Apresenta
LAST
BREATH
Jessica Clare & Jen Frederick
equipe
pl
7 Anos de Tradução
REGAN
Nunca soube o que era a miséria até o dia em que fui sequestrada e
Hays. Ele diz que está aqui para me salvar, mas será que posso confiar
nele? Tudo o que sei, é que ele é duro, irônico e tem uma tendência a
segurança em meu mundo e sei que é ruim me apaixonar por ele, mas
não consigo evitar. Ele me promete que irá me proteger até seu último
rosto.
Tudo o que sabia era que levei minha companheira de quarto Daisy
Eu? Fui levada porque estava com o telefone da Daisy... e por que
tinha uma boca bonita.
Isso era tudo o que me lembrava. Logo, dois dias mais tarde, saí da
reação da droga e percebi que estava sentindo dor em todo o corpo,
devido as atenções de Yuri. Estava em um pequeno quarto
de hotel e sozinha com dos novos amigos de Yuri, que
também me estuprou.
Odiei a mim mesma por ter permitido que fizesse coisas horríveis
comigo. Não era virgem, mas não era tão experiente com relação ao sexo.
Tive sexo com meu namorado, Mike, e mais ninguém. Agora estava ali,
fazendo sexo com dois homens, contra minha vontade.
Estava assustada, não apenas por mim, mas pela pobre Daisy, que
era completamente protegida e inocente. Ela estava em algum lugar aí
fora, provavelmente vivendo o mesmo inferno que eu. Ela poderia estar
morta, inclusive.
Se eles gostassem que lutasse, não lhes dava razão para serem
brutos. A nova Regan não iria lutar, nem sequer prestava atenção.
Quero furar seus olhos, mas ele iria gostar disso. Quer que eu lute.
Estou sempre em desvantagem quando se trata destes homens. Se lutar,
iria terminar com o rosto grudado na parede e ele me estuprando mais
forte que antes. A luta nunca era uma resposta.
Geralmente.
Não deveria ter uma arma ali. Não entravam com armas de fogo e
não poderia ser machucada pelos clientes. Claro, sempre era um pouco
tarde para que qualquer um pudesse discutir.
Seu sorriso ficou mais amplo e levou meu rosto a seu pau no qual
colocou outro preservativo.
Não lutei.
Alguém bate na porta uns minutos depois que paro de vomitar pela
segunda vez. Um golpe e logo a porta se abre. — Regan?
Ela olha ao redor com ansiedade, logo, alisa seu uniforme cinza de
empregada. Ela o usa todos os dias, o que junto com sua atitude
nervosa, me diz que está ali apenas como uma empregada doméstica. —
O Sr. Gomes me enviou. Diz que se encontrará com um amigo muito
especial depois que você se limpar.
— Oh Deus. — Digo com uma voz plana. Eu sei o que isso significa.
O homem que vejo em meus pesadelos.
Não sei seu nome, mas eu o vi na Rússia. Ficou no bordel por umas
semanas e ainda estava tentando em acostumar com os clientes, quando
o conheci. Sr. Gelo.
Assim o ignorei. Com medo ou não, não iria deixar nenhum homem
fazer isso comigo
— Vá a merda.
Era como se não fosse uma pessoa real para ele. Era uma boneca
que estava avaliando para comprar. Ou um carro. — Quer fazer um test
drive antes de levar minha bunda para um passeio?
Inclinou-se para trás e me olhou tão frio que soube de imediato que
cometi um erro. Agora, iria me matar.
— Porra. — Disse no meu canto do quarto. Ele não estava ali para
me salvar. Estava ali para me comprar. Idiota.
— E? — Esperou.
A mulher assentiu.
Percebi que depois dessa noite, o Sr. Gelo tinha algum fetiche por
loiras. Sorte a minha.
Sento-me em posição vertical e Alma vem até mim com uma toalha
e um chuveirinho. Caímos em uma rotina, passo para o canto do quarto,
sobre o ralo, tanto quanto a corrente me deixa ir. Hoje não é dia de
depilação, coloca meu cabelo em uma touca de banho e pega uma
mangueira conectada a pia no quarto. Como um animal, ela me lava com
a mangueira e sinto que um pouco da minha humanidade está morrendo
com este ritual.
Os clientes pagantes não querem tocar uma puta suja. Todos usam
preservativos, não apenas porque o Sr. Gelo diz, mas porque não querem
pegar qualquer doença que eu possa ter. Fodidos!
Uma vez que meu horrível banho termina, ela me entrega uma
toalha, tento ignorar o fato de que a toalha tem o cheiro de outra pessoa,
e procuro não pensar em quantas prostitutas a usaram antes de mim.
Solto o meu cabelo e ela me entrega um biquíni com uma bandeira
americana novamente. Estava descorado e sujo, mas nunca o uso por
muito tempo.
O homem com ele era alto, bonito e usava uma roupa casual. Tinha
o cabelo castanho, olhos intensos e poderia dizer imediatamente por
suas feições, que era americano.
Ele concorda com a cabeça, como se isso fizesse sentido para ele,
mas acho que o dinheiro é mais a língua dele. Caminhamos até o
segundo andar e por um estreito corredor mais acima, um lugar sem
janelas neste prédio de tijolos e metal. Não posso chamar
de casa ou mesmo um bordel. É um lugar onde homens sujos e cheios
de dinheiro com profundas perversões pagam para serem satisfeitos.
—Não quero fazer sexo aqui. — Expliquei para o Sr. Gomes. Tenho
algo contra fazer sexo em lugares parecidos como este. Mostro em minha
mão as várias notas de dinheiro, Gomes concorda e não faz mais
perguntas.
Passou-se muito tempo desde que estive com uma mulher. Esta é
minha única desculpa, além de estar me transformando no monstro que
estou caçando. Concentro-me nos hematomas nos joelhos raspados em
vez do chão, na corrente ao redor dos tornozelos. Qualquer excitação
desapareceu ao ver os sinais evidentes de abuso.
Não sei porque quer segurá-la tanto, mas posso ver que está
indeciso entre o desejo pelo dinheiro e o desejo em manter
Regan no bordel.
— Prefiro comida caseira. — Eu digo. Gomes na verdade não espera
uma resposta ou ao menos não deveria. Compra e venda de carne
humana requer um pouco de descrição, mesmo aqui no Brasil, onde a
prostituição é comum, mas estas casas não são legais. Gomes e a
cafetina olham um para o outro. Digo silenciosamente para a garota: Não
chame atenção sobre si mesma.
Fiquei por uma noite e nas primeiras horas da manhã seguinte, sai
com a caminhonete e disse que não voltaria para casa até que a
encontrasse. E não a encontrei até agora, então não voltei para casa. Não
haverá casa para a qual voltar a menos que a encontre.
Levei quase dois meses para encontrá-la depois que ela foi vendida
na Rússia. E isso me fez desejar matar Gomes. Mas isso não manteria
Regan segura ou me ajudaria a encontrar minha irmã.
Gomes saiu pela porta e gritou para alguém pegar uma roupa para
Regan.
— Vista isso. — Eu o jogo para ela e ela o pega por reflexo, mas é
lenta para vesti-lo, como se estivesse avaliando se sou pior que o
demônio. Gomes acena para a cafetina apressar Regan, mas a impeço
com uma mão. Regan não quer ser tocada por ninguém. Podia ler a
aversão dela em cada linha de seu corpo, quando joguei o casaco para
ela. Não preciso lutar com ela. E na verdade, me sinto mal por ela. Deus,
ela é apenas uma mulher quase da mesma idade da minha irmã, que
tinha vinte anos quando foi levada. Regan tem mais ou menos vinte e
dois anos, foi o que Nick me disse. Nick, que me enviou ali para
recuperá-la.
Não era uma alternativa, mas tinha certeza que ela estava pensando
agora em um milhão de alternativas para fugir, uma vez que saísse dali.
Ela inclinou a cabeça levemente, não realmente para mim, mas
reconhecendo alguma decisão que tomou em sua mente. Afasto-me e
saio, fingindo que não me importa se ela me seguirá. Gomes não se
move, mas troca palavras firmes com a cafetina em português, pensando
eu acho, que não irei entender. Mas entendo. A capacidade de aprender
rapidamente idiomas diferentes, é quase um pré-requisito para entrar na
Força delta e passei muito tempo em Portugal e no Brasil.
Mas não estávamos sozinhos. Ela não era uma garota universitária
em um bar em Fort Benning, assim que não estariam contra a parede.
— Terminamos aqui.
Gomes olha para seu gorilas e logo para mim. Há algo sobre mim
que Gomes não gosta ou talvez é porque pensa que está perdendo sua
valiosa peça. Duvidas estão por todo seu rosto e abro minha jaqueta
para mostrar as armas, apenas para o caso. Os gorilas se movem para a
porta do escritório de Gomes e a tensão fica mais pesada, como a fumaça
densa nos bairros mais pobres. Calculo meu curso de ação. Gomes não
está armado. Está usando uma camisa de linho e calça de algodão
Panamá, amassada e úmida ao redor dos tornozelos. O
algodão revelaria todas as armas escondidas na cintura ou
nas costas. Poderia ter uma arma no tornozelo, mas tenho
uma mira boa o suficiente e estaria morto no momento que se inclinasse.
Esqueço a cafetina. Os dois gorilas são minhas únicas preocupações. A
porta de entrada é estreita, como a escada e o lugar parece uma lata de
sardinha. Se um tiroteio explodisse ali estariam em problemas. Sei que
Regan não queria ser tocada, mas precisava enviar-lhe sinais, de alguma
forma, para ficar atrás de mim.
REGAN
Ele me comprou.
Este homem era pior do que o lugar que estava deixando. Sei disso.
Estou começando a suspeitar, pelo olhar de Augustina, que sou uma
mulher morta. Engulo saliva. Ansiei tanto pela liberdade, mas nunca ao
ponto de querer morrer. Quero viver. Escolho viver.
Se quiser viver, teria que fugir deste homem. Preciso ficar longe de
todos — Gomes, Augustina e este novo americano bem vestido. De
alguma forma tenho que fugir e correr. Correr até encontrar alguém que
possa me levar à Embaixada dos Estados Unidos mais próxima.
Não posso evitar. Abafo uma risada. Gosto de ver estes idiotas se
machucarem. Acalma minha alma. Arrancaria seus olhos
se pudesse.
O americano se virá para mim e levanta uma sobrancelha e dou-lhe
um olhar desafiante.
— Irá me matar?
Ele olha para os outros que estão ao redor. Que estão ouvindo cada
palavra que ele diz a mim.
Suas palavras eram sérias, mas não tinha medo dele. O que pior
poderia acontecer? Ficar presa ali chupando os paus de estranhos? Ou
terminar em uma cova rasa? Eu me sentia como se não tivesse muitas
opções. Realmente não podia ameaçar alguém que não tinha nada a
perder. Há uma hora, temia por minha vida, mas se sair
com este homem, iria perdê-la de qualquer forma. Os
olhares assustados de Augustina em minha direção eram
reais. Ela acha que já estou morta.
Preciso fazer algo. A porta está aberta e tão perto, que é um desafio
que não posso resistir. Dou alguns passos para fora, seguindo o homem
de jaqueta. Ele é alto e limpo. Seria muito bonito se não estivesse em um
bordel brasileiro me comprando. Já que está, ele é claramente um
pervertido.
Assim que dou um passo para fora da porta principal, uma chuva
de sensações me golpeia. As ruas são estreitas, um grupo compacto de
casas ao azar. O ar da noite é fresco e carrega um pouco de cheiro de
lixo. Mas sinto uma brisa levantar meu cabelo e quase sufoco em
lágrimas. Estou fora. Fuga e liberdade estão tão perto que posso senti-las
em minhas mãos. Estremeço, os dedos dos pés tocando a calçada suja,
rachada e cheia de lixo.
— Não me toque.
Eu não olho. Não sou estupida. Viro em uma rua e derrubo uma
lixeira, correndo como nunca fiz antes. Sou livre, meu cérebro ecoa a
cada passo na calçada. Sou livre. Sou livre.
Olho fixamente para ele por um momento e logo nego com a cabeça.
— Eu... estou bem, obrigada.
— Sei muito sobre você. Ou acha que gosto de andar pelas favelas
do Rio de Janeiro atrás de loiras por que não posso foder alguém pelas
vias normais? — Ele gesticula. — Vamos. Coloque a cabeça
para funcionar. — O homem estende a mão para mim outra
vez.
Eu me afasto para ele não me tocar, puxando mais o casaco. Olho
os dois homens mortos aos meus pés. Deveria sentir algo por eles,
verdade? Uma espécie de horror por terem morrido justo na minha
frente? Que este homem atirou neles enquanto eu estava ali? Mas tudo
em que posso pensar é que iriam me levar de volta ao bordel.
— Eu me chamo Daniel.
DANIEL
Ela não gosta da minha resposta, mas não direi nada. Quem sabe o
que ela dirá na Embaixada Americana? Se ela for inteligente, contará
tudo, incluindo como um homem alto com jaqueta negra e grandes
armas matou dois brasileiros nas favelas e então posso acrescentar o
exército dos Estados Unidos a um grande número de pessoas que
querem me capturar ou matar. A lista é longa e variada, mas ainda estou
vivo e os que esbarraram comigo, não.
Talvez ela foi enviada a mim como um karma. Pode olhar, mas não
tocar. Ou pior ainda, nem sequer deveria pensar nisso.
Seus pés estão sujos, tanto do bordel de Gomes como pelas ruas da
favela. Não esperava que corresse pela favela. Pensei que queria chegar
mais rápido ao táxi, ir para a Embaixada e se livrar dele.
— Irei cobrir seus pés, certo? — Pergunto, tocando meu joelho, para
que ela saiba que quero que coloque o pé contra a minha perna. Olhando
para ela, vejo seus grandes olhos verdes muito abertos e com assombro.
Ou suspeita. — Olha boneca, não tenho nenhum fetiche por meias.
Uma mão agarra meu braço e me viro para olhar para Regan, que
está a centímetros do meu corpo. Ah Merda. A proximidade está gerando
alguns sentimentos intensos em uma determinada parte inferior do meu
corpo. Gostaria que minha consciência tivesse mais controle sobre meu
maldito corpo. Limpo a garganta.
— O que foi?
— Não gosta de tocar uma puta suja? — Regan diz com amargura.
