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A PRINCIPAL TAREFA DA GESTÃO ESCOLAR

PARA O DESENVOLVIMENTO DA LUDICIDADE


Fabiana do Amor Souza
Prof.° Orientador: Dilcinéia dos Santos Reis
Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI
Curso/Habilitação: Pedagogia (PED1006)
09/10/2017

RESUMO

Diante da observação feita e considerando o processo de atuação da gestão escolar


desenvolvido na Escola Parque do Saber onde realizei o estágio de gestão escolar, escolhemos
como área de concentração a Metodologia de Ensino com foco no Gestor escolar, nesse sentido
vamos discutir como este importante profissional desenvolve o processo de orientação
pedagógica e organização administrativa, visto que essa tarefa é extremamente necessária para
que a aprendizagem dos alunos aconteça de maneira eficaz, bem como, para que se concretize a
tão almejada educação de qualidade para todos.
O gestor possui grandes responsabilidades na escola e só consegue bons resultados através do
trabalho em equipe. A escola deixou uma boa impressão, tendo funcionários realmente
comprometidos com o processo educacional. O estágio demonstrou-se importante mais uma vez
para a formação do futuro pedagogo, que deve conhecer a rotina escolar na prática e não só na
teoria.
Esse anseio se deu por perceber que o cotidiano escolar, exige cada vez mais que o gestor
escolar, dê respostas às demandas que permeiam o espaço educativo, entendendo que,
isoladamente, o professor não conseguirá dar conta de todos os acontecimentos que perpassam o
ambiente escolar, por isso o gestor escolar, juntamente com o coordenador pedagógico tem uma
importante missão de reunir, discutir e articular com o conjunto dos professores possíveis
alternativas para o aprimoramento das ações pedagógicas voltadas para o lúdico na sala de
aula, levando em consideração a experiência dos docentes, como também contribuindo através
do exercício da reflexão dos mesmos, no acompanhamento das ações didáticas em coerência com
o projeto pedagógico da escola. Sendo assim, entendemos que o gestor escolar é o responsável
por articular as orientações necessárias para consolidar as mudanças que se fazem necessárias
na educação, promovendo encontros com todos os membros que compõem o corpo da escola, em
especial coordenadores pedagógicos e professores. O objetivo deste trabalho é analisar como o
gestor desenvolve sua função de facilitador nos processos de ensino e aprendizagem nas
atividades lúdicas no ambiente escolar, verificando as estratégias utilizadas por ele em sua
prática e identificar sua liderança e relação com todo corpo docente da escola.

Palavras-chave: Gestor; Aprendizagem; Facilitador.


1 INTRODUÇÃO

Como em todos os estágios procurou-se nesse estágio refletir sobre a prática pedagógica, a
realidade escolar, buscando através das reflexões e vivencia oportunizada pelo estágio aperfeiçoar-
se cada vez mais como profissional da área educacional neste artigo apresenta-se mais um
momento vivenciado durante o estágio. Agora voltado, ao acompanhamento da gestão escolar.
Acredita-se que um profissional só trabalha bem, e consegue alcançar bons resultados se conhece
suas funções e responsabilidades, por isso, nesse estágio concentrou-se na função do gestor
escolar. A principal atividade realizada foi o acompanhamento da rotina do gestor e por fim uma
entrevista com questões gerais adequadas ao tema de estudo.

A escola possui grande valor social, sua função é visar o conhecimento, promover a formação de
cidadão e qualificar para o trabalho.
“Cada escola deve elaborar e executar sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e
seus recursos materiais e financeiros; cuidar do ensino-aprendizado do aluno,
proporcionando meios para a sua recuperação; e articular-se com as famílias e a
comunidade, proporcionando um processo de integração”. (OLIVEIRA, 2014).

