Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I – CONCEITOS
A palavra Bibliologia deriva-se do gr. “Bíblion” (livro) e “logia” (estudo, tratado). Assim, Bibliologia é a área
da teologia que trata do estudo da Bíblia.
Nesta matéria veremos alguns conceitos sobre o tema:
1.“Ciência que trata das questões críticas da Bíblia tais como, seu texto, língua, inspiração, canonicidade,
autenticidade, autoridade e conteúdo”.
2.“Tratado de todas as questões, cujo conhecimento imediato é indispensável para se entender o sentido da
Bíblia”.
3.“Ciência que trata de certos assuntos que são preliminares ao estudo e interpretação da Bíblia”.
A- O que é a Bíblia?
“Bíblia” é uma palavra que não aparece na Bíblia. Este nome consta apenas da capa da Bíblia, mas não o
vemos através do volume sagrado. Foi primeiramente aplicado por João Crisóstomo, grande pregador e
reformador de Constantinopla (398 – 404). Ela é uma palavra derivada do Latim, com origem na palavra
Grega Biblion, que significa “livro”.
Portanto o vocábulo “Bíblia” vem do grego, língua original do Novo testamento. Deriva do vocábulo grego
“Biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “Biblion”, e vários destes eram uma “Bíblia,
literalmente, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de livros pequenos”. A palavra “Bíblia” é o plural de biblion
e significa “Livros”
Vem do grego bíblia, plural byblyov = livro (s), nome vem da fenícia de biblios (no At Gebal) neste lugar
produzia-se o papiro, o papel antigo
B. Outros nomes da bíblia (técnicos e figurativos)
1. TÉCNICOS 2. FIGURATIVOS
A Palavra Tg 1.21-23 Uma Luz Sl 119.105
A Escritura Jo 2.22
As Escrituras Mt 22.29 Um Espelho Tg 1.23
A Palavra de Deus Mc 7.13
Água purificadora Ef 5.26
A Palavra do Senhor 2Ts 3.1
A Palavra de Cristo Cl 3.16 Alimento Jó 23.12
A Palavra da Verdade 2Co 6.7
Ouro Fino Sl 19.10
A Lei 1Co 14.21
As Sagradas Escrituras 2Tm 3.15 Fogo e Martelo Jr 23.29
As Palavras da Vida At 7.38
A Escritura da Verdade Dn 10.21 Espada Ef 6.17
A Palavra da Graça At 20.32 Alguns desses nomes variam de acordo com as
A Palavra da Fé Rm 10.8 traduções e se referiam na maioria das vezes ao AT.
A Palavra da Justiça Hb 5.13 No entanto Paulo cita Lc 10.7 como Escritura
A Palavra do Testemunho Ap 12.11 (1Tm 5.18), ao compará-lo com Dt 25.4.
O Livro do Concerto Êx 24.7
Os oráculos de Deus Rm 3.2 Escrituras ≠ Bíblia
As Santas Escrituras Rm 1.2 AT AT + NT (2 Pd 3.14-16)
A Lei do Senhor Is 34.16
1
II – COMO ELA VEIO À EXISTÊNCIA
QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita por cerca de 40 autores em um período de aproximadamente1600 anos (16 séculos). Os
autores eram poetas, pescadores, reis, profetas, filósofos, médicos, músicos etc.
O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico (algumas porções em Aramaico), e o Novo Testamento foi
escrito em Grego.
1. PESSOALMENTE
O Senhor desde o princípio mostrou a sua boa vontade em se comunicar com o homem, este jamais O
encontraria, pois, a tendência do homem é a de afastar-se cada vez mais do seu Criador (Gn 3.8; 6.5).
Ainda bem que Ele tem proposto em Seu coração nada fazer sem que antes revele seus propósitos a Seus
servos, os profetas (Am 3.7).
Até certo ponto do AT não temos prova de que houvesse a Palavra de Deus escrita. Deus falou
especificamente a certos homens como
Deus falou especificamente a certos homens como Adão, Enoque, Noé, Abraão, etc., mas eles não foram
autorizados a registrar as Palavras de Deus. Até certo ponto do AT não temos prova de que houvesse a
Palavra de Deus escrita, apenas algumas tradições e genealogias como Toledot. (Gn. 5.1).
As Escrituras dão tanta importância ao que diz, Deus que exigiu de Moisés o registro de tudo em um livro. A
1ª evidência de que isso tenha acontecido está em Êx 7.14. Lemos depois em Êx 24.4 e depois disto, até o
1º séc. encontramos homens de Deus falando e escrevendo a Palavra de Deus, movidos pelo Espírito
Santo.
3. ATRAVÉS DE ISRAEL
Em tese, Deus escolheu Israel para entregar uma mensagem ao mundo. Nenhum estudioso pode negar
que a Bíblia foi entregue ao mundo pelo povo hebreu. Jonas é um exemplo simbólico disto. Ao pregar em
Nínive, ele representava Israel e Nínive o resto da humanidade (os gentios).