Não entendo suas palavras no início, então percebo que ela ficou
ofendida por tê-la empurrado para longe. Passo a mão por meu cabelo,
claramente frustrado e digo.
Ela bufa.
Deveria estar feliz por ela ainda ser uma lutadora, mesmo depois de
tudo que passou. Faz-me ter esperança de que ela voltará para casa e
viverá uma boa vida. Apesar de terem me dito que ela iria precisar de um
novo namorado. Nick, anteriormente conhecido como o temido assassino
Nikolai Andrushko, o homem que me enviou para encontrar Regan, disse
que ela tinha um idiota como namorado. Um que nem sabia que ela
acariciava a si mesma enquanto ele roncava ao seu lado. O tal namorado
não poderia dar a sua garota um orgasmo nem com alguém o instruíndo
na cama com um passo-a-passo. Pelo menos essa foi a minha
interpretação da declaração discreta de Nick, quando disse que o
namorado merecia uma bala na cabeça por não dar prazer a sua mulher.
— Chegamos. — Digo com alívio, mas ela não faz nenhum esforço
para sair. — Aqui está. — Aceno minha mão para fora da janela. —
Consulado Geral dos Estados Unidos.
Capítulo 4
REGAN
— Você precisa ir. — Daniel diz ao meu lado, com sua voz cheia de
diversão. — Disse que a levaria para a Embaixada e ali está ela. Então
fique mais animada. — Olho para ele, escondendo minha incerteza.
— Posso imaginar.
Sorrio para ele e por um momento noto sua boa aparência. Não sei
qual motivo dele estar no Rio, frequentando prostíbulos sujos, mas sou
grata por ser salva por ele. Impulsivamente, me inclino e beijo seu rosto,
sentindo a barba sob meus lábios. Quero recuar imediatamente ao
toque, mas sei que é a coisa certa a fazer. Porém, percebo que ele gosta
do meu toque. Seu olhar sarcástico suaviza quando ele olha para mim e
diz. — Mantenha-se a salvo, certo?
Ele sabe que estou aqui. Alguém avisou ao Sr. Gelo que sua
prostituta favorita, com seus dentes e depilação perfeita desapareceu do
mapa sem sua permissão. Imediatamente sei que se entrar na
Embaixada estarei de volta ao bordel.
Estremeço e e me odeio por isso. Ele não viu o táxi ainda, não sabe
que estou aqui. Penso por um minuto e em seguida, volto para Daniel, o
agradável americano que de alguma forma, por algum motivo, me ajudou
a escapar. Viro-me para ele e dou-lhe um leve sorriso. — Posso fazer
uma pergunta?
— Sim.
— Um amigo em comum.
Não sei o que isso quer dizer. Não posso pensar em uma única
pessoa que conheceria um assassino frequentador de bordéis. Volto a
olhar a Embaixada, mas o guarda-costas se foi, contudo, sei que o vi. Sei
que ele está lá, esperando por mim.
Posso usar isso a meu favor? Sexo já não significa nada para mim
agora. Seja o que for que a intimidade poderia significar antes, isso foi
tirado de mim. Posso ter sexo com este homem. Posso usá-lo para me
manter a salvo do Sr. Gelo. Este homem matou dois homens esta noite.
Pode ser perigoso e me defender.
— Você não pode ficar comigo. Aqui é até onde posso ir. Vou deixá-
la. Tenho outro trabalho no Rio. Vá. — Ele passa por mim, chega até a
maçaneta da porta e afirma. — Eles serão bons para você na Embaixada.
Não tem com o que se preocupar.
Pressiono o meu corpo para mais perto dele, deixando meu medo
transparecer através de mim. Essa reação não é falsa. Estou com medo
que ao sair do carro, voltarei ao bordel.
— Por favor, Daniel. Por favor, deixe-me ficar com você por apenas
um pouco mais. — Agarro-me à frente de sua jaqueta e pareço tão
impotente e perdida quanto posso. Ao perceber um pequeno traço de
dúvida, tento uma tática diferente. — Não quero ir para lá com essa
aparência.
Mas minha mente já está girando com novos planos, novas opções.
A Embaixada não é segura. Preciso de alguma outra
maneira de sair deste país. Quando descobrir como Daniel
sabe quem sou, talvez eu possa usar isso a meu favor.
— Tudo bem. — Daniel diz relutante. Cansado esfrega a mão pelo
rosto e confirma. — Merda. Certo. Uma noite e depois voltaremos para a
Embaixada. Eu tenho um cronograma para seguir.
Vou flertar e seduzi-lo, chupar seu pau se tiver que fazê-lo. Farei o
necessário para fazê-lo me levar com ele e me manter segura. Se está
disposto a atirar em homens por mim, será uma aposta melhor do que
qualquer um. Além de ser o único homem que tenho disponível no
momento.
DANIEL
— Ah.
9 É um ditado antigo. Para comer sardinha, precisa que seja pequena e as mulheres pequenas
— Você teria mais do que esta toalha para mim? — Ela pergunta.
— Não. Tenho vinte e sete anos, mas ainda preciso disso. — Puxo
uma cadeira para me sentar. Gostaria de saber se ela está usando minha
cueca. Amaldiçoo-me mentalmente. Claro que não. Eu não
lhe dei uma. — Precisa de alguma coisa, ah, lá embaixo?
Oops. Acho que ela estava falando sobre a comida, sobre descer
para comprar pão. Tento ser mais direto desta vez. — Quis dizer, você
precisa de uma cueca? Esqueci-me de lhe dar uma. Não tenho boxers,
sou mais um homem de cuecas normais. Isso quando uso qualquer uma.
— Este comentário faz com que Regan se transforme em um vermelho
beterraba.
REGAN
Mas ele não está tentando me fazer sentir cômoda. Ele não está
olhando meu corpo, ainda que esteja claramente exposto em uma
camiseta fina, não uso sutiã ou calcinha. Até mesmo fez um jantar e me
serviu um copo de leite. E ia sair para me comprar roupas. Ou pão.
Alguma coisa.
Assim eu choro.
— Sinto muito. — Digo com uma voz trêmula. — Não sei o que há
de errado comigo.
Ele bufa.
— Chore tudo que você quiser doçura, mas as armas ficam comigo.
Alívio me percorre.
Fico rígida, mas me levanto. Aqui está. Aqui é onde tenho que pagar
meu sustento.
— Estou pronta.
— Tudo certo.
Ele não quer sexo comigo. Pelo menos, não está noite.
Ele deu-me o quarto. É apenas eu? Estou surpresa... E logo
minha mente começa a correr. Posso empurrar a cama
contra a porta para evitar sua entrada. Ou se a cama for muito pesada,
posso usar a cômoda contra a porta. Posso deixar este quarto totalmente
seguro.
Se ele me deixar?
Não posso explicar o puro alívio que sinto ao vê-lo. Aperto as mãos e
tento pensar em uma desculpa para ele não estar no quarto comigo...
Mas eu não o quero fora da minha vista também.
— Eu menti.
— E se você não voltar? — Um olhar de medo prevalece em seu
olhar.
— Porquê?
Coloco uma roupa folgada sobre o colete onde ficam as duas facas
que ao lado do meu corpo. Quando viro para Regan vejo que ela está
apontando a maldita arma para mim.
Desço rápido, não quero estar fora por muito tempo. Minha intuição
me diz que Regan precisa de mim rapidamente.
Ele cospe em minha direção. Isso é nojento. É por isso que odeio
contato físico em lutas. A possibilidade de todos os malditos fluídos como
sangue, urina, cuspe e vómito voar sobre você é muito grande. Pela falta
de resposta, imagino que ele não fale inglês. Pergunto-lhe.
— Fala inglês?
O liberto do meu aperto. Ele cai no chão aos meus pés, gemendo
com sua boca quebrada. Definitivamente o mundo pode ficar sem mais
um estuprador, viro sua cabeça para quebrar seu pescoço com um
movimento rápido.
Minha camisa está coberta com seu sangue e saliva. Porcaria. Não
posso ir para o hotel com isto. Decido ir aos vendedores de rua. Compro
a primeira camisa que posso encontrar. É azul brilhante e pode ser vista
a dez quilômetros no escuro, mas é melhor do que o linho salpicado de
sangue que deixei no beco e que agora envolvia o homem morto.
— Isso é muito.
Não quero saber sobre o café da manhã que ele deixou para mim.
Não posso comer, não quando diz que me levará para a Embaixada. Isso
não pode acontecer. Preciso agir.
Ou finge.
Bato os dedos sobre a mesa, meu olhar repousa sobre sua jaqueta
pendurada em um gancho próximo da mesa, mordo meu lábio, olho para
Daniel e quando noto que ele ainda está dormindo, me aproximo de sua
jaqueta. Procuro nos bolsos, curiosa para ver o que posso encontrar.
Preservativos? Balas? Facas?
Penso nas mensagens. E penso no Sr. Gelo. Daniel é bom com uma
arma. Preciso ficar com ele.
Preciso.
E sei o que devo fazer. Engulo saliva e fecho os olhos, me
preparando. Você pode fazer isso, Regan. Ele é apenas mais um. Tive
muitos desde que fui capturada. A maioria dos estupradores é uma
mistura disforme sem rosto. O que é mais uma foda sem sentido, certo?
Meu estômago está enjoado com o pensamento, no entanto. Daniel foi
nada além de bom para mim. Parece errado usá-lo.
Ainda assim, sei que ele me quer. Vi a forma como ele me olha. Ele
me acha bonita, mas estou fora dos limites por causa da minha história
fodida. Hora de não me deixar fora dos limites para ele. Se for seu
brinquedo favorito, ficará comigo e me protegerá.
Ele murmura algo e encontra a minha mão ali. Seu punho se fecha
ao redor do meu pulso, mas não se move. Seus olhos se abrem, e ele me
dá um olhar vago, confuso.
Estou doente de horror e não posso fingir por mais tempo. Fico de
pé.
Porra.
— Eu estou trabalhando e se tiver que parar a cada maldito
segundo para lhe dizer se estou conseguindo alguma merda, então você
não terá nenhum resultado.
— Não dou a mínima para qual faculdade você foi. Apenas pare de
enviar mensagens. Porra. — Gostaria de poder andar, mas a escada de
incêndio tem apenas cerca de 1,20x1,20. Há apenas espaço suficiente,
para um passo no máximo.
— Claro venha. O que este lugar precisa com certeza é mais russos.
Não se sentirá fora do lugar. — Eu digo.
Nick é tão literal. Normalmente, isso me faz rir, mas não agora. —
Coloque Daisy no telefone.
— Nyet11.
10
Sim
11
Não
a salvá-la, certo? — Tento injetar um pouco de falsa jovialidade em
minha voz.
Ela ri.
Homem, ela tem Nick preso ao redor de seu dedo, ele se encaixa
nisso a perfeição.
— Você nunca teve um texano. Uma vez que você tiver um gostinho
de grande estado, nunca irá querer deixá-lo.
— Eu sei. É por isso que eu não fui para lá. — Esta conversa foi
apenas para quebrar o gelo, então eu começo a trabalhar. — Tenho uma
boa notícia. Estou com Regan.
— Não levante a voz para ela ou isto será a última coisa que dirá. —
Ouço Nick ameaçar.
— Sinto muito, por esta manhã. — Ela sussurra e então olha para
as mãos que estão ocupadas em descascar o rótulo da garrafa.
Meu primeiro instinto é dizer que não é grande coisa, mas foi uma
grande coisa. Enorme para caralho é um eufemismo. Então eu não
tentarei esconder a sujeira debaixo do sofá como se não fosse nada.
— Não vou machucá-la, Regan. E não quero que você me use para
isso. — Passo um dedo ao lado do dorso da mão, e quando ela não se
mexe eu a aperto. — Eu estou do seu lado, não importa o quê. Mas não
posso ajudá-la se não permitir que eu saiba o que está acontecendo.
Passei semanas procurando por você e te estou dizendo agora, prefiro
morrer a permitir que algo de ruim aconteça. Então, vamos conversar
quando tudo isso acabar.
Isso faz com que ela solte outro suspiro aguado, então recuo. Não
posso lidar com outro ataque de choro esta manhã. Meus nervos estão
em frangalhos e estou no limite da minha sanidade. Sem dormir, uma
tonelada de culpa de merda e a preocupação com os homens de Gomes
vindo e nos rastreando. Não estava mentindo quando disse a Regan que
morreria antes de deixar que alguém a machucasse novamente. Não
quero ouvir aqueles sons doloridos dela novamente. Nunca mais.
— Vou levá-la hoje, mas aqui está o negócio: ela está com medo e
não confia em mim, então o quanto você quer que eu diga a ela?
— Tudo.
— Certo.
Ela olha para mim como se uma cobra fosse sair do telefone para
mordê-la, mas depois de um momento, estende a mão e pega o telefone
de mim.
Capítulo 9
REGAN
— Sou eu. — A doce voz de Daisy, chorosa me faz sentir pior. Minha
colega de quarto, a inocente Daisy, foi aquela que enviou Daniel? Não
estou entendendo. Daisy não conhece ninguém, muito
menos um homem que mata as pessoas e frequenta
prostíbulos.
Olho para Daniel, confusa. Seu rosto cansado está cheio de raiva e
duro enquanto cruza os braços e me observa falar ao telefone. Ele está
irritado. Não, está além de irritado. Tentar fodê-lo foi uma má decisão e
agora ele irá me abandonar e o guarda-costas do Sr. Gelo estará lá para
me pegar.
— Ele é o quê?
Daniel, a quem tratei como merda. A quem tentei usar. E não fiz
nada além de chorar ao seu redor. Dou-lhe um outro olhar cauteloso. —
Ele é um assassino de aluguel também?
— Certo.
— C... certo? Você não tem mais perguntas? — Ela parece confusa,
como se tivesse retratado essa conversa em sua mente um milhão de
vezes e não foi do jeito que pensou.
Aperto as duas mãos e olho para baixo, para meu colo. Estou
tentando, mas a verdade é que estou queimando com amargura por
minha conversa com Daisy. Parece que enquanto estava sendo
comercializada em um bordel, ela estava correndo de volta para os
Estados Unidos com o namorado, o mesmo namorado que nos meteu
nesta confusão.
E porque eles não podiam ser incomodados, fui deixada para trás
para alguém me encontrar.
