Você está na página 1de 41

NOTAS DE AULA

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I

ERON

SALVADOR – BA
2006
Infinitos e indivisíveis transcendem nosso entendimento finito, o
primeiro por conta de sua magnitude, o segundo pela sua
pequenez; imagine o que eles são quando combinados.

Galileu Galilei (1564-1642).

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 2


Ao estudante

Este texto é resultado da tentativa de produzir um material que ajude o aluno de um primeiro
semestre de exatas que precisa estudar e acompanhar melhor as aulas da disciplina Cálculo Diferencial
e Integral I. É uma seleção de “retalhos” porque juntei partes de livros, listas, textos de professores de
matemática e algumas contribuições próprias. Mas, desde já, assumo a responsabilidade por todos os
erros que possam conter estas notas, ainda incompletas, e agradeço a quem indicar as correções,
críticas e sugerir melhorias. Observo também que este material não substitui a consulta, leitura e
estudo de textos e livros de Cálculo já consagrados. Deve servir como um material de auxílio,
principalmente no momento em que se realizam a aulas.

Divisão das notas:

Parte I – Limite de funções


Parte II – Derivada
Parte III – Derivada: aplicações
Parte IV – Derivada: estudo das funções
Parte V – Integral indefinida
Parte VI – Integral definida e aplicações

Eron
eron@cefetba.br

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 3


PARTE I

LIMITE DE FUNÇÕES

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 4


SUMÁRIO

Limites – um pouco de história

Introdução ao limite

Limites laterais

Existência e unicidade de limites

Propriedades dos limites

Continuidade

Propriedades das funções contínuas

Limites envolvendo indeterminação 0/0

Limites infinitos

Limites no infinito

Limite envolvendo função infinitesimal e função limitada

Limites fundamentais

Equação de retas assíntotas

Séries numéricas infinitas

Definição de derivada.

Exercícios de fixação

Funções hiperbólicas

Tabela de indeterminações

Resposta dos exercícios

Referências bibliográficas

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 5


LIMITES – UM POUCO DE HISTORIA

Limites nos apresentam um grande paradoxo. Todos os principais conceitos do cálculo –


derivada, continuidade, integral, convergência/divergência – são definidos em termos de limites.
Limite é o conceito mais fundamental do Cálculo; de fato, limite é o que distingue, no nível mais
básico, o cálculo de álgebra, geometria e o resto da matemática. Portanto, em termos do
desenvolvimento ordenado e lógico do cálculo, limites devem vir primeiro. Porém, o registro histórico
é justamente o oposto. Por vários séculos, as noções de limite eram confusas, com idéias vagas e
algumas vezes filosóficas sobre o infinito (números infinitamente grandes e infinitamente pequenos e
outras entidades matemáticas) e com intuição geométrica subjetiva e indefinida. O termo limite em
nosso sentido moderno é um produto do iluminismo na Europa no final do século XVIII e início do
século XIX, e nossa definição moderna tem menos de 150 anos de idade. Até este período, existiram
apenas raras ocasiões nas quais a idéia de limite foi usada rigorosamente e corretamente.

A primeira vez que limites foram necessários foi para a resolução dos quatro paradoxos de
Zenão (cerca de 450 a.C.). No primeiro paradoxo, a Dicotomia, Zenão colocou um objeto se movendo
uma distância finita entre dois pontos fixos em uma série infinita de intervalos de tempo (o tempo
necessário para se mover metade da distância, em seguida o tempo necessário para se mover metade
da distância restante, etc.) durante o qual o movimento deve ocorrer. A conclusão surpreendente de
Zenão foi que o movimento era impossível! Aristóteles (384-322 a.C.) tentou refutar os paradoxos de
Zenão com argumentos filosóficos. Em matemática, uma aplicação cuidadosa do conceito de limite
resolverá as questões levantadas pelos paradoxos de Zenão.

Para suas demonstrações rigorosas das fórmulas para certas áreas e volumes, Arquimedes (287-
212 a.C.) encontrou várias séries infinitas – somas que contêm um número infinito de termos. Não
possuindo o conceito de limite propriamente dito, Arquimedes inventou argumentos muito engenhosos
chamados de redução ao absurdo duplo, que, na verdade, incorporam alguns detalhes técnicos do que
agora chamamos de limites.

O Cálculo é também algumas vezes descrito como o estudo de curvas, superfícies e sólidos. O
desenvolvimento da geometria destes objetos floresceu seguindo a invenção da geometria analítica por
Pierre Fermat (1601-1665) e René Descartes (1596-1650). A geometria analítica é, essencialmente, o
casamento da geometria com a álgebra, e cada uma melhora a outra.

Fermat desenvolveu um método algébrico para encontrar os pontos mais altos e mais baixos
sobre certas curvas. Descrevendo a curva em questão por uma equação, Fermat chamou um número
pequeno de E, e então fez alguns cálculos algébricos legítimos, e finalmente assumiu E = 0 de tal
maneira que todos os termos restantes nos quais E estava presente desapareceriam! Essencialmente,
Fermat colocou de lado o limite com o argumento que E é "infinitamente pequeno". Geometricamente,
Fermat estava tentando mostrar que, exatamente nos pontos mais altos e mais baixos ao longo da
curva, as retas tangentes à curva são horizontais, isto é, têm inclinação zero.

Encontrar retas tangentes a curvas é um dos dois problemas mais fundamentais do cálculo.
Problemas envolvendo tangentes são uma parte do que chamamos agora de estudo das derivadas.
Durante o século XVII, vários geômetras desenvolveram esquemas algébricos complicados para
encontrar retas tangentes a certas curvas. Descartes desenvolveu um processo que usava raízes duplas
de uma equação auxiliar, e essa técnica foi melhorada pelo matemático Johan Hudde (1628-1704), que
era também o prefeito de Amsterdam. René de Sluse (1622-1685) inventou um método ainda mais
complicado para obter tangentes a curvas. Em cada um desses cálculos, o limite deveria ter sido usado
em alguma etapa crítica, mas não foi. Nenhum destes geômetras percebeu a necessidade da idéia de
limite, e assim cada um encontrou uma maneira inteligente para alcançar seus resultados, os quais
estavam corretos, mas com meios que, agora reconhecemos, faltam fundamentos rigorosos.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 6


Determinar valores exatos para áreas de regiões limitadas, pelo menos em parte, por curvas é o
segundo problema fundamental do cálculo. Estes são chamados freqüentemente de problemas de
quadratura, e, intimamente relacionados a eles, estão os problemas de cubatura - encontrar volumes
de sólidos limitados, pelo menos em parte, por superfícies curvas. Eles nos levam a integrais.
Johannes Kepler (1571-1630), o famoso astrônomo, foi um dos primeiros estudiosos dos problemas de
cubatura. Bonaventura Cavalieri (1598-1647) desenvolveu uma teoria elaborada de quadraturas.
Outros, tais como Evangelista Torricelli (1608-1647), Fermat, John Wallis (1616-1703), Gilles
Personne de Roberval (1602-1675), e Gregory St. Vincent (1584-1667) inventaram técnicas de
quadratura e/ou cubatura que se aplicam a curvas e sólidos específicos ou famílias de curvas. Mas
nenhum deles usou limites! Seus resultados eram quase todos corretos, mas cada um dependia de um
malabarismo algébrico ou apelavam para intuição geométrica ou filosófica questionável em algum
ponto crítico. A necessidade de limites não era reconhecida.

Em quase todos os seus trabalhos que agora são considerados como cálculo, Isaac Newton
(1642-1727), também não reconheceu o papel fundamental do limite. Para séries infinitas, Newton
raciocinou meramente por analogia: se fosse possível executar operações algébricas em polinômios,
então seria possível fazer o mesmo com o número infinito de termos de uma série infinita. Newton
calculou o que ele chamou de flúxions a curvas, não exatamente derivadas, mas muito próximo. O
processo que ele usou para esses cálculos era muito próximo do método de Fermat. Neste e na maioria
dos outros trabalhos comparáveis, Newton negligenciou o limite.

Por outro lado, em seu Principia Mathematica (1687), talvez o maior trabalho em matemática e
ciência, Newton foi o primeiro a reconhecer que o limite deve ser o ponto de partida para problemas
de tangência, quadratura e afins. No início do Livro I do Principia, Newton tentou dar uma formulação
precisa do conceito de limite:

Quantidades, e as razões de quantidades, as quais em qualquer tempo finito convergem


continuamente para igualdade, e antes do final daquele tempo se aproximam entre si
por qualquer dada diferença, tornam-se iguais no final.

Existiram críticas sobre esta afirmação e sobre a discussão que a seguiu, notadamente por George
Berkeley (1685-1753). Mas a genialidade de Newton tinha descoberto o papel fundamental que o
limite tinha que desempenhar no desenvolvimento lógico do cálculo. E, apesar de sua linguagem
rebuscada, a semente da definição moderna de limite estava presente em suas afirmações.

Infelizmente, para a fundamentação rigorosa do cálculo, por muitas décadas, ninguém


observou estas dicas que Newton tinha fornecido. As principais contribuições ao cálculo de Gottfried
Wilhelm Leibniz (1646-1716) foram as notações e as fórmulas básicas para as derivadas e integrais (as
quais usamos desde então) e o Teorema Fundamental do Cálculo. Com estas ferramentas poderosas, o
número de curvas e sólidos para os quais derivadas e integrais podiam ser facilmente calculadas se
expandiram rapidamente. Problemas desafiadores de geometria foram resolvidos; mais e mais
aplicações do cálculo à ciência, principalmente física e astronomia, foram descobertas; e novos
campos da matemática, especialmente equações diferenciais e o cálculo de variações, foram criados.
Dentre os líderes desse desenvolvimento do século 18 estavam vários membros da família Bernoulli,
Johann I (1667-1748), Nicolas I (1687-1759) e Daniel (1700-1782), Brook Taylor (1685-1731),
Leonhard Euler (1707-1783), e Alexis Claude Clairaut (1713-1765).

O cálculo se desenvolveu rapidamente pelos seus vários sucessos no século 18, e pouca atenção
foi dada aos seus fundamentos, muito menos ao limite e seus detalhes. Colin Maclaurin (1698-1746)
defendeu o tratamento dos fluxions de Newton do ataque de George Berkeley. Mas Maclaurin reverteu
a argumentos do século XVII similares aos de Fermat e apenas ocasionalmente usou a redução ao

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 7


absurdo dupla de Arquimedes. Apesar de suas boas intenções, Maclaurin passou por oportunidades de
seguir a sugestão de Newton sobre limites. Jean Le Rond d'Alembert (1717-1783) foi o único cientista
daquele tempo que reconheceu explicitamente a importância central do limite no cálculo. Na famosa
Encyclopédie (1751-1776), d'Alembert afirmou que a definição apropriada da derivada necessitava um
entendimento do limite primeiro e então, deu a definição explícita:

Uma quantidade é o limite de uma outra quantidade quando a segunda puder se


aproximar da primeira dentro de qualquer precisão dada, não importa quão
pequena, apesar da segunda quantidade nunca exceder a quantidade que ela
aproxima.

Em termos gerais, d'Alembert percebeu que, "a teoria de limites era a verdadeira metafísica do
cálculo".