5. ATRAVÉS DE JESUS
Esta foi a maior expressão de Deus aos homens (Hb 1.1). Ninguém jamais falou da parte de Deus com
tanta perfeição como o fez Jesus. Ele mesmo afirma que Sua palavra não era dEle mesmo, mas do Pai (Jo
7.16; 12.49; 14.10; etc.).
2
6. ATRAVÉS DA IGREJA
A extraordinária instituição criada por Jesus tem proclamado em alto e bom som todo o conselho de Deus
(At 4.2; 5.28; 8.4,5; 9.20; etc.). Paulo chega a dizer que a igreja é a única instituição que possui a verdade e
está autorizada a pregá-la (1Tm 3.15).
PROCESSO REDACIONAL
Acontecimentos e Experiências .> Interpretação e formulação> Assimilação> Transmissão oral>
Escritura Original> Cânon> Traduções. > Bíblia em Português.
3
Meios que Deus usou para se comunicar com os homens (Hb 1.1)
Sonhos e Visões (Gênesis 37 / Daniel 4 e 5);
Voz (1Samuel 3);
Teofanias (Gênesis 33.22-32; Êxodo 3);
Mensagens angelicais (Daniel 8.15);
Estudo e Pesquisa pessoal (Lc 1.1-3; At 1.1-3; Mt 1.1,14; Jo. 20.30)
Redação de cartas (Cartas paulinas e gerais)
Revelação de Jesus (APCD. 1.1)
4
O Cânon do Antigo Testamento foi formado num período aproximado de 1.046 anos - de Moisés
a Esdras.
Moisés começou a escrever o Pentateuco cerca de 1490 a.C., Esdras surge por volta de 445
a.C.
Esdras, segundo a literatura judaica, na qualidade de escriba e sacerdote, presidiu um conselho
formado por 120 membros chamado Grande Sinagoga. A Grande Sinagoga selecionou e
preservou os rolos sagrados, determinando naquele tempo o cânon das Escrituras do Antigo
Testamento (Ed 7.10,14).
Foi essa mesma entidade que reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais
tarde, deu origem ao supremo tribunal judaico denominado sinédrio.
Mas, com a morte dos apóstolos, um a um, a tradição oral tornou-se insuficiente. As dissensões nas igrejas
também tornaram o apelo à palavra escrita tanto natural quanto necessário.
Nenhum livro podia ser declarado Escritura, se não contivesse as ênfases que o tornasse como tal.
Prevalecia uma unanimidade surpreendente entre as igrejas quanto aos escritos que falavam
convincentemente de Deus.
O cânon do Novo Testamento aumentou sob a orientação de um instinto espiritual, em lugar da imposição
5
de uma autoridade externa.
Os escritos aceitos eram de autoria daqueles honrados pela Igreja - Mateus, João, Paulo, Pedro - assim
como de pessoas menos conhecidas, apoiadas por uma autoridade apostólica - Pedro por trás de Marcos,
Paulo por trás de Lucas. Alguns livros levaram mais tempo para alcançar a canonicidade.
O Cânon do Novo Testamento se fixou de forma quase universal no século IV d.C., com Atanásio de
Alexandria (325 d.C.).
No ano de 367 d.C. Atanásio enviou uma carta estabelecendo a lista dos livros sagrados que deviam ser
lidos nas igrejas. Essa lista era exatamente a mesma que contém os atuais vinte e sete livros do Novo
Testamento.
Porém, o cânon neotestamentário só foi definitivamente reconhecido e fixado, quando uma lista idêntica à
de Atanásio foi aprovada no concílio de Cartago em 397 d.C.
A história da formação daquilo que é conhecido como o cânon do Novo Testamento é a história da
exigência de uma autoridade. No final do século I os livros já haviam chegado ao seu destino. Nem todos se
tornaram conhecidos por todos os cristãos logo de início. Pelo contrário, é muito provável que alguns dos
cristãos primitivos não tivessem visto todos os evangelhos, nem todas as epístolas antes do fim do século.
Além disso, muitos evangelhos, atos e epístolas apócrifas circulavam durante o segundo século e foram
aceitos por alguns grupos, senão não teriam sequer sobrevivido. A valiosa literatura dos cristãos primitivos
que expressavam sua fé e dedicação era preservada pelas congregações em todo o império romano. Esta
autoridade canônica repousava sobre o testemunho ocular de doze homens.
Moule nos sugere que: “se perguntarmos quais os critérios que a igreja, conscientemente, havia aplicado
para provar a autenticidade dos seus escritos, descobriremos que tais critérios são determinados pela
controvérsia com heréticos e incrédulos”.
A igreja estabeleceu alguns critérios para selecionar os escritos, dentre os quais destacaremos:
1-A APOSTOLICIDADE: O material em consideração pela comunidade eclesiástica deveria ter sido
redigido por um dos doze que conviveram com Jesus. "O livro deveria ter sido escrito por um apóstolo ou
baseado em seu testemunho ocular. Os apóstolos eram tanto testemunhas oculares pessoais do ministério
de Cristo como os primeiros líderes da Sua igreja". Assim sendo o testemunho deles tornou-se a primeira
autoridade nesta nova comunidade de fé. Já que estes ficaram com a responsabilidade de instruir os novos
discípulos, seu testemunho deveria ser aceito pela igreja como possuindo a autoridade de Jesus. Logo os
seus escritos deveriam ser aceitos. Se o escrito procedesse de alguém que não estivesse no grupo dos
doze, mas que tivesse alguma relação com estes seria aceito. “Quanto aos evangelhos, estes deveriam
manter o padrão apostólico de doutrinas particularmente com referência à encarnação e ser na realidade
um evangelho e não porções de evangelhos, como tantos que circulavam naquele tempo”.
