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Universidade Federal do Piauí

Centro de Educação Aberta e a Distância

TAXONOMIA DAS
FANERÓGAMAS
Profa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros
Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
Ministério da Educação - MEC
Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Universidade Aberta do Piauí - UAPI
Centro de Educação Aberta e a Distância - CEAD

Taxonomia das
Fanerógamas

Profa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros


Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Vana Rousseff
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad
GOVERNADOR DO ESTADO Wilson Martins
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielshowsky
PRESIDENTE DA CAPES Jorge Almeida Guimarães
COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa
DIRETOR DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes

CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr Ricardo Allagio Ribeiro (Presidente)


Des. Tomaz Gomes Campelo
Profª. Drª Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz
Prof. Francisco Antonio Paes Landim Filho
Prof. Manoel Paulo Nunes
Profª. Iracildes Maria Moura Fé Lima
Profª. Vânia Soares Barbosa
Prof. Dr. Wladimir Alexandre Pereira Silva

COORDENAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira


COORDENAÇÃO DE REVISÃO Naziozênio Antonio Lacerda
EDIÇÃO Roberto Denes Quaresma Rêgo
PROJETO GRÁFICO Samuel Falcão Silva
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Diego Albert
REVISÃO

© 2010. Universidade Federal do Piauí - UFPI. Todos os direitos reservados.

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pia deste obra sem autorização expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelec-
tual, com sansões previstas no Código Penal.
As angiospermas correspondem às plantas mais abundantes
da flora atual, compreendem a divisão Anthophyta, que inclui cerca de
235.000 espécies. Os trópicos do Novo Mundo foram, até o presente,
apenas parcialmente explorados botanicamente. Em um país de
dimensões continentais como o Brasil, cuja flora é pouco conhecida, é
bastante provável que em algumas das excursões botânicas realizadas
sejam coletadas espécies novas, ou seja, ainda não descritas para a
ciência.
Com exceção de algumas algas, todas as plantas cultivadas pelo
homem para o seu sustento são angiospermas. Elas surgiram no período
Cretáceo há cerca de 120 milhões de anos e logo depois já dominavam
toda a terra.
Nas suas características vegetativas, as angiospermas são
enormemente diversificadas. Seus representantes variam em tamanho,
desde espécies de Eucalyptus L’Her (Myrtaceae) com mais de 100m de
altura e troncos de quase 20m de circunferência, até representantes de
Lemna L. (Lemnaceae) aquáticas com menos de 1mm de comprimento.
Alguns dos representantes de angiospermas são lianas, outros epífitas;
alguns estão adaptados para crescer em regiões áridas, outros crescem
em regiões extremamente frias.
Angiosperma é um grupo de plantas com características especiais
como a presença de flores, e pelo fato de suas sementes se desenvolverem
dentro de um fruto e possuírem um ciclo de vida que as distinguem de
todas as outras plantas. A flor das angiospermas é interpretada como
um ramo foliáceo altamente modificado e é possivelmente derivado do
estróbilo das Gymnospermae.
As angiospermas foram tradicionalmente divididas em dois
grandes grupos: as dicotiledôneas e as monocotiledôneas. Esses grupos
estavam separados por uma série de características: as Dicotiledôneas
pela presença de flores com quatro ou cinco pétalas (ou um número
múltiplo destes), enquanto as monocotiledôneas pela presença de três
pétalas ou múltiplos de três. Além das sementes apresentarem dois
cotilédones, nas dicotiledôneas, e nas monocotiledôneas apenas um,
atualmente, através de análises filogenéticas, não se sustenta a divisão
monocotiledônea e dicotiledônea.
A nova classificação sustenta três grandes grupos, as
monocotiledôneas, as eudicotiledôneas e as “Angiospermas Basais” ou
Magnoliideas. As monocotiledôneas e as eudicotiledôneas compreendem
cerca de 97% da divisão. As monocotiledônes tiveram claramente um
único ancestral, como indicam o cotilédone único e algumas outras
características. O mesmo é verdadeiro para as eudicotiledôneas, que
apresentam uma característica claramente derivada: a presença de
pólen triaperturado (pólen com três fendas ou poros e também tipos
de pólen derivados de pólen triaperturado). Os 3% remanescentes das
angiospermas vivas, as magnoliideas, incluem aquelas com características
mais primitivas. As relações evolutivas das magnoliideas não são ainda
bem compreendidas. Apesar de terem sido tradicionalmente vistas como
dicotiledôneas, todas as magnoliideas, como as monocotiledôneas, têm
pólen com uma única abertura ou modificações deste tipo de pólen.
A origem e radiação das angiospermas estão entre os assuntos
mais fascinantes da botânica e apesar do enorme progresso nos
últimos anos, muito ainda está em aberto. A compreensão sobre a
origem e diversificação do grupo influencia diretamente os sistemas de
classificação, assim como as hipóteses de evolução dos caracteres. Além
disso, o tema tem sido explorado por grandes cientistas, oferecendo
exemplos excelentes na abordagem de problemas em sistemática.
Este livro é destinada aos estudantes do curso de Graduação
em Ciências Biológicas, disciplina Taxonomia das Fanerógamas, que
participam do Programa de Educação a Distância da Universidade
Federal do Piauí. Poderá ser utilizado também nos cursos de graduação
em Engenharia Agronômica e Ciências Farmacêuticas.
O objetivo deste livro é reunir e apresentar, de forma didática e em
uma única fonte, os conteúdos que tratam a taxonomia vegetal, ou seja,
nele serão apresentados os métodos e princípios da Taxonomia Vegetal;
os princípios, regras e recomentações da nomenclatura botânica; o
histórico da classificação vegetal; o processo de coleta e herborização de
material botânico; e a diversidade de famílias de angiospermas, através
da utilização de chaves de identificação.
Espera-se, no final do curso, que os alunos possam ter um
embasamento teórico e prático para o reconhecimento e o posicionamento
das fanerógamas nos sistemas de classificação, além de estarem aptos
para identificar famílias botânicas, descrever e preparar material para
estudos de cunho taxonômico e florístico.
UNIDADE 1
11 PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA TAXONOMIA VEGETAL

