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SOBRE O ATARÈ, A PIMENTA-DA-COSTA.

O Atarè também conhecido como Pimenta da Costa, Grãos do Paraíso e cujo nome
científico é Aframomum melegueta roscoe K. Schum pertence à família Zingiberaceae a
mesma do gengibre. Encontrada na região costeira da África, é uma erva perene com
porte de uma “mini- palmeira” podendo atingir cerca de 1,0 a 1,5m de altura, seus frutos
quando secos apresentam uma casca de coloração marrom, as sementinhas de atarè são
encontradas dentro do fruto envolvidas por uma película bem fina. O seu cultivo é
essencialmente pela sua valiosa semente, que possui uma picância não muito acentuada,
que lhe valeu o nome de "grão do paraíso", indicando seu alto valor como especiaria e na
medicina. A semente é usada extensivamente em etno-medicina para uma variedade de
doenças, possuem ativos para diversas atividades biológicas, especialmente contra
inflamações e doenças infecciosas.
Além de propriedades medicinais o Ataré é utilizado em rituais de Candomblé, seu uso
acontece em cerimonias que fazem alusão ao Orixá Exú. Este é utilizado com o significado
de limpar o hálito e retirar todas as más intenções que as palavras podem conter. Outra
cultura que utiliza o Atarè é a Cultura Ioruba que o usa como forma de dote, onde o noivo
oferta atarè à família da noiva e este significa fecundidade.
Os Grãos do Paraíso ou atarè tem sido a planta nativa favorita para curandeiros africanos,
que usam suas sementes para tratar doenças de tosse, dor de dente e para sarampo.
Suas sementes são utilizadas na África Ocidental como um remédio para uma variedade
de doenças como dor de estômago, diarreia e até mesmo picada de cobra. As sementes
do atarè contêm gingeróis e compostos relacionados que podem ser úteis contra as
doenças cardiovasculares, diabetes, e inflamações.
Referências Bibliográficas:
1-VOEKS, R.A. Sacred Leaves of Candomblé: African Magic, Medicine, and Religion in
Brazil. University of Texas Press, 1997 - 256 p.
2- DYBAS, C,L; RASKIN, L. Out of Africa: A Tale of Gorillas, Heart Disease... and a
Swamp Plant; BioScience 2007 57:5, 392-397

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