QUIXADÁ − CEARÁ
2019
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QUIXADÁ − CEARÁ
2019
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Sistema de Bibliotecas
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Dr. Bruno Tavares de Oliveira Abagaro (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
___________________________________________________
Prof. Dr. Rubens Silva (Membro Externo)
Universidade Federal do Ceará – UFC
___________________________________________________
Prof. Dr. Afrânio de Araújo Coelho (Membro Externo)
Nome da Universidade – SIGLA DA UNIVERSIDADE
5
AGRADECIMENTOS
Rubem Alves
7
RESUMO
ABSTRACT
The present work uses the investigative methodology, through a didactic sequence
that highlights the participation of the student during the process of teaching learning.
The Inquiry-Based Teaching Sequence (IBTS) is based on adjustable focus liquid
lenses, with subjects that relate technology and society, and implements experimental
investigative activities such as Open Laboratory and Investigative Demonstration, as
well as providing classes with supporting texts that awaken the scientific doing and the
literacy in students. The built-in adjustable focus liquid lens is easy to build and uses
materials accessible to any school. With this lens it is possible to approach several
subjects on spherical lenses, and also with various degrees to be explored. With the
constructed materials it is possible to work the nature and classification of the spherical
lenses, the formations of images, the indices of refraction and its relations with the
immersion medium, as well as the variation of the focal distance and the relation with
its curvature, the verification of the mathematical equations that describe the behavior
of the spherical lenses and classes with several situations-problems aimed at the
promotion of scientific knowledge. A didactic model of the human eye has been
developed, capable of demonstrating the main refractive properties involving a real
eye and its ametropias, all through simulations manipulated by an operator, be it the
teacher or the student. The manipulations give the opportunity to verify the functioning
of the cornea, the lens, the eyeball and the retina and their purposes. It is possible to
conduct interdisciplinary studies (with biology). With the materials constructed, and
applied during the IBTS, we searched through audios, photos, pre and post-test
questionnaire, and written reports produced by the students, evidence of conceptual,
procedural and attitudinal content development, as well as, indicators of scientific
literacy. In addition to this qualitative analysis of the results, the Wilcoxon statistical
test was performed by means of the quantitative treatment of the pretest and post-test
responses to evaluate the occurrence of learning gain after the application of the IBTS.
.
Keywords: Liquid Lenses, Inquiry-Based Teaching, Experimental Activities.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Registro sobre o que os alunos entendem sobre lentes ......................... 89
Quadro 2 - Situações-Problemas sobre curvatura e formação de imagens .............. 91
Quadro 3 - Áudio no teste de hipóteses .................................................................... 93
Quadro 4 - Trecho do diálogo sobre o cubo e garrafinha .......................................... 93
Quadro 5 - Indagação intermediária relacionando a distância .................................. 96
Quadro 6 - pergunta intermediária sobre lentes ........................................................ 96
Quadro 7 - Falas sobre a não formação de imagem ................................................. 97
Quadro 8 - Termos da linguagem científica escritos na lousa ................................... 98
Quadro 9 - Situações-problemas da atividade Nº 2 ................................................ 101
Quadro 10 - Respostas das Equipes a primeira situação-problema ....................... 102
Quadro 11 - Problematização de Lentes Líquidas em celulares ............................. 107
Quadro 12 - Problematizando a mudança do meio de imersão da lente ................. 107
Quadro 13 - Apresentação da linguagem matemática ............................................ 108
Quadro 14 - Indagação do professor sobre a Equação de Halley ........................... 108
Quadro 15 - Pergunta sobre equação de Gauss na perspectiva CTSA .................. 109
Quadro 16 - Situações-Problemas para o Banco Óptico ......................................... 111
Quadro 17 - Áudio sobre a Lente Biconvexa ........................................................... 112
Quadro 18 - Sobre a não projeção da Lente Bicôncava .......................................... 113
Quadro 19 - Situações-problemas sobre o olho humano ........................................ 119
Quadro 20 - Questionamento sobre a cirurgia refrativa .......................................... 121
Quadro 21 - Pergunta intermediária envolvendo o globo ocular ............................. 122
Quadro 22 - Hipóteses sobre a variação do globo ocular ....................................... 122
Quadro 23 - Dialogo com o tema: A saúde dos olhos ............................................. 124
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LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
AC Alfabetização Científica
EJA Ensino de Jovens e Adultos
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
EUA Estados Unidos da América
d.f.f distância focal frontal
d.f.p distância focal posterior
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MNPEF Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física
IES Instituições de Ensino Superior
PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais
PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio
SEI Sequência de Ensino Investigativo(a)
SEIs Sequências de Ensino Investigativas
TAS Teoria da Aprendizagem Significativa
UECE Universidade Estadual do Ceará
UFC Universidade Federal do Ceará
UNILAB Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira
URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 76
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
Provavelmente, uma das causas da falta de motivação se deve pela não associação
dos fenômenos físicos estudados com o dia a dia do estudante, ou a falta de
estruturação das escolas, falta também de investimentos nas formações docentes
para desenvolver novas metodologias didáticas. O livro didático acaba sendo a
ferramenta mais utilizada para o ensino, as vezes a única, é importante diversificar na
metodologia e nos recursos pedagógicos para alcançar um melhor processo de
(ensino) aprendizagem. Segundo Clement e Terrazzan (2011), grande parte da carga
horária das atividades em ensino no Brasil é voltada apenas para as seções de
Resolução de Problemas, especificamente a resolução mecânica de “exercícios”, e
muita das vezes o aluno se torna uma espécie de telespectador da aula, assistindo a
reprodução da resolução dos problemas pelo professor, o que provoca desinteresse
dos alunos e aflição nos professores, é o que concorda com Pozo e Crespo (2009),
“não é mais possível conceber a aprendizagem como uma atividade apenas de
reprodução ou cumulativa”. (POZO e CRESPO, p.22, 2009).