Taxonomia (taxis+nomos) – (taxionomia) 13


Definição dos Principais Termos Taxonômicos 18

UNIDADE 2
21 TÉCNICAS DE COLETA E HERBORIZAÇÃO. HERBÁRIO FANEROGÂMICO

Coleta e Preservação dos Espécimes (Mori et al., 1889) 23


Secagem e resfriamento 26
Montagem das exsicatas e incorporação 27

47 UNIDADE 3
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS ANGIOSPERMAS: HISTÓRIA

Sistemas de Classificação das Angiospermas 49


História da Classificação Botânica 50
Período de Sistematização 54

UNIDADE 4
71 NOMENCLATURA BOTÂNICA

Importância do Código Internacional de Nomenclatura Botânica 73


Regras e Recomendações Importantes 74

UNIDADE 5
81 MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAE)

Teoria do Pseudanto (postulada por Wettstein em 1907) 84


Evolução dos Caracteres Morfológicos nas Angiospermas 85
Sistema de Classificação de Cronquist (1988) 87
UNIDADE 1

Princípios e Métodos
da Taxonomia Vegetal
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA
TAXONOMIA VEGETAL

Taxonomia (taxis+nomos) – (taxionomia)

Taxonomia foi um termo criado por De Candolle em 1813, e é uma


palavra que está ligada ao termo táxon, ou seja, grupo de organismos
descritos e nomes científicos que lhes são designados. Segundo Simpson
(1961), é o estudo teórico da classificação, incluindo as suas bases,
princípios, procedimentos e regras. Barroso et al. (1978) definiram como
sendo a parte da Botânica que tem por finalidade agrupar as plantas
dentro de um sistema, levando em consideração suas características
morfológicas internas e externas, suas relações genéticas e suas
afinidades.
A taxonomia compreende três segmentos: a identificação, a
nomenclatura e a classificação.