Para que a sua função seja cumprida, é necessário dividir as responsabilidades competentes a
cada profissional escolar. Sendo o gestor pedagógico profissional responsável em administrar,
organizar e supervisionar todas as áreas do âmbito escolar.
Nesse trabalho será abordado como área de concentração de estudo: a gestão escolar, tendo como
foco o tema: “A relação do gestor com a comunidade escolar”. A pesquisa tem como objetivos a
reflexão em relação às ações do gestor para que possam contribuir para o crescimento da unidade
escolar junto da comunidade, localizar na legislação o espaço que a comunidade tem dentro da
escola, analisar o papel do gestor para com a comunidade escolar, conhecer formas de
participação da comunidade na escola, levantar argumentos que provem que o trabalho do Gestor
é importante para o desenvolvimento da comunidade que rodeia a escola. A pesquisa é
importante para a comunidade desvendar as ações que um gestor pode fazer para que a
comunidade fique satisfeita com seu trabalho e descobrir como a comunidade pode fazer parte da
escola ajudando seu gestor a realizar um bom trabalho, ciente que a comunidade ganha com isso.
Segundo Luck apud BUSS (2013, p. 26):

“[...] o conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do


processo pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões necessárias e na
sua efetivação mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez
mais efetivos e significativos”.
O gestor é aquele que não apenas administra, mas coordena e articula a participação dos
envolvidos no processo pedagógico, almejando a equidade e inclusão dos atores escolares,
realizando desta maneira uma gestão democrática e participativa. (BUSS, 2013, p. 40).
O gestor escolar, conhecido como diretor da escola é responsável por superar desafios pertinentes
a administração escolar, concentrando seu olhar na gestão pedagógica, gestão dos recursos
humanos e administrativos da escola. Este profissional precisa estar bem preparado
profissionalmente, consciente de sua fundamental importância no processo.

“Um gestor escolar envolvido com o princípio democrático e com a aprendizagem dos
alunos deve desenvolver em sua prática a capacidade de interação e comunicação com os
pares, alunos e pais; participar ativamente dos grupos de trabalho ou de discussões na
escola e fora dela, objetivando acompanhar a política educacional e normatizações dos
sistemas de ensino; desenvolver capacidades e habilidades de liderança; compreender os
processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas e curriculares.” (PORTAL
DA EDUCAÇÃO, 2013, p. 1).

2.1 A PRINCIPAL TAREFA DO GESTOR ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO DO


LÚDICO NA SALA DE AULA.

Sabemos que no cotidiano da escola o gestor tem papel fundamental no que se refere aos
aspectos técnico-administrativos, mas que é imprescindível seu olhar pedagógico.
Sabe-se que a relação entre a equipe escolar deve ser coesa e democrática, priorizando
sempre o melhor para os educandos e toda comunidade escolar, a fim de que se possa adquirir um
conhecimento que desenvolva cidadãos participativos e reflexivos, conscientes de seus direitos e
deveres.
Para que os educandos se tornem seres críticos, a escola precisa conhecer a realidade do
aluno valorizando suas experiências, o professor deve ser responsável por este processo,
contextualizando conhecimentos que possam ser aplicados em novas situações de aprendizagem,
“ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos [...] (FREIRE, 1996, p.23)”.

O sistema educacional de todas as escolas precisa de uma equipe gestora, no entanto este
significado necessita ser entendido por toda a comunidade escolar, pois de acordo com Libaneo
(2004, p.101), “os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a
decisão funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão”. Compete à gestão escolar
estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar o processo das
escolas, orientadas para resultados, através de ações conjuntas, associadas e articuladas. É preciso
agir conjuntamente em todas as frentes, pois todas estão inter-relacionadas LUCK (2000). Nesse
sentido compreende-se que a gestão é importante e deve ser feita com qualidade, responsabilidade,
coerência, conhecimento e confiança. Um bom gestor deve ter a consciência da importância de sua
função no ambiente educacional, favorecendo a promoção da aprendizagem e a formação do aluno
no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados para enfrentar os novos desafios
que lhe forem apresentados.
Para que este trabalho possa ter qualidade, a gestão deve ser feita de modo democrático e
descentralizado, no qual a equipe consiga trabalhar de maneira unida e com os mesmos objetivos
priorizando sempre a melhor aprendizagem para seus alunos.