Os experimentos são recursos importantíssimos para despertar o interesse
e protagonismo nos estudantes, o que Araujo e Abib (2003) relatam quanto ao uso
experimental, é atividade apontada por alunos e professores como excelente
estratégia para diminuir as dificuldades em ensino de Física, porém em um
levantamento sobre o uso de experimentos no ensino de física, Azevedo et al. (2009)
relata que as atividades experimentais tem uma natureza “verificacionista” de
apresentação demonstrativa, ou seja, a prática experimental é realizada pelo
professor, e outra forte tendência é a utilização de roteiros fechados, procedimentos
metódicos para realizar apenas contas, sem produzir a reflexão por parte dos alunos,
tornando as aulas experimentais desmotivadoras, tanto para os alunos, quanto para
os professores. Ainda conforme exposto por Azevedo et al. (2009), os experimentos
de Física analisados nas principais revistas de ciências do Brasil, tem o caráter de
validação da teoria vista em sala de aula, ou seja, fazendo do aluno um mero
observador do fenômeno, outro aporte dos experimentos é o caráter quantitativo,
centrado em realizar medições e aplicar ou verificar as equações, o autor também
conclui que grande parte da aplicação dos experimentos contrariam as tendências de
pesquisas de Ensino de Física, sendo raras as propostas de experimentos com
questões problematizadoras, ou seja, as atividades experimentais não envolvam a
reflexão, a crítica e o protagonismo por parte do aluno. da grande importância dos
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1POZO e CRESPO são autores espanhóis, porém o livro afirma que há semelhanças com o ensino
brasileiro.
25
quando são aplicadas no ensino, são como apoio a ilustrações dos conteúdos, para
comprovar algo. Pimentel (1999) e Branca (2013) remontam práticas criativas que
exploram a inversão dos índices refrativos, contexto pouco trabalho no ensino de
óptica.
Assim, existe ainda necessidade de colocar o aluno em primeiro plano nas
práticas experimentais, de torná-lo protagonista, de promover o fazer cientifico, de
incluí-lo como parte do processo de aprendizagem. Lamentavelmente quando os
estudantes não são incluídos de forma ativa, as aulas estarão suscetíveis ao fracasso.
Portanto, se faz necessário a inserção de experimentos que deem a oportunidade de
manipulação, e metodologias que promovam a participam dos alunos.
uma aprendizagem significativa, deve-se iniciar pela observação dos elementos que
o aprendiz tem sobre o assunto, quais os conhecimentos que ele carrega consigo,
nesse sentido Carvalho (2013) relata que toda teoria construtivista é voltada para
aquilo que o aluno já sabe ou “como eles entendem as propostas a serem realizadas”
(CARVALHO, 2013, p.2). Em aprendizagem significativa, espera-se que esses
elementos presentes na estrutura cognitiva do aluno, sejam capazes de estabelecer
uma conexão com a nova informação a ser aprendida, fazendo uma “ancoragem” dos
novos conhecimentos. Para a retenção significativa, o material de aprendizagem deve
se relacionar a estrutura cognitiva do aprendiz, de forma “não arbitrária” e “não literal”
seja qual for a estrutura cognitiva, além de que essa estrutura particular do aprendiz
deva ter ideias ancoradas para se relacionar com o novo material. (Ausubel, 2000),
esses elementos de “ancoragem” podem ser aspectos simbólicos, imagens,
proposições ou conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva, na qual se
tenha clareza e estabilidade para recepcionar os novos, de forma a ampliar o seu
conhecimento, e a estes elementos da estrutura cognitiva são chamados de
subsunçores, ou também conhecido como “ideia-ancora”. Nas palavras de Moreira
Em termos simples, subsunçor é o nome que se dá a um conhecimento
específico, existente na estrutura de conhecimentos do indivíduo, que permite
dar significado a um novo conhecimento que lhe é apresentado ou por ele
descoberto. Tanto por recepção como por descobrimento, a atribuição de
significados a novos conhecimentos depende da existência de
conhecimentos prévios especificamente relevantes e da interação com eles.
O subsunçor pode ter maior ou menor estabilidade cognitiva, pode estar mais
ou menos diferenciado, ou seja, mais ou menos elaborado em termos de
significados. Contudo, como o processo é interativo, quando serve de idéia-
âncora para um novo conhecimento ele próprio se modifica adquirindo novos
significados, corroborando significados já existentes. (MOREIRA, 2012, p.2)
2Foi o primeiro satélite espacial a ser lançado pela Rússia (antiga URSS), a palavra sputnik é russa,
que significa satélite.
33
palavras de Sasseron (2017, p.27) “são ações estratégicas que o professor deve ter
em mente ao planejar e implementar suas aulas”.
investigativa, Carvalho (2013, p. 2) alerta que “não é possível iniciar nenhuma aula,
nenhum novo tópico, sem procurar saber o que os alunos já conhecem ou como eles
entendem as propostas a serem realizadas”. Assim sendo, o ensino por investigação
é um processo que se inicia fazendo um levantamento dos conhecimentos já
existentes dos participantes do processo, para então realizar os procedimentos
previstos nas atividades investigativas.