2.A CATOLICIDADE: Este fator envolve a circulação, o uso e a aceitação do livro. Já que não era fácil
comprovar a autenticidade apostólica, esta característica auxiliou e muito a confecção do Cânon. "Os
autores tinham no geral seguidores em sua igreja e comunidade, mas só os livros usados pela igreja inteira
vieram a ser incluídos no Cânon. Como os pastores e membros das várias congregações se comunicavam
entre si, os livros mais usados se tornaram obviamente conhecidos". Como nem sempre era fácil
demonstrar a autenticidade apostólica do documento, nem mesmo sua derivação, o critério do uso e
circulação veio colaborar na aferição canônica. Existe a probabilidade de que certos escritos foram aceitos
e circularam tendo a autoridade antes mesmo de possuir qualquer tipo de relação com o grupo apostólico.
3-A ORTODOXIA: Esta também era um importante fator na questão da seleção. Nos relatos, livros escritos
que para serem canonizados deveriam possuir no seu bojo um conteúdo doutrinário cristalino. Nenhum dos
escritos que concorriam a uma aceitação canônica poderia contrariar àquela ortodoxia característica das
primeiras décadas. Isto possibilitou a igreja a expor e repudiar as grandes heresias dos primeiros séculos e
preservar a pureza do Evangelho. E quando havia erros ou obscuridades nos escritos estes eram tirados da
lista canônica.
6
4-INSPIRAÇÃO: A última prova para canonizar era a inspiração. Os livros escolhidos davam evidências de
serem divinamente inspirados e autorizados. O Espírito Santo guiou a igreja para que ela discernisse entre
a literatura religiosa genuína e a falsa. Houve a necessidade de certo período de tempo para se
concretizar.
Os doze apóstolos eram o cânon e o foram enquanto viveram, já que a comunidade cristã dos primórdios
preferia a mensagem proferida oralmente por aquelas pessoas que testificaram, estando presentes e
participantes do ministério de Jesus.
A necessidade de se responder as dúvidas e dificuldades de algumas igrejas e de alguns líderes, promoveu
o surgimento de cartas e tratados dos apóstolos orientando-os na forma de agir. Tendo como precursor
Marcos inicia-se a produção dos Evangelhos canônicos e série extensas de apócrifos, entre os quais alguns
são conhecidos. Em nenhuma das circunstâncias houve a intenção de suplementar o Antigo Testamento
que eram as Escrituras. E as coleções a respeito de Jesus, repleta de parábolas e narrativas, foram
copiadas muitas vezes e entregues às várias congregações para serem lidas. Nenhum livro seria admitido
para a leitura pública na igreja se não possuísse características próprias. Muitos outros livros circulavam
quando Mateus começou a ser usado pelos cristãos. Estas compilações acrescentaram o número de
material evangélico. No entanto o testemunho vivo dos apóstolos era o mais preferido.
7
2- O que são “Pseudepígrafos”?
Os livros chamados pseudepígrafos são livros que circularam sob um nome falso. “Pseudo” (falso), “epí”
(sobre) “grafê” (escritos), portanto: escritos falsos sobre. São chamados assim, porque não foram escritos
pelos autores aos quais são atribuídos. Por exemplo, o livro de Enoque não foi escrito pelo personagem de
Gênesis; o Apocalipse de Abraão não foi escrito pelo patriarca e assim por diante. Era comum na
antiguidade atribuir um livro qualquer a alguma pessoa antiga e bem conhecida. Isso se fazia também com
livros filosóficos e literaturas em geral.
O objetivo disso era fazer uma grande distribuição da obra, honrar o nome usado e propagar ideias e
tradições dos alegados autores. Também, como a maioria tinha característica apocalíptica, trazia a
esperança messiânica, que dava ao povo judeu uma expectativa da libertação do jugo dos impérios da
época. Sendo atribuído, portanto, a um personagem respeitado já falecido, o verdadeiro autor teria sua
identidade preservada de possíveis retaliações do governo.
Já no caso dos pseudepígrafos do NT, a maioria é gnóstica, heresia que desejava infiltrar-se no
Cristianismo, desde o final do 1º século. Seu objetivo era inserir a doutrina gnóstica no meio dos cristãos e
para tanto atribuíam seus escritos a certos apóstolos, como no caso do Evangelho de Filipe, Atos de Paulo,
etc. para que fossem aceitos.
PSEUDEPÍGRAFOS DO AT
Os Livros de Enoque, Assunção de Moisés, Salmos de Salomão, Apocalipse de Elias, etc.
