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1. Elementos Fundamentais
Projetos são temporários porque tem início e fim bem definidos. Observe que
um projeto pode ter a duração de semanas ou até mesmo anos, no entanto
o seu resultado deve ser duradouro.
Projetos são exclusivos porque devem sempre produzir algo novo.
• O dinheiro acabou.
Esse objetivo pode ser um benefício tangível (como valores financeiros, instalações,
ferramentas) intangível (reconhecimento da marca, reputação) ou ambos.
Perceba que para cada tipo de projeto, podemos ter um ciclo de vida diferente.
Na verdade, para um mesmo tipo de projeto (exemplo: criação de um software) é
comum vermos empresas utilizando ciclos de vida de projeto completamente
diferentes.
1.3 Processos
Antes de abordarmos os processos de gerenciamento de projetos, vamos
definir o que é um processo. O conceito usual refere-se ao ato de transformação
que requer uma entrada (o que será transformado), o processamento que irá
transformá-lo e a saída (resultado da transformação).
Técnicas
Entradas
São quaisquer itens internos ou externos ao projeto, que são exigidos por um
processo antes que ele continue. Pode ser uma saída de um processo anterior.
Saídas
É um produto, resultado ou serviço gerado por um processo. Pode ser um dado
necessário como entrada em um processo posterior.
Monitoramento
Execução
e controle
Encerramento
Resumidamente, um projeto típico apresenta cinco grandes etapas ao longo do seu ciclo
de vida (Trentim, 2013):
Área de Objetivo
conhecimento
Integração Garantir que os vários elementos do projeto
estão apropriadamente coordenados.
7 processos
Área de Objetivo
conhecimento
Riscos Garantir a identificação, análise e resposta aos
riscos.
7 processos
Aquisições Garantir a correta aquisição de bens/serviços
de fornecedores externos à organização.
3 processos
Partes Interessadas Garantir que as partes interessadas trabalhem
em prol do projeto e não contra ele.
4 processos
A figura a seguir ilustra a quantidade de processos existentes, relacionando os grupos
de processos com as áreas de conhecimento.
2. INICIAÇÃO
Esse conceito evoluiu para torná-lo no documento que representa uma espécie de
contrato firmado entre a equipe responsável pela condução do projeto e os gestores da
empresa e que tem os seguintes objetivos:
• Definir o gerente do projeto;
• Apresentar claramente o que é esperado em relação a equipe;
• Manter a equipe alinhada aos objetivos prioritários da empresa;
• Formalizar a transição do projeto das mãos dos gestores para a equipe; e
• Manter a equipe dentro do escopo definido para o projeto.
2.3 O processo
Este processo é composto pelos seguintes elementos:
2.4 Planejamento
3. Execução
É por aqui que o grupo de processos de execução é iniciado, ou seja, é aqui que o
projeto começa a ser
efetivamente colocado em ação.
Dessa forma, o grupo de processos de execução é formado por dez processos que
têm a responsabilidade de integrar recursos e pessoas a fim de terminar o trabalho
definido no plano de gerenciamento do projeto, cumprir os requisitos acordados e
gerenciar as expectativas das partes interessadas.
Veja na tabela a seguir os processos que compõem esse grupo separados por área de
conhecimento.
Este processo tem como objetivo garantir a execução conforme o planejado no plano
de gerenciamento do projeto.
Pode parecer pouco, mas definitivamente não é! É aqui que efetivamente o produto
final do projeto começa a ser elaborado. Os recursos humanos são alocados nas
atividades. Os recursos financeiros são gastos. Os treinamentos são realizados. As
aquisições são realizadas. Os riscos aparecem.
3.1 Mudanças
De acordo com o Guia PMBOK®, este processo pode requerer a implementação de
medidas corretivas para realinhamento das atividades do projeto com o que foi
planejado, medidas preventivas para reduzir a probabilidade de consequências negativas
e reparo dos defeitos encontrados nos produtos/serviços já entregues.
Ação corretiva
Refere-se às atitudes tomadas para colocar os futuros resultados do projeto de volta
aos trilhos. Ou seja, uma vez que o desempenho atual não esteja de acordo serão
realizadas correções para que o projeto retorne ao planejado.
Ação preventiva
Aqui ainda não aconteceram e não há previsão de que ocorram problemas, embora
ainda haja a probabilidade disso. Então, tais ações se referem às atitudes tomadas para
reduzir os impactos de eventos de risco, caso eles se concretizem.