Assenta-se, portanto, sobre a mobilização dinâmica e em equipe do elemento humano,


coletivamente organizado enfocando-se em especial sua energia e competência como
condições básicas e fundamentais da qualidade da educação e das ações realizadas nos
sistemas de ensino, assim como, em última instancia, da transformação do próprio
significado da educação brasileira, dos sistemas de ensino e de suas escolas.
(LUCK, 2006, p.26)

Compreende-se com isto que o sistema de gestão escolar não pode ser reduzido apenas a
parte burocrática, pois visa estabelecer a transformação de uma sociedade, fazendo-a ativa e
crítica. Ou seja, a ação do gestor vai interferir também na comunidade escolar, mobilizando a
equipe, os alunos e familiares. A postura do gestor educacional através de sua liderança pode
determinar ambientes favoráveis ou não, para que professores, funcionários e pais atuem de forma
saudável para atingir os objetivos do projeto pedagógico.
Para fomentar um clima organizacional que estimule as pessoas a trabalharem juntas, cabe
ao gestor da escola valorizar e motivar o trabalho em equipe. O gestor vai influenciar
indiretamente no trabalho do professor para que os mesmos possam desenvolver suas atividades
lúdicas e pedagógicas , para isso há de se tornar agente facilitador na relação com o professor,
proporcionando uma estrutura escolar harmônica e organizada, em que o mesmo desenvolva
autonomia para um planejamento flexível, com oportunidade de acesso à formação continuada,
resultando em ações positivas, reflexivas e inovadoras, para uma aprendizagem consistente e
sólida tendo como objetivo a formação integral do educando.

2.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

O ato de brincar é fundamental na formação do indivíduo principalmente na fase da


infância tanto para o seu desenvolvimento motor como psicológico, tanto os pais como os
professores devem deixar um tempo livre para a criança brincar dando limites de horário e tendo a
hora da diversão e a hora da obrigação, sendo essas, prazerosas onde a criança se divirta mesmo na
hora da realização de obrigações rotineiras. Esse limite faz com que a criança tenha disciplina,
tanto em casa quanto na sala de aula.
Conforme MELLO e RAMO, 2007 p.72:

“Através de atividades lúdicas a criança cria situações imaginária em que se


comporta como se estivesse agindo no mundo dos adultos e quando brinca seu
conhecimento desse mundo se amplia, porque, nesta atividade, ela pode fazer de conta
que age como adulto age imaginado realizar coisas que são necessárias para operar com
objetos os quais os adultos operam e ela não”.

Esse pensamento mostra o quanto é importante à atividade lúdica, trazendo à criança a


imaginação do real introduzindo-se na realidade do mundo de maneira que ele perceba o concreto
com “o concreto” em mãos. A criança brinca sem saber o que realmente está aprendendo, e essas
brincadeiras acabam formando sua própria personalidade, construindo nela atitudes de como ser
que está inserida na sociedade mesmo que por enquanto seja só na imaginação.
O brincar enxerido no cotidiano escolar do educando além de ser uma atividade que traz o
enterrasse do mesmo para a realização das atividades, torna-se também necessário de acordo com
Santana (2007), a brincadeira não é apenas uma dinâmica interna da criança, mas uma atividade
dotada de um significado social que necessita de aprendizagem. Tudo girara em torno da cultura
lúdica, pois a brincadeira que se torna possível quando apodera elementos da cultura para
internalizá-los e criar uma situação imaginaria de reprodução da realidade. É através da
brincadeira que a criança consegue adquirir conhecimento, superar limitações e desenvolver-se
como indivíduo.
O aprender através de jogos e brincadeiras permitem saber o que já é conhecido, quando
uma atividade difícil é recebida por meio de jogos e brincadeiras essa se torna fácil de ser
compreendida.
Segundo BORBA (2006, p. 40):

“A liberdade do brincar se configura no inverter a ordem, virar o mundo de ponta-cabeça,


fazer o que parece impossível, transmitir em diferentes tempos-passados, presente e
futuro...uma excelente fonte de conhecimento sobre o brincar e sobre as crianças é
observa-los brincando. ”

Desta maneira as pessoas iram entender o porquê de tanto movimento no período inicial da
vida escolar da criança, pois nesse tempo eles não param e estão em sua melhor fase de
aprendizagem.
2.3 A FUNÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO JUNTO AO PROFESSOR NO APOIO
AO DESENVOLVIEMENTO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NA ESCOLA.

Quando refletimos sobre o papel do coordenador pedagógico nos referimos a uma liderança, que
tem o objetivo de acompanhar o desenvolvimento do projeto pedagógico da escola articulando-o
junto aos professores na relação teoria e prática educativa, ORSOLON destaca que,

O coordenador pode ser um dos agentes de mudança das práticas dos professores
mediante articulações externas que realiza entre estes, num movimento de interações
permeadas por valores, convicções, atitudes, e por meio de suas articulações internas, que
sua ação desencadeia nos professores, ao mobilizar suas dimensões políticas, humano-
interacionais e técnicas, reveladas em sua prática (ORSOLON, 2002, p.20).

