Você está na página 1de 9

RESIDÊNCIA EM ATENÇÃO BÁSICA

NATALIA PASTOR FARACO

VACINAÇÃO CONTRA PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) EM


ADOLESCENTES : UMA REVISÃO INTEGRATIVA

PETRÓPOLIS
OUTUBRO DE 2018
RESIDÊNCIA EM ATENÇÃO BÁSICA

NATALIA PASTOR FARACO

Trabalho de Conclusão de residência apresentado


como exigência final da residência em atenção básica
da Faculdade Arthur Sá Earp Neto.

Orientadora: Prof.ª Ms. Aline Furtado da Rosa

PETRÓPOLIS
OUTUBRO DE 2018
INTRODUÇÃO

2.2) Sobre o Calendário Nacional de Vacinação do Adolescente

Para (CARDOZO, 2007) o papel da atenção primária é investigar as vacinas que


o jovem recebeu, através do acolhimento e atendimento diferenciado. Quando o
adolescente apresentar um esquema vacinal incompleto ou carência de qualquer vacina,
é importante que receba as vacinas indicadas para a sua idade.

Com tantas novidades que vivem os adolescentes, muitos podem não estar
atentos ao calendário vacinal, para isso o serviço de saúde tem papel fundamental para
orientação e atualização do cartão de vacinas.

Segundo (BALALAI, 2007) A criação do Programa Nacional de Imunizações


(PNI) ampliou a assistência de vacinas disponibilizadas na rede pública para crianças,
adolescentes e adultos na rotina e nos Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para
tanto, (BRASIL, 2004) preconiza e disponibiliza a imunização dos adolescentes contra
hepatite B (efetuadas em três doses), dupla tipo adulto (uma dose a cada dez anos),
febre amarela (uma dose a cada dez anos) e tríplice viral (duas doses). Algumas
modificações vêm ocorrendo no esquema de imunização ativa na adolescência. Vacinas
novas foram licenciadas, sendo algumas recomendadas para uso de rotina.

Neste contexto, vale ressaltar que em junho deste ano foi inserida a vacinação
contra o HPV para meninas na faixa etária entre 11 a 13 anos.

2.3) Papiloma vírus, mecanismo da vacina:

Em seu livro (CARVALHO, 2012) explica que o papiloma vírus humano tem
um invólucro exterior ou cápside constituído pela proteína maior da cápside, L1, e pela
proteína menos L2. A proteína L1 é a que estimula a principal resposta humoral no
homem. A cápside do papiloma vírus humano envolve o DNA viral.

O autor acima (CARVALHO, 2012) destaca ainda, que desta forma a vacina
contra HPV é constituída por partículas semelhantes ao vírus, desenvolvidas por
bioengenharia a partir, exclusivamente, de proteínas L1, desprovidas de DNA viral não
lhes sendo possível causar infecção, nem doenças associadas ao HPV. No entanto, uma
vez que são constituídas por proteína L1, as partículas semelhantes ao vírus da vacina
são capazes de mimetizar o vírus e induzir uma resposta imune do tipo humoral. Na
produção da vacina, as proteínas L1 purificadas, produzidas em células de levedura,
ligam-se formando pentâmeros, os quais se reúnem formando cápsides vazias, que se
assemelham ás partículas virais do papiloma vírus.

Para o autor (CARVALHO, 2012) afirma que desta forma, a vacina contém
quatro tipos diferentes de partículas semelhantes ao vírus, cada uma destas compostas
por proteínas L1 de cada um dos tipos de papiloma vírus, são estes os tipos: 6, 11, 16 e
18. É adicionada uma substancia adjuvante para aumentar a imunogenicidade.

Assim, quando injetada por via intramuscular, (CARVALHO, 2012, pág.32)


mostra que:

Os linfócitos-B também processam as partículas da vacina e quando


subsequentemente se encontram aos linfócitos – T, as citocinas
produzidas estimulam a sua diferenciação em plasmócitos e em
linfócito- B de “memória”. Os plasmócitos produzem níveis elevados
de anticorpos específicos contra os tipos do papiloma vírus alvos da
vacina.