Aposto que se Daisy tivesse sido vendida a um bordel, ela teria sido
recuperada imediatamente. Seu namorado ucraniano perigoso teria ido
atrás dela. Mas o meu namorado era Mike. Mike não me ajudou.
Ninguém o fez.
— Entrei em pânico antes. Foi por isso que eu... Tentei seduzi-lo.
Pensei que você iria me mandar embora. Achei que gostaria. Eu vi você
olhando para mim. E vi a calcinha que me comprou. — Lágrimas enchem
meus olhos e as seguro. — Sinto muito. Não estava pensando, apenas
estava... Desesperada. Não sabia o que fazer. Então, eu apenas... Agi.
Agora eu sou tão má quanto os homens no bordel. — Fungo o meu
nariz, estou uma bagunça, mas não sei o que fazer para melhorar as
coisas. Tentei consertar as coisas e apenas deixei tudo pior.
Encolho os ombros. Ele tem razão. Preciso relaxar. Sinto que estive
em pânico durante as últimas vinte e quatro horas. Inclino o copo e
engulo o seu conteúdo. A princípio o gosto é um pouco como rum, em
seguida, ele explode em algo totalmente diferente e começo a tossir.
Minha garganta está crua de todo o vômito dessa manhã. — Uau.
— Sim, é alguma coisa, certo? — Ele enche o meu copo com outra
dose da cachaça. — Agora, beba novamente, depois vamos conversar.
Eu estremeço.
— Foi ruim.
Ele bufa.
— Explique.
Olho para ele e lembro o quão bonito é. Tem essa coisa que os
homens americanos têm a seu favor. Teria caído totalmente por ele se
nós estivéssemos na mesma sala na faculdade.
— Por quê?
Lambo a borda do meu copo já que ele não vai enchê-lo novamente.
Talvez devesse ficar bêbada até o próximo mês.
— Não vou, doçura. Tem a minha palavra. — Ele olha para mim
cuidadosamente e em seguida, coloca sua bebida pra baixo. — Mas você
precisa me dizer por que não quer ir para a Embaixada. O que há lá que
a assusta?
— Então, um homem rico tem uma fixação por você. E a envia para
Gomes? Para quê? Treinamento? Acho que isso explica o uso de
preservativos, uma boa higiene e por que Gomes a quer de volta. — Ele
não parece feliz com esta notícia. — Você disse que o viu na Embaixada?
Ele disse isso tão casualmente. Como se falasse com alguém sobre o
clima.
— Estamos seguros por agora, mas esta noite temos que seguir em
frente.
— Temo que você seja toda minha até descobrir qual é o problema.
— Ele esfrega o pescoço e parece agitado, mas não por mim. — É uma
maldita confusão, não é?
Não há dúvida em minha mente que ela está chateada e com raiva,
mas nunca me permitiria deixá-la, somente para ser roubada
novamente. Então, digo a ela.
Eu não sei por que estou explicando isso a ela. Nick não é um
amigo, é um conhecido. Se pressionado, eu diria que ele era um colega.
Parte da ordem fraternal dos caras fodidos que não podem funcionar sem
uma arma. Eu fiquei por perto, por um tempo. Estava sempre à procura
de conexões de qualquer um que pudesse levar-me a minha irmã. Nick
trabalhou com escória desde que ele era criança. Era um assassino
contratado, trabalhando desde os quinze anos de idade. Podia ter vinte e
cinco anos, mas seus olhos diziam que viu e fez coisas diabólicas. Coisas
que os mais homens experientes não sonhavam nem em seus piores
pesadelos. E não estava errado ao me vincular a Nick, porque ajudando-
o a fugir de um chefe da máfia russa me deu minha primeira boa
vantagem em um longo tempo. Uma loira tirada de Cancun foi oferecida
em um leilão no Rio há cerca de dezoito meses. Depois desapareceu,
vendida através dos mesmos canais que Regan foi comercializada. Boom.
Dois pássaros mortos com apenas uma pedra.
— Acho que sim. Quer dizer, eu gosto de Daisy, o que soa estúpido
depois de tudo que já passei. A sensação de ser abandonada por ela dói
mais.
Mas se o que Regan diz sobre a Embaixada for verdade, não posso
levá-la para lá. A revelação de que um dos guardas da Embaixada está
trabalhando para algum traficante de pessoas não deveria surpreender-
me, mas surpreende. Duvido que ele seja um fuzileiro naval. Muitas
Embaixadas contratam na maioria das vezes ex-militares que deveriam
passar por uma investigação profunda. Mas o governo muitas vezes
relaxa na avaliação das prestadoras de serviço que executam a
verificação de antecedentes. E merda, fundos falsos são fáceis de
inventar se você tem dinheiro suficiente e uma coisa que parece não
faltar aos traficantes é uma tonelada de dinheiro.
Meu telefone emite um sinal sonoro novamente, desta vez com uma
mensagem de Vasily.
Sim.
Sem problemas.
Ela nega com a cabeça, desliza para fora da cama e se agacha atrás
de mim. Seus dedos se dobram na parte de trás do meu
colete. Acho que minhas promessas de retornar não são
algo que ela coloque muita fé.
— Vou deixar você ficar, mas não pode segurar em mim. — Eu seria
golpeado no combate mão-a-mão se ela estiver me segurando.
Ela aceita o comando, se apressa para a bolsa e tira uma calça. Ela
a veste bem na frente de nós dois, o que me mostra o quanto está
assustada. Ela não me deixa longe de seus olhos. Ir para o banheiro foi
um ato extremo de bravura e confiança da parte dela. Ela precisa de
uma recompensa, algo que lhe dê segurança.
— Assim é como será. Vai nos dizer qual era seu objetivo e então
farei toda a dor ir embora. De acordo?
— E?
— Ele gosta de comer o seu próprio pau? Porque é isso que deve
acontecer com ele.
— Ela não gosta muito de você. E não quero mais ninguém além
dela. Quer dizer, vamos lá, onde eu vou encontrar alguém que balança
uma perna de cadeira como Babe Ruth12?
12 George Herman ―Babe‖ Ruht Jr – mais conhecido como Babe Ruth, foi um jogador americano
— Não. Acho que ele está com muito medo do Sr. Gelo para dar
mais alguma informação e temos que ir.
— Você tem alguma coisa no quarto? Por que não faz uma
varredura e se certifica que não estamos deixando nada para trás?
Uma vez que vejo que ela está fora de visão, viro e atiro na cabeça
do filho da puta. Duas vezes. O som dos tiros traz Regan correndo de
volta para a sala.
— Por que você está queimando suas roupas? Não deixou pistas em
todo esse lugar? Nem está usando luvas. — Ela levanta as mãos. — Nem
eu. Oh meu Deus, eu vou para a cadeia por isso?
— Não, você não vai porque ninguém sabe que está aqui, doçura. E
não me importo se alguém descobrir que estou aqui, apenas quero que
quando o nosso amigo for encontrado tarde da noite, seja um pouco mais
difícil de identificar.
— Pelo que vejo, boneca, temos três grandes questões. — Daniel diz
enquanto entrega um maço de dinheiro ao motorista de táxi que nos
deixa no meio de uma favela desagradável.
Ele está certo. Tenho que admitir que ainda estou apavorada.
Venho tentando me conter, mas esta noite Daniel executou um homem
no meio de sua sala. Virei as costas por dois minutos e boom! O homem
foi baleado duas vezes na cabeça. Daniel nem sequer piscou.
O fato de ter que sacar sua arma tantas vezes nas últimas noites
me diz em quanta merda estamos envolvidos.
— Então, onde vamos? — Pergunto com minha voz mais sexy. Tento
dar a Daniel um olhar aquecido na esperança de que pareça que estamos
caminhando para um encontro. Na esperança de que ninguém nos pare
para perguntar que merda nós estamos fazendo aqui.
— Porra. — Daniel diz com voz rouca e quero rir de sua expressão.
Parece que o fingimento está ficando um pouco real demais
para ele. Mas continuo acariciando seu peito, parecendo
uma namorada dedicada e safada que não pode esperar para levá-lo para
casa.
— Você é terrível.
Ele não parece com medo do prédio de merda, então, engulo o meu
medo e deixo-o guiar-me. Tenho uma arma na calça e vou usar cada bala
antes de deixar que alguém me arrastar de volta ao bordel novamente.
— Meu homem.
Daniel pega a minha mão e começa a ir até lá, mas Pereya balança
a cabeça.
Olho em volta neste quarto. Sem janelas. Apenas uma porta. E nós
estamos perto da frente do edifício. Eu aponto para o chão. — Queremos
este quarto.
Quando Pereya retorna ele traz uma mulher mais velha com olhos
bondosos. Ela está carregando uma sacola preta.
— Olá eu sou...
— Nada?
Estou sentada perto de uma carga de armas aos pés de Daniel e ele
está casualmente escolhendo as armas enquanto observo. Olho ao redor
mais uma vez.
Ele resmunga, sem olhar para mim enquanto organiza seu novo
esconderijo de armas.
Daniel balança a cabeça, sorrindo. Ele não diz mais nada porque
Pereya voltou com uma mulher mal-humorada. Eles nos dão vários
travesseiros, alguns cobertores e alguns lençóis. Não importa para mim.
Eu já dormi recentemente em coisas piores bem. Pego dela e começo a
fazer uma cama no canto da nossa pequena fortaleza, enquanto Daniel e
Pereya conversam um pouco mais. Um saco de comida fast food é
entregue, com alguns refrigerantes.
DANIEL
Afasto seus dedos que estão em minha cintura. Ela geme em seu
sono.
Estou de costas para ela, então não posso ver seu rosto, mas
suponho que ela esteja fervendo. Pelo menos ela está acordada.
— Por que você diz coisas assim? — Ela pergunta em voz calma.
Que merda. Essa não é a reação que eu esperava. Agora estou me
sentindo pior do que estava antes.
Fico grato, mas surpreso quando ela balança a cabeça e ri, sem
acreditar.
O rosto de Regan cai. — Nunca deveria ter contado isso. Deve achar
que sou uma estranha.
Eu não preciso que ela preste atenção nessas outras coisas, porque
essa coisa já está inchando na esperança de que ela preste atenção.
Preciso tê-la fora da vista e da minha mente antes que comece a dizer
que não serei usado. Mas que da próxima vez que meus dedos a tocarem
ela ficará molhada. E será por causa das minhas atenções ao seu
delicioso corpo.
Preocupado que ela possa ser uma distração para mim, olho ao
redor do lugar para procurar um esconderijo para ela. No Morro dos
Macacos todos estão armados, desde os moradores até a polícia que
marcha regularmente através dos becos tentando limpar as favelas. Isso
tudo para que o Rio seja respeitável para o resto do mundo. Regan
poderia facilmente ser atingida por uma bala perdida, então todo o meu
trabalho não valeria nada.
— Há muitos deles na favela, mas nenhum que seja bom. Você terá
que ir para Ipanema. Procure um homem pelo nome de Luiz Soto. Ele
pode te ajudar. — Pereya estende a mão e escorrego-lhe
outra nota. É uma dica cara.
— Então, sobre a garota. — Começo a dizer, mas ele segura as
mãos.
O olhar aflito no rosto dela dizia que esse foi um golpe profundo,
mais duro até do que dei no cara que matei no apartamento que
tínhamos deixado. Xingando, seguro o braço dela e a arrasto pela
escada, disfarçando, para ganhar um pouco de privacidade. Tentando
impedir que Pereya ouça o que direi a ela. Na voz mais
baixa para que posso, conto meu plano.
— Precisamos conseguir documentos e lá fora… — Gesticulo por
cima do ombro em direção à rua. — é mais provável você estar em perigo
do que aqui na casa de Pereya. As pessoas não o enfrentam,
independente do lado que estejam. Pereya tem produto de qualidade.
Então, ele é como o arsenal na Suíça. Você entra, toma o que precisa e
sai. É mais seguro aqui do que em qualquer lugar. Você está segura com
o seu arsenal.
Este homem é tão cheio de merda. Não deixarei você para trás,
Regan. Pode confiar em mim, Regan. Tudo mentira. Todas mentiras
estúpidas, ele ainda está tentando me deixar para trás.
Deixo ele me arrastar. Isso é bom. Sua mão aperta meu braço, mas
se ele está me puxando, não está me deixando para trás. Isso é tudo que
eu peço.
— Fale.
Engulo em seco. Isso é mais que horrível. E Daniel quer ir para esse
lugar? Sozinho? E se ele nunca mais voltar? E se ele me deixar aqui e
ficar sentada com Pereya por semanas, perguntando o que aconteceu?
Quanto tempo antes de Pereya decidir vender-me pelo maior lance?
Suspiro. Como ele pode dizer isso para mim? Nos últimos dois
meses, tenho lutado com garras e mordidas por cada
centímetro de liberdade. Eu sobrevivi ao inferno. Na
verdade, ainda estou tentando escapar dele. O fato de que a
única pessoa em que posso confiar está secretamente
tentando me abandonar, enche-me de raiva, fúria e mais um pouco de
mágoa. — Você acha que eu não me importo se estou viva ou morta? De
verdade?
Por alguma razão, isso fere meus sentimentos. Abaixo meus pés e
tento não me sentir estúpida.
— Queria beijá-lo e ver se seria como beijar os homens no bordel.
Seria diferente por ser você? Ou se está totalmente destruído para mim.
Ele é tão suave que fico surpresa. Esperava que Daniel fosse apenas
conversa e nenhuma suavidade, mas o homem que me beija é
infinitamente gentil. Seus olhos estão fechados, como se me beijar direito
fosse a única coisa que importasse no momento.
— Caça-Fantasmas...
— Scooby Doo...
Daniel joga as mãos para cima. — Está bem. Você pode vir comigo.
— Ele olha meu cabelo. — Precisamos de um boné de beisebol para
cobrir o seu cabelo. Talvez assim não chamaremos tanta a atenção e
ninguém poder dizer de longe que você é uma mulher.
Eu sorrio.
— Enganou?
— Sim. — Sua boca se curva de um lado, ele começa a colocar facas
em meu colete e o ajusta novamente. — Ela me disse que você era doce e
agradável, e que não me daria nenhum problema.
Não posso impedir, mas ri com a forma triste que ele soa. Talvez
fosse doce e agradável antes, mas não sou agora. Estou cansada do
mundo cagando em mim e vou-me levantar.
