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Diretrizes SBD 2014-2015
percepção de posição pelos receptores Doença arterial periférica 65 anos. Em relação às UPD, o estudo
nas pernas e pés e da fraqueza mus constatou novos padrões na causa:
A doença arterial periférica (DAP) afeta 79% apresentavam PND, 50% tinham
cular.14 Clinicamente, observam-se as
deformidades neuropáticas típicas: pacientes mais jovens com DM, está pre- DAP, isquemia crítica estava presente
dedos em garra ou em martelo, proe- sente em 10% dos casos de DM recém- entre 12% (definida como o ITB [índice
minências de metatarsos e acentuação diagnosticado, manifestações clínicas tornozelo-braço] < 0,5) e apenas 22%
do arco, resultando em maior pressão ocorrem cinco a dez vezes mais frequen- apresentaram a UPD clássica da região
plantar (PP), como mostra a Figura 1. A temente entre pacientes diabéticos do plantar no antepé ou médio pé (antes
PP anormal é um fator importante para que em não diabéticos, e, além disso, denominada mal perfurante plantar).
UPD apenas quando associada à PND, 25% a 50% dos pacientes podem ser A infecção estava presente em 58% e,
uma vez que pacientes com artrite reu- assintomáticos ou apresentar sintomas entre esses, 31% tinham DAP nas UPD
matoide, que apresentam deformida- atípicos: 20% a 30% têm claudicação maiores e mais profundas e comorbi-
des graves, não desenvolvem úlceras intermitente e apenas 10% a 20% mani- dades, o que provavelmente contri-
pela inexistência de PND.15 A PP está festam formas mais graves da doença, buiu para que 40% evoluíssem para
relacionada com a limitação da mobi- evoluindo para isquemia crítica.18-20 amputação, enquanto 85% das UPD
lidade articular (LMA), sobretudo nas No recente estudo prospectivo, sem DAP ou infecção cicatrizaram.21
articulações do tornozelo, subtalar e observacional, Eurodiale (The Euro-
metatarsofalangianas, por comprome- pean Study Group on Diabetes and Lesão tecidual: papel da
timento do colágeno tipo IV e depo- Lower Extremity Project, Grupo de neuropatia no controle
sição de produtos finais de glicação Estudo Europeu em Diabetes e Pro- neurovascular
avançada (AGE), resultando em hiper- jeto de Membros Inferiores),20 com
queratose e calosidades, lesões pré-ul- 14 centros europeus (dez países) que Estudos apontam para uma resposta
cerativas típicas. Dos pacientes segui- incluíram 1.232 pacientes diabéticos orquestrada pela denervação com
dos prospectivamente durante 2,5 consecutivos (2003-2004), o manejo implicação no controle neurovascular,
anos, 28% desenvolveram lesões nos seguiu as Diretrizes Práticas do resultando em alteração do fluxo capi-
pés com a associação de PND e PP.16,17 IWGDF,1 observando-se que 77% cica- lar, oxigenação, filtração de fluidos e
Observam-se PP anormal no calcâ- trizaram a UPD (com ou sem amputa- resposta inflamatória, o que torna os
neo, acentuação do arco, proeminência ção), 5% sofreram amputação maior pacientes diabéticos mais suscetíveis
de metatarsos, arco desabado (Charcot), e 18% amputação menor (55% nos à lesão tecidual, infecção, inclusive ao
PP na região dorsal dos dedos, valgismo dedos, 34% em raio e 11% no médio desenvolvimento de neuroartropatia
(que não é específico do DM) e, por pé), com óbito entre 6%. As caracte- de Charcot. Essa cadeia de resposta
fim, as áreas plantares mais vulneráveis rísticas do participante eram: sexo denota a ação da PND em microva-
(Adaptado de International Consensus masculino (65%), DM de longa dura- sos com liberação de neuropeptídios
on the Diabetic Foot, versão brasileira, ção (70% > 10 anos), má condição de vasodilatadores (substância P, pep-
Pedrosa HC e Andrade A [trads.], SES-DF, saúde e mau controle glicêmico (49% tídio relacionado com o gene da cal-
MS, 2001, com permissão).1 com HbA1c > 8,4%) e idade média de citonina [calcitonin gene-related pep-
tide – CGRP, peptídeo relacionado ao
gen da calcitonina] e fator de necrose
tumoral alfa [TNF-α]).22,23
O significado fisiopatológico dos
AGE emergiu em relação às compli-
cações crônicas do DM na década de
1980 e evidências se acumulam sobre
o seu papel em relação à inflamação,
aterosclerose e desordens neurodege-
nerativas, com vários mecanismos pro-
postos: 1) acúmulo de AGE na matriz
Figura 1 Áreas de risco de ulceração em pacientes diabéticos. extracelular, causando cruzamentos
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Realizam-se o teste com o monofi- Association Task Force on Practice Gui- pela equipe multiprofissional) destinada a
