B, de prevenção de resíduos são sujeitos a consulta pública
26.º-A, 31.º-A, 41.º-A, 41.º-B, 41.º-C, 42.º-A, 44.º-A, antes da respectiva aprovação, a efectuar nos termos
44.º-B, 49.º-A, 49.º-B, 51.º-A, 59.º-A, 72.º-A e 75.º-A, do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, com as
com a seguinte redacção: necessárias adaptações.
«Artigo 10.º-A 2 — Os planos e programas previstos no número
anterior que sejam sujeitos ao regime de avaliação dos
Princípio da responsabilidade alargada do produtor
efeitos de determinados planos e programas no am-
1 — A responsabilidade alargada do produtor con- biente, nos termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15
siste em atribuir, total ou parcialmente, física e ou finan- de Junho, seguem o procedimento nele estabelecido.
3262 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

3 — Após a aprovação, os planos de gestão de re- Artigo 22.º-B


síduos e os programas de prevenção de resíduos são Composto
disponibilizados ao público no sítio da Internet da ANR.
1 — O composto pode ser colocado no mercado
Artigo 21.º-A como correctivo orgânico desde que sejam observados
os requisitos constantes de portaria a aprovar pelos
Resíduos perigosos
membros do Governo responsáveis pelas áreas do am-
1 — A produção, a recolha e o transporte de resíduos biente, da agricultura e da economia.
perigosos, bem como o seu armazenamento e tratamento, 2 — Para efeitos de colocação no mercado, podem
são realizados em condições que assegurem a protecção ser utilizados para a produção de composto os resíduos
do ambiente e da saúde nos termos do artigo 6.º, obser- indicados na lista de resíduos a definir na portaria refe-
vando medidas de garantia da rastreabilidade desde a rida no número anterior.
produção até ao destino final. 3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
2 — A operação de mistura, incluindo a diluição, de o operador responsável pela colocação do composto
resíduos perigosos com outras categorias de resíduos no mercado, antes de proceder a essa colocação, deve
perigosos ou com outros resíduos, substâncias ou mate- certificar-se de que o composto cumpre os requisitos de
riais é proibida, salvo em casos devidamente autorizados qualidade estabelecidos na portaria referida no n.º 1 e as
em que, cumulativamente, a operação: obrigações em matéria de marcação, rotulagem, embala-
a) Seja executada por um operador licenciado nos gem, registo e documentação constantes do Decreto-Lei
termos do capítulo III do título II do presente decreto-lei; n.º 190/2004, de 17 de Agosto.
b) Observe o disposto no artigo 6.º e não agrave os 4 — O operador responsável pela colocação do com-
impactes negativos da gestão de resíduos na saúde hu- posto no mercado deve elaborar e executar um plano de
mana e no ambiente; controlo de qualidade que observe os requisitos previs-
c) Seja conforme às melhores técnicas disponíveis. tos na portaria referida no n.º 1.
5 — O operador responsável pela colocação do com-
posto no mercado deve dispor de um técnico qualificado
3 — Sem prejuízo do disposto no capítulo I do título V
do presente decreto-lei, caso tenha ocorrido mistura e de um laboratório, para o controlo analítico previsto
de resíduos perigosos em desrespeito pelo disposto no no número anterior, podendo para o efeito recorrer a
número anterior deve proceder-se à sua separação, se entidade externa.
tal for possível, necessário e viável técnica e econo-
micamente, a fim de dar cumprimento ao disposto no Artigo 26.º-A
princípio da protecção da saúde humana e do ambiente Plataforma electrónica de gestão dos processos
previsto no artigo 6.º de licenciamento
4 — O disposto nos números anteriores não se aplica 1 — A ANR mantém disponível ao público, no seu
a resíduos urbanos recolhidos indiferenciadamente. sítio na Internet, uma plataforma electrónica de gestão
5 — Para efeitos de recolha, transporte e armazena- dos processos de licenciamento, através da qual podem
mento preliminar, os resíduos perigosos, com excepção ser consultados o estado e o cadastro dos processos ac-
dos urbanos, são embalados e rotulados nos termos da tualizado e articulado com o cadastro ambiental previsto
legislação em vigor. na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla-
Artigo 22.º-A ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
Óleos usados 2 — A ANR, em colaboração com as demais enti-
dades licenciadoras, garante a interoperabilidade da
1 — A gestão de óleos usados rege-se pelo regime plataforma electrónica de gestão dos processos de li-
jurídico específico sem prejuízo da aplicação do dis- cenciamento com outras plataformas electrónicas de
posto no presente decreto-lei em tudo o que não estiver licenciamento, nomeadamente a que suporta o licencia-
naquele previsto. mento do exercício da actividade industrial.
2 — Entende-se por ‘óleos usados’ quaisquer lubrifi- 3 — A actualização da plataforma electrónica de ges-
cantes, minerais ou sintéticos, ou óleos industriais que tão dos processos de licenciamento, incluindo designa-
se tenham tornado impróprios para o uso a que estavam damente a emissão, renovação, alteração ou transmissão
inicialmente destinados, tais como os óleos usados dos de licenças bem como as respectivas suspensões ou
motores de combustão e dos sistemas de transmissão, revogações, é da competência das entidades licencia-
os óleos lubrificantes usados e os óleos usados para doras definidas nos termos do artigo 24.º
turbinas e sistemas hidráulicos.
3 — Os óleos usados são recolhidos selectivamente Artigo 31.º-A
sempre que tecnicamente exequível e tratados em con-
formidade com os princípios da hierarquia de gestão Instalações sujeitas a avaliação de impacte ambiental
de resíduos e da protecção da saúde humana e do am- 1 — No caso de uma instalação sujeita a AIA, nos ter-
biente. mos do regime jurídico de AIA, aprovado pelo Decreto-
4 — É proibida a mistura de óleos usados de ca- -Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, o pedido de licença para
racterísticas diferentes bem como a mistura de óleos a operação de tratamento de resíduos é entregue após:
usados com outros tipos de resíduos ou substâncias
se tecnicamente exequível e economicamente viável a) A emissão de DIA favorável ou condicionalmente
e quando a mistura em causa impeça o tratamento dos favorável, no caso de o procedimento de AIA decorrer
óleos usados. em fase de projecto de execução;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3263

b) A emissão de parecer relativo à conformidade do de 29 de Dezembro, e do regime de utilização dos recur-


projecto de execução com a DIA, no caso de o procedi- sos hídricos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007,
mento de AIA decorrer em fase de estudo prévio; de 31 de Maio.
c) A emissão de declaração relativa à dispensa do
procedimento de AIA; ou Artigo 42.º-A
d) O decurso do prazo necessário para deferimento Licenciamento de instalação pecuária
tácito nos termos previstos no regime jurídico de AIA,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio. O licenciamento de uma unidade de biogás ou com-
postagem de efluentes pecuários, na acepção das alí-
2 — Por opção do operador, o procedimento de li- neas t) e u) da Portaria n.º 631/2009, de 9 de Junho, é
cenciamento da actividade de tratamento de resíduos efectuado no âmbito do regime de exercício da activi-
pode decorrer em simultâneo com o procedimento de dade pecuária, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 214/2008,
AIA desde que este seja relativo a um projecto de exe- de 10 de Novembro, com parecer vinculativo a emi-
cução. tir pela entidade competente para o licenciamento da
3 — No caso referido no número anterior, o proce- actividade de tratamento de resíduos nos termos do
dimento de licenciamento da actividade de tratamento artigo 24.º
de resíduos inicia-se logo que seja emitida a declaração
de conformidade do estudo de impacte ambiental, nos Artigo 44.º-A
termos do n.º 4 do artigo 13.º do regime jurídico da Disposições gerais
avaliação de impacte ambiental, aprovado pelo Decreto-
1 — Podem ser considerados ‘subprodutos e não
-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio. resíduos’ quaisquer substâncias ou objectos resultantes
4 — No caso de o procedimento de licenciamento de um processo produtivo cujo principal objectivo não
da operação de tratamento de resíduos decorrer em si- seja a sua produção quando verificadas as seguintes
multâneo com o procedimento de AIA, a comunicação condições:
referida no artigo 29.º só ocorre após a emissão da DIA
favorável ou condicionalmente favorável e, no caso a) Existir a certeza de posterior utilização da subs-
de emissão de DIA desfavorável, a comunicação é de tância ou objecto;
indeferimento do projecto. b) A substância ou objecto poder ser utilizado direc-
tamente, sem qualquer outro processamento que não
Artigo 41.º-A seja o da prática industrial normal;
c) A produção da substância ou objecto ser parte
Licença ambiental integrante de um processo produtivo; e
No caso de instalações de tratamento de resíduos d) A substância ou objecto cumprir os requisitos
sujeitas ao regime de prevenção e controlo integrados relevantes como produto em matéria ambiental e de
da poluição, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de protecção da saúde e não acarretar impactes global-
26 de Agosto, o pedido de licença previsto no artigo 27.º mente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde
do presente decreto-lei é apresentado através do formu- humana, face à posterior utilização específica.
lário para o pedido de licença ambiental, designado por
formulário PCIP. 2 — Na ausência de critérios comunitários, para efei-
tos da aplicação do disposto no número anterior, a ANR
Artigo 41.º-B pode, depois de ouvidos os operadores económicos
directamente interessados ou as suas estruturas represen-
Regime jurídico de urbanização e edificação tativas, definir os critérios que garantam o cumprimento
1 — Sempre que a actividade de tratamento de re- das condições a verificar para que uma substância ou
síduos objecto de licenciamento envolva a realização objecto seja considerado ‘subproduto’.
de operação urbanística sujeita a controlo prévio nos 3 — Para que determinada substância ou objecto
termos do regime jurídico de urbanização e edificação possa ser considerado ‘subproduto’, os interessados,
(RJUE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 através das respectivas associações sectoriais ou indi-
de Dezembro, o requerente pode apresentar à câmara vidualmente, apresentam um pedido junto da ANR, o
municipal competente o pedido de licença ou comu- qual é decidido no prazo de 90 dias.
nicação prévia, antes de iniciado o procedimento de 4 — A ANR publicita no seu sítio na Internet os cri-
licenciamento previsto no presente capítulo. térios referidos no n.º 2, a lista dos interessados que
2 — A câmara municipal só pode emitir decisão sobre obtiveram decisão favorável, bem como a informação
o pedido referido o número anterior após a emissão da relevante para a decisão adoptada.
comunicação favorável da entidade licenciadora relativa
ao projecto a que se refere o n.º 1 do artigo 29.º Artigo 44.º-B
Fim do estatuto de resíduo
Artigo 41.º-C
1 — O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a
Título de utilização dos recursos hídricos determinados resíduos quando tenham sido submetidos
O licenciamento da actividade de tratamento de resí- a uma operação de valorização, incluindo a reciclagem,
duos nos termos do presente decreto-lei não prejudica e satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos ter-
mos das seguintes condições:
a necessidade de obtenção de título de utilização de
recursos hídricos sempre que o mesmo seja exigível nos a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado
termos da Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, para fins específicos;
3264 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

b) Existir um mercado ou procura para essa subs- exercida por operadores de gestão de resíduos sempre
tância ou objecto; que tal se revele necessário para efeitos de monitoriza-
c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos ção e avaliação do cumprimento dos planos de gestão
técnicos para os fins específicos e respeitar a legislação e programas de prevenção de resíduos.
e as normas aplicáveis aos produtos; e 2 — Compete ainda à ANR a realização de audito-
d) A utilização da substância ou objecto não acarre- rias técnico-financeiras, para balanço de actividade,
tar impactes globalmente adversos do ponto de vista no âmbito dos sistemas de gestão de fluxos específicos
ambiental ou da saúde humana. de resíduos.
3 — Para efeitos do disposto do número anterior, a
2 — Os critérios podem incluir valores limite para os ANR realiza, pelo menos, um balanço relativo ao 1.º trié-
poluentes e ter em conta eventuais efeitos ambientais nio do período de vigência da licença ou autorização
adversos da substância ou objecto. para gestão de fluxo específico, bem como um balanço
3 — Na ausência de definição de critérios a nível no final da respectiva vigência.
comunitário, pode ser decidido, relativamente a determi- 4 — O operador faculta à ANR os elementos neces-
nado resíduo, o fim do estatuto de resíduo, cujos critérios sários à realização de auditorias.
são determinados através de portaria do membro do Go- 5 — Em casos devidamente fundamentados, a ANR
verno responsável pela área do ambiente, sob proposta pode exigir aos titulares de licença ou autorização para
da ANR e tendo em conta a jurisprudência aplicável. gestão de fluxo específico a realização de auditorias
4 — A ANR notifica a Comissão Europeia das de- anuais efectuadas por entidades independentes.
cisões adoptadas referidas no número anterior, nos ter- 6 — As entidades gestoras de fluxos específicos que
mos do disposto no Decreto-Lei n.º 58/2000, de 18 de apresentem a certificação pelo Sistema Comunitário de
Abril. Ecogestão e Auditoria (EMAS) ficam isentas na vertente
técnica do balanço da actividade no final do período de
Artigo 49.º-A licença ou da autorização.
Manutenção de registos
Artigo 59.º-A
1 — As entidades sujeitas a registo nos termos do
artigo 48.º devem manter um registo cronológico dos Taxas de classificação de subprodutos
dados registados nos termos do artigo anterior por um São ainda devidas taxas pelos seguintes actos:
período mínimo de três anos.
2 — As informações referidas no número anterior a) Decisão relativa à classificação de uma substância
devem ser facultadas às autoridades competentes, sem- ou objecto específico como um subproduto — € 5000;
pre que solicitado. b) Decisão relativa à alteração das condições da de-
3 — Os documentos comprovativos da execução cisão referida na alínea anterior — € 1000.
das operações de gestão de resíduos devem, quando
solicitados, ser facultados às autoridades competentes, Artigo 72.º-A
bem como ao detentor anterior dos resíduos.
Relatório e informação à Comissão Europeia
Artigo 49.º-B 1 — A ANR elabora e apresenta à Comissão Euro-
Prazo de inscrição e de registo
peia, de três em três anos, um relatório relativo à execu-
ção do presente decreto-lei, devendo o primeiro relatório
1 — A inscrição no SIRER deve ser efectuada no ser apresentado até 12 de Dezembro de 2014.
prazo de um mês após o início da actividade ou do 2 — O relatório inclui informações relativas a gestão
funcionamento da instalação ou do estabelecimento. de óleos usados, os resultados da execução dos pro-
2 — O prazo para registo anual da informação rela- gramas de prevenção de resíduos, informação sobre as
tiva aos resíduos e aos produtos colocados no mercado medidas previstas no artigo 10.º-A, informação sobre
termina no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano resíduos considerados perigosos que não figurem nessa
a reportar. qualidade na LER e informações registadas relativas a
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, cumprimento de objectivos de reutilização e recicla-
as entidades responsáveis pelos CIRVER, pelas insta- gem.
lações de incineração e co-incineração de resíduos ou 3 — A ANR informa a Comissão Europeia:
pela deposição de resíduos em aterro submetem, até ao
termo do 1.º semestre do ano a reportar, a informação a) Das normas técnicas que consubstanciem uma
necessária para efeitos de liquidação da taxa de gestão isenção de licenciamento nos termos do artigo 20.º;
de resíduos. b) Dos planos de gestão de resíduos e dos programas
4 — O prazo para registo referido no n.º 2 não se de prevenção de resíduos, bem como de quaisquer re-
aplica aos sistemas de gestão de resíduos urbanos, cuja visões substanciais a que sejam sujeitos;
informação é submetida mensalmente, até ao termo do c) Das decisões relativas a transferências de resí-
mês seguinte a que respeitam os dados. duos adoptadas ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 3 do
artigo 4.º;
Artigo 51.º-A d) Dos resíduos considerados perigosos apesar de não
figurarem nessa qualidade na lista de resíduos;
Auditorias
e) Dos resíduos que apesar de constarem como pe-
1 — A ANR pode promover auditorias técnico- rigosos na lista de resíduos sejam fundamentadamente
-ambientais ou económico-financeiras à actividade considerados não perigosos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3265

Artigo 75.º-A Artigo 10.º


Manutenção e monitorização ambiental […]
de antigas lixeiras encerradas
1 — A fiscalização do cumprimento do presente
1 — A responsabilidade pela manutenção e pela mo- decreto-lei compete à Inspecção-Geral do Ambiente e
nitorização ambiental das antigas lixeiras municipais do Ordenamento do Território (IGAOT), à Autoridade
encerradas cabe às entidades gestoras responsáveis pelo de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), às co-
tratamento de resíduos urbanos da área onde essas an- missões de coordenação e desenvolvimento regional
tigas lixeiras se localizam. (CCDR), às direcções regionais de economia (DRE), às
2 — A manutenção e a monitorização ambiental refe- autoridades policiais e a outras entidades competentes
ridas no número anterior são efectuadas de acordo com em razão da matéria, nos termos da lei.
um plano de manutenção e monitorização ambiental a 2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin-
estabelecer pela ANR em articulação com as ARR, as tes, compete às entidades fiscalizadoras instruir os pro-
administrações das regiões hidrográficas e a IGAOT, cessos de contra-ordenação instaurados no âmbito do
o qual integra, designadamente, a identificação das an- presente decreto-lei, bem como decidir da aplicação da
tigas lixeiras que seja necessário manter e monitorizar, coima e sanções acessórias.
os parâmetros a controlar, a periodicidade do controlo 3 — Nos casos em que o auto de notícia tenha sido
e os requisitos de manutenção. levantado pelas autoridades policiais, a autoridade com-
3 — As entidades gestoras referidas no n.º 1, quando petente para a instrução do processo e para decidir da
configurem sistemas de gestão de resíduos urbanos, não aplicação da coima e da sanção acessória é a CCDR
são responsáveis pelos eventuais danos causados ao territorialmente competente face ao local da prática da
ambiente ou à saúde pública decorrentes da deposição infracção.
de resíduos nas lixeiras em causa.» 4 — No caso de processos de contra-ordenação ins-
truídos pela ASAE, compete à Comissão de Aplicação
Artigo 4.º de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade
Aditamento de anexos ao Decreto-Lei n.º 178/2006, a aplicação das respectivas coimas e sanções acessó-
de 5 de Setembro rias.
São aditados ao Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Se-
tembro, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezem- Artigo 11.º
bro, e pelo Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto, […]
os anexos I, II, III, IV, V e VI, com a redacção constante
do anexo I do presente decreto-lei, do qual fazem parte 1 — Constitui contra-ordenação ambiental grave,
integrante. punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
Artigo 5.º ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
Alteração ao Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro
a) A colocação no mercado pelo embalador ou im-
Os artigos 5.º, 10.º, 11.º, 12.º e 13.º do Decreto-Lei portador de produtos embalados sem que a gestão das
n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, alterado pelos Decretos- respectivas embalagens ou resíduos de embalagens te-
-Leis n.os 162/2000, de 27 de Julho, 92/2006, de 25 de Maio, nha sido assegurada nos termos do n.º 1 do artigo 5.º e
e 178/2006, de 5 de Setembro, passam a ter a seguinte das portarias previstas no artigo 9.º;
redacção: b) A colocação no mercado pelo embalador ou im-
portador de produtos embalados sem respeito pelos
«Artigo 5.º requisitos de embalagem a que se refere o artigo 8.º;
[…] c) A recusa de aceitação de embalagens usadas, bem
como a recusa de reembolso do depósito devido por
1— ..................................... parte do distribuidor de produtos embalados, nos casos
2— ..................................... em que essa aceitação é obrigatória, de acordo com
3— ..................................... o estipulado nas portarias previstas no artigo 9.º, que
4— ..................................... estabelecem as regras de funcionamento dos sistemas
5 — O disposto no presente artigo não é aplicável de consignação e integrado;
aos responsáveis pela primeira colocação no mercado d) A marcação abusiva de embalagens abrangidas
de embalagens não reutilizáveis de matérias-primas e pelo presente diploma com o símbolo que lhes for apli-
de produtos embalados desde que utilizadas exclusiva- cável, nos termos do artigo 6.º e das portarias previstas
mente para consumo próprio nas respectivas instalações no artigo 9.º
e objecto de um circuito fechado no seu processo de
utilização. 2 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu-
6 — Os responsáveis referidos no número anterior nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
ficam sujeitos ao regime constante do Decreto-Lei alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro, alterado pela Lei ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro, e pelos Decretos-
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
-Leis n.os 183/2009, de 10 de Agosto, e 73/2011, de 17 de
Junho, bem como à obrigação de inscrição e registo no a) O incumprimento das obrigações constantes das
sistema integrado de registo electrónico de resíduos. portarias previstas no artigo 9.º;
3266 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

b) A omissão do dever de comunicação de dados à e do Ordenamento do Território (IGAOT), à Autori-


Agência Portuguesa do Ambiente ou a errada trans- dade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), à
missão destes, nos termos das portarias previstas no Direcção-Geral de Alfândegas e dos Impostos Especiais
artigo 9.º; sobre o Consumo (DGAIEC), às comissões de coorde-
c) A falta de marcação de embalagens abrangidas pelo nação e desenvolvimento regional (CCDR), às direcções
presente diploma com o símbolo que lhes for aplicável, regionais de economia (DRE), às autoridades policiais
nos termos do artigo 6.º e das portarias previstas no e a outras entidades competentes em razão da matéria,
artigo 9.º nos termos da lei.
2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin-
3 — A tentativa e a negligência são puníveis. tes, compete às entidades fiscalizadoras instruir os pro-
cessos de contra-ordenação instaurados no âmbito do
Artigo 12.º presente decreto-lei, bem como decidir da aplicação da
coima e sanções acessórias.
Sanções acessórias e apreensão cautelar
3 — Nos casos em que o auto de notícia tenha sido
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifique, levantado pelas autoridades policiais, a autoridade com-
pode ainda a autoridade competente, simultaneamente petente para a instrução do processo e para decidir da
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- aplicação da coima e da sanção acessória é a CCDR territo-
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos rialmente competente face ao local da prática da infracção.
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei 4 — No caso de processos de contra-ordenação ins-
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- truídos pela ASAE, compete à Comissão de Aplicação
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade a
2 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos aplicação das respectivas coimas e sanções acessórias.
do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e Artigo 17.º
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, […]
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac-
ções graves previstas no n.º 1 do artigo 11.º quando a 1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito
medida concreta da coima aplicada ultrapasse metade grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de
do montante máximo da coima abstractamente aplicável. Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
3 — A autoridade administrativa pode ainda, sempre rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009,
que necessário, determinar a apreensão provisória de de 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º a) A violação do disposto no artigo 5.º;
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei b) A colocação no mercado de pneus pelos produtores
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- sem que a gestão dos respectivos resíduos tenha sido
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. assegurada nos termos do artigo 7.º;
c) A violação do n.º 1 do artigo 8.º
Artigo 13.º
Produto das coimas 2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave,
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se
torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde- a) O incumprimento das obrigações constantes dos
natória, a afectação do produto das coimas resultante da n.os 2, 3 e 4 do artigo 9.º;
aplicação das contra-ordenações previstas no presente b) Incumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 10.º;
decreto-lei é realizada da seguinte forma: c) O incumprimento das obrigações constantes dos
artigos 11.º e 12.º
a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
b) 25 % para a autoridade que a aplique; 3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu-
c) 15 % para a entidade autuante; nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
d) 10 % para o Estado.» alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti-
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
Artigo 6.º 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos:
Alteração ao Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril
a) O incumprimento da obrigação constante do n.º 1
Os artigos 16.º, 17.º, 18.º e 19.º do Decreto-Lei do artigo 9.º;
n.º 111/2001, de 6 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei b) A violação do disposto no artigo 15.º
n.º 43/2004, de 2 de Março, passam a ter a seguinte re-
dacção: 4 — A tentativa e a negligência são puníveis.