— Acho que não. — Diz ele com diversão. — Talvez devêssemos nos
conhecer melhor, se vamos ficar colados um ao outro pela próxima
semana. — E seu olhar desliza pela minha boca, como se estivesse
considerando todas as maneiras que gostaria de me conhecer melhor.
Daniel ri.
— Não estou irritado com você Regan. Não temos tempo para isso.
Mas estou preocupado. Você precisa seguir minhas instruções em todos
os momentos. Se eu disser salte, você salta. Se eu te disser coma, você
come. Se eu disser para ficar comigo, isso significa que não há mais do
que a distância de uma folha de papel entre nós. Nossa saída daqui
depende de você ouvir. Entendido?
Aqui do alto você pode ver o Estádio do Maracanã, onde eles estão
se preparando para sediar a Copa do Mundo e onde o futebol olímpico
será disputado em dois anos. Seus reluzentes muros novos brilham
como uma grande esperança branca falsa.
13 Na verdade Phoebe Ann Mosey, foi uma artista do famoso show do Oeste Selvagem de Buffalo Bill,
provavelmente a primeira estrela artista dos Estados Unidos. Em seu show ela mostrava a destreza com as
armas.
Pereya deu a dica e descreveu o informante. Um metro e setenta.
Magro. Provavelmente vai nos delatar depois de entregar a ponta. Eu não
digo a última parte a Regan.
— ADAS?
— Por que o povo não se revolta? Você disse que todo mundo
andava armado aqui.
Sua cabeça se levanta e o capuz cai para trás, revelando uma bela
brasileira. Maçãs do rosto altas, nariz delicado e cabelo loiro. — Como...
— Ela balbucia.
Suficiente. Não posso explicar o alívio que passou por mim quando
Regan leu isso. É ela. Minha irmã autossuficiente e extremamente
brilhante.
— Sim, é o suficiente.
— Assim é como isso vai funcionar. Você vai pegar o seu pacote e
voltar para sua base. Pode dizer que nos matou. Pode dizer que nos
torturou. Nem ela ou eu estaremos por perto para contar uma história
diferente. Mas se tentar alguma coisa, vou estourar seus miolos aqui. Eu
não dou à mínima se você é uma mulher. Entendeu?
Quando Daniel pega a minha mão e me puxa para cima ao lado dele
dou um gemido assustado. Eu colo meu corpo contra o dele, tentando
ficar protegida, tanto quanto possível. Ele empurra a porta da geladeira
aberta para nos dar mais cobertura, tendo que se afastar de mim
momentaneamente. Sou obrigada a agarrar-me a suas costas quando
outro tiro ecoa e a porta da geladeira salta loucamente. Daniel empurra-
a abrindo de novo e desta vez ela fica aberta.
— Você não tem ideia. — Diz Daniel e há um fervor em sua voz que
me faz pensar. Ele está praticamente tonto desde que recebeu a
informação desta jovem loira. Estou surpresa com a onda de ciúme que
inflama dentro de mim. Esta é a outra mulher que Daniel está
procurando o tempo todo? É por isso que ele concordou em vir me
encontrar, porque está procurando por outra loira? Sua namorada,
talvez?
Ah, claro, fácil para ele dizer. — Você já esteve em tiroteios antes?
Ele acena que sim e sua atenção volta para a parede de tábuas
frágeis da antiga mercearia. A luz do sol derrama dentro através das
rachaduras, está um dia bonito lá fora. Dia perfeito para um bom
tiroteio, suponho.
Neste momento, ele leva sua arma para cima e imediatamente outra
bala passa através das placas. Ele abaixa a arma rapidamente, fazendo
uma careta. É uma coisa boa, termos a geladeira velha para nos proteger
ou estaríamos em pedaços no concreto tal qual a informante. Ele olha
para mim. — Você de verdade está me perguntando isso agora?
15 . É uma frase que o Bruce Willis fala no filme, inventada por ele, é como: vá para o inferno. Não
— Tudo bem, tudo bem. — Murmuro. Quando ele acena uma mão
para me apressar, atiro na parede oposta. Daniel ouve e um momento
depois joga o outro sapato na porta.
— Não. Você não vai. — Daniel diz, olhando para mim. — Não é
seguro. Agora fique até eu voltar, entendeu?
Porra. Saio da cobertura e corro atrás dele. Não serei deixada para
trás mais uma vez.
Aceno e ocorre-me que nossa conversa pode ser uma cobertura para
distrair os nossos atiradores... O que significa que eles estão mais perto
do que nunca. Fato que me deixa realmente mais nervosa.
— Tem muito sexo oral, também. — Minto para ver se ele está
prestando atenção. — Muitos e muitos boquetes.
Uma vez.
Duas vezes.
Sair? Nem sequer tive tempo para pensar em disparar minha arma.
Atordoada, fico de pé, notando que uma das balas atingiu centímetros
acima da minha cabeça. Se estivesse de pé, estaria morta.
Ele não tem que me dizer duas vezes. Corro para seu lado,
passando por cima do homem morto a seus pés. Neste momento Daniel
casualmente pega um de seus sapatos e franze a testa para os buracos
no dedo do pé. Ele o empurra, enquanto olha ao redor para o outro
homem morto a uma curta distância de onde estamos, com um perfeito
buraco de bala no centro da testa.
Ele me puxa pelo braço já que não me movo rápido o suficiente. Nós
deixamos o supermercado para trás, voltando para as favelas. Daniel
olha para mim. — Você está bem?
— Você pode ficar sério por um minuto? — Ela puxa minha camisa
e viro a cabeça para esconder um estremecimento. Então? Levei um tiro.
Já que estou na posição vertical sendo capaz de andar, deve ter sido
superficial, apenas precisa de um pouco de álcool e supercola e ficarei
bem. A coisa mais urgente é colocar Regan em um lugar seguro.
Isso soou como algo que minha irmã diria e permito-me uma
pequena risada. Regan não percebe, mas teria sofrido muito mais do que
essa ferida para conseguir a informação que obtivemos.
Faço um ar de desdém.
— Você diria? — Seus grandes, olhos verdes olham para mim com
confiança e... algo mais... desejo?
Sim baby, eu tenho, porque nenhum de nós tem tempo para esta
atração. Dando-lhe um sorriso tenso, vou descendo o morro. Como um
bom soldado, ela me segue. Apesar de toda a merda que
tenho jogado em seu caminho, Regan faz o que digo a ela,
sem questionar. Ninguém nos para no meio do caminho do
Morro dos Macacos. Talvez a notícia do nosso tiroteio se
tivesse espalhado ou talvez nós parecemos perigosos. Empoeirados,
sujos e sangrentos, parecemos duas pessoas que saíram de uma batalha
e não sem medo de tirar do caminho qualquer um que tentasse nos
parar. Pelo menos é assim que espero parecer, porque a verdade é que
Regan e eu estamos fracos como gatinhos agora. Nós precisamos de
comida, chuveiro e dormir. Nessa ordem. Na base da favela, procuro
algum transporte, porque é preciso colocar alguma distância entre nós e
o Morro dos Macacos. Ipanema, Luiz e os documentos estão há cerca de
uma hora de distância para o sudeste. E entre eles estão mais favelas,
morros e florestas.
— Um o quê?
Eu mexo com alguns fios e o carro liga. — Além disso, você está
pronta para caminhar quarenta quilômetros ou prefere comer em uma
hora?
— Dirija então.
— Não que esteja reclamando porque não estou pagando, mas por
que estamos à procura de algo tão horrível? — Ela tenta entender.
— Não acredito que merdas como estas existem. Regan diz quando
destrancamos nossa porta do quarto. O corredor fede como se tripas de
peixe tivessem sido derramadas e nunca tivessem sido limpas. Este
quarto tem cheiro de fumaça e pouca ventilação. Eu coloco nossas bolsas
na mesa bamba e confiro o banheiro. Há duas toalhas que parecem tão
finas quanto papel e duas extras na cama. As moscas estão por toda
parte. — Talvez deveria ter-lhe pedido para olhar o segundo pior hotel
daqui.
— Obrigada, gênio.
— Desculpe. — Murmuro.
— Entre, boneca.
Meus dedos correm por seu cabelo e pressiono seu couro cabeludo.
Quando ela geme, eu sinto a vibração através de todo meu corpo a tomar
posse do meu pau. Ele tenta arrebentar meu zíper para
chegar até ela, para chamar sua atenção. Ela não para de
fazer esses sons e isso está me deixando tão excitado que mal consigo
ficar parado.
— Sinto muito. — Diz ela entre gemidos. — Mas não posso parar. É
uma sensação tão boa.
— Seu cabelo está limpo, doçura. — Digo a ela com voz rouca. Viro-
a e seus seios rosados são empurrados em meu peito. Foco todas as
minhas forças para manter minhas mãos em seu cabelo e não as deixar
descer por seu corpo. Seguindo o caminho percorrido pela água e
sabonete. Os padrões, criados na superfície de sua sedosa pele, pelas
gotículas de água e sabonete são tão eróticos.
Fechando a porta, tiro meu jeans, minha cueca e pego meu pau
pulsando. Eu realmente desejo Regan. Mas a minha palma é o único
alívio que terei neste momento. Passo o chuveiro para o frio, uma mão
encostada na parede, e outra no meu pau.
Não leva muito tempo para ter tudo feito. A água fria não lava a
imagem do corpo de Regan, o olhar de prazer em seu rosto enquanto ela
se inclina para trás, a corrente de água caindo por seu corpo. Na minha
fantasia ela se abaixa e tira o meu jeans. Suas mãos delicadas puxam
meu pau, no exato momento em que faz um som de prazer semelhante a
um zumbido de desejo. Seus olhos são grandes discos verdes e os lábios
rosa me cobrem, em seguida me diz: Você é tão grande. Seus olhos
verdes brilhando e seus lábios rosa se abrindo e me chupando.
Uma atriz pornô não soaria mais quente, aos gritos da minha Regan
imaginária. Você é tão gostoso. Tão grande. Eu te quero tanto. Goze dento
de mim. E assim eu faço. Gozo dentro dela com longas correntes de
esperma que parecem não ter fim. Infelizmente essa é uma fantasia.
Quem termina o serviço é a minha mão e a água fria que se infiltra em
meus nervos. Termino de limpar, mas sei que tão bom como me senti,
seria cinco mil vezes melhor estar dentro dela. Mas também sei que
minha mão e minha imaginação é o mais próximo que chegarei a estar
dentro dela.
REGAN
Não é justo.
Tem que ser Estocolmo, digo a mim mesma. Ouço a água cair no
chuveiro e descubro que Daniel não vai sair tão cedo. Ele não vai sair por
alguns minutos. Posso ligar para Mike e... Deixá-lo saber que estou viva.
Isso é o que uma boa namorada faria.
Como foi fácil para eles ficarem juntos, será que ambos não ficaram
de luto? Tudo o que precisaram foi um vinho, algumas tristes
comiserações mútuas e então, naturalmente claro, porra, foram morar
juntos para me superar?
Eu não deveria estar ferida, mas estou. Mike pode ter pensado que
eu estava morta... Mas não faz sequer dois meses. E ele nunca me
deixou morar com ele, embora namorássemos há anos. — Preciso de
espaço, querida, ele dizia.
Eu aceitei, porque é isso que Regan Porter faz. Ela era uma garota
agradável que aceitava todas as coisas, para deixar todos plenamente
felizes. Mas Becca morar com meu namorado depois de menos de dois
meses... De verdade?
Fico fascinada e com um pouco de inveja por isso. Para ele o sexo
não foi arruinado, ainda pode desfrutar tocando a si mesmo. Desde que
fui sequestrada não me masturbei e olha que costumava ser uma
masturbadora campeã, já que o sexo nunca foi realmente tão bom. Eu
não culpo Mike para isso, embora. Bem... Eu permiti isso. Sexo sem
orgasmos? Tudo bem. De verdade! A antiga Regan Porter não se
importava com nada. Ela acabaria com o serviço rapidamente enquanto
o parceiro tirava um cochilo.
— Você está bem, boneca? — Ele vem para o lado da cama, a toalha
enrolada na cintura e outra pressionando a ferida em suas costelas, a
mesma que ele me assegurou não ser tão ruim. Você sequer saberia que
o machucado estava lá pela forma como ele agia, exceto pelo vermelho no
branco da toalha.
Sei que ele me chama por este apelido que odeio para me irritar,
mas não tenho energia para morder a isca no momento. Sou um nó
emaranhado de emoções e neste momento a única coisa que parece
subir à superfície é a tristeza. Finalmente Regan Porter, a menina doce,
está totalmente quebrada. Odeio isso.
Ele olha para mim com surpresa, depois ri, aquele sorriso malicioso
aparece em seu rosto bonito novamente.
— Obrigada.
É tão bom que viro meu rosto contra seu pescoço novamente e o
acaricio antes mesmo de perceber o que estou fazendo.
— Mmm.
Não o farei. Não estou pronta para isso ainda. Mas estou me
sentindo um pouco... Aventureira. Corro minha mão em seu peito
novamente, evitando seu ferimento e admirando o calor de sua pele sob a
minha. Como não há gordura em qualquer lugar. Ele é gostoso,
assassino e tudo mais. Se não estivesse com tanta merda na cabeça,
estaria babando sobre ele cada vez que o visse. É bom eu estar toda
fodida ou pularia nele em todas as chances que tivesse.
Ele é seguro.
Estou molhada.
Ele geme e o som é como o do chuveiro, o que faz com que meus
músculos internos se apertem mais uma vez. Olho para baixo e a toalha
na cintura está tensa, seu pau responde a meu desavergonhado
movimento contra ele. Ou as minhas palavras. Talvez a ambos.
E ele não vai me tocar. Poderia me esfregar contra ele como uma
gata no cio que e ele não fará nada, apenas me abraçar
porque é isso é o que quero.
Continuo acariciando a carne escorregadia entre as minhas coxas,
pressionando meus seios contra seu lado, lambendo seu pescoço. Meus
quadris estão se movendo em pequenos círculos e movo meus dedos,
deslizando-os profundamente dentro de mim. Gemendo com a
maravilhosa sensação. Oh, o prazer masturbatório, meu amigo há muito
perdido, como eu senti sua falta.