Na literatura encontra-se diversos pesquisadores na linha do ensino por
investigação, apesar de haver várias enfoques nas abordagens investigativas,
Zompelo e Laburú (2011) encontraram várias convergências nessas atividades, o que
fica evidente entre esses autores, é que “para uma proposta investigativa deve haver
um problema para ser analisado, a emissão de hipóteses, um planejamento para a
realização do processo investigativo, visando a obtenção de novas informações, a
interpretação dessas novas informações e a posterior comunicação das mesmas”
(ZÔMPELO e LABURÚ, 2015, p. 74-75), e essas características devem ser levadas
aos discentes durante uma aula investigativa. E na prática, é comum a realização das
ações em grupos, motivando discussões e a socialização das ideias.
Baseado nos referenciais teóricos, aqui já expostos nessa seção, após a
fase do levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos, os procedimentos
didáticos para uma abordagem investigativa, podem ser resumidos na tabela 1.
Método Paulo Freire, sendo uma didática de ensino reconhecida mundialmente, onde
o próprio autor descreve que:
A prática problematizadora [...] não distingue estes momentos no que fazer
do educador-educando. Não é sujeito cognoscente, quer quando se prepara,
quer quando se encontra dialogicamente com os educandos. O objeto
cognoscível, de que o educador bancário se apropria, deixa de ser, para ele,
uma propriedade sua, para ser a incidência da reflexão sua e dos educandos.
Deste modo, o educador problematizador re-faz, constantemente, seu ato
cognoscente, na cognoscibilidade dos educandos. [...] Quanto mais se
problematizam os educandos, como seres do mundo e com o mundo, tanto
mais se sentirão desafiados. [...] Desafiados, compreendem o desafio na
própria ação de captá-lo. (FREIRE, 1987, p.40)
Não se pode seguir a lógica da educação bancária, Freire (1987) relata que
o educador não deve fazer do aluno (educando) um deposito de informações, na
lógica freiriana, os alunos devem praticar a reflexão, ser desafiados com situações
que tenham conexões com o mundo deles, e o professor como conciliador desse
processo em que o estudante é o protagonista e crítico do mundo ao seu redor. No
ensino de Física, partindo do pensamento freiriano, Muenchen e Delizoicov (2014)
compartilham que na Problematização inicial
[...]apresentam-se questões ou situações reais que os alunos conhecem e
presenciam e que estão envolvidas nos temas. Nesse momento pedagógico,
os alunos são desafiados a expor o que pensam sobre as situações, a fim de
que o professor possa ir conhecendo o que eles pensam. Para os autores, a
finalidade desse momento é propiciar um distanciamento crítico do aluno ao
se defrontar com as interpretações das situações propostas para discussão,
e fazer com que ele sinta a necessidade da aquisição de outros
conhecimentos que ainda não detém. (MUENCHEN e DELIZOICOV, 2014, p.
620)
Problema P P P P A
Hipóteses P P P A A
Plano de trabalho P P A A A
Obtenção de dados A A A A A
Conclusões P A A A A
Fonte: CARVALHO, 2010, p.55; SASSERON e SOUZA, 2017, p.28; CARVALHO, 2018, p. 768.
liberdade IV, ou seja, o professor leva o problema aos alunos. Nesse caso Carvalho
(2018) alerta que
[...]o papel do professor continua muito importante, uma vez que é ele quem propõe
o problema a ser resolvido, discute algum aspecto com o grupo que solicitar e, no
final, discute as conclusões. O problema deve estar relacionado ao contexto teórico
estudado e as conclusões devem levar a uma visão mais profunda da teoria. (Carvalho,
p. 769, 2018)
3Sequência FEDATHI é uma abordagem didática idealizada pelo Prof. Dr. Hermínio Borges Neto, da
Universidade Federal do Ceará.
40
4 Os autores Santos e Montimer (2005) empregam o termo letramento como sinónimo de alfabetização.
47
C
n=V (1.0)
deste tópico), o meio 1 seria a Glicerina, pois o raio de luz passar para a Água (menos
refringente que a Glicerina) se afastaria da reta normal.
2
S1 = √𝑥 2 + 𝑎2 (1.1)
2
S2 = √𝑏 2 + (𝑑 − 𝑥)2 (1.2)
t = t 1 + t2 (1.3)
𝑆𝑛
Como tn = , onde n é o meio em que a luz está passando, fica:
𝑉𝑛
𝑆 𝑆
t = 𝑉1 + 𝑉2 (1.4)
1 2
𝑉𝑛
Sendo também nn = , substituindo na equação (1.5), tem-se que:
𝑐
𝑛1 𝑆1 +𝑛2 𝑆2
t= (1.5)
𝑐
52
2 2
S = n1∙ √𝑥 2 + 𝑎2 + n2∙ √𝑏 2 + (𝑏 − 𝑥)2 (1.7)
x (d − x)
n1 ∙ = n2 ∙ (1.8)
√a2 +x² √b2 +(d − x)²
𝑥
= senα (1.9)
√𝑎 2 +𝑥²
E que
(𝑑−𝑦)
= senϴ (2.0)
√𝑏 2 + (𝑏−𝑥)²
3.3 DIÓPTRICO
5 O autor não usa o termo dioptro esférico, mas utiliza o termo superfícies esféricas refrativas.
54
α=ᵩ+ᵝ (2.4)
55
ᵝ=ϴ+σ (2.5)
ϴ=ᵝ-σ (2.6)
𝑛1 𝑛2 (𝑛2 − 𝑛1 )
+ = (2.8)
𝑝 𝑝′ 𝑟
𝑛1 𝑛1 (𝑛2 − 𝑛1 ) 1
lim ( + = )
𝑟→∞ 𝑝 𝑝′ 𝑟
𝑛1 𝑛1
+ =0 (2.9)
𝑝 𝑝′
56
3.4 LENTES
As lentes esféricas são chamadas dessa forma porque pelo menos uma de
suas faces tem o formato esférico. Vimos neste trabalho que temos o dioptro esférico
e o dioptro plano, portanto a lente esférica tem o significado de uma associação de
dioptros. Vejamos a seguinte formação de uma lente esférica.