«Artigo 16.º Artigo 18.º


[…] […]
1 — A fiscalização do cumprimento do presente 1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi-
decreto-lei compete à Inspecção-Geral do Ambiente que, pode a autoridade competente, simultaneamente
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3267

com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- através da qual os materiais constituintes dos resíduos
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos são novamente transformados em produtos, materiais
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei ou substâncias para o seu fim original ou para outros
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- fins mas que não inclui a valorização energética nem de
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. reprocessamento em materiais que devam ser utilizados
2 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos como combustível ou em operações de enchimento;
do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e i) ‘Regeneração’ qualquer operação de reciclagem
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, que permita produzir óleos de base mediante a refinação
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- de óleos usados, designadamente mediante a remoção
ções muito graves previstas no n.º 1 do artigo 17.º, bem dos contaminantes, produtos de oxidação e aditivos que
como a condenação pela prática das infracções graves os referidos óleos contenham.
previstas no n.º 2 do mesmo artigo, quando a medida j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
concreta da coima aplicada ultrapasse metade do mon- l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tante máximo da coima abstractamente aplicável. m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — A autoridade administrativa pode ainda, sempre n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
que necessário, determinar a apreensão provisória de
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º Artigo 4.º
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei […]
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla-
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. 1— .....................................
2— .....................................
Artigo 19.º 3 — Até 31 de Dezembro de 2011, deverá ser garan-
tido pelos produtores de óleos novos:
[…]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de b) A regeneração da totalidade dos óleos usados re-
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e colhidos desde que estes respeitem as especificações
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, técnicas para essa operação, devendo, em qualquer caso,
de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se ser assegurada a regeneração de, pelo menos, 50 % dos
torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde- óleos usados recolhidos;
natória, a afectação do produto das coimas resultante da c) A reciclagem de, pelo menos, 75 % dos óleos usa-
aplicação das contra-ordenações previstas no presente dos recolhidos;
decreto-lei é realizada da seguinte forma: d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
b) 25 % para a autoridade que a aplique; Artigo 6.º
c) 15 % para a entidade autuante; […]
d) 10 % para o Estado.»
1— .....................................
Artigo 7.º 2 — Os produtores de óleos usados são responsáveis
pela sua correcta armazenagem e encaminhamento para
Alteração ao Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho o circuito de gestão referido no número anterior.
Os artigos 2.º, 4.º, 6.º, 24.º, 25.º, 26.º e 27.º do Decreto- 3— .....................................
-Lei n.º 153/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-
-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, passam a ter a se- Artigo 24.º
guinte redacção: […]

«Artigo 2.º 1 — A fiscalização do cumprimento do presente


decreto-lei compete à Inspecção-Geral do Ambiente e
[…] do Ordenamento do Território (IGAOT), à Autoridade
......................................... de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), às co-
missões de coordenação e desenvolvimento regional
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (CCDR), às autoridades policiais sem prejuízo das com-
b) ‘Óleos usados’ quaisquer lubrificantes, minerais petências próprias das demais entidades intervenientes
ou sintéticos, ou óleos industriais que se tenham tor- no processo.
nado impróprios para o uso a que estavam inicialmente 2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin-
destinados, tais como os óleos usados dos motores de tes, compete às entidades fiscalizadoras instruir os pro-
combustão e dos sistemas de transmissão, os óleos lu- cessos de contra-ordenação instaurados no âmbito do
brificantes usados e os óleos usados para turbinas e presente decreto-lei, bem como decidir da aplicação da
sistemas hidráulicos; coima e sanções acessórias.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 — Nos casos em que o auto de notícia tenha sido
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . levantado pelas autoridades policiais, a autoridade com-
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . petente para a instrução do processo e para decidir da
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . aplicação da coima e da sanção acessória é a CCDR
g) ‘Reciclagem’ qualquer operação de valorização, territorialmente competente face ao local da prática da
incluindo o reprocessamento de materiais orgânicos, infracção.
3268 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

4 — No caso de processos de contra-ordenação ins- ções muito graves previstas no n.º 1 do artigo 25.º, bem
truídos pela ASAE, compete à Comissão de Aplicação como a condenação pela prática das infracções graves
de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade a previstas no n.º 2 do mesmo artigo, quando a medida
aplicação das respectivas coimas e sanções acessórias. concreta da coima aplicada ultrapasse metade do mon-
5 — (Revogado.) tante máximo da coima abstractamente aplicável.
3 — A autoridade administrativa pode ainda, sempre
Artigo 25.º que necessário, determinar a apreensão provisória de
bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º
[…]
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei
1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla-
grave, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, Artigo 27.º
de 1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: […]
a) A violação das proibições estabelecidas no ar- Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
tigo 5.º; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
b) A colocação no mercado e a comercialização de rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009,
óleos novos em violação do disposto no n.º 2 do ar- de 1 de Outubro, independentemente da fase em que se
tigo 7.º; torne definitiva ou transite em julgado a decisão conde-
c) A violação do disposto nos n.os 4 do artigo 8.º, 1 natória, a afectação do produto das coimas resultante da
do artigo 11.º e 1 do artigo 12.º aplicação das contra-ordenações previstas no presente
decreto-lei é realizada da seguinte forma:
2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave,
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- b) 25 % para a autoridade que a aplique;
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de c) 15 % para a entidade autuante;
1 de Outubro, a prática dos seguintes actos: d) 10 % para o Estado.»
a) A não entrega de óleos usados nos locais adequa- Artigo 8.º
dos para a sua recolha selectiva por parte do produtor
de óleos usados; Alteração ao Decreto-Lei n.º 196/2003, de 23 de Agosto
b) A recusa de recolha/transporte de óleos usados, em Os artigos 17.º e 20.º do Decreto-Lei n.º 196/2003, de
violação do disposto no n.º 4 do artigo 12.º; 23 de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 64/2008, de
c) O não cumprimento das regras de amostragem e 8 de Abril, passam a ter a seguinte redacção:
análise previstas no n.º 1 do artigo 21.º;
d) A falta de notificação prevista no n.º 3 do artigo 21.º; «Artigo 17.º
e) A omissão do dever de comunicação de dados
ou a errada transmissão destes, conforme previsto no […]
artigo 22.º; 1— .....................................
f) As operações de gestão de óleos usados em viola- 2— .....................................
ção das normas estabelecidas no capítulo IV. 3— .....................................
4— .....................................
3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, pu- 5— .....................................
nível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, 6— .....................................
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e recti- 7 — O operador de desmantelamento que recebe
ficada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de o VFV deve proceder à sua identificação, conferir a
1 de Outubro, o incumprimento das obrigações cons- respectiva documentação e proceder à emissão do cer-
tantes dos n.os 3 e 4 do artigo 13.º tificado de destruição no Sistema Nacional de Emissão
4 — A tentativa e a negligência são puníveis. de certificados de destruição integrado no SIRER, pre-
visto no artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5
Artigo 26.º de Setembro.
Sanções acessórias e apreensão cautelar
8 — Até à data de entrada em vigor do sistema refe-
rido no número anterior, mantém-se em vigor o despa-
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- cho n.º 9276/2004 (2.ª serie), de 16 de Abril.
que, pode a autoridade competente, simultaneamente 9 — (Anterior n.º 8.)
com a coima, determinar a aplicação das sanções aces- 10 — (Anterior n.º 9.)
sórias que se mostrem adequadas, nos termos previstos 11 — (Anterior n.º 10.)
na Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei 12 — (Anterior n.º 11.)
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Decla- 13 — (Anterior n.º 12.)
ração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
2 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos Artigo 20.º
do disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
[…]
Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, 1— .....................................
de 1 de Outubro, a condenação pela prática das infrac- 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3269

3— ..................................... Artigo 11.º


4 — Os operadores de desmantelamento ficam Alteração ao Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março
obrigados a realizar as operações descritas no n.º 2.1
do anexo IV imediatamente após a recepção de VFV, 1 — O artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de
em todo o caso nunca excedendo o prazo de 15 dias Março, passa a ter a seguinte redacção:
úteis.
5 — Os operadores de desmantelamento ficam obri- «Artigo 1.º
gados a realizar as operações descritas no n.º 2.2 do […]
anexo IV imediatamente após a recepção de VFV, em
todo o caso nunca excedendo o prazo de um ano.» O presente decreto-lei estabelece o regime das opera-
ções de gestão de resíduos resultantes de obras ou demo-
Artigo 9.º lições de edificações ou de derrocadas, abreviadamente
designados ‘resíduos de construção e demolição’ ou
Alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro ‘RCD’, compreendendo a sua prevenção e reutilização e
O artigo 97.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro, as suas operações de recolha, transporte, armazenagem,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, tratamento, valorização e eliminação.»
passa a ter a seguinte redacção:
2 — O anexo I do Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de
«Artigo 97.º Março, passa a ter a seguinte redacção:
[…] «ANEXO I
1— ..................................... […]
2— .....................................
3 — O disposto no n.º 1 não se aplica às seguintes Requisitos mínimos para instalações de triagem
operações de tratamento de resíduos perigosos: e de fragmentação de RCD

a) Operações de armazenamento, incluindo a triagem Instalações fixas de triagem de RCD


prévia ao armazenamento;
b) Operações de valorização ou eliminação em unida- 1 — […]
des de tipo diferente das que integram necessariamente 2 — […]
os CIRVER; 3 — […]
c) Operações de valorização ou eliminação em uni- 4 — […]
dades do tipo das que integram necessariamente os 5 — Zona de armazenagem de RCD não contendo
CIRVER licenciadas desde que esteja apenas em causa resíduos perigosos, com piso impermeabilizado, dotada
a inclusão de novos códigos LER sem aumento da ca- de sistema de recolha e encaminhamento para destino
adequado de águas pluviais, águas de limpeza e de derra-
pacidade instalada.»
mamentos e, quando apropriado, dotado de decantadores
e separadores de óleos e gorduras.
Artigo 10.º Zona de armazenagem de RCD contendo resíduos
Alteração ao Decreto-Lei n.º 190/2004, de 17 de Agosto perigosos, com cobertura, com piso impermeabilizado,
dotada de sistema de recolha e encaminhamento para
O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 190/2004, de 17 de destino adequado de águas pluviais, águas de limpeza
Agosto, passa a ter a seguinte redacção: e de derramamentos e, quando apropriado, dotado de
decantadores e separadores de óleos e gorduras.
«Artigo 3.º 6 — […]
[…]
Instalações fixas de fragmentação de RCD
1— .....................................
2— ..................................... 1 — […]
3— ..................................... 2 — […]
4— ..................................... 3 — […]
5— ..................................... a) Zona de armazenagem de RCD ainda não triados,
6— ..................................... coberta, com piso impermeabilizado, dotada de sistema
7 — Podem ainda ser colocadas no mercado as de recolha e encaminhamento para destino adequado de
matérias fertilizantes que, não constando do anexo I águas pluviais, águas de limpeza e de derramamentos
do Regulamento (CE) n.º 2003/2003, do Parlamento e, quando apropriado, dotado de decantadores e sepa-
Europeu e do Conselho, de 13 de Outubro, obedeçam radores de óleos e gorduras;
às especificações relativas a características e tolerân- b) Zona de armazenagem da fracção inerte de RCD
cias constantes da norma portuguesa NP 1048 ou do já triados, enquanto aguardam as operações de britagem
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, no que e crivagem não carece de cobertura, tal como não é
se refere à utilização de composto como correctivo exigido para a armazenagem dos agregados reciclados.
orgânico. O piso nestas duas zonas de armazenagem deve satis-
8— ..................................... fazer as condições de permeabilidade requeridas para
9— ..................................... a base dos aterros para resíduos inertes.
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . » 4 — (Revogado.)»
3270 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

Artigo 12.º Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro, e pelo Decreto-Lei


Alteração ao Decreto-Lei n.º 210/2009, de 3 de Setembro
n.º 183/2009, de 10 de Agosto.

Os artigos 2.º, 11.º e 19.º do Decreto-Lei n.º 210/2009, Artigo 15.º


de 3 de Setembro, passam a ter a seguinte redacção:
Regularização de instalações com localização desconforme
com os instrumentos de gestão territorial
«Artigo 2.º
1 — Os operadores de gestão de resíduos que à data
[…] de entrada em vigor do presente decreto-lei desenvolvam
1— ..................................... actividades de tratamento de resíduos em instalações cuja
2 — No mercado podem ser transaccionados, para localização esteja desconforme com os instrumentos de
valorização ou eliminação, resíduos de todas as catego- gestão territorial aplicáveis podem solicitar a regularização
rias nos termos do regime geral de gestão de resíduos, da desconformidade em causa, nos termos do procedimento
incluindo a transacção de subprodutos e materiais re- previsto nos números seguintes.
ciclados. 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o
3— ..................................... operador, no prazo de seis meses a contar da data de en-
trada em vigor do presente decreto-lei, pode apresentar à
Artigo 11.º entidade licenciadora, definida nos termos do artigo 24.º
do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na re-
[…]
dacção dada pelo presente decreto-lei, um requerimento
1— ..................................... instruído nos termos do artigo 27.º ou do n.º 2 do ar-
2— ..................................... tigo 32.º do mesmo diploma, solicitando a regularização
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a da sua situação.
APA realiza uma supervisão anual, a qual contempla o 3 — Recebido o requerimento, a entidade licenciadora,
balanço de actividade da entidade gestora e do funcio- no prazo máximo de 60 dias, verifica se a instalação em
namento da plataforma de negociação através da análise causa cumpre os requisitos previstos no n.º 2 do artigo 31.º
do relatório de actividades do qual faz parte integrante ou nas alíneas a) e b) do n.º 6 do artigo 32.º do Decreto-Lei
o parecer e relatório do ROC. n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redacção dada pelo
presente decreto-lei, conforme aplicável.
Artigo 19.º 4 — Em caso de incumprimento dos requisitos referidos
no número anterior, deve a entidade licenciadora indeferir o
[…]
pedido de regularização e notificar o operador para encerrar
1 — Os utilizadores que adiram a uma plataforma de a instalação, aplicando-se, com as devidas adaptações, o
negociação autorizada pela APA nos termos do Decreto- disposto no n.º 15 do presente artigo.
-Lei n.º 178/2006, de 6 de Setembro, alterado pela Lei 5 — Em caso de cumprimento dos requisitos referi-
n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro, e pelos Decretos- dos no n.º 3, a entidade licenciadora promove, no prazo
-Leis n.os 183/2009, de 10 de Agosto, e 73/2011, de 17 de de 10 dias, a constituição de um grupo de trabalho ao
Junho, podem ficar isentas de licenciamento nos termos qual compete emitir parecer acerca da possibilidade de
definidos no n.º 6 do artigo 23.º do mesmo decreto-lei. regularização da instalação em causa no que se refere à
2 — (Revogado.) conformidade com os instrumentos de gestão territorial,
3 — (Revogado.)» composto por:
a) Um representante da CCDR territorialmente com-
Artigo 13.º petente;
Alterações sistemáticas b) Um representante da câmara municipal compe-
tente;
1 — É alterada a designação dos capítulo II e III do tí- c) Um representante da APA nos casos em que a APA
tulo II do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, seja a entidade licenciadora da actividade.
que passam a ter, respectivamente, a seguinte designação:
«Normas técnicas das actividades de tratamento de resí- 6 — A entidade licenciadora promove a consulta a
duos» e «Licenciamento das actividades de tratamento entidades que nos termos da lei se devam pronunciar
de resíduos». sobre a regularização da instalação em causa, no que
2 — É aditado um capítulo ao título II do Decreto-Lei se refere exclusivamente à conformidade com os ins-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro, com a designação «Sub- trumentos de gestão territorial aplicáveis, as quais se
produto e fim do estatuto de resíduo», que engloba os pronunciam no prazo de 20 dias sem possibilidade de
artigos 44.º-A e 44.º-B. suspensão do procedimento, sendo a pronúncia desfavo-
rável da entidade consultada apenas vinculativa quando
Artigo 14.º tal resulte da lei.
Aplicação das taxas 7 — No prazo máximo de 20 dias contados do decurso
do prazo referido no n.º 5 ou, caso haja consulta a outras
Na aplicação das taxas previstas no capítulo I do título
entidades, do decurso do prazo referido no número anterior,
IV do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, com
o grupo de trabalho emite um parecer sobre a possibilidade
a redacção dada pelo presente decreto-lei, são conside-
de regularização, o qual pode ser:
rados as actualizações e os agravamentos que resultam
da aplicação do artigo 60.º e do n.º 6 do artigo 76.º do a) Favorável condicionado;
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, alterado pela b) Desfavorável.
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8 — A pronúncia do grupo de trabalho sobre a possibi- dada pelo presente decreto-lei, mantém-se em vigor a Por-
lidade de regularização tem como pressupostos: taria n.º 335/97, de 16 de Maio.
2 — Até à adopção das normas técnicas a que se refere o
a) A verificação de que os impactes da instalação em
artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro,
causa quanto ao ordenamento do território não são signi-
na redacção dada pelo presente decreto-lei, as operações
ficativos;
de valorização e de eliminação referidas na alínea c) do
b) A possibilidade de acolhimento da instalação em
n.º 4 e no n.º 5 do artigo 23.º estão sujeitas ao regime de
causa através de procedimento de alteração ou revisão do
licenciamento simplificado previsto no artigo 32.º
instrumento de gestão territorial em causa ou da elaboração
3 — Até à disponibilização do modelo de alvará de
de novo instrumento de gestão territorial à luz da estratégia
licença prevista no n.º 3 do artigo 33.º do Decreto-Lei
de desenvolvimento territorial do município ou, quando for
n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redacção dada pelo
o caso, à luz dos objectivos prosseguidos pelo instrumento
presente decreto-lei, mantém-se em vigor a Portaria
de gestão territorial em causa.
n.º 50/2007, de 9 de Janeiro.
4 — As licenças atribuídas às entidades de registo no
9 — Quando esteja em causa a conformidade com pla- âmbito dos Decretos-Leis n.os 230/2004, de 10 de De-
nos municipais de ordenamento do território, é exigido o zembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 de
voto favorável do representante da câmara municipal no Dezembro, e 6/2009, de 6 Janeiro, mantêm-se em vigor até
grupo de trabalho. à entrada em funcionamento do registo efectuado na pla-
10 — Caso o parecer do grupo de trabalho seja desfa- taforma electrónica, nos termos do disposto no artigo 45.º
vorável, a decisão final da entidade licenciadora relativa 5 — As entidades gestoras de plataformas do mercado
à possibilidade de regularização é obrigatoriamente des- organizado de resíduos já autorizadas podem requerer a
favorável, aplicando-se o disposto no n.º 16. alteração da respectiva autorização para alargamento do
11 — A decisão final é emitida pela entidade licen- âmbito de acordo com o n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-
ciadora no prazo de cinco dias contados da emissão do -Lei n.º 210/2009, de 3 de Setembro, com as alterações
parecer do grupo de trabalho, excepto nos casos em que introduzidas pelo presente decreto-lei, aplicando-se para
seja aplicável o prazo previsto no número seguinte, sendo o efeito o procedimento previsto no seu artigo 13.º com
comunicada ao requerente e a todas as entidades interve- as devidas adaptações.
nientes no processo. 6 — Até à entrada em vigor da portaria prevista no
12 — Sempre que a regularização da instalação dependa n.º 1 do artigo 22.º-B do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5
da elaboração, alteração ou revisão de instrumento de ges- de Setembro, na redacção dada pelo presente decreto-lei,
tão territorial, a decisão final é emitida no prazo máximo a colocação de composto no mercado como correctivo
de 120 dias e apenas pode ser favorável caso tenha sido orgânico observa o disposto no Decreto-Lei n.º 190/2004,
emitida uma deliberação ou decisão da entidade compe- de 17 de Agosto.
tente para promover a elaboração, alteração ou revisão 7 — O disposto no n.º 2 do artigo 70.º do Decreto-Lei
em causa. n.º 178/2006, de 5 de Setembro, no n.º 3 do artigo 10.º do
13 — No caso de não ser emitida a deliberação ou de- Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de Dezembro, no n.º 3 do
cisão da entidade competente para promover a elaboração, artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de Abril, e
alteração ou revisão do instrumento de gestão territorial, no n.º 3 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 153/2003, de 11
nos termos do número anterior, a decisão final da entidade de Julho, com a redacção dada pelo presente decreto-lei,
licenciadora é desfavorável, aplicando-se o disposto no só se aplica aos processos de contra-ordenação instaurados
n.º 16. com base em autos de notícia levantados pelas autorida-
14 — Quando seja emitida decisão final favorável nos des policiais após a data de entrada em vigor do presente
termos do n.º 11, o alvará de licença previsto no artigo 33.º decreto-lei, mantendo-se a competência da Inspecção-Geral
do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redac- do Ambiente e do Ordenamento do Território quanto à
ção dada pelo presente decreto-lei, apenas pode ser emitido instrução e decisão dos processos contra-ordenacionais
após a conclusão do procedimento de alteração, revisão ou instaurados com base em autos de notícia levantados an-
elaboração do instrumento de gestão territorial. teriormente a essa data.
15 — No caso previsto no número anterior é permitida
a laboração da instalação a título provisório pelo prazo de
Artigo 17.º
dois anos a contar da notificação da decisão final, findo o
qual, não se verificando a conclusão do procedimento re- Regiões Autónomas
ferido no número anterior, a entidade licenciadora notifica
1 — Os actos e procedimentos necessários à execução
o operador para o encerramento da instalação nos termos
do presente decreto-lei nas Regiões Autónomas dos Aço-
do número seguinte.
res e da Madeira competem às entidades das respectivas
16 — Sempre que se verifique o disposto no número
administrações regionais com atribuições e competências
anterior, a entidade licenciadora define um prazo para o
nas matérias em causa.
encerramento da instalação, a fixar entre o mínimo de 3 e
2 — O produto das coimas aplicadas nas Regiões Au-
o máximo de 12 meses, bem como as condições técnicas
tónomas constitui receita própria destas.
necessárias e adequadas para o efeito.
Artigo 18.º
Artigo 16.º
Norma revogatória
Disposição transitória
São revogados:
1 — Até à entrada em funcionamento do registo elec-
trónico de transporte de resíduos referido no artigo 21.º do a) O n.º 5 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 153/2003,
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, na redacção de 11 de Julho;
3272 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

b) O n.º 5 do artigo 95.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de D 5 — Depósitos subterrâneos especialmente con-
3 de Janeiro; cebidos (por exemplo, deposição em alinhamentos de
c) O artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de células que são seladas e isoladas umas das outras e do
Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 132/2010, de 17 ambiente, etc.).
de Dezembro; D 6 — Descarga para massas de água, com excepção
d) Os artigos 19.º e 25.º, os n.os 2 do artigo 28.º e 4 do dos mares e dos oceanos.
artigo 31.º, as alíneas c), e), h) e l) do n.º 1 do artigo 32.º, D 7 — Descargas para os mares e ou oceanos, incluindo
os n.os 3, 4 e 5 do artigo 35.º, as alíneas b), d), e), f) e g) do inserção nos fundos marinhos.
n.º 2 e o n.º 3 do artigo 54.º e o artigo 72.º do Decreto-Lei D 8 — Tratamento biológico não especificado em qual-
n.º 178/2006, de 5 de Setembro; quer outra parte do presente anexo que produza compostos
ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das
e) O n.º 3 do artigo 23.º e o artigo 24.º do Decreto-Lei
operações enumeradas de D 1 a D 12.
n.º 6/2009, de 6 de Janeiro; D 9 — Tratamento físico-químico não especificado em
f) Os n.os 2 e 3 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 210/2009, qualquer outra parte do presente anexo que produza com-
de 3 de Setembro. postos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer
das operações enumeradas de D 1 a D 12 (por exemplo,
Artigo 19.º evaporação, secagem, calcinação, etc.).
Republicação D 10 — Incineração em terra.
D 11 — Incineração no mar (1).
É republicado no anexo II do presente decreto-lei, do D 12 — Armazenamento permanente (por exemplo,
qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 178/2006, de armazenamento de contentores numa mina, etc.).
5 de Setembro, com a redacção actual. D 13 — Mistura anterior à execução de uma das ope-
rações enumeradas de D 1 a D 12 (2).
Artigo 20.º D 14 — Reembalagem anterior a uma das operações
Entrada em vigor
enumeradas de D 1 a D 13.
D 15 — Armazenamento antes de uma das operações
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte enumeradas de D 1 a D 14 (com exclusão do armaze-
ao da sua publicação. namento temporário, antes da recolha, no local onde os
resíduos foram produzidos) (3).
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 de
Março de 2011. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
sa — Luís Filipe Marques Amado — Fernando Teixeira (1) Esta operação é proibida pela legislação da UE e pelas convenções
internacionais.
dos Santos — Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira — Al- (2) Se não houver outro código D adequado, este pode incluir
berto de Sousa Martins — José António Fonseca Vieira operações preliminares anteriores à eliminação, incluindo o pré-
da Silva — António Manuel Soares Serrano — Dulce dos -processamento, tais como a triagem, a trituração, a compactação, a
peletização, a secagem, a desintegração a seco, o acondicionamento
Prazeres Fidalgo Álvaro Pássaro — Ana Maria Teodoro ou a separação antes de qualquer das operações enumeradas de D 1
Jorge. a D 12.
(3) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento
Promulgado em 24 de Maio de 2011. preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
Publique-se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. ANEXO II