A preocupação sobre a falta de fundamento rigoroso para o Cálculo cresceu durante os últimos
anos do século XVIII. Em 1784, a Academia de Ciências de Berlim ofereceu um prêmio para um
ensaio que explicasse com sucesso uma teoria do infinitamente pequeno e do infinitamente grande em
matemática e que poderia, por sua vez, ser usada para colocar uma base sólida para o cálculo. Embora
este prêmio tenha sido dado, o trabalho vencedor "longo e tedioso" de Simon L'Huilier (1750-1840)
não foi considerado uma solução viável para os problemas colocados. Lazare N. M. Carnot (1753-
1823) produziu uma tentativa popular de explicar o papel do limite no cálculo como "a compensação
de erros" – mas ele não explicou como estes erros se cancelariam mutuamente perfeitamente.

No final do século XVIII, o grande matemático da época, Joseph-Louis Lagrange (1736-1813),


conseguiu reformular toda a mecânica em termos de cálculo. Nos anos que seguiram a Revolução
Francesa, Lagrange concentrou sua atenção nos problemas da fundamentação do cálculo. Sua solução,
Funções Analíticas (1797), desligou o cálculo de "qualquer consideração do infinitamente pequeno ou
quantidades imperceptíveis, de limites ou de flúxions." Renomado por suas outras contribuições ao
cálculo, Lagrange fez um esforço heróico (como sabemos agora, com uma falha fatal) para tornar o
cálculo puramente algébrico eliminando limites inteiramente.

Ao longo do século XVIII, havia pouca preocupação com convergência ou divergência de


sequências e séries infinitas; hoje, entendemos que tais problemas requerem o uso de limites. Em
1812, Carl Friedrich Gauss (1777-1855) produziu o primeiro tratamento estritamente rigoroso da
convergência de sequências e séries, embora ele não tenha usado a terminologia de limites. Na sua
famosa Teoria Analítica do Calor, Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830) tentou definir a
convergência de uma série infinita, novamente sem usar limites, mas então ele afirmou que qualquer
função poderia ser escrita como uma de suas séries, e não mencionou a convergência ou divergência
desta série.

No primeiro estudo cuidadoso e rigoroso das diferenças entre curvas contínuas e descontínuas e
funções, Bernhard Bolzano (1781-1848) olhou além da noção intuitiva da ausência de buracos e
quebras e encontrou os conceitos mais fundamentais os quais expressamos hoje em termos de limites.

No começo do século 18, as idéias sobre limites eram, com certeza, confusas. Enquanto
Augustin Louis Cauchy (1789-1857) estava procurando por uma exposição clara e rigorosamente
correta do cálculo para apresentar aos seus estudantes de engenharia na École Polytechnique em Paris,
ele encontrou erros no programa estabelecido por Lagrange. Então, Cauchy começou o seu curso de
cálculo do nada; ele começou com uma definição moderna de limite. Começando em 1821, ele
escreveu as suas próprias notas de aula, essencialmente seus próprios livros, o primeiro chamado de
Cours d'analyse (Curso de Análise). Nas suas classes e nestes livros-texto clássicos, Cauchy usou o

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 8


princípio de limite como a base para introduções precisas à continuidade e convergência, a derivada, a
integral, e o resto do cálculo.

Contudo, Cauchy perdeu alguns dos detalhes técnicos, especialmente na aplicação da sua
definição de limite a funções contínuas e à convergência de certas séries infinitas. Niels Henrik Abel
(1802-1829) e Peter Gustav Lejeune Dirichlet (1805-1859) estavam entre aqueles que desencavaram
estes problemas delicados e não intuitivos. Nas décadas de 1840 e 1850, enquanto era um professor do
ensino médio, Karl Weierstrass (1815-1897) determinou que a primeira etapa necessária para corrigir
estes erros era restabelecer a definição original de Cauchy do limite em termos estritamente
aritméticos, usando apenas valores absolutos e desigualdades. A exposição de Weierstrass é
exatamente aquela que encontramos no livro de Cálculo de Thomas. Weierstrass prosseguiu em uma
carreira brilhante como professor de matemática na Universidade de Berlim. Lá ele desenvolveu um
programa para trazer rigor aritmético para todo o cálculo e à análise matemática.

Fonte: George B. Thomas Cálculo vol I e II. Pearson Education.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 9


PARTE I – LIMITE DE FUNÇÕES

INTRODUÇÃO. Informalmente, o estudo do limite de uma função visa determinar o que acontece
(estudo do comportamento) com os valores da imagem de uma função quando, no domínio dessa
função, tomamos valores em torno de um determinado ponto (número).

Em geral, dizemos que se uma função f definida num intervalo aberto I ⊆ contendo o número real
a , exceto possivelmente em a , e se à medida que x se aproxima de a , o valor de f ( x) se aproxima
de L ∈ , escrevemos:
lim f ( x ) = L .
x →a
Isso significa que o ponto ( x, f ( x) ) do gráfico de f se aproxima do ponto (a, L) , quando x se
aproxima de a . Veja as figuras abaixo.

y y y
b
y = f(x) y = g(x) y = h(x)
L L L

a x a x a x

lim f ( x) = L e f (a ) = L . lim g ( x) = L e g (a) não está lim h( x) = L e h(a) = b ≠ L .


x→a x→a x→a
definido.

Uma outra maneira de “percebermos” um limite é utilizando tabelas de valores. Considere uma função
x2 − 1
f ( x) = . Esta função está definida ∀x ∈ − {1} . Isto significa que não podemos calcular a
x −1
imagem quando x assume o valor 1. Vamos usar uma máquina de calcular e construir uma tabela com
os valores da função f quando x assume valores próximos de 1, mas diferentes de 1.

Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores do que 1: (tabela A)

x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999 0,9999


f ( x) 1 1,5 1,75 1,9 1,99 1,999 1,9999

Atribuindo a x valores próximos de 1, porém maiores do que 1: (tabela B)

x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001 1,0001


f ( x) 3 2,5 2,25 2,1 2,01 2,001 2,0001

Observamos que podemos tornar f ( x) tão próximo de 2 quanto


desejarmos, bastando para isso tomarmos x suficientemente próximo de 1.
Veja a figura abaixo que representa o que está acontecendo nas tabelas A e
B.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 10


OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1) Os dois tipos de aproximações que vemos nas tabelas A e B são chamados de limites laterais.

∗ Quando x se aproxima de 1 por valores menores do que 1 (tabela A), dizemos que x tende a 1 pela
esquerda, e denotamos simbolicamente por x → 1− . Temos então que: Obs: O sinal negativo
no expoente do no 1
simboliza apenas que
x2 − 1
lim− f ( x ) = 2 ou lim− =2 x se aproxima do
x →1 x→1 x −1 número 1 pela
esquerda.

∗ Quando x se aproxima de 1 por valores maiores do que 1 (tabela B), dizemos


Obs: O sinal positivo
que x tende a 1 pela direita, e denotamos simbolicamente por x → 1+ . Temos no expoente do no 1
então que: simboliza apenas que
x2 −1 x se aproxima do
lim+ f ( x ) = 2 ou lim+ =2 número 1 pela direita.
x →1 x→1 x − 1

2) Podemos pensar em lim f ( x) como um limite “bilateral”. Temos os seguintes resultados:


x →a

* O limite lim f ( x) existe se, e somente se, existem e são iguais os limites laterais lim− f ( x) e
x →a x →a
lim f ( x) . De outro modo, lim f ( x ) = lim+ f ( x ) = L ⇔ lim f ( x ) = L .
x →a + x →a − x→a x →a

* Quando os limites laterais tem valores diferentes, dizemos que não existe o limite “bilateral”. De
outro modo
lim− f ( x ) ≠ lim+ f ( x ) ⇒ ∃ lim f ( x ) .
x→a x→a x→a

3) Quando os valores de x crescem ilimitadamente, escrevemos x → +∞ . Quando os valores de x


decrescem ilimitadamente, escrevemos x → −∞ .

Exemplo prático – Seja f : − {3,5} → a função definida pelo gráfico a seguir. Determine os
limites que se pedem:
y

o • 2
• 1

−4 −2 0 3 4 5 x

o −2

a) lim f ( x) b) lim f ( x) c) lim f ( x) d) lim f ( x)


x →+∞ x →−2 x →3 x →−4

e) lim f ( x) f) lim f ( x) g) lim f ( x) h) lim f ( x)


x →0 x →5 x →−∞ x→4

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 11


DEFINIÇÃO FORMAL DO LIMITE DE UMA FUNÇÃO y
gráfico de y = f ( x)
Seja f : I → , I ⊆ um intervalo aberto, onde x0 ∈ I ou
x0 ∉ I . Dizemos que L é o limite de f ( x) quando x tende
L +ε
para x0 do seguinte modo
f ( x)

⎧⎪∀ε > 0, ∃δ > 0 ; L


lim f ( x) = L ⇔ ⎨
x→ x0 ⎪⎩0 < x − x0 < δ ⇒ f ( x) − L < ε . L −ε

Veja na figura ao lado: sempre que x ∈ ( x0 − δ , x0 + δ )


x0 − δ x0 x x0 + δ
temos que f ( x) ∈ ( L − ε , L + ε ) .
x

Com esta definição podemos demonstrar propriedades que o limite de uma função possui que facilitam
seu cálculo.

ALGUMAS PROPRIEDADES DOS LIMITES. Considere lim f ( x) = A , lim g ( x) = B e A, B e k ∈


x→a x→a
constantes reais. Então

1) lim k = k 2) lim[k ⋅ f ( x)] = k lim f ( x) = kA


x →a x→a x→a

3) lim[ f ( x) ± g ( x)] = lim f ( x) ± lim g ( x) = A ± B


x→a x→a x →a

Mais geral, temos que se f1 ( x) = A1 , lim f 2 ( x) = A2 , … , lim f n ( x) = An onde A1, A2 , ..., An ∈ .


x→a x→a

Então lim [ f1 ( x) ± f 2 ( x) ± ± f n ( x)] = lim f1 ( x) ± lim f 2 ( x) ± ± lim f n ( x) = A1 ± A2 ± ± An .


x →a x→a x →a x →a

f ( x) lim f ( x) A
4) lim [ f ( x) ⋅ g ( x) ] = lim f ( x) ⋅ lim g ( x) = A ⋅ B 5) lim = x →a = , com B ≠ 0
x→a x →a x →a x →a g ( x) lim g ( x) B
x→a

6) lim n f ( x) = n lim f ( x) = n A 7) lim f ( x) = lim f ( x) = A


x →a x→a x→a x→a

n
8) lim [ f ( x) ] = ⎡ lim f ( x) ⎤ = An onde n ∈
n
. 9) lim f ( x) − A = 0
x →a ⎢⎣ x→a ⎥⎦ x→a

Observação. Todas estas propriedades podem ser demonstradas a partir da definição (formal) de
limite, o que não faremos aqui. Consulte as referências bibliográficas.

TEOREMA DA UNICIDADE DO LIMITE. Seja f : I → , I ⊆ um intervalo aberto, onde x0 ∈ I ou


x0 ∉ I . Se lim f ( x) = L e lim f ( x) = M ( L, M ∈ ) então L = M .
x → x0 x → x0

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 12


Em outras palavras, se o limite existe (é um número real) então é único.