Neste sentido, é da competência do coordenador pedagógico a busca por um ensino de qualidade


para os alunos, direcionando ações para a integração do ensino e aprendizagem, tomando como
base a formação continuada dos professores. Pois, é através da formação continuada que os
professores podem aprimorar suas práticas, buscando soluções para problemas que ocorrem no
cotidiano escolar, tendo em vista que apenas a formação inicial não será suficiente para
administrar toda a complexidade do cotidiano escolar. É necessário que a relação entre
coordenação pedagógica e os docentes esteja de sincronicidade que como PLACCO define que:

Chamo sincronicidade do educador à ocorrência crítica de componentes políticos,


humanos-interacionais e técnicos, que se traduz em sua ação, ocorrência essa que gera
movimento que é ação de e entre professor - aluno-realidade. Esse movimento engendra
novas compreensões da totalidade do fenômeno educativo, no qual há reestruturação
contínua e consciente em todos, em cada um e na relação entre esses componentes, na
medida em que se define e redefine um projeto pedagógico coletivo. (1994, p. 18)

É a partir da compreensão desta sincronia que o coordenador pedagógico pode promover


transformações dentro do espaço escolar, propondo o planejamento acompanhando sua execução,
observando os acontecimentos de uma sala de aula com a intenção de discutir e buscar maneiras
de auxiliar o professor a refletir sua própria prática, mas, tendo o cuidado na condução desta
reflexão para não se tornar invasivo, desrespeitoso com o outro.
Para que um trabalho de fato se consolide na perspectiva da emancipação é essencial a articulação
da equipe, que busque a consciência do que é necessário ser repensado para que o ensino e
aprendizagem sejam garantidos.
Portanto, dentro da rotina da coordenação pedagógica, é importante organizar, portanto, uma
agenda que garanta que o coordenador possa estar em três frentes de atuação: Planejando e
conduzindo as reuniões pedagógicas na escola; acompanhando a ação pedagógica do professor em
sala de aula por meio de observações planejadas; acompanhando o resultado das aprendizagens
dos alunos por meio das avaliações internas e externas.
Conforme Ferreira (2008), a gestão atravessa nos dias de hoje, uma fase de profundas
transformações que se traduzem em diferentes medidas e tem por objetivo redefinir o conceito de
escola, reconhecer e reforçar sua autonomia; adotar modalidades de gestão específicas e adaptadas
à diversidade das situações existentes. A partir dessa nova reorganização do saber surgem novas
descobertas, e novas maneiras de enxergar que “é impossível reconhecer as partes sem conhecer o
todo, e o todo sem conhecer as partes” (Morin, 2007, p.65). A gestão da escola precisa estar
atualizada com as novas Tecnologias de Informação e Comunicação e ter atitudes inovadoras,
sendo coerente e tendo consciência da sua responsabilidade social de formar cidadãos aptos a
interagirem na sociedade.

2.4 O BRINCAR COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA DE APRENDIZAGEM

Em grande parte das sociedades contemporânea, a infância é marcada pelo brincar, que faz
parte de práticas culturais típicas, mesmo percebendo que sua prática esteja reduzida no meio
educacional e social.

A concepção de educação que envolve o aluno enquanto ser histórico e social são adotados
neste estudo a fim de consolidar uma concepção que confirma a teoria VIGOTSKIANA de
aprendizagem, pois foi a partir deste estudioso que o conceito de brincar e brinquedo se propõem
com mais propriedades na educação.

A brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento da criança, pois


sabemos que a brincadeira é cada vez mais vista como atividade que, além de promover o
desenvolvimento global das crianças incentiva a interação, e a formação do cidadão crítico e
reflexivo. O gestor pode ser o grande incentivador dessa prática, podendo promover, juntamente
com o coordenador pedagógico, formação continuada para os professores e equipe de apoio
voltado para as atividades lúdicas no âmbito da escola, para que sejam alcançadas as metas que
deverão ser traçadas para sua concretização. Pois, o gestor é o grande motivador para que aconteça
uma transformação no processo de formação da sua equipe e na sua prática educacional.