Referendado em 9 de Junho de 2011. Operações de valorização


O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto R 1 — Utilização principal como combustível ou outro
de Sousa. meio de produção de energia (1).
R 2 — Recuperação/regeneração de solventes.
ANEXO I R 3 — Reciclagem/recuperação de substâncias orgâ-
(a que se refere o artigo 4.º)
nicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão
anaeróbia e ou compostagem e outros processos de trans-
ANEXO I formação biológica) (2).
R 4 — Reciclagem/recuperação de metais e compostos
Operações de eliminação metálicos.
R 5 — Reciclagem/recuperação de outros materiais
D 1 — Depósito no solo, em profundidade ou à super-
inorgânicos (3).
fície (por exemplo, em aterros, etc.). R 6 — Regeneração de ácidos ou bases.
D 2 — Tratamento no solo (por exemplo, biodegrada- R 7 — Valorização de componentes utilizados na re-
ção de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos dução da poluição.
solos, etc.). R 8 — Valorização de componentes de catalisadores.
D 3 — Injecção em profundidade (por exemplo, injec- R 9 — Refinação de óleos e outras reutilizações de
ção de resíduos por bombagem em poços, cúpulas salinas óleos.
ou depósitos naturais, etc.). R 10 — Tratamento do solo para benefício agrícola ou
D 4 — Lagunagem (por exemplo, descarga de resíduos melhoramento ambiental.
líquidos ou de lamas de depuração em poços, lagos naturais R 11 — Utilização de resíduos obtidos a partir de qual-
ou artificiais, etc.). quer das operações enumeradas de R 1 a R 10.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3273

R 12 — Troca de resíduos com vista a submetê-los a Substâncias e preparações no estado sólido que se po-
uma das operações enumeradas de R 1 a R 11 (4). dem inflamar facilmente por breve contacto com uma fonte
R 13 — Armazenamento de resíduos destinados a uma de inflamação e que continuam a arder ou a consumir-se
das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão após a retirada da fonte de inflamação; ou
do armazenamento temporário, antes da recolha, no local Substâncias e preparações gasosas, inflamáveis em con-
tacto com o ar à pressão normal; ou
onde os resíduos foram produzidos) (5).
Substâncias e preparações que em contacto com a água
ou o ar húmido libertam gases facilmente inflamáveis em
(1) Inclui instalações de incineração dedicadas ao processamento de quantidades perigosas.
resíduos sólidos urbanos apenas quando a sua eficiência energética é
igual ou superior aos seguintes valores: H 3-B — «Inflamável» — substâncias e preparações
0,60 para instalações em funcionamento e licenciadas nos termos da líquidas cujo ponto de inflamação é igual ou superior a
legislação comunitária aplicável antes de 1 de Janeiro de 2009; 21°C e inferior ou igual a 55°C.
0,65 para instalações licenciadas após 31 de Dezembro de 2008, por H 4 — «Irritante» — substâncias e preparações não cor-
recurso à fórmula: rosivas que por contacto imediato, prolongado ou repetido
Eficiência energética = [Ep – (Ef + Ei)]/[0,97 × (Ew + Ef)] com a pele ou as mucosas podem provocar uma reacção
inflamatória.
em que: H 5 — «Nocivo» — substâncias e preparações cuja ina-
lação, ingestão ou penetração cutânea pode representar um
Ep representa a energia anual produzida sob a forma de calor risco, limitado, para a saúde.
ou electricidade. É calculada multiplicando por 2,6 a energia sob a H 6 — «Tóxico» — substâncias e preparações (in-
forma de electricidade e por 1,1 o calor produzido para uso comercial
(GJ/ano);
cluindo as substâncias e preparações muito tóxicas) cuja
Ef representa a entrada anual de energia no sistema a partir de com- inalação, ingestão ou penetração cutânea pode representar
bustíveis que contribuem para a produção de vapor (GJ/ano); um risco grave, agudo ou crónico para a saúde e inclusi-
Ew representa a energia anual contida nos resíduos tratados calculada vamente causar a morte.
utilizando o valor calorífico líquido dos resíduos (GJ/ano); H 7 — «Cancerígeno» — substâncias e preparações
Ei representa a energia anual importada com exclusão de Ew e Ef cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode pro-
(GJ/ano); vocar cancro ou aumentar a sua ocorrência.
0,97 é um factor que representa as perdas de energia nas cinzas de H 8 — «Corrosivo» — substâncias e preparações que
fundo e por radiação. podem destruir tecidos vivos por contacto.
H 9 — «Infeccioso» — substâncias e preparações que
Esta fórmula é aplicada nos termos do documento de referência sobre contêm microrganismos viáveis ou suas toxinas, em re-
as melhores técnicas disponíveis para a incineração de resíduos. lação aos quais se sabe ou há boas razões para crer que
(2) Esta operação inclui as operações de gaseificação e de pirólise
que utilizem os componentes como produtos químicos.
causam doenças nos seres humanos ou noutros organismos
(3) Esta operação inclui a limpeza dos solos para efeitos de valorização vivos.
e a reciclagem de materiais de construção inorgânicos. H 10 — «Tóxico para a reprodução» — substâncias e
(4) Se não houver outro código R adequado, este pode incluir operações preparações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea
preliminares anteriores à valorização, incluindo o pré-processamento, pode induzir malformações congénitas não hereditárias ou
tais como o desmantelamento, a triagem, a trituração, a compactação, aumentar a sua ocorrência.
a peletização, a secagem, a fragmentação, o acondicionamento, a re- H 11 — «Mutagénico» — substâncias e preparações
embalagem, a separação e a mistura antes de qualquer das operações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode in-
enumeradas de R 1 a R 11. duzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua
(5) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento ocorrência.
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
H 12 — Resíduos que em contacto com a água, o ar ou
um ácido libertam gases tóxicos ou muito tóxicos.
ANEXO III H 13 (1) — «Sensibilizante» — substâncias e prepa-
rações cuja inalação ou penetração cutânea pode causar
Características dos resíduos que os tornam perigosos uma reacção de hipersensibilização tal que uma exposição
posterior à substância ou à preparação produza efeitos
H 1 — «Explosivo» — substâncias e misturas que po- nefastos característicos.
dem explodir sob o efeito de uma chama ou ser mais sen- H 14 — «Ecotóxico» — resíduos que representam ou
síveis ao choque e à fricção que o dinitrobenzeno. podem representar um risco imediato ou diferido para um
H 2 — «Comburente» — substâncias e preparações ou vários sectores do ambiente.
que, em contacto com outras substâncias, nomeadamente H 15 — Resíduos susceptíveis de, após a sua elimina-
com substâncias inflamáveis, apresentam uma reacção ção, darem origem, por qualquer meio, a outra substância,
por exemplo um lixiviado, que possua uma das caracterís-
fortemente exotérmica.
ticas acima enumeradas.
H 3-A — «Facilmente inflamável»:
Substâncias e preparações no estado líquido cujo ponto Notas
de inflamação é inferior a 21°C (incluindo os líquidos 1 — A atribuição das características de perigosidade, «tóxico» (e
extremamente inflamáveis); ou «muito tóxico»), «nocivo», «corrosivo», «irritante», «cancerígeno»,
Substâncias e preparações que podem aquecer até ao «tóxico para a reprodução», «mutagénico» e «ecotóxico», é feita com
base nos critérios estabelecidos no anexo I do Regulamento (CE)
ponto de inflamação em contacto com o ar a uma tempe- n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de De-
ratura normal, sem emprego de energia; ou zembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem das substâncias
3274 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

e misturas, que altera e revoga as Directivas n.os 67/548/CEE e 1999/45/ ANEXO V


CE, e altera o Regulamento (CE) n.º 1907/2006.
2 — Se relevante, são aplicáveis os valores limite enumerados Exemplos de medidas de prevenção de resíduos
no Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 16 de Dezembro (1), adaptado ao progresso técnico e Medidas com incidência nas condições quadro
científico pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009, da Comissão, de relativas à geração de resíduos
10 de Agosto.
1 — Recurso a medidas de planeamento ou a outros
3 — A reclassificação de resíduos perigosos em resíduos não peri-
gosos não pode ser obtida por diluição ou mistura de resíduos de que
instrumentos económicos que promovam a utilização efi-
resulte uma redução da concentração inicial em substâncias perigosas
ciente dos recursos.
para valores inferiores aos limiares que definem o carácter perigoso 2 — Promoção da investigação e desenvolvimento de
de um resíduo. tecnologias que permitam a obtenção de produtos mais lim-
pos e menos produtores de resíduos e difusão e utilização
dos resultados dessa investigação e desenvolvimento.
Métodos de ensaio 3 — Desenvolvimento de indicadores eficazes e re-
Os métodos a utilizar são os descritos nos Regulamen- levantes das pressões ambientais associadas à geração
de resíduos destinados a contribuir para a prevenção da
tos (CE) n.os 440/2008, da Comissão, de 30 de Maio, e geração de resíduos a todos os níveis, desde comparações
761/2009, da Comissão, de 23 de Julho. de produtos a nível comunitário até medidas a nível nacio-
nal, passando por acções desenvolvidas pelas autoridades
(1) Na medida em que estejam disponíveis os métodos de ensaio. locais.

Medidas com incidência na fase de concepção,


ANEXO IV produção e distribuição
1 — Promoção da «concepção ecológica» (integração
CAE tratamento
sistemática dos aspectos ambientais na concepção de pro-
Consideram-se «operações de tratamento», nos ter- dutos, no intuito de melhorar o desempenho ambiental do
mos da alínea rr) do artigo 3.º do presente decreto-lei, produto ao longo de todo o seu ciclo de vida).
2 — Prestação de informações sobre técnicas de pre-
as actividades económicas incluídas nas subclasses da
venção de resíduos tendo em vista facilitar a aplicação das
Classificação Portuguesa das Actividades Económicas melhores técnicas disponíveis por parte da indústria.
(CAE — Rev.3), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, 3 — Organização de acções de formação destinadas às
de 14 de Novembro, que seguidamente se apresentam, com autoridades competentes sobre a inserção dos requisitos de
excepção das actividades que expressamente se excluem prevenção de resíduos nas licenças concedidas ao abrigo
no referido diploma, através da expressão «não inclui», do presente decreto-lei e da Directiva n.º 96/61/CE.
na respectiva subclasse. 4 — Inclusão de medidas de prevenção da produção
de resíduos em instalações não abrangidas pela Directiva
n.º 96/61/CE. Se adequado, essas medidas podem incluir
Secção E — Captação, tratamento e distribuição de água; avaliações ou planos de prevenção de resíduos.
saneamento gestão de resíduos e despoluição 5 — Realização de campanhas de sensibilização ou
prestação de apoio às empresas a nível financeiro, decisório
Divisão 38 — Recolha, tratamento e eliminação de resíduos; ou outro. Estas medidas podem ser especialmente eficazes
valorização de materiais caso visem pequenas e médias empresas, estejam adapta-
das às mesmas e funcionem através de redes comerciais
Grupo Classe Subclasse Designação estabelecidas.
6 — Recurso a acordos voluntários, painéis de consu-
382 3821 38211 Tratamento e eliminação de resíduos iner-
midores/produtores ou negociações sectoriais para que as
tes. empresas ou sectores industriais relevantes estabeleçam
382 3821 38212 Tratamento e eliminação de outros resíduos os seus próprios planos ou objectivos de prevenção de
não perigosos. resíduos ou rectifiquem produtos ou embalagens produ-
382 3822 38220 Tratamento e eliminação de resíduos perigo- tores de resíduos.
sos.
383 3831 38311 Desmantelamento de veículos automóveis em 7 — Promoção de sistemas de gestão ambiental credí-
fim de vida. veis, designadamente o EMAS e a ISO 14001.
383 3831 38312 Desmantelamento de equipamentos eléctricos
e electrónicos em fim de vida. Medidas com incidência na fase de consumo e utilização
383 3831 38313 Desmantelamento de outros equipamentos e
bens em fim de vida. 1 — Utilização de instrumentos económicos, tais como
383 3832 38321 Valorização de resíduos metálicos. incentivos às compras ecológicas ou instituição de um
383 3832 38322 Valorização de resíduos não metálicos.
regime que obrigue os consumidores ao pagamento de
determinado artigo ou elemento de uma embalagem que
Divisão 39 — Descontaminação e actividades similares
seria, caso contrário, fornecido gratuitamente.
2 — Realização de campanhas de sensibilização e de
informação dirigidas ao público em geral ou a grupos de
Grupo Classe Subclasse Designação consumidores específicos.
3 — Promoção de rótulos ecológicos credíveis.
390 3900 39000 Descontaminação e actividades similares. 4 — Acordos com a indústria, tais como o recurso
a painéis de produtos do tipo utilizado no âmbito das
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3275

políticas integradas de produtos, ou com retalhistas so- B — Elementos opcionais


bre a disponibilização de informações em matéria de Os planos de gestão de resíduos podem conter, tendo em
prevenção de resíduos e de produtos com menor impacte conta a abrangência geográfica e a zona de planeamento,
ambiental. os seguintes elementos:
5 — No contexto da celebração de contratos no sector
público e privado, integração de critérios ambientais a) Aspectos organizacionais relacionados com a gestão
e de prevenção de resíduos nos concursos e contratos, de resíduos, designadamente uma descrição da partilha de
em consonância com o manual sobre contratos públicos responsabilidades entre os intervenientes que efectuam a
ecológicos (Handbook on Environmental Public Procu- gestão de resíduos;
rement), publicado pela Comissão em 29 de Outubro de b) Uma avaliação da utilidade e adequação da utilização
2004. de instrumentos económicos e de outros instrumentos para
6 — Promoção da reutilização e ou reparação de certos a resolução de problemas relacionados com os resíduos,
produtos rejeitados ou dos seus componentes, nomeada- tendo em conta a necessidade de manter o bom funciona-
mente através da utilização de medidas educativas, eco- mento do mercado interno;
nómicas, logísticas ou outras, como a criação de redes e c) A realização de campanhas de sensibilização e de
centros de reparação/reutilização acreditados ou o apoio informação dirigidas ao público em geral ou a grupos
às redes e centros existentes, especialmente nas regiões específicos de consumidores;
densamente povoadas. d) Uma indicação dos locais contaminados que cons-
tituem passivos ambientais e medidas para a sua reabili-
ANEXO VI tação.

Conteúdo dos planos de gestão de resíduos ANEXO II

A — Elementos obrigatórios (a que se refere o artigo 19.º)

Dos planos de gestão de resíduos deve constar a análise Republicação do Decreto-Lei n.º 178/2006,
da situação actual da gestão de resíduos, a definição das de 5 de Setembro
medidas a adoptar para melhorar, de modo ambientalmente
correcto, o tratamento de resíduos, bem como a avaliação
do modo como o plano é susceptível de apoiar a execu- TÍTULO I
ção dos objectivos e do regime decorrente do presente Disposições e princípios gerais
decreto-lei.
Os planos de gestão de resíduos devem conter, conforme
adequado e de acordo com a abrangência geográfica e da CAPÍTULO I
zona de planeamento, pelo menos, os seguintes elemen-
tos: Disposições gerais

a) Tipo, origem e quantidade dos resíduos produzi- Artigo 1.º


dos no território, dos resíduos que podem ser transferidos
Objecto
para o território nacional ou a partir deste e a avaliação
prospectiva da evolução das fileiras e fluxos específicos O presente decreto-lei estabelece o regime geral aplicá-
de resíduos; vel à prevenção, produção e gestão de resíduos, transpondo
b) Sistemas de recolha de resíduos e principais instala- para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2008/98/CE,
ções existentes apropriadas para o tratamento, incluindo do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro.
designadamente disposições especiais relativas aos óleos
usados, aos resíduos perigosos ou aos fluxos específicos de Artigo 2.º
resíduos, Uma avaliação das necessidades em matéria de Âmbito de aplicação
novos sistemas de recolha, de encerramento das instalações
de resíduos existentes, de infra-estruturas suplementares 1 — O presente decreto-lei é aplicável às operações
para as instalações de resíduos, de acordo com os princípios de gestão de resíduos destinadas a prevenir ou reduzir a
gerais de gestão de resíduos em particular do princípio da produção de resíduos, o seu carácter nocivo e os impactes
auto-suficiência e da proximidade e, se necessário, dos adversos decorrentes da sua produção e gestão, bem como
investimentos correspondentes; a diminuição dos impactes associados à utilização dos re-
c) Informações suficientes sobre os critérios de locali- cursos, de forma a melhorar a eficiência da sua utilização
zação para a identificação dos locais e a capacidade das e a protecção do ambiente e da saúde humana.
futuras instalações de eliminação ou das principais insta- 2 — Excluem-se do âmbito de aplicação do presente
lações de valorização, se necessário; decreto-lei:
d) Políticas gerais de gestão de resíduos, designada- a) Os efluentes gasosos lançados na atmosfera, o dió-
mente tecnologias e normas técnicas aplicáveis à gestão xido de carbono captado e transportado para efeitos de
de resíduos, ou políticas relativas a outros resíduos que armazenamento geológico e geologicamente armazenado,
coloquem problemas de gestão específicos, incluindo es- nos termos do regime jurídico relativo ao armazenamento
pecificações técnicas e disposições especiais; geológico de dióxido de carbono, e o dióxido de carbono
e) Objectivos quantitativos e qualitativos a atingir, em objecto de armazenamento geológico em quantidades totais
conformidade com os objectivos definidos pela legislação inferiores a 100 000 t, destinado à investigação, desenvol-
nacional ou comunitária aplicável. vimento ou ensaio de novos produtos e processos;
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b) A terra (in situ), incluindo os solos contaminados fornecimento de refeições e de retalho e os resíduos simi-
não escavados e os edifícios com ligação permanente ao lares das unidades de transformação de alimentos;
solo; e) «Centro de recepção de resíduos» a instalação onde se
c) O solo não contaminado e outros materiais naturais procede à armazenagem ou triagem de resíduos inseridos
resultantes de escavações no âmbito de actividades de quer em sistemas integrados de gestão de fluxos de resíduos
construção desde que os materiais em causa sejam utili- quer em sistemas de gestão de resíduos urbanos;
zados para construção no seu estado natural e no local em f) «Comerciante» qualquer pessoa singular ou colectiva
que foram escavados; que intervenha a título principal na compra e subsequente
d) Os resíduos radioactivos; venda de resíduos mesmo que não tome a posse física dos
e) Os explosivos abatidos à carga ou em fim de vida; resíduos;
f) As matérias fecais não abrangidas pela alínea c) do g) «Composto» a matéria fertilizante resultante da de-
n.º 3, as palhas e outro material natural não perigoso de composição controlada de resíduos orgânicos obtida pelo
origem agrícola ou silvícola que seja utilizado na agri- processo de compostagem ou por digestão anaeróbia se-
cultura ou na silvicultura ou para a produção de energia guida de compostagem;
a partir dessa biomassa através de processos ou métodos h) «Corretor» qualquer empresa que organize a valoriza-
que não prejudiquem o ambiente nem ponham em perigo ção ou eliminação de resíduos por conta de outrem mesmo
a saúde humana; que não tome a posse física dos resíduos;
g) Os sedimentos deslocados no interior das águas de i) «Descarga» a operação de deposição de resíduos;
superfície para efeitos de gestão das águas e dos cursos j) «Descontaminação de solos» o procedimento de re-
de água, de prevenção de inundações ou de atenuação dos moção da fonte de contaminação e o confinamento, tra-
efeitos de inundações e secas ou da recuperação de terras tamento, in situ ou ex situ, conducente à remoção e ou
caso se demonstre a sua não perigosidade. à redução de agentes poluentes nos solos, bem como à
eliminação ou diminuição dos efeitos por estes causados;
3 — São ainda excluídos do âmbito de aplicação do l) «Detentor» a pessoa singular ou colectiva que tenha
presente decreto-lei, nos termos da lei: resíduos, pelo menos, na sua simples detenção, nos termos
da legislação civil;
a) As águas residuais;
m) «Eliminação» qualquer operação que não seja de
b) Resíduos resultantes da prospecção, extracção, tra-
valorização, nomeadamente as incluídas no anexo I do
tamento e armazenagem de recursos minerais, bem como
presente decreto-lei, ainda que se verifique como conse-
da exploração de pedreiras, abrangidos pelo Decreto-Lei
quência secundária a recuperação de substâncias ou de
n.º 10/2010, de 4 de Fevereiro;
energia;
c) Os subprodutos animais, incluindo os produ-
n) «Fileira de resíduos» o tipo de material constituinte
tos transformados abrangidos pelo Regulamento (CE)
dos resíduos, nomeadamente fileira dos vidros, fileira dos
n.º 1069/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
plásticos, fileira dos metais, fileira da matéria orgânica ou
21 de Outubro, com excepção dos destinados à incineração,
fileira do papel e cartão;
à deposição em aterros ou à utilização numa unidade de
o) «Fluxo específico de resíduos» a categoria de resí-
biogás ou de compostagem;
duos cuja proveniência é transversal às várias origens ou
d) As carcaças de animais cuja morte não tenha resultado
sectores de actividade, sujeitos a uma gestão específica;
de abate, incluindo os animais mortos para erradicação de
p) «Gestão de resíduos» a recolha, o transporte, a valo-
doenças epizoóticas, e que tenham sido eliminadas nos
rização e a eliminação de resíduos, incluindo a supervisão
termos do Regulamento (CE) n.º 1069/2009, do Parlamento
destas operações, a manutenção dos locais de eliminação
Europeu e do Conselho, de 21 de Outubro.
no pós-encerramento, bem como as medidas adoptadas na
qualidade de comerciante ou corretor;
Artigo 3.º q) «Instalação» a unidade fixa ou móvel em que se
Definições desenvolvem operações de gestão de resíduos;
r) «Operador» qualquer pessoa singular ou colectiva que
Para os efeitos do disposto no presente decreto-lei,
procede, a título profissional, à gestão de resíduos;
entende-se por:
s) «Passivo ambiental» a situação de degradação am-
a) «Abandono» a renúncia ao controlo de resíduo sem biental resultante do lançamento de contaminantes ao longo
qualquer beneficiário determinado, impedindo a sua gestão; do tempo e ou de forma não controlada, nomeadamente
b) «Armazenagem» a deposição controlada de resí- nos casos em que não seja possível identificar o respectivo
duos, antes do seu tratamento e por prazo determinado, agente poluidor;
designadamente as operações R 13 e D 15 identificadas t) «Plano» o estudo integrado dos elementos que re-
nos anexos I e II do presente decreto-lei, do qual fazem gulam as acções de intervenção no âmbito da gestão de
parte integrante; resíduos, identificando os objectivos a alcançar, as activi-
c) «Armazenagem preliminar» a deposição controlada dades a realizar, as competências e atribuições dos agentes
de resíduos, no próprio local de produção, por período envolvidos e os meios necessários à concretização das
não superior a um ano, antes da recolha, em instalações acções previstas;
onde os resíduos são produzidos ou descarregados a fim u) «Ponto de retoma» o local do estabelecimento de
de serem preparados para posterior transporte para outro comercialização e ou de distribuição de produtos que re-
local para efeitos de tratamento; toma, por obrigação legal ou a título voluntário, os resíduos
d) «Biorresíduos» os resíduos biodegradáveis de espa- resultantes da utilização desses produtos;
ços verdes, nomeadamente os de jardins, parques, cam- v) «Preparação para reutilização» as operações de valo-
pos desportivos, bem como os resíduos biodegradáveis rização que consistem no controlo, limpeza ou reparação,
alimentares e de cozinha das habitações, das unidades de mediante as quais os produtos ou os componentes de pro-
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3277