Demonstração. Suponha L = lim f ( x) e M = lim f ( x) . Da definição de limite, temos que


x → x0 x → x0
ε
L = lim f ( x) ⇒ ∀ε > 0, ∃δ1 > 0; 0 < x − x0 < δ1 ⇒ f ( x) − L < e M = lim f ( x) ⇒
x → x0 2 x → x0
ε
∀ε > 0, ∃δ 2 > 0; 0 < x − x0 < δ 2 ⇒ . Seja δ = min {δ1 , δ 2 } . Em particular,
f ( x) − M <
2
( x0 − δ , x0 + δ ) ∩ ( I − {x0 }) ≠ ∅ . Logo, existe z ∈ I tal que 0 < z − x0 < δ e
ε ε
L − M = L − M + f ( z) − f ( z) = L − f ( z) + ( f ( z) − M ) ≤ L − f ( z) + f ( z) − M < + =ε .
2 2
Daí, L − M < ε , para todo ε > 0 , então só podemos ter L = M .

LIMITES LATERAIS. Seja f : I → ,I ⊆ um intervalo aberto.

lim f ( x) = L ⇔ ∀ε > 0, ∃δ > 0 ; 0 < x − a < δ ⇒ f ( x) − L < ε .


x→a +

lim f ( x) = L ⇔ ∀ε > 0, ∃δ > 0 ; − δ < x − a < 0 ⇒ f ( x) − L < ε .


x →a −

TEOREMA DE EXISTÊNCIA DO LIMITE. lim f ( x) = L ⇔ lim f ( x) = lim− f ( x) = L .


x→a x →a + x →a

Isto quer dizer que o limite “bilateral” existe e é igual a L se, e somente se, existem e são iguais a L os
limites laterais.

Demonstração. A condição necessária segue das definições. Reciprocamente, se os limites laterais


existem e lim+ f ( x) = lim− f ( x) = L , temos que dado ε > 0 , existem δ1 , δ 2 > 0 , tais que
x →a x →a
a < x < a + δ1 ⇒ f ( x) − L < ε e a − δ 2 < x < a ⇒ f ( x) − L < ε . Note que δ1 e δ 2 podem ser iguais
ou diferentes. Caso δ1 ≠ δ 2 , considere δ = min {δ1 , δ 2 } , então 0 < x − a < δ ⇒ f ( x) − L < ε .

Exemplos
y
1) Suponha o gráfico de uma função f = f ( x) na figura ao
L2
lado. Temos então que
L1
lim f ( x) = L1 e lim+ f ( x) = L2 .
x → x0− x → x0

xo x
Logo, não existe o lim f ( x) .
x → x0

⎧2 x − 1, x < 1

2) Consideremos a função f ( x) = ⎨ 6, x = 1 . Verifique a existência de lim f ( x) .
x →1
⎪ 2
⎩ x , x > 1

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 13


CONTINUIDADE DE FUNÇÕES. Considere f : I → e a ∈ I . Dizemos que f é contínua em a ∈ I se
as seguintes condições são satisfeitas

i) ∃ lim f ( x) [ou seja, lim− f ( x) = lim+ f ( x) ] ii) lim f ( x) = f (a )


x→a x →a x →a x→a

y y y
b
y = f(x) y = g(x) y = h(x)
L L L

a x a x a x

lim f ( x) = L e f (a ) = L . lim g ( x) = L e g (a) não está lim h( x) = L e h(a) = b ≠ L .


x→a x→a x→a
definido.

Exemplos: Verifique a continuidade de cada função no ponto indicado:


⎧ t 2 − 2t − 3 ⎧3 + x 2 se x < −2
⎪⎧ x − 5 se x ≠ 5 ⎪ se t ≠ 1 ⎪
a) f ( x) = ⎨ b) g (t ) = ⎨ t + 1 c) h( x) = ⎨ 0 se x = −2
⎪⎩ 0 se x = 5 ⎪ ⎪
⎩ se t = 1
⎩1 + x se x > −2
3 2

Observações:
1) A definição de continuidade pode ser expressa em função de ε e δ . De fato, lim f ( x) = f (a )
x →a

significa que: para todo ε > 0 existe δ > 0 tal que, se x ∈ Dom( f ) e x − a < δ , então
f ( x) − f (a) < ε .

2) As funções polinomiais p ( x) = an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 onde a0 , a1 ,..., an ∈ são


funções contínuas em , ou seja, lim p ( x) = p (a ) , ∀a ∈ .
x→a
p ( x)
3) Dizemos que uma função f ( x) é racional se é do tipo f ( x) = onde p( x) e q( x) são
q( x)
polinômios. Toda função racional é contínua exceto nos pontos onde seu denominador é zero.

4) Dizemos que f é contínua num conjunto I ⊆ se f é contínua em todo ponto de I .

5) Mostra-se, também, que as funções elementares: exponenciais, logarítmos, trigonométricas, raízes


n-ésimas, módulo, hiperbólicas são contínuas em seu domínio.

Propriedades das funções contínuas. Sejam f e g funções contínuas num ponto a . Então
1) k ⋅ f é contínua em a . 2) f ± g é contínua é continua em a .
f
3) f ⋅ g é contínua em a . 4) é contínua nos pontos onde g ≠ 0 .
g

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 14


A demonstração de cada uma destas propriedades decorre diretamente da definição de continuidade.

Exercícios

1) Das funções f e g definidas em , sabe-se que: lim f ( x) = 3 , f (1) = 5 , lim g ( x) = 10 e g (1) = 8 .


x →1 x →1
Responda o que se pede:

a) A função S ( x) = f ( x) + g ( x) , ∀x ∈ é contínua em x0 = 1 ?

b) A função M ( x) = f ( x) ⋅ g ( x) , ∀x ∈ , é contínua em x0 = 1 ?

⎧mx 3 − 1 , x < 1 e x ≠ 0
2) Determine as constantes m e n de modo a função dada seja ⎪
f ( x) = ⎨ x 2 − m , x ≥1
contínua em x0 = 0 x1 = 1 .
⎪n − m , x=0

Teorema (continuidade da composta). Se a função g é contínua em a e a função f é contínua em


g (a) então a função composta f g é contínua em a .

Demonstração. Considerando que g é contínua em a , isto é, lim g ( x) = g (a ) e f é contínua em


x→a

x →a x →a ( x→a
)
g (a) , temos lim ( f g ) ( x) = lim f ( g ( x) ) = f lim g ( x) = f ( g (a ) ) = ( f g ) (a ) , o que prova que
f g é contínua em a .

Exemplos: Sendo f : I → contínua, f , n f , ( f ) n , ln f , cos f , senf , f n = f f f


n vezes
também são contínuas.

Y
Teorema (valor intermediário). Se f :[a, b] → é uma
função contínua em [a, b] e f (a) < d < f (b) (ou f(b)

f (b) < d < f (a ) ), então existe c ∈ (a, b) tal que f (c) = d .


f(c)=d

Uma das possibilidades do significado geométrico deste


f(a)
teorema está na figura ao lado.

a c b X

x2 + 1
Exemplo: Considere a função f ( x) = . Determine o valor que satisfaz o Teorema do Valor
x
Intermediário para d = 3 em [1, 6] .

Muito utilizado para garantir a existência de raízes de equações, o teorema seguinte é um resultado
imediato do anterior (corolário).

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 15


Y
Teorema de Bolzano. Seja f :[a, b] → uma função
contínua em [a, b] . Se f (a) e f (b) tem sinais opostos, ou
f(b)
seja, f (a) ⋅ f (b) < 0 , então existe c ∈ (a, b) tal que f (c) = 0 .

Seu significado geométrico no gráfico ao lado.


a c b X
f(a)

y
Exemplos:
f ( x) = 2 x − x 2
1 – Uma aplicação deste corolário mostra que a função
f ( x) = 2 x − x 2 (gráfico ao lado) possui um zero em cada um dos
intervalos: [−1, 0] , [0,3] e [3,5] .
x

2 – Se f ( x) = x 4 − 5 x + 3 , localizar um intervalo onde tenha uma


raiz real.

Observação: Este corolário também pode ser utilizado para localizar as raízes reais de um polinômio
de grau ímpar. De fato, seja f ( x) = x n + an −1 x n−1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 , ai ∈ uma função polinomial
⎛ a a a a ⎞
de grau n ímpar. Para os x ≠ 0 , escrevemos: f ( x) = x n ⎜1 + n −1 + ... + n2− 2 + n1−1 + 0n ⎟ . Então
⎝ x x x x ⎠
lim f ( x) = +∞ e lim f ( x) = −∞ , pois n é impar. Logo, existem x1 < x2 tais que f ( x1 ) < 0 e
x →+∞ x →−∞
f ( x2 ) > 0 , como f é contínua em [ x1 , x2 ] ; pelo corolário anterior, existe c ∈ ( x1 , x2 ) tal que
f (c) = 0 . Note que, se n é par a conclusão é falsa, por exemplo, o polinômio p( x) = x 2 + 3 não
possui raízes reais.

Exercício – Para cada uma das funções determine um inteiro n tal que f ( x) = 0 para algum
x ∈ [ n, n + 1] :
a) f ( x) = x3 − x + 3 b) g ( x) = x5 + 5 x 4 + 2 x + 1 c) h( x) = x5 + x + 1

LIMITES “DIRETOS”. Considere a no domínio de f . Então se f é uma função contínua em a temos


lim f ( x) = f (a ) . Isto significa que podemos calcular o limite x → a de uma função f ( x) contínua
x→a
em a “diretamente” da função, calculando a imagem de a por f.

Exemplos:
⎛ −a ⎞
a) lim ( x 2 − 5 x − 2) = (−3) 2 − 5(−3) − 2 = 22 b) lim cosh ⎜ ⎟
x→−3 a→4 ⎝ a−2⎠

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 16


⎡ ⎛ 3z − 1 ⎞
2 z +1 ⎤
⎡ ⎛ π ⎞ ⎤
c) lim ⎢ log 2 ⎜ ⎟ ⎥ d) lim ⎢sen ⎜ ⎟ − arctg(4 + α ) ⎥
z →1 ⎢
⎣ ⎝ 4 ⎠ ⎦⎥
α →−3 ⎣ ⎝ −1 − α ⎠ ⎦

Exercícios – Calcule os limites a seguir:


− x +1 2 x +1
a) lim ( y − 3 y − 2)
5 4 ⎛ 3 x2 x ⎞ ⎛ 3x − 1 ⎞
b) lim ⎜ − x + − ⎟ c) lim log 2 ⎜ ⎟
y →−1 x →4 ⎜ 4 2 ⎟⎠ x→1 ⎝ 4 ⎠

⎛ p2 − 2 p ⎞ ⎛ 2a 5 − a + 1 ⎞
d) lim arcsen ⎜ 3 ⎟ e) lim tg ⎜ π⎟ f) lim ⎡ −2k + ln(k 3 ) ⎤
p →−2 ⎜ − 3 ⎟ a →1 + k →e ⎣ ⎦
⎝ p ⎠ ⎝ 3 a 5 ⎠
u − u2 h) lim ( senhx + cosh x ) i) lim ( secx + cosecx )
g) lim− π
u →0 u − u x →−1 x→−
3

Respostas: a ) − 6 b) − 1/ 238328 c) − 3 d ) 3π / 2 e) 1 f ) − 2e + 3 g ) − 1/ 2 h) 1/ e i ) 2(3 3) / 3 .

