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24/11/2010 A importância dos Comitês da Bacia Hi…

"Se os hom ens v oltassem m ais a m ente ao que a Natureza está a lhes
m ostrar, seguindo-a, m elhor seria toda gente"
Dante Alighieri - Paraíso, VIII, 1 4 2 -1 44

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PGR | 4ª CCR | Ano 3 | Número 9 | Agosto 2009


Editorias
Con t a -got a s: En t r ev i st a com La r s Gr a el

Lars Grael, consagrado velejador, tem uma história de vinte anos de competições, medalhas e superações.
Foi pentacampeão sul-americano e 10 vezes campeão brasileiro de iatismo. Sem dúvida, uma das suas
principais vitórias foi, após sofrer um acidente que lhe custou uma perna, ainda ter garra para seguir
competindo e engrenar projetos sociais: um dos principais é o Navegar, que tem como objetivo ensinar
crianças a velejar.

Exem pl os de su cesso: Ma r ia Lí v i a e su a ONG

Maria Lívia Atuati Marcondes Cabral, 16, cursa o segundo ano do ensino médio e mora em Campos do
Jordão-SP. Aos oito começou a se preocupar com o uso da água e criou a Organização não-Governamental
(ONG) Movimento Infantil Guardiães das Águas do Universo, Mingau. Como ela diz, a “ONG foi uma
brincadeira que deu certo, além disso o nome lembra coisas de criança”.

A á gu a em t r ês m om en t os de - T h e Bea t l es

Os Beatles – Ringo Starr, John Lennon, Paul McCartney e George Harrison – são a banda do Século XX.
Inigualáveis, foram precursores em vários estilos, tendências e técnicas, tendo-se expressado não só na
música como em outras artes, como o cinema.

Água e Informação
A quem pertencem os bens culturais encontrados em águas brasileiras?

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competência acerca de rio de interesse da União

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Os oceanos já possuem 150 zonas mortas

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A Água em três Momentos de Pablo Picasso

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Marca d'água na literatura e a metáfora em Vidas Secas

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Salva de palmas, puxões de orelha: uma importante reflexão

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A importância dos Comitês da Bacia


Hidrográfica

Rio São Francisco na região do Baixo São Francisco.

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Fotos: Pedro Lessa - www.semarh.se.gov.br

O Comitê de Bacias Hidrográficas, previsto no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos


Hídricos, é um órgão colegiado onde são debatidas as questões referentes à gestão das águas.
Promover o debate das questões relacionadas aos recursos hídricos da bacia; articular a atuação
das entidades que trabalham com este tema; arbitrar, em primeira instância, os conflitos
relacionados a recursos hídricos; aprovar e acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos
da Bacia; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores
a serem cobrados; estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de
interesse comum ou coletivo são as atribuições dos comitês. Os comitês são compostos por
representantes do poder público, dos usuários das águas e das organizações da sociedade com
ações na área de recursos hídricos. O Brasil possui várias bacias hidrográficas, e as principais são:
a bacia Amazônica, a bacia do rio São Francisco, a bacia do rio Tocantins e a bacia platina.
Segundo o analista pericial em Geografia, Valdir Filho, da 4ª Câmara, na prática, os Comitês de
Bacias Hidrográficas são entidades que reúnem imensa complexidade para coordenar os múltiplos
usos dos recursos hídricos. Se já não bastasse a complexidade inerente aos processos hídricos,
geomorfológicos e ecológicos próprios às bacias hidrográficas, os comitês devem conceber
mecanismos de gestão das águas que façam convergir diferentes setores econômicos (indústrias,
agronegócios, geração de energia, saneamento, etc.) e recortes político-administrativos, ou seja,
diferentes Municípios, Unidades da Federação e até distintos Estados-nação.
Como os Comitês de Bacia Hidrográfica constituem palcos privilegiados por excelência para a
persecução do difícil desenvolvimento sustentável, o gerente de gestão de recursos hídricos da
Agência Nacional de Águas, Wilde Gontijo Júnior, em entrevista à Revista das Águas, falou sobre
a importância das bacias, suas características e organização. Confira:

Revista das Águas: Quais são as funções do comitê de bacia hidrográfica?

