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Comte-Sponville: O capitalismo é moral?

Retorno da moral:
Nao quer dizer que as pessoas seriam hoje mais virtuosas do que eram antigamnte, é um
retorno da moral essencialmente no dicurso, as pessoas falam mais da moral na primeira linha dos
discursos e das preocupações.

Duas gerações, dois erros

O elo mais fraco hoje no corpo social frances não é a moral como alguns acreditam, é a
política. Os bons sentimentos fazem sucesso, mas as taxas de abstenção e de votos extremisras em
nossas diversas eleições não param de crescer. Nossa democraca vai mal, e isso é para toda a nossa
sociedade um sintoma inquietante.
“Enfim, minha hipotese é de que, depois da geração tudo política (geração de 68), depois da
geração do tudo moral ou do tudo humanitário (a geração moral) talvez esteja se procurando algo
que poderiaamos designar como uma geração espiritual, digamos uma geração que faz da questao
espritual, que podíamos imaginar obsoleta há deadas, novamente a sua questao”
A questão polítia é q auestao do justo e do injusto;
A questão moral é a questao do bem e do mal, do humano e do inumano;
A quetão espiritual é a questão do sentido, logo também é a questao que tende a voltar ao
primeiro plano, na cabeça ou no coração dos jovens, que penam em outra coisa que não o futebol e
os reality shows.
O Dalai-Lama é muito menos popular como defensor dos direitos do Tibete do que como
mestre espiritual que de fato é. Assim, passa-se de uma questão essencialmente moral (Oque você
faz pelos mais pobres?) para uma questao essencialmente espiritual (qual o sentido da vida?).
O livro O ALQUIMISTA de Paulo Coelho, best seller à época, é o relato de uma busca
espiritual. Comte-sponville diz que se o livro fosse lançado 10 anos antes ele poderia ter passado
despercebido.

Síntese: nesse capitulo o autor fala da geração de 68 comparada à geração dos jovens
dos anos 80 e 90. Diz que para a primeira, a questão política é fundamental para lidar com os
problemas sociais enquanto que para a segunda a questão humanitária é mais importante.
Assim, muda-se de uma geração cuja moral está fundamentada na política e na contraposição
de ideias para uma geração cuja moral é baseada em consensos humanistas.

2. O triunfo do capitalismo

O bloco soviético foi abaixo.


Todo adversário faz esacada para o outro. Durante os anos de guerra fria, e depois de
coexistencia pacífica, o capitalismo podia-se sentir suficientemente justificado de um ponto de vista
moral por sua oposição ao sistema comunista.
Para todos aqueles a cujos olhos o comunismo, o coletivismo, o totalitarismo eram o mal
absoluto, a conclusao se mpunha: o capitalismo achava-se moralmente justificado por sua oposção a
esse mal absoluto.
É um presente de grego: ao mesmo tempo em que perde seu advserário histórico
( comunismo), o capitalismo também perde a espécie de justificativa que esse advsersário lhe
oferecia praticamente de bandeja. Assim, o trunfo do capitalismo é contrabalançado por seu
desconcerto.
Surge a desconfiança de que o capitalsismo venceu por nada. Para que vencer, quando se se
sae por que viver? O capitalismo não coloca essa questão porque ele não precisa de sentido para
funcionar, mas os indivíduos e as civilizações sim. O ocidente tem ainda alguma coisa a propor ao
mundo? Acredita o bastante em seus próprios valores para defendelos? Ou ao sabe o que fazer além
de produzir e consumir e fazer negócios à espera da morte?
As sociedades tem horror ao vazo. Nossa sociedade é obrigada a procurar outra justificativa.
O desmoronamente do bloco soviético também nos remete à questão moral.

