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ÁLGEBRA LINEAR – TURMA L – Professora Sandra Peres– IME/UFG

Material de apoio para o conteúdo de TRANSFORMAÇÕES LINEARES - 2019/2

TRANSFORMAÇÕES LINEARES
No estudo de espaços vetoriais, as funções mais importantes são as transformações
lineares. Uma transformação linear é um tipo especial de função onde o domínio e o
contradomínio são espaços vetoriais reais.

Definição: Sejam U e V espaços vetoriais sobre R. Uma aplicação T: U  V é chamada


transformação linear de U em V se, e somente se,
(a) T(u1 + u2) = T(u1) + T(u2), para todos u1, u2  U, e
(b) T(u) = T(u),    R e  u  U.
No caso em que U = V, uma transformação linear T: U  U é chamada também de operador
linear.

Sejam U e V espaços vetoriais sobre R e consideremos uma transformação linear T: U  V.


Valem as seguintes propriedades para T:
i) T(0U) = 0V (T transforma o vetor nulo de U no vetor nulo de V);
ii) T(u) = T(u),  u  U;
iii) T(u1 – u2) = T(u1) – T(u2),  u1, u2  U;

Sendo T: U  V linear então T  a i u i    a i Tu i  , isto é a imagem de uma


n  n
iv)
 i1  i1
combinação linear de vetores é a mesma combinação linear das imagens desses
vetores, com os mesmos coeficientes;
v) Se {u1, u2, ..., un} é uma base do domínio U e conhecemos as imagens dos
vetores desta base T(u1), T(u2), ..., T(un). sempre é possível obter a imagem T(u)
de qualquer u  U, pois u é combinação linear dos vetores da base, ou seja:
u = u1 + u2 + ... + un, e pela relação acima, vem: T(u) = T(u1) + T(u2) + ... + T(un).
Assim, uma transformação linear T: U  V fica completamente definida desde
que se conheçam as imagens dos vetores de uma base de U.

EXERCÍCIOS – 1ª lista
1. Mostre que as seguintes transformações T são lineares:
a) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (x + y, x)
b) T: R3  R definida por T(x, y, z) = 2x  3y + 4z
c) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (x 3y, 2x + 5y)
d) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (y, x)
e) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (yx, 0)
f) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (3x, 2y)

2. Dentre as transformações abaixo, verifique quais são lineares:


a) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (|x|, 2y)
b) T: R3  R3 definida por T(x, y, z) = (x + y, x  y, 0)
c) T: R2  R2 definida por T(x, y) = (x2, y2)
d) T: R  R2 definida por T(x) = (x, 2)
e) T: R2  R definida por T(x, y) = xy
3. Seja T: R2  R a transformação linear para a qual T(1, 1) = 3 e T(0, 1) = –2. Encontre T(x, y).

4. a) Determinar a transformação linear T: R2  R3 tal que T(1, 1) = (3, 2, 1) e T(0, 1) = (1, 1, 0).
b) Encontrar v  R2 tal que T(v) = (2, 1, 3).

5. Encontre T(x, y, z), onde T: R3  R é definida por T(1, 1, 1) = 3, T(0, 1, –2) = 1 e T(0, 0, 1) = –2.

6. a) Determinar a transformação linear T: R3  R2 tal que T(1, 1, 0) = (1, 1) e T(0, 1, 1) = (2, 2) e
T(0, 0, 1) = (3, 3).
b) Achar T(1, 0, 0) e T(0, 1, 0).

7. Seja T: R3  R2 uma transformação linear definida por T(1, 1, 1) = (1, 2), T(1, 1, 0) = (2, 3) e
T(1, 0, 0) = (3, 4).
a) Determinar T(x, y, z).
b) Determinar v  R3 tal que T(v) = (3, 2).
c) Determinar v  R3 tal que T(v) = (0, 0).

8. Seja a um vetor fixo não-nulo em R2. Uma aplicação da forma T(x) = x + a é chamada de
translação. Mostre que uma translação não é uma transformação linear

NÚCLEO E IMAGEM

Sejam U e V espaços vetoriais sobre R e T: U  V uma transformação linear. Indica-se por


N(T) ou Ker(T) e denomina-se núcleo de T o seguinte subconjunto de U:
N(T) = {u  U / T(u) = 0},
onde 0 é o elemento neutro de V. Indica-se por Im(T) e denomina-se imagem de T o
seguinte subconjunto de V:
Im(T) = {T(u) / u  U}.