PSEUDEPÍGRAFOS DO NT
Os Evangelhos de Tomé, Pedro, Nicodemos, etc., Atos de Paulo, Pedro, André, João, etc. Apocalipses de
Paulo e Pedro, etc.
A diferença entre apócrifo e pseudepígrafo é que este, além de não-inspirado, foi escrito sob um alegado
autor não-verdadeiro. E o apócrifo, apesar de não ser inspirado, não foi escrito sob um nome falso de
autoria.
2 CARACTERÍSTICAS DA REVELAÇÃO
A- ELA É SOBRENATURAL – Cerca de 40 homens, alguns vivendo em épocas diferentes, num
período aproximado de 1500 anos, sem terem feito nenhum plano para isso escrevem determinadas coisas
que, ao se juntarem formam um único livro com uma única mensagem, sem contradição. Num processo
desses, a palavra “sobrenatural” encaixa-se perfeitamente.
B- ELA É POSSÍVEL – Embora haja uma série de argumentos contrários à revelação, sabemos que
nada é impossível para Deus (Mc 10.27). E o fato de milhares de pessoas terem sido transformadas por
conhecê-la endossa esta verdade.
C- ELA É NECESSÁRIA – Obviamente Deus tem um compromisso com o universo, especialmente
com o homem. Por estar este homem em cegueira, depravação e perdição, a revelação se faz
extremamente necessária, pois ela é a solução par esse estado.
D- ELA É PROVÁVEL – Desde que possível, é também provável. Pois esta revelação sempre esteve
acompanhada por sinais, prodígios e maravilhas (Jo 4.48; At 4.29,30; etc.).
8
E -ELA É DIGNA DE CRÉDITO – Nenhuma filosofia sobrevive por muito tempo, se não consegue
comunicar grandes e eternas virtudes a seus adeptos. Só a revelação de Deus tem provado ser capaz disto
(1Tm 1.15; 4.9).
F- ELA É RAZOÁVEL – Embora seja sobrenatural, a revelação é razoável, isto é, ela se adapta
perfeitamente aos princípios gerais da razão. Nada exige nem ensina que possa ferir a integridade física,
moral ou espiritual do homem. Pelo contrário, as eleva.
G- ELA É CORRETA – Por mais que se tenha aprofundado a crítica bíblica, não se conseguiu até
agora encontrar discrepâncias ou contradições na revelação. O cumprimento de centenas de profecias
funciona como forte crédito quanto à veracidade e infalibilidade da revelação de Deus.
XI – O MÉTODO DA REVELAÇÃO
1-ENSINO PELO EXEMPLO – Uma das coisas mais imorais do mundo é um professor que não vive aquilo
que ensina. Está provado que a força da lição de qualquer um está diretamente ligada ao exemplo vivido na
prática (At 1.1). A revelação de Deus prima por este método. É assim que vemos registrados os atos nobres
dos grandes vultos da Bíblia, e o elogio à referência, o destaque, para que aprendamos que são exemplos
que devem ser seguidos. Também é fato que o que os heróis da Bíblia aprenderam de bom, devem ao
Deus da revelação.
2-ENSINO PELA UNIDADE – A revelação na Bíblia não é um emaranhado de princípios sem começo, fim
ou lógica. Todas as suas doutrinas são vistas uniformemente do início ao fim, em perfeita unidade didática,
facilitando o raciocínio. Só as mentes carnais a consideram dispersiva e sem sentido. Um exemplo disso
são as profecias, que embora variadas, tinham sempre o objetivo de aperfeiçoamento moral do homem.
3-ENSINO PROGRESSIVO – Logicamente, Deus, por várias razões, jamais poderia ensinar todas as
implicações de uma doutrina já no livro de Gênesis. Toda revelação bíblica é progressiva, de modo que o
desenvolvimento de qualquer doutrina pode ser acompanhado e assimilado sem muito esforço. Exemplo: a
compreensão de Paulo sobre a doutrina da Trindade é muito maior que a de Moisés, embora ambos falem
dela (Gn 1.26; Ef 4.4-6).
DIFERENÇAS TEOLÓGICAS
A respeito desta revelação de Deus existem diferentes ideias:
XII – INSPIRAÇÃO
1-ETIMOLOGIA
Inspiração provém de 2 vocábulos latinos: “in” e “spiro”, que significa “soprar em” ou “soprar dentro”.
9
Com este sentido específico, ela aparece duas vezes na Escritura (Jó 32.8; 2Tm 3.16). No contexto de Jó,
ela tem mais sentido de “sopro”. A ideia é de que esse sopro capacita o espírito do homem ao raciocínio.
Em 2Tm ela está exatamente em sua ideia teológica plena, quanto à produção da Bíblia. É com essa ideia
que estudaremos o vocábulo.
No heb. esta mesma palavra é “nishamah” e ocorre 25 vezes no AT, sendo traduzida por termos como:
sopro, sopro de Deus, inspiração, etc.
No gr. seu equivalente é “Theopneustos”, traduzida como: divinamente inspirada, ou seja, soprado por Deus,
ou mais claramente, dado por Deus através do Espírito.