Alguns destes anticorpos têm a capacidade de neutralizar o HPV. Os anticorpos


são transportados através da corrente sanguínea para todo corpo. Existem varias
hipóteses que explicam o mecanismo de proteção da vacina. Uma destas hipóteses
consiste no transporte de anticorpos neutralizantes até o epitélio basal do colo do útero
onde, interceptam, ligam-se e neutralizam o vírus, prevenindo deste modo a infecção e
facilitando a eliminação do vírus pelos macrófagos. (CARVALHO, 2012)

Administrada em 3 doses a vacina induz uma robusta resposta humoral. Em


ensaios clínicos, o nível de anticorpos contra o HPV sofreu um decrescimento ate o 24°
mês, após a administração da vacina, tendo depois estabilizado. Num nível igual ou
superior ao que ocorre após a infecção natural por HPV.

Também se afirma que (CARVALHO, 2012) após a imunização com vacina, se


estabeleça memória imunitária através dos linfócitos- B deste modo observa-se um
rápido aumento do nível de anticorpos contra o vírus quando ocorre um posterior
contato com o HPV, esta memória imune se estende a pelo menos 5 anos.

2.4) Vacinação contra HPV e a vigilância de efeitos adversos


Em quatro de setembro do ano corrente, a Secretaria de saúde de São Paulo
recebeu notificação de possíveis eventos adversos associados a vacina contra o HPV,
após um fato ocorrido em Bertioga – SP.

A notícia teve repercussão nacional por meio da mídia quando foi transmitido
pela emissora Rede Globo no Programa do Fantástico no dia quatorze de setembro deste
ano, que onze meninas queixaram-se de fraqueza, cefaléia, tontura após duas horas que
receberam a vacina HPV. Estas adolescentes foram atendidas no Pronto Socorro (PS);
foram avaliadas e medicadas e receberam alta.

No dia seguinte pela manha as adolescentes retornaram com as mesmas queixas


e ficaram em observação no (PS) e receberam alta. Ainda no final do dia duas
adolescentes retornaram e queixaram-se de dificuldades de andar. No dia seguinte mais
uma adolescente queixou-se de dificuldade para andar. Assim, foram encaminhadas ao
Hospital Guilherme Álvaro para avaliação neurológica e os exames não apresentaram
nenhuma alteração.

Em nota a esse ocorrido, o Ministério da Saúde esclareceu que (BRASIL, 2014)


fenômenos como esse já foi observado em aplicações com outras vacinas injetáveis e
nesse momento a hipótese diagnóstica tem associação com a ansiedade após vacinação.

Afirmou também que (BRASIL, 2014) as vacinas figuram entre os produtos


biológicos mais seguros para uso humano, e que os benefícios são indiscutíveis á saúde
pública. Mas que como qualquer produto farmacêutico, as vacinas podem apresentar
eventos adversos.

No entanto, esclareceu que, (BRASIL, 2014) não há indicação para suspensão


do lote de vacinas contra o HPV e que esta deve continuar sendo aplicadas em todos os
municípios do Brasil.

Neste sentido, informou que (BRASIL, 2014) todas as vacinas utilizadas no


Programa Nacional de Imunização (PNI) são seguras e passam por um rigoroso controle
de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS/Fiocruz) e que todo e qualquer evento adverso que ocorra durante o uso de
seus imunobiológicos são monitorados.

2.5) O HPV e a adolescência


Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), destaca que destaca que é necessária uma
atenção especial em relação a ocorrência do câncer do colo do útero cada vez mais
precocemente, pois com a progressiva antecipação do inicio da puberdade e
conseqüentemente decréscimo na idade da menarca, a capacidade reprodutiva se instala
mais cedo, assim como o inicio precoce da atividade sexual e com ela a ocorrência de
DST, entre elas o HPV e AIDS.