57
6 É comum alunos do ensino médio ou até mesmo estudantes de graduação terem dificuldades em
diferenciar “lentes espessas” de “bordas espessas”.
58
distâncias são negativas. Para as posições objetos e imagens, em relação ao eixo das
ordenadas, o tamanho, podem ser do tipo direita ou invertida, ver Tabela 7.
p’ ∙ f = p ∙ (p’ – f )
1 1 1
= –
𝑝 𝑓 𝑝′
1 1 1
= + (3.3)
𝑓 𝑝 𝑝′
A equação (3.3) é conhecida como a Equação dos pontos conjugados ou a
Equação de Gauss. Onde f é a distância focal, p é a posição objeto até a lente, e p’ é
a posição imagem, todas em relação a lente. Lembrando que os termos (f), (p) e (p’),
65
𝑛2 𝑛1 (𝑛2 − 𝑛1 )
- + = (b)
𝑝′ 𝑝′ 𝑟𝑏
7Há autores que usam outras denominações para a distância do ponto focal até o vértice da lente, por
exemplo, Pimentel (1993) chama de distância focal aparente.
67
1 1 1 (𝑛−1)𝑑
= (n – 1) ( − + ) (3.5)
𝑓 𝑟1 𝑟2 𝑛 𝑅1 𝑅2
uma lente líquida. Existem diversas formas de se construir uma lente líquida, na
literatura há diversos materiais para se desenvolver lentes líquidas, podemos
encontrar uma lente líquida em uma simples gota d’água ou em uma moderna e
tecnológica câmara de celular. Várias propostas pedagógicas estão disponíveis aos
professores para construção de uma lente líquida, como são muitas possibilidades e
variações, destacaremos as de fácil confecção para aplicação, são as lentes líquidas
feitas de:
1 – Garrafa ou Copo Cilíndrico (VALADARES, 2012)
2 – Copo Béquer ou Copo Cilíndrico (BRANCA, 2013);
3 – Gotas d’agua (MATEUS e THENÓRIO, 2014);
4 – Aquário (STINSON, 1991);
5 – Acrílico com água (proposta de AUTOR, ANO);
6 – Balão transparente (VALADARES, 2012)
7 – Bulbo de uma lâmpada (PIMENTEL, 1999);
8 – Cano de PVC e vidros de relógio (PIMENTEL e BRINATTI, 1989)
escassez de recursos e tempo disponíveis para a atividade, mas seria uma excelente
iniciativa.
Com formato de movimentação mecânica também temos diversos modelos
na literatura, podemos citar o trabalho de Sugiura e Morita (1993), trata-se de uma
“lente óptica cheia de líquido de foco variável, que consiste em uma placa sólida, um
espaçador de anel e uma película elástica, e um líquido preenche esse recipiente em
forma de lente. Altera-se o foco, alterando o volume do líquido na lente.” (SUGIURA e
MORITA, 1993, p.4181, tradução nossa), a lente de Sugiura e Morita possuem apenas
uma face móvel e a outra plana, na qual realizou estudos sobre o efeito da gravidade
na face. Qualquer líquido pode fazer parte dessa lente, Sugira e Morita (1993) em sua
lente usaram óleo de dimetil silício. Na intenção de minimizar efeitos gravitacionais na
lente, Choi et al. (2009) utilizou gel, sendo que sua sugestão de lente é bem mais
complexa devido ao aparato tecnológico usado no projeto. Mas o fator gravidade não
é altamente ofensivo ou destrutivo para estudos básicos de física, sendo as lentes
liquidas de foco ajustável, que usam o princípio de acionamento mecânico, as mais
proveitosas de reproduzir, devida a simples técnica de funcionamento e pelo baixo
custo, sendo uma melhor opção para o contexto escolar. Já é usado em óculos para
corrigir problemas de visão, como na Figura 18.
Figura 19 - Lente Líquida de foco ajustável (Melo Neto, Dias e Abagaro, 2018)
O coeficiente desta reta nos fornece o foco da lente (f= 2,5 cm), que condiz
com o foco médio da Tabela 9. Com esses dados observa-se que, o Banco Óptico
juntamente com a Lente Líquida de Melo Neto, Dias e Abagaro (2018), representam
uma aplicação didática que permite ao aluno estudar as variáveis previstas na
equação de Gauss.
Ainda sobre lentes líquidas de foco ajustável, recentemente, Uchida (2019)
propôs uma lente líquida de foco ajustável, utilizando duas tampas de conservação de
alimentos (Keepeez lids) com diâmetro de 8 cm, e uma seringa de 100mL, o autor
aplicou em uma simulação do olho humano, aparentemente a lente apresentada só
assumi o formato biconvexo.