lamento 10 g e um teste dos sugeridos: delines52 adota valores de ITB > 1,40 pacientes com risco elevado de ulceração
o teste com o monofilamento alterado como não compressível, 1,0-1,40 como é efetiva se a incidência de úlcera e ampu-
e dois ou mais testes anormais indicam normal, limítrofe entre 0,91 a 0,99, e tação for reduzida em 25%.8
PSP, portanto, risco de ulceração.34,45,46 anormal 0,90 ou abaixo. O Consenso Internacional do IWGDF
O diagnóstico clínico definitivo de PND O ITB (demonstrado a seguir) cons- recomenda a implantação de serviços
é obtido com a aplicação de escores e titui um método fácil, objetivo e repro- básicos na comunidade, de ambulató-
outros testes.10,34 duzível para o rastreamento da DAP. rios ligados a hospitais ou centros espe-
Considerando-se que 50% dos pacien- cializados, de modo a se estabelecer,
Pressão plantar tes com DM têm DAP, o custo do instru- gradualmente, uma rede integrada para
mento é irrisório perante o impacto de atendimento aos portadores de DM com
A PP pode anteceder os achados clí- uma UPD com isquemia isolada ou asso- graus variados de problemas nos pés,
nicos de PND34,47,48 e a sua valorização ciada à PND. Outros métodos incluem preferencialmente conduzida por clíni-
como fator de risco para ulceração a medida da pressão transcutânea de cos gerais e endocrinologistas ou diabe-
tem sido demonstrada em estudos oxigênio: 30 mmHg indicam bom prog- tologistas e enfermeiros (Quadro 3).1,43
prospectivos e transversais.4,17,34 Há nóstico de cicatrização, no entanto, A experiência do Distrito Federal,
uma variedade de métodos que ava- o elevado custo e a necessidade iniciada em 1992, disseminou-se para
liam a PP, desde simples plantígrafos de pessoal técnico especializado para várias regiões do país, com treina
sem escala de força (Harris mat®)34,49,50 o seu manuseio constituem o maior mentos formais, até 2001, mediante
ou com escala de força (Podotrack/ impedimento.1,19-20 workshops patrocinados pelo Ministé-
PressureStat®), validado com relação rio da Saúde (MS) e apoiados pela SBD.
ao pedobarógrafo,51 até plataformas O modelo ratifica a atuação em
Organização de serviços
e palmilhas dotadas de sensores que equipe multiprofissional, o que ren-
captam, por meio da pisada, os pontos O treinamento de profissionais de saúde, deu uma redução nas amputações em
de pressão registrados.4,17,34 O ponto de inclusive de médicos, é crucial para a apli- torno de 77% no período de 2000 a
corte, indicativo de PP elevada, varia cação dessas técnicas para rastreamento e 2004, no hospital de referência.54
segundo os sistemas empregados.4,34 A diagnóstico de PND e DAP, visando à iden- No entanto, embora vários ambu-
PP torna-se mais relevante como risco tificação de risco de ulceração, que deve ser latórios de pé diabético tenham sido
de ulceração quando associada à PND, aplicada aos estimados 60% dos pacientes implementados,7,54 a partir de 2003
inclusive para nortear a confecção e a aparentemente sem alterações.53 Análises a capacitação não ocorreu com o
distribuição de palmilhas.4,34 da Suécia (utilizando-se o modelo Mar- suporte oficial do MS e houve descon-
kov) mostram que a prevenção intensiva tinuidade no projeto e não se implan-
Doença arterial periférica (educação do paciente, uso de calçados tou, até os dias atuais, uma política
adequados e acesso a cuidados regulares da saúde nacional visando ao rastrea-
A palpação dos pulsos deve ser sempre
efetuada, todavia incorre em significa-
QUADRO 3 Níveis de abordagem ao pé diabético, para a organização de
tiva variação intra e interobservadores
serviços de acordo com o nível de atenção à saúde
e, na dúvida, recomenda-se a tomada
do ITB com um Doppler manual de Atenção básica Médico generalista e enfermeiro
transdutor 8 a 10 MHz: afere-se a pres- (nível 1, primário)
são sistólica das artérias distais de Média complexidade Médico generalista*/endocrinologista, cirurgião (geral e/ou
ambos os pés e divide-se o maior valor (nível 2, secundário) vascular) e/ou ortopedista, enfermeiro
pelo maior valor das artérias braquiais,
Alta complexidade Centro clínico especializado em pé diabético, com vários
aferido bilateralmente.1,18-20 Os pontos especialistas
(nível 3, terciário)
de corte indicativos de ITB normal é 0,9
– 1,30, segundo o IWGDF.1,20 O recente *Médico generalista capacitado em DM. Em países onde não há disponibilidade de podiatras, espe-