0
LIMITES ENVOLVENDO A INDERTERMINAÇÃO
0

x2 − 4
Exemplo prático. Determine lim f ( x) , onde f ( x) = .
x →2 x−2
x2 − 4 0
Observamos que lim = ??
x→2 x − 2 0
0
A expressão que aprece acima – - é uma indeterminação matemática!. Portanto, devemos então
0
simplificar a expressão e depois fazer a substituição direta.
x 2 − 4 ( x + 2 )( x − 2 )
Observe que f ( x ) = = = x + 2, ∀x ≠ 2. Então:
x−2 x−2

lim f ( x) = lim
x2 − 4
= lim
( x + 2 )( x − 2 )
= lim ( x + 2) = 4. Logo, lim
x2 − 4
= 4.
x →2 x →2 x − 2 x →2 x−2 x→2 x →2 x − 2

y
y
gráfico de f ( x) = x − 4
2
gráfico de f ( x) = x + 2
x−2

4
4

2 x 2 x

Para resolver limites deste tipo, utilizaremos o seguinte teorema.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 17


TEOREMA. Se h( x) = f ( x) para todo x ∈ I − {a} então lim f ( x) = lim h( x) = A .
x →a x→a

Demonstração. A verificação é imediata.

O algoritmo da divisão de Euclides, o processo de Briott-Ruffini e o conhecimento (lembrança) de


0
alguns produtos notáveis podem ajudar a resolver mais rapidamente os limites do tipo envolvendo
0
funções racionais.

Alguns produtos notáveis

( A ± B) 2 = A2 ± 2 AB + B 2 A2 − B 2 = ( A + B)( A − B) A3 − B 3 = ( A − B)( A2 + AB + B 2 )
A3 + B 3 = ( A + B)( A2 − AB + B 2 ) Ax 2 + Bx + C = A( x − x1 )( x − x2 ) ( A ± B)3 = A3 ± 3 A2 B + 3 AB 2 ± B 3

0
Se um limite envolve a expressão , dizemos que este limite possui uma indeterminação matemática
0
e, para resolver o limite, é preciso “eliminar” a indeterminação.

Exemplos – Elimine a indeterminação para resolver cada limite.

x2 − 9 ( x − 3)( x + 3) u 2 − 6u − 7 (u − 7)(u + 1) −8
a) lim = lim =2 b) lim = lim =
x →3 x − 3 x
2 x →3 x( x − 3) u →−1 u +1
3 u →−1 (u + 1)(u − u + 1)
2
3

t2 − 4 (t − 2)(t + 2) ⎛ 2⎞ π
c) lim arccos = arccos lim = arccos ⎜⎜ ⎟⎟ =
t →−2 3t + 4t − 4
2 t →−2 ⎛ 2⎞ 2
3 ⎜ t − ⎟ (t + 2) ⎝ ⎠ 4
⎝ 3⎠

Exercícios – Calcule os limites:

x3 − x − 6 ⎛ t − t4 π ⎞ h 2 − 9h + 20 z −3
a) lim b) lim sen ⎜ ⎟ c) lim d) lim−
2x 2 + x − 10 t →1
⎝ 1− t 2 ⎠ h→5 h3 − 125 z − 4z + 3
x →2 2 z →3 2

n 3 + 2 n 2 − 5n − 6 1− y x −3 u2 +1 − 2
e) lim f) lim g) lim h) lim
n→−1 5n 2 + 2n − 3 y →1
2 − y2 + 3 x→9 x −9 u →1 3u 2 − 3u

Respostas: a) 11/ 9 b) 2 / 2 c) 0, 4 d ) − 1/ 2 e) 3 f ) 2 g ) 1/ 6 h) 2 / 6 .

⎧ t 3 + t 2 − 4t − 4
2) Estude a continuidade da função f definida ao lado, ⎪ , t < 0 e t ≠ −2
⎪⎪ t + t − 2
2
nos pontos t0 = −2 e t1 = 0 .
f (t ) = ⎨ 4 , t = −2

⎪ log 2 (t + 4) , t≥0
2
Justifique sua resposta.
⎪⎩

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 18


0
Além de , existem indeterminações matemáticas envolvendo o infinito. Por exemplo: ∞ − ∞ , ∞ ⋅ 0 e
0

são algumas que surgem no estudo de limites. Veja tabela na página

LIMITES INFINITOS

⎧⎪Dado M > 0, ∃δ > 0 ; ⎧⎪Dado M < 0, ∃δ > 0 ;


lim f ( x) = +∞ ⇔ ⎨ lim f ( x) = −∞ ⇔ ⎨
x →a ⎪⎩0 < x − a < δ ⇒ f ( x) > M . x →a ⎪⎩0 < x − a < δ ⇒ f ( x) < M .
Y Y

a −δ a a +δ X
x
f ( x)

M M

f ( x)
x X
a −δ a a +δ

1 1
Exemplos: a) lim b) lim c) lim+ ln t d) lim+ tgθ
x →0 x x →0 x 2 t →0 π
θ→
2

TEOREMA DA CONSERVAÇÃO DO SINAL. Se lim f ( x) = L ≠ 0 então existe um intervalo aberto I


x →a
contendo a tal que ∀x ∈ D( f ) ∩ I tem-se ∀x ∈ I − {a} , f ( x) tem o mesmo sinal de L .

Demonstração. Pelo fato de que lim f ( x) = L ≠ 0 temos que ε > 0, ∃δ > 0 ; 0 < x − a < δ implica
x →a
que f ( x) − L <ε , ou seja, a − δ < x < a + δ implica que L − ε < f ( x) < L + ε . Suponha L > 0 (fixo),
como ε pode assumir qualquer valor positivo, tomamos ε < L (ou seja, 0 < L − ε ), logo, existirá
δ1 > 0 tal que a − δ1 < x < a + δ1 implicando em 0 < L − ε < f ( x) < L + ε e assim ∀x ∈ ( a − δ1 , a + δ1 )
temos f ( x) > 0 . Do mesmo modo, se fizermos L < 0 temos f ( x) < 0 em algum intervalo.

Como conseqüência do Teorema da conservação do sinal, podemos generalizar uma regra para
k
resolver limites infinitos que envolvem , onde k ∈ − {0} . Então, para resolver
0
f ( x) k k
lim = , k ≠ 0 onde g (a) = 0 devemos “estudar” o sinal de em torno de x = a . Assim,
x →a g ( x ) 0 g ( x)

⎧k k
⎪⎪ 0+ = +∞, k > 0 e
0+
= −∞, k < 0.

⎪ k = −∞, k > 0 e
k
= +∞, k < 0.
⎩⎪ 0− 0−

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 19


Exercícios – Resolva os limites:

3x − 5 2tet +3 log 4 (2 − x) 3
a) lim+ b) lim c) lim d) lim− e n−2
x →2 x2 − 4 t →−3 (t + 3) 6 x →0 x ⋅ senx n→2

40,3 x +1 x x −1 1
e) lim f) lim− g) lim
x →−2 x 3 − x 2 − 6 x x→e ln x − 1 u →0 senhu

Respostas: a ) + ∞ b) − ∞ c) + ∞ d ) 0 e) ∃/ f ) − ∞ g ) ∃/ .

LIMITES NO INFINITO. Seja f :[a, +∞[→ (ou f :] − ∞, a] → )


lim f ( x) = L (ou ± ∞ ou ∃/ ) ⇔ Dado ε > 0, ∃N > 0 ; ∀x ∈ Dom( f ) tem-se
x →±∞

x>N ⇒ f ( x) − L < ε . x < −N ⇒ f ( x) − L < ε .

Y Y

L+ε L+ε
f ( x) f ( x)
L L
L −ε L −ε

N x X x −N X

Exercícios – Resolva os limites:


6 −3 6x −1
a) lim 2 b) lim senhx c) lim d) lim e) lim x
x →+∞ x x →+∞ x →−∞ x 4 x →+∞ x + 2 x →+∞

1 + 2n
f) lim a x e lim a x
x →−∞ x →+∞
g) lim ln x
x →+∞
h) lim
n→+∞ 2 + 3n
i) lim
x →+∞
( x +1 − x )
Respostas: a) 0 b) + ∞ c) 0 d ) 6 e) + ∞ f ) + ∞ ou 0 g ) + ∞ h) 0 i ) 0 .

LIMITES NO INFINITO (E INFINITOS) PARA POLINÔMIOS E FUNÇÕES RACIONAIS


Considere n ∈ , temos os seguintes resultados:
1
i) lim x n = ±∞ ii) lim n = 0
x →±∞ x→±∞ x

iii) lim [ P( x) ] = lim ⎡⎣ an x n + an−1 x n−1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 ⎤⎦ = lim ⎡⎣ an x n ⎤⎦


x→±∞ x→±∞ x→±∞

⎡ P ( x) ⎤ ⎡ an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 ⎤ ⎡ an x n ⎤
iv) lim ⎢ ⎥ = lim ⎢
x→±∞ ⎣ Q ( x) ⎦ x→±∞ b x m + b m −1 ⎥ = lim ⎢ ⎥
⎣ m m −1 x + ... + b2 x 2 + b1 x + b0 ⎦ x→±∞ ⎣ bm x m ⎦

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 20


Exemplos – Determinar cada limite:

4 x3 − 2 x 2 − 9 4 x3
a)) lim = lim = 2 ⋅ lim x 2 = 2(+∞) = +∞
x→−∞ 2x + 8 x →−∞ 2x x→−∞

−2q 3 − q + 1 − 2 q 3 −2 1 −2
b) lim = lim = ⋅ lim 2 = ⋅0 = 0
q →+∞ 3q + 2q − q q →+∞ 3q
5 3 5
3 q→+∞ q 3

5t 2 + 3t − 1 5t 2 5
c) lim = lim =
t →−∞ 4t − 2
2 t →−∞ 4t 2
4

Exercícios: 1) Calcular os limites:

a) lim
−15 z 4 + 40 b) lim 5−3 p
p →−∞
2
+ 3 p +1
(
c) lim log 0,3 5t 2 − 200t + 13
t →−∞
)
z →+∞ z 2 − 60 z − 0, 7
⎛ π r 5 − 2 5r 3 − 1 ⎞ 2 x 4 − 3x − 1,5 ⎛ 3n 2 + n + 1 ⎞
d) lim sen ⎜ ⎟ e) lim f) lim cos ⎜ 2 ⎟
r →−∞
⎝ 6r 5 + 2 ⎠ x→+∞ 7x n→+∞
⎝ n − 4n ⎠
5

Respostas: a) − ∞ b) 0 c) − ∞ d ) 1/ 2 e) + ∞ f ) 1 .