— Claro que sim. Ver você fodendo com seus dedos é sexy demais.
— Diz ele em voz baixa, áspera.
— Mmm. Bem aqui nessa cama. — Deslizo meu nariz ao longo seu
pescoço tenso. Ainda mais excitada pelo cheiro dele. — Assim posso ver.
Mas não vou te tocar.
Quando acabo, ele está acariciando seu pau ainda, mas o aperto é
tão tenso que sei que ele está esperando por algum sinal para deixar-se
ir. Acho que se lhe disser para parar agora, ele o faria. Mas não quero
isso. Quero ver. Então tiro os dedos molhados de minha boceta e coloco
contra seus lábios.
Pensei que algo familiar pudesse ser atraente agora. Passo os meus
ovos no molho quente. Costumava amar o tempero das salsichas, mas
neste momento tudo o que eu sinto é o cheiro da boceta de Regan, de
quando ela pressionou os dedos contra meus lábios. A
única coisa que realmente quero comer agora está sentada
de frente para mim, suas pernas dobradas para o lado.
Consumir alimentos é opcional neste momento. Meu corpo
sabe que precisa de combustível, por isso como proteína e carboidratos o
mais rápido possível. Mas, minha cabeça está de volta no quarto do hotel
e nós não estamos nos masturbando mutuamente. Oh não, estou
transando com ela. Estou entrando profundamente dentro de sua boceta
e sinto seu creme liso lubrificar cada impulso.
Namorado? Ah, certo, Mike que não segura por mais de cinco
segundos. Isso é broxante. Estou fantasiando com cinquenta maneiras
que poderia fazer Regan gozar e ela está preocupada com o cara que
nunca lhe deu um orgasmo.
— Então, parece que ele não foi fiel. — Tento esconder a minha
satisfação pelo fato de Mike não estar bem na foto. Pergunto-me se
deveria matá-lo apenas por ser um babaca. Acho só pode haver um
número mínimo de babacas, assim estaria fazendo um favor ao mundo.
— Você está olhando para minha bunda? É por isso que sempre
quer que eu vá primeiro? — Ela fala, o que quer dizer que minhas
palavras imprudentes podem tê-la machucado.
— Você tem uma bela bunda, pequena lutadora. — Assobio. — É
redonda e arrebitada como um pedaço suculento de frutas brasileiras.
— Espere aqui.
— É este o lugar? — Regan sussurra após a morena esguia
desaparecer.
— Duas loiras.
Luiz confirma e tira a foto com uma pinça. E posso dizer por sua
meticulosidade que os nossos papéis serão impecáveis.
— Amanhã.
Na sua hesitação, puxo minha arma, aponto para a escultura de
vidro do Pão de Açúcar no centro da sala e repito.
— Amanhã!
Luiz olha para mim, com os olhos fixos nas minhas costas enquanto
lhe dou o dinheiro.
— Por que não fica pronto agora? — Parece que ela não quer sair
sem os documentos, mas não quero irritar Luiz. Arrasto-a para fora do
escritório do falsificador e para a rua. Ela parece infeliz e sinto falta de
seu sorriso iluminado desta manhã.
REGAN
Sua irmã.
Quero rir de alívio. Tentei tanto não pensar na loira misteriosa que
ele estava tão animado com a ideia de encontrar. Tive crises de ciúme
mentais, para rapidamente me socar também mentalmente. Que direito
tenho de ficar com ciúmes de alguém como Daniel? Ele não
é meu. Apenas é meu salvador, o qual estou forçando a
ficar comigo.
Mas... Ainda assim, estou feliz que sua irmã não seja uma rival por
sua atenção.
— Porra boneca. Não posso lhe dizer como que isso é bom.
— O que você está fazendo? Que merda! — Seu toque tão insensível
e fora de hora, deixou-me nervosa e trouxe à tona más recordações.
— Acho que não posso esperar para tocar você novamente. — Diz
ele e seus braços estão em volta de mim novamente.
Meus punhos param de bater em seu peito quando percebo que este
é um ato. Que preciso jogar junto. Com meus olhos abertos, olho para o
rosto duro de Daniel. Seus olhos são fendas e ele está olhando para uma
porta próxima, mesmo quando sua boca esmaga a minha.
Quando acho que não posso suportar por mais tempo, ele levanta a
boca da minha e observa a rua com seu olhar clínico.
Engulo em seco e limpo a boca com a palma da minha mão
repetidamente, tentando esfregar os sentimentos evocados pela
semelhança das antigas situações.
— Não vejo mais o atacante, mas não quero correr riscos. — Diz
Daniel. Ele me dá um beijo rápido na testa. — Vamos. Nós temos que ir.
— Ele deixa cair a minha perna e gesticula para que eu vá para o beco.
Engulo em seco com a visão. — Foi bom termos saído para o café da
manhã, certo? — Tento não pensar no que teria acontecido se mw
tivessem encontrado na cama com Daniel, esfregando-me
contra ele. Nós poderíamos ter sido mortos.
— Parece que seu amigo não desistiu de você ainda. — A boca de
Daniel se aperta em uma linha dura, claramente irritado. Estou me
tornando muito familiarizada com suas emoções e reações. — Porra.
Ainda temos a nossa munição connosco, mas parece que você usará essa
roupa por um tempo.
— Tem certeza que não sabe porque Gelo a quer? Pode ser um
cavalo no jogo ou algo?
O quarto é lindo. Tem uma cama king-size com lençóis, uma pilha
de toalhas felpudas e uma bela vista da cidade a partir da varanda. O
banheiro é maior do que o meu antigo apartamento.
— Não, eu faço isso. — Diz ela, mas nos próximos dois passos
procura ter certeza que está bem longe do meu pau. Não importa.
Apenas sua proximidade está me deixando tonto com a excitação e
desejo. — Vai funcionar? — Pergunta ela, finalmente.
Não acho que ela entendeu, porque continua sua história, como se
não tivesse a interrompido.
— Então, tudo bem. Não vou me mover a menos que me diga para
fazer. — Estico meus braços para deixar meu ponto claro.
— Mas e se eu ficar sobre você e então quiser transar e logo depois
não conseguir me soltar? — Ela coloca um joelho no lado da cama.
— Mas isso parece tão injusto com você. — Ela diz. Desta vez ela
está totalmente na cama, ajoelhada ao meu lado. Meu pau está tão duro
que eu poderia pendurar um peso de vinte e dois quilos nele.
Essa é uma merda importante, então faço com que ela repita. —
Diga Regan. Repita comigo: fazer-me sentir bem é um privilégio, porra.
Como uma catarse, ela grita. Então cai na cama ao meu lado e nós
dois rimos. É o alívio do estresse ou talvez humor real, mas posso dizer
que ambos nos sentimos melhor.
— Seria difícil para você ter que parar? Iria querer continuar? — Ela
pergunta, rolando para o lado dela. Sua cabeça repousa sobre um dos
meus braços estendidos. Tenho cuidado para não me mover como
prometi.
— Não faço sexo há muito tempo, baby. Posso aguentar mais alguns
dias sem. — Digo ironicamente, sabendo que sua próxima pergunta será
quanto tempo. Porque essa é Regan: sempre questionando. Ela deveria
ser uma repórter, investigadora ou algo do tipo, em vez de uma
contadora.
— Quanto tempo?
— Se você sabia que iria perguntar, por que não falou de uma vez?
— Ela sorri.
— Sim isso.
Seu olhar abaixa e ela fica em silêncio. Tudo o que eu posso ouvir, é
a minha própria respiração pesada que soa como a estática dura em
uma onda de rádio.
Percebo que Regan não precisa confiar em mim. Ela precisa saber
que eu confio nela e ficarei bem com tudo o que fizer. Preciso me
entregar plenamente e deixá-la fazer o que eu sugeri antes ou seja deixá-
la me usar, me possuir.
Por outro lado, ofereço algumas sugestões. Assim, tiro o foco dela.
Eu também.
Regan puxa a blusa e depois joga uma perna sobre mim de modo
que está montando meu abdômen. Sua calcinha úmida se esfrega contra
minha pele nua. Minhas mãos se enterram no colchão enquanto luto
contra o desejo de agarrar a sua bunda. Isto é muito mais difícil do que
qualquer coisa que já fiz antes. Minha única saída agora é minha boca,
então deixo as palavras voarem.
— Ah, sim. Posso sentir você, doçura. Posso sentir como está
excitada. Se vier um pouco mais para cima poderia colocar um dos seus
seios em minha boca. Adoraria chupar um de seus seios até que o
mamilo fique bem duro. Acha que sentiria isso entre suas pernas? Não
posso esperar até que minha boca esteja em você e eu possa lamber e
chupar cada centímetro da sua pele, pelo menos duas vezes.
Ela passa as mãos sobre meu peito, alisando as mãos ao longo dos
meus peitorais planos e em seguida, para baixo em meu abdômen.
Nunca fui de ir à academia. Malho porque me ajuda a sobreviver em
missões, mas agora estou muito feliz com meu corpo, tudo pela plena
adoração que Regan demonstra ao acariciar cada centímetro. Excita-me,
que meu corpo a satisfaz.
— Tire sua calcinha, baby. Deixe-me ver você tocar sua boceta.
Com o peito agitado, Regan faz como eu digo. Ela desliza para trás
entre as minhas pernas e empurra sua calcinha, quando ela levanta vejo
os pelos suaves e a carne rosa escura de sua boceta. Molhos meus lábios
e salivo quando me lembro o quão bom é seu gosto. Preciso de mais do
que isso. Preciso me divertir com ela.
Então, ela está de volta ao meu peito, um pouco mais acima do que
antes.
— Não vou sufocar você? — Ela se preocupa, mas desce até que sua
boceta suculenta está descansando bem acima da minha boca.
— Esta boceta é tão bonita. É como as flores brancas e cada vez que
afasto uma dobra com a minha língua, eu encontro mais sabor do que
antes.
— Por favor. — Diz ela. Eu a abraço com tanta força que ela geme.
— Tudo bem.
— Porra Regan, você tem a risada mais bonita que já ouvi. Acho que
preciso ouvi-la mais vezes. — Seus dedos acariciam a minha bochecha,
enquanto ficamos ali nos olhando.
Ele inala forte e sua língua toca meus dedos. Um gemido escapa.
— Deixa meu pau mais duro do que uma rocha. — Ele diz, sua voz
rouca.
— Posso sentir. — Minha voz está ficando sem fôlego com a minha
excitação. — Você tem preservativos?
Concordo.
— Você é tão bonita, Regan. Tão linda que me deixa louco, caralho.
— Suas mãos deslizam sobre meu corpo, me acariciando e sua perna se
move entre as minhas. Seus movimentos são lentos e
suaves, claramente projetados para não me assustar e
aprecio sua consideração. É como se soubesse que este é
um grande momento para mim e tudo poderia acontecer:
eu mostrar medo do sexo para sempre ou reviver o trauma do passado
do prostíbulo.
Daniel gosta de falar sujo e é um pouco louco, quão erótico isso soa.
Por alguma razão, a descrição do que ele quer fazer comigo, é tão eficaz
como seus toques no meu corpo. Eu me agarro a ele, enterrando os
dedos em seu cabelo curto enquanto dá a minha orelha o mesmo
tratamento que deu ao meu clitóris há pouco tempo, isso está me
deixando tão louca como antes.
— Posso tocar seus seios, Regan? — Uma mão passa ao meu lado,
mesmo quando sua boca continua fazendo amor com a minha orelha. —
Não o farei se não quiser.
— Oh Deus, Daniel.
— Preservativo. — Eu sussurro.
— Volto já. — Ele me beija novamente por tanto tempo e com tanta
força que está na ponta da minha língua para dizer-lhe para esquecer o
preservativo e entrar em mim. Não tenho tempo, rapidamente ele sai da
cama e vai até o outro lado do quarto para sua calça. Levanto-me em
meus cotovelos e observo ele puxar de sua carteira um preservativo, em
seguida, verificar cuidadosamente a data de validade.
— Não é o que um homem quer ouvir quando ele está prestes a ter
sorte, doçura. — Daniel diz-me, rasgando o pacote.
— Sinto muito. — Digo, tentando abafar minha risada, mas não
consigo. Daniel é a última pessoa no mundo que teria um ego reduzido.
Ele estava pronto para gozar? Era uma dica para me apressar e ter
um orgasmo? Sabia muito bem prever o tempo de Mike, mas Daniel é um
desconhecido para mim. Ainda assim, respeitosamente seguro minha
respiração e aperto meus músculos internos ao redor dele, começando
minha cena, para que ele possa terminar.
Com um soluço, estou ali. Tenho um orgasmo tão forte que de fato,
vejo as estrelas. Cada músculo do meu corpo estremece em uma linha
tensa e sinto como se eu estivesse me expandindo e explodindo ao
mesmo tempo. Minha respiração escapa em um leve grito e posso sentir
minha boceta apertar o pau de Daniel, ecoando as contrações de meus
músculos enquanto gozo com força. Daniel diz algo no meu ouvido e
seus movimentos são ásperos, percebo que ele está gozando também.
Por alguma razão, isso me faz rir através das minhas lágrimas.
— Parece muito bom. — Ela coloca a cabeça sob meu queixo e puxo
as cobertas para que ela não sinta frio por causa do ar condicionado. —
Talvez você possa vir a Minneapolis. É tão frio quanto o Ártico, mas sem
os pinguins bonitos.
— Parece irresistível. Mas você, por mais piegas que isso possa ser,
é tudo que eu preciso.
— Não posso evitar. Você está nua, deitada em cima de mim. Nós
fizemos sexo de explodir o mundo e meu pau não é idiota. Ele sabe que
há um pequeno lugar, apertado, molhado e quente para ele. — Eu a
desloco um pouco e esfrego meu pau ao longo de sua fenda cada vez
mais molhada. Nós dois gememos. — Apenas o ignore. — Digo, entre
gemidos. Mas seguro sua bunda com as duas mãos, permitindo que
meus dedos separem os lábios de sua boceta, de modo que seus sucos
suculentos se espalhem ao longo do meu pau.
— Ignorar o quê? — Ela suspira e não existem quaisquer lágrimas
nos olhos, apenas uma névoa crescente de luxúria.
— É uma sensação incrível. Juro que posso sentir cada veia em seu
pau. Sinto você, enorme.
