Programador de Informática
Índice
1. Principais problemas ambientais relacionados com o ar, a água, os resíduos e o ruído -------- pág. 4
2. A poluição e a saúde pública --------------------------------------------------------------------------- pág. 11
3. As tecnologias verdes: custos e benefícios ----------------------------------------------------------- pág. 13
4. Novas fontes de energia e a sua utilização ------------------------------------------------------------ pág. 13
5. Relação entre a sociedade de consumo e a sociedade sustentável --------------------------------- pág. 18
6. Comportamentos favoráveis à preservação do ambiente ------------------------------------------- pág. 20
Objectivos do manual
O manual de formação que se apresenta incide nas questões relacionadas com o ambiente na
atualidade, temas de interesse e de discussão para a sociedade em geral. A intervenção do
homem tem gerado desequilíbrios ambientais que importa considerar de forma a
compatibilizar o desenvolvimento e o equilíbrio ambiental.
A intervenção consciente no sentido desta compatibilização pressupõe uma análise crítica dos
dilemas ambientais do mundo atual.
Resultados da Aprendizagem:
Destinatários do manual
Os impactes ambientais da ação humana têm vindo a tomar proporções cada vez mais
inquietantes, colocando em risco o equilíbrio do Planeta e dos ecossistemas, e desse modo, o
próprio futuro da vida humana na Terra.
Impacto na Hidrosfera
As atividades humanas provocam a poluição das águas dos rios e lagos, fazendo diminuir a
quantidade e a qualidade da água doce disponível:
• Pesticidas e fertilizantes usados na agricultura, ricos em nitratos e fosfatos,
contaminam as águas subterrâneas, por infiltração, e os rios e lagos, através da
contaminação superficial.
• Efluentes industriais lançados nos cursos de água, que podem conter resíduos tóxicos e
metais pesados como o mercúrio.
• Efluentes domésticos, ricos em matéria orgânica, nitratos, fosfatos, bactérias e vírus,
contaminam os cursos de água.
• Resíduos da pecuária, semelhantes aos efluentes domésticos, poluem águas
superficiais e subterrâneas.
Apesar disso, os oceanos e mares foram considerados, durante muito tempo, como grandes
depósitos de resíduos, muitos com elevado teor de substâncias tóxicas e radioativas. Como a
sua capacidade de absorção e renovação não é ilimitada, começam agora a surgir problemas
graves.
Os derrames de petróleo e seus derivados provocados por acidentes com navios petroleiros e
por lavagens ilegais de depósitos são uma das formas mais graves de poluição marinha. Esses
acidentes afetam principalmente as áreas de maior circulação marítima.
Note-se que Portugal está na rota internacional dos petroleiros e, por isso, sujeito a eventuais
derrames de petróleo.
Outra consequência da pressão humana sobre o litoral é a erosão costeira provocada por ações
como a construção de barragens que fazem diminuir a afluência de sedimentos ao mar,
realização de obras de extração de areias, destruição de dunas e construção locais indevidos.
Impacto na Atmosfera
A atmosfera é um recurso vital que influencia decisivamente as condições de vida na Terra.
Porém, quase todas as atividades humanas provocam a poluição do ar, afetando, direta ou
indiretamente, todos os seres vivos, incluindo o Homem e colocando em risco a vida dos
ecossistemas.
Mas a principal causa da poluição do ar está na atividade humana que desencadeia ações
diversificadas, nomeadamente, incêndios florestais criminosos, fumos industriais, dejetos
urbanos e pulverização de campos com pesticidas.
a) Chuvas ácidas
A combustão de carvão, petróleo e gás natural (fontes de energia mais utilizadas a nível
mundial) liberta gases como o dióxido de enxofre e o óxido de azoto.
Assim se formam as chuvas ácidas, que provocam graves danos nos solos, nas águas e na
vegetação, danificando também os edifícios e os monumentos. Devido à ação dos ventos,
muitas vezes as chuvas ácidas afetam áreas muito distantes daquelas onde foram produzidos
os gases que as originaram.
Em 2001, o buraco do ozono sobre a Antártida estendia-se por uma área semelhante à
América do Norte.
d) Alterações climáticas
Recursos Hídricos:
• Redução do escoamento anual
• Concentração da precipitação nos meses de Inverno e tendência de aumento da
ocorrência de chuvadas, aumento do risco de cheias, especialmente na região do
Norte;
• Degradação da qualidade da água, sobretudo durante o Verão, no Sul;
• Aumento das necessidades de irrigação, devido ao aumento de temperatura, assim
como a diminuição generalizada dos caudais de Verão.