Identificação

Processo utilizado para se conseguir a denominação de uma


planta. Pode ser realizado através da comparação com um material
já identificado ou com o auxílio de literatura especializada, que utiliza
chaves analíticas para identificação dos espécimes:
• Chave emparelhada => na qual as coplas possuem
alternativas opostas, uma logo abaixo da outra (Anexo 1). P. ex:

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 13
DICOTILEDÔNEASARQUICLAMÌDEAS
MONOCLAMÍDEASSUPEROVARIADAS
DE FLORES ANDRÓGINAS

1. Anteras valvulares................................................................Lauraceae
Anteras não valvulares...........................................................................2

2. Flor calcarada..................................................................................35
Flor não calcara.....................................................................................3

3. Folhas normais alternas, espiraladas ou em feixes...4


Folhas normais opostas ou verticiladas.................................................21
Folhas anormais ou escamosas ou reduzidas a espinhos ou
faltam...................................................................................................29

4. Folhas providas de ócreas..............................................Polygonaceae


Folhas desprovidas de ócrea..................................................................5

5. Um estigma.........................................................................................6
Dois ou mais estigmas...........................................................................12

6. Um ou três estames...........................................................Leguminosas
Dois estames........................................................................................67
Quatro estames.......................................................................................7
Mais de quatro estames.............................................8

7. Estames inseridos na metade superior das sépalas..............Proteaceae


Estames nunca inseridos na metade superior das sépalas....................40

8. Flores actinomorfas.............................................................................9
Flores zigomorfas..................................................................................63

9. Até dez estames................................................................................10


Mais de dez estames.............................................................................39

10. Estames de um só tamanho.............................................................11


Estames de dois tamanhos.....................................................................31
Estames de três ou mais tamanhos....................................Nyctaginaceae

14 UNIDADE 01
11. Fruto: pixídio.................................................................Amarantaceae
Fruto: nunca pixídio..............................................................................30

12. Ramos espinhosos..........................................................................32


Ramos não espinhosos.........................................................................13

13. Flores insignificantes, escamosas ou verdes.....................................14


Flores visíveis, coloridas ou alvas..........................................................16

14. Estilete menor, igual ou até o dobro do comprimento do cálice........15


Estilete dez vezes ou mais o comprimento do cálice...................Moraceae

15. Folhas de base simétrica.................................................................44


Folhas de base assimétrica.......................................................Ulmaceae

16. Flor com estaminódios ou com apêndices entre os estames.............20


Flor sem estaminódios e sem apêndices entre os estames....................17

• Chave identada => na qual as alternativas opostas da copla


podem não se apresentar uma logo abaixo da outra. P. ex:

Chave para a identificação de gêneros da família Asteraceae


(Tribo Vernonieae)

1. Inflorescência glomerular.
2.- Folha lirato, margem partida; glomérulo fistuloso........... 3. Pithecoseris
2’. - Folha inteira, margem inteira, crenulada, serreada ou denteada;
glomérulo não fistuloso.
3. - Glomérulos terminais; invólucro externo com brácteas lineares ou
cordiformes a ovaladas; capítulos com oito brácteas involucrais naviculares,
decussadas, geralmente em número de oito.....2. Elephantopus
3’. - Glomérulos axilares, sem invólucro externo; capítulos com brácteas
involucrais imbricadas, com a externa encobrindo totalmente a interna,
sempre em número de duas.................................................... 4. Rolandra
1’. Inflorescência não glomerular.
4.- Capítulos com invólucro duplo; cipselas com papus
unisseriado.......................... ...........................................1. Centratherum
4’. - Capítulos com invólucro simples; cipselas com papus bisseriado.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 15
5.- Série externa de páleas alargadas; série interna de páleas lineares,
cerdiformes ou raramente cerdas.................................. 5. Stilpnopappus
5’- Série externa de páleas estreitas; série interna de páleas filiformes.
...............................................................................................6.Vernonia

Nomenclatura

Está relacionada com o emprego correto do nome das plantas e


compreende uma série de princípios, regras e recomendações.