— Você está tão quente, tão bonita. Sua boceta me engole com
tanta fome. — A tensão do meu orgasmo reúne-se na base
da minha espinha e estou pronto para gozar dentro dela. —
Você vem comigo, Regan? — Pergunto a ela. — Goza comigo agora.
Levanto uma de suas pernas por cima do meu ombro de modo que
possa apertar seu clitóris entre meus dedos. Preciso que ela compartilhe
este momento comigo. Meus dedos a seguram, provocam e beliscam seu
clitóris quando a acaricio com rapidez e golpes duros. Ela está gemendo
agora, mas é claramente de prazer. Sua cabeça está se movendo para os
lados sobre a cama até que seu orgasmo a atinge, tencionando todo seu
corpo enquanto ela se inclina para cima. Seu clímax faz com que sua
boceta aperte meu pau e é preciso uma força sobre-humana para sair
dela. Tiro meu pau latejante e jatos caem em todo seu estômago e seios.
Sinto que gozei por horas e quando o nevoeiro vermelho quente de
luxúria evapora, vejo que ela está coberta com minha porra. Os traços de
sêmen branco leitoso parecem uma arte abstrata em sua pele ruborizada
e eu me sinto mais surpreendente do que a porra de Picasso.
Ela mal tem a energia para mostrar a língua para mim, mas
consegue um pequeno bufo. Seu rosto está voltado para o lado do
colchão e está tentando recuperar o fôlego. Eu também. Caio ao seu
lado, ainda esfregando meu sêmen em sua pele.
Seguro as mãos de Regan para cima e tiro sua arma. É então que
percebo que ambos estamos nus e ela provavelmente está pegajosa do
meu gozo.
— Deixe-me explicar.
Ela recua até que suas costas atingem a parede de azulejos. Sua
cabeça está balançando para frente e para trás, como se pudesse afastar
esse pensamento. — Não. Não! Você é um deles.
Seu corpo está tenso e ela parece prestes a vomitar. — Deixei você
me tocar. Confiei em você. — Suas últimas palavras são um grito para
mim, mas não é o volume que me faz estremecer, é a dor subjacente a
cada som.
— Como sei que você não é parte de tudo? Irá me vender também?
Quando ela ouve que Yury está morto, relaxa um pouco. Seu olhar
ferido diminuiu um pouco também. Mas meu coração continua partido
por ela.
— Quem? Yuri?
— Não, o comerciante de escravos.
— Assassinos de aluguel?
— Tudo bem. Vou levá-lo então até a praia e descobrir o que ele
quer. — Ela concorda com essa nova perspetiva. — Nós estamos bem? —
Pergunto.
— Regan, juro, pela vida da minha irmã, você não irá voltar. Mesmo
que tenha que atirar por toda a costa sul para mantê-la segura. Você
nunca voltará para aquele lugar.
— Ele acha que se bater nele estaria perdoado por ter me vendido?
— Ela grita.
— Não era para ser vendida. — Diz Vasily. — Você deveria estar em
uma casa segura até que Daniel pudesse chegar até você, mas... — Ele
faz uma pausa. — Algo deu errado. Alguém em quem eu confiava me
traiu.
Isso era demais para Regan ouvir. Ela desaba no sofá ao meu lado.
Capítulo 20
REGAN
Ele me diz que posso confiar nele. Eu o faço. Mas também é difícil.
Toda vez que vejo o russo, revivo meu sequestro, revejo a cena em meu
apartamento. Lembro de ter sido amarrada, amordaçada por isso não
podia gritar. Vejo o rosto de Yury enquanto ele grunhia e suava sobre
mim.
Eu me nego.
— Então você quer dizer eu não deveria ser vendida? — Minha voz é
maçante até mesmo aos meus ouvidos. — Tudo foi um grande erro de
merda que aconteceu, é isso?
Olho para ele e ele não se moveu. Seus traços são mais duros e de
alguma forma mais cruéis do que Daniel jamais poderia ser, é
impassível. Ele ainda está esperando.
Faço uma careta para ele. Argh, controlador. Chego mais perto,
passo meus braços por ele até que consiga puxar a minha arma de suas
mãos. — Não vou mais atirar. — Murmuro, certificando-me que a trava
de segurança esteja acionada antes de colocá-la em meu cinto. O
silenciador parece furar meu quadril, mas não me importo.
Vasily olha para mim mais uma vez e em seguida, pega o cinto. Ele
claramente medita sobre algo, em seguida, lentamente começa a passá-lo
através da calça.
— Porra. — Daniel diz a ele, mas sua voz é suave, quase afetuosa.
— Coloque sua camisa e me diga como nos encontrou.
— Mude-os.
E isso me faz querer jogá-lo na cama e foder com ele mais uma vez.
Engraçado como alguém leal que lhe oferece proteção, pode ser um
afrodisíaco.
Espero que diga alguma coisa, mas ele apenas puxa sua camiseta
sobre a cabeça. Músculos enormes flexionam quando ele faz isso. Em
seguida, começa a abotoá-la com os dedos lentos e cuidadosos.
O rosto de Vasily parece uma pedra fria, dura e sem expressão, mas
continua com sua brilhante colocação. — E você ainda quer saber
porque eu não confio em ninguém.
— Aos meus olhos, parece que você está fazendo todo o possível
para foder sua bunda. — Diz Vasily me lançando um olhar breve,
voltando seu foco em Daniel. — Tem certeza de que deseja que ela saiba
de todos os nossos planos? Poderia ser uma isca.
— Estou bem aqui, posso ouvir tudo o que você está dizendo.
Daniel fica rígido em meus braços novamente e posso dizer que ele
está cada vez mais irritado com as palavras de Vasily. — Ela não será
uma maldita isca. Nem uma espiã sexual ou o que quiser. Porra!
Deus. Amo ouvi-lo dizer essas coisas. Continue assim e vou atacá-lo
assim que o tiver sozinho.
— Sim.
— Regan...
— Você... não pode me deixar para trás... não pode. Você prometeu.
— Caso não tenha ficado claro, você não foi convidada. — Vasily diz
para mim.
Daniel não pode me deixar para trás. Não depois de tudo. Ele não
pode. Se o fizer, sei que virarei uma esquina e ficarei cara a cara com o
Sr. Gelo à espreita, esperando por mim.
Uma vez nas favelas, Daniel pagou a alguém para termos uma casa
por algumas horas. Vasily vigia a porta, com uma enorme arma no alto
enquanto ele cobre o corredor. Estou agachada ao lado de Daniel na
janela, um pedaço de papel na mão enquanto marco um X
no esboço do composto de Hudson. Tenho um X em cada lugar que
Daniel encontrou um soldado. Meu trabalho está repleto de X.
Faço uma marca no meu papel e olho para Daniel. Ele ainda está
apertando os olhos para baixo na mira de seu rifle, monitorando as
coisas. — Então o que isso quer dizer?
— Se ele tem trinta homens do lado de fora, terá mais trinta dentro.
— Vasily fala. — Ele está nos esperando. E está pronto. Precisamos de
um novo plano.
— É Lágrimas de Deus?
— Eles me devem um favor. — Vasily diz. — Este pode ser o favor.
— Não, lutadora...
— Não, Daniel. Disse que viria com você. Tenho que aceitar o bom e
o ruim. Posso ser revistada por alguns caras, juro.
Sua mandíbula se aperta e posso dizer que ele não gosta da ideia. É
um plano que nos deixa vulneráveis. Estaremos nus e à mercê dos
bandidos se tentarmos qualquer coisa. Se eles decidirem se desfazer de
nós, estamos fodidos.
— Vamos.
Capítulo 21
DANIEL
Uma ideia ilumina minha mente. Ele acha que estamos aqui para
negociar Regan para... Alguma coisa. Puxo-a para o lado. — Não, ela está
comigo. O meu amigo russo vai retirar algum dinheiro para que você
possa ver que estamos interessados em informações e alguns outros
serviços. Nós pagaremos pelo trabalho. — O guarda não ficou muito feliz
quando Petrovich coloca a mão no bolso do terno.
— Sim.
— Sim.
— Sim.
— Pare. — Congelamos.
— Não você. — Ele acena a mão para Regan. — Fique lá. — Ele
ordena, mas Regan não se move. Seus dedos vão para o cós da minha
calça.
— Estou envolvido em alguma merda grande. Ele diz que você lhe
deve um favor.
— Não o conheço.
— O que traz você para a nossa bela cidade? — Ele pergunta. Conto
toda a história. Quando chego à parte onde Regan estava no bordel de
Gomes, Mendoza me para.
Mendoza assobia. — Ele deve estar fazendo uma fortuna com todo
o dinheiro ilegal que está movendo através dessa rede.
— Segurança.
— Para mim foi sobre dinheiro. Preciso dele para construir meu
exército aqui. — Ele aponta para a janela. Uma multidão de crianças e
jovens se movem para baixo em direção a um campo com gramado que
não tinha visto inicialmente. — Essas pessoas são a minha família. Você
sabia que no Império Romano os cidadãos podiam andar por toda a terra
sem sofrer nenhum dano? Mesmo no poderoso império, sabe-se que o
menor dos cidadãos era tão importante para o império que se um fosse
mutilado, o terror iria cair sobre a cabeça do infrator e de sua família.
Quero isso para meu povo. Quero que eles possam caminhar por
qualquer rua no Brasil, na África ou os Estados Unidos.
Quero que todos saibam que se um dos meus for ferido,
toda a mão de Deus vai chover como vingança sobre eles e
suas famílias. Hudson é uma mancha em nosso registro e esta é a
oportunidade perfeita para fazer uma demonstração de poder. Então, vou
ajudá-lo e em seguida, um dia você poderá devolver o favor.
— Sem problema.
Ele está chorando; lágrimas e catarro estão escorrendo por todo seu
rosto. É feio olhar para ele. — Deixe-me ir, ele implora. — Eu não sei de
nada.
— Então?
Daniel está com uma expressão horrível no rosto. Seu olhar de puro
desespero mostra um homem que está encurralado e não tem mais
nenhuma saída.
Vou até seu lado e seguro seu braço, tentando acalmá-lo. Ele está
totalmente perturbado pela minha sugestão e sei que ele a odeia.
— Nós não viemos até aqui para desistir, Daniel. Posso fazer isso.
— Lutadora, não. — Daniel diz-me com uma voz suave. Ele toca a
minha bochecha, ignorando a careta que Vasily está fazendo. — Você
não tem que...
— Então vamos logo com isso. — Digo. Volto para Mendoza. Ainda
estou surpresa ao ver que o homem que controla este composto
estranho, cheio de famílias e crianças, é jovem e bonito, ele mais do que
qualquer um poderia estar na capa de uma revista GQ.
Bem, talvez mais como Armas e Munições, mas ele ainda é
bonito. É grande, com músculos e profundamente
bronzeado, cabelo escuro. Seus olhos são esse tom fascinante de âmbar
que vi apenas em modelos.
Olho para Daniel, mas seu rosto é como gelo. Ele não está feliz, mas
sabe que não tem opção.
— Mas se você me enviar com Gomes, como sabemos que ele não
avisará aos outros que é uma armadilha?
Estremeço ao pensar.
DANIEL
Tento não fazer amor com ela nessa noite como se fosse a nossa
última vez juntos. Então, movo a minha mão sobre a curva da sua
cintura, para baixo sobre seu traseiro e no vinco escondido entre as suas
pernas. Memorizo o caminho apenas porque é bonito e erótico, cada
homem deveria ter uma lembrança física como essa.
Ela faz mais do que lambê-lo. Ela chupa cada dedo e passa a língua
na palma da minha mão. Estou gemendo e ofegando, com a forma como
ela passa a porra da língua na palma da minha mão me fazendo querer
subir nela. Com enorme esforço, me afasto para que possa deslizar dois
dedos dentro dela, retiro sua umidade e passo em meu pau.
— É assim que você quer? — Minha voz é tão dura e áspera que mal
me reconheço.
— Sim. — Ela geme. — Quero que seja mais forte, mais rápido.
Quero mais.
Meus quadris se movem com tanta força que ela está deslizando
sobre o colchão. Suas mãos e pés estão lutando para se segurar,
procurando alguma forma de empurrar para trás. Agarro-a pelos quadris
e a puxo para mim. Pode ter começado com doçura, mas o meu
autocontrole deixou-me, e há apenas uma maneira de sair deste
redemoinho. Suas mãos agarram-se a meus pulsos. Como se houvesse
uma britadeira através da minha espinha, empurro para
dentro dela implacavelmente. Meus dedos estão deixando
hematomas em sua pele, mas a maneira como ela está
arranhando meus braços diz que ela está comigo em todo o caminho.
Disse a mim mesma que nunca voltaria para o bordel. Mas aqui
estou eu, oferecendo-me para ir à casa do Sr. Gelo, porque é onde Naomi
está e tenho que tirá-la de lá. Sei que Daniel não me julgaria se me
acovardasse. Ele não quer que eu vá. Mas preciso ir. Se não por Naomi,
por todas as outras garotas que foram sequestradas e desapareceram
atrás daquelas paredes. Não é apenas por Daniel.
Ele separa nossos corpos, se apoia nos cotovelos olhando para mim,
todo o relaxamento se foi de seu corpo. Ele está praticamente vibrando
tensão agora. — Nada dará errado, Regan.
Pela manhã, fui amarrada como o presente que deveria ser. Uma
das mulheres da favela me chamou e me deu uma troca de roupa branca
desgastada, praticamente transparente. Por baixo, estou usando uma
calcinha rendada e sutiã branco. Não sei como eles conseguiram essas
coisas em um curto período de tempo, mas o povo de Mendoza é
incrivelmente eficiente. Uma vez que estou vestida, a mulher prende meu
cabelo, corrige a minha maquiagem e em seguida, coloca um rastreador
GPS do tamanho de uma pérola na costura do meu sutiã. É totalmente
invisível, mas posso senti-lo e isso me deixa ansiosa. Gostaria de ter
minha arma, mas claro, não estou autorizada a isso. Nem mesmo uso
sapatos.
— Como estou? — Mantenho a minha voz leve para que ele não
saiba que estou assustada.
— Como uma lutadora. — Daniel diz-me sério. Sua mão passa pelo
meu braço e ele fica me olhando, se certificando de que ainda estou bem.
— Daniel, você sabe que eu não posso. Fui enviada para Gomes
porque me queria obediente. Se não for obediente, ele não vai me
manterá perto.