Arantes (2006) defende que atualmente, a brincadeira ganha visibilidade por vários
pesquisadores e é salientada como sendo parte do desenvolvimento humano, abrangendo suas
relações interindividuais e socioculturais. Kishimoto (2008) e Pinto (2003) reiteram que a
atividade do brincar na criança acontece de forma livre e espontânea, sozinha ou em grupo, mas
requer a supervisão do docente. Ainda seguindo essa linha de pensamento, Wallon (2007)
complementa que o brincar é uma atividade da infância e as crianças executam com dedicação,
porém salienta sobre os seus objetivos relacionados às matérias educativas. Bomtempo e Teles diz
que:

Brincando elas desenvolvem originalidade, auto direção, inventividade, curiosidade,


pesquisa, percepção da realidade, apreciação do novo, autoestima e autoconhecimento,
além de ajudar a ensinar a dividir e esperar sua vez, lidar com seus temores, seu
estresse, projetar seus sentimentos, identificar suas emoções. No ar livre, as brincadeiras
proporcionam habilidades motoras, como saltar, pular, correr, rolar etc. Já com o uso
dos brinquedos, são habilidades motoras finas, sobretudo pelo uso do quebra-cabeças,
pinturas e faz-de-conta. (BOMTEMPO, 2008 e TELES 1999).

Os pesquisadores têm mostrado há muito tempo a importância do jogo ou do brinquedo


como veículo necessário para o desenvolvimento social, emocional e intelectual, demonstrado a
relevância do brinquedo como meio de fornecer à criança um ambiente planejado e enriquecido
que permita a aprendizagem de várias habilidades.

A criança quando na manipulação de jogos, brinquedos e brincadeira como parte de sua


cultura educacional, vai aprendendo os costumes da sua vida cotidiana, como: esperar por sua vez,
pegar fila, respeitar regras, ganhar e perder, dentre tantos costumes adquiridos ao longo de seu
desenvolvimento.

Para Vygotsky, o brincar ajuda a desenvolver habilidades, separando o pensamento das


ações e assim assumindo regras que as crianças usam ao brincar de faz-de-conta. Jesus (2010) e
Mattos (2006) especificam que o jogo é feito com regras, o que possibilita ações e normas e a
definição de quem perde e ganha, sendo essa prática construtiva para o indivíduo, pois o deixa
sobre a realidade e estimula a motivação. Já a brincadeira, é ação da criança realizando as regras
do jogo. Brougère (1998) pondera que o jogo contribui com a socialização da criança e destaca
que o lúdico permite a ela o domínio da linguagem. Dessa forma, é possível verificar que, no
contexto do brincar, os jogos e as brincadeiras fazem parte da humanidade, desde seus primórdios,
que, independentemente de tempo e espaço, proporcionam diversão e prazer. Logo, pode-se
estender essa reflexão e refletir em como as atividades lúdicas, os brinquedos e as brincadeiras, na
infância, contribuem com o desenvolvimento da criança.

Com todo esse processo de pesquisa, podemos fechar esse texto com o pensar de Horn
(2012) e Arantes (2006), que defendem que o esperado é que todas as crianças, brinquem, o que
contribui significativamente para o seu desenvolvimento global, no qual também podem ser
incluídos os processos de alfabetização no contexto escolar.

O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre
estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, a criança
desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se
para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor.
O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação
favorecem a criança comportamento além dos habituais. Ela reproduz muitas situações vividas em
seu cotidiano, que através do “faz-de-conta” são reelaboradas criativamente, vislumbrando novas
possibilidades e interpretações do real.

3. MATERIAL E MÉTODO

O desenvolvimento ético, social e profissional na formação do gestor bem como do professor


é muito importante na sua convivência com as diversidades do meio em que está inserido, e
perpassa por valores diferentes e que contribui de forma significativa. O processo de
investigação e construção deste trabalho tem enfoque qualitativo conforme a ideia de Bogdan e
Bikem (1982), citados por André e Ludke (1986) possui como características principais a
utilização do ambiente natural como fonte direta dos dados, como pesquisador vale ressaltar que
o principal instrumento utilizado como resultados desta pesquisa foram por meio da entrevista,
obtenção de dados predominantemente descritivos a partir do contato do pesquisador com
situação estudada e também a preocupação de trazer e abordar a perspectiva dos participantes
observados.