2) Mostre que não existe o lim f (n) quando f (n) = (−1) n com n ∈ .
n→+∞

FUNÇÃO INFINITESIMAL. Dizemos que uma função f ( x) é infinitesimal para x → a (resp. x → ±∞)
se lim f ( x) = 0 (resp. lim f ( x) = 0 ).
x →a x→±∞

Exemplos:
1
a) f ( x) = e x é infinitesimal quando x → −∞ . b) g ( x) = é infinitesimal para x → +∞ .
x
2
c) h(t ) = (t − 1)3 é infinitesimal para t → 1 . d) f ( x) = e− x é infinitesimal quando x → +∞ .

FUNÇÃO LIMITADA. Dizemos que uma função Y


f :I → é limitada em I se existem M , N ∈ N
tais que M ≤ f ( x) ≤ N , ∀x ∈ I . gráfico de f ( x)

Dizer que uma função f é limitada significa, M


geometricamente, que o gráfico de f está
X
plenamente contido numa “faixa” horizontal.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 21


1 1 1
Exemplos: a) f :[1, +∞) → , definida por f ( x) = é limitada em [1, +∞) , pois 0 < ≤ ,
1+ x 2
1+ x 2
2
1
∀x ∈ [1, +∞) logo 0 < f ( x) ≤ .
2

b) y = cos x e y = sin x são limitadas em pois, −1 ≤ cos x ≤ 1 e −1 ≤ sin x ≤ 1 , ∀x ∈ .

2
c) f : → , f ( x) = e− x é limitada em .

d) f : → , f ( x) = arctgx é uma função limitada em .

TEOREMA. Suponha que f ( x) é infinitesimal para x → a e que g ( x) é uma função limitada num
intervalo I que contém a . Então lim [ f ( x) ⋅ g ( x) ] = 0 .
x →a

Demonstração. Seja f ( x) é infinitesimal para x→a, então lim f ( x) = 0 , ou seja,


x →a
∀ε > 0, ∃δ > 0; 0 < x − a < δ ⇒ f ( x) − 0 < ε . Assumimos N > 0 e podemos tomar (sem perda de
ε
generalidade) f ( x) < . Como g ( x) é uma função limitada no intervalo I ,temos M ≤ f ( x) ≤ N ,
N
ε
∀x ∈ I . Logo, f ( x ) ⋅ g ( x) − 0 = f ( x) ⋅ g ( x) = f ( x) g ( x) < N =ε , o que significa que
N
lim [ f ( x) ⋅ g ( x) ] = 0 .
x →a

Exercício – Calcule cada limite, justificando sua resposta:


senx ⎛ π ⎞
a) lim b) lim e x cos(2 x + 1) c) lim+ 5 (t − 1) −3 sen ⎜ ⎟
x →+∞ ln x x →−∞ t →1 ⎝ 1− t ⎠
⎛ x + x3 ⎞ sen(u + 2)
d) lim ⎜ ln 3 3 cos x 2 + 3 + e( − x + x ) ⎟
3
e) lim
x→−∞ ⎜ x −5 ⎟ u →−∞ 3 2
⎝ ⎠ u + 2 + 3 u2

LIMITES FUNDAMENTAIS. Alguns tipos de limites podem ser usados para resolver outros limites, por
isso são chamados de limites fundamentais. Para estudá-los precisamos do seguinte

TEOREMA DO CONFRONTO (OU DO SANDUÍCHE). Considere g ( x) ≤ f ( x) ≤ h( x) , ∀x ∈ Dom( f ) . Se


lim g ( x) = lim h( x) = L então lim f ( x) = L .
x →a x→a x →a
Demonstração. Como lim g ( x) = lim h( x) = L temos que
x →a x→a
∀ε > 0, ∃δ1 > 0; 0 < x − a < δ1 ⇒ g ( x) − L < ε e
∀ε > 0, ∃δ 2 > 0; 0 < x − a < δ 2 ⇒ h( x) − L < ε .
Tomemos δ = min {δ1 , δ 2 } , como L − ε < g ( x) < L + ε ,
L − ε < h( x) < L + ε e g ( x) ≤ f ( x) ≤ h( x) , temos que
L − ε < g ( x) ≤ f ( x) ≤ h( x) < L + ε , ou seja, L − ε < f ( x) < L + ε .
Logo, f ( x) − L < ε , o que significa lim f ( x) = L .
x →a

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 22


2x − 3 2 x2 + 5x
Exemplo: Considere < f ( x) < , ∀x > 0 . Determine lim f ( x) .
x x2 x→+∞

senθ
Limite Fundamental Trigonométrico: lim = 1.
θ →0 θ

senθ
Demonstração. Vamos demonstrar que lim =1
θ →0 θ
med(TA)
utilizando a figura ao lado, onde = tgθ ,
med(OA)
π
med(OA) = 1 , então med(TA) = tgθ . Tomemos 0 < θ < .
2
Da figura, temos:

área(ΔOAP ) < área do setor(OAP) < área(OAT )



med(OA) ⋅ med(QP ) arco ⋅ raio med(OA) ⋅ med( AT )
< <
2 2 2

1⋅ senθ θ ⋅1 1⋅ tgθ θ tgθ senθ 1


< < ⇒ 1< < ⇒ 1> > .
2 2 2 senθ senθ θ cosθ

senθ 1 senθ
Assim, lim+ 1 > lim+ > lim+ ⇒ 1 > lim+ > 1 . Pelo teorema do confronto, temos
θ →0 θ →0 θ θ →0 cosθ θ →0 θ
senθ π
lim = 1 . Seguimos a mesma idéia construindo a figura de modo a termos − <θ < 0 e
θ →0+ θ 2
senθ senθ
mostrando que lim = 1 . Assim, lim = 1.
θ →0− θ θ →0 θ

senθ
Ao lado, o gráfico da função .
θ

sen(kθ ) sen(α x) 1 − cos ϕ


Exemplos: a) lim b) lim c) lim
θ →0 θ x →0 sen( β x ) ϕ →0 ϕ

Existem algumas indeterminações matemáticas que ainda não apareceram em nossos estudos. Do tipo:
00 , 1∞ , ∞0 , 0∞ , 0 ⋅ ∞ .

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 23


Limites Fundamentais Exponenciais:
x
⎛ α⎞ a x −1
i) lim ⎜1 + ⎟ = eα , onde α ∈ . ii) lim = ln a , para a > 0 .
x→±∞ ⎝ x⎠ x →0 x

x −2t n
⎛ 2⎞ ⎛t −3⎞ ⎛ n +1⎞
Exemplos: a) lim ⎜1 − ⎟ b) lim ⎜ ⎟ c) lim ⎜ ⎟
x→+∞ ⎝ x⎠ t →−∞ ⎝ t ⎠ n→+∞ ⎝ n − 1 ⎠

2x −1 ln(1 + z ) e(b − a ) x − 1
d) lim e) lim f) lim com b ≠ a .
x →0 x z →0 z x →0 x

ALGUMAS APLICAÇÕES DE LIMITES

Retas assíntotas

1. Dizemos que a reta y = k , k ∈ é uma assíntota y


gráfico de
horizontal do gráfico de f ( x) se uma das condições é
f ( x) = 3e− x sin(4 x) +1,5
satisfeita:
lim f ( x) = k ou lim f ( x) = k .
x→−∞ x→+∞
y = 1,5
−x
Exemplo: Ao lado, o gráfico de f ( x) = 3e sin(4 x) + 1,5 e
sua reta assíntota horizontal y = 1,5 .

x
Observe que, neste exemplo, a reta assíntota intercepta o
gráfico da função em vários pontos.

Exercício – Determine, se houver, retas assíntotas horizontais do gráfico de cada função:


7 x2 − 1
a) f ( x) = x3 − 2 x b) g ( x) = tanh x c) h( x) =
3x + 4 x 2
y
gráfico de
2. Dizemos que a reta x = x0 é uma assíntota vertical do f ( x) = 1+ 1
x −1
gráfico de f ( x) se uma das condições é satisfeita:
y =1
lim f ( x) = ±∞ ou lim f ( x) = ±∞ .
x→ x − x→ x +
0 0

← x =1 x
1
Exemplo: Ao lado, o gráfico de f ( x) = 1 + , uma
x −1
assíntota vertical x = 1 e uma assíntota horizontal y = 1 .

Exercício – Determine, se houver, retas assíntotas verticais do gráfico de cada função:


x2 − x + 1
3x
( )
t
a) f ( x) = x −5 x
2 5
b) g ( x) = c) h( x) = d) f (t ) = 1 + t −1
2− x 2
3x − 4 x 3

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 24


Observação. Está claro então que assíntotas verticais envolvem limites infinitos enquanto assíntotas
horizontais envolvem limites no infinito. Existem também as assíntotas oblíquas.
y
gráfico de
3. Dizemos que a reta y = ax + b é uma assíntota oblíqua do f ( x) = 2 x − 3
2
7x + 4
gráfico de f ( x) se lim [ f ( x) − y ] = 0 . Desse modo, temos
x→±∞
que: y = 14 x − 8
f ( x) 49
a = lim
x→±∞ x
e b = lim
x→±∞
[ f ( x) − ax ] .
x
Se o coeficiente a = 0 , não existe assíntota oblíqua.

x = −4 →
2 x2 − 3 −4 7
Exemplo: Ao lado: o gráfico de f ( x) = , x=
7x + 4 7
14 x − 8
uma assíntota vertical e y = uma assíntota oblíqua.
49

Exercícios – Determine, se houver, todas as retas assíntotas do gráfico de cada função:


x2 x2 − x + 1
a) f (t ) = t 2 + 3t 6 b) g ( x) = c) h( x) = d) f (t ) = t + e−t
2− x 3x − 4 x 2

2x − 7x +1
2
e) y = f) y 3 x 2 − y 2 + y + 2 = 0 (sugestão: “isole” x )
x−2

f ( x) − f ( x0 )
Derivada de uma função num ponto. Sabe-se que, se existir lim (finito), então
x→ x0 x − x0
f ( x) − f ( x0 )
f ′( x0 ) = lim onde f ′( x0 ) significa a derivada da função f no ponto de abscissa x0 .
x→ x0 x − x0

Exercícios – Baseando-se neste conhecimento, determine o que se pede em cada ítem:

a) f ′(3) para f ( x) = x 2 + 2 x − 1 . b) g ′(0) para g ( x) = x .

c) h′(a) para h(t ) = t 2 + 1 . d) Mostre que ∃/ f ′(0) quando f ( z ) = 3 z .

1
e) Considere f ( x) = log x , 0 < a ≠ 1 e x0 > 0 . Mostre que f ′( x0 ) = .
a x0 ln a

f) Considere a função f ( x) = senx e x0 ∈ . Mostre que f ′( x0 ) = cos x0 .

a
Respostas: a) 3 b) ∃/ g ′(0) c) h′(a) = .
a2 + 1

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 25


Convergência de uma série infinita. Uma série numérica infinita é uma expressão que pode ser
+∞
escrita na forma ∑ an = a1 + a2 + a3 + + an + .
n =1
Seja Sn a soma dos n primeiros termos da série. Veja ao S1 = a1
lado. S2 = a1 + a2

S3 = a1 + a2 + a3
Dizemos que ∑ an converge se lim Sn = L (um número),
n→+∞
n =1

Sn = a1 + a2 + a3 + + an = Sn−1 + an
caso contrário, a série ∑a
n =1
n diverge.