Wilde: O comitê tem como funções arbitrar conflitos de usos e usuários em primeira instância;
debater a integração das políticas públicas que têm nos usos das águas forte interlocução; definir o
plano de usos e o estabelecimento de estratégias para sua conservação, recuperação e regulação
consolidadas em um Plano de Recursos Hídricos; o estabelecimento de critérios para a regulação e
a cobrança pelo uso da água; e a definição das ações que devem ser fomentadas com os recursos
financeiros arrecadados na bacia para o cumprimento do plano de investimentos necessários ou
indutores da recuperação dos corpos d’água.

Revista das Águas: Quem organiza o comitê?

Wilde: O comitê de bacia hidrográfica é criado por intermédio de Decreto da Presidência da


República, após aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos. A sua instalação é
promovida e conduzida por Diretoria Provisória nomeada pelo Conselho Nacional e tem o apoio
da Agência Nacional de Águas quanto aos aspectos operacionais iniciais. Esse processo pode ser
realizado em aproximadamente um ano e deve ser constituído de etapas para: mobilização social
em toda a bacia hidrográfica; reuniões públicas para definição do Regimento Interno e dos
procedimentos eleitorais; reuniões públicas de esclarecimento sobre o processo de instalação e
sobre a legislação de recursos hídricos; processo eleitoral e assembléia geral de posse e eleição da
Diretoria do Comitê. A partir da sua instalação o comitê tem suas atividades apoiadas por uma
secretaria-executiva.

Revista das Águas: Qual bacia pode ser considerada modelo e por quê?

Wilde: A diversidade das situações com relação às águas no Brasil nos permite apresentar
diferentes modelos de gestão. Os modelos que estão se desenvolvendo na região sudeste (Paraíba
do Sul e Piracicaba, Capivari e Jundiaí) são referências para situações similares em regiões
fortemente urbanizadas. Os modelos de bacias como as do Doce, São Francisco e Paranaíba são
referência para regiões com grande área de atuação e onde os conflitos se estendem além da
questão hídrica, mas também envolve o relacionamento entre os comitês de bacias de rios
afluentes ou mesmo a questão relativa ao Pacto Federativo. Os modelos de bacias da região semi-
árida, com experiência importante no Ceará, tem se desenvolvido em situações similares nas
bacias do rio Verde Grande e do Piranhas-Açu. Cada um desses modelos atende, assim, a
peculiaridades que vêm modelando a gestão das águas no país e devem ser entendidas como
determinantes para a proposta de gerenciamento a ser definida para cada bacia.

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24/11/2010 A importância dos Comitês da Bacia Hi…
Revista das Águas: Qual a importância das bacias?

Wilde: As bacias hidrográficas são área de drenagem das águas para os cursos dos rios. Tratar
dos rios não é possível se não entendemos a bacia como a fonte da oferta e da demanda dessas
águas. A lógica, então, do gerenciamento por bacias vem preservar a lógica física das águas
incorporando todos os fatores que possam interferir no uso dos recursos hídricos.

Revista das Águas: Quais são os problemas que as bacias enfrentam?

Wilde: A realidade de cada bacia hidrográfica é muito diferente em todo o país. É impossível
determinar um padrão de problemas. Aqueles problemas que têm gerado a necessidade de
instalação de comitês são: escassez das águas em função da característica regional ou por super-
exploração pelo homem e suas atividades; poluição em função do uso urbano principalmente pelo
lançamento de esgotos industriais ou domésticos sem o devido tratamento ou de atividades rurais,
má utilização do solo causando assoreamento dos cursos d’água ou pela poluição difusa oriunda
de insumos agrícolas que interferem na qualidade das águas.

Revista das Águas: Quais são os usos das águas nas bacias hidrográficas?

Wilde: Os usos mais freqüentes são: abastecimento humano, industrial, agropecuário, irrigação
intensiva, navegação, geração elétrica, pesca, lazer e turismo.

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