Cada lente tem o seu próprio índice de refração, e estão imersas em meios
refrativos de índices diferentes, se todos os índices fossem exatamente iguais, não
teríamos o fenômeno da refração, ou seja, a luz não sofreria desvio. A Tabela 10
apresenta os índices de refração de cada parte do olho.
4 METODOLOGIA
Nos blocos I e II, as questões são objetivas, para sinalar com “X” a resposta
que eles julgassem mais adequada, com respostas sim, não e não sei, conforme
mostra a Figura 27.
terceiro quartil. A linha interna indica o segundo quartil ou mediana. Os quartis são as
separatrizes que dividem o conjunto em quatro partes iguais, são usados na estatística
descritiva para facilitar a visualização da dispersão dos dados. O primeiro quartil é o
valor do conjunto que delimita os 25% menores valores. O segundo quartil é a própria
mediana, que separa os 50% menores dos 50% maiores valores. O terceiro quartil é
o valor do conjunto que delimita os 75% maiores valores.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aluno 2: “Umas é para substituir o óculos, outras são para identificar a cor dos
olhos.”
Aluno 3: “Um tipo de lente para quem tem problemas de vista, ou para mudar a
cor do olho.”
Aluno 4: “lentes são vidros qui pode coloca grau pras pessoas qui tem doença
no olho”
Aluno 5: “Eu entendo que as lentes e muito importante para as pessoas que
precisa usar óculos.”
Aluno 6: “as lentes também servem para relaxar os olhos fazendo com que eles
não precizem fazer tanta força pra enxergar.”
90
usada. Porém, observou-se que havia uma certa timidez dos alunos em expor suas
ideias perante o professor e a turma, comportamento diferente ocorria quando a
exposição era apenas feita nos grupos. Esses conceitos iniciais trabalhados são
importantes para que os materiais da SEI se apresentem aos alunos de forma
potencialmente significativa. Na aula do dia 22, mostrou-se também a lente líquida de
foco ajustável, nas suas formas biconvexa e bicôncava, comparando-se com as
figuras do livro didático.
fase de hipóteses todos os grupos haviam escrito que o cubo de acrílico iria aumentar
a imagem, conforme mostra os registros da Figura 29.
encontraram um ponto em que a imagem não se formava, o que gerou uma série de
debates. A seguir (Quadro 7) destacaremos as principais falas A, B e C.
A maioria dos alunos conseguiram verificar esse fato de que a imagem não
se forma, mas mesmo assim não houve interesse dos alunos de medir distâncias ou
de utilizar a régua. Então, o professor solicitou que utilizassem a régua para medir a
distância em que não se forma imagem (Figura 34).
Era esperado que eles utilizassem a régua já que foi entregue a cada grupo,
porém, o que pode ter ocorrido em nosso caso é que a discussão do problema ficou
voltada para a verificação de imagens, ou talvez a falta de habilidade para realizar
medidas, que a maioria desses alunos nunca tiveram contato com realização de
medições.
Finalizando a coleta de dados, o professor recolhe os kits distribuídos,
juntamente com a folha de coleta de dados e retorna com os alunos para a sala de
aula. Na aula posterior, realizada no mesmo dia, o professor pediu para que os alunos
98
desenhou na lousa o traçado de raios. Uma dos alunos, também realizou a seguinte
comunicação (Figura 36) para a sala a respeito das imagens formadas pela lente
biconvexa, “fica menor, porém quando pressionada fica maior e foca, de longe fica de
cabeça para baixo e pequena (biconvexa)”.
Explicou-se também aos alunos que eles irão preencher o cubo de acrílico
do kit óptico-refrativo, com um pouco de água, para imergir as lentes quando
necessário. Com a problematização, os alunos discutiram suas hipóteses, e
colocaram as opiniões na folha amarela. Em relação a pergunta 1, transcrevemos
fielmente o conteúdo escrito, conforme mostra o Quadro 10:
sempre são divergentes. Para Pozo e Crespo (2009), a formulação das hipóteses e
suas comprovações estão vinculadas, o autor reforça que em experimentação “o
controle de variáveis ou por meio de avaliação de casos ou situações percebidas”
(2009, p.71) é o que diferencia o pensamento científico de outros pensamentos. Esses
fatos da busca por resultados e comparações com modelos, são típicos do fazer
científico. Um outro grupo simplificou os dados obtidos apenas na forma escrita,
Figura 39.
proporcional de que não dependem somente da geometria, mais também dos índices
de refração da lente e os meios de imersão, ou seja, além do fator geométrico da
lente, ocorre a contribuição do fator refrativo, previsto na equação dos fabricantes de
lentes. Aproveitou-se também para uma breve discussão sobre os óculos de grau,
Figura 40.
A autora ainda relata que essa leitura deve ser pensada como uma forma
de complementar o problema. Durante esse diálogo os alunos deram várias respostas
apoiando-se nos conceitos experimentais realizados nas atividades Nº 1 e Nº 2.
O professor procura fomentar a discussão, de forma a explorar com os
alunos a relação da lente líquida de foco ajustável com a tecnologia que usam as
lentes líquidas em celulares (REN e WU, 2005), lançando a seguinte pergunta para a
turma (Quadro 11):
questão do ajuste focal está relacionado com a curvatura da lente. Nesse momento
analisa-se com os discentes as variáveis importantes da equação, solicita aos alunos
a identificação do fator geométrico (os raios – ra e rb) e o fator físico (refração – nlente
e nmeio) das lentes esféricas. Usou-se também o livro didático, pesquisando a tabela
de índices de refração de forma que os alunos conseguiram chegar na equação usual
dos fabricantes de lentes (nmeio=1).