+∞
1 1 1 1 1 1
Exemplo: ∑ n(n + 1) = 1⋅ 2 + 2 ⋅ 3 + 3 ⋅ 4 + 4 ⋅ 5 + 5 ⋅ 6 + . Assim,
n =1

1 n
S1 = a1 = Com a “fórmula” Sn = podemos calcular a soma de uma
2 n +1
1 1 2 quantidade qualquer de termos da série, por exemplo, a soma dos
S2 = a1 + a2 = + = 100 100
2 6 3 100 primeiros termos é dada por S100 = = ≈ 0,9901 .
2 1 3 100 + 1 101
S3 = a1 + a2 + a3 = + =
3 12 4
Como queremos a soma dos infinitos termos, ou seja, n = ∞ , temos
3 1 4
S4 = S3 + a4 = + = n
4 20 5 S∞ = lim Sn = lim = 1.
n→+∞ n→+∞ n + 1
+∞
1 1 1 1 1
n Isto significa que ∑ = + + + + = 1.
Sn = n =1 n( n + 1) 1 ⋅ 2 2 ⋅ 3 3 ⋅ 4 4 ⋅ 5
n +1

Exercícios: 1 – Para cada série dada, determine os seis primeiros termos da série, uma expressão para
Sn e verifique se a série converge ou diverge.
+∞ +∞ +∞
1 ⎛ n ⎞
b) ∑ (2n − 1)(2n + 1) c) ∑ ln ⎜⎝ n + 1 ⎟⎠ d) ∑ [1 + (−1)n ]
n =1 n =1 n =1

+∞
2 – Suponha uma série do tipo ∑ a ⋅ r n−1 = a + ar + ar 2 + ar 3 + , onde 0 ≠ a, r ∈ . Este tipo de série
n =1
1− rn a
recebe o nome de série geométrica (por quê ?). Mostre que Sn = a e que lim Sn =
1− r n→+∞ 1− r
quando r < 1 .

3 – Uma bola, jogada de uma altura de 6 metros, começa a


quicar ao atingir o solo, como indica a figura ao lado. A altura
máxima atingida pela bola após cada batida no solo é igual a
três quartos da altura da queda correspondente. Calcule a
distância vertical total percorrida pela bola até parar.

Sugestão: Utilize série geométrica.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 26


EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – LIMITE DE FUNÇÕES

Esboços de gráficos de funções elementares, limites, limites laterais e continuidade.

1. Esboce o gráfico das funções abaixo, determine lim− f ( x ) , lim+ f ( x ) e, caso exista, lim f ( x ) .
x →a x →a x →a
⎧3 x − 2, x > 1 ⎧ x − 1, x ≥ 1 e x ≠ 2
2
⎪ ⎪
a) f ( x ) = ⎨2, x = 1 ( a = 1) b) f ( x ) = ⎨1, x = 2 ( a = 2)
⎪4 x + 1, x < 1 ⎪1 − x, x < 1
⎩ ⎩

⎧⎪ x 2 − x, x ≥ 0 x+2
c) f ( x ) = ⎨ ( a = 0) d) f ( x ) = ( a = −2 )
x+2
⎪⎩− x, x < 0

2 – Considere a função de domínio , 2.1) Esboce o gráfico de f .


⎧ x2 , x < −1
⎪ 2.2) Determine: a) lim f ( x) b) lim f ( x)
definida por f ( x) = ⎨− x + 1 , − 1 ≤ x < 1 . x→ − ∞ x→ + ∞
⎪ log x, x ≥1 c) lim f ( x) d) lim f ( x) e) lim f ( x) .
⎩ x→ − 1 x→ 0 x→ 1

3. Determine, se possível, a ∈ para que exista lim f ( x) , sendo:


x→ x0

⎧3 x − 2, x > −1

a) f ( x ) = ⎨3, x = −1 ( x0 = −1) b) f ( x ) = ⎨
( )
⎧⎪ x 2 − 4 ( x − 2 )−1 , x ≠ 2
( x0 = 2 )
⎪5 − ax, x < −1 ⎪⎩a, x = 2

4. Considere as funções dos itens a), b) e c) do exercício 1. Verifique se f é contínua em x = a .


Justifique.

5. Potencial. O potencial φ de uma distribuição de carga num ponto do eixo dos x é dado por
⎧2πσ

φ ( x) = ⎨
( x2 + a2 − x ) se x ≥ 0 onde, a, σ > 0 são constantes. A função φ é contínua ?
⎪2πσ ( x2 + a2 + x ) se x < 0

6. Determine, se possível, as constantes a e b ∈ de modo que f seja contínua em x0 , sendo:

⎧⎪3ax 2 + 2, x < 1 ⎧⎪bx 2 + 2, x ≠ 1


a) f ( x ) = ⎨ ( x0 = 1) b) f ( x ) = ⎨ ( x0 = 1)
⎪⎩ x − 2, x ≥ 1 ⎪⎩b , x = 1
2

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 27


⎧3 x − 3, x > −3 ⎧2a.cos (π + x ) + 1, x < 0
⎪ ⎪
c) f ( x ) = ⎨ax, x = −3 ( x0 = −3) d) f ( x ) = ⎨7 x − 3a, x = 0 ( x0 = 0 )
⎪ 2 ⎪
⎩bx + 1, x < −3 ⎩b − 2 x , x > 0
2

7. Esboce o gráfico de uma função f satisfazendo as condições indicadas: Dom ( f ) = ,


lim f ( x ) = 1 , lim f ( x ) = 0 mas f é descontínua em x = 0 e x = 1 .
x→0 x→1

8. Para cada um dos seguintes itens, exiba o esboço gráfico de uma função que satisfaz às condições:

a) lim f ( x) = L e a ∉ D ( f ).
x→ a
b) f é contínua em , lim f ( x) = + ∞ e lim f ( x) = 0 .
x→ − ∞ x→ + ∞
c) lim f ( x) = − ∞ , lim f ( x) = L > 0 e f (a) < 0 .
x→ a − x→ a +
d) f de domínio que seja descontínua em dois pontos.

x3 7
9. Seja f ( x) = − sen(π x) + 3 . A função f atinge o valor no intervalo [ −2, 2] ? Justifique sua
4 3
resposta.

10. Seja f : [ 0,1] → [ 0,1] contínua. Mostre que existe x0 ∈ [ 0,1] tal que f ( x0 ) = x0 . Note que isto
significa que o gráfico da função f , obrigatoriamente, “corta” a primeira bissetriz.

y
11. Função sinal. A função sinal de x é definida por gráfico de sgn( x)
⎧1 se x > 0

sgn( x) = ⎨0 se x = 0 1
⎪−1 se x < 0
⎩ 0
f ( x) = sgn( x) e G ( x) = x sgn( x) são funções
x
Verifique se
−1
contínuas.

12. Suponha que existe um conjunto (intervalo) ( a − r , a + r ) ⊆ e um número real M > 0 tal que
satisfaz a condição: f ( x) − f (a ) ≤ M x − a , para todo x ∈ ( a − r , a + r ) . Mostre que f é contínua em
x = a.

13. Suponha que f ( x + y ) = f ( x) + f ( y ) para todos os x, y ∈ e que f é contínua em 0 . Mostre


que f é contínua ∀a ∈ .

14. Calcule os limites a seguir:

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 28


(
a) lim − x5 − 3x 4 + 12 x 2
x→−1
) ⎛ x2 x ⎞
b) lim ⎜⎜ − x3 + − ⎟⎟
⎛ 1 + x2 ⎞
c) lim tg ⎜⎜ ⎟⎟
x →4
⎝ 4 2⎠ x→−1
⎝ 1− x ⎠

x→1
(
d) lim 2 x x3 − 4 ) e) lim
sen x
f) lim
33 x +5
x→ 1 + cos x
π x→−1 2cos( xπ )
2

x2 − 9 −5 x 2 x2 − 1
g) lim h) lim− i) lim
x →2 2 + x x→1 2x x→−1 x + 10

(
j) lim ⎡⎢3 x + sgn x 2 − 1 − 1 ⎤⎥
x →0 ⎣ ⎦ ) x→ 2 ⎢
⎣ (
k) lim ⎡ x 2 + 5 + sgn x 2 − 1 − 1 ⎤
⎥⎦ )

Limites infinitos e limites no infinito

15. Calcule lim f ( x ) e lim f ( x ) para as funções do exercício 1.


x →−∞ x →+∞

16. Esboce o gráfico de cada função f a seguir, e determine o que se pede: (Obs.: Use o Winplot para
visualizar os gráficos)

⎧4 x + 12 , x < −2 lim f ( x ) , lim− f ( x ) , lim+ f ( x ) , lim f ( x ) , lim − f ( x ) ,


x →−∞ x →1 x →1 x →1 x →−2

a) f ( x ) = ⎨ x 2 , −2 ≤ x ≤ 1 lim f ( x ) , lim f ( x ) , lim f ( x )
⎪ − x 2 + 3, x > 1 x →−2+ x →−2 x →+∞

Intervalos onde f é contínua.

⎧(1 2 ) x , x > 0 lim f ( x ) , lim− f ( x ) , lim+ f ( x ) , lim f ( x ) , lim f ( x ) ,


⎪ x →−∞ x →0 x →0 x →0 x →1
b) f ( x ) = ⎨ 1
lim f ( x ) , lim f ( x )
⎪ , x<0 x →−1 x →+∞
⎩x

⎧log1x2 , x > 0 lim f ( x ) , lim f ( x ) , lim f ( x ) , lim f ( x )


⎪⎪ x →−∞ x →+∞ x →0 x→1
c) f ( x ) = ⎨0, x = 0
⎪ −1 x , x < 0 Estude a continuidade de f em x = 0 .
⎪⎩

17. Campo elétrico. Uma esfera de raio R está carregada com uma unidade de eletricidade estática. A
intensidade de um campo elétrico E = E ( x) num ponto P localizado a x unidades do centro da esfera
é determinada pela função dada abaixo. Verifique se a função E contínua e esboce seu gráfico.
y

⎧0 se 0 < x < R 1
⎪ R2
⎪ 1
E ( x) = ⎨ 2 se x = R 1
⎪ 3x 3R2
⎪ x −2 se x > R
⎩ 0 R x

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 29


y
18. Função de Heaviside. A função de Heaviside é utilizada no
estudo de circuitos elétricos para representar o surgimento de
corrente elétrica ou de voltagem quando uma chave é
1
instantaneamente ligada e, é definida por

⎧0 se t < 0 0
H (t ) = ⎨
x

⎩1 se t ≥ 0
a) Discuta a continuidade de f (t ) = H (t 2 + 1) e de g (t ) = H ( sen(π t ) ) . Esboce os respectivos
gráficos no intervalo [−4, 4] ;

b) A função R (t ) = ct ⋅ H (t ) (c > 0) é chamada rampa e representa o crescimento gradual na


voltagem ou corrente num circuito elétrico. Discuta a continuidade de R e esboce o gráfico
para c = 1, 2, 3.