cialistas em pés com formação superior, a enfermagem é quem conduz os cuidados básicos após
relatório da American College of Car- capacitação. Na América Latina apenas países como Cuba, Uruguai e Argentina dispõem de curso de
diology Foundation/American Heart podologia em nível superior.1,45
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mento e à assistência, por meio de Uma ferramenta importante é para o seguimento com base na pes-
de linha de cuidado específica para a efetuar, após o rastreamento, a clas- quisa de PSP e DAP (Quadro 4).41,45
complicação.55 Por meio do Programa sificação do risco detectado, e sua Em conclusão, as recomendações
Step by Step, do IWGDF-IDF (SbS, Passo graduação norteia as linhas básicas referentes ao pé diabético, com vistas
a Passo), que se inspirou no Projeto Sal- de cuidados a serem seguidos, como ao diagnóstico precoce, prevenção de
vando o Pé Diabético, do Brasil, a SBD também auxilia a organizar em que complicações e posterior implantação
apoia a iniciativa de retomar o objetivo nível de assistência o paciente deve de linhas para organizar o cuidado,
do projeto brasileiro no país nos próxi- ser seguido.1 A classificação do risco do estão contidas no Quadro 5, com base
mos dois anos, buscando a redução de IWGDF foi validada em 200157 e recen- nas seguintes avaliações e evidências
úlceras e amputações.56 temente alterações foram efetuadas classificadas em A, B, C e D.58-70
QUADRO 4 Classificação do risco, recomendações e acompanhamento periódico, segundo o nível de atenção de saúde
(ADA-AACE-SBD-ALAD/GLEPED)1,41
Risco/
Definição clínica Tratamento/ recomendações Acompanhamento
categoria
0 PSP e DAP ausentes Educação do paciente, incluindo aconselhamento Anual, por uma equipe generalista
sobre o sapato adequado (previamente treinada) ou
especialista
1 PSP ± deformidade Considerar uso de calçados especiais e cirurgia A cada 3-6 meses, por equipe
profilática se a deformidade não puder ser adaptada especialista
aos sapatos
Continuar a educação
2 DAP ± PSP Considerar sapatos especiais e consulta com um A cada 2-3 meses
cirurgião vascular para seguimento conjunto (por equipe especialista)
3 Histórico de úlcera ou Considerar o uso de sapatos especiais e consulta com A cada 1-2 meses
amputação cirurgião vascular para seguimento conjunto (se DAP (por equipe especialista)
estiver presente)
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Os pacientes diabéticos com alto risco de ulceração (história prévia de úlcera e amputação) devem receber
educação (inclusive aconselhamento para evitar traumas), aconselhamento sobre calçados, cessação de B
tabagismo e referência precoce para cuidados por profissionais treinados para lidar com lesões em pés
Pacientes com úlceras devem ser seguidos por uma equipe multidisciplinar com expertise evidente no manuseio
C
para prevenir recorrência de úlceras e amputações
A classificação de Texas, validada, mostrou ser mais eficaz em refletir o risco de amputação e predizer a
B
possibilidade de cicatrização do que a de Wagner
Qualquer infecção relacionada a lesões em pés de pacientes diabéticos deve ser tratada de forma adequadamente
D
agressiva
(A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos
– estudos não controlados; (D) Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais.
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Critérios globais mínimos ponto, formas hiperprofundas, com no tic foot lesions. Clin Infect Dis. 2004;
mínimo três larguras de base diferentes, 39(suppl 2):S132-S139.
• Peso: < 400 g (máximo: 480 g).
confeccionados com forração e solados 9. Rezende KF, Ferraz MB, Malerbi DA,
• Parte anterior (frente): ampla,
especiais, para reduzir pontos de atrito Melo NH, Nunes MP, Pedrosa HC,
com largura e altura suficientes
ou compressão, dotados de palmilhas Chacra AR. Predicted annual costs
para acomodar os dedos. Modelos
removíveis e especiais, para pés neuro- for inpatients with diabetes and
com até três larguras.
páticos de criança ou adulto, com base foot ulcers in a developing country
• Parte externa: couro macio e flexível.
tipo rocker (mata-borrão), contraforte — a simulation of the current situa-
• Forração interna: em couro de
reforçado, colar e pala almofadados. tion in Brazil. Diabetes UK. Diabetic
carneiro, microfibra antialérgica e
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antibacteriana, passível de absor-
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