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Processo de Licenciamento nº 18xx – PX/7X


Localização: Largo Dr. XXXXXXX nº XX – 2700-840 AMADORA
Fração: AB, com 250 m2
Requerente: José XXXXXX, na qualidade de “dono de obra”
NIF: 999 999 999

Pedido de Viabilidade
Projeto de exaustão dos gases provenientes da Cozinha
Profissional

I - Generalidades e Condicionantes do Espaço

Pretende-se dotar-se a loja com um conjunto de instalações, que garanta as condições de


climatização e ventilação, adequadas à função a que se destinam os espaços. Pretende-se
uma instalação com uma grande simplicidade de exploração e manutenção.

Não há infraestrutura dedicada para a exaustão da hote, motivo porque deve ser solicitado um
parecer prévio à Camara Municipal da Amadora sobre a viabilidade de ser instalado um
sistema alternativo, conforme justificado no capítulo II, e que já está aceite e implementado em
inúmeros municípios de Portugal há mais de 10 anos.

Na definição e no desenvolvimento das soluções serão devidamente ponderados os aspetos


relativos à componente energética, às limitações físicas dos espaços em análise, à
funcionalidade, às condições de manutenção, redundância, fiabilidade das instalações e
viabilidade económica.

A solução de exaustão dos gases provenientes da Cozinha Profissional será caracterizada por:

• Sistema de Exaustão da Hote através de ventilador mecânico (autónomo) com descarga


para o exterior dos gases depois de devidamente filtrados:
a) através de uma nova prumada de ventilação, a construir na fachada tardoz do
edifício, solução que neste caso não é viável já que há o espaço adequado entre os
vãos envidraçados do edifício; esta solução também careceria de autorização
prévia da Camara Municipal da Amadora, ou

b) diretamente para uma das fachadas do edifício, devido à impossibilidade de


ligação a outro local; esta solução carece de autorização prévia da Camara
Municipal da Amadora. Esta solução é possível.

• Hote compensada ligada aos ventiladores de exaustão e de ar-novo;

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II ‐ Extração da Hotte / Conduta de Evacuação – sistema alternativo

Como não há uma conduta dedicada para a exaustão da hote até à cobertura, e não é possível
construir uma nova conduta exterior devido à proximidade de vãos envidraçados, deve ser
solicitado um parecer prévio à Camara Municipal da Amadora, sobre a viabilidade de ser
instalada uma solução alternativa, incorporando um conjunto de filtragem múltipla, eletrostática
e de carvão ativado (descrito na secção de Sistemas de Filtragem), que garanta a adequada
limpeza do ar antes da saída para o exterior, com base nos seguintes pressupostos:

1. Analisando o RGEU, Decreto-Lei n.º 38382 de 07-08-1951 (Regime Geral de


Edificações Urbanas), com as suas revisões até ao DL 290/2007, de 17 de Agosto (que
alterou Artº 17º), é referido no seu artigo Art. 112.º que “As condutas de fumo deverão
formar com a vertical ângulo não superior a 30º.A sua secção será a necessária para
assegurar boa tiragem até ao capelo, porém sem descer a menos de 4 decímetros
quadrados e sem que a maior dimensão exceda três vezes a menor.” Naturalmente este
artigo refere-se essencialmente a sistemas de ventilação natural.

No seu Art. 113.º o REGEU refere que “As condutas de fumo elevar-se-ão, em regra,
pelos menos, 0,50 m acima da parte mais elevada das coberturas do prédio e, bem assim,
das edificações contíguas existentes num raio de 10 metros. As bocas não deverão distar
menos de 1m,50 de quaisquer vãos de compartimentos de habitação e serão facilmente
acessíveis para limpeza.”

Já em 1951 o termo usado “em regra” mostrava a aceitação implícita do legislador na


análise e aprovação de sistemas alternativos.

2. A Norma Portuguesas NP 1037-4, publicada em 2001, Ventilação e evacuação dos


produtos da combustão dos locais com aparelhos a gás / Parte 4: Instalação e ventilação
das cozinhas profissionais no seu “capítulo 5.1.4 Concepção dos sistemas de
ventilação” refere que para cumprimento da presente Norma, os sistemas de ventilação
das cozinhas profissionais devem obedecer aos seguintes requisitos: na sua alínea c) “O
sistema de extracção do ar viciado deve garantir que as emissões para o exterior,
resultantes da existência de gases, cheiros e gorduras, se processam sem gerar qualquer
incómodo nas imediações envolventes da cozinha”.

No seu “capitulo 8 Casos em que não é possível instalar uma conduta de extracção
adequada” refere ainda que “quando não for possível a instalação de sistemas de ventilação
com as condutas calculadas por um dos métodos indicados na secção 7, é ainda possível
instalar sistemas alternativos que garantam a higiene do ar ambiente da cozinha.” E que a
adotar sistemas alternativos, “A instalação de um sistema alternativo ficará condicionada à
existência de um plano de manutenção escrito, validado pelo representante dos
equipamentos e implementado sob a responsabilidade do proprietário da instalação.”.

3. É comum existirem sistemas alternativos que viabilizem inúmeros espaços comerciais,


como acontece em todos os países desenvolvidos. Com base nessa necessidade têm sido
desenvolvidos ao longo dos anos eficientes sistemas de filtragem de ar que permitam a

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evacuação dos gases provenientes das cozinhas profissionais praticamente limpo. Foi o
caso da CLIMA PORTUGAL, que desde 1997 desenvolve os equipamentos MKC para
esse fim, tendo obtido o primeiro parecer (seguiram-se outros durante o desenvolvimento
da gama de produtos) do ISQ em Março de 1998 onde é referido que “somos de parecer que
o equipamento aqui analisado” (Módulo de Filtragem Electrostática MKC) “é um equipamento
que aponta para cumprir com as características de funcionamento reclamadas pelo
fabricante, sendo, por isso, adequado à depuração de fumos, eliminação de odores e retenção
de gorduras em cozinhas industriais; sendo capaz de fazer a depuração desses gases até níveis
aceitáveis em termos da concentração dos contaminantes geralmente presentes nesses gases.”

