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É sabido que o trabalho rural nasceu do trabalho escravo. O trabalho escravo era
dividido em dois tipos, portanto, havia escravos que trabalhavam na lavoura e escravos
que exerciam tarefas dentro de casa. Logo, o escravo da lavoura se transformou mais
tarde no trabalhador rural e o escravo que trabalhava na casa, no empregado doméstico.
De acordo com Cassar (2017), é justamente por esse fator que tanto o doméstico quanto
o rural foram inicialmente excluídos da CLT.
Somente décadas após, no início dos anos de 1960, é que se passou a conferir
extensão efetiva da legislação trabalhista heterônoma ao campo (Estatuto do
Trabalhador Rural). Além de estender parte importante da legislação trabalhista ao
campo, com certas adequações, a Lei ainda criou vantagem jurídica exponencial para os
rurícolas: a imprescritibilidade de suas pretensões durante o período de vigência do
respectivo contrato de trabalho.
Pois bem, o que diferencia o empregado regido pela Consolidação das Leis
Trabalhistas do empregado rural é o seu empregador, sendo imprescindível que este seja
um empregador rural. Apesar da lei expressamente mencionar, há quem entenda que
quando o empregador é rural, mesmo que o empregado não execute o serviço dentro da
fazenda, o seu enquadramento seria rural. Tal entendimento é reafirmado na obra
Direito do Trabalho, que diz “se o empregador exerce atividade agroeconômica com
finalidade de lucro, o empregado será rural, mesmo que trabalhe no perímetro urbano da
cidade” (MARTINS, 2011, p.151).
Empregado Doméstico
Primeiramente, a finalidade não lucrativa dos serviços quer dizer que o trabalho
exercido não deve ter objetivos e resultados comerciais ou industriais, restringindo-se
ao exclusivo interesse pessoal do tomador ou sua família. Trata-se, pois, de serviços
sem potencial de repercussão direta fora do âmbito pessoal e familiar, não produzindo
benefícios para terceiros.
Mas, o diploma mais significativo para garantir aos domésticos amplos direitos
foi a Lei Complementar n. 150, composta de 47 artigos, publicada em 2 de junho de
2015, que regulou extensivamente o contrato de trabalho doméstico no Direito
brasileiro, a nova lei definiu os elementos fático-jurídicos integrantes da relação de
emprego doméstico, pacificando antiga controvérsia sobre o elemento especial da
continuidade (trabalho por mais de dois dias na semana); ratificou a proibição de
trabalho doméstico por pessoa humana abaixo de 18 anos; explicitou a possibilidade de
celebração de contrato de experiência e de contrato a termo nessa relação jurídica
especial.
Também nessa linha de pensamento, Cairo Jr (2017) afirma que o cuidado com
essa forma de relação de emprego revela-se por um tratamento especial conferido pela
norma jurídica com vistas a propiciar um completo desenvolvimento físico, mental,
moral e social à criança e ao adolescente, com acesso à educação e ao convívio familiar
e social condescendente com sua idade.
Trabalho da Mulher
DELGADO, Mauricio Goldinho. Curso de direito do trabalho. 18. ed. rev. ampl. São
Paulo: LTr, 2018.