É possível afirmar que a pesquisa qualitativa tem caráter exploratório, uma vez que é tida por
aquilo que não se pode mensurar e estimula o entrevistado a refletir e explicitar-se livremente
sobre o assunto exposto. Assim sendo é fundamental que se leve em conta o sujeito em si e suas
peculiaridades considerando a sua relação dinâmica como mundo, tais pormenores inviabilizam
uma quantificação da pesquisa, ou seja, os dados coletados não podem ser traduzidos em
números quantificáveis.

“No que diz respeito ao nível de investigação se caracteriza como descritivo que segundo
(Costa, 2006, p.65),” está interessada em descobrir e observar os fenômenos, procurando
descrevê-los, classificá-los e interpretá-los”.
Neste projeto de pesquisa foi utilizado o questionário como instrumento de coleta dos dados
a professores da modalidade de Educação Infantil. A coleta de dados através desse tipo de
instrumento exige um Chizzotti (1991, p.44) define o questionário como:

Um conjunto de questões sobre o problema, previamente elaboradas, para serem


respondidas por um interlocutor, por escrito ou oralmente. Neste último caso, o
pesquisador se encarrega de preencher as questões respondidas [...] A elaboração de um
questionário pressupõe a apropriação de algumas técnicas para chegar aos problemas
centrais da pesquisa.

O objetivo da presente pesquisa é tomar conhecimento da opinião dos professores a respeito do


tema desse Trabalho de Graduação, que é a importância de jogos e brincadeira na construção do
conhecimento, buscando analisá-los a luz do referencial teórico e das compreensões enunciadas
anteriormente.

4. ANÁLISE SOBRE A FALA DO GESTOR

A realização da pesquisa nos possibilita a oportunidade de refletir acerca do processo da


construção do conhecimento da mesma forma que este momento para se fazer um confronto com a
realidade e os saberes já construídos.
A presente pesquisa é descritiva e de cunho qualitativo, com coleta de dados através de um
questionário estruturado e observação. O questionário, disponível logo em seguida, tem como
objetivo levantar o processo da utilização do lúdico na formação do educador e quais as ações e
estratégias do professor em sala de aula que envolve a aplicação do lúdico com forma de ensino
para avanço nas aprendizagens dos alunos, identificar os fatores limitadores, os pontos fortes e
fracos da aplicação podendo assim, ter uma visão ampla da situação da aprendizagem lúdica das
crianças.
Quadro 01- O Gestor e o seu apoio nas atividades lúdicas.
Perguntas Respostas
Qual o maior desafio enquanto Gestor da A nossa maior dificuldade é que nem todos os
Escola no desenvolvimento das atividades professores adotam a medida, principalmente
lúdicas junto ao corpo docente da escola? aqueles que estão atuando a mais de 20 anos.

As atividades lúdicas desenvolvidas na sala de Sim, eu faço questão de acompanhar todo o


aula são planejadas e acompanhadas pelo processo junto à coordenação.
gestor e coordenador pedagógico da escola?
Enquanto gestor, como você define o objetivo Desenvolver o indivíduo, assegurando a
maior da escola? formação comum indispensável para o
exercício da cidadania.
Fonte: Elaborado pela Autora, 2018.