“Parece-nos ainda”, refere o ISQ, “que este equipamento será capaz de permitir, em condições
normais de funcionamento (o que implica naturalmente uma boa manutenção e limpeza dos
elementos de filtração, conforme referido no catálogo do equipamento) que os gases por ele
depurados se encontrem em conformidade com a legislação nacional de qualidade do ar, ou
seja, os valores limites de aplicação geral em vigor, que constam do Anexo IV da Portaria N°
286/93, em particular os valores limite de 300 mg/Nm3” (extrato do Parecer do ISQ, Março de
1998).

4. Existem hoje soluções que possibilitam, de forma segura, a exceção admitida em 1951 no
RGEU, e que desde 2001 está prevista na NP 1037-4.

III - Hote
Será utilizada uma hote do tipo compensada, não motorizada interligada, construída em chapa
de aço inox.

As hottes compensadas serão utilizadas para a evacuação do calor, captação e filtragem dos
poluentes emitidos pelos equipamentos instalados. Utiliza um sistema de compensação
otimizado em função do caudal de exaustão.

A hote deve ser equipada de fábrica com golas em aço inox para exaustão e admissão de ar-
novo para compensação e sistema de extinção de incêndios.

Pretende-se garantir:

-Otimização da eficácia global da ventilação dos espaços em causa;

-Melhor rendimento de exaustão, economizando energia em comparação com uma hote


tradicional;

-Melhor qualidade do ar e mais conforto para os utilizadores;

-Sistema de compensação integrado na hote;

-Facilidade de instalação;

-Estética e higiene: sistema de separação de gorduras.

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IV - Sistema de Filtragem Eletrostático


O sistema de filtragem de fumos será do tipo mecânico e eletrostático.

Será um sistema de depuração de fumos, marca MKC Artronic, ou equivalente, ou seja um


sistema de precipitação electroestática indicado para a filtração de fumos, redução de odores e
retenção de gorduras provenientes de cozinhas industriais.

Este sistema deve fazer a depuração desses gases até níveis aceitáveis em termos de
concentração dos contaminantes geralmente presentes nesses gases.

Cada sistema é de fabrico em série, compacto, e será constituído funcionalmente, e em


sequência, pelos seguintes elementos: um módulo completo de filtragem eletrostática
constituído por um pré-filtro em malha com 25 mm de espessura), um ionizador com 60 mm de
espessura, um coletor separado com 275 mm de espessura e finalmente por um filtro de
carvão ativado com 25 mm de espessura. Este equipamento permite o tratamento adequado
dos gases de exaustão.

Cada sistema é de fabrico em série, compacto, incluindo Quadro Elétrico de comando e


alarme.

O equipamento filtra o ar contaminado através das seguintes sistemas de filtragem:

a) Filtros metálicos de 490x490x25 mm, construídos totalmente em chapa galvanizada,


composto por um aro com duas redes de proteção em lâmina estirada e manta filtrante
também com várias camadas de redes estiradas em chapa galvanizada;

Eficiência: Classe G2 segundo a EN779 / (EU-2 seg. Eurovent 4/5).

b) Filtro eletrostático, onde se produz a filtragem principal, que retém as partículas inferiores
a 1 mícron.
c) Filtro de carvão ativado, que absorve os cheiros e reduz odores desagradáveis.

A separação das partículas suspensas no ar é feita em três etapas fundamentais:

1) A ionização dessas partículas passa através de um sistema de elétrodos


construídos com fios de tungsténio de 0,2 mm de diâmetro e placas de
alumínio.
Entre estes elétrodos aplica-se um potencial de 6,8 KV de CC.

2) As partículas suspensas no ar, carregadas eletricamente, ao atravessar o


campo magnético criado pelo conjunto de placas de alumínio ligadas
alternadamente a um diferente potencial, são atraídas pelos elétrodos onde
ficam depositadas. No caso de gotas líquidas, produz-se coalescência e a
película líquida é retida e escorre nas placas de alumínio.
3) Eliminação dos resíduos depositados nos elétrodos, mediante a limpeza dos
mesmos, que se deve realizar utilizando um detergente neutro
(CLEANTRONIC)

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A absorção dos cheiros / redução de odores realiza-se pela ação de 2 filtros de carvão ativado.
Este equipamento deve possuir 2 células coletoras com capacidade para tratar o ar com
eficiência de 88%. A porta de acesso aos filtros deve possuir um interruptor que impossibilita a
sua manipulação sob tensão. O quadro de potência deve estar colocado numa caixa estanque
soldadas na porta de acesso aos filtros. Deve existir um interruptor de corte manual de corrente,
com luz de sinalização; Deve haver sinalização a indicar o correto funcionamento do
equipamento, quando acesa de forma contínua.

V - Descarga do ar
A descarga do ar será efetuada numa grelha de ar, com a dimensão aproximada de 800x500
mm, a instalar em parte do vão da fachada do edifício. O ar, conforme referido anteriormente,
será devidamente filtrado antes da descarga.

Linda-a-Velha, 26 de setembro de 2013

Mário Fernandes de Carvalho


OET nº1071, PQ SCE nº00925, ASHRAE

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