Reparos de defeitos
Aqui estamos nos referindo a problemas encontrados nas entregas do projeto
(produtos ou serviços). Ou seja, se durante a execução dos processos da qualidade foram
encontrados problemas com o produto, ele deverá ser corrigido. Veja na tabela a seguir
a comparação entre essas medidas.
Ação corretiva Ação preventiva Reparo de defeito
Corrige desempenho do Previne problemas de Corrige problemas no
projeto. Problema de desempenho a partir da produto/serviço. Produto/
desempenho já aconteceu. redução de riscos. serviço entregue não
funcionando ou fora da
especificação.
seguir.
Atividades do processo de controle de mudanças
Solicitações de mudanças
Vamos descrever de forma resumida como funciona o fluxo das solicitações de
mudança entre os grupos de processo de execução e monitoramento e controle,
conforme mostramos na figura a seguir.
Fluxo de informações entre Execução e Monitoramento e controle
1. Durante a execução do projeto, mudanças serão necessárias, mas elas não podem
ser executadas sem a realização de uma análise do impacto nos objetivos do
projeto. Essa análise só é feita no processo Realizar o controle integrado de
mudanças (que pertence ao grupo de processos de Monitoramento e controle).
Por isso, as solicitações são saídas do processo Orientar e gerenciar o trabalho do
projeto.
2. Nenhuma mudança deve (ou pelo menos não deveria) ser executada sem antes
passar pelo processo Realizar o controle integrado de mudanças. É por isso que
as mudanças solicitadas são entradas para este processo.
Além disso, outras atividades de controle muito importantes também podem ser
executadas, tais como analisar desvios entre o planejado e o realizado, fazer previsões
de desempenho futuro, recomendar correções, solicitar mudanças nas linhas de base,
usar o sistema de autorização do trabalho, gerar relatórios de desempenho, atualizar o
plano de gerenciamento e os documentos do projeto.
Em outras palavras o monitoramento não faz sentido se não houver controle, porém
é necessário que se
monitore primeiro para controlar depois.
É neste processo que são agregadas todas as informações dos demais processos
de monitoramento e controle para gerar os relatórios de desempenho.
• Base das estimativas: estas bases indicam como as várias estimativas foram
elaboradas e derivadas e que podem ser usadas para tomar uma decisão
sobre como reagir as variações.
• Registro das lições aprendidas: estas informações são muito úteis para ajudar
nas possíveis reações às variações encontradas, bem como ideias de como agir
em caso de ações corretivas e preventivas.
• Lista de marcos: esta lista indica as principais datas de entrega e é partir dessa
lista que medições são feitas para checar se os prazos e entregas estipulados
estão sendo cumpridos.
Nada mais é que identificação das alternativas para o projeto, análise e seleção da
melhor opção. Em casos mais complexos uma matriz de decisão pode ser utilizada.
Análise do custo-benefício
Análise de tendências
Análise de variação
Esta é uma técnica para determinar a causa e o grau de diferença entre a linha de
base e o desempenho real. Assim, podemos ter três variações que devem ser
analisadas: variação de custos, variação de prazos e variação no término. Elas serão
detalhadas no capítulo referente ao Monitoramento e Controle dos Custos.
Outras ferramentas não citadas no Guia PMBOK que podem ser usadas são:
Análise de regressão
Caso a solicitação seja rejeitada, ela não deverá ser descartada, pois poderá ser
aproveitada em outro momento do projeto. E mesmo que não seja aproveitada, deve
ser utilizada como lição aprendida. Já se for aprovada, poderá resultar em uma nova
linha de base. Grifamos o termo “poderá”, pois o próprio Guia PMBOK® sugere que
mudanças relativas à ações corretivas e preventivas normalmente não afetam as
linhas de base do projeto, somente o desempenho em relação a elas.
Da forma como se conhece hoje, o AVA teve sua origem no Departamento de Defesa
Americano em 1967 para controlar e administrar riscos e custos de grandes projetos
e programas.
A AVA monitora três dimensões chave para cada pacote de trabalho, conta de
controle e/ou atividade:
Após três semanas de execução, verificou-se que foram construídas duas das
quatro paredes do muro e que para isso foram gastos R$3000,00. Assim, temos as
seguintes informações:
• Custo real: o custo efetivamente gasto após três semanas foi de R$3.000,00.
O projeto agregou menos que o planejado, já que após três semanas deveríamos ter
três paredes construídas e foram construídas apenas duas. E para piorar, além de
terem sido construídas somente duas paredes, elas custaram R$1.000,00 a mais do
que o planejado!