É importante enfatizar que nos deparamos diante da resposta dada pelo gestor é que existem
professores, que mantiveram a princípio uma resistência para o uso de atividades lúdicas como
estratégias e metodologias que contribuam para o avanço do aluno. O gestor afirma que existem
profissionais que optam pelo uso do tradicionalismo alegando que esta estratégia sempre deu
resultados positivos e que preferem seguir assim, vale ressaltar que a gestão escolar busca por
meio de um diálogo saudável convencer a esses professores utilizando textos de teóricos que
defendem a proposta. É importante salientar que tanto o gestor quanto o coordenador assumem
papel relevante na escola acompanhando e apoiando os professores para a efetivação e garantia de
atividades lúdicas que garantam o desenvolvimento do ensino aprendizagem.
Para melhor compreensão apresento o quadro a seguir com o questionário feito com alguns
professores.
Quadro 02- O papel do professor na efetivação das atividades lúdicas.
Perguntas Professoras
Para você o que é ludicidade? A: São atividades estratégicas que utilizam o
brincar como ferramenta de aprendizagem.
B: Na minha época logo no início do
Magistério chamávamos de recreação que no
meu a ver é a mesma coisa.
Como a ludicidade está inserida em suas aulas? A: A ludicidade em minhas aulas sempre está
presente por meio de um planejamento semanal
que garanta diversão e aprendizagem
significativa.
B: Uma vez ou outra eu brinco com eles mas
nem sempre faço isso pois eles são inquietos as
vezes.
O que a ludicidade desenvolve? A: Auxilia no processo de socialização,
comunicação e também na construção de
conhecimento.
B: Na minha concepção ela ajuda a criança a
aprender melhor, mas nem sempre é possível
garantir isso no planejamento então às vezes
fazemos algo no recreio.
O lúdico e a ludicidade podem contribuir para A: Sim, sem contar que as nossas aulas ficam
a formação e/ou melhoria dos vínculos entre os mais prazerosas e participativas.
sujeitos da práxis pedagógica? B: Sim, mas eu já estou cansada (risos).
Fonte: Elaborado pela Autora, 2018.
A entrevista realizada acima foi de muita eficácia no seu valor teórico e prático, sentirmos a real
necessidade que a escola tem em despertar sobre essas habilidades, incentivando e contribuindo
para que o professor possa buscar junto à gestão escolar a parceria necessária para utilização de
atividades lúdicas que possibilitem o avanço dos alunos, diante das respostas dadas por duas
professoras entrevistadas A e B foi possível observar que a professora A, graduada em Pedagogia e
com 08 anos exercendo a profissão de professora busca por meio da parceria gestão e coordenação
planejar as suas atividades tendo como base o uso da ludicidade, pois em sua visão desenvolve na
criança a curiosidade, a autoconfiança, a autonomia, proporcionando assim o desenvolvimento da
linguagem, do pensamento, da concentração e atenção. Já a professora B tem 28 anos exercendo a
função de professora regente, tem apenas o Magistério como base de formação compromete a
construção deste conhecimento nos educando prejudicando seu desenvolvimento e prosseguindo
por toda sua trajetória diante da sociedade já que a mesma afirma estar cansada e que diante do
seu conhecimento a ludicidade era apenas atividades aplicadas durante a recreação.
Observamos a necessidade do apoio da gestão como parceira para que haja e eficácia de uma
prática diferenciada utilizando o brincar e o lúdico, além de auxiliar a aplicação conteúdos
escolares, que são formas que o professor dispõe em aula para mediar à relação entre os saberes e
os educandos, proporcionando uma aprendizagem mais fácil e prazerosa.
Mas o que pudemos observar nas realizações dos estágios, é que o lúdico e o brincar estão mais
presentes na educação infantil do que nas séries iniciais. Nesta, a sala de aula é apresentada como
coisa séria, não permitindo espaço para o divertimento; o rigor e a disciplina são mantidos em
nome dos padrões institucionais, o que torna o ambiente infantil artificial, longe dos gostos das
crianças. Em sua maioria o brincar se resume apenas em ouvir histórias ou cantar algumas
músicas. A hora do recreio e a hora da saída se tornam os únicos momentos em que as crianças
desnudam da responsabilidade da escola para permitir-se brincar e ser criança como foi dito pela
professora B. Os professores estão mais preocupados com o conteúdo, com o silencio e a
organização na sala de aula. Eles devem ter em mente que o jogo não é simplesmente um
“passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do
organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o
crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa
individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as
pessoas e as coisas do ambiente em que se vive favorecendo ao indivíduo uma aprendizagem mais
prazerosa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo realizado com base nesta pesquisa tem como objetivo demonstrar a grande
necessidade do uso do método lúdico no processo de alfabetização em uma turma da Escola
Parque do Saber.
A educação como experiência comum de todos os seres humanos, tem função de apresentar o
modo de vida democrático, já que esse modo de vida também se aprende através da experiência
por este motivo apresentamos neste trabalho propostas inovadoras utilizadas que possibilitam a