dutos que assumam a natureza de resíduos são preparados a saúde humana, e cujos lixiviabilidade total, conteúdo
para serem utilizados novamente, sem qualquer outro tipo poluente e ecotoxicidade do lixiviado são insignificantes
de pré-processamento; e, em especial, não põem em perigo a qualidade das águas
x) «Prevenção» a adopção de medidas antes de uma superficiais e ou subterrâneas;
substância, material ou produto assumir a natureza de ll) «Resíduo perigoso» resíduos que apresentam uma
resíduo, destinadas a reduzir: ou mais das características de perigosidade constantes do
anexo III do presente decreto-lei, do qual faz parte integrante;
i) A quantidade de resíduos produzidos, designadamente
mm) «Resíduo urbano» o resíduo proveniente de ha-
através da reutilização de produtos ou do prolongamento
bitações bem como outro resíduo que, pela sua natureza
do tempo de vida dos produtos;
ou composição, seja semelhante ao resíduo proveniente
ii) Os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou de habitações;
iii) O teor de substâncias nocivas presentes nos materiais nn) «Reutilização» qualquer operação mediante a qual
e nos produtos; produtos ou componentes que não sejam resíduos são
utilizados novamente para o mesmo fim para que foram
concebidos;
z) «Produtor de resíduos» qualquer pessoa, singular
oo) «Tratamento» qualquer operação de valorização ou
ou colectiva, cuja actividade produza resíduos (produ-
de eliminação de resíduos, incluindo a preparação prévia
tor inicial de resíduos) ou que efectue operações de pré-
-processamento, de mistura ou outras que alterem a natu- à valorização ou eliminação e as actividades económicas
reza ou a composição desses resíduos; referidas no anexo IV do presente decreto-lei, do qual faz
aa) «Produtor do produto» qualquer pessoa, singular parte integrante;
ou colectiva, que desenvolva, fabrique, embale ou faça pp) «Triagem» o acto de separação de resíduos mediante
embalar, transforme, trate, venda ou importe produtos processos manuais ou mecânicos, sem alteração das suas
para o território nacional no âmbito da sua actividade características, com vista ao seu tratamento;
profissional; qq) «Valorização» qualquer operação, nomeadamente
bb) «Reciclagem» qualquer operação de valorização, in- as constantes no anexo II do presente decreto-lei, cujo
cluindo o reprocessamento de materiais orgânicos, através resultado principal seja a transformação dos resíduos de
da qual os materiais constituintes dos resíduos são nova- modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais
mente transformados em produtos, materiais ou substâncias que, caso contrário, teriam sido utilizados para um fim
para o seu fim original ou para outros fins mas que não específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
inclui a valorização energética nem o reprocessamento em instalação ou conjunto da economia.
materiais que devam ser utilizados como combustível ou
em operações de enchimento; CAPÍTULO II
cc) «Recolha» a apanha de resíduos, incluindo a tria-
gem e o armazenamento preliminares dos resíduos, para Princípios gerais da gestão de resíduos
fins de transporte para uma instalação de tratamento de
resíduos; Artigo 4.º
dd) «Recolha selectiva» a recolha efectuada de forma a Princípio da auto-suficiência e da proximidade
manter o fluxo de resíduos separados por tipo e natureza
com vista a facilitar o tratamento específico; 1 — As operações de tratamento devem decorrer em
ee) «Resíduos» quaisquer substâncias ou objectos de instalações adequadas com recurso às tecnologias e mé-
que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação todos apropriados para assegurar um nível elevado de
de se desfazer; protecção do ambiente e da saúde pública, preferencial-
ff) «Resíduo agrícola» o resíduo proveniente de explo- mente em território nacional e obedecendo a critérios de
ração agrícola e ou pecuária ou similar; proximidade.
gg) «Resíduo de construção e demolição» o resíduo 2 — A Autoridade Nacional de Resíduos (ANR) pode
proveniente de obras de construção, reconstrução, amplia- interditar as transferências de resíduos de e para o território
ção, alteração, conservação e demolição e da derrocada nacional, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1013/2006,
de edificações; do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho,
hh) «Resíduo hospitalar» os resíduos resultantes de executado na ordem jurídica interna pelo Decreto-Lei
actividades de prestação de cuidados de saúde a seres hu- n.º 45/2008, de 11 de Março.
manos ou a animais, nas áreas da prevenção, diagnóstico, 3 — A ANR pode ainda para proteger a rede de insta-
tratamento, reabilitação ou investigação e ensino, bem lações nacional e, em derrogação do disposto no Regula-
como de outras actividades envolvendo procedimentos mento (CE) n.º 1013/2006, do Parlamento Europeu e do
invasivos, tais como acupunctura, piercings e tatuagens; Conselho, de 14 de Junho, limitar as entradas de resíduos
ii) «Resíduo industrial» o resíduo gerado em proces- destinados a incineradoras, que sejam classificadas como
sos produtivos industriais, bem como o que resulte das operações de valorização, caso se verifique que tais en-
actividades de produção e distribuição de electricidade, tradas implicam a eliminação dos resíduos nacionais ou o
gás e água; tratamento desses resíduos de modo incompatível com os
jj) «Resíduo inerte» o resíduo que não sofre transfor- respectivos planos de gestão de resíduos.
mações físicas, químicas ou biológicas importantes e, em
consequência, não pode ser solúvel nem inflamável, nem Artigo 5.º
ter qualquer outro tipo de reacção física ou química, e não Princípio da responsabilidade pela gestão
pode ser biodegradável, nem afectar negativamente outras
substâncias com as quais entre em contacto de forma sus- 1 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos, in-
ceptível de aumentar a poluição do ambiente ou prejudicar cluindo os respectivos custos, cabe ao produtor inicial dos
3278 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

resíduos, sem prejuízo de poder ser imputada, na totalidade não ser observada desde que as opções adoptadas se
ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos justifiquem pela aplicação do conceito de ciclo de vida
resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se aos impactes globais da produção e gestão dos resíduos
tal decorrer de legislação específica aplicável. em causa.
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os 3 — Sempre que se aplique o disposto no número an-
resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 l terior, devem ser tidos em consideração princípios gerais
por produtor, caso em que a respectiva gestão é assegurada de protecção do ambiente, da precaução e da sustentabili-
pelos municípios. dade, a exequibilidade técnica e a viabilidade económica,
3 — Em caso de impossibilidade de determinação do bem como a protecção dos recursos e os impactes globais
produtor do resíduo, a responsabilidade pela respectiva no ambiente, na saúde humana e sociais de acordo com
gestão recai sobre o seu detentor. o disposto nos artigos 2.º e 6.º do presente decreto-lei,
4 — Quando os resíduos tenham proveniência ex- devendo ser assegurada a participação pública nos termos
terna, a sua gestão cabe ao responsável pela sua intro- do artigo 18.º-A.
dução em território nacional, salvo nos casos expressa- 4 — Os produtores de resíduos devem proceder à sepa-
mente definidos na legislação referente à transferência ração dos resíduos na origem de forma a promover a sua
de resíduos. valorização por fluxos e fileiras.
5 — O produtor inicial dos resíduos ou o detentor de- 5 — Deve ser privilegiado o recurso às melhores tecno-
vem, em conformidade com os princípios da hierarquia de logias disponíveis com custos economicamente sustentá-
gestão de resíduos e da protecção da saúde humana e do veis que permitam o prolongamento do ciclo de vida dos
ambiente, assegurar o tratamento dos resíduos, podendo
materiais através da sua reutilização, em conformidade
para o efeito recorrer:
com as estratégias complementares adoptadas noutros
a) A um comerciante; domínios.
b) A uma entidade licenciada que execute operações de 6 — No âmbito do disposto no n.º 1, são fixadas as
recolha ou tratamento de resíduos; seguintes metas a alcançar até 2020:
c) A uma entidade licenciada responsável por sistemas
de gestão de fluxos específicos de resíduos. a) Um aumento mínimo global para 50 % em peso re-
lativamente à preparação para a reutilização e a recicla-
6 — A responsabilidade pela gestão dos resíduos, con- gem de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o
forme definido nos n.os 1 e 3 do presente artigo, extingue-se plástico, o vidro, o metal, a madeira e os resíduos urbanos
pela transferência para uma das entidades referidas nas biodegradáveis;
alíneas b) e c) do número anterior. b) Um aumento mínimo para 70 % em peso relativa-
7 — As pessoas singulares ou colectivas que procedem, mente à preparação para a reutilização, a reciclagem e
a título profissional, à recolha ou transporte de resíduos outras formas de valorização material, incluindo operações
devem entregar os resíduos recolhidos e transportados de enchimento que utilizem resíduos como substituto de
em operadores licenciados para o tratamento de resíduos. outros materiais, resíduos de construção e demolição não
perigosos, com exclusão dos materiais naturais defini-
Artigo 6.º dos na categoria 17 05 04 da Lista Europeia de Resíduos
(LER).
Princípio da protecção da saúde humana e do ambiente
Constitui objectivo prioritário da política de gestão de 7 — Compete à ANR assegurar a monitorização do
resíduos evitar e reduzir os riscos para a saúde humana e cumprimento das metas definidas no número anterior, de
para o ambiente, garantindo que a produção, a recolha e acordo com os métodos de aplicação e de cálculo estabe-
transporte, o armazenamento preliminar e o tratamento lecidos por decisão da Comissão Europeia.
de resíduos sejam realizados recorrendo a processos ou 8 — Com vista à concretização das metas previstas no
métodos que não sejam susceptíveis de gerar efeitos ad- n.º 6, sempre que tecnicamente exequível, é obrigatória
versos sobre o ambiente, nomeadamente poluição da a utilização de pelo menos 5 % de materiais reciclados
água, do ar, do solo, afectação da fauna ou da flora, ruído ou que incorporem materiais reciclados relativamente
ou odores ou danos em quaisquer locais de interesse e à quantidade total de matérias-primas usadas em obra,
na paisagem. no âmbito da contratação de empreitadas de construção
e de manutenção de infra-estruturas ao abrigo do Códi-
Artigo 7.º gos dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei
Princípio da hierarquia dos resíduos n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.
9 — Os materiais referidos no número anterior devem
1 — A política e a legislação em matéria de resíduos ser certificados pelas entidades competentes, nacionais ou
devem respeitar a seguinte ordem de prioridades no que se europeias, de acordo com a legislação aplicável.
refere às opções de prevenção e gestão de resíduos:
a) Prevenção e redução; Artigo 8.º
b) Preparação para a reutilização; Princípio da responsabilidade do cidadão
c) Reciclagem;
d) Outros tipos de valorização; Os cidadãos contribuem para a prossecução dos prin-
e) Eliminação. cípios e objectivos referidos nos artigos anteriores, adop-
tando comportamentos de carácter preventivo em matéria
2 — No caso de fluxos específicos de resíduos, a or- de produção de resíduos, bem como práticas que facilitem
dem de prioridades estabelecida no número anterior pode a respectiva reutilização e valorização.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3279

Artigo 9.º ambiente, enquanto Autoridade Nacional dos Resíduos,


Princípio da regulação da gestão de resíduos doravante designada por ANR, assegurar e acompanhar
a implementação de uma estratégia nacional para os resí-
1 — A gestão de resíduos é realizada de acordo com os duos, mediante o exercício de competências próprias de
princípios gerais fixados nos termos do presente decreto-lei licenciamento, da emissão de normas técnicas aplicáveis
e demais legislação aplicável e em respeito dos critérios às operações de gestão de resíduos, do desempenho de
qualitativos e quantitativos fixados nos instrumentos re- tarefas de acompanhamento das actividades de gestão de
gulamentares e de planeamento. resíduos, de uniformização dos procedimentos de licen-
2 — É proibida a realização de operações de tratamento de ciamento e dos assuntos internacionais e comunitários no
resíduos não licenciadas nos termos do presente decreto-lei. domínio dos resíduos.
3 — São igualmente proibidos o abandono de resíduos,
a incineração de resíduos no mar e a sua injecção no solo, Artigo 12.º
a queima a céu aberto nos termos do artigo 13.º do Decreto-
-Lei n.º 78/2004, de 3 de Abril, bem como a descarga de Autoridades regionais dos resíduos
resíduos em locais não licenciados para realização de tra- Incumbe aos serviços desconcentrados do ministério
tamento de resíduos.
responsável pela área do ambiente, enquanto autoridades
Artigo 10.º regionais dos resíduos, doravante designadas por ARR,
Princípio da equivalência assegurar o exercício das competências relativas à gestão
O regime económico e financeiro das actividades de de resíduos numa relação de proximidade com os opera-
gestão de resíduos visa a compensação tendencial dos cus- dores.
tos sociais e ambientais que o produtor gera à comunidade
ou dos benefícios que a comunidade lhe faculta, de acordo Artigo 13.º
com um princípio geral de equivalência. Planos de gestão de resíduos

Artigo 10.º-A 1 — As orientações fundamentais da política de ges-


tão de resíduos constam do plano nacional de gestão de
Princípio da responsabilidade alargada do produtor resíduos, dos planos específicos de gestão de resíduos e
1 — A responsabilidade alargada do produtor consiste dos planos multimunicipais, intermunicipais e municipais
em atribuir, total ou parcialmente, física e ou financeira- de acção.
mente, ao produtor do produto a responsabilidade pelos 2 — Os planos de gestão de resíduos devem ser con-
impactes ambientais e pela produção de resíduos decor- formes com os requisitos de planeamento em matéria de
rentes do processo produtivo e da posterior utilização dos gestão de fluxos específicos de resíduos, designadamente
respectivos produtos, bem como da sua gestão quando os estabelecidos no regime jurídico da gestão de embala-
atingem o final de vida. gens e resíduos de embalagens.
2 — Para efeitos da aplicação do disposto no número an- 3 — Os planos de gestão de resíduos devem ainda ser
terior, o produtor do produto pode ser obrigado a promover conformes com a estratégia para a redução dos resíduos
alterações na concepção do produto de modo a assegurar a urbanos biodegradáveis destinados a aterros, referida no
aplicação do princípio estabelecido no artigo 6.º e dando ori- artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto,
gem a menos resíduos na sua produção e posterior utilização, cabendo à ANR avaliar e, se necessário, propor medidas
bem como a garantir que o tratamento dos produtos que te- que incentivem:
nham assumido a natureza de resíduos se realize em confor-
midade com os princípios estabelecidos nos artigos 6.º e 7.º a) A recolha selectiva de biorresíduos, tendo em vista
3 — A aplicação do disposto nos números anteriores a sua compostagem e digestão anaeróbia;
está dependente da exequibilidade técnica e da viabilidade b) O tratamento dos biorresíduos em moldes que satis-
económica, dos impactes globais no ambiente, na saúde façam um elevado nível de protecção do ambiente;
humana e sociais e do respeito pelo funcionamento ade- c) A utilização de materiais ambientalmente seguros
quado do mercado interno. produzidos a partir de biorresíduos, designadamente com-
4 — A responsabilidade do produtor do produto pela posto.
gestão dos resíduos provenientes dos seus próprios produ-
tos pode ser assumida a título individual ou transferida para Artigo 14.º
um sistema integrado, nos termos da lei, ou ainda através Plano nacional de gestão de resíduos
da celebração de acordos voluntários entre o produtor do
produto e a ANR. 1 — O plano nacional de gestão de resíduos estabelece
as orientações estratégicas de âmbito nacional da política
TÍTULO II de gestão de resíduos e as regras orientadoras da disciplina
a definir pelos planos específicos de gestão de resíduos no
Regulação da gestão de resíduos sentido de garantir a concretização dos princípios referidos
no título I, bem como a constituição de uma rede integrada
CAPÍTULO I e adequada de instalações de valorização e eliminação
de todo o tipo de resíduos, tendo em conta as melhores
Planeamento da gestão de resíduos tecnologias disponíveis com custos economicamente sus-
Artigo 11.º tentáveis.
2 — O plano nacional de gestão de resíduos é elabo-
Autoridade Nacional dos Resíduos rado pela ANR e é aprovado por resolução do Conselho
Compete ao organismo com atribuições na área dos de Ministros, após audição da Associação Nacional de
resíduos tutelado pelo ministério responsável pela área do Municípios Portugueses.
3280 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

Artigo 15.º ficar claramente identificadas as componentes relativas à


Planos específicos de gestão de resíduos
prevenção.
3 — Os programas de prevenção de resíduos devem
1 — Os planos específicos de gestão de resíduos con- conter as medidas e os objectivos de prevenção, existentes
cretizam o plano nacional de gestão de resíduos em cada e previstos, bem como indicadores e valores de referência
área específica de actividade geradora de resíduos, no- qualitativos ou quantitativos específicos adequados às
meadamente industrial, urbana, agrícola e hospitalar, es- medidas de prevenção que garantam o acompanhamento
tabelecendo as respectivas prioridades a observar, metas e a avaliação dos progressos da implementação das refe-
a atingir e acções a implementar e as regras orientadoras ridas medidas.
da disciplina a definir pelos planos multimunicipais, in- 4 — Os programas de prevenção de resíduos são apro-
termunicipais e municipais de acção. vados por portaria dos membros do Governo responsá-
2 — Os planos específicos de gestão de resíduos são veis pela área do ambiente e da geradora dos resíduos
aprovados por portaria conjunta dos membros do Governo em causa.
responsáveis pela área do ambiente e pela área geradora
do respectivo tipo de resíduos, sendo previamente ouvida Artigo 18.º
a Associação Nacional de Municípios Portugueses no caso
do plano específico de gestão de resíduos urbanos. Avaliação e revisão dos planos e programas
3 — Compete à ANR, em articulação com outras enti- 1 — Os planos de gestão e os programas de prevenção
dades com competência em razão da matéria, elaborar os de resíduos são avaliados e, se necessário, revistos, pelo
planos específicos de gestão de resíduos. menos, de seis em seis anos contados a partir da data da
sua aprovação.
Artigo 16.º 2 — Os planos específicos de gestão de resíduos e os
Planos multimunicipais, intermunicipais e municipais de acção programas de prevenção de resíduos são reavaliados no
prazo máximo de dois anos a contar da aprovação do plano
1 — Os planos multimunicipais, intermunicipais e nacional de gestão de resíduos e, se necessário, revistos no
municipais de acção definem a estratégia de gestão de prazo máximo de três anos em articulação com a entidade
resíduos urbanos e as acções a desenvolver pela entidade competente em razão da matéria.
responsável pela respectiva elaboração quanto à gestão 3 — Os planos multimunicipais, intermunicipais e mu-
deste tipo de resíduos, em articulação com o plano nacional nicipais de acção são revistos no prazo máximo de um ano
de gestão de resíduos e o plano específico de gestão de a contar da aprovação da revisão do plano específico de
resíduos urbanos. gestão de resíduos urbanos.
2 — Os planos multimunicipais e intermunicipais são
elaborados pelas entidades gestoras dos respectivos siste- Artigo 18.º-A
mas de gestão, ouvida a ARR competente.
3 — A elaboração dos planos municipais de acção pelos Consulta pública
municípios é facultativa, adoptando-se o procedimento de 1 — Os planos de gestão de resíduos e os programas
aprovação previsto para os regulamentos municipais. de prevenção de resíduos são sujeitos a consulta pública
antes da respectiva aprovação, a efectuar nos termos do
Artigo 17.º Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, com as neces-
Conteúdo dos planos de gestão de resíduos sárias adaptações.
2 — Os planos e programas previstos no número ante-
1 — Os planos de gestão de resíduos devem integrar:
rior que sejam sujeitos ao regime de avaliação dos efeitos
a) A análise da situação actual da gestão de resíduos; de determinados planos e programas no ambiente, nos
b) A definição das medidas a adoptar para melhorar o termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, se-
tratamento de resíduos; guem o procedimento nele estabelecido.
c) A avaliação do modo como o plano é susceptível 3 — Após a aprovação, os planos de gestão de resíduos
de apoiar a execução dos objectivos do presente decreto- e os programas de prevenção de resíduos são disponibili-
-lei. zados ao público no sítio da Internet da ANR.

2 — A elaboração dos planos de gestão de resíduos deve Artigo 19.º


obedecer ao disposto no anexo VI do presente decreto-lei,
do qual faz parte integrante. (Revogado.)