A palavra “pneu” ocorre 7 vezes no NT e, dependendo do contexto pode também significar “vento do Espírito”
(Jo 3.8; 6.18; Mt 7.25-27; Ap 7.1; etc.).
Concluímos dizendo que a palavra “Theopneustos” implica em uma influência da qual advém poderes
sobrenaturais para produzir alguma coisa e isso nada mais é do que a Palavra de Deus.
11
6-FATOS INERENTES À INSPIRAÇÃO
É claro que a Bíblia não é um volume que se preocupa em apresentar a ciência. Ela não foi escrita com
esse propósito.
Desde que teve seu cânon completado, ela é apresentada como infalível livro de Deus, dono exclusivo da
verdade.
Mesmo monopolizada pela Igreja Católica, conservou este conceito, de modo que a ciência verdadeira, por
um longo tempo foi mantida afastada do caminho dos homens, porque a Igreja argumentava que o homem
não precisava saber mais do que dizia a Bíblia. Seu objetivo não era honrar a Palavra de Deus, mas manter
os homens na ignorância e usá-los para seus fins mundanos e diabólicos.
Por isso, homens como Nicolau Copérnico e Galileu Galilei se viram obrigados pela Igreja Romana a negar
fatos científicos em nome da religião, surgindo assim um aparente choque entre a Bíblia e a Ciência que
permanece até hoje. Aliás, muitas pessoas abandonaram a fé por causa da ignorância da Igreja e passaram
a crer mais na ciência. Isso deu origem ao crescente número de pessoas sem religião, que hoje zombam da
Bíblia. Não precisava ser assim.
A verdadeira ciência não contradiz a Bíblia, pelo contrário, comprova sua verdade.
Mesmo não sendo um livro científico, a Bíblia, por ser inspirada, nos dá notáveis lampejos científicos, muito
antes que eles fossem observados e estabelecidos. Por exemplo:
a) ORDEM DE CRIAÇÃO DAS COISAS – Céu, água, terra, vegetação, seres irracionais e o homem.
Esta ordem científica está em harmonia com o relato de Gênesis.
b) LUZ INDEPENDENTE DO SOL – Deus disse: “Haja luz” no 1º dia, mas o sol foi criado no 4º dia.
Temos, portanto, dois tipos de luz no universo. Moderna aparelhagem científica constatou a
existência da luz cósmica.
c) REDONDEZA DA TERRA – Por muito tempo discutiu-se a forma da terra. Mas Si 40.22, que foi
escrito 700 anos a.C. já dava resposta a isso. Hoje ninguém mais duvida de que a terra é redonda.
d) A IMPONDERABILIDADE DA TERRA – Enquanto que a Civilização Antiga pensava que a Terra
era sustentada por gigantescos elefantes, Jó dizia que ela era sustentada sobre o nada (Jó 26.7)!
Olha que ele viveu quase 1500 anos a.C.
e) “Todos os rios vão para o mar e, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para
ali tornam eles a correr” (Ec 1.7). Ver Jó 36:27-29; Sl 135:7; Am 9:6. Como todos estes escritores
bíblicos, que escreveram entre 2000 a.C. e 800 a.C. sabiam sobre o ciclo hidrológico (evaporação,
condensação e precipitação pluviométrica) e a decorrente formação e manutenção de rios, lagos,
mares e oceanos por causa deste ciclo, se isto só foi reconhecido pela ciência quando foi
descoberto por Galileu em 1630 d.C.?! Quem contou isto a eles?!
12
A-CRITÉRIOS DA INSPIRAÇÃO
É o meio pelo qual se distinguem os livros inspirados dos que não são. Descobre-se:
Existem livros inspirados? Se sim,
Quais são eles e como se distinguem dos demais?
Isso ajuda a descobrir os critérios de inspiração e canonicidade.
Os critérios de inspiração são os seguintes:
1- INFALIBILIDADE
Na Bíblia estão verdades reveladas que devemos crer com fé absoluta. Logo, um escrito só pode ser aceito
como inspirado, caso passe na prova de infalibilidade. Existindo nele algum sentido dúbio, contradições ou
fatos históricos irreais, sua falibilidade é evidente e, portanto, se exclui.
2-HARMONIA COM O TODO
Aqui está outro detalhe espetacular do escrito inspirado. Ele OBRIGATORIAMENTE concorda e se
harmoniza com os demais escritos também inspirados.
3-O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO
Este critério final é o mais importante. O Senhor diz que zela pela Sua Palavra. Ele não deixaria que
escritos espúrios se introduzissem nela. É o Espírito Santo o Grande Guardião que impede tal
acontecimento. Gaetano e Luigi, teólogos católicos propõem como critério apenas a Tradição Católica,
afirmando que ela pode ser autoridade máxima na questão. Dizem que a Tradição tem o mesmo peso da
Escritura, uma vez que a mesma Igreja que escolheu os livros que fariam parte do cânon é a mesma que
acumulou a Tradição. Portanto a autoridade está na Igreja e não na Bíblia.