3. A morte de Deus
Processo que se extende por vários seculos, desde a Renascença.
Processos de laicização e descristianização. No fundo era esse o processo que Nietzche
diagnosticava no sec XIX ao falar da morte de Deus e este é o mesmo processo que Max Webber
analisava no sec XX.
A diferença em relação aos seculos passados é que essa fé hoje pertence unicamente à esfera
privada. Continuamos individualmente acreditam em Deus, mas não podemos socialmente
comungar nele. Um profesor pode acreditar em Deus, mas não pode invocá-lo para garantir sua
autoridade. Um político pode perfeitamente acredtar em Deus, mas não pode mais invocar
Deus para legitimas seu programa ou sua ação.
Deus morreu socialmente.
Se a religião é o que liga os homens entre si e os liga a Deus, o contrario da religião não é
o ateísmo. O contrario da religião é a ausência de ligação, negligencia (etimologicamente a
ausencia de ligação)
O que hoje nos ameaça é a negligência generalizada, ou seja, a pura e simples dissolução
da ligação, do vinculo social. Assim, cultiva-se a estreita esfera individual privada.
Minha preocupação é que essa morte social de Deus leve ao esvaziamento das igrejas e só
saibamos preencher nossa manha de domingo com o supermercado.
Durante 20 séculos de ocidente cristão, no fundo era Deus que responsia à pergnta “o
que devo fazer?” de modo que a gente tinha que s epreocupar muito menos com essa questão.
Aos poucos, Deus não responde mais a essa pergunta.
É por isso que necessitamos terrivelmente de moral hoje muito mais do que em qualquer
outra época. Há mais de 30 séculos não se conheceu uma socedade tal ponto laicizada.
Se a religião desaparece a questão moral retorna ao primeiro plano.

CAPITULO 2 pag43

Etica empresarial: nada mais é do que a versão empresarial do retorno da moral.


Trata-se muito

AS ORDENS

- ORDEM TECNOCIENTIFICA
estruturada internamente pela oposição entre o possível e o impossível. Tecnicamente
ha o que se pode fazer e o qe nao se pode fazer. Cientificamente, há o que se pode pensar
(verdadeiro) e o que nao se pode pensar (falso).

Essa ordem nao para de se deslocar. Esse deslocmento é o que chamamos de


progresso científico e técnico. O que era impossível 10 anos atras pode ser possível hoje ou no
futuro.
Se deixarmos essa ordem entregue à sua espontaneidade interna todo o possível será
sempre feito.
Assim, somos obrigados a limitar essa ordem externamente de modo a garantir o
bem estar da sociedade (ex: bombas nucleares, armas biológicas, distorçoes economicas, etc)

- ORDEM JURIDICO-POLÍTICA
A lei; o Estado.
Quem vai nos dizer se temos o direito ou nao de fazer clonagem ou manipulações
genéticas? O LEGISLADOR (sistema representativo)
- Oposição entre legal e ilegal

Motivos : Deve ser limitada paa garantir direitos individuais e coletivos.


-Um individuo respeitador da legalidade que nucna faria o que a lei proibe = O
LEGALISTA PERFEITO.
Nenhuma lei veda o egoismo, desprezo, odio e a maldade. Um CANALHA
LEGALISTA respeitaria completamente a legalidade, pode ser cientificamente competente e
tecnicamente eficiente e ainda assim usar-se de seus conehcimentos e de seu carater legalista para
agir argilosamente DENTRO DA LEI.
>> Vide o partido Nazista
>> Estado de Direito
>> Rousseau: nao há lei fundamental.
>> Não há limites democraticos à democracia

- ORDEM MORAL
A moral do ponto de vista dos individuos se soma à lei:
>> Há coisas que a lei autoriza e que no entanto devemos nos vedar, outras que a lei
nao impoe, mas que devemos nos impor.
Um projeto de lei racista, mesmo se a constituição o possibilitasse, seria moralmente
imperativo rejeitá-lo.
>> O amor à liberdade nao está submetido à democracia: uma maioria totalitária
nunca impedirá que os espíritos livres amem a liberdade.

- ORDEM ÉTICA
Pura e simples convenção terminológica.
Amor à verdade, à liberdade e à humanidade;

OBS: AUTOR CONSIDERA MORAL TUDO O QUE SE FAZ POR DEVER E ÉTICA
TUDO O QUE SE FAZ POR AMOR.

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