Zonas Costeiras:
• Erosão das zonas costeiras Portuguesas devido ao aumento do nível médio das águas
do mar;
Agricultura:
• Afetação da produtividade da agricultura Portuguesa, devido à mudança climática e
alteração da concentração de CO2 na atmosfera;
Pesca:
• Aumento dos valores médios da frequência de afloramento costeiro;
Saúde Humana:
• Aumento potencial de mortes relacionadas com o calor;
• Aumento potencial de doenças transmitidas pela água e alimentos;
• Aumento potencial de problemas na saúde relacionados com a poluição atmosférica;
Energia - Oferta:
• Possibilidade de aumento de produção nas centrais hidroeléctricas na região do norte e
redução nas centrais do sul;
• Aumento das perdas no transporte e distribuição de electricidade;
Energia - Procura:
• Decréscimo das necessidades de aquecimentos em edifícios e forte aumento das
necessidades de arrefecimento;
Florestas e Biodiversidade:
• Alterações na produtividade da floresta e no balanço de carbono;
• Migração e extinção de espécies florestais chave;
• Aumento da frequência de ocorrência de fogos florestais;
• Alterações na biodiversidade e áreas protegidas (dificuldades de adaptação a
alterações rápidas de clima)
Consequências globais:
• Está a ficar mais quente. A temperatura média global da atmosfera à superfície
aumentou durante o século XX em 0.6ºC +/- 0.2ºC, tendo ocorrido a maior parte do
aquecimento durante dois períodos: de 1910 a 1945 e de 1976 a 2000, representando a
década de 1990 e o ano de 1998 a década e o ano mais quentes do século;
• O nível da água do mar está a subir, os glaciares estão a derreter (tendo já provocado
nos últimos 50 anos uma subida de 10 a 20 cm do NMM – nível médio domar)
• As condições do tempo são mais extremas (A frequência de condições extremas no
Inverno com mais tempestades e inundações nos países do Norte e períodos de seca
com incêndios florestais nos países do Sul tem aumentado).
• Aumento da intensidade e da frequência das chuvas, desencadeando o risco de
inundações;
• Maior número de tempestades, furacões, secas,
• Subida do nível médio das águas dos mares devido à fusão dos gelos nas áreas
glaciares;
• Expansão das doenças tropicais;
• A inundação de muitas áreas do litoral;
• a diminuição das reservas de água doce (porque as águas do mar inundam as do rio);
desaparecimento de muitos habitats.
Consequências da Desertificação
Sociais
• Abandono das terras por parte das populações mais pobres (migrações)
• Diminuição da qualidade de vida. Aumento da mortalidade infantil e diminuição da
expectativa de vida da população
Poluição sonora
Um dos maiores problemas ambientais em todo o mundo é precisamente o ruído. Tal facto,
deve-se à da proliferação de estabelecimentos; de indústrias; das atividades de lazer ruidosas;
do tráfego (ex. automóveis, motociclos, aviões, veículos pesados de passageiros e
mercadorias) e de obras (ex. betoneiras, escavadoras, martelo pneumático).
Por definição, a poluição sonora é a produção de sons, ruídos ou vibrações que podem
acarretar vários problemas como, por exemplo:
• Redução da capacidade auditiva
• Perturbação do sono
• Interferência com a comunicação
• Interferência na aprendizagem
• Efeitos fisiológicos – como hipertensão, taquicardia, arritmia, etc.
• Ou simplesmente, desassossego.
Desta forma são enviados para a atmosfera óxidos de carbono, de azoto, de enxofre e vapor de
água. Existe também a volatilização de metais pesados presentes em certos combustíveis
(chumbo, zinco e cádmio).
Os efeitos dos poluentes na saúde pública têm sido amplamente e rigorosamente estudados.
Apresenta-se informação sucinta sobre alguns poluentes atmosféricos:
Ozono (O3)
• Fontes: é gerado através de reações químicas na presença de radiações solares;
indústria, tráfego, tintas e solventes, aterros sanitários, etc.
• Efeitos: poderoso oxidante que afeta gravemente a vegetação e os materiais; nos seres
humanos provoca irritação do aparelho respiratório
• Características: gás incolor
Partículas
• Fontes: tráfego, indústria, obras de construção civil, processos agrícolas
• Efeitos: as partículas de menor dimensão são responsáveis pela degradação do sistema
Respiratório; são responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias; danificam o
património construído; afetam os seres vivos, principalmente as plantas.