Silencio-o com um beijo que vai arruinar meu gloss. É rápido, mas
adoro a sensação da boca de Daniel nos meus lábios.
— Eu sei. — Respiro contra sua boca quando me afasto. — Daniel,
eu te amo. Confio em você. Sei que irá me buscar. Sei que sim.
— Regan...
Começo a rir.
— Hora de ir. — Vasily diz em sua voz sem emoções atrás de nós.
Por um momento, o arrogante Daniel parece um assassino. Mas solta-me
com outro beijo rápido em minha testa.
— Combinado.
Entro em pânico.
— Eu... Não sei. — Digo, minha voz fina e estremeço quando ele
repete novamente. Não é difícil agir com medo na frente desses homens.
Estou aterrorizada.
Jogos?
Ele ainda está rindo quanto me deixa neste quarto horrível. Estou
nua, algemada a uma barra e cercada por brinquedos sádicos que são
claramente voltados para o prazer de uma das partes que obviamente
não serei eu. Há ponteiras, chicotes e coisas que sequer sei
para que servem. Contudo, não parece bom.
Estou nua e presa, nem sequer tenho meu GPS mais. Não há
nenhum sinal de Naomi. Não há nenhum sinal de ninguém. Estou presa
nesta sala de tortura sozinha.
Então eu choro.
E choro.
— O... o quê?
Fungo forte.
Aperto meu pulso contra meu peito, uma vez que estou livre. Sinto
vontade de chorar novamente, mas não vai servir a qualquer propósito.
— Ficarei quieta. Você é Naomi?
— Espera, por que não pode vir aqui? Você quer ficar?
— Estou chocada.
Naomi olha para mim, em seguida nega, o olhar desviando
novamente.
— Não seja ridícula. É claro que eu quero sair. Mas ele não pode vir
aqui. É perigoso.
Deixar Regan voltar para Hudson foi a pior coisa que fiz. Petrovich e
Mendoza literalmente seguraram-me para garantir que não iria me
arrastar atrás de Gomes, para socá-lo até que seu rosto ficasse em carne
viva. Como o que estava dentro de sua calça agora.
Ele balança a cabeça, cheira o atum e com uma cara de nojo sai
para o pátio.
— Cerveja sem álcool para mim. Para mim e minha nova amiga.
Acho que ela precisa de uma cerveja.
— Nem sei por que isso é importante. — Não espero por sua
resposta, finalmente arrasto-a em meus braços. — E eu não quero ouvir
como você não gosta de ser tocada. Isso não funcionará comigo hoje.
Mas, em seguida, a porta se abriu e Daniel estava lá. Mal notei que
sem esforço nenhum executou um homem em questão de segundos.
Tudo que me importava era que ele estava aqui e veio me buscar. Para
minha vergonha, eu caio no choro novamente. Disse que seria forte, que
poderia entrar aqui e resgatar Naomi e fazer tudo o que era preciso. Ser
finalmente a lutadora que Daniel acha que sou.
Daniel se volta para Naomi e olha um pouco mais para sua irmã.
Ela se encolhe, franzindo o nariz ao toque quando ele a abraça
novamente. À procura por contusões ele pergunta.
Ele ri e por um momento ele parece tão aliviado que quero rir
também.
— Não sei por que você está desvalorizando o meu corte do papel. —
Naomi diz, desapontada. — É um corte profundo.
Antes que Daniel possa dizer algo em resposta, uma forma maciça
cobre toda a porta. Nós reactivamente apontamos nossas armas. Depois
percebemos que é Petrovich e por um breve momento, meu dedo coça
para apertar o gatilho. O russo tem sangue por todo seu rosto e veste o
mesmo uniforme ridículo de garçom que Daniel.
— Bye Bye. — Naomi diz de sua estação de trabalho, mas sua voz é
triste.
DANIEL
Petrovich está olhando para nós como se nós fossemos uma trupe
de circo. Uma realmente ruim que ele gostaria de atirar para nos livrar
da nossa miséria.
16
Filho da puta do caralho
pedaços de cerâmica e pedaços de gesso chovendo sobre nós. — O que
eu não daria por alguns C4 agora. — Brinco com Petrovich, que apenas
resmunga. — Você tem um plano? — Pergunto.
— Vamos, porra.
Isso coloca um sorriso em seu rosto e ela sobe no meu colo. Ignoro a
queimadura feroz da ferida antiga e da nova aquisição em meu ombro,
porque quem se importa com isso? Eu tenho Regan Porter em meu colo.
Lutadora. Sobrevivente. Um ser humano foda. — Eu já te disse que eu te
amo?
REGAN
Não entendo o que está acontecendo com Daniel. Nós estamos nos
beijando, mãos, braços e línguas, um sobre o outro, vivendo a adrenalina
de escapar do composto de Hudson. Mas então seus lábios param e ele
fica mole e estou confusa. Sento-me e percebo que o brilho nos seus
olhos passou para vítreo.
Quero confortar Naomi, mas estou com medo por Daniel. Seu rosto
está tão pálido. Rasgo sua camisa, agora manchada de sangue, para ver
qual é o dano. Há um ponto em seu ombro que está vazando sangue,
mas é a ferida na altura das costelas que está pior. Parece que ele foi
atingido pela segunda vez e há sangue por toda parte. Engasgo um
soluço e começo a rasgar sua camisa para cima, pressionando o tecido
contra as feridas para estancar o sangue. Estou coberta com o sangue de
Daniel. Rasgo a camisola que estou vestindo, é a única coisa que uso,
mas no momento é tudo o que tenho.
Olho para Naomi, mas ela é uma bagunça. Não sei o que fazer.
Acordar Daniel e esperar que ele não sangre? Ou segurar Daniel e
esperar que não levemos um tiro?
— Quanto mais cedo você fizer isso, mais cedo chegaremos a algum
lugar seguro e tranquilo. — Digo a ela, destravando a arma e indo para a
parte de trás da van.
Mordo meu lábio, uso as duas mãos para segurar a arma e começo
a atirar. A arma ricocheteia descontroladamente com cada tiro e quase a
perco o tempo todo. Toda vez. Então, para minha surpresa, minha sorte
muda e acerto um espelho lateral do carro que voa, o carro de Hudson
desvia descontroladamente novamente.
— Sim! — Eu grito.
— Muito alto! — Naomi grita para mim.
Nem sequer tenho tempo para perguntar o que isso significa, por
que ele vira a van numa esquina tão drasticamente que todo o meu corpo
é arremessado contra a parede oposta do carro. Bato em um armário de
armazenamento que treme todo o conteúdo dentro. Isso me dá uma ideia
e solto a arma, abro o armário trancado e começo a retirar talheres e
jogo-o para fora da janela. Talvez nos dê um pouco de tempo ou
distância se conseguir bater no carro de Hudson.
O carro de Hudson para logo atrás de nós e antes que possa exigir
que Vasily ligue a van novamente, tiros ecoam por nós. As janelas
restantes no carro de Hudson se quebram e alguém grita algo em
português. Vejo mãos levantadas no ar.
E Vasily também.
E então fico impotente, não posso fazer nada, apenas ver o médico
de Mendoza trabalhar no homem que eu amo.
Capítulo 26
DANIEL
— Salve-me Daniel.
Braços tentam me segurar, mas tenho que chegar até ela. Não vou
deixá-la para trás. Tenho que manter a minha promessa.
Preocupo-me que ele fique furioso comigo porque não fiz o suficiente
para impedir Vasily de levá-la novamente. E me preocupo que Daniel
olhe para mim com ódio, porque ainda estou aqui e Naomi foi embora
novamente.
— Em breve.
Ele não responde. Claro que não. Pressiono outro beijo na parte de
trás da sua mão, pensando. Então, sorrio.
Os olhos de Daniel são como fendas em seu rosto, mas ele está
sorrindo para mim e a mão na minha aperta brevemente. — Ei lutadora.
— Ei, ei. — Sua voz é suave e ele tenta segurar minhas bochechas
molhadas. — Por que você está chorando, lutadora?
— Ficarei bem.
— Uma vez no ombro e uma vez no lado. Eles disseram que teve
sorte por não atingir quaisquer órgãos. — Estremeço, minha respiração
fica presa nas palavras. — Deve ficar bem em poucos dias. Perdeu muito
sangue.
Não deveria. Há tubos e IV, ele está muito machucado, mas eu não
posso resistir. Rastejo na cama ao seu lado e espero que ele não perceba
que meus pés estão enfaixados e cobertos com grandes e macias meias
brancas. Mas seus olhos estão fechados, quando me deito ao lado dele,
minha bunda inclinando-se para fora da borda da cama, ele coloca um
braço em volta de mim e aperta o rosto contra meu
pescoço.
— Hum?
— Durma.
— Meu pau está tão duro agora que, se você não o cobrir com sua
boceta, ele vai quebrar. Não acho que queira ser responsável por esse
tipo de dano. — Meu braço direito não está ferido, então uso para
segurar seu seio. O mamilo fica duro sob meus dedos e Regan morde o
lábio. Sim, definitivamente ela pode ser convencida. Deslizo minha mão
em torno de suas costas e puxo-a para baixo. Ela resiste no
começo, mas com um puxão firme tenho sua boca contra a
minha. — Finja que sou a Bela Adormecida. — Sussurro contra seus
lábios e ela está rindo até que deslizo minha língua em sua boca.
Felizmente, ela está usando uma saia folgada que facilmente está
fora do caminho. Há um som de algo se rasgando, mas pouco me
importo. O cobertor fino cobrindo minha metade inferior some e em
seguida, sua boceta quente está deslizando contra a rocha dura entre
minhas pernas, meu pau muito, muito duro. A umidade lubrifica seu
caminho e meu corpo está envolto em chamas. Estou ardendo de desejo
por ela.
Com a minha mão boa aperto seu quadril enquanto tento apressá-
la, mas ela não faz nada.
Estou ofegante pelo que ela está fazendo com meu corpo. A parede
lisa da sua boceta contra a pele nua e sensibilizada do meu pau está me
matando. Literalmente. Sinto cada pequena coisa e é glorioso. O céu não
será tão bom. Merda, isto é o céu. Estar dentro da boceta apertada da
mulher que você ama mais do que a própria vida é algo próximo ao céu,
com certeza. Nada jamais foi tão bom e suspeito que nada mais será.
Sempre a perseguirei, tentando entrar em sua boceta mesmo quando
tivermos oitenta anos.
Rolo seu clitóris entre meus dedos e empurro meus quadris para
cima. Se pudesse segurar o sentimento para sempre, o faria, mas nós
dois estamos perseguindo um furacão de prazer. Ignorando a dor, uso
minha mão esquerda para puxar sua cabeça para baixo para que
possamos tocar nossas bocas ao mesmo tempo que meu pau está dentro
dela.
Aceno e tiro Regan do meu braço. Ela murmura baixinho, mas não
acorda. Mendoza me joga uma calça e uma camisa de botão.
— Não, eu consigo.
Sua mão cai e ela vira o rosto. Posso ouvir uma cruz sendo
martelada e preparada para a execução. Logo eles estarão batendo em
carne e osso.
— Sim. — Não esconderei nada dela. – Uma cena típica para dar
pesadelos se assistir.
Nego com a cabeça. — Não sou psicólogo. Sou um soldado. Não sei
se isso irá matar alguns demônios ou fará uma marca da qual não
consiga se livrar. Algumas coisas... — Faço uma pausa e penso no meu
tempo no Afeganistão, algumas das missões em que estive como agente
secreto e todos os olhos assombrados que eu vi nas garotas que resgatei.
— Algumas coisas não podem ser esquecidas.
REGAN
Daniel me avisou que seria ruim. Mas deveria ter adivinhado que
me estava tentando proteger, depois do que passamos juntos, deveria ter
entendido a dica de que seria muito ruim. Algo muito ruim mesmo.
— Eles irão...
Ele me puxa contra ele. Arrasta-me contra seu corpo e coloca meu
rosto contra seu pescoço, me segurando lá. No meu ouvido, ele
murmura.
Não olho para trás. Não preciso vê-lo. Realmente será mais um
cenário dos meus pesadelos.
Hudson não nos incomodará mais. Ele não virá atrás de mim ou irá
querer verificar meus dentes. Não vai esperar que esteja quebrada. Mais
nenhuma garota irá desaparecer em seu porão e nunca reaparecer. Ao
fazer isso, protegemos muitas garotas e fizemos justiça a tantas outras.
Mendoza ajusta o cinto carregado com suas armas. Para ele não é
nada andar por aí armado até os dentes. Não significa absolutamente
nada viver em uma favela onde as pessoas sequer piscam os olhos
quando um inimigo é pregado a uma cruz e queimado vivo. Para eles é
segurança. Para mim é tortura pornô.
Passo as mãos pelo cabelo, ansiosa. Escondi onde Naomi esteve nos
últimos dias. A cada vez que Daniel começava a olhar ao
redor de seu quarto ou fazer perguntas eu o distraia.
Guardei o segredo usando beijos e carícias. Não é que odeie
seus beijos, Deus, eu os amo muito, mas sei que usei exatamente os
truques que Daniel tanto odeia.
Daniel diz que me ama e diz palavras doces, mas no final do dia,
sou apenas uma boceta para ele? O que acontecerá quando ele tiver que
procurar sua irmã novamente e for perigoso? Ele é um franco-atirador,
um assassino. Trabalha com homens perigosos. Não há lugar para uma
garota como eu, porque eu sou... bem... eu.
DANIEL
Acho que isto seja o alívio do estresse. Não há nenhuma razão para
chorar. Aos doze anos eu fiz para minha mãe um cartão caseiro do Dia
dos Namorados, isso claro entre a minha sessão de masturbação e o café
da manhã. Quando entreguei o cartão, ela chorou e eu tive
que acariciá-la desajeitadamente até que meu pai me
resgatou. Abençoado seja. Ele me levou ao celeiro e tentou
explicar um pouco sobre as mulheres. Ou pelo menos a minha mãe.
— Diga doçura, por que não posso imaginar nada que seja mais
importante do que a gente se beijar. — Faço piada, mas um fio de medo
segue seu caminho pela minha espinha porque algo está realmente
incomodando Regan.