Classificação

Processo de ordenação das plantas de forma hierárquica em


grupos ou táxons. P.ex: cada espécie é classificada como um membro de
um gênero, cada gênero pertencente a uma determinada família, e assim
por diante.
A Taxonomia tem por finalidade classificar as plantas em um
sistema filogenético (princípio da evolução). Para tanto, a taxonomia
baseia-se, fundamentalmente, em caracteres clássicos da morfologia
floral, mas também leva em conta outros aspectos: estrutura epidérmica,
anatomia, fitoquímica, folhas, frutos, sementes, dentre outros.
A missão da taxonomia é descobrir, descrever e inventariar a
diversidade de espécies do mundo; analisar e sintetizar as informações
oriundas desse esforço em prol da ciência e da sociedade.
Para alguns autores, a taxonomia é considerada uma disciplina da
sistemática vegetal.
A Sistemática Vegetal é a parte da botânica que tem a finalidade
de agrupar as plantas dentro de um sistema. Segundo Judd et al. (2009),
é a ciência da diversidade dos organismos e envolve a descoberta, a
descrição e a interpretação da diversidade biológica na forma de sistemas
de classificação preditivos. Áreas afins: taxonomia, filogeografia,
evolução, genética de populações, biogeografia, etc.
A função da sistemática na crise da biodiversidade é inventariar
todas as espécies, focalizar espécies-chave, indicadoras ambientais e
demais espécies mutualistas, focalizar relações filogenéticas e processos
coevolutivos, espécies primitivas, potencial para irradiação evolutiva; e
identificar e estudar espécies endêmicas em ambientes vulneráveis.

16 UNIDADE 01
A metodologia da taxonomia vegetal, de um modo geral, inclui as
seguintes etapas básicas:

1. Coleta de material => é a etapa inicial de obtenção de material


para pesquisa.
2. Herborização => o material coletado deverá ser processado
por técnicas usuais e incorporado ao acervo de um herbário.
3. Identificação => o material deverá ser identificado, inicialmente
até família, depois ao nível de gênero e espécie, utilizando-se
chaves de identificação.
4. Descrição => o material é descrito minuciosamente em seus
caracteres vegetativos e reprodutivos, comparando tais dados
com as espécies mais próximas.
Em caso de tratar-se de uma espécie nova (após tentativas
de identificação com literatura especializada, estudo de materiais
incorporados em herbários e comparação com os typus do gênero), o
taxonomista deverá proceder às seguintes etapas:
- Descrição minuciosa do material;
- Ilustrar o hábito e os caracteres diagnósticos, através de
desenhos feitos com auxílio de um estereomicroscópio (lupa), acoplado
à câmara-clara (Figura 01);
• Fazer a diagnose em latim;
• Realizar comparação com a espécie mais próxima;
• Dentre as exsicatas estudadas, escolher o holotypus e os
paratypus;
• Publicar em periódico de circulação internacional

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 17
Figura 01: estereomicroscópio (lupa), acoplado à câmara-clara (Fonte: autoras)

Definição dos Principais Termos Taxonômicos

Sistemática Vegetal - é a parte da botânica que tem a finalidade


de agrupar as plantas dentro de um sistema, observando seus caracteres
morfológicos internos e externos, suas relações genéticas e afinidades.
Estuda concomitantemente o comportamento da planta na natureza,
sua organografia, estruturas internas, caracteres genéticos, ecologia,
distribuição geográfica, etc. visando compreender e estabelecer
afinidades e graus de parentesco existente entre os diversos grupos de
plantas.
Compreende a identificação, a nomenclatura e a classificação.

Táxon – é um agrupamento taxonômico de qualquer categoria.

Taxonomia vegetal - ciência que elabora as leis da classificação.

Espécie - categoria básica de hierarquia taxonômica e, segundo

18 UNIDADE 01
Cronquist (1968, “é a menor população permanente (tempo humano)
distinta e distinguível das outras. Em populações sexuais, a troca de
genes dentro de uma espécie é normalmente livre, enquanto que tais
trocas gênicas, entre espécies diferentes é bem restrita ou mesmo
impossível”.