A garantia de estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças,


principalmente voltadas a educação sexual e reprodutiva, assim como o acolhimento e a
realização do exame preventivo do câncer do colo do útero em adolescentes que tem
atividade sexual e procuram os serviços de saúde, devem integrar as ações da atenção
integral a saúde da mulher.

Para (HEIDEMANN, 2006, pág. 38): “Por ser um período vulnerável, a


experiência do adolescer exige dos profissionais de saúde e educação uma analise do
mundo adolescente dos problemas que podem acarretar danos e agravos á sua saúde“.

Assim, atividades de educação em saúde nas escolas são estratégias para


possibilitar que os adolescentes vivam suas descobertas sem estarem vulneráveis a
situações que coloquem em risco a saúde.

Ainda de acordo com a autora, Heidemann, 2006, pág. 38

Educação em saúde, propostas de autocuidado na adolescência e


desenvolvimento de responsabilidade pessoal e social podem quebrar
a cadeia de transmissão da maioria das DSTs, tornando a vida mais
saudável e coerente com os ideais humanos de viver mais e melhor.

Alem de pensar no cuidado com a saúde do adolescentes a aproximação do enfermeiro


também desvela um individuo com possibilidades para contribuir com seu meio social como
cidadão consciente de seus direitos e deveres.
O presente estudo consiste em uma revisão integrativa com abordagem
qualitativa. Vale destacar que, para Mendes; Silveira E Galvão, 2008, pág. 761-763):
O método de revisão integrativa é composto por seis etapas (1) identificação do
tema e a elaboração da questão norteadora; (2) estabelecimento de critérios para
inclusão e exclusão de estudos; (3) definição das informações a serem extraídas dos
estudos selecionados; (4) avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; (5)
interpretação dos resultados e (6) apresentação da revisão/síntese do conhecimento.
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008, p.761-763)
A fonte da coleta de dados deste estudo foi constituída de artigos científicos. Foi
realizada no período de dezembro de 2016 a maio de 2017. Os dados foram coletados
por
meio de um instrumento elaborado pela própria autora, contendo as seguintes
informações:
identificação; título; ano de publicação; base de dados (APÊNDICE 1).
Os artigos foram coletados através do portal de pesquisa da Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS), nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe
em
Ciências da Saúde (LILACS), a Base de Dados em Enfermagem (BDENF) e Scientific
Electronic Library Online (SCIELO).
Desta forma, utilizaram-se como critérios de inclusão produções científicas publicadas
nos últimos dez anos (2007 a 2017), na íntegra, disponíveis gratuitamente, nos idiomas
Português, Inglês e Espanhol. Foram excluídos materiais que não atendiam ao objetivo
desse
estudo, além de teses e dissertações.
Os descritores em Ciência da Saúde (DeCs) utilizados na BVS foram: transtornos
relacionados ao uso de substâncias; gestantes, combinados separadamente com cada
tipo de
droga: tabaco; álcool; maconha; cocaína e crack, utilizando o boleador “and”.
Os artigos selecionados foram organizados por meio de um instrumento na forma de
quadro e discutidos à luz da literatura.

1.2 A MOTIVAÇÃO

Desse modo, a motivação desse estudo veio por meio de uma pesquisa para o trabalho
de conclusão de curso enquanto acadêmica de Enfermagem no módulo de Saúde da
Mulher, onde observamos o alto índice de diagnóstico de HPV, em meio ao início da
vacinação, podemos observar o desconhecimentos das adolescentes , publico alvo da
vacinação , a cerca da doença. questão norteadora:
Qual o conhecimento produzido sobre a cobertura vacinal do HPV ?
Para isso, traçou-se o seguinte objetivo:
Analisar a produção científica sobre a cobertura vacinal do HPV no Brasil