Resultados importantes:
Dada T: U  V uma transformação linear, vale:
 N(T) é subespaço vetorial de U
 T é injetora se, e somente se, N(T)={0U}
 dim U = dim N(T) + dim Im(T)
 T é sobrejetora se, e somente se, dim Im(T) = dim V

EXERCÍCIOS – 2ª lista
1. Seja T: R4  R3 a transformação linear definida por
T(x, y, z, t) =(x – y  z  t, x  2z – t, x  y  3z – 3t).
Encontre uma base e a dimensão de: a) Im(T) b) N(T)

2. Seja L: R3  R3 a transformação linear definida por L(x, y, z) = (x  2y – z, y  z, x  y – 2z).


Encontre uma base e a dimensão de: a) Im(L) b) Ker(L)

2
3. Seja F: R3  R2 a transformação linear dada por F(x, y, z) = (x  y, 2x – y  z).
a) Dar uma base e a dimensão de Ker(F);
b) Dar uma base a dimensão de Im(F).

4. Encontre uma transformação linear T: R3  R4, cuja imagem é gerada por (1, 2, 0, –4) e
(2, 0, –1, –3).

5. Determinar uma aplicação linear: F: R3  R4 tal que Im(F) = [(1, 1, 2, 1), (2, 1, 0, 1)].

6. Encontre uma transformação linear T: R4  R3, cujo núcleo é gerado por (1, 2, 3, 4) e (0, 1, 1, 1).

7. Considere a transformação linear T: R3  R3 dada por T(x, y, z) = (z, x – y, –z).


a) Determine uma base do núcleo de T.
b) Dê a dimensão da imagem de T.
c) T é sobrejetora? Justifique.
d) Faça um esboço de N(T) e Im(T).

REPRESENTAÇÃO MATRICIAL DE TRANSFORMAÇÕES LINEARES


Toda matriz mn está associada a uma transformação linear de Rn em Rm, isto é, uma
matriz produz uma transformação linear e a implicação inversa também é verdadeira.

Se A é uma matriz mn, podemos definir uma transformação linear TA de Rn em Rm por


TA(x) = Ax, para todo x  Rn. A transformação TA é linear, pois:
TA(x + y) = A(x + y) = Ax + Ay = TA (x) + TA (y)
podemos, então, considerar cada matriz Amn como uma transformação linear de Rn em Rm.

Transformações do plano no plano

Apresentaremos uma visão geométrica das transformações lineares, dando alguns


exemplos de transformações do plano (R2) no plano.

Expansão uniforme (ou Contração uniforme)

T: R2  R2,   R+. Esta função leva cada vetor do plano num vetor
v  v de mesma direção e sentido de v, mas de módulo maior, se 1 ou de
módulo menor se 0    1.

3
Exemplo:
T: R2  R2, x  x 
v  2v ou seja (x, y)  2(x, y), que, na forma matricial é    2  ou
y  y 
x  2 0   x 
   
y  0 2  y 

Reflexão em torno do eixo x


T: R2  R2, Esta função leva cada vetor do plano num vetor de mesmo módulo,
(x, y)  (x, y) porém numa posição simétrica em relação ao eixo x.

x   x x   1 0  x 
Na forma matricial é      ou      
y   y  y  0  1  y 

Reflexão na origem
T: R2  R2, Esta função leva cada vetor do plano num vetor de mesmo módulo e
v  v mesma direção, porém de sentido diferente de v.

x   x  x   1 0  x 
Na forma matricial é      ou      
y   y  y   0  1  y 

4
Rotação de um ângulo  (no sentido anti-horário)
T: R2  R2,
(x, y)  (xcos  y sen, y cos + x sen)

x   x cos   ysen x cos   sen  x 


Na forma matricial é      ou      
y   y cos   xsen y  sen cos   y 


Exemplo: No caso particular onde   , tem-se cos = 0 e sen = 1. Daí: T(x, y) = (y, x),
2
x  0  1  x 
ou seja,      .
y   1 0  y 

Cisalhamento horizontal
T: R2  R2, R
(x, y)  (x+y, y) Esta função leva cada vetor do plano num vetor de módulo e de
direção diferente de v.

x   x  2y 
Exemplo: Consideremos T(x, y) = (x + 2y, y), na forma matricial      , ou seja,
y   y 
x   1 2  x 
   .
y  0 1  y 

BIBLIOGRAFIA
1) BOLDRINI, José Luiz. Álgebra Linear. 3ed. São Paulo : Harper & Row do Brasil,
1986.
2) CALLIOLI, Carlos A. Álgebra linear e aplicações. 6.ed. São Paulo : Atual, 1992.

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