Há uma sutil diferença entre os católicos e os protestantes a respeito da canonicidade. Enquanto os
católicos dizem que a Igreja escolheu quais livros fariam parte do cânon, os protestantes dizem que a Igreja
reconheceu a inspiração neles já existentes. Pois a Igreja está abaixo da Escritura e não o contrário como
dizem os católicos.
Na verdade, devemos reconhecer a autoridade que as Escrituras possuem por si só, pelo fato de serem as
palavras do próprio Deus.
Observe as provas da autoridade bíblica:
13
4. Que a Bíblia possui autoridade divina é provado a partir de citações do Novo Testamento onde a
fala de Deus é citada como a Escritura falando (Gl 3.8; cf. Gn 12.3; Rm 9.17; Êx 9.16). A Escritura
(que não existia então) não falou a Abraão, mas Deus o fez (Gn 12.3). Similarmente, Deus, através
de Moisés, fez esse anúncio a Faraó (Ex 9.16). Das citações de Paulo (Gl 3.8; Rm 9.17) desses
dois textos, vemos que ele habitualmente identificava o texto da Escritura como Deus falando.
5. Que a Bíblia possui autoridade divina é provado a partir de citações do Novo Testamento onde
Deus é mencionado como se fosse as Escrituras (Mt 19.4,5; cf. Gn 2.24; At 4.25,26; Sl 2.1,2).
Cristo (Mt 19.4,5) e Pedro (At 4.25,26) citam palavras do Antigo Testamento como sendo “ditas” por
Deus, mas no texto do Antigo Testamento essas afirmações não são colocadas na boca de Deus.
Assim, as palavras da Escritura são as palavras de Deus, possuindo a autoridade de Deus mesmo.
6. Que a Bíblia possui autoridade divina é visto pela finalidade com a qual Cristo citava a Escritura. O
Senhor Jesus usava as Escritura como autorizativas. Ele dizia continuamente, “Está escrito” (Mt
4.4,7,10; 21.13; 26.31; Mc 7.6; 9.13; Jo 6.31,45; 10.34), e assim também os apóstolos (At 1.20;
7.42; 15.15; 23.5; 1Co 1.19; 1Pe 1.16). O veredicto das Escrituras é final; não deve ser
questionado; “a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35). Visto que “a Bíblia não é outra coisa
senão a voz daquele que está assentado sobre o trono” (Dean Burgon), ela é a regra pela qual
devemos crer e viver (2Tm 3.15-17; Sl 19.7-9).
Portanto, podemos concluir que, enquanto Jesus é a Palavra Encarnada, a Bíblia é a Palavra Impressa.
Assim, ninguém pode negar a incontestável inspiração das Escrituras Sagradas.
XVII – ILUMINAÇÃO
É interessante sabermos aqui que há uma significativa diferença entre inspiração, revelação e iluminação.
A inspiração tem a ver com a recepção e o registro da verdade, a revelação tem a ver com a transmissão e
a iluminação é a compreensão desta mesma mensagem.
Se revelação tem a ver com a coisa revelada, e se inspiração tem a ver com o movimento divino
pressuposto na revelação, a iluminação tem a ver com o movimento humano – como o homem toma pé da
revelação.
O mais comum de ouvirmos é um complemento do binômio revelação x interpretação nos termos em que
um se confunde com o outro. Quer dizer, Deus revela, o homem recebe como revelação também a
interpretação da revelação, e o que o homem entende dessa interpretação é também “revelação”, isto é,
iluminação. Como se tudo fosse uma coisa só – simples: da fábrica ao consumidor, sem intermediários.
Há outras formas de encararmos a questão. Uma vez discutiram Lutero e Erasmo. Eram os dois então
amigos – de cristianismo e de humanismo, um mais o outro menos, mas os dois no mesmo barco. Eram
dias da Reforma. Vão-se 500 anos. E parece ontem!
Situemos melhor o caso. Erasmo era católico – e malgrado o amigo Lutero, que se tornou protestante,
protestando – permaneceu católico. O que discutiam, o católico humanista Erasmo e o recém-protestante e
humanista Lutero? Discutiam como os crentes podiam interpretar a Bíblia. Lutero queria que cada crente
interpretasse a Bíblia – livre-exame das Escrituras. Erasmo achava uma loucura – literalmente. Alegava que
a Igreja deveria determinar o sentido das Escrituras – como havia 1500 anos vinha fazendo, a seu ver,
positivamente. Não para Lutero. “Mas Lutero”, dizia Erasmo, “vai dar uma confusão enorme, porque cada
crente vai interpretar do seu jeito. É melhor ouvir a Tradição, que apresenta uma única interpretação – pelo
menos há ordem”. Lutero não queria ouvir. Estava convencido de que cada crente deve examinar a Bíblia –
14
ter o direito de fazê-lo, contudo, não significa ler do jeito que quiser, ele diria. O crente verdadeiro, esse saberá
interpretar a Bíblia de forma conveniente. Erasmo avançava – diria que cada um alegaria sua interpretação
como sendo a verdadeira, e que a confusão estaria instalada. Lutero, então, faz a afirmação: o verdadeiro
crente, que tem o verdadeiro Espírito, interpretará a Bíblia de forma correta.