A justificativa do estudo se dá porque na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa


em Saúde, abrange-se a saúde da mulher no item que trata da vacinação, onde é possível
encontrar como prioridades para os estudos a serem desenvolvidos na área da saúde a
prevalência do consumo de drogas lícitas e ilícitas e a determinação de gênero. Assim,
podese observar a importância de realizar a pesquisa sobre esse tema, onde se tornou
um grande
problema de saúde pública mundial.
A realização do presente estudo também se justifica por ser importante o
conhecimento sobre as consequências do uso de drogas licitas e ilícitas durante o
período
gestacional para a mãe e para o recém-nascido, sendo importante o acompanhamento da
saúde
da população exposta e acometida pelo uso de drogas, que atualmente se configura
como
problema de saúde pública no Brasil e no mundo (MAIA et al, 2015).
Desta forma, a relevância do estudo está no ensino, na pesquisa e na extensão. Para o
ensino poderá servir de material para aulas de saúde na mulher quando for discutido
sobre o
uso de drogas durante o período gestacional. Para a pesquisa, a partir desse estudo
outros
poderão ser desenvolvidos e para a extensão, durante um Curso para Gestantes, o qual já
existe em um Ambulatório-Escola do município de Petrópolis, poderá ser abordado o
tema
dos riscos do uso de drogas durante a gestação.

2. METODOLOGIA

O presente estudo consiste em uma revisão integrativa com abordagem


qualitativa. Vale destacar que, para Mendes; Silveira E Galvão, 2008, pág. 761-763):
O método de revisão integrativa é composto por seis etapas (1) identificação do
tema e a elaboração da questão norteadora; (2) estabelecimento de critérios para
inclusão e exclusão de estudos; (3) definição das informações a serem extraídas dos
estudos selecionados; (4) avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; (5)
interpretação dos resultados e (6) apresentação da revisão/síntese do conhecimento.
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008, p.761-763)
A fonte da coleta de dados deste estudo foi constituída de artigos científicos. Foi
realizada no período de outubro de 2018 dezembro de 2018. Os dados foram coletados
por
meio de um instrumento elaborado pela própria autora, contendo as seguintes
informações:
identificação; título; ano de publicação; base de dados (APÊNDICE 1).
Os artigos foram coletados através do portal de pesquisa da Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS), nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe
em
Ciências da Saúde (LILACS), a Base de Dados em Enfermagem (BDENF) e Scientific
Electronic Library Online (SCIELO).
Desta forma, utilizaram-se como critérios de inclusão produções científicas publicadas
nos últimos dez anos (2007 a 2018), na íntegra, disponíveis gratuitamente, nos idiomas
Português, Inglês e Espanhol. Foram excluídos materiais que não atendiam ao objetivo
desse
estudo, além de teses e dissertações.
Os descritores em Ciência da Saúde (DeCs) utilizados na BVS foram: Papiloma Vírus
Humano (hpv), vacinação, utilizando o boleador “and”.
Os artigos selecionados foram organizados por meio de um instrumento na forma de
quadro e discutidos à luz da literatura.
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?u_filter%5B%5D=fulltext&u_filter%5B%5D=
collection&u_filter%5B%5D=db&u_filter%5B%5D=mj_cluster&u_filter%5B%5
D=type_of_study&u_filter%5B%5D=clinical_aspect&u_filter%5B%5D=limit&u_
filter%5B%5D=pais_assunto&u_filter%5B%5D=la&u_filter%5B%5D=year_clus
ter&u_filter%5B%5D=type&u_filter%5B%5D=ta_cluster&u_filter%5B%5D=jd
&u_filter%5B%5D=pais_afiliacao&fb=&lang=pt&q=%28tw%3A%28cobertura+
vacinal%29%29+AND+%28tw%3A%28hpv%29%29+AND+%28tw%3A%28vac
ina%C3%A7%C3%A3o%29%29&where=&filter%5Bfulltext%5D%5B%5D=1&
filter%5Bla%5D%5B%5D=en&filter%5Bla%5D%5B%5D=es&filter%5Bla%5D
%5B%5D=pt&filter%5Byear_cluster%5D%5B%5D=2018&filter%5Byear_cluste
r%5D%5B%5D=2017&filter%5Byear_cluster%5D%5B%5D=2010&filter%5Bye
ar_cluster%5D%5B%5D=2016

Você também pode gostar