• Características: material sólido, pequenas gotículas de fumo, poeiras e vapor
condensado.
O Programa das Nações Unidas (ONU) para o ambiente define economia verde como uma
economia em que “o crescimento, em rendimento e emprego, é gerado por investimentos
públicos e privados que reduzem a emissão de carbono para a atmosfera e a poluição, que
melhora o uso eficiente de energia e de recursos e previne a perda de biodiversidade.
O conceito de economia verde exige que os investimentos sejam iniciados e apoiados pela
despesa pública, reformas de políticas e alterações aos mecanismos regulatórios.
A Energia pode ser definida como a capacidade para produzir trabalho. Manifesta-se sob
diversas formas (movimento dos corpos, eletricidade, calor, luz), transformáveis umas nas
outras de acordo com a Lei de Conservação de Energia.
Energias renováveis
Depois, quando a maré é alta, a água enche o reservatório, passando através de uma turbina
hidráulica, produzindo assim energia elétrica. Na maré baixa, o reservatório é esvaziado e a
água que sai do reservatório passa novamente através da turbina, em sentido contrário,
produzindo novamente energia elétrica
Energia Hidroelétrica
Pode ser convertida na forma de energia mecânica, para rotação de um eixo, através de
turbinas hidráulicas ou moinhos de água.
E pode ser também convertida em energia elétrica para uma rede de energia, através de
centrais hidroelétricas que são compostas por barragens que utilizam os cursos de água para
pôr funcionar uma turbina que move um gerador elétrico.
Energia da Biomassa
Energia Solar
A energia solar é a energia obtida por qualquer tipo de captação da energia luminosa,
proveniente do Sol.
Energia Eólica
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, resulta da deslocação de
massas de ar.
A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos
impulsionados por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas
pás.
Energia geotérmica
A energia geotérmica é a energia que pode ser obtida pelo homem através do calor dentro da
terra. A geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção
de eletricidade e calor.
Energia do hidrogénio
O elemento climatológico vento é talvez o de mais difícil estudo e avaliação. Contudo, desde
cedo que Portugal utiliza a energia eólica, embora os novos parques eólicos só recentemente
se comecem a multiplicar. São especialmente as áreas montanhosas e alguns troços de litoral
aqueles que revelam melhor potencial de aproveitamento da energia eólica.
A energia solar como fonte de calor e de luz constitui um outro exemplo, permitindo a sua
utilização para a produção de energia elétrica (energia fotovoltaica) e energia térmica.
Portugal possui boas condições climáticas para a instalação destes sistemas, já que recebe
anualmente, em energia solar, o equivalente a 150 milhões de GWh, ou seja, é um país com
elevados valores de radiação solar, onde se poderão produzir entre 1000 e 1500 kWh/ano, por
cada kWp instalado.
Se o resto do mundo vivesse como nós seriam necessários mais de dois planetas Terra para
nos sustentar. Mas só podemos contar com este.
Neste sentido deve ser uma prioridade tornar a produção de bens e serviços e o consumo
sustentáveis para minimizar o desperdício e a quantidade de resíduos produzida.
Seja sazonal.
• Compre e consuma frutos e produtos hortícolas da época, produzidos localmente.
Deste modo evita o consumo de energia e recursos necessários para os produzir de
forma intensiva ou para os transportar por longas distâncias.
• Por exemplo, comer em março um quilo de morangos produzidos em Israel e
transportados de avião significa consumir 5 litros de petróleo enquanto que saborear o
mesmo peso de morangos produzidos localmente apenas implica gastar 0,2 litros.
Poupe água.
• Não deixe a torneira aberta enquanto escova os dentes, tome duche em vez de banho
de imersão e utilize autoclismos duplos.
• Aproveite a água da chuva para regar ou lavar o carro. Não use a mangueira como
vassoura para limpar terraços ou passeios.
Poupe energia.
• Apague as luzes e desligue os eletrodomésticos e carregadores quando não os está a
utilizar.
• Não deixe a TV e outros equipamentos em stand-by porque continuam a consumir.
• Não elimine os óleos alimentares ou produtos químicos pelo cano ou sanita. Desta
forma está a contribuir para o reaproveitamento de matérias-primas, reduzindo os
impactes negativos sobre os recursos naturais e meio-ambiente.