Análise das variações
Onde:
Onde:
VC = variação de custo
(em relação ao planejado)
VA = valor agregado
CR = custo real
Utilizando o exemplo da construção do muro, temos:
VPR < 0 => indica que o projeto está atrasado; VPR > 0 => indica que o projeto está
adiantado; VPR = 0 =>
indica que o projeto está dentro do planejado;
VC = 2000 – 3000
VC < 0 => indica que o projeto está gastando mais do que devia; VC > 0 =>
indica que o projeto está gastando menos do que devia; VC = 0 => indica que
o projeto está dentro do planejado;
Na figura a seguir mostramos o gráfico de andamento do nosso projeto. Veja que
o valor real (= CR – custo real) está acima do VP (valor planejado) e o VA (valor agregado)
está abaixo.
Cálculo dos índices de desempenho
Onde:
IDP = índice de desempenho de prazos VA = valor agregado
VP = valor planejado
Onde:
IDC = índice de desempenho de custos
VA = valor agregado
CR = custo real
Utilizando o exemplo da construção do muro, temos:
IDP < 1 => indica que menos trabalho foi executado do que o planejado, ou seja,
projeto atrasado; IDP > 1
=> indica que mais trabalho foi executado do que planejado, ou seja, projeto adiantado;
IDP = 1 => indica que o trabalho foi executado dentro do planejado, ou seja, projeto
dentro do cronograma previsto.
E agora, calcular o índice de desempenho de custos:
IDC < 1 => indica um excesso de custo para o trabalho executado, ou seja, estamos
“estourando” o orçamento; IDC > 1 => indica um desempenho de custo abaixo do
limite até a data presente, ou seja, estamos gastando menos que o previsto; IDC = 1
=> indica que os custos estão dentro do previsto.
No gráfico da figura a seguir mostramos os índices IDP e IDC. Ambos estão abaixo
de 1 indicando que estamos com o projeto atrasado e gastando além do previsto.
1,5
1,0
IDC
IDP
0,5
1a semana 3a semana
Previsões
Em um mundo ideal o ENT seria exatamente igual ao ONT. Mas, dificilmente isso
acontece. Veja na figura a seguir um exemplo onde por conta de um atraso na entrega
de algumas atividades, o valor agregado ficou abaixo do esperado e o ONT
(Orçamento no término) não corresponde mais ao valor total que será gasto no
projeto. O novo valor é representado pelo ENT = Estimativa no término.
ONT = Orçamento ENT = Estimativa no
no término término
ENT = CR + EPT
Onde:
ENT = estimativa no término CR = custo real
EPT = estimativa para terminar
• ENT a partir da EPT executada no ritmo orçado: este cálculo assume que o
trabalho restante a ser executado pelo projeto o será em conformidade com
o plano original e que um desvio ocorrido não representa uma tendência de
degeneração do andamento do projeto. Esta estimativa é usualmente
chamada de Otimista, porque considera que o andamento do projeto será
exatamente o que foi planejado, mesmo que o andamento na data da
avaliação tenha sido abaixo do esperado. Deve-se ter muito cuidado em
utilizar esta forma de estimativa, pois pode gerar valores irreais (otimistas
demais). Assim, a fórmula de cálculo será:
Veja que o valor obtido para a estimativa no término (ENT) ficou acima do
orçamento no término (ONT) em R$1.000,00. Como veremos a partir do exemplo
seguinte, esta estimativa é muito otimista, pois ela considera que o desempenho
futuro será exatamente o que foi planejado, mesmo que o desempenho até o
momento tenha sido sofrível.
• ENT a partir da EPT executada ao IDC presente: este cálculo assume que o
trabalho restante a ser executado pelo projeto seguirá o mesmo desempenho
financeiro obtido até o momento (utilizando- se o IDC = índice de
desempenho de custo). Uma tendência negativa ou positiva do IDC obtido
até o
momento da avaliação projetará a mesma tendência para os custos finais do
projeto. Isso é interessante, pois alerta o gerente do projeto de que se o
andamento se mantiver dessa forma (ou seja, nada for feito), o projeto
terminará fora do orçamento previsto. Como os projetos normalmente são
executados com IDCs inferiores a um, esta estimativa é chamada de Realista.