Que tipo de saída foi a de Lutero? Erasmo, católico, de um lado, dizia: “Deixa isso com a Tradição – a Igreja
resolve”. Lutero, protestante, contradizia: “Não – o Espírito iluminará o crente para que ele interprete a
Bíblia de forma correta”. Tratava-se de uma disputa, parece.
Uma coisa é confiar na ação do Espírito, submeter-se de sol a sol à fé irresoluta de que o sopro de Deus há
de guiar. Outra é dizer que essa interpretação que eu faço aqui, agora, é a do Espírito. Isso é poder,
controle e manipulação, disfarçados em reverência, temor e tremor.
A doutrina da iluminação é um paradoxo tão grande quanto o é a doutrina da revelação. Cada crente deve
examinar a Bíblia, com certeza, mas deve valer-se de muita humildade em reconhecer que aquilo que
entende das Escrituras é míope perto do que o Espírito Santo revelou aos escritores inspirados. Grande
exemplo disso é “aquele ou aquilo que o detém” do texto de 2Ts 2. Os tessalonicenses sabiam quem era.
Nós não sabemos, por mais que respeitemos as regras hermenêuticas.
Em resumo, a Bíblia envolve os conceitos de revelação, inspiração e iluminação. Mas esses conceitos nos
trazem a responsabilidade de interpretar as Escrituras caminhando por regras sensatas e não sair dizendo
por aí que alcançamos uma “revelação” sobre um texto bíblico, dizendo que o Espírito Santo nos “inspirou”
e falar bobagens. Isto não é iluminação, é escuridão.
15
2-TARGUM DE ÔNQUELOS
Ônquelos traduziu de forma parafraseada a expressão “Eu Sou” (Êx 3.14; Dt 32.39) por “aquele que é, e que
era, e que há de vir”. O tradutor é único na medida em que evita qualquer tipo de personificação, ou
corporeidade, com Deus, muitas vezes substituindo as características "humanas" que representam Deus no
original hebraico com palavras que transmitem um sentido mais remoto e impessoal. Por exemplo, "meu
rosto" (hebraico panai ) é substituído por "de diante de mim" (Êxodo 33:23) , enquanto "debaixo de seus pés"
é substituído por "sob o seu trono de glória" (Êxodo 24: 10)
3. A SEPTUAGINTA
Septuaginta: Versão dos Setenta - Primeira tradução dos escritos do Antigo Testamento hebraico para o
grego, produzida em Alexandria, no século III a.C., a pedido de um dos reis macedônicos do Antigo Egito,
Ptolomeu II Filadelfo. Durante o seu reinado, os judeus receberam privilégios políticos e religiosos totais.
Também foi durante esse tempo que o Egito passou por um grande programa cultural e educacional, sob o
patrocínio de Arsíno e, esposa e irmã de Ptolomeu II. Nesse programa inclui-se a fundação do museu de
Alexandria e a tradução das grandes obras para o grego.
A Septuaginta tomou esse nome pelo fato de ter sido realizada por 70 anciões, trazidos de Jerusalém
exclusivamente para a tarefa. Foi rechaçada pelos judeus ortodoxos, numa atitude semelhante ao católicos
da Idade Média, diante do reformador protestante Martim Lutero, que traduziu a Bíblia para o alemão,
tornando-a acessível ao povo. A ideia era a mesma: Ampliar o conhecimento do Antigo Testamento para a
língua grega, para atingir outros judeus alexandrinos, mas os radicais viram este trabalho como uma
profanação. A Septuaginta incluía não apenas o cânon hebraico, mas também outras obras judaicas, em sua
maior parte escritas nos séculos II e I a.C., em hebraico, aramaico e grego. Esses escritos, mais tarde, vieram
a ser conhecidos como os Apócrifos, palavra grega que significa oculto ou ilegítimo. Os judeus consideravam
esses livros como não inspirados.
A Septuaginta e o Novo Testamento.
A Septuaginta serviu de fundo às traduções para o latim a para as outras línguas. Tornou-se também uma
espécie de ponte religiosa colocada sobre o abismo existente entre os judeus (de língua hebraica) e os
demais povos (de língua grega). O Antigo Testamento da LXX foi o texto utilizado em geral na primitiva
igreja cristã.
18
5 - Como surgiu o Texto Crítico
Cerca de 400 anos após a Reforma Protestante, o pesquisador Tischendorf descobriu mais dois
manuscritos gregos datados do quarto século: o Códice Sinaiticus (1844) no convento de Santa Catarina no
monte Sinai. Esses manuscritos estavam numa cesta de lixo prestes a se tornarem combustível para o
fogão do convento.
O Códice Vaticanus (1866) guardado em uma biblioteca do Vaticano (onde está até hoje).
O Vaticano só permitiu que ele consultasse durante 14 dias, 3 horas por dia.
Em 1882, dois bispos anglicanos, Westcott e Hort, fizeram um trabalho de Crítica Textual baseando-se
principalmente nesses dois manuscritos. A partir daí lançaram uma versão revisada do texto grego.