educação envolvendo a ideia do diálogo e de uma escola aberta para a comunidade.
Observou-se que na escola há uma grande necessidade do método lúdico para atender a
demanda de alunos com dificuldade de aprendizagem embora alguns professores já desenvolvesse
algumas práticas utilizando recursos lúdicos.
O objetivo principal é apresentar os benefícios que os professores e seus alunos terão
quando souber acerca da proposta lúdica durante o processo ensino aprendizagem, desta forma,
deparou-se com dois objetivos específicos sendo: O primeiro é identificar as principais
dificuldades dos professores quanto a pratica de uma aula lúdica. Procurando de modo facilitador
uma forma harmoniosa e produtiva de se administrar a aula. No segundo permitir que através de
pesquisa com professores, coordenadores e gestores questionassem essa forma de aprendizagem.
A temática aqui discutida demonstra que muitos têm sido os saberes atribuídos aos jogos,
na busca de caracterização das práticas pedagógicas bem como as concepções que envolvem o
processo educativo. Brincar, jogar, divertir-se na sala de aula constituem atividades estimulantes
tanto para o aluno quanto para o professor. Estar aberto para mudar seus paradigmas a respeito de
sua forma de trabalho é um exercício que o professor precisa fazer.
Não basta dominar as teorias e decidir-se por trabalhar com jogos. É necessário deixar-se ir junto
com a brincadeira, aprender e perceber as diferentes nuance do aprendizado de uma turma. Tudo
isso implica libertar o seu fazer profissional das amarras que constrói durante a sua escolarização e
sua formação, o que implica um conhecimento pessoal e profissional profundo e muita vontade de
mudar, ou seja, de ver algo ser feito diferentemente.
São relevantes as atividades lúdicas no desenvolvimento infantil, bem como sua função no
processo educativo; para que esse processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma prazerosa,
os professores devem estar cientes de seu papel nessa fase de construção de conhecimento das
crianças. Os educadores, por sua vez, devem se preparar para trabalhar com o criar, pois a
criatividade deve ser vista como um elo dinâmico e contínuo. Nessa perspectiva, o docente não
deve ver a criança como receptora passiva de estímulos, mas como uma pessoa capaz de ação, que
interaja, crie e recrie possibilidades e novas aprendizagens.
Um desenvolvimento harmônico, lúdico, que inclui aprender a ouvir opiniões diferentes e a
contra-argumentar, estabelecendo comparações objetivas entre várias maneiras de se compreender
um mesmo fato, pouco a pouco vai contribuir para tornar a criança apta a um intercambio, real
com os outros, favorecendo a troca de experiências, por estar baseada na cooperação e na
reciprocidade.
Rompendo com a aceitação passiva de ideias ou sugestões mal compreendidas, a criança que
desenvolve a ludicidade entra em contato com uma forma mais ampla de linguagem, passa a ser
sujeito ativo de suas ações e as defende nas conversas com os adultos. Assim, o seu “mundo
lógico” passa a ser transformado de acordo com suas vivências.
O “fazer” é um dos critérios essenciais para orientar as condutas do professor frente às
crianças. Sendo assim, o que realmente importa é criar o maior número de situações que
promovam o desenvolvimento de habilidades variadas com o objetivo de alcançar um
maior aprendizado.
As crianças devem sentir-se sempre capazes de exercitar o que foi proposto. O progresso
dos movimentos e das habilidades deve ser de qualidade crescente, superando obstáculos e
aspirando a novos desafios. Esse progresso repercute nos demais movimentos e possibilita a
introdução de outras e mais complexas atividades.
Para tanto, o professor deve compreender a importância das tentativas desenvolvidas com
atividades lúdicas que conduzem ao desenvolvimento do raciocínio. Deve aprender a respeitar a
criança e valorizar cada descoberta que venha a fazer em sua vida escolar. O respeito pelas várias
etapas deste desenvolvimento constitui uma conduta que, uma vez refletida, transcendem
quaisquer que sejam as características do meio imediato. O que realmente interessa é atribuir a
cada criança o papel de sujeito ativo na construção de formas cada vez mais aprimoradas de
conhecimento, pois somente o indivíduo ativo é capaz de atuar frente às pressões sociais,
compreendendo-as para transformá-las. O grande desafio é o repensar a Educação em sua
totalidade, enfrentando a fragmentação do conhecimento.

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 9. ed. São Paulo:
Edições Loyola, 1974.
COSTA, Wilse Arena da. 50 sugestões didático-pedagógicas para o ensino da leitura e da
escrita em sala de aula. Cuiabá: Entrelinhas: EDUFMT, 2006.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes,
1993.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. Org: 3. ed. São Paulo:
Cortez, 1999.

SZYMANSKI, Maria Lídia Sica; PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre. Orgs: Diagnóstico e
intervenção psicopedagógica: reflexões sobre relatos de experiências. Cascavel: Edunioeste,
206.

WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. Tradução


Esméria Rovai. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

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