— Nós não vamos. — Asseguro a ela. — Meu pau iria cair se tivesse
que passar mais do que algumas horas longe de você, por isso, confie em
mim, vou mantê-la mais perto do que moscas na merda.
— Tetas doces? — Ela recua e ofensa está escrita por todo o rosto.
Finalmente uma resposta não chorosa.
Concordo.
— Obrigado.
— Desculpe por sua irmã. — Na porta, ele faz uma pausa e diz não
com desejo em sua voz. — Você tem uma garota boa. Segure-a firme.
Então o grande rei da favela quer uma rainha para lhe fazer
companhia na cama. Interessante. Não penso na falta de perspetivas
românticas de Mendoza porque tenho outras preocupações. Na bandeja
há um jarro de água, juntamente com dois pratos de comida saudável e
alguns pães de queijo. Regan está silenciosa e as lágrimas continuam
caindo.
Finalmente recebo uma risada dela. — Você realmente não está com
raiva de mim?
— Cristo, não. — Coloco minha comida na mesa e olho para ela com
surpresa. — Esse é o motivo das lágrimas? Achou que eu ficaria louco
por causa da Naomi? — Ela me dá um leve aceno de cabeça. — Olha,
Naomi não era sua responsabilidade. Se for culpar alguém, sou eu
porque levei um tiro. Vasily não irá machucá-la. — Espero que não, pelo
menos. Meu medo inicial era de que Naomi estivesse vagando pelas ruas
do Rio, o que não seria bom. Ela não fica bem em novos lugares, luzes
brilhantes, desordem ou multidões. Que é basicamente o
que é o Rio.
Aperto-a com força contra mim. Um bebé com Regan? Depois que
minha irmã foi sequestrada, não havia vida em mim. Tinha apenas um
objetivo e ter uma família, me estabelecer não fazia parte do meu futuro.
Não tinha certeza se merecia um futuro, mas agora tenho Regan. Ela me
pegou pelas bolas e se ela quiser me levar pelo pau, então fico feliz em
segui-la. Seja onde for. Se for um bebé que ela quer, então merda sim.
Terei uma família com ela. A vida está ficando melhor e melhor.
— Então você sequestrou minha irmã. Dê-me uma razão pela qual
não deveria caçá-lo como um cão. Ou melhor ainda, revelar à sua Bratva
que está envolvido no assassinato de seu tio.
— Juro pela alma da minha mãe que nenhum dano será causado a
sua irmã. Eu a protegerei como se ela fosse minha própria irmã, gerada
no ventre da minha querida mãe. Cada mágoa que ela sofrer, será pago
em dobro por aquele que o causar. Ela irá me ajudar e depois a
devolverei segura para o seio da sua família.
— Acho que tenho que confiar nele. Teria uma arma muito grande
em sua cabeça, se entrasse numa batalha com uma das mais poderosas
famílias do crime russo, então tenho que acreditar em suas promessas.
Petrovich assumiu o controle de sua Bratva, ajudando-nos a matar
Sergei. Se o resto de sua organização soubesse que ele fez isso, estaria
morto. Além disso… — Esfrego minha testa. — Ele realmente acredita na
honra e na família, por isso Sergei está morto. Sergei estava levando a
família Petrovich à ruína e Vasily precisava impedi-lo.
— Sabe, lutadora? Este idiota que fala com você está cansado. Ele
precisa de algum descanso e se recuperar. — O pensamento de ir para a
Rússia e lidar com Petrovich novamente, mentalmente me esgota. Sei
que Naomi está segura. E que ela tem algum bug sobre o tal novo
projeto, o que significa que estaria lutando contra os dois para trazê-la
para casa. E por agora, estou apenas cansado de tudo. Quero puxar
Regan em meus braços e transar com ela por dias e não
precisar de me preocupar com qualquer outra coisa do que
ficar sem preservativos.
— Descanso e recuperação. Certo. Soa bom. — Regan diz, afastando
uma mecha de cabelo da minha testa, em um gesto possessivo que
adoro. — Apenas quero que saiba que eu estou com você. Somos uma
equipe agora, certo?
Aperto-a com força e beijo sua testa. — Nós somos uma equipe.
Enrugo meu nariz, mas na realidade, não é assim tão mau. É limpo,
o telhado está inteiro e não há lixo nas ruas. Isso automaticamente torna
melhor do que a maioria das favelas. — Pensei que seria... Não sei. Eu
não posso imaginar Daisy aqui. – A doce, adorável e pequena Daisy com
seus olhos azuis e tão inocentes que ficavam arregalados
cada vez que algo se quebrava no nosso antigo
apartamento.
— Ele disse que era um apartamento no último andar. — Diz Daniel
e solta a minha mão para colocar ambas as bolsas por cima do ombro.
Em seguida, ele pega minha mão novamente, porque sabe que eu preciso
do seu toque. Seu toque me faz sentir-me viva.
Nós estávamos fora do Rio há cerca de dois dias. Nos dois dias de
viagem, ficamos em quartos de hotel. Não sei onde nós já fomos, tudo
que sei é que não era uma linha reta. Algo sobre não ser óbvio e evitar as
pessoas erradas. Não questiono. Daniel conhece o lado escorregadio da
lei melhor do que ninguém e confio nele para me manter segura. Ainda
tenho pesadelos, apesar de tudo. É como se agora que sei que Hudson
está morto, ele esteja assombrando meus sonhos. Daniel me segura e me
diz que é normal depois do que eu passei. Ele nunca me deixa sozinha.
Mas tudo bem. É apenas Daisy. A frágil Daisy que deveria cantar no
coro da igreja e dizer pequenas orações antes de dormir. A
mesma que se apaixonou por um assassino e me colocou
nesta confusão. Deixo a amargura de lado e a abraço de
volta. Não é culpa de Daisy que isso aconteceu. E não estou feliz por ter
sedi vendida como escrava, mas enquanto tiver Daniel tudo está bem.
Daniel é tudo que importa.
— Estava tão preocupada com você. Mas Nick disse que enviou
Daniel e ele é o melhor que existe, então...
— Vamos subir.
— Oh. — Digo e minha voz saiu mais fina do que gostaria. Claro
que perdemos nosso apartamento. Eu raspei minha poupança antes de
Daisy se mudar para pagar a minha parte. Mas por alguma razão, pensei
que meu apartamento estaria sempre lá, esperando por mim, para voltar
a ele quando estivesse pronta.
— Está tudo bem, tetas doces? — Daniel diz no meu ouvido, seu
hálito quente enquanto ele se inclina.
— Obrigada, Daisy.
— Isso foi bom por parte da Daisy. — Daniel diz em voz baixa atrás
de mim. Ele coloca nossas bolsas no chão, coloca a arma atrás da calça,
então começa a passar por todo o apartamento, para verificar, enquanto
fico congelada na soleira da porta.
— Cristo, não. — Ele me diz. — Mas não quer ver Daisy e Nick?
Ele geme, e sei que ganhei este round. Fico muito feliz quando ele
senta no futon, tira a arma da calça e coloca ao lado na mesinha de café.
A mesma que comprei em um bazar. Ele me olha com olhos ávidos
quentes.
Fico satisfeita quando sua cabeça cai para trás, com corpo inteiro
tenso e seu pau parece inchar ainda mais em minhas mãos. Ele está
muito duro, pré-sêmen vaza mais rápido do que posso lamber. Adoro
isso, porra. Adoro deixá-lo assim. Amo assistir o prazer em seu rosto.
— Cristo, mais rápido. Você é tão boa nisso. — Ele diz e afundo a
cabeça de seu pau na minha garganta, mas afasto quando a ânsia de
vómito aparece.
Não respondo, minha boca está cheia de seu pau. E meus sentidos
estão cheios de Daniel. O seu sabor salgado, a sua pele quente, os pelos
da virilha fazendo cócegas em minhas mãos, o prazer em seu rosto a
cada toque da minha boca. Não há nada mais além do prazer dele por
mim.
Bem, quase.
DANIEL
— Vocês dois tem muitas afinidades então, são como BFF, porque
convenhamos você não gosta de pessoas também. — Afirmo.
Penso que se você foi criado para matar antes mesmo de aprender a
alimentar-se, então é assim que age. Mas afinal quem sou eu para falar
sobre o assunto? Meu último trabalho para Nick foi matar um cirurgião
que trabalhava em Seattle e estava tirando órgãos de pessoas doentes e
vendendo-os no mercado negro. Tudo para que ele pudesse sair do
negócio. Fiz como um presente de casamento para ele e Daisy, embora
eles não estejam casados ainda.
— Por alguma razão realmente confio nele. Além disso, você não
tem permissão para voltar para a Europa Oriental, lembra-se?
— Não sei, cara. Tem algum conselho para mim? — É uma piada,
uma referência a quando Nick me pediu conselhos de namoro quando ele
estava perseguindo Daisy. Mas Nick não sabe brincar,
então ele pensa e bebe um quarto da vodka.
17
Sim
— É mais fácil puxar o gatilho para derrubar alguém do que saber o
que vai trazer felicidade no futuro. — Nick finalmente declara.
— Sei que Regan me faz feliz. Ficarei com isso. Por enquanto,
porém, por que você não me deixa dar uma olhada em sua lista de coisas
a fazer.
Capítulo 30
REGAN
Não lhes disse que passei dois meses em um bordel. Acho que iria
quebrá-los, quase tanto quanto chegou perto de me quebrar. Então
contei uma mentira. Tirei umas férias de improviso com a minha colega
de quarto Daisy para Cancun, bati com a cabeça durante o mergulho do
penhasco e Daisy pensou que me afoguei. Acordei em um hospital com
amnésia e apenas agora fiquei melhor. E Daniel estava na cama ao meu
lado com uma doença tropical e nós nos apaixonamos.
— Você tem certeza que quer fazer isso? — Daisy pergunta pela
centésima vez quando caminhamos para o prédio e seguimos para o
elevador.
Ele atende a porta. Estou um pouco dececionada por não ser Becca,
porque não precisaria de uma grande conversa inicial. Mas Mike parece
absolutamente chocado ao me ver.
Tenho que admitir, este não é o jeito que imaginei que seria sua
receção. Bato levemente em suas costas sem jeito e dou a Daisy um
olhar indefeso quando Mike abraça meus ombros. Ele está muito grato
por me ver viva novamente, diz entre soluços. Ele pensou que eu
estivesse morta.
— Não. — Digo. Não quero ser beijada por ele, nunca mais.
Ele balança a cabeça e seu rosto fica um pouco mais pálido. Noto
que ele começa a fechar a porta do apartamento atrás dele, bloqueando
nossa visão e luto contra a vontade de rir quando a pequena e doce
Daisy faz uma careta com este movimento.
— Não baby. Isso foi... você sabe algo... para nos confortarmos.
A julgar pelo rubor feio que cruza seu rosto, não estou longe da
marca. Ele está envergonhado.
O que é irônico já que eu sou a única que passou pelo inferno, não
ele. Mas quando seus olhos me olham novamente, encontro-me batendo-
lhe no ombro.
— Não acho que você quis falar mal dela, Mike. — Digo. — Tenho
certeza de que você estava sofrendo e solitário. Todas as coisas sempre
foram focadas em você.
Seus olhos vão de frente e para trás. Do meu rosto impassível para
o olhar de Daisy, ele continua procurando por simpatia. Não encontrará
nenhuma.
— Por que você está me culpando? — Ele diz com uma voz triste. —
Fiz tudo que podia. A polícia disse que iria lidar com isso.
E... sorrio. Estou com o homem certo. Posso ter passado pelo
inferno para chegar ao seu lado, mas estou onde preciso estar.
— Não. — Digo a ele. — Não sou sua querida mais. Becca é agora.
— Aperto sua mão. — Espero que vocês dois sejam muito felizes juntos.
DANIEL
Regan me disse que visitou Mike e que ele está feliz que ela tenha
seguido em frente. Não dou a mínima para o estado mental de Mike e
ainda acho que estaria fazendo um favor ao mundo, matando-o como o
cão inútil e doente que ele é, mas acho que Regan não ficaria bem com
isso. Tudo o que realmente importa é que ela está feliz.
— Isso soa terrível. — Diz ela. — Eu ficaria louca sentada sem fazer
nada.
— Pelo lado positivo, é uma boa coisa que você saiba contabilidade.
Levanto os olhos e vejo Regan na porta que foi entreaberta por Nick.
— Meu sangue está indo todo para a minha cabeça. — Ela reclama.
— Certo bebezão.
— Estou falando sério. Estou preocupada. Não acho que ser um faz-
tudo é o que você quer fazer para o resto da sua vida.
— Ela disse que estava fazendo uma boa ação... — Digo a ele parte
do meu acordo com Vasily. Às vezes ele tem que lembrá-la do seu
trabalho, ela se perde em seu próprio mundo, uma grande parte do
tempo.
— Sim.
— Isso é verdade?
Meu pai acena, olha para baixo no início e depois com os olhos
cheios de lágrimas, olha para mim.
— Nós sentimos sua falta, meu filho. Sua mãe, ela precisa de você
em casa.
— Melhor parar — Ele me diz — Porque não posso ter uma madeira
em minha calça quando abraçar minha mãe.
— Oh meu Deus. Você deve ser Regan. Ela é tão linda, Daniel. — E
ela me envolve em um abraço caloroso antes que possa me afastar.
Seu toque me faz endurecer por um momento, mas então, uma das
mãos de Daniel aperta meus ombros em sinal de conforto e fico bem.
Nova filha? Existe algo que eu não saiba? Dou a Daniel um olhar
suspeito, mas ele então me puxa para um beijo. — Eu disse a ela que
éramos um casal. Acho que ela recebeu isso como se fossemos nos casar.
Sua mãe está felicíssima e seu pai tem esse olhar paciente em seu
rosto que me faz lembrar muito de Daniel em seus momentos mais
calmos e assim, estamos em casa.
Daniel parece estar feliz também. Há uma luz em seus olhos que eu
nunca vi no Rio e quando ele olha para mim, não para de sorrir. Eu sei o
que é, sua missão está completa. Ele encontrou Naomi e mesmo que ela
não volte para casa, está segura. Ele está em casa com a sua família. Ele
tem a mim.
Por alguma razão, isso traz lágrimas aos meus olhos. — Não? —
Minha voz sai um pouco mais suave do que eu queria. Daniel pensa que
eu sou forte, mas lá vou eu com as lágrimas novamente.