Apresentou-se então, outra equação matemática que relaciona a distância
dos objetos, na ocasião comentou-se novamente a relação tecnológica, o ajuste
automático das câmeras fotográficas dos celulares. O professor aproveitou essa
situação para explorar a Equação de Gauss. Abaixo da equação o professor escreveu,
a seguinte situação-problema.
e desenhou essa figura (seta) no quadro branco, explicou-se também, que o anteparo
de madeira é o local onde é projetada a imagem. E novamente, mostrou-se a lente
líquida de foco ajustável.
A falta dessa habilidade pode ter gerado a não medição da distância focal
pelos alunos. Apenas um grupo calculou a distância focal da lente, mas com
intermediação do professor, e o valor encontrado foi 2,5 cm. Observou-se que os
alunos tentaram movimentar o líquido para ajustar o foco, mas essa prática altera a
curvatura, consequentemente a distância focal. Durante as medições, houve
dificuldade de encontrar nitidez da imagem no anteparo, devido a aberração produzida
pela lente. Ao final do experimento, reuniu-se os alunos na sala de aula para
comunicação dos resultados, e a sistematização do conteúdo.
Na análise do pré-teste e pós-teste, foi perguntado quais as características
das lentes convergentes (biconvexa imersa no ar), o que seria possível de formar
(invertida, maior, menor, direita, real, virtual), o aluno tinha a opção de marcar “não”,
“não sei” ou “sim”.
115
menores, houve pouca variação, acredita-se que esse fato, pode ter sido pela forma
do questionamento, talvez ficou difuso para os alunos, ou que as concepções
alternativas prevaleceram, o que conforme argumentam Pozo e Crespo (2009)
algumas dessas concepções são muito difíceis de modificar, que permanecem por
longos tempos de instrução científica, e até mesmo ocorre em especialistas da área.
Em relação a lente Divergente (bicôncava imersa no ar) no pré-teste
obtiveram-se os seguintes resultados (Gráfico 7) para as possibilidades da imagem
(ver Apêndice A.1, Bloco II, da questão 21 até 26):
O fator que chamou a atenção foi que no pós-teste a maioria afirmou que a
imagem é direita e houve um crescimento no percentual de respostas sobre a imagem
117
menor, o que nos levantamentos de hipóteses sobre as lentes existia uma forte
preconcepção de que lentes formam imagens do tipo ampliadas. Em relação aos tipos
de imagem virtual e real, não houve avanços, demonstrando-se a dificuldade em
assimilação do que é imagem real e imagem virtual. Em diálogos, a maioria associa
virtual ao tecnológico, aos computadores, à internet, entre outros termos semelhantes
a esses.
Vários alunos relataram que sim, e logo em seguida foi perguntado como a
imagem ficaria se o globo ocular fosse ampliado. As hipóteses levantadas foram
diversas, alguns relatos foram (Quadro 22):
9Ametropias é o nome utilizado para erros refrativos da visão, tais como a miopia, a hipermetropia e o
astigmatismo.
123
Subsaariana, pelo físico britânico Joshua Silver como tecnologia alternativa barata
para amenizar a carência de assistência médica oftalmológica da população africana.
A leitura ocorreu em voz alta pelo professor, onde cada aluno acompanhou o texto.
Ao final, o professor pediu a opinião dos alunos sobre o texto.
Um grande debate sobre o texto foi realizado, no entorno do contexto
social, e diversas teses surgiram como: o empenho de empresas para minimizar os
custos, o desenvolvimentos tecnológicos para retirada das seringas usados no
protótipo dos óculos de Silver. O debate trouxe relações CTSA, o que para Santos
(2007), a abordagem CTSA deve propor problemas reais, usando o conhecimento
para compreender e buscar as soluções para essas problematizações. As relações
CTSA, fomentaram o processo educativo, o que conforme Pozo e Crespo
[...] a educação cientifica também afeta as atitudes dos alunos na vida social
fora da sala de aula e os seus aprendizados. As atitudes com respeito às
implicações sociais da ciência, habitualmente canalizadas pelas relações
entre ciência, tecnologia e sociedade, exigem que o aluno adote posições
com respeito aos usos sociais da ciência e suas consequências, valorizando
problemas como a relação entre ciência e mudança social (POZO e
CRESPO, 2009, p.39, grifo dos autores)
6 CONCLUSÕES FINAIS
proposto. Reflexão essa, que por vezes ocorre devido ao conflito cognitivo gerado
pela atividade, ou por vezes ocasionado pela cooperação e discussão das ideias em
grupo. As várias formas de expressões também manifestaram-se no decorrer dos
trabalhos, como a escrita, a oral, a gestual, dentre outras. As aulas de sistematizações
do conteúdo fizeram o aprofundamento dos assuntos, assim como interações de
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente, mostrado que a ciência é algo para
além dos muros da escola, são realidades do dia a dia, próximas dos alunos. Ao
mesmo tempo, fomentaram uma visão de mundo mais crítica pelos alunos.
