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Muitas crianças com TEA conseguem frequentar uma escola, conviver com

outras crianças e aprender. Mas, algumas delas sentem muitas dificuldades e


precisam de alguém para auxiliá-las nesse processo de inclusão e
aprendizagem.

Para isso, entra em cena o professor de apoio.

A legislação garante que a criança/jovem autista tenha assegurado esse apoio


e outros mecanismos para conseguir estudar. Vamos detalhar algumas leis.

Lei número 9.394/1996


De acordo com essa lei, os sistemas de ensino devem assegurar aos
educandos com deficiência e altas habilidades ou superdotação o direito a ter
currículos, métodos, técnicas, recursos educativos para atender às suas
necessidades.

E também o direito de aceleração para concluir em menor tempo o programa


escolar para os superdotados.

Além de terem disponíveis professores com especialização adequada para


atendimento especializado. Bem como, professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.

Segundo essa legislação, essas crianças e adolescente devem ser integrados


na vida em sociedade, inclusive para o mercado de trabalho. E devem ter
acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis.

Por fim, em relação aos alunos com altas habilidades (ou superdotados) a lei
determina que o poder público institua um cadastro nacional de alunos para ter
um controle e fomentar as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de
suas potencialidades.

Lei número 12.764/2012


Desde 2012, com a lei número 12.764 que estabelece a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA), os autistas têm o direito de ter um acompanhante especializado nas
salas de aulas.

A lei serve como um reforço na luta pela inclusão. Sendo assim, os alunos com
o TEA que forem matriculados na rede regular de ensino podem ter o
acompanhamento.

Esse acompanhamento deve ser de um professor de apoio especializado ou


professor auxiliar.

Segundo a legislação, “os sistemas de ensino devem efetuar a matrícula dos


estudantes com o TEA nas classes comuns de ensino regular, assegurando o
acesso à escolarização, bem como ofertar os serviços da educação especial,
dentre os quais: o atendimento educacional especializado complementar e o
profissional de apoio”.

Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da


Pessoa com Deficiência)
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão, Lei 13.145/2015, o profissional de
apoio escolar é um direito assegurado pela legislação e “atua em todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e
modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as
técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente
estabelecidas”.

A lei também determina que toda pessoa com deficiência tem direito à
igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma
espécie de discriminação.

E também é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa


com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à
habitação, à educação, entre outros para que se garanta seu bem-estar
pessoal, social e econômico.

Decreto número 6.949/2009


Esse decreto promulgou a Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.

No artigo 24, que trata sobre educação, ficou estabelecido que o Estado deve
ofertar o direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades
e assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis.

Para isso, o Estado deve garantir o desenvolvimento do potencial humano e do


senso de dignidade e autoestima e fortalecer o respeito pelos direitos
humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana.
Outro ponto abordado é sobre o desenvolvimento da criatividade e talentos das
pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e
intelectuais. Estabelece também que as pessoas com deficiência não sejam
excluídas do sistema educacional e possam ter acesso ao ensino inclusivo, de
qualidade e gratuito.

E as pessoas com deficiência devem ter o direito a adaptações razoáveis e


recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com
vistas a facilitar sua efetiva educação. Para isso, é necessário realizar medidas
de apoio individualizadas e efetivas.

O que faz o professor de apoio


O professor de apoio participa da reintegração da pessoa com TEA na sala de
aula e ajuda na inclusão escolar. Ele adapta as atividades, auxiliando as
interações sociais e aplicações didáticas.

O professor de apoio atua juntamente com a equipe pedagógica e com o


professor regular. Juntos, eles definem as estratégias que serão utilizadas para
que o estudante autista tenha acesso ao aprendizado das disciplinas e das
formas de avaliação que permitam que a aprendizagem seja efetiva.

Geralmente, esses profissionais contribuem para melhorar as habilidades de


leitura, escrita, matemática, compreensão e comunicação.

Eles também ajudam estabelecendo uma rotina, ensinando sobre regras e


comportamentos adequados na sala de aula. Por exemplo, os alunos são
ensinados a seguir instruções, interagir com colegas e se comunicar de
maneira eficaz.

Esse profissional também pode auxiliar o aluno nos momentos de higiene,


alimentação e locomoção.

Lembrando que o professor de apoio tem como função principal facilitar a


acessibilidade do aluno com autismo na escola.

Como garantir o direito de ter um professor de apoio


Cabe à escola garantir a plena participação do aluno em todas as atividades
escolares em igualdade de condições.

Por isso, a instituição de ensino deve providenciar um professor de apoio


especializado diretamente na secretaria de educação à qual está vinculada.

Essa contratação é um dever da instituição de ensino. Sendo assim, é proibido


cobrar da família qualquer mensalidade ou anuidade por ter um professor de
apoio especializado para o aluno autista.

A escola poderá solicitar aos pais ou cuidadores um laudo que comprove que a
criança tem autismo. Mas, não poderá se recusar a matricular o aluno autista.

Por lei, seja a escola particular ou pública, as escolas têm obriga ção de contribuir
com a inclusão escolar e providenciar o professor de apoio para acompanhar o aluno com
o TEA. Se sentir resistência da direção, procure ajuda especializada de um advogado e
busque os seus direitos.
Leia também:

A importância da Educação Física para o desenvolvimento motor

Modelo Denver de Intervenção Precoce

Um abraço e uma ótima leitura.

Dra. Fabiele Russo

Equipe NeuroConecta

Enviado por NeuroConecta


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