Limites do tipo 0/0 envolvendo fatorações

19. Calcule os seguintes limites:

x2 − 4 2 x2 − 8 x2 − 2 x + 1
a) lim b) lim c) lim
x →2 x 2 − 2 x x →2 3 x 2 − 4 x − 4 x →1 x3 − 1
2 x 2 + 3x − 2 x3 − 8 x2 − 4
d) lim e) lim f) lim
x →1 2 8 x3 − 1 x →2 x − 2 x →−2 3x 2 + 4 x − 4

x2 − a2 x 2 − ( a + 1) x + a ⎛ 3 x3 − 24 ⎞
g) lim a≠0 h) lim a≠0 i) lim log 6 ⎜⎜ ⎟⎟
x →a 3 x 2 − 2ax − a 2 x →a x3 − a 3 x →2
⎝ x−2 ⎠

( ) ( x −16)( x −8)
−1
−1
j) lim sen ⎡π x3 − 8 ⋅ ( x − 2 ) ⎤ 2 x3 − 250
4 3

x →2 ⎣ ⎦ l) lim 2 m) lim
x →2 x →5 x 2 − 6 x + 5

Limites do tipo 0/0 envolvendo conjugado de radicais

20. Calcule os seguintes limites:

x −1 x +1 − 1− x 1 − x2 x+2− 3
a) lim b) lim c) lim d) lim
x →1 x −1 x →0 3x x →−1 x + 2 + x x →1 x3 − 1

3− 5+ x x −2 x −3 − 5− x x −8
e) lim f) lim+ g) lim h) lim
x →4 1 − 5 − x x →4 x−4 x →4 x −2 x →64 3 x −4

i) lim
x− a
, a>0 j) lim
2− x −3
l) lim
x+2 −2 m) lim x − a + x − a ; a > 0
x →a
x →a x−a x →7 x 2 − 49 x →2 −4 + 2 x x2 − a2

Limites do tipo k/0, onde k é constante e k≠0

21. Calcule os seguintes limites:


CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 30
x2 + 1 ⎛ x −1 ⎞ 2 x2 + 3 x+5
a) lim b) lim+ senh ⎜⎜ 2 ⎟⎟ c) lim d) lim
x →1 x − 5 x + 4
2
x →0 sen x x→0 ⎝ x ⎠ x →5
( x − 5) 2

5x − 4 cos ( 3x ) cos x 3x − 11
e) lim f) lim g) lim h) lim
x →2 x − 2 x →0 x x →0 x ⋅ sen x x →3 x − 3

22. Verifique, justificando, se f é contínua em x = x o .

a) f ( x ) = ⎨
( )
⎧⎪ x3 − 125 ( x − 5 )−1 , x ≠ 5
( x0 = 5)
⎧⎪( 3x + 12 ) ⋅ x + 4 −1 , x ≠ −4
b) f ( x ) = ⎨ ( x0 = −4 )
⎪⎩75, x = 5 ⎪⎩4, x = −4

23. Calcule as constantes de modo que:

x2 − a x 2 − ax + b ⎡ bx + 3 ⎤
=4 =5 c) lim ⎢ ax − =5
x + 1 ⎥⎦
a) lim b) lim
x→b x − b x→3 x −3 x→+∞ ⎣

ax3 + bx 2 + cx + d
d) lim f ( x ) = 3 e lim f ( x ) = 1 sendo f ( x ) =
x →+∞ x →−2
(
4 x2 + x − 2 )
f ( x) g ( x) f ( x)
24. Sabe-se que lim = 4 e lim = − 6 . Mostre que lim = −1 .
x→1 1 − x 3 x→1 1 − x 2 x→1 g ( x )

f ( x + 2) g ( x + 2) f ( x) 1
25. Sabendo que lim = 8 e lim 2 = 3 . Mostre que lim = .
x→−2 −2 x − 2 x→−2 x − 4 x →0 g ( x ) 3

26. Contração de Lorentz. Na teoria da relatividade especial, temos que o comprimento de um objeto
v2
é função de sua velocidade: L(v) = L0 1 − , onde L0 é o comprimento do objeto em repouso e c é
c2
a velocidade da luz. A velocidade da luz é de aproximadamente 30 ⋅108 m/s . Da teoria da relatividade
é conhecido que nenhum objeto pode ir além da velocidade da luz; logo v → c − ; lim− L(v) = 0 . Isto
v →c
significa que para um observador parado o objeto desaparece.

27. Massa relativística. Na teoria da relatividade especial, a massa de uma partícula é função de sua
−1
⎛ v2 ⎞ 2
velocidade: M (v) = m0 ⎜⎜1 − 2 ⎟⎟
⎝ c ⎠
Onde m0 é a massa da partícula em repouso e c é a velocidade da luz. Logo, lim− M (v) = +∞ , em
v →c
outras palavras, se a velocidade de uma partícula aumenta, sua massa aumenta em relação à sua massa
inicial m0 .

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 31


Indeterminações do tipo ∞ ∞

28. Calcule os limites a seguir:

2 x 2 − 4 x − 25 x ( x − 3)( 2 x + 5 ) ⎛ 2 + x − π x2 ⎞
a) lim b) lim c) lim sen ⎜⎜ 2 ⎟
x →+∞ 18 x 3 − 9 x 2 x →−∞ ( x − 1)( 3 x + 4 )( 2 − x ) ⎟
x →+∞
⎝ 12 x − 4 x ⎠

e) lim 2( )(
x −1 3− 2 x ) ( )
−1 −1
2 x 2 − 3x − 4 x3 x 2 −1
d) lim x →−∞
⎛1⎞
f) lim ⎜ ⎟
x →+∞ x4 + 1 x →+∞ ⎝ π ⎠

( ) (
g) lim ⎡log1 2 2 x3 − x − log1 2 2 x + x3 ⎤
x →+∞ ⎣
)⎦ (
h) lim ⎡ x ln 2 − ln 3x + 1 ⎤
x →+∞ ⎣ ⎦ ) i) lim
3 x 2 − 5 x − 9 x3
x →+∞ 5 + 9 x 3 − 9 x 2

(n + 2)!+ (n + 1)! ⎡1 ⎤ (2n + 1) 4 − (n − 1) 4


j) lim k) lim ⎢ 2 + (1 + 2 + 3 + + n )⎥ l) lim
n→+∞ (n + 3)! n→+∞ ⎣ n ⎦ n→+∞ (2n + 1) 4 + ( n − 1) 4

m) lim ⎢
⎡1 + 2 + 3 + + n n ⎤
n→+∞ ⎣ n+2
− ⎥
2⎦
n) lim
n→+∞
1 + 22 + 32 +
n3
+ n2 o) lim
x →+∞
( x+ x − x− x )
Indeterminações do tipo + ∞ − ∞

29. Calcule os limites a seguir:

a) lim
x →+∞
( x+2− x ) b) lim
t →+∞
( t −3 − t ) c) lim
x →+∞
( x2 + 2 − x ) d) lim
x →+∞
( x2 + 4 x − x )
Limites envolvendo funções limitadas

30. Calcule os limites a seguir:

⎛1⎞ b) lim
sen x c) lim e x sen x
a) lim x sen ⎜ ⎟ x →−∞
x →0 ⎝ x⎠ x →+∞ x

⎪⎧ e x ⎪⎫ 2 + 5 x3
cos ( ln x )
3cos x + 2 x
d) lim+ ⎨ x3 ⎡⎣ 4 − cos( x −2 ) ⎤⎦ + ⎬ e) lim f) lim
x →0 ⎪ x ⎭⎪ x →+∞ 1 − 3 x 7 x →+∞ 2x

Limites envolvendo o limite fundamental trigonométrico

31. Calcule os seguintes limites:

sen ( 7 x ) tg ( 3x ) 1 − cos x
a) lim b) lim c) lim
x →0 x x →0 2 x x →0 x2
1 − sec x 1 − cos x 7 − 7 cos 2 x
d) lim e) lim f) lim
x →0 x2 x →0 x sen x x →0 3x 2

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 32


sen x 1 + sen x − 1 − sen x sen ( x + a ) − sen ( a )
g) lim h) lim i) lim
x →π x −π x →0 x x →0 x
x − tgx tg 2 x 1 − cos(1 − cos x)
j) lim k) lim 2 l) lim
x →0 x + tgx x→0 x sec x x→0 x
arcsenx arctgx
m) lim n) lim
x→0 x x →0 x

Limite fundamental exponencial

32. Calcule os seguintes limites:

x x 3x x
⎛ 2⎞ ⎛ 3⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞
a) lim ⎜1 + ⎟ b) lim ⎜ 1 − ⎟ c) lim ⎜1 + ⎟ d) lim ⎜ 1 − ⎟
x →−∞ ⎝ x⎠ x →−∞ ⎝ x⎠ x →+∞ ⎝ x⎠ x →+∞ ⎝ x⎠
x
a x −1 a h+ x − a h
2
⎛ x+a⎞ f) lim , a > 0. g) lim , a > 0. ex −1
e) lim ⎜ ⎟ h) lim
x →+∞ ⎝ x − a ⎠ x →0 x x→0 x x →0 x
⎡ −x ⎤
e3 x − 1 3x − 1 eax − ebx l) lim ⎢ a − a ⎥ , a > 1
x
i) lim j) lim k) lim ; a, b ≠ 0 −x
x→0 sen( ax ) − sen(bx ) ⎣a + a
x →+∞ x
x →0 x x →0 x 2 ⎦

33. Calcule as constantes de modo que:

b x+3 −a 1 ⎧ x 2 − ax + 9
a) lim = ⎪ , x < −3
x→1 x −1 6 ⎪⎪ x − 3
c) f ( x ) = ⎨bx, x = −3 seja contínua em x0 = −3 .
⎪3 x + 1, x > −3
2 x2 + 8 − b 2 ⎪
b) lim =−
x→−1 x +1 3 ⎪⎩

d) lim ⎡ x 2 − x + 1 − ax − b ⎤ = 0 ⎡ x3 + 1 ⎤
+ x 2 + 2 − ax ⎥ = 0

x→+∞ ⎣ ⎦⎥ e) lim ⎢ 2
x→+∞ x + 1
⎣ ⎦

34. Verifique se f é contínua em x0 :


⎧ x −2
⎧ 3 x +1 −1 ⎪⎪ , x>4
⎪ , x≠0 −
a) f ( x ) = ⎨ x ( x0 = 0 ) b) f ( x ) = ⎨ x 4 ( x0 = 4 )
⎪3, x = 0 ⎪3 x − 23 , x ≤ 4
⎩ ⎪⎩ 4

⎧ x3 − x
35. Estude a continuidade da função f ⎪ 2 , x < 2 e x ≠1
definida abaixo em , justificando. ⎪⎪ x − 3 x + 2
f ( x ) = ⎨−2, x = 1
⎪10, x = 5

⎪⎩ x ln x − 5 , x ≥ 2 e x ≠ 5

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 33


36. Fractal de Koch. A Curva de Koch (floco de neve) é obtida em estágios pelo processo seguinte:

i) no estágio 0, ela é um triangulo equilátero de lado 1 ;


ii) o estágio n + 1 é obtido a partir do estágio n , dividindo cada lado em três partes iguais, construindo
externamente sobre a parte central um triangulo eqüilátero e suprimindo então a parte central (veja na
figura).