A SEI proporcionou a participação ativa dos alunos do começo ao fim, mas
o fator tempo limitou algumas atividades, pois os novos problemas propostos pelos
próprios alunos nas investigações, as discussões em grupo, as reflexões exigidas
para solucionar, o discernimento dos conflitos cognitivos, necessitam de tempos
prolongados, até mesmo tempo extra. A questão temporal foi o que mais preocupou
em algumas atividades, por diversas vezes a aula passava do tempo previsto, e
sempre o professor da aula seguinte, gentilmente nos cedia dez ou quinze minutos da
seu horário. Outro fator observado durante algumas atividades experimentais, são as
dificuldades dos alunos em realizar medidas simples, como por exemplo medidas
usando a régua. Provavelmente, seria interessante a realização de atividades pré-
experimentais, com instrumentos de medições, como por exemplo realização de
leituras e o uso da régua. Porém, esse fato, novamente retoma o problema anterior, a
necessidade de tempo extra para realização dessa atividade. Percebeu-se que em
atividades escritas, como questões abertas (do pré-teste ou pós-teste), assim como,
uma construção de relatório, ou de sistematização de conteúdo, muitos alunos
apresentaram resistência em realizar seus próprios registros e outros simplesmente
copiavam o pensamento do colega. Acredita-se que isso decorre da falta de situações-
problemas nas atividades de ensino, pois no ensino tradicional, o aluno está habituado
a responder exercícios realizando cópias do livro, ou de respostas prontas vindas da
lousa. Desta maneira, o fato das atividades não apresentarem respostas prontas,
pode ter desestabilizado alguns alunos, e por fim, outro fator provável, seria a
dificuldade na realização da escrita, de redigir um texto formal, ou científico. Esses
fatores precisam ser melhor analisados, se são oriundos de outros processos ou
contextos, como escolar ou social.
Para o professor a sequência de ensino exigiu uma postura de mediador
do conhecimento, e ao mesmo tempo produz uma maior satisfação na atividade
132
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139
APÊNDICES
141
QUIXADÁ – CE
2019
142
Apresentação
SUMÁRIO
Juntamente com essa lente líquida de foco ajustável, fazem parte também
do kit uma garrafinha de altura em torno de 6cm, e um cubo de plástico com arestas
de 5 cm, ambos em material transparente e facilmente encontrados em lojas de festas
infantis, com valores de custo exíguos. Os componentes do kit óptico-refrativo estão
na Figura 2.
Figura 2 - Componentes básicos do Kit óptico-refrativo
(Fonte: o próprio autor / (a) Vista do fundo, (b) Vista frontal e (c) Vista lateral)
O trilho graduado serve para analisar as distâncias do objeto até a lente (p),
e distância da lente até a imagem (p’). Utilizou-se uma canaleta de alumínio de
aproximadamente 1 metro, e largura semelhante a base da caixa de leite/suco. Na
lateral da canaleta colamos uma trena (usadas por costureiras e alfaiates) graduada
em centímetros. Nada impede que no lugar da canaleta possa ser utilizada uma
madeira, o importante e a livre movimentação da lente e do anteparo sobre o trilho
graduado.
estudo de refração realizado por Lopes e Aguiar (2013), uma mistura de açúcar com
água, de 50 por cento em peso de concentração (naçúcar=1,41), e no balão novamente
colocou-se apenas água. A solução de agua com açúcar é necessária, pois a lente
(nesse caso o cristalino) tem que estar inserida em um meio de índice de refração
diferente, para que ocorra a refração. A ilustração a seguir (Figura 17) é um resumo
da montagem do modelo didático de olho humano.
Figura 17 - Etapas de montagem do olho hidráulico
Nos blocos I e II, as questões objetivas, onde os alunos podem optar pelas
respostas sim, não e não sei. O bloco III, as questões relacionadas a observação das
imagens e relação de distanciamento do objeto a lente, com ilustrações das possíveis
formações de imagens, onde o aluno julgará a figura mais apropriada. E o bloco IV, é
uma questão aberta, onde possibilita o aluno escrever a sua livre opinião sobre a
159
função do “óculos de grau”, uma aplicação cotidiana, essa questão serve para o
professor caracterizar os conhecimentos prévios no pré-teste e também analisar
indícios da alfabetização cientifica no pós-teste.
O Teste tem um total de 31 questões, os três primeiros blocos são questões
de marcar e o último bloco com uma questão aberta, esse formato se deu na tentativa
de ampliar a coleta de dados relacionados ao condições fenomenológicas que as
lentes líquidas de foco ajustável podem proporcionar durante as observações. Pela
nossa experiência, testes só com questões abertas apresentam resistência pelos
alunos, o índice de retorno se torna muito baixo e o tempo para sua aplicação é
extenso. Dessa forma, o Bloco I compreende da questão 1 até 14, o bloco II da
questão 15 até a 26, o bloco III da questão 27 até 30, e o bloco IV foi uma questão
aberta a 31.
Preparativos da aula:
Iniciando a atividade:
Preparativos da aula:
Solicitar que os alunos formem suas equipes. O professor deve fazer uma
breve revisão da atividade realizada na aula passada, assim como deve explicar que
para essa atividade é possível despejar toda água que está dentro do conjunto da
lente líquida (seringa, cânula e câmera) e preenchê-la com qualquer outro líquido ou
simplesmente de ar.
A glicerina poderá ser condicionada na garrafinha que faz
parte do Kit óptico-refrativo.
Dicas - Com o propósito de otimizar o tempo, sugerimos ao
pré-laboratório professor, se possível, que adicione em cada kit óptico-
refrativo uma outra lente líquida de foco ajustável esvaziada,
sem água, ou seja, com apenas ar dentro.