Artigo 17.º-A CAPÍTULO II


Programas de prevenção de resíduos
Normas técnicas das actividades de tratamento
1 — Até 12 de Dezembro de 2013 são elaborados pro- de resíduos
gramas de prevenção de resíduos, de acordo com as medi-
das constantes do anexo V do presente decreto-lei, do qual Artigo 20.º
faz parte integrante, tendo em vista dissociar o crescimento Normas técnicas
económico dos impactes ambientais relacionados com a
produção de resíduos. 1 — Podem ser estabelecidas normas técnicas relativas
2 — Os programas referidos no número anterior podem à gestão de resíduos de modo a assegurar que os resíduos
ser integrados em planos de gestão de resíduos ou noutros são tratados em conformidade com o princípio da protecção
programas de política ambiental, devendo, nestes casos, da saúde humana e do ambiente previsto no artigo 6.º
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3281

2 — As normas técnicas que enquadrem isenções de sível, necessário e viável técnica e economicamente, a fim
licenciamento previstas no artigo 23.º devem observar de dar cumprimento ao disposto no princípio da protecção
o disposto no artigo 6.º e definem, para a operação de da saúde humana e do ambiente previsto no artigo 6.º
tratamento de resíduos em causa, os tipos e quantidades 4 — O disposto nos números anteriores não se aplica a
de resíduos isentos, o método de tratamento a utilizar e, resíduos urbanos recolhidos indiferenciadamente.
no caso de operações de eliminação, consideram ainda as 5 — Para efeitos de recolha, transporte e armazena-
melhores técnicas disponíveis, na acepção da alínea l) do mento preliminar os resíduos perigosos, com excepção
artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto. dos urbanos, são embalados e rotulados nos termos da
3 — Quando estejam em causa resíduos perigosos, as legislação em vigor.
normas técnicas que enquadrem isenções de licenciamento
estabelecem ainda condições específicas para o efeito, Artigo 22.º
designadamente actividades abrangidas, requisitos ne-
cessários para a valorização, valores limite para o teor Centros integrados de recuperação, valorização
e eliminação de resíduos perigosos
de substâncias perigosas nos resíduos e valores limite de
emissão. 1 — As operações de gestão de resíduos efectuadas
4 — As normas técnicas são aprovadas por portaria do nos centros integrados de recuperação, valorização e eli-
membro do Governo responsável pela área do ambiente, minação de resíduos perigosos, adiante designados por
devendo as normas técnicas de maior relevância para o CIRVER, são realizadas de acordo com as normas técnicas
sector dos resíduos, identificadas por proposta da ANR, ser constantes do respectivo regulamento de funcionamento,
aprovadas no prazo de um ano a contar da data da entrada aprovado por portaria dos membros do Governo respon-
em vigor do presente decreto-lei. sáveis pelas áreas do ambiente, da economia e da saúde.
5 — As operações de tratamento de resíduos são rea- 2 — Os CIRVER devem realizar operações de prepara-
lizadas sob a direcção de um responsável técnico, cujas ção de combustíveis alternativos a partir de resíduos peri-
obrigações e habilitações profissionais são definidas por gosos para posterior valorização energética em instalações
portaria do membro do Governo responsável pela área do de incineração ou co-incineração, podendo ainda essas
ambiente. operações de tratamento, desde que exclusivamente físicas,
ser realizadas noutras instalações devidamente licenciadas
Artigo 21.º para o efeito nos termos do presente decreto-lei.
Transporte de resíduos
Artigo 22.º-A
1 — O transporte de resíduos está sujeito a registo
electrónico a efectuar pelos produtores, detentores, trans- Óleos usados
portadores e destinatários dos resíduos, através de uma 1 — A gestão de óleos usados rege-se pelo regime ju-
guia de acompanhamento de resíduos electrónica (e-GAR) rídico específico, sem prejuízo da aplicação do disposto
disponível no sítio da ANR na Internet. no presente decreto-lei em tudo o que não estiver naquele
2 — As normas técnicas sobre o transporte de resíduos previsto.
em território nacional são aprovadas por portaria conjunta 2 — Entende-se por «óleos usados» quaisquer lubri-
dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do ficantes, minerais ou sintéticos, ou óleos industriais que
ambiente e dos transportes. se tenham tornado impróprios para o uso a que estavam
inicialmente destinados, tais como os óleos usados dos
Artigo 21.º-A motores de combustão e dos sistemas de transmissão, os
Resíduos perigosos óleos lubrificantes usados e os óleos usados para turbinas
e sistemas hidráulicos.
1 — A produção, a recolha e o transporte de resíduos 3 — Os óleos usados são recolhidos selectivamente,
perigosos, bem como o seu armazenamento e tratamento, sempre que tecnicamente exequível, e tratados em con-
são realizados em condições que assegurem a protecção do formidade com os princípios da hierarquia de gestão de
ambiente e da saúde nos termos do artigo 6.º, observando resíduos e da protecção da saúde humana e do ambiente.
medidas de garantia da rastreabilidade desde a produção 4 — É proibida a mistura de óleos usados de caracterís-
até ao destino final. ticas diferentes bem como a mistura de óleos usados com
2 — A operação de mistura, incluindo a diluição, de outros tipos de resíduos ou substâncias se tecnicamente
resíduos perigosos com outras categorias de resíduos pe- exequível e economicamente viável e quando a mistura
rigosos ou com outros resíduos, substâncias ou materiais em causa impeça o tratamento dos óleos usados.
é proibida, salvo em casos devidamente autorizados, em
que, cumulativamente, a operação: Artigo 22.º-B
a) Seja executada por um operador licenciado nos ter- Composto
mos do capítulo III do título II do presente decreto-lei;
b) Observe o disposto no artigo 6.º e não agrave os im- 1 — O composto pode ser colocado no mercado como
pactes negativos da gestão de resíduos na saúde humana correctivo orgânico desde que sejam observados os requi-
e no ambiente; sitos constantes de portaria a aprovar pelos membros do
c) Seja conforme às melhores técnicas disponíveis. Governo responsáveis pelas áreas do ambiente, da agri-
cultura e da economia.
3 — Sem prejuízo do disposto no capítulo I do título V 2 — Para efeitos de colocação no mercado, podem ser
do presente decreto-lei, caso tenha ocorrido mistura de utilizados para a produção de composto os resíduos indi-
resíduos perigosos em desrespeito pelo disposto no número cados na lista de resíduos a definir na portaria referida no
anterior, deve proceder-se à sua separação, se tal for pos- número anterior.
3282 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

3 — Para efeitos do disposto no número anterior, o f) Valorização não energética de resíduos perigosos,
operador responsável pela colocação do composto no mer- quando efectuada pelo produtor dos resíduos, desde que
cado, antes de proceder a essa colocação, deve certificar- abrangida por normas técnicas previstas nos n.os 2 e 3 do
-se de que o composto cumpre os requisitos de qualidade artigo 20.º
estabelecidos na portaria referida no n.º 1 e as obrigações
em matéria de marcação, rotulagem, embalagem, registo 5 — Estão ainda isentas de licenciamento, desde que
e documentação constantes do Decreto-Lei n.º 190/2004, enquadradas por normas técnicas aprovadas nos termos
de 17 de Agosto. do artigo 20.º:
4 — O operador responsável pela colocação do com-
posto no mercado deve elaborar e executar um plano de a) As operações de valorização de resíduos não pre-
controlo de qualidade que observe os requisitos previstos vistas no número anterior ou de eliminação de resíduos
na portaria referida no n.º 1. não perigosos quando efectuadas pelo seu produtor e no
5 — O operador responsável pela colocação do com- próprio local de produção;
posto no mercado deve dispor de um técnico qualificado b) As operações de valorização de resíduos, designada-
e de um laboratório, para o controlo analítico previsto no mente de resíduos transaccionados no mercado organizado
número anterior, podendo para o efeito recorrer a entidade de resíduos.
externa.
Artigo 24.º
Entidades licenciadoras
CAPÍTULO III
Sem prejuízo do disposto nos artigos 41.º a 44.º do
Licenciamento das actividades de tratamento presente decreto-lei, o licenciamento das operações de
de resíduos gestão de resíduos compete:
a) À ANR, no caso de operações efectuadas em instala-
SECÇÃO I ções referidas no anexo I do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3
Disposições gerais de Maio, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos-Leis
n.os 74/2001, de 26 de Fevereiro, e 69/2003, de 10 de Abril,
Artigo 23.º pela Lei n.º 12/2004, de 30 de Março, e pelo Decreto-Lei
n.º 197/2005, de 8 de Novembro;
Sujeição e licenciamento b) Às ARR, nos restantes casos de operações de gestão
1 — A actividade de tratamento de resíduos está sujeita de resíduos, bem como nos casos de operações de descon-
a licenciamento por razões de saúde pública e de protecção taminação dos solos.
do ambiente, nos termos do presente capítulo.
2 — O disposto no presente capítulo aplica-se, com as Artigo 25.º
necessárias adaptações, às operações de descontaminação (Revogado.)
dos solos e de valorização agrícola de resíduos, sem pre-
juízo do disposto em legislação especial. Artigo 26.º
3 — O disposto no presente capítulo é ainda aplicável,
com as necessárias adaptações, às operações de tratamento Apresentação de documentos
de resíduos que se desenvolvam em instalações móveis, 1 — O pedido de licença para a actividade de tratamento
devendo o acto de licenciamento, nestes casos, definir os de resíduos, bem como os outros documentos exigidos
tipos de locais em que o seu desenvolvimento é permitido, no âmbito do presente decreto-lei, são apresentados pelo
de acordo com o tipo de resíduos e de operações de gestão requerente em suporte informático e por meios electró-
em causa. nicos, através do balcão único electrónico dos serviços,
4 — Estão isentas de licenciamento nos termos do pre- podendo as peças desenhadas ser apresentadas em suporte
sente capítulo as seguintes operações de tratamento: de papel.
a) Valorização energética de resíduos vegetais fibrosos 2 — Os documentos são acompanhados de declaração
provenientes da produção de pasta virgem e de papel, se que ateste a autenticidade das declarações prestadas, elabo-
forem co-incinerados no local de produção; rada e assinada pelo interessado ou pelo seu representante
b) Valorização energética de resíduos de madeira e cor- legal quando se trate de pessoa colectiva, sendo a assinatura
tiça, com excepção daqueles que possam conter compostos feita através dos meios de certificação electrónica.
orgânicos halogenados ou metais pesados resultantes de 3 — Todas as comunicações subsequentes entre a en-
tratamento com conservantes ou revestimento, incluindo, tidade licenciadora e o interessado, no âmbito do proce-
em especial, os provenientes de obras de construção e dimento referido no n.º 1, são realizadas por meios elec-
demolição; trónicos.
c) Valorização energética da fracção dos biorresíduos
provenientes de espaços verdes; Artigo 26.º-A
d) Valorização energética da fracção dos biorresíduos de Plataforma electrónica de gestão dos processos de licenciamento
origem vegetal provenientes da indústria de transformação
de produtos alimentares; 1 — A ANR mantém disponível ao público, no seu sí-
e) Valorização não energética de resíduos não perigosos, tio na Internet, uma plataforma electrónica de gestão dos
quando efectuada pelo produtor dos resíduos resultantes processos de licenciamento, através da qual podem ser
da sua própria actividade, no local de produção ou em consultados o estado e o cadastro dos processos actuali-
local análogo ao local de produção pertencente à mesma zado e articulado com o cadastro ambiental previsto na Lei
entidade; n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009,
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3283

de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração de Recti- b) Do serviço regional desconcentrado responsável pela
ficação n.º 70/2009, de 1 de Outubro. área do ordenamento do território, quanto à compatibili-
2 — A ANR, em colaboração com as demais entidades dade da localização prevista com os instrumentos de gestão
licenciadoras, garante a interoperabilidade da plataforma territorial e com as servidões administrativas e restrições
electrónica de gestão dos processos de licenciamento com de utilidade pública respectivamente aplicáveis.
outras plataformas electrónicas de licenciamento, nome-
adamente a que suporta o licenciamento do exercício da 2 — (Revogado.)
actividade industrial. 3 — No termo do prazo fixado no n.º 1 para a autori-
3 — A actualização da plataforma electrónica de gestão dade licenciadora promover as consultas às entidades que
dos processos de licenciamento, incluindo designadamente devam pronunciar-se no âmbito do procedimento, pode o
a emissão, renovação, alteração ou transmissão de licenças, requerente solicitar a passagem de certidão da promoção
bem como as respectivas suspensões ou revogações, é da das consultas devidas, devendo esta ser emitida no prazo
competência das entidades licenciadoras definidas nos de 10 dias.
termos do artigo 24.º 4 — Se a certidão referida no número anterior for nega-
tiva ou não for emitida no respectivo prazo, o interessado
pode promover directamente as respectivas consultas ou
SECÇÃO II pedir ao tribunal que promova as consultas ou que condene
Procedimento a autoridade licenciadora a promovê-las.
5 — A não emissão de parecer no prazo de 15 dias conta-
Artigo 27.º dos a partir da data de promoção das consultas previstas nos
números anteriores equivale à emissão de parecer favorável.
Pedido de licenciamento 6 — Quando os meios disponíveis o permitam e a en-
1 — O pedido de licenciamento é apresentado junto tidade licenciadora o determine, os pareceres previstos
da entidade licenciadora, instruído com os seguintes ele- no presente artigo podem ser emitidos em conferência de
mentos: serviços, a qual pode decorrer por via electrónica.
7 — Os pareceres referidos no número anterior são re-
a) Documento do qual constem: duzidos a escrito em acta da conferência assinada por todos
i) A identificação do requerente e o seu número de iden- os presentes ou documentados através de outro meio que
tificação fiscal; ateste a posição assumida pelo representante da entidade
ii) Descrição da operação que pretende realizar e da sua consultada.
localização geográfica, com os elementos definidos em
portaria aprovada pelo membro do Governo responsável Artigo 29.º
pela área do ambiente; Comunicação
1 — A entidade licenciadora comunica ao requerente,
b) Outros elementos tidos pelo requerente como rele- no prazo de 30 dias após o termo do prazo referido no n.º 1
vantes para a apreciação do pedido. do artigo anterior, se o respectivo projecto:
2 — No prazo de 10 dias, a entidade licenciadora veri- a) Está conforme aos princípios referidos no título I do
fica se o pedido se encontra instruído com a totalidade dos presente decreto-lei e aos planos de gestão de resíduos
elementos exigidos, podendo solicitar, por uma única vez, aplicáveis; e
a prestação de informações ou elementos complementares, b) Cumpre as normas técnicas a que se referem os ar-
bem como o seu aditamento ou reformulação. tigos 20.º a 22.º
3 — A entidade licenciadora pode igualmente convocar
o requerente para a realização de uma conferência instrutó- 2 — Com a comunicação referida no número anterior, a
ria na qual são abordados todos os aspectos considerados entidade licenciadora informa o requerente das condições
necessários para a boa decisão do pedido e eventualmente impostas por si e pelas demais entidades consultadas.
solicitados elementos instrutórios adicionais. 3 — A comunicação é válida por um período de dois
4 — No caso de o requerente não juntar os elementos anos, sendo o seu prazo de validade prorrogável a pedido
solicitados pela entidade licenciadora nos termos dos nú- do requerente, com fundamento em motivo que não lhe
meros anteriores no prazo de 60 dias a contar da notificação seja imputável.
de pedido de elementos ou de os juntar de forma deficiente 4 — Sem prejuízo da possibilidade de exercício dos
ou insuficiente, o pedido é liminarmente indeferido. meios de garantia jurisdicional ao dispor do requerente
para reagir à omissão administrativa, a falta da comunica-
Artigo 28.º ção pela entidade licenciadora no prazo referido no n.º 1
do presente artigo concede ao requerente a faculdade de
Consultas notificar para o efeito aquela entidade, a qual tem o prazo
1 — No prazo de 10 dias a contar da recepção do pedido de oito dias contados da recepção da notificação para se
ou da recepção dos elementos adicionais referidos nos n.os 2 pronunciar, equivalendo a falta de pronúncia à emissão de
a 4 do artigo anterior, a autoridade licenciadora promove a comunicação favorável ao projecto.
consulta das entidades que devam pronunciar-se no âmbito 5 — São nulos os actos que autorizem ou licenciem a
do procedimento de licenciamento, nomeadamente: realização de qualquer projecto relativo a operações de
gestão de resíduos sem que tenha sido previamente emitida
a) Do organismo regional com responsabilidade pela a comunicação favorável a que se refere o n.º 1 do presente
gestão da água, relativamente à afectação dos recursos artigo ou verificada a produção do deferimento tácito nos
hídricos; termos previstos no número anterior.
3284 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

Artigo 30.º Artigo 31.º-A


Vistoria Instalações sujeitas a avaliação de impacte ambiental

1 — O requerente solicita a realização de uma vistoria 1 — No caso de uma instalação sujeita a AIA, nos ter-
com uma antecedência mínima de 40 dias da data pre- mos do regime jurídico de AIA, aprovado pelo Decreto-
vista para o início da realização da operação de gestão -Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, o pedido de licença para a
de resíduos. operação de tratamento de resíduos é entregue após:
2 — Quando tiverem sido impostas condições nos ter- a) A emissão de DIA favorável ou condicionalmente
mos do n.º 2 do artigo anterior, o pedido de vistoria é favorável, no caso de o procedimento de AIA decorrer em
acompanhado de elementos comprovativos do respectivo fase de projecto de execução;
cumprimento. b) A emissão de parecer relativo à conformidade do pro-
3 — A vistoria é efectuada pela entidade licenciadora, jecto de execução com a DIA, no caso de o procedimento
acompanhada pelas entidades que tenham emitido parecer, de AIA decorrer em fase de estudo prévio;
não constituindo a ausência destas fundamento para a sua c) A emissão de declaração relativa à dispensa do pro-
não realização. cedimento de AIA; ou
4 — A vistoria efectua-se no prazo de 20 dias a contar d) O decurso do prazo necessário para deferimento tácito
da data de apresentação da solicitação, sendo o requerente nos termos previstos no regime jurídico de AIA, aprovado
notificado para o efeito pela entidade licenciadora com pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio.
uma antecedência mínima de 10 dias.
5 — Da vistoria é lavrado um auto, assinado pelos in- 2 — Por opção do operador, o procedimento de licen-
tervenientes, do qual consta a informação sobre: ciamento da actividade de tratamento de resíduos pode
decorrer em simultâneo com o procedimento de AIA desde
a) A conformidade ou desconformidade da instalação e que este seja relativo a um projecto de execução.
ou equipamento com o projecto que tenha merecido uma 3 — No caso referido no número anterior, o procedi-
apreciação favorável nos termos do artigo 29.º; mento de licenciamento da actividade de tratamento de
b) O cumprimento das condições previamente estabe- resíduos inicia-se logo que seja emitida a declaração de
lecidas. conformidade do estudo de impacte ambiental, nos termos
do n.º 4 do artigo 13.º do regime jurídico da avaliação de
6 — A não realização da vistoria no prazo de 20 dias impacte ambiental, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000,
após a recepção do pedido equivale à verificação da con- de 3 de Maio.
formidade da instalação ou equipamento com o projecto 4 — No caso de o procedimento de licenciamento da
inicialmente apresentado. operação de tratamento de resíduos decorrer em simultâ-
neo com o procedimento de AIA, a comunicação referida
Artigo 31.º no artigo 29.º só ocorre após a emissão da DIA favorável
ou condicionalmente favorável e, no caso de emissão de
Decisão final
DIA desfavorável, a comunicação é de indeferimento do
1 — A decisão final é proferida no prazo de 10 dias a projecto.
contar da data da realização da vistoria ou do decurso do
prazo referido no n.º 6 do artigo anterior. Artigo 32.º
2 — O licenciamento de operações de gestão de resíduos Licenciamento simplificado
depende do cumprimento dos seguintes requisitos:
1 — São licenciados em procedimento de regime sim-
a) Verificação da conformidade da instalação e ou equi- plificado, analisado e decidido no prazo de 30 dias pela
pamento com o projecto que tenha merecido uma aprecia- entidade licenciadora:
ção favorável nos termos do artigo 29.º;
b) Conformidade da operação de gestão com os princí- a) O tratamento de resíduos relativo a situações pon-
pios referidos no título I do presente decreto-lei e com os tuais, dotadas de carácter não permanente ou em que os
planos de gestão de resíduos aplicáveis; e resíduos não resultem da normal actividade produtiva;
b) Armazenagem de resíduos, quando efectuadas no
c) Cumprimento pela operação a realizar das normas
próprio local de produção, no respeito pelas especificações
técnicas a que se referem os artigos 20.º a 22.º
técnicas aplicáveis e por período superior a um ano;
c) (Revogada.)
3 — A decisão final estabelece os termos e as condições d) O armazenamento e a triagem de resíduos em centros
de que depende a realização da operação de gestão de de recepção que integram sistemas de gestão de fluxos
resíduos licenciada. específicos de resíduos;
4 — (Revogado.) e) (Revogada.)
5 — Sem prejuízo da possibilidade de exercício dos f) A valorização de resíduos realizada a título experi-
meios de garantia jurisdicional ao dispor do requerente mental destinada a fins de investigação, desenvolvimento
para reagir à omissão administrativa, a falta de decisão e ensaio de medidas de aperfeiçoamento dos processos de
pela entidade licenciadora no prazo referido no n.º 1 do gestão de resíduos, por um período máximo de 6 meses,
presente artigo concede ao requerente a faculdade de no- prorrogável até 18 meses;
tificar para o efeito aquela entidade, a qual tem o prazo g) A valorização de resíduos não perigosos que não seja
de oito dias contados da recepção da notificação para se efectuada pelo produtor dos resíduos, com excepção da
pronunciar, equivalendo a falta de pronúncia à emissão de valorização energética e da valorização orgânica;
decisão favorável ao projecto. h) (Revogada.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3285

i) Valorização de resíduos inertes, de betão e de betu- pela entidade licenciadora no prazo máximo de seis meses
minosos; após emissão do alvará, aplicando-se, com as necessárias
j) Valorização de resíduos tendo em vista a recuperação adaptações, o disposto no artigo 30.º
de metais preciosos;
l) (Revogada.) Artigo 33.º
m) Co-incineração de resíduos combustíveis não peri-
Alvará de licença
gosos resultantes do tratamento mecânico de resíduos.
1 — Com o proferimento da decisão final é emitido
2 — O pedido de licenciamento simplificado é instruído e enviado ao operador o respectivo alvará de licença, do
com os seguintes elementos: qual constam, nomeadamente:
a) Memória descritiva das operações em causa e do tipo a) A identificação do titular da licença, incluindo o
e quantidade de resíduos envolvidos; endereço completo da instalação licenciada e a sua geor-
b) Informação relativa à sua localização geográfica referenciação;
definida na portaria a que se refere a subalínea ii) da alí- b) O tipo de operação de gestão de resíduos para o qual
nea a) do n.º 1 do artigo 27.º e que seja relevante para a o operador está licenciado, nomeadamente as normas téc-
apreciação do pedido; nicas aplicáveis e o método de tratamento utilizável;
c) Identificação das medidas de protecção do ambiente c) Indicação exacta dos códigos dos resíduos abrangi-
e da saúde pública a implementar. dos, de acordo com a LER, e das quantidades máximas,
total e instantânea, de resíduos objecto da operação de
3 — No prazo de 10 dias, a entidade licenciadora veri- valorização ou eliminação, classificada de acordo com os
fica se o pedido se encontra instruído com a totalidade dos anexos I e II ao presente decreto-lei;
elementos exigidos, podendo solicitar, por uma única vez,
d) As condições a que fica submetida a operação de
a prestação de informações ou elementos complementares,
bem como o seu aditamento ou reformulação, suspendendo- gestão de resíduos, incluindo as precauções a tomar em
-se o prazo referido no n.º 1 do presente artigo. matéria de segurança;
4 — A entidade licenciadora pode igualmente convocar e) A identificação do(s) responsável(eis) técnico(s) pela
o requerente para a realização de uma conferência instrutó- operação de gestão de resíduos;
ria na qual são abordados todos os aspectos considerados f) A identificação das instalações e ou equipamentos
necessários para a boa decisão do pedido e eventualmente licenciados, incluindo a indicação dos mesmos em peça
solicitados elementos instrutórios adicionais. desenhada e os requisitos técnicos relevantes;
5 — No caso de o requerente não juntar os elementos g) O prazo de validade da licença;
solicitados pela entidade licenciadora nos termos dos nú- h) As operações de acompanhamento e controlo que
meros anteriores no prazo de 30 dias a contar da notificação forem necessárias;
de pedido de elementos ou de os juntar de forma deficiente i) As disposições que forem necessárias em matéria de
ou insuficiente, o pedido é liminarmente indeferido. encerramento e de manutenção após o encerramento;
6 — O licenciamento de operações de tratamento de j) A indicação da eficiência energética quando esteja em
resíduos nos termos do presente artigo depende do cum- causa uma operação de incineração ou de co-incineração,
primento dos seguintes requisitos: com valorização energética;
l) Consequências do não cumprimento das condições
a) Conformidade do pedido com os princípios referidos
da licença.
no título I do presente decreto-lei e com os planos de gestão
de resíduos aplicáveis; e
b) Observância das normas técnicas a que se referem 2 — A licença é válida pelo período nela fixado, que
os artigos 20.º a 22.º; não pode ser superior a cinco anos.
c) Compatibilidade da localização pretendida com os 3 — A ANR disponibiliza o modelo de alvará de licença
instrumentos de gestão territorial e com as servidões ad- na plataforma de gestão dos processos de licenciamento e
ministrativas e restrições de utilidade pública aplicáveis, no seu sítio da Internet.
de acordo com parecer emitido pelo serviço regional des-
concentrado responsável pela área do ordenamento do SECÇÃO III
território no decurso do procedimento de licenciamento
simplificado. Vicissitudes da licença e controlo da operação licenciada

7 — Em caso de deferimento, a licença é emitida nos Artigo 34.º


termos do artigo 33.º Adaptabilidade da licença
8 — Sem prejuízo da possibilidade de exercício dos
meios de garantia jurisdicional ao dispor do requerente 1 — O operador de gestão de resíduos assegura a
para reagir à omissão administrativa, a falta de decisão da adopção das medidas preventivas adequadas ao combate
entidade licenciadora no prazo referido no n.º 1 do presente à poluição, mediante a utilização das melhores técnicas
artigo concede ao requerente a faculdade de notificar para disponíveis.
o efeito aquela entidade, a qual tem o prazo de oito dias 2 — A entidade licenciadora pode impor ao operador
contados da recepção da notificação para se pronunciar, de gestão de resíduos, mediante decisão fundamentada, a
equivalendo a falta de pronúncia à emissão de decisão adopção das medidas que considere adequadas para mini-
favorável. mizar ou compensar efeitos negativos não previstos para
9 — As actividades abrangidas pelo licenciamento sim- o ambiente ou para a saúde pública ocorridos durante as
plificado estão sujeitas a vistoria de controlo, efectuada operações de gestão de resíduos.
3286 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