Assim, a fórmula de cálculo será:
Onde:
ENT = estimativa no término ONT = orçamento no término
IDC = índice de desempenho de custo
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro,
podemos calcular a estimativa no término a partir da estimativa para terminar
ONT = 4000 IDC = 0,66
executada ao IDC presente: da seguinte forma:
ENT = 6060, 60
• ENT a partir de EPT considerando ambos os fatores IDP e IDC: este cálculo
assume que o trabalho restante a ser executado pelo projeto seguirá tanto a
projeção financeira determinada pelo índice de desempenho de custos (IDC)
quanto a projeção de prazos determinada pelo índice de desempenho de
prazos (IDP). Esta forma de cálculo é a fortemente aplicável na projeção da
estimativa no término no caso de projetos atrasados e com custos
“estourados”, onde a índice composto (IDC x IDP) compõem o mais rigoroso
Onde:
ENT = estimativa no término CR = custo real
ONT = orçamento no término VA = valor agregado
IDC = índice de desempenho de custos IDP = índice de desempenho de prazos
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro,
podemos calcular a estimativa
no término a partir de EPT considerando ambos os fatores IDP e IDC da seguinte forma:
Onde:
VNT = variação no término ONT = orçamento no término ENT = estimativa no término
Obs: o valor de ENT (estimativa no término) poderá ser calculada de acordo com uma
das quatro formas
apresentadas.
• IDPT baseado no ONT: Neste caso se utiliza o orçamento no término (ONT) para o
cálculo. Deve-se ter
em conta que muitas vezes o ONT não representa mais a verdade, pois o projeto
pode ter acumulado vários desvios de custos. Mesmo assim, sua fórmula é:
O IDPT retornou um valor que é muito pouco provável que o projeto será capaz
de recuperar. Esse índice exige um nível de desempenho muito acima do que foi
executado até o momento e pode ser considerado como otimismo deliberado. Em
outras palavras, a partir de agora o projeto terá que aumentar seu desempenho em
100% (ou seja, dobrar!) para que consiga chegar ao final dentro do planejado.
ONT = 4000 VA = 2000 CR = 3000 ENT = 6060 (ENT a partir da EPT executada
ao IDC presente)
Neste exemplo usamos o valor de ENT calculado com o EPT considerando o IDC
presente, ou seja, a previsão também chamada de Realista. Veja que o IDPT agora é de
1,32 o que torna um pouco mais factível alcançar o desempenho esperado.
5. Encerramento
Extinção
Esta é melhor forma de se encerrar um projeto. Ela indica que o projeto foi concluído
a contento e que as partes interessadas o aceitaram formalmente.
Absorção
A absorção implica em que assim que o projeto se encerre se inicie a operação
contínua do seu produto final. Este é o típico encerramento de projetos de TI, em que,
por exemplo, ao se terminar de implantar um sistema ERP, ele passa a ser operado
rotineiramente pelos usuários. Nestes casos, a transição entre o projeto e a operação
rotineira costuma ser gradual, até que o último módulo do sistema seja definitivamente
entregue.
Mas nada impede que a transição seja feita em uma única vez, como nos casos de
projetos de construção civil (exemplo: entrega de um edifício comercial).
Esta forma de encerramento considera que o objetivo do projeto foi alcançado com
êxito.
Esgotamento
Neste tipo de encerramento, os recursos vão sendo cortados e o projeto deixa
de ser prioridade para a organização, definhando até “morrer” prematuramente.
Isso pode acontecer por que:
O motivo mais claro e conhecido por qualquer profissional da área é que a correta
documentação das lições aprendidas serve para que a empresa não cometa os mesmos
erros do passado e que possa repetir as práticas que deram certo.
Por isso é que essas lições devem ser registradas durante todo o projeto. Não
podendo ser deixadas apenas para o final, pois muitos detalhes podem se perder ao
longo do tempo.
Veja que este processo pode ser executado ao final de cada fase, quando um
projeto é assim dividido. Ao ser executado dessa forma é possível que sejam
efetuadas as avaliações se o projeto deve continuar para a fase seguinte ou se deve
ser encerrado prematuramente.
Um projeto não pode ser considerado concluído até que todas as entregas,
incluindo as entregas do gerenciamento do projeto (lições aprendidas, documentos
etc) não tenham sido concluídas.
• Decidir se o projeto deve seguir adiante, quando este for dividido em fases;
• Liberar os recursos.
Observe que mesmo que o projeto seja encerrado prematuramente, este
processo deve ser executado para que sejam documentados os motivos que fizeram
com que isso ocorresse.
6. Referências