· Esse texto passou a ser chamado de Texto Crítico (TC)
· O TC possui 7% de diferença do TR
· O trabalho de Crítica Textual consiste em determinar qual a versão mais provável do texto original
dentre as variantes dos manuscritos disponíveis.
· Porém foi dado um peso maior aos dois manuscritos descobertos (Sinaiticus e Vaticanus) por serem
mais antigos e mais completos. Daí surgiu o termo “melhores manuscritos”.
· A partir 1882, foram lançadas novas Bíblias no mundo inteiro baseadas no TC
Só após o ano de 1882, com o trabalho de Westcott e Hort é que houve toda a influência nas Bíblias atuais.
· Essa diferença de 7%, no geral, não afeta nenhuma doutrina fundamental do Cristianismo.
19
4 - Tradução Dinâmica - Vantagens e desvantagens
· É uma tradução mais fácil de entender
· Facilita a leitura para as pessoas mais simples
· A fidelidade da tradução depende da fidelidade do tradutor
· Nem sempre há uma correlação de palavras entre o texto base e o texto traduzido
5 - Bíblias em português
·ACF = Almeida Corrigida Fiel da SBTB - 100% TR (tradução formal)
ARC = Almeida Revista Corrigida da IBB e SBB - 98% TR e 2% TC (tradução formal)
AEC = Almeida Edição Contemporânea da Ed.VIDA 96% TR e 4% TC (tradução mista) - Ex: Bíblia
Thompson
ARA = Almeida Revista e Atualizada da SBB 93% TR e 7% TC (tradução mista)
Usa “[ ]” colchetes para indicar o que fazia parte da edição original de João Ferreira de Almeida, i.eTR.
7 - Comparando o TR e o TC
§ (ACF) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a
chamar os justos, mas os pecadores , ao arrependimento.”
§ (ARA) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim
chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento].”
§ (NVI) “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar
justos, mas pecadores.” (Mateus 9:13)
1 Timóteo 3:16
(ACF) “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado
no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”
(ARA) “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado
em espírito, contemplado por anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
Atos 8:37
(ACF) “E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo
é o Filho de Deus”
(ARA) “[Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus
Cristo é o Filho de Deus]”
Romanos 8:1
(ACF) "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o Espírito”
(NVI) "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus."
Exemplo 2
Tradução da Bíblia de Jerusalém
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu
lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).
A interpretação dada aqui, pelos Católicos Romanos, é que “Maria” pisou na cabeça da serpente, e por
isso, é co-redendora da salvação.
Em nenhum lugar da Bíblia há essa interpretação; nem pelos profetas, nem pelos apóstolos.
Exemplo 3
Notícia: Alemanha publica uma versão politicamente correta da Bíblia - Agência France Presse (AFP).
· "Mãe nossa e pai nosso que estão no céu´”
· Jesus "regressa" e não "ressuscita" (reencarnação?)
· Usa sempre "fariseus e fariséias".
· Usa sempre “Irmãos e Irmãs”
Só não usaram “Diabo e Diaba”, por quê?
15.1 – Iluminação
Em relação à Bíblia, revelação trata de seu conteúdo ou material (ato ou processo como Deus se revelou).
Inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo (como foi elaborado?), e iluminação trata do significado
deste conteúdo (O que ele quer nos ensinar).
O homem não salvo não pode compreender o ministério iluminador do Espírito Santo já que está cego para
a verdade de Deus (1 Co 2:14). Isto não significa que nada possa aprender dos fatos da Bíblia, mas sim
que ele os considera loucura.
Por outro lado o crente tem a promessa de ser iluminado para compreender o significado do texto bíblico
(Jo 16:12-15; 1 Co 2:9-16).
O propósito do ministério de iluminação do Espírito é glorificar a Cristo e não a si mesmo (Jo 16:13).
15.2 – Interpretação
A iluminação, embora assegurada, nem sempre garante compreensão automática. O crente deve estar em
comunhão com o Senhor para experimentar esse ministério.
Deve, além disso, estudar, utilizando-se dos mestres dados por Cristo a Igreja (Rm 12:7), bem como das
capacidades e dos recursos de que dispuser.
CONCLUSÃO
Tentamos aqui, de forma muito resumida, apresentar uma introdução a Bibliologia que é: o estudo
sistemático das Escrituras Sagradas. Falamos da estruturação da Bíblia; da formação do cânon das
Sagradas Escrituras e das principais traduções, para nós, os cristãos brasileiros. Estimulo os amados a
continuarem “escavando” as Escrituras e a aprofundarem no vosso conhecimento sobre Deus e a Sua
Palavra. (Ef 4.13-16)
A Bíblia não fala somente sobre Jesus, mas a Bíblia é Jesus também falando conosco. Muitos podem
buscar a Deus à sua maneira, mas o verdadeiro conhecimento só obtêm aqueles que ouvem, estudam e
creem na reveladora palavra de Deus.
O principal propósito da Bíblia é transformar nossa vida . Como ?
Revelando quem é Deus e quem somos. Ensinar como devemos nos relacionar com Deus.
Comece hoje a sua leitura Bíblica.
17. BIBLIOGRAFIA