Artigo 35.º de gestão de resíduos nos termos definidos no procedi-


Renovação da licença
mento de licenciamento.
2 — A transmissão da licença é solicitada mediante
1 — O pedido de renovação da licença é apresentado apresentação à entidade licenciadora de requerimento con-
pelo operador de gestão de resíduos no prazo de 120 dias junto instruído de documento elaborado pelo transmissário
antes do termo do prazo de validade da licença em vigor, do qual constem:
instruído com documento do qual conste a menção de que
a operação será realizada de forma integralmente conforme a) A declaração de que a operação será realizada nos
com a anteriormente licenciada e nos termos da legislação termos licenciados e de acordo com a legislação e regula-
e regulamentação aplicáveis. mentação aplicáveis;
2 — O requerente fica dispensado de apresentar com o b) A identificação do responsável técnico da operação
pedido de renovação os documentos que hajam instruído licenciada e das respectivas habilitações profissionais.
o anterior pedido de licença e que se mantenham válidos.
3 — (Revogado.) 3 — A entidade licenciadora decide o pedido de trans-
4 — (Revogado.) missão no prazo de 15 dias, equivalendo a falta de decisão
5 — (Revogado.) a deferimento tácito.
6 — A decisão de renovação é proferida no prazo de 4 — A transmissão da licença é averbada no respectivo
30 dias a contar da data de apresentação do requerimento, alvará.
sendo realizada, pela entidade licenciadora, vistoria prévia
para verificação do cumprimento das condições fixadas no Artigo 38.º
alvará de licença nos termos do artigo 30.º Suspensão e revogação da licença
7 — Os termos da renovação da licença são averbados
no alvará original. 1 — Sem prejuízo do disposto no capítulo I do título V
do presente decreto-lei, a entidade licenciadora pode sus-
Artigo 36.º pender ou revogar a licença por si emitida.
Alteração do alvará de licença 2 — A licença pode ser suspensa nos seguintes casos:
1 — O alvará de licença da operação de tratamento a) Verificação de um risco significativo de produção
de resíduos pode ser alterado na sequência de decisão da de efeitos negativos ou prejudiciais para a saúde pública
entidade licenciadora nos termos do n.º 2 do artigo 34.º ou ou para o ambiente em resultado de actividades relacio-
por solicitação do operador, quando pretenda modificar nadas com a operação de gestão de resíduos objecto de
o tipo de operação realizada, o tipo de resíduo objecto licenciamento;
de gestão, a quantidade de resíduos tratados ou a área de b) Necessidade de suspensão da operação para assegurar
instalação. o cumprimento das medidas impostas nos termos do n.º 2
2 — No caso de alteração requerida pelo operador, a do artigo 34.º;
entidade licenciadora pode decidir e notificar o requerente c) Incumprimento das condições impostas no âmbito
para apresentar um novo pedido de licença, nos termos das vistorias de controlo efectuadas nos termos do n.º 9
do disposto nos artigos 27.º e 32.º, sempre que das alte- do artigo 32.º;
rações introduzidas resulte o exercício de uma operação d) Desconformidade da instalação e ou equipamento
substancialmente diferente da originalmente licenciada, com o projecto objecto de licenciamento.
nomeadamente quando se verifique:
3 — A suspensão da licença mantém-se até deixarem
a) A modificação da operação de valorização ou elimina- de se verificar os factos que a determinaram.
ção, classificada de acordo com os anexos I e II do presente 4 — A licença é total ou parcialmente revogável quando:
decreto-lei, aplicada a cada resíduo a tratar;
b) O tratamento de resíduos, classificados de acordo a) For inviável a minimização ou compensação de sig-
com a LER, não contemplados no alvará de licença an- nificativos efeitos negativos não previstos para o ambiente
terior, e que impliquem uma alteração do processo de ou para a saúde pública que ocorram durante as operações
tratamento; de gestão de resíduos;
c) O aumento da área ocupada pela instalação exceda b) Se verificar o incumprimento reiterado dos termos
em mais de 20 % a área ocupada à data de emissão da da respectiva licença ou das medidas impostas nos termos
licença; ou ainda do n.º 2 do artigo 34.º;
d) Se verifique um aumento superior a 20 % da quan- c) Não for assegurada a constante adopção de medidas
tidade de resíduos geridos. preventivas adequadas ao combate à poluição mediante a
utilização das melhores técnicas disponíveis, daí resultando
3 — Sempre que as alterações introduzidas consubs- a produção de efeitos negativos para o ambiente que sejam
tanciem um novo pedido nos termos do número anterior, evitáveis;
o pedido é instruído, com as necessárias adaptações, nos d) O operador realizar operações proibidas, nos termos
termos do disposto nos artigos 27.º e 32.º do n.º 3 do artigo 9.º;
4 — Os termos da alteração da licença são averbados e) O operador realizar operações de tratamento em ins-
no alvará original. talações não abrangidas pelo licenciamento.

Artigo 37.º Artigo 39.º


Transmissão da licença Falta de início e suspensão de actividade
1 — A licença de operação de gestão de resíduos pode 1 — A licença caduca caso não seja iniciada a operação
ser transmitida desde que o transmissário realize a operação de gestão de resíduos no prazo de um ano a contar da data
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3287

da sua emissão, devendo nesse caso ser solicitada a sua do regime jurídico de urbanização e edificação (RJUE),
renovação nos termos do artigo 35.º aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro,
2 — A licença caduca igualmente com a suspensão o requerente pode apresentar à câmara municipal compe-
das operações de gestão de resíduos por um período de tente o pedido de licença ou comunicação prévia, antes
tempo superior a um ano, aplicando-se o disposto no artigo de iniciado o procedimento de licenciamento previsto no
seguinte, excepto quando o operador demonstre perante presente capítulo.
a entidade licenciadora que lhe é impossível retomar a 2 — A câmara municipal só pode emitir decisão sobre
operação de gestão de resíduos por motivo que não lhe o pedido referido o número anterior após a emissão da
seja imputável. comunicação favorável da entidade licenciadora relativa
3 — O início da suspensão do exercício da actividade ao projecto a que se refere o n.º 1 do artigo 29.º
é comunicado pelo operador à entidade licenciadora no
prazo de cinco dias a contar dessa mesma data. Artigo 41.º-C
Título de utilização dos recursos hídricos
Artigo 40.º
Cessação da actividade O licenciamento da actividade de tratamento de resí-
duos nos termos do presente decreto-lei não prejudica
1 — A cessação de actividade da operação de gestão a necessidade de obtenção de título de utilização de re-
de resíduos licenciada depende da aceitação por parte cursos hídricos, sempre que o mesmo seja exigível nos
da entidade licenciadora de um pedido de renúncia da termos da Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de
respectiva licença. 29 de Dezembro, e do regime de utilização dos recursos
2 — O pedido de renúncia é apresentado junto da en- hídricos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de
tidade licenciadora instruído com a documentação que o 31 de Maio.
operador entenda relevante para evidenciar que a cessação
de actividade não produzirá qualquer passivo ambiental, Artigo 42.º
podendo a entidade licenciadora no prazo de 30 dias soli-
citar ao operador a informação que entenda relevante para Licenciamento industrial
a decisão a produzir. 1 — No licenciamento de uma actividade abrangida
3 — A entidade licenciadora decide o pedido de renún- pelo regime de exercício da actividade industrial, aprovado
cia no prazo de 60 dias, podendo nesse prazo realizar as pelo Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, que
vistorias que entenda necessárias. careça igualmente de licenciamento para a actividade de
4 — A entidade licenciadora aceita o pedido de renúncia tratamento de resíduos ao abrigo do presente decreto-lei, o
quando verificar que o local onde a operação de gestão de alvará de licença da actividade de tratamento de resíduos
resíduos tem lugar não apresenta qualquer passivo am- é substituído por um parecer vinculativo.
biental. 2 — O parecer referido no número anterior é emitido no
5 — A entidade licenciadora pode sujeitar a aceitação âmbito do procedimento de licenciamento industrial pela
do pedido de renúncia ao cumprimento de condições, no- entidade competente para o licenciamento da actividade
meadamente determinando ao operador a adopção de me- de tratamento de resíduos nos termos do artigo 24.º
canismos de minimização e correcção de efeitos negativos 3 — Nos casos a que se refere o número anterior, a
para o ambiente. entidade coordenadora do procedimento de licenciamento
envia a documentação exigível nos termos dos artigos 27.º
SECÇÃO IV e 32.º do presente decreto-lei à entidade competente para
emitir parecer, determinada nos termos do artigo 24.º
Outros regimes de licenciamento 4 — A entidade competente emite parecer vinculativo
prévio à licença de instalação no prazo de 30 dias.
Artigo 41.º
(Revogado pelo artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 173/2008, Artigo 42.º-A
de 26 de Agosto.) Licenciamento de instalação pecuária

Artigo 41.º-A O licenciamento de uma unidade de biogás ou compos-


tagem de efluentes pecuários, na acepção das alíneas t) e
Licença ambiental
u) da Portaria n.º 631/2009, de 9 de Junho, é efectuado no
No caso de instalações de tratamento de resíduos su- âmbito do regime de exercício da actividade pecuária, apro-
jeitas ao regime de prevenção e controlo integrados da vado pelo Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro,
poluição, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 com parecer vinculativo a emitir pela entidade competente
de Agosto, o pedido de licença previsto no artigo 27.º do para o licenciamento da actividade de tratamento de resí-
presente decreto-lei é apresentado através do formulário duos nos termos do artigo 24.º
para o pedido de licença ambiental, designado por for-
mulário PCIP. Artigo 43.º
Regimes especiais de licenciamento
Artigo 41.º-B
A instalação e a exploração de CIRVER e as operações
Regime jurídico de urbanização e edificação
de valorização agrícola de lamas de depuração, de gestão
1 — Sempre que a actividade de tratamento de resí- de resíduos hospitalares, de gestão de resíduos gerados em
duos objecto de licenciamento envolva a realização de navios, de incineração e co-incineração de resíduos e de
operação urbanística sujeita a controlo prévio nos termos deposição de resíduos em aterro encontram-se sujeitas a
3288 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

licenciamento nos termos da legislação e regulamentação 4 — A ANR publicita no seu sítio na Internet os critérios
respectivamente aplicáveis, aplicando-se o disposto no referidos no n.º 2, a lista dos interessados que obtiveram
presente capítulo em tudo o que não estiver nela previsto. decisão favorável, bem como a informação relevante para
a decisão adoptada.
Artigo 44.º
Sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos
Artigo 44.º-B
Fim do estatuto de resíduo
1 — A gestão de fluxos específicos de resíduos está
sujeita a licença ou autorização nos termos da legislação 1 — O fim do estatuto de resíduo pode aplicar-se a
especial, aplicando-se as disposições do presente decreto- determinados resíduos quando tenham sido submetidos a
-lei a tudo o que não estiver nela previsto. uma operação de valorização, incluindo a reciclagem, e
2 — A licença ou autorização previstas no número an- satisfaçam critérios específicos a estabelecer nos termos
terior estabelecem as condições da gestão de fluxos. das seguintes condições:
3 — No que se refere ao modelo económico e financeiro
a) A substância ou objecto ser habitualmente utilizado
dos sistemas integrados de gestão de fluxos específicos de
para fins específicos;
resíduos, a fixação de prestações financeiras e contrapar-
b) Existir um mercado ou procura para essa substância
tidas, no âmbito das respectivas licenças ou autorizações,
ou objecto;
é assegurada pela ANR em colaboração com a Entidade
c) A substância ou objecto satisfazer os requisitos téc-
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, I. P., no
nicos para os fins específicos e respeitar a legislação e as
que respeita aos fluxos com interface com os resíduos
normas aplicáveis aos produtos; e
urbanos.
d) A utilização da substância ou objecto não acarretar
4 — O incumprimento reiterado das condições da li-
impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental
cença ou da autorização previstas no n.º 2 constitui funda-
ou da saúde humana;
mento para a respectiva cassação, sem prejuízo do regime
e) Os critérios podem incluir valores limite para os po-
contra-ordenacional aplicável.
luentes e ter em conta eventuais efeitos ambientais adversos
da substância ou objecto.
CAPÍTULO IV
2 — Na ausência de definição de critérios a nível
Subproduto e fim de estatuto de resíduo comunitário, pode ser decidido, relativamente a de-
Subprodutos terminado resíduo, o fim do estatuto de resíduo, cujos
critérios são determinados através de portaria do mem-
Artigo 44.º-A bro do Governo responsável pela área do ambiente, sob
proposta da ANR e tendo em conta a jurisprudência
Disposições gerais aplicável.
1 — Podem ser considerados subprodutos e não resí- 3 — A ANR notifica a Comissão Europeia das decisões
duos quaisquer substâncias ou objectos resultantes de um adoptadas referidas no número anterior, nos termos do
processo produtivo cujo principal objectivo não seja a sua disposto no Decreto-Lei n.º 58/2000, de 18 de Abril.
produção quando verificadas as seguintes condições:
a) Existir a certeza de posterior utilização da substância TÍTULO III
ou objecto;
b) A substância ou objecto poder ser utilizado directa- Registo de informação e acompanhamento
mente, sem qualquer outro processamento que não seja o da gestão de resíduos
da prática industrial normal;
c) A produção da substância ou objecto ser parte inte- CAPÍTULO I
grante de um processo produtivo; e
d) A substância ou objecto cumprir os requisitos rele- Sistema integrado de registo electrónico de resíduos
vantes como produto em matéria ambiental e de protecção
da saúde e não acarretar impactes globalmente adversos Artigo 45.º
do ponto de vista ambiental ou da saúde humana, face à
Registo electrónico
posterior utilização específica.
1 — Compete à ANR manter, no seu sítio na Internet,
2 — Na ausência de critérios comunitários, para efeitos um sistema integrado de registo electrónico de resíduos,
da aplicação do disposto no número anterior, a ANR pode, designado por SIRER, suportado no Sistema Integrado de
depois de ouvidos os operadores económicos directamente Registo da Agência Portuguesa do Ambiente (SIRAPA),
interessados ou as suas estruturas representativas, definir que permita o registo e o armazenamento de dados relativos
os critérios que garantam o cumprimento das condições a a produção e gestão de resíduos e a produtos colocados
verificar para que uma substância ou objecto seja consi- no mercado abrangidos por legislação relativa a fluxos
derado subproduto. específicos de resíduos, bem como a transmissão e consulta
3 — Para que determinada substância ou objecto possa de informação sobre a matéria.
ser considerado subproduto, os interessados, através das 2 — A informação recolhida no SIRER está sujeita ao
respectivas associações sectoriais ou individualmente, regime de acesso aos documentos administrativos, sem
apresentam um pedido junto da ANR, o qual é decidido prejuízo da aplicação do regime de protecção de dados
no prazo de 90 dias. pessoais, quando aplicável.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3289

Artigo 46.º e) As entidades responsáveis pelos sistemas de gestão


Funcionamento do SIRER
de resíduos urbanos;
f) As entidades responsáveis pela gestão de sistemas
1 — A gestão do SIRER é assegurada pela ANR e en- individuais ou integrados de fluxos específicos de resí-
globa todos os actos praticados com o objectivo de garantir duos;
o seu normal e seguro funcionamento, nomeadamente: g) Os operadores que actuam no mercado de resíduos,
designadamente, como corretores ou comerciantes;
a) O recurso a práticas que garantam a confidenciali- h) Os produtores de produtos sujeitos à obrigação de
dade e integridade da informação constante do sistema registo nos termos da legislação relativa a fluxos especí-
informático; ficos.
b) O recurso a práticas que garantam a adequada gestão
e conservação dos dados lançados no sistema informático; 2 — Estão ainda sujeitos a inscrição produtores de re-
c) A adopção de medidas impeditivas do acesso ao síduos que não se enquadrem no número anterior mas que
sistema por quem não possua autorização e habilitação se encontrem obrigados ao registo electrónico das guias
adequadas; de acompanhamento do transporte rodoviário de resíduos.
d) A promoção de medidas de protecção contra práticas
de pirataria informática; Artigo 49.º
e) A concessão de actos autorizativos nos casos legal-
mente previstos; Informação objecto de registo
f) A emissão de ordens, instruções, recomendações e 1 — O SIRER agrega, nomeadamente, a seguinte infor-
advertências necessárias à manutenção do bom funciona- mação prestada pelas entidades sujeitas a registo:
mento do sistema informático.
a) Origens discriminadas dos resíduos;
2 — O regulamento de funcionamento do SIRER é apro- b) Quantidade, classificação e destino discriminados
vado por portaria do membro do Governo responsável pela dos resíduos;
área do ambiente e dele devem constar, designadamente, os c) Identificação das operações efectuadas;
procedimentos de inscrição e registo bem como o regime d) Identificação dos transportadores.
de acesso e de utilização da plataforma.
3 — A ANR pode transferir a gestão do SIRER, total 2 — Para efeitos de registo na plataforma, os produ-
ou parcialmente, a outra entidade, nos termos a fixar por tores de produtos devem prestar, pelo menos, a seguinte
portaria do membro do Governo responsável pela área do informação:
ambiente. a) Identificação do produtor e marcas comercializadas,
se aplicável;
Artigo 47.º b) Identificação do tipo de produto e quantidades colo-
cadas no mercado anualmente;
Confidencialidade
c) Indicação do sistema de gestão de resíduos adop-
1 — Os titulares dos órgãos que exerçam competências tado.
relativamente ao SIRER, bem como o pessoal a eles afecto,
independentemente da natureza jurídica do respectivo vín- Artigo 49.º-A
culo, estão obrigados a guardar sigilo sobre os dados de Manutenção de registos
que tenham conhecimento por virtude do exercício das
respectivas funções. 1 — As entidades sujeitas a registo nos termos do ar-
2 — A violação do dever de sigilo constitui infracção tigo 48.º devem manter um registo cronológico dos dados
grave para efeitos de responsabilidade disciplinar, sem registados nos termos do artigo anterior por um período
prejuízo da responsabilidade civil e penal que ao caso mínimo de três anos.
couber. 2 — As informações referidas no número anterior de-
3 — A ANR faculta às entidades competentes para as- vem ser facultadas às autoridades competentes, sempre
segurar o cumprimento do disposto no presente decreto-lei que solicitado.
o livre acesso aos dados inseridos no SIRER. 3 — Os documentos comprovativos da execução das
operações de gestão de resíduos devem, quando solicitados,
Artigo 48.º ser facultados às autoridades competentes, bem como ao
detentor anterior dos resíduos.
Obrigatoriedade de inscrição e de registo
1 — Estão sujeitos a inscrição e a registo de dados no Artigo 49.º-B
SIRER: Prazo de inscrição e de registo
a) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por 1 — A inscrição no SIRER deve ser efectuada no prazo
estabelecimentos que empreguem mais de 10 trabalhadores de um mês após o início da actividade ou do funcionamento
e que produzam resíduos não urbanos; da instalação ou do estabelecimento.
b) As pessoas singulares ou colectivas responsáveis por 2 — O prazo para registo anual da informação relativa
estabelecimentos que produzam resíduos perigosos; aos resíduos e aos produtos colocados no mercado termina
c) As pessoas singulares ou colectivas que procedam ao no dia 31 de Março do ano seguinte ao do ano a reportar.
tratamento de resíduos a título profissional; 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as
d) As pessoas singulares ou colectivas que procedam à entidades responsáveis pelos CIRVER, pelas instalações
recolha ou ao transporte de resíduos a título profissional; de incineração e co-incineração de resíduos ou pela depo-
3290 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

sição de resíduos em aterro, submetem, até ao termo do for solicitado pelo município cuja circunscrição concelhia
1.º semestre do ano a reportar, a informação necessária para seja abrangida pela operação.
efeitos de liquidação da taxa de gestão de resíduos. 2 — São ouvidos quanto à constituição da comissão
4 — O prazo para registo referido no n.º 2 não se aplica de acompanhamento local o operador do CIRVER ou da
aos sistemas de gestão de resíduos urbanos, cuja infor- instalação de incineração ou co-incineração e a ANR.
mação é submetida mensalmente, até ao termo do mês 3 — As comissões de acompanhamento local são com-
seguinte a que respeitam os dados. postas pelos elementos indicados no despacho a que se
refere o n.º 1, bem como por representantes dos municípios
cuja circunscrição concelhia seja abrangida pela operação
CAPÍTULO II e dos municípios limítrofes, quando sejam afectados pelos
Acompanhamento da gestão de resíduos efeitos das actividades desenvolvidas nas instalações em
causa.
Artigo 50.º
Artigo 51.º-A
Comissão de Acompanhamento da Gestão de Resíduos
Auditorias
1 — É criada a Comissão de Acompanhamento da
Gestão de Resíduos, adiante designada por CAGER, que 1 — A ANR pode promover auditorias técnico-am-
constitui uma entidade de consulta técnica funcionando bientais ou económico-financeiras à actividade exercida
na dependência da ANR e a quem compete, nomeada- por operadores de gestão de resíduos, sempre que tal se
mente: revele necessário para efeitos de monitorização e avalia-
ção do cumprimento dos planos de gestão e programas de
a) Preparar decisões ou dar parecer, quando solicitada, prevenção de resíduos.
sobre todas as questões relacionadas com a gestão de re- 2 — Compete ainda à ANR a realização de auditorias
síduos; técnico-financeiras, para balanço de actividade, no âmbito
b) Acompanhar a execução e a revisão dos planos de dos sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos.
gestão de resíduos; 3 — Para efeitos do disposto do número anterior, a ANR
c) Acompanhar os aspectos técnicos, económicos e so- realiza, pelo menos, um balanço relativo ao 1.º triénio do
ciais ligados ao mercado de resíduos em Portugal, especial- período de vigência da licença ou autorização para gestão
mente no que concerne aos fluxos de resíduos e materiais de fluxo específico, bem como um balanço no final da
abrangidos por sociedades gestoras e aos resíduos que respectiva vigência.
sejam transaccionados em bolsa de resíduos; 4 — O operador faculta à ANR os elementos necessários
d) Acompanhar o funcionamento do mercado de resí- à realização de auditorias.
duos e auxiliar a ANR a disponibilizar informação rele- 5 — Em casos devidamente fundamentados, a ANR
vante nesse âmbito potenciando as trocas de resíduos entre pode exigir, aos titulares de licença ou autorização para
indústrias com vista à sua valorização; gestão de fluxo específico, a realização de auditorias anuais
e) Auxiliar a ANR na disponibilização de informa- efectuadas por entidades independentes.
ção técnica fiável relacionada com produtos fabricados 6 — As entidades gestoras de fluxos específicos que
com materiais reciclados através de uma base de dados apresentem a certificação pelo Sistema Comunitário de
online. Ecogestão e Auditoria (EMAS) ficam isentas na vertente
técnica do balanço da actividade no final do período de
2 — Podem ser constituídos, no âmbito da CAGER, licença ou da autorização.
grupos de trabalho e comissões de acompanhamento de
gestão em função dos tipos de resíduos e das operações
de gestão de resíduos. TÍTULO IV
3 — A CAGER integra elementos de reconhecido mé- Regime económico e financeiro da gestão de resí-
rito técnico da ANR, das ARR e de outros organismos duos
públicos com responsabilidade nas áreas do ambiente, da
economia e da saúde pública, bem como de universidades,
de organizações não governamentais do ambiente, de enti- CAPÍTULO I
dades operadoras de gestão de resíduos e, ainda, de outras
entidades que desempenhem um papel de relevo no sector. Taxas
4 — A participação na CAGER não é remunerada.
5 — A composição e o funcionamento da CAGER são Artigo 52.º
definidos em regulamento interno, aprovado por portaria Taxas gerais de licenciamento
do membro do Governo responsável pela área do ambiente.
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes,
Artigo 51.º o licenciamento e a autorização de operações e de opera-
dores de gestão de resíduos que seja da competência da
Comissões de acompanhamento local ANR ou das ARR estão sujeitos ao pagamento de taxas
1 — O desempenho ambiental das actividades desen- destinadas a custear os encargos administrativos que lhe
volvidas nos CIRVER e nas instalações de incineração são inerentes.
2 — São devidas taxas pelos seguintes actos:
e co-incineração pode ser objecto de acompanhamento
público através da criação, por despacho do membro do a) Emissão de licenças ou autorizações — € 2000;
Governo responsável pela área do ambiente, de uma comis- b) Emissão de licenças mediante procedimento simpli-
são de acompanhamento local, nomeadamente quando tal ficado — € 1500;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3291

c) Auto de vistoria — € 1000; 3 — A receita das taxas de licenciamento previstas no


d) Averbamento resultante da alteração das condições número anterior é repartida da seguinte forma:
da licença ou autorização — € 500.
a) Autoridade competente nos termos do Decreto-Lei
Artigo 53.º n.º 85/2005, de 28 de Abril — 50 %;
b) ANR — 40 %;
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de c) ARR que assegure a consulta pública — 10 %.
Agosto.)
Artigo 57.º
Artigo 54.º
Taxas de registo
Taxas de licenciamento de sistemas de gestão
de fluxos específicos de resíduos 1 — Os produtores e operadores sujeitos a registo no
SIRER estão obrigados ao pagamento de uma taxa anual
1 — O licenciamento dos sistemas de gestão de fluxos de registo destinada a custear a sua gestão.
específicos de resíduos, individuais ou colectivos, está
2 — A taxa anual de registo é fixada em € 25, sendo a
sujeito ao pagamento de taxas destinadas a custear os
sua liquidação e pagamento disciplinados pelo regulamento
encargos administrativos que lhe são inerentes.
2 — São devidas taxas pelos seguintes actos: de funcionamento do SIRER.