OS 5 R’S
1.REPENSAR:
• É fundamental não comprar coisas supérfluas, mas
somente o absolutamente necessário de forma a
salvaguardar ao máximo os recursos naturais, para além
de reduzir muito as despesas monetárias
2.REDUZIR:
• Não comprar produtos contendo várias embalagens
• Não comprar ou utilizar nenhum tipo de produto descartável, utilizar lenços,
guardanapos e fraldas (etc.) de pano
• Ao fazer compras levar sempre sacos, de tecido de preferência
• Não comprar jornais e revistas (ou outros) de forma a diminuir a necessidade de papel
e haver menos florestas destruídas
• Não comprar apenas porque está na “moda” ou por ser mais “giro”
• Reduzir ao máximo a utilização de plásticos (lojas/mercados, etc.), materiais muito
prejudiciais à Natureza
3-REUTILIZAR:
• Reutilizar sempre os sacos de plástico ou utilizar sacos de pano
• Comprar livros, roupas, móveis, carros ou outros produtos em 2ª mão
4- REPARAR:
• Utilizar o mais possível os aparelhos eletrónicos, reparando-os quando estes se
avariarem
• Procurar reparar o calçado, vestuário e mobiliário que tenha ou adaptá-los a novos
estilos
• Procurar fazer uma boa manutenção da sua viatura ou de outros equipamentos que
tenha
5- RECICLAR:
• Reciclar todo o papel, papelão, vidro, embalagens, Tetra Pack, plásticos, lâmpadas,
esferovite, metais, pilhas, madeira, tecidos, equipamentos eletrónicos (telemóveis,
computadores, etc.), tinteiros e outros materiais que tiver em casa ou fora dela,
limpando e separando-os primeiro.
1972
Relatório Meadows sobre os limites do crescimento.
1972
Conferência de Estocolmo, a primeira reflexão conjunta
dos diferentes Estados sobre a relação entre a proteção do
ambiente e o desenvolvimento humano.
1987
Comissão Mundial sobre o Ambiente e o Desenvolvimento começou a ser popularizado o
termo “Desenvolvimento Sustentável”.
1992
Assembleia Geral das Nações Unidas - o termo “Desenvolvimento Sustentável” é adotado
pelas Nações Unidas.
1992
Cimeira do Rio ou Cimeira da Terra. Nesta cimeira foi adotada a Agenda 21, um plano global
de ação para ser posto em prática por todos os governos e três convenções: a convenção sobre
as mudanças climáticas, a convenção sobre a diversidade biológica e a convenção sobre a
desertificação.
1995
Cimeira de Copenhaga, onde foram validados à escala europeia os três pilares do
Desenvolvimento Sustentável.
1997
Tratado de Amesterdão, onde se diz que a Comunidade Europeia tem por missão promover o
Desenvolvimento Sustentável em todo o seu espaço.
1997
O Protocolo de Quioto, que sucede à Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre as alterações climáticas, é um dos instrumentos
jurídicos internacionais mais importantes na luta contra as alterações
climáticas.
2000
Cimeira de Lisboa, os 15 países da União Europeia desenvolvem uma estratégia para reforçar
a coesão social.
2001
Lançamento pela Comissão Europeia do Livro Verde para promover um quadro europeu para
a responsabilidade Social das empresas.
2002
Cimeira de Joanesburgo, onde foi acordado o tratamento equilibrado e de uma forma
integrada dos três pilares do Desenvolvimento Sustentável. Foi também definido um plano de
ação de onde se destaca, entre outros, o combate à pobreza e a gestão dos recursos naturais.
2012
Os resultados da Conferência Rio+20 visam garantir a prossecução
dos direitos humanos (incluindo os das gerações futuras), a
sustentabilidade, a participação plena e igual dos cidadãos, bem como
o respeito pela transparência, responsabilização e não-regressão dos progressos realizados.
Principais pontos:
Economia verde
• O documento classifica a economia verde como “um importante instrumento” para o
desenvolvimento sustentável, mas que não deve ser “um conjunto rígido de regras”.
Financiamento
• O texto reconhece a “necessidade de uma significativa mobilização de recursos” para
que os países em desenvolvimento possam crescer de forma sustentável. Mas não se
diz de onde vem o dinheiro, nem quanto, nem quando.
Bibliografia
AA VV. Opções para um futuro mais verde: a união Europeia e o ambiente, Ed. Comissão
Europeia, 2002
ELKINGTON, J., HAILES J.,Guia do jovem Consumidor Ecológico. Ed. Gradiva, 1990
Webgrafia
Naturlink
http://www.naturlink.pt