3 3
Denote por An a área compreendida pela linha poligonal após n passos; logo, A0 = , A1 = ,
4 3
3 ⎧⎪ 3 ⎡ ⎛ 4 ⎞ ⎤ ⎫⎪
n
10 3 2 3
A2 = , em geral An = ⎨1 + ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ⎬ para n ≥ 0 . Então, A+∞ = lim An = . O que
27 4 ⎪ 5 ⎣ ⎝ 9 ⎠⎦ ⎪ n→+∞ 5
⎩ ⎭
significa o resultado deste limite ?

16
Agora, denote por Pn o perímetro da linha poligonal após n passos. Logo, P0 = 3 , P1 = 4 , P2 = ,
3
n
⎛4⎞
em geral, Pn = 3 ⎜ ⎟ , n ≥ 0 . Então, P+∞ = lim Pn = +∞ . O que significa este resultado ?
⎝3⎠ n→+∞

37. Paradoxo de Zenão. Na Grécia Clássica, foi travada uma disputa entre Aquiles e uma tartaruga,
sob o júdice do sofista Zenão. Era conhecida a lentidão da tartaruga, de modo que enquanto Aquiles
1 m. Zenão afirmava categoricamente naquela época, que se
corria 1 m, a tartaruga percorria apenas 10
a tartaruga largasse 1m na frente de Aquiles, ele nunca a ultrapassaria e seu argumento foi o seguinte:
enquanto Aquiles percorria 1 m, a tartaruga percorrerá 10 cm, de modo que a sua liderança é
indiscutível. Quando Aquiles vencer os 10 cm que a tartaruga já percorreu, esta por sua vez, estará a 1
cm a sua frente, e assim por diante. É óbvio que nenhuma tartaruga ganhou do maior corredor grego
da antiguidade. Porém ninguém conseguiu refutar Zenão satisfatoriamente. Então:

a) Encontre as funções que determinam a distancia percorrida por Aquiles e pela tartaruga,
respectivamente, em função do tempo.

b) Explique porque Aquiles ultrapassa a tartaruga, refutando o argumento de Zenão, utilizando o


conceito de limites, que não era conhecido na naquela época.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 34


DEFINIÇÕES E GRÁFICOS DE ALGUMAS FUNÇÕES HIPERBÓLICAS. Utilizando as funções exponencial e
logaritmo natural podemos definir outras funções. As funções trigonométricas hiperbólicas utilizam
apenas a exponencial em suas definições. As inversas das funções trigonométricas hiperbólicas
utilizam o logaritmo.

As funções trigonométricas hiperbólicas são definidas por:

e x + e− x e x − e− x senhx e x − e− x
y = coshx = y = senhx = y = tghx = =
2 2 cosh x e x + e− x
−x
cosh x e + e x
y = sechx =
1
= x
2
y = cosechx =
1 2
= x −x
y = cotghx = =
senhx e x − e− x cosh x e + e− x senhx e − e

y = arcsenhx

Algumas relações fundamentais entre funções hiperbólicas.

1. cosh 2 x − senh 2 x = 1 2. 1 − sech 2 x = tgh 2 x 3. cotgh 2 x − 1 = cosech 2 x

4. senh( x + y ) = senhx ⋅ cosh y + cosh x ⋅ senhy 5. cosh( x + y ) = coshx ⋅ cosh y + senhx ⋅ senhy

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 35


6. senh(2 x) = 2senhx ⋅ cosh y 7. cosh(2 x) = cosh 2 x + senh 2 x

cosh(2 x) + 1 cosh(2 x) − 1
8. cosh 2 ( x) = 9. senh 2 ( x) =
2 2

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 36


Tabela de indeterminações matemáticas

lim f ( x) = lim g ( x) = h( x ) = lim h( x) Simbolicamente

01 ±∞ ±∞ f (x) + g (x) ±∞ ± ∞ ± ∞ = ±∞
02 +∞ +∞ f (x) - g (x) ? (+ ∞ ) − (+ ∞ ) é indeterminação.
03 +∞ K f (x) + g (x) +∞ + ∞ + k = +∞

04 −∞ K f (x) + g (x) −∞ − ∞ + k = −∞

05 +∞ +∞ f (x) . g (x) +∞ (+ ∞ ) ⋅ (+ ∞ ) = +∞
06 +∞ −∞ f (x) . g (x) −∞ (+ ∞ ) ⋅ (− ∞ ) = −∞
07 +∞ k>0 f (x) . g (x) +∞ (+ ∞ ) ⋅ k = +∞ , k > 0
08 +∞ k<0 f (x) . g (x) −∞ (+ ∞ ) ⋅ k = −∞ , k < 0
09 ±∞ 0 f (x) . g (x) ? ± ∞ ⋅ 0 é indeterminação.

10 k ±∞ f (x) / g (x) 0 k /± ∞ = 0
11 ±∞ ±∞ f (x) / g (x) ? ± ∞ / ± ∞ é indeterminação.

12 k>0 0+ f (x) / g (x) +∞ k / 0 + = +∞ , k > 0


13 +∞ 0+ f (x) / g (x) +∞ + ∞ / 0 + = +∞
14 k>0 0- f (x) / g (x) −∞ k / 0 − = −∞ , k > 0
15 +∞ 0- f (x) / g (x) −∞ + ∞ / 0 − = −∞
0
16 0 0 f (x) / g (x) ? é indeterminação.
0

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 37


RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) a) lim f ( x ) = 5, lim+ f ( x ) = 1 , não existe b) lim− f ( x ) = lim+ f ( x ) = lim f ( x ) = 3


x →1− x →1 x→2 x→2 x→2

lim f ( x )
x →1

c) lim− f ( x ) = lim+ f ( x ) = lim f ( x ) = 0 d) lim f ( x ) = −1, lim f ( x ) = 1 , não existe


x→0 x→0 x →0 x →−2 − x →−2 +

lim f ( x ) .
x →−2

2.1)
2.2) a) +∞ , b) +∞ , c) ∃ , d) 1, e) 0.

3) a) –10 b) lim f ( x ) existe, independente do valor de a. Por isso a pode ser um número real
x →2
qualquer.

4) a) Não é contínua em x = 1 pois não existe lim f ( x ) . b) Não é contínua em x = 2 pois


x →1

lim f ( x ) ≠ f (2) .
x→2

c) É contínua em zero pois lim f ( x ) = f (0) = 0 .


x→0

5)
6) a) a = −1 . b) b = −1 ou b = 2 . c) a = 4 e b = − 13 9 d) a = −1 e b = 3

7)

8)

9) Note que a função é contínua e observe seu conjunto imagem.

10) Utilize a função g : [ 0,1] → [ 0,1] definida por g ( x) = f ( x) − x e os teoremas de continuidade.

11)

12) Utilize a definição formal de continuidade em um ponto.

13)

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 38


14)

15) a) − ∞ , + ∞ b) + ∞ , + ∞ c) + ∞ , + ∞ d) -1, 1

16) a) b) c)

a) − ∞ ,1, 2, não existe, 4, 4, 4, − ∞, − {1} .


b) 0, − ∞ , 1, não existe, 1 2 , − 1, 0 .
c) 0, − ∞ , + ∞ , 0, não é contínua em zero porque lim f ( x) ≠ f (0) .
x →0

17)

18)

19)

20)

x2 + 1 x2 + 1
21). a) Não existe pois lim− = −∞ e lim+ = +∞ . b) −∞ c) +∞
x→0 sen x x→0 sen x
x −5 x −5
d) Não existe pois lim− = +∞ e lim+ 2 = −∞ . e) +∞
x →1 x − 5x + 4
2 x →1 x − 5x + 4
cos 3x cos 3x
f) Não existe pois lim− = −∞ e lim+ = +∞ . g) +∞
x→0 x x→0 x
3 x − 11 3 x − 11
h) Não existe pois lim− = +∞ e lim+ = −∞ .
x →3 x−3 x →3 x−3

22) a) é contínua. b) f não é contínua em xo = −4 pois não existe lim f ( x ) .


x →−4

23) a) a = 4 , b = 2 b) a = 1, b = −6 c) a = 0, b = −5 d) a = 0, b = 12 , c = 36, d = 24

24)

25)

26)

27)

28) a) 0 b) - 2/3 c) 2 2 d) 0 e) 2 −0 ,5 f) 0 g) –1 h) − ∞ i) -1

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 39


29) a) 0 b) 0 c) 0 d) 2

30) a) 0 b) 0 c) 0 d) + ∞ e) 0 f) 1

31) a) 7 b) 3/2 c) ½ d) -1/2 e) 1/2 f) 7/3 g) -1 h) 1 i) cos(a)

32) a) e2 b) e-3 c) e3 d) 1/e e) e2a f) ln(a) g) ah.ln(a)

33) a) a = 4 3 , b = 2 3 b) b = 6 c) a = 10, b = 8 3

34) a) f não é contínua em xo = 0 . b) f não é contínua em xo = 4 .

35) f é contínua ∀x ∈ − {2,5} .

36)

37)

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 40


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. H. Anton. Cálculo – Um Novo Horizonte, vol 1, 6ª edição. Editora Bookman, 2002.

2. L. D. Hoffman. Cálculo um Curso Moderno e suas Aplicações, LTC.

3. G. Ávila. Introdução às Funções e às Derivadas. Editora Atual, 1997.

4. Boulos, P. Introdução ao Cálculo, vol1. São Paulo. Ed. Edgard Blucher Ltda.

5. Edwards Jr., C. H. Penney, David E. Cálculo com Geometria Analítica, Prentice-Hall, 1994.

6. D. Figueiredo, A. Neves. Equações Diferenciais Aplicadas, Col. Matemática Universitária. IMPA.

7. Piskounov. Cálculo Diferencial e Integral, vol I e II. Editora Lopes da Silva.

8. Leithold, L. Cálculo com Geometria Analítica. Harbra, 1994.

9. Fleming, D. M. Cálculo A. 5a edição. São Paulo. Makron Books, 1992.

10. Ayres, F.J. Cálculo diferencial e integral I. 2a edição.

11. Guidorizzi, H. L. Um Curso de Cálculo. Vol. I. Rio de Janeiro. LTC Editora. 1994.

12. Iezzi, G. Fundamentos de matemática elementar. Vol. 8. São Paulo. Atual Editora. 1998.

13. Stewart, J. Cálculo Vol. 1. Ed. Pioneira. 4a edição.

14. Munem, M. Cálculo. Vol. 1. Rio de janeiro. Guanabara Dois Editora. 1978.

15. Pinedo, C. Q. Cálculo 1 – Notas de aula. Cefet-PR, Pato Branco.

16. Pinedo, Christian Q. Elementos de Cálculo II. CEFET Pato Banco, 2001.

17. George B. Thomas. Cálculo vol I e II. Pearson Education, 2005.

18. Elon L. Lima. Análse real, vol 1. 3ª. edição, Col Matemática Universitária. IMPA, 1997.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I ERON 41

Você também pode gostar