a) Licenciamento de entidades gestoras de sistemas Artigo 58.º


integrados de gestão de resíduos — € 25 000;
Taxa de gestão de resíduos
b) (Revogada.)
c) Autorização de sistemas individuais de gestão de 1 — As entidades gestoras de sistemas de gestão de
resíduos — € 5000; fluxos específicos de resíduos, individuais ou colectivos,
d) (Revogada.) de CIRVER, de instalações de incineração e co-incineração
e) (Revogada.) de resíduos e de aterros estão obrigadas ao pagamento
f) (Revogada.) de uma taxa de gestão de resíduos visando compensar os
g) (Revogada.) custos administrativos de acompanhamento das respecti-
h) Averbamento resultante da alteração das condições vas actividades e estimular o cumprimento dos objectivos
da licença ou autorização — € 1000. nacionais em matéria de gestão de resíduos.
2 — A taxa de gestão de resíduos possui periodicidade
3 — (Revogado.) anual e incide sobre a quantidade de resíduos geridos pe-
las entidades referidas no número anterior, revestindo os
Artigo 55.º seguintes valores:
Taxas de licenciamento de CIRVER
a) € 1 por tonelada de resíduos geridos em instalações
1 — O licenciamento dos centros integrados de recu- de incineração ou de co-incineração;
peração, valorização e eliminação de resíduos perigosos b) € 2 por tonelada de resíduos urbanos e equiparados
está sujeito ao pagamento de taxas destinadas a custear os e resíduos inertes de resíduos de construção e demolição
encargos administrativos que lhe são inerentes. depositados em aterro;
2 — São devidas taxas pelos seguintes actos: c) € 2 por tonelada de resíduos indexados à taxa de reco-
a) Fase de pré-qualificação — € 3750; lha fixada na licença das entidades gestoras de sistemas de
b) Fase de apreciação e selecção de projectos — fluxos específicos de resíduos, individuais ou colectivos,
€ 5000; e que através desses sistemas não sejam encaminhados
c) Licenciamento de instalação, licenciamento de para reutilização, reciclagem ou valorização, nos termos
exploração ou autorização provisória de funciona- das condições fixadas nas respectivas licenças;
mento — € 25 000; d) € 5 por tonelada de resíduos depositados em aterro
d) Auto de vistoria — € 2500; de CIRVER;
e) Averbamento resultante da alteração das condições e) € 5 por tonelada de outro tipo de resíduos não previs-
da licença — € 1000. tos nas alíneas anteriores depositados em aterros.

Artigo 56.º 3 — Os valores da taxa de gestão de resíduos, com


excepção do referido na alínea c) do número anterior,
Taxas de licenciamento de instalações de incineração
e co-incineração são agravados em 50 % para os resíduos correspondentes
à fracção caracterizada como reciclável de acordo com
1 — O licenciamento das instalações de incineração as normas técnicas aplicáveis aprovadas por portaria do
e co-incineração de resíduos abrangidas pelo regime do membro do Governo responsável pela área do ambiente.
Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, está sujeito ao 4 — A taxa de gestão de resíduos possui o valor mínimo
pagamento de taxas destinadas a custear os encargos ad- de € 5000 por entidade devedora.
ministrativos que lhe são inerentes. 5 — A taxa de gestão de resíduos deve ser repercutida
2 — São devidas taxas pelos seguintes actos: nas tarifas e prestações financeiras cobradas pelas enti-
a) Emissão de licenças de instalação e de explora- dades devedoras de modo a garantir o cumprimento do
ção — € 25 000; disposto no artigo 7.º
b) Auto de vistoria — € 2500; 6 — A liquidação e o pagamento da taxa de gestão de
c) Averbamento resultante da alteração das condições resíduos são disciplinados por portaria do ministro respon-
da licença — € 1000. sável pela área do ambiente.
3292 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

7 — O produto da taxa de gestão de resíduos é afecto resultado para a casa decimal superior, devendo a ANR
nos seguintes termos: proceder à divulgação regular dos valores em vigor para
cada ano.
a) 2,5 % a favor da Inspecção-Geral do Ambiente e do
Ordenamento do Território (IGAOT); 2 — O pagamento das taxas de licenciamento previstas
b) Do montante remanescente: no presente capítulo é prévio à prática dos actos, devendo
ser rejeitado liminarmente o requerimento de qualquer
i) 70 % a favor da entidade licenciadora das instalações entidade pública ou privada ao qual não se junte o com-
de gestão de resíduos em causa e 30 % a favor da ANR, provativo de pagamento.
nos casos abrangidos pelas alíneas a), b) e e) do n.º 2; 3 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os
ii) Integralmente a favor da ANR nos casos abrangidos casos de requerimentos de vistoria, nos quais a junção do
pelas alíneas c) e d) do n.º 2. comprovativo de pagamento deve ocorrer no prazo de
10 dias após a emissão da respectiva guia de pagamento
8 — Ao abrigo da alínea f) do n.º 2 do artigo 7.º da Lei por parte da entidade licenciadora.
n.º 91/2001, de 20 de Agosto, na sua redacção actual, as 4 — As taxas de licenciamento e de autorização pre-
receitas anuais da ANR e das ARR provenientes da taxa vistas no presente capítulo não contemplam isenções sub-
de gestão de resíduos ficam consignadas: jectivas nem objectivas e são devidas por inteiro no caso
a) Às despesas de acompanhamento das actividades de renovação e no valor correspondente a 20 % do valor
dos sujeitos passivos; por inteiro nos casos de transmissão ou prorrogação das
b) Às despesas com o financiamento de actividades da licenças, não havendo então lugar à liquidação de taxa
ANR ou das ARR, conforme aplicável, que contribuam por averbamento.
para o cumprimento dos objectivos nacionais em matéria 5 — Sem prejuízo das regras de afectação constantes
de gestão de resíduos; dos artigos 54.º, 56.º e 58.º do presente decreto-lei, a
c) Às despesas com o financiamento de actividades dos receita gerada pelas taxas disciplinadas no presente
sujeitos passivos que contribuam para o cumprimento dos capítulo constitui receita própria e exclusiva da ANR
objectivos nacionais em matéria de gestão de resíduos. ou das ARR, consoante aquela que se revele competente
na matéria.
9 — As condições de aplicação do produto da taxa de 6 — A receita prevista na alínea a) do n.º 7 do artigo 58.º
gestão de resíduos pela ANR e pelas ARR são estabeleci- constitui receita própria da IGAOT.
das em regulamento aprovado por portaria do membro do
Governo responsável pela área do ambiente.
CAPÍTULO II
10 — O montante anualmente afecto às despesas referi-
das nas alíneas a) e b) do n.º 8 não pode exceder 70 % do Mercado de resíduos
valor global arrecadado pela ANR ou pelas ARR.
11 — A taxa de gestão de resíduos aplicável aos refugos Artigo 61.º
e rejeitados abrangidos pelas alíneas a) e b) do n.º 2 apenas
é devida a partir de 1 de Janeiro de 2012 e incide sobre Liberdade de comércio
os quantitativos de refugos e rejeitados, depositados em Sem prejuízo das normas destinadas a assegurar a pro-
aterros, incinerados ou co-incinerados, superiores a: tecção do ambiente e da saúde pública, nomeadamente das
a) 25 % do total de resíduos tratados nas unidades de que respeitam aos resíduos perigosos, os resíduos consti-
valorização orgânica; tuem bens de comercialização livre, devendo o mercado
b) 30 % do total de resíduos tratados nas unidades de dos resíduos ser organizado, promovido e regulamentado
triagem. de modo a estimular o encontro da oferta e procura destes
bens, assim como a sua reutilização, reciclagem e valo-
Artigo 59.º rização.
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 45/2008, de 11 de Artigo 62.º
Março.)
Mercado organizado de resíduos
Artigo 59.º-A 1 — O mercado dos resíduos deverá integrar um mer-
Taxas de classificação de subprodutos cado organizado que centralize num só espaço ou sistema
de negociação as transacções de tipos diversos de resíduos,
São ainda devidas taxas pelos seguintes actos: garantindo a sua alocação racional, eliminando custos de
a) Decisão relativa à classificação de uma substância ou transacção, estimulando o seu reaproveitamento e recicla-
objecto específico como um subproduto — € 5000; gem, diminuindo a procura de matérias-primas primárias
b) Decisão relativa à alteração das condições da decisão e contribuindo para a modernização tecnológica dos res-
referida na alínea anterior — € 1000. pectivos produtores.
2 — O regime de constituição, gestão e funcionamento
Artigo 60.º de mercados organizados de resíduos ou de instrumentos
financeiros a prazo sobre resíduos bem como as regras
Actualização e liquidação
aplicáveis às transacções neles realizadas e aos respecti-
1 — O valor das taxas previstas no presente capítulo vos operadores constam de legislação complementar, sem
considera-se automaticamente actualizado todos os anos prejuízo das disposições da legislação financeira que sejam
por aplicação do índice de preços no consumidor publicado aplicáveis aos mercados em que se realizem operações a
pelo Instituto Nacional de Estatística, arredondando-se o prazo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3293

Artigo 63.º e) O incumprimento pelo operador de gestão de resí-


Organização do mercado de resíduos
duos das medidas impostas pela entidade licenciadora nos
termos do n.º 2 do artigo 34.º;
1 — O mercado organizado de resíduos deve funcionar f) A realização de operações de gestão de resíduos com
em condições que garantam o acesso igualitário ao mer- base em licença suspensa ou revogada pela entidade licen-
cado, a transparência, universalidade e rigor da informação ciadora nos termos do artigo 38.º;
que nele circula e a segurança nas transacções realizadas, g) A gestão de fluxos específicos de resíduos sem licença
bem como o respeito das normas destinadas à protecção ou autorização nos termos do n.º 1 do artigo 44.º
do ambiente e da saúde pública.
2 — Na criação do mercado organizado de resíduos 2 — Constitui contra-ordenação ambiental grave, puní-
deve estimular-se a participação dos sectores económicos vel nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada
que os produzem. pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela
Artigo 64.º Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro,
a prática dos seguintes actos:
Regime financeiro
a) O incumprimento do dever de assegurar a gestão de
O regime financeiro do mercado organizado de resíduos resíduos, a quem, nos termos do previsto no n.º 5, caiba
deve visar a cobertura dos custos de gestão do respectivo essa responsabilidade;
sistema sem que por seu efeito se introduzam distorções no b) A violação, pelo produtor do produto, da obrigação
mercado ou os custos de transacção se tornem superiores de promover as alterações na concepção do produto nos
aos custos de regulação. termos dos n.os 2 e 3 do artigo 10.º-A;
c) A violação das normas técnicas relativas à gestão de
Artigo 65.º resíduos previstas no artigo 20.º;
Regime contra-ordenacional d) A realização de operações de gestão de resíduos em
incumprimento das obrigações do responsável técnico
O regular funcionamento do mercado de resíduos é constantes da portaria prevista no n.º 5 do artigo 20.º;
assegurado pela criação de um regime contra-ordenacional e) A realização de operações de gestão de resíduos em
relativo ao incumprimento dos princípios, proibições e incumprimento das normas relativas às habilitações pro-
condições relativos ao seu funcionamento. fissionais do responsável técnico constantes da portaria
prevista no n.º 5 do artigo 20.º;
TÍTULO V f) O transporte de resíduos em violação das normas
técnicas previstas no n.º 2 do artigo 21.º;
Regime contra-ordenacional e disposições finais g) A produção, a recolha e o transporte de resíduos
e transitórias perigosos realizados em violação do disposto no n.º 1 do
artigo 21.º-A;
h) O incumprimento do dever de proceder à separa-
CAPÍTULO I ção dos resíduos perigosos nos termos do n.º 3 do ar-
tigo 21.º-A;
Fiscalização e contra-ordenações i) A violação da obrigação de tratamento nos termos do
n.º 3 do artigo 22.º-A;
Artigo 66.º j) A violação da obrigação de recolha selectiva nos ter-
Fiscalização mos do n.º 3 do artigo 22.º-A;
l) A colocação no mercado de composto em violação
A fiscalização do cumprimento do presente diploma dos requisitos e deveres previstos respectivamente nos
compete às ARR, à Inspecção-Geral do Ambiente e do n.os 1 e 2 do artigo 22.º-B;
Ordenamento do Território, aos municípios e às autori- m) A colocação de composto no mercado em incumpri-
dades policiais. mento do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 22.º-B;
n) O exercício das actividades de tratamento de resíduos
Artigo 67.º em violação das condições impostas no alvará de licença
Contra-ordenações ambientais nos termos do artigo 33.º;
o) A realização de operações de gestão de resíduos com
1 — Constitui contra-ordenação ambiental muito grave, base em licença transmitida sem observância do procedi-
punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
mento de transmissão de licenças previsto no artigo 37.º;
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectifi-
p) A cessação da actividade de operação de gestão de
cada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de
resíduos licenciada sem a aceitação por parte da entidade
Outubro, a prática dos seguintes actos:
licenciadora de um pedido de renúncia da respectiva li-
a) A violação das proibições previstas no n.º 3 do ar- cença, nos termos previstos no artigo 40.º;
tigo 9.º; q) A gestão de fluxos específicos de resíduos em viola-
b) A violação da proibição de proceder à operação de ção das condições estabelecidas na licença ou autorização
mistura incluindo a diluição de resíduos perigosos nos nos termos do n.º 2 do artigo 44.º;
termos do n.º 2 do artigo 21.º-A; r) O incumprimento da obrigação de inscrição e registo
c) A violação da proibição da mistura de óleos usados de dados no SIRER, em violação do disposto no artigo 48.º;
nos termos do n.º 4 do artigo 22.º-A; s) A violação da obrigação de facultar informações nos
d) O exercício não licenciado das actividades de tra- termos do n.º 2 do artigo 49.º-A e do n.º 4 do artigo 51.º-A;
tamento de resíduos em violação do disposto no n.º 2 do t) O não cumprimento da determinação de realização de
artigo 9.º e no artigo 23.º; auditorias nos termos do n.º 5 do artigo 51.º-A;
3294 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

u) O incumprimento do dever de manutenção e de mo- petentes para a fiscalização actuam directamente por conta
nitorização ambiental das lixeiras nos termos do n.º 1 do do infractor, sendo as despesas cobradas coercivamente
artigo 75.º-A; através do processo previsto para as execuções fiscais.
v) A manutenção e a monitorização ambiental das lixei-
ras em inobservância das normas técnicas nos termos no Artigo 70.º
n.º 2 do artigo 75.º-A.
Instrução de processos e aplicação de sanções
3 — Constitui contra-ordenação ambiental leve, punível 1 — Compete às entidades fiscalizadoras, exceptuadas
nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada as autoridades policiais, instruir os processos relativos às
pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela contra-ordenações referidas nos artigos anteriores e decidir
Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, da aplicação da coima e sanções acessórias.
a prática dos seguintes actos: 2 — Quando a entidade autuante não tenha competência
a) A não separação, na origem, dos resíduos produzidos, para instruir o processo, o mesmo é instruído e decidido
de forma a promover preferencialmente a sua valorização, pela ARR territorialmente competente face ao local da
em violação do disposto no n.º 4 do artigo 7.º; prática da infracção.
b) O incumprimento do disposto no n.º 8 do artigo 7.º;
c) O transporte de resíduos em incumprimento da obri- Artigo 71.º
gação de registo na e-GAR prevista no n.º 1 do artigo 21.º; Produto das coimas
d) O transporte de resíduos sem se fazer acompanhar da
guia de acompanhamento de resíduos prevista na Portaria Nos termos do artigo 73.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de
n.º 335/97, de 16 de Maio; Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e
e) O incumprimento da obrigação de registo de dados rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de
ou o registo de dados incorrecto ou insuficiente nos termos 1 de Outubro, independentemente da fase em que se torne
do artigo 49.º; definitiva ou transite em julgado a decisão condenatória,
f) O incumprimento da obrigação de manutenção de a afectação do produto das coimas resultante da aplicação
registo de dados nos termos do n.º 1 do artigo 49.º-A; das contra-ordenações previstas no presente decreto-lei é
g) O incumprimento dos prazos de inscrição e de registo realizada da seguinte forma:
nos termos do artigo 49.º-B. a) 50 % para o Fundo de Intervenção Ambiental;
b) 25 % para a autoridade que a aplique;
4 — A tentativa e a negligência são puníveis. c) 15 % para a entidade autuante;
5 — Pode ser objecto de publicidade, nos termos do d) 10 % para o Estado.
disposto no artigo 38.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto,
alterada pela Lei n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectifi- Artigo 72.º
cada pela Declaração de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de
Outubro, a condenação pela prática das infracções muito (Revogado.)
graves e graves previstas nos n.os 1 e 2, quando a medida
concreta da coima aplicada ultrapasse metade do montante
máximo da coima abstractamente aplicável. CAPÍTULO II
Disposições finais e transitórias
Artigo 68.º
Sanções acessórias e apreensão cautelar Artigo 72.º-A
1 — Sempre que a gravidade da infracção o justifi- Relatório e informação à Comissão Europeia
que, pode a autoridade competente, simultaneamente com 1 — A ANR elabora e apresenta à Comissão Europeia,
a coima, determinar a aplicação das sanções acessórias de três em três anos, um relatório relativo à execução
que se mostrem adequadas, nos termos previstos na Lei do presente decreto-lei, devendo o primeiro relatório ser
n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei n.º 89/2009, apresentado até 12 de Dezembro de 2014.
de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração de Recti- 2 — O relatório inclui informações relativas a gestão
ficação n.º 70/2009, de 1 de Outubro, consoante o tipo de de óleos usados, os resultados da execução dos programas
contra-ordenação aplicável. de prevenção de resíduos, informação sobre as medidas
2 — As entidades referidas no artigo 66.º podem ainda, previstas no artigo 10.º-A, informação sobre resíduos con-
sempre que necessário, determinar a apreensão provisória siderados perigosos que não figurem nessa qualidade na
de bens e documentos, nos termos previstos no artigo 42.º LER e informações registadas relativas a cumprimento de
da Lei n.º 50/2006, de 29 de Agosto, alterada pela Lei objectivos de reutilização e reciclagem.
n.º 89/2009, de 31 de Agosto, e rectificada pela Declaração 3 — A ANR informa a Comissão Europeia:
de Rectificação n.º 70/2009, de 1 de Outubro.
a) Das normas técnicas que consubstanciem uma isen-
Artigo 69.º ção de licenciamento nos termos do artigo 20.º;
b) Dos planos de gestão de resíduos e dos programas de
Reposição da situação anterior
prevenção de resíduos, bem como de quaisquer revisões
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o in- substanciais a que sejam sujeitos;
fractor está obrigado a remover as causas da infracção e a c) Das decisões relativas a transferências de resíduos
reconstituir a situação anterior à prática da mesma. adoptadas ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 4.º;
2 — Sempre que o dever de reposição da situação ante- d) Dos resíduos considerados perigosos apesar de não
rior não seja voluntariamente cumprido, as entidades com- figurarem nessa qualidade na lista de resíduos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3295

e) Dos resíduos que apesar de constarem como perigosos n.º 3/2004, de 3 de Janeiro, e 5.º, 6.º, 7.º, 9.º e 17.º do
na lista de resíduos sejam fundamentadamente considera- Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, na redacção que
dos não perigosos. lhes é conferida, respectivamente, pelos artigos 77.º, 78.º
e 79.º do presente decreto-lei, é aplicável aos procedi-
Artigo 73.º mentos pendentes à data da entrada em vigor do presente
decreto-lei.
Regimes especiais
4 — As taxas de licenciamento previstas no presente
O lançamento e a imersão de resíduos em águas regem- decreto-lei aplicam-se apenas aos procedimentos de li-
-se pelo disposto em legislação especial e pelas normas cenciamento que tenham início depois de 1 de Janeiro
internacionais em vigor. de 2007.
5 — A taxa de gestão de resíduos prevista no artigo 58.º
Artigo 74.º do presente decreto-lei aplica-se a partir de 1 de Janeiro
de 2007.
Comissões de acompanhamento 6 — O valor das taxas previstas nas alíneas b), d) e e)
As comissões de acompanhamento relativas à gestão de do n.º 2 do artigo 58.º é agravado anualmente em € 0,50
resíduos constituídas ao abrigo da legislação em vigor e entre 2008 e 2011, inclusive, e a partir daí actualizado nos
em funcionamento à data da entrada em vigor do presente termos do artigo 60.º
decreto-lei são integradas na CAGER, nos termos do n.º 3 7 — O registo das entidades a que se refere a subalínea i)
do artigo 50.º da alínea a) do artigo 48.º é realizado de forma progressiva,
nos termos a definir na portaria a que se refere o n.º 2 do
Artigo 75.º artigo 46.º
8 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os
Planos de gestão de resíduos depósitos de sucata existentes à data da entrada em vigor
O primeiro plano nacional de gestão de resíduos é apro- do presente decreto-lei que não disponham de licença emi-
vado no prazo de dois anos a contar da entrada em vigor tida ao abrigo do Decreto-Lei n.º 268/98, de 28 de Agosto,
do presente decreto-lei, devendo os planos municipais de dispõem de um prazo de 90 dias para apresentar o pedido
acção ser aprovados no prazo de um ano a contar daquela de licenciamento a que se refere o artigo 27.º
data, aplicando-se a todos, daí em diante, o disposto no 9 — As certidões provisórias emitidas ao abrigo do
artigo 18.º do presente decreto-lei. despacho n.º 24571/2002 (2.ª série), de 18 de Novembro,
mantêm-se válidas durante o prazo nelas fixado.
Artigo 75.º-A 10 — Até à entrada em vigor das portarias regulamenta-
res previstas no presente decreto-lei, mantêm-se em vigor
Manutenção e monitorização ambiental as Portarias n.os 335/97, de 16 de Maio, e 792/98, de 22 de
de antigas lixeiras encerradas Setembro, e demais actos complementares.
1 — A responsabilidade pela manutenção e pela mo-
nitorização ambiental das antigas lixeiras municipais Artigo 77.º
encerradas cabe às entidades gestoras responsáveis pelo (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de
tratamento de resíduos urbanos da área onde essas antigas Agosto.)
lixeiras se localizam.
2 — A manutenção e a monitorização ambiental refe- Artigo 78.º
ridas no número anterior são efectuadas de acordo com
um plano de manutenção e monitorização ambiental a Alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro
estabelecer pela ANR em articulação com as ARR, as O artigo 65.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Janeiro,
administrações das regiões hidrográficas e a IGAOT, o passa a ter a seguinte redacção:
qual integra, designadamente, a identificação das anti-
gas lixeiras que seja necessário manter e monitorizar, os «Artigo 65.º
parâmetros a controlar, a periodicidade do controlo e os
requisitos de manutenção. [...]
3 — As entidades gestoras referidas no n.º 1, quando 1— .....................................
configurem sistemas de gestão de resíduos urbanos, não são 2— .....................................
responsáveis pelos eventuais danos causados ao ambiente 3— .....................................
ou à saúde pública decorrentes da deposição de resíduos 4— .....................................
nas lixeiras em causa. 5— .....................................
6— .....................................
Artigo 76.º 7— .....................................
Regime transitório 8— .....................................
9— .....................................
1 — O disposto nos artigos 23.º a 44.º do presente 10 — Quando seja emitida uma declaração de im-
decreto-lei aplica-se apenas aos procedimentos iniciados pacte ambiental desfavorável, a entidade licenciada
após a sua entrada em vigor. pode submeter a avaliação um novo estudo de impacte
2 — A requerimento do interessado, pode a entidade ambiental, introduzindo alterações ao projecto que, pela
licenciadora aplicar as disposições referidas no número sua natureza, não devessem ser apreciadas nos termos
anterior ao respectivo procedimento em curso. do artigo 52.º do presente decreto-lei.
3 — O disposto nos artigos 12.º, 20.º e 31.º do Decreto- 11 — (Anterior n.º 10.)
-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto, 65.º do Decreto-Lei 12 — (Anterior n.º 11.)
3296 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