163
Iniciando a atividade:
o Kit óptico-refrativo e uma pequena régua. É entregue também, uma nova folha na
cor verde para que os estudantes registrem a coleta de dados, e nesse mesmo
momento, o professor recolhe a folha amarela das hipóteses. Os alunos têm a
liberdade da ação procedimental e intelectual para solucionar o problema, o professor
apenas colabora como mediador do processo, sem dar respostas, apenas
promovendo a argumentação com perguntas do tipo “O que aconteceu? ” ou “Como
vocês chegaram a isso?” de forma a incentivar a participação de todos.
Durante a coleta de dados, é importante solicitar aos alunos que registrem
todos os detalhes. No caso da Lente Líquida no formato Biconvexo e Bicôncavo é
interessante estimular o desenho das imagens em situações de perto ou longe do
objeto. Como o processo investigativo é altamente dinâmico, é possível surgir outros
questionamentos, tanto por parte dos alunos quanto do professor. Sugerimos ao
professor, a seguinte pergunta intermediária para seus alunos no decorrer da coleta
de dados com a lente líquida Biconvexa e Bicôncava:
- Para perto ou para longe, há mudanças na imagem?
Perguntas
- Com essa lente biconvexa ou bicôncava, existe uma distância
intermediárias
(ou ponto) em que a imagem desaparece ou fica totalmente
sem nitidez?
Preparativos da aula:
Nessa aula o professor solicita que todos façam um grande círculo, devolve
as folhas de Hipóteses e também a de Coleta de dados.
Iniciando a atividade:
- Hoje, já existem celulares com lentes líquidas, como é que fazem para ajustar a
imagem?
1 𝑛𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 1 1
= ( – 1) ( + )
𝑓 𝑛𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑟𝑎 𝑟𝑏
medidas para calcular o foco da lente através da projeção de imagens. Com este
Banco óptico desenvolvido, o professor também pode realizar essas mesmas
atividades, basta que se deixe fixa a quantidade de líquido, ou seja, mantenha a
curvatura da lente líquida de foco ajustável.
O que pretende-se, é dar um viés mais científico, e motivador para os
estudantes, a sugestão é realizar uma tratativa investigativa com o banco óptico, com
situações-problemas que exijam do aluno ações atitudinais, como por exemplo dar a
oportunidade aos alunos de alterarem a curvatura da lente líquida de foco ajustável e
encontrar a nova relação focal, ver que tipo de lente projeta a imagem (biconvexa ou
bicôncava), e como é a imagem projetada. É no sentido da tomada de consciência
das variáveis envolvidas, uma atividade que proporcione uma maior reflexão dos
alunos aos fenômenos ópticos da lente, um planejamento renovador para o banco
óptico. Para isso, faremos um tratamento diferente do tradicional, voltado para análise
de projeção das imagens, e consequentemente análise das variáveis matemáticas.
Preparativos da aula:
régua, a fonte de luz tem uma figura que será projetada pela lente, e desenhar essa
figura no quadro branco, e explicar também, que o anteparo de madeira é o local onde
será projetada a imagem. E novamente, mostra-se a lente líquida de foco ajustável,
na qual, injetando o líquido tem-se o formato Biconvexo e retirando-se o líquido o seu
formato é Bicôncavo.
E relembrar os cuidados da lente:
1- Manter a seringa na posição vertical, evitando assim, a entrada de bolhas de ar na
lente;
2- Ao movimentar o pistão da seringa, não se deve retirar todo o líquido interno, pois
as faces se juntarão e não será uma Bicôncava; e
3- Não injetar todo o líquido, pois a lente Biconvexa assumirá uma forma esférica, isso
modifica suas características.
Essas explicações são importantes para ajudar os alunos faltosos, assim
como, reforçar a manejo da lente líquida aos demais alunos. O professor entrega para
cada grupo a folha amarela, onde cada participante do grupo registrará sua hipótese
sobre a problematização experimental.
Iniciando a atividade:
A atividade tem início com as seguintes situações-problemas:
- A lente biconvexa projeta imagem? Como será a imagem?
Problematização - A lente bicôncava projeta imagem? Como será a imagem?
- Como podemos encontrar o foco de uma lente?
distâncias, foco, ampliação ou redução de imagem, de tal forma que provoquem nos
alunos a análise de outras variáveis relevantes.
Preparativos da aula:
É necessário que o professor ajuste a projeção da imagem, regulando o
modelo didático do olho humano, fazendo que a imagem seja projetada no fundo do
balão. Baste que o professor ajuste a entrada dos líquidos nas cânulas 1, 2 e 3, da
Figura 19.
Figura 19 – Calibrando a projeção da imagem pelas cânulas
Iniciando a atividade:
Com uma breve explicação da montagem e componentes do modelo
didático de olho humano, o professor vai mostrando os elementos principais do
sistema óptico do modelo de olho proposto. A primeira lente é a córnea, Figura 20.
172
O que ocorre quando olhamos para um objeto perto do nosso rosto e outro
bem longe?
A cirurgia a laser para corrigir a visão, em qual lente do olho vocês acham que o
laser é usado? Na córnea ou no cristalino?
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Uchida, S. A. Variable Focal Length Lens Made from a Food Preservation Lid. The
Physics Teacher, 57(3), 173–175, março, 2019.
Julgue nos itens a seguir, quais materiais seriam possíveis de se construir uma
lente.
N° do item SIM NÃO Não Material
sei
8 Resina
9 Cimento
10 Vidro
11 Água
12 Glicerina
13 Álcool
14 Areia
182
Sobre a formação da imagens dessa lente nessa situação, podemos afirmar que:
184