13 — (Anterior n.º 12.) Artigo 9.º


14 — (Anterior n.º 13.) [...]
15 — (Anterior n.º 14.)»
1— .....................................
Artigo 79.º 2 — No âmbito do procedimento de apreciação téc-
nica, a autoridade competente requer a outras entidades
Alteração ao Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril
e organismos da Administração os pareceres e ou as
Os artigos 5.º, 6.º, 7.º, 9.º e 17.º do Decreto-Lei licenças específicos que estes devam emitir no cumpri-
n.º 85/2005, de 28 de Abril, passam a ter a seguinte re- mento das atribuições que lhes estão conferidas, nomea-
dacção: damente aqueles a que se refere o n.º 1 do artigo 28.º do
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, a licença de
«Artigo 5.º descarga de efluentes, se aplicável, bem como aqueles
que entenda necessários para a adequada instrução do
[...] processo, os quais devem ser-lhe enviados no prazo de
1 — Todas as instalações de incineração e de co- 30 dias úteis contados da data da solicitação.
-incineração de resíduos carecem de uma licença de ins- 3— .....................................
talação e de uma licença de exploração, a conceder pela 4— .....................................
autoridade competente no respeito pelo presente decreto- 5— .....................................
-lei, com excepção das instalações de co-incineração 6— .....................................
de resíduos combustíveis não perigosos resultantes do 7— .....................................
tratamento mecânico de resíduos, as quais ficam sujeitas 8— .....................................
ao respectivo regime de licenciamento estabelecido no 9— .....................................
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro. 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — No caso de instalações de incineração ou co-
-incineração de resíduos abrangidas pelo Decreto-Lei Artigo 17.º
n.º 69/2000, de 3 de Maio, e ou pelo Decreto-Lei [...]
n.º 194/2000, de 21 de Agosto, a licença de instalação
referida no número anterior só pode ser atribuída no caso 1— .....................................
de declaração de impacte ambiental (DIA) favorável 2— .....................................
ou favorável condicionada ou, ainda, de dispensa do 3— .....................................
4— .....................................
procedimento de avaliação de impacte ambiental e ou
5 — Nos casos previstos no número anterior, o ope-
depois de concedida licença ambiental à instalação.
rador fica dispensado de apresentar os elementos que já
3— .....................................
tenham sido apresentados no âmbito dos procedimentos
4— ..................................... de licenciamento aplicáveis e se mantenham válidos.»
Artigo 6.º Artigo 80.º
[...]
Norma revogatória
1— ..................................... 1 — São revogados:
2 — No caso de instalações de incineração e co-
-incineração de resíduos sujeitas ao regime jurídico da a) O Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro;
avaliação de impacte ambiental, nos termos do Decreto- b) O artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 366-A/97, de 20 de
-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, o pedido de licença é Dezembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei
sempre acompanhado de cópia da correspondente DIA n.º 92/2006, de 25 de Maio;
favorável ou favorável condicionada ou da decisão de c) O Decreto-Lei n.º 268/98, de 28 de Agosto;
dispensa do procedimento de avaliação de impacte am- d) O artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 111/2001, de 6 de
biental, sob pena de indeferimento liminar. Abril;
3— ..................................... e) O artigo 49.º do Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de
4— ..................................... Maio;
5— ..................................... f) O n.º 3 do artigo 15.º, o n.º 1 do artigo 16.º, o ar-
tigo 20.º, o n.º 4 do artigo 22.º, a alínea g) do n.º 1 do
Artigo 7.º artigo 25.º e o artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 153/2003,
de 11 de Julho;
[...] g) O n.º 1 do artigo 18.º e o artigo 28.º do Decreto-Lei
1— ..................................... n.º 196/2003, de 23 de Agosto;
2— ..................................... h) O artigo 95.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de Ja-
neiro;
a) O referido na alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º do i) Os n.os 5 e 6 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 230/2004,
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro; de 10 de Dezembro;
b) [Anterior alínea d).] j) O artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de
c) [Anterior alínea e).] Abril;
l) A Portaria n.º 961/98, de 10 de Novembro;
3— ..................................... m) A Portaria n.º 611/2005, de 27 de Julho;
4— ..................................... n) A Portaria n.º 612/2005, de 27 de Julho;
5— ..................................... o) A Portaria n.º 613/2005, de 27 de Julho;
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3297

p) O despacho n.º 24 571/2002 (2.ª série), de 18 de No- (1) Esta operação é proibida pela legislação da UE e pelas convenções
vembro. internacionais.
(2) Se não houver outro código D adequado, este pode incluir opera-
ções preliminares anteriores à eliminação, incluindo o pré-processamento,
2 — As remissões legais e regulamentares para os di- tais como a triagem, a trituração, a compactação, a peletização, a seca-
plomas identificados no número anterior consideram-se gem, a desintegração a seco, o acondicionamento ou a separação antes
feitas para o presente decreto-lei e para a legislação e de qualquer das operações enumeradas de D 1 a D 12.
regulamentação complementar nele previstas. (3) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º
Artigo 81.º ANEXO II

Regiões Autónomas
Operações de valorização
O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira com as adaptações determinadas R 1 — Utilização principal como combustível ou outro
pelo interesse específico, cabendo a sua execução adminis- meio de produção de energia (1).
trativa aos órgãos e serviços das respectivas administrações R 2 — Recuperação/regeneração de solventes.
regionais, sem prejuízo da gestão a nível nacional. R 3 — Reciclagem/recuperação de substâncias orgâ-
nicas não utilizadas como solventes (incluindo digestão
ANEXO I anaeróbia e ou compostagem e outros processos de trans-
formação biológica) (2).
(a que se refere o artigo 4.º) R 4 — Reciclagem/recuperação de metais e compostos
metálicos.
ANEXO I
R 5 — Reciclagem/recuperação de outros materiais
inorgânicos (3).
Operações de eliminação
R 6 — Regeneração de ácidos ou bases.
D 1 — Depósito no solo, em profundidade ou à super- R 7 — Valorização de componentes utilizados na re-
fície (por exemplo, em aterros, etc.). dução da poluição.
D 2 — Tratamento no solo (por exemplo, biodegrada- R 8 — Valorização de componentes de catalisadores.
ção de efluentes líquidos ou de lamas de depuração nos R 9 — Refinação de óleos e outras reutilizações de óleos.
solos, etc.). R 10 — Tratamento do solo para benefício agrícola ou
D 3 — Injecção em profundidade (por exemplo, injec- melhoramento ambiental.
ção de resíduos por bombagem em poços, cúpulas salinas R 11 — Utilização de resíduos obtidos a partir de qual-
ou depósitos naturais, etc.). quer das operações enumeradas de R 1 a R 10.
D 4 — Lagunagem (por exemplo, descarga de resíduos R 12 — Troca de resíduos com vista a submetê-los a
líquidos ou de lamas de depuração em poços, lagos naturais uma das operações enumeradas de R 1 a R 11 (4).
ou artificiais, etc.). R 13 — Armazenamento de resíduos destinados a uma
D 5 — Depósitos subterrâneos especialmente concebi- das operações enumeradas de R 1 a R 12 (com exclusão
dos (por exemplo, deposição em alinhamentos de células do armazenamento temporário, antes da recolha, no local
que são seladas e isoladas umas das outras e do ambiente, onde os resíduos foram produzidos) (5).
etc.).
D 6 — Descarga para massas de água, com excepção (1) Inclui instalações de incineração dedicadas ao processamento de
dos mares e dos oceanos. resíduos sólidos urbanos apenas quando a sua eficiência energética é
D 7 — Descargas para os mares e ou oceanos, incluindo igual ou superior aos seguintes valores:
inserção nos fundos marinhos. 0,60 para instalações em funcionamento e licenciadas nos termos da
D 8 — Tratamento biológico não especificado em qual- legislação comunitária aplicável antes de 1 de Janeiro de 2009;
quer outra parte do presente anexo que produza compostos 0,65 para instalações licenciadas após 31 de Dezembro de 2008, por
recurso à fórmula:
ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer das
operações enumeradas de D 1 a D 12. Eficiência energética = [Ep – (Ef + Ei)]/[0,97 × (Ew + Ef)]
D 9 — Tratamento físico-químico não especificado em
qualquer outra parte do presente anexo que produza com- em que:
postos ou misturas finais rejeitados por meio de qualquer Ep representa a energia anual produzida sob a forma de calor
das operações enumeradas de D 1 a D 12 (por exemplo, ou electricidade. É calculada multiplicando por 2,6 a energia sob a
evaporação, secagem, calcinação, etc.). forma de electricidade e por 1,1 o calor produzido para uso comercial
(GJ/ano);
D 10 — Incineração em terra. Ef representa a entrada anual de energia no sistema a partir de com-
D 11 — Incineração no mar (1). bustíveis que contribuem para a produção de vapor (GJ/ano);
D 12 — Armazenamento permanente (por exemplo, Ew representa a energia anual contida nos resíduos tratados calculada
armazenamento de contentores numa mina, etc.). utilizando o valor calorífico líquido dos resíduos (GJ/ano);
D 13 — Mistura anterior à execução de uma das ope- Ei representa a energia anual importada com exclusão de Ew e Ef
(GJ/ano);
rações enumeradas de D 1 a D 12 (2).
D 14 — Reembalagem anterior a uma das operações 0,97 é um factor que representa as perdas de energia nas cinzas de
enumeradas de D 1 a D 13. fundo e por radiação.
D 15 — Armazenamento antes de uma das operações
Esta fórmula é aplicada nos termos do documento de referência sobre
enumeradas de D 1 a D 14 (com exclusão do armaze- as melhores técnicas disponíveis para a incineração de resíduos.
namento temporário, antes da recolha, no local onde os (2) Esta operação inclui as operações de gaseificação e de pirólise
resíduos foram produzidos) (3). que utilizem os componentes como produtos químicos.
3298 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

(3) Esta operação inclui a limpeza dos solos para efeitos de valorização H 10 — «Tóxico para a reprodução» — substâncias e
e a reciclagem de materiais de construção inorgânicos. preparações cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea
(4) Se não houver outro código R adequado, este pode incluir operações
preliminares anteriores à valorização, incluindo o pré-processamento, pode induzir malformações congénitas não hereditárias ou
tais como o desmantelamento, a triagem, a trituração, a compactação, aumentar a sua ocorrência.
a peletização, a secagem, a fragmentação, o acondicionamento, a re- H 11 — «Mutagénico» — substâncias e preparações
embalagem, a separação e a mistura antes de qualquer das operações
enumeradas de R 1 a R 11.
cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode in-
(5) Por «armazenamento temporário» entende-se o armazenamento duzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua
preliminar, nos termos da alínea c) do artigo 3.º ocorrência.
H 12 — Resíduos que em contacto com a água, o ar ou
ANEXO III um ácido libertam gases tóxicos ou muito tóxicos.
H 13 (1) — «Sensibilizante» — substâncias e prepa-
Características dos resíduos que os tornam perigosos rações cuja inalação ou penetração cutânea pode causar
H 1 — «Explosivo» — substâncias e misturas que po- uma reacção de hipersensibilização tal que uma exposição
dem explodir sob o efeito de uma chama ou ser mais sen- posterior à substância ou à preparação produza efeitos
síveis ao choque e à fricção que o dinitrobenzeno. nefastos característicos.
H 2 — «Comburente» — substâncias e preparações H 14 — «Ecotóxico» — resíduos que representam ou
que, em contacto com outras substâncias, nomeadamente podem representar um risco imediato ou diferido para um
com substâncias inflamáveis, apresentam uma reacção ou vários sectores do ambiente.
fortemente exotérmica. H 15 — Resíduos susceptíveis de, após a sua elimina-
H 3-A — «Facilmente inflamável»: ção, darem origem, por qualquer meio, a outra substância,
por exemplo um lixiviado, que possua uma das caracterís-
Substâncias e preparações no estado líquido cujo ponto
ticas acima enumeradas.
de inflamação é inferior a 21°C (incluindo os líquidos
extremamente inflamáveis); ou
Notas
Substâncias e preparações que podem aquecer até ao
ponto de inflamação em contacto com o ar a uma tempe- 1 — A atribuição das características de perigosidade, «tóxico» (e
ratura normal, sem emprego de energia; ou «muito tóxico»), «nocivo», «corrosivo», «irritante», «cancerígeno»,
«tóxico para a reprodução», «mutagénico» e «ecotóxico», é feita com
Substâncias e preparações no estado sólido que se po- base nos critérios estabelecidos no anexo I do Regulamento (CE)
dem inflamar facilmente por breve contacto com uma fonte n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de De-
de inflamação e que continuam a arder ou a consumir-se zembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem das substâncias
após a retirada da fonte de inflamação; ou e misturas, que altera e revoga as Directivas n.os 67/548/CEE e 1999/45/
Substâncias e preparações gasosas, inflamáveis em con- CE, e altera o Regulamento (CE) n.º 1907/2006.
tacto com o ar à pressão normal; ou 2 — Se relevante, são aplicáveis os valores limite enumerados
no Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do
Substâncias e preparações que em contacto com a água Conselho, de 16 de Dezembro (1), adaptado ao progresso técnico e
ou o ar húmido libertam gases facilmente inflamáveis em científico pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009, da Comissão, de 10
quantidades perigosas. de Agosto.
3 — A reclassificação de resíduos perigosos em resíduos não peri-
H 3-B — «Inflamável» — substâncias e preparações gosos não pode ser obtida por diluição ou mistura de resíduos de que
líquidas cujo ponto de inflamação é igual ou superior a resulte uma redução da concentração inicial em substâncias perigosas
para valores inferiores aos limiares que definem o carácter perigoso
21°C e inferior ou igual a 55°C. de um resíduo.
H 4 — «Irritante» — substâncias e preparações não cor-
rosivas que por contacto imediato, prolongado ou repetido Métodos de ensaio
com a pele ou as mucosas podem provocar uma reacção
inflamatória. Os métodos a utilizar são os descritos nos Regulamen-
H 5 — «Nocivo» — substâncias e preparações cuja ina- tos (CE) n.os 440/2008, da Comissão, de 30 de Maio, e
lação, ingestão ou penetração cutânea pode representar um 761/2009, da Comissão, de 23 de Julho.
risco, limitado, para a saúde.
H 6 — «Tóxico» — substâncias e preparações (in- (1) Na medida em que estejam disponíveis os métodos de ensaio.
cluindo as substâncias e preparações muito tóxicas) cuja
inalação, ingestão ou penetração cutânea pode representar ANEXO IV
um risco grave, agudo ou crónico para a saúde e inclusi-
vamente causar a morte. CAE tratamento
H 7 — «Cancerígeno» — substâncias e preparações
cuja inalação, ingestão ou penetração cutânea pode pro- Consideram-se «operações de tratamento», nos ter-
vocar cancro ou aumentar a sua ocorrência. mos da alínea rr) do artigo 3.º do presente decreto-lei,
H 8 — «Corrosivo» — substâncias e preparações que as actividades económicas incluídas nas subclasses da
podem destruir tecidos vivos por contacto. Classificação Portuguesa das Actividades Económicas
H 9 — «Infeccioso» — substâncias e preparações que (CAE — Rev.3), aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007,
contêm microrganismos viáveis ou suas toxinas, em re- de 14 de Novembro, que seguidamente se apresentam, com
lação aos quais se sabe ou há boas razões para crer que excepção das actividades que expressamente se excluem
causam doenças nos seres humanos ou noutros organismos no referido diploma, através da expressão «não inclui»,
vivos. na respectiva subclasse.
Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011 3299

Secção E — Captação, tratamento e distribuição de água; 5 — Realização de campanhas de sensibilização ou


saneamento gestão de resíduos e despoluição prestação de apoio às empresas a nível financeiro, decisório
ou outro. Estas medidas podem ser especialmente eficazes
Divisão 38 — Recolha, tratamento e eliminação de resíduos; caso visem pequenas e médias empresas, estejam adapta-
valorização de materiais das às mesmas e funcionem através de redes comerciais
estabelecidas.
Grupo Classe Subclasse Designação 6 — Recurso a acordos voluntários, painéis de consu-
midores/produtores ou negociações sectoriais para que as
empresas ou sectores industriais relevantes estabeleçam
382 3821 38211 Tratamento e eliminação de resíduos inertes.
382 3821 38212 Tratamento e eliminação de outros resíduos os seus próprios planos ou objectivos de prevenção de
não perigosos. resíduos ou rectifiquem produtos ou embalagens produ-
382 3822 38220 Tratamento e eliminação de resíduos perigo- tores de resíduos.
sos. 7 — Promoção de sistemas de gestão ambiental credí-
383 3831 38311 Desmantelamento de veículos automóveis em
fim de vida. veis, designadamente o EMAS e a ISO 14001.
383 3831 38312 Desmantelamento de equipamentos eléctricos
e electrónicos em fim de vida. Medidas com incidência na fase de consumo e utilização
383 3831 38313 Desmantelamento de outros equipamentos e
bens em fim de vida. 1 — Utilização de instrumentos económicos, tais como
383 3832 38321 Valorização de resíduos metálicos. incentivos às compras ecológicas ou instituição de um
383 3832 38322 Valorização de resíduos não metálicos. regime que obrigue os consumidores ao pagamento de
determinado artigo ou elemento de uma embalagem que
Divisão 39 — Descontaminação e actividades similares
seria, caso contrário, fornecido gratuitamente.
2 — Realização de campanhas de sensibilização e de
Grupo Classe Subclasse Designação
informação dirigidas ao público em geral ou a grupos de
consumidores específicos.
390 3900 39000 Descontaminação e actividades similares. 3 — Promoção de rótulos ecológicos credíveis.
4 — Acordos com a indústria, tais como o recurso a
ANEXO V
painéis de produtos do tipo utilizado no âmbito das po-
líticas integradas de produtos, ou com retalhistas sobre a
Exemplos de medidas de prevenção de resíduos disponibilização de informações em matéria de prevenção
de resíduos e de produtos com menor impacte ambiental.
Medidas com incidência nas condições quadro relativas
à geração de resíduos
5 — No contexto da celebração de contratos no sector
público e privado, integração de critérios ambientais e
1 — Recurso a medidas de planeamento ou a outros de prevenção de resíduos nos concursos e contratos, em
instrumentos económicos que promovam a utilização efi- consonância com o manual sobre contratos públicos ecoló-
ciente dos recursos. gicos (Handbook on Environmental Public Procurement),
2 — Promoção da investigação e desenvolvimento de publicado pela Comissão em 29 de Outubro de 2004.
tecnologias que permitam a obtenção de produtos mais lim- 6 — Promoção da reutilização e ou reparação de certos
pos e menos produtores de resíduos e difusão e utilização produtos rejeitados ou dos seus componentes, nomeada-
dos resultados dessa investigação e desenvolvimento. mente através da utilização de medidas educativas, eco-
3 — Desenvolvimento de indicadores eficazes e re- nómicas, logísticas ou outras, como a criação de redes e
levantes das pressões ambientais associadas à geração centros de reparação/reutilização acreditados ou o apoio
de resíduos destinados a contribuir para a prevenção da às redes e centros existentes, especialmente nas regiões
geração de resíduos a todos os níveis, desde comparações densamente povoadas.
de produtos a nível comunitário até medidas a nível nacio-
ANEXO VI
nal, passando por acções desenvolvidas pelas autoridades
locais.
Conteúdo dos planos de gestão de resíduos
Medidas com incidência na fase de concepção,
produção e distribuição A — Elementos obrigatórios

1 — Promoção da «concepção ecológica» (integração Dos planos de gestão de resíduos deve constar a análise
sistemática dos aspectos ambientais na concepção de pro- da situação actual da gestão de resíduos, a definição das
dutos, no intuito de melhorar o desempenho ambiental do medidas a adoptar para melhorar, de modo ambientalmente
produto ao longo de todo o seu ciclo de vida). correcto, o tratamento de resíduos, bem como a avaliação
2 — Prestação de informações sobre técnicas de pre- do modo como o plano é susceptível de apoiar a execu-
venção de resíduos tendo em vista facilitar a aplicação das ção dos objectivos e do regime decorrente do presente
melhores técnicas disponíveis por parte da indústria. decreto-lei.
3 — Organização de acções de formação destinadas às Os planos de gestão de resíduos devem conter, conforme
autoridades competentes sobre a inserção dos requisitos de adequado e de acordo com a abrangência geográfica e da
prevenção de resíduos nas licenças concedidas ao abrigo zona de planeamento, pelo menos, os seguintes elementos:
do presente decreto-lei e da Directiva n.º 96/61/CE. a) Tipo, origem e quantidade dos resíduos produzi-
4 — Inclusão de medidas de prevenção da produção dos no território, dos resíduos que podem ser transferidos
de resíduos em instalações não abrangidas pela Directiva para o território nacional ou a partir deste e a avaliação
n.º 96/61/CE. Se adequado, essas medidas podem incluir prospectiva da evolução das fileiras e fluxos específicos
avaliações ou planos de prevenção de resíduos. de resíduos;
3300 Diário da República, 1.ª série — N.º 116 — 17 de Junho de 2011

b) Sistemas de recolha de resíduos e principais instala- e) Objectivos quantitativos e qualitativos a atingir, em


ções existentes apropriadas para o tratamento, incluindo conformidade com os objectivos definidos pela legislação
designadamente disposições especiais relativas aos óleos nacional ou comunitária aplicável.
usados, aos resíduos perigosos ou aos fluxos específicos
B — Elementos opcionais
de resíduos, uma avaliação das necessidades em matéria de
novos sistemas de recolha, de encerramento das instalações Os planos de gestão de resíduos podem conter, tendo em
de resíduos existentes, de infra-estruturas suplementares conta a abrangência geográfica e a zona de planeamento,
os seguintes elementos:
para as instalações de resíduos, de acordo com os princípios
gerais de gestão de resíduos em particular do princípio da a) Aspectos organizacionais relacionados com a gestão
auto-suficiência e da proximidade e, se necessário, dos de resíduos, designadamente uma descrição da partilha de
responsabilidades entre os intervenientes que efectuam a
investimentos correspondentes; gestão de resíduos;
c) Informações suficientes sobre os critérios de locali- b) Uma avaliação da utilidade e adequação da utilização
zação para a identificação dos locais e a capacidade das de instrumentos económicos e de outros instrumentos para
futuras instalações de eliminação ou das principais insta- a resolução de problemas relacionados com os resíduos,
lações de valorização, se necessário; tendo em conta a necessidade de manter o bom funciona-
d) Políticas gerais de gestão de resíduos, designada- mento do mercado interno;
c) A realização de campanhas de sensibilização e de
mente tecnologias e normas técnicas aplicáveis à gestão
informação dirigidas ao público em geral ou a grupos
de resíduos, ou políticas relativas a outros resíduos que específicos de consumidores;
coloquem problemas de gestão específicos, incluindo es- d) Uma indicação dos locais contaminados que consti-
pecificações técnicas e disposições especiais; tuem passivos ambientais e medidas para a sua reabilitação.

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