Caracteres taxonômicos - são atributos como a forma, a estrutura


ou comportamento, que podem ser utilizados na classificação dos
seres vivos, considerados separadamente ou em comparação a outros
caracteres de seres da mesma espécie ou de espécies diferentes. P.
ex: analíticos, biológicos, contínuos, crípticos, faneríticos, diagnósticos,
bons, maus, ontogênicos, plásticos, fixos, primitivos, avançados, etc.

Evidências taxonômicas - caracteres morfológicos vegetativos


(raiz, caule ou folhas) ou reprodutivos (flor, fruto ou semente), químicos,
palinológicos, embriológicos, citológicos, genéticos, ecológicos,etc.

1. Qual a principal missão da ciência taxonômica vegetal?

2. Qual o segmento da taxonomia que utiliza chaves analíticas para


conseguir a denominação de um espécime vegetal?

3. ual a função da sistemática para a biodiversidade vegetal?

4. Defina os termos identificação, classificação e nomenclatura.

5. Quais as principais etapas da metodologia utilizada na taxonomia


vegetal?

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 19
Nesta unidade discutimos sobre Taxonomia, que é um dos
segmentos da Botânica que tem a finalidade de agrupar as plantas
dentro de um sistema, levando em consideração suas características
morfológicas internas e externas, suas relações genéticas e suas
afinidades, compreendendo as fases de identificação, nomenclatura
e classificação.

20 UNIDADE 01
UNIDADE 2

Técnicas de Coletae Herborização:


Herbário Fanerogâmico
22 UNIDADE 01
TÉCNICAS DE COLETA E
HERBORIZAÇÃO: HERBÁRIO
FANEROGÂMICO

Coleta e Preservação dos Espécimes (Mori et al., 1889)

Todas as expedições de coleta devem ser cuidadosamente planejadas,


visando o mínimo de imprevistos no processo de aquisição do material
botânico como, por exemplo, o esquecimento de materiais imprescindíveis.

Materiais necessários à coleta:

• Tesouras de poda e de poda alta (podão)


• Facão
• Potes herméticos
• Prensas de madeira
• Papel jornal
• Papelão
• Caderneta de campo
• Sacos plásticos de alta densidade
• Pincel atômico
• GPS
• Altímetro
• Máquina fotográfica
• Binóculo
• Lupa de mão
• Luvas de couro
• Borrifador
• Álcool

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 23
A Figura 02: traz alguns desses materiais.

Materiais necessários ao pesquisador:

• Calça comprida
• Blusa de manga comprida
• Chapéu
• Bota
• Caneleiras
• Protetor solar
• Água
• Alimentos leves

Figura 02: Alguns instrumenos utilizados na coleta: a - caderneta de campo; b -


GPS; c - tesousa de poda; d- facão; e - podão ou tesoura de poda alta; f - saco
plástico e prensa.

Procedimentos principais:

1. Coletar plantas férteis (flores e/ou frutos).


2. Plantas de hábito herbáceo  coletar todo o indivíduo.
3. Plantas de hábito arbustivo ou arbóreo  Coleta-se o ramo florido

24 UNIDADE 01
com dimensões de mais ou menos 20 cm.
4. Planta ultrapassar as dimensões do papel, dobra-se preferivelmente
em forma de “N”.
5. As folhas devem ficar sob o caule, e se necessário, retira-se algumas
folhas, deixando o pecíolo. Colocar sempre uma folha com a parte
abaxial visível.
6. O número do coletor deverá constar sempre no papel jornal.
7. Coletam-se, no mínimo, cinco exemplares de um mesmo indivíduo.
8. Indivíduos da mesma espécie, porém coletados separadamente,
recebem número de coletores distintos. P ex: planta com flor (Nº 1) e
a mesma planta com frutos (Nº 2).
9. Caderno de campo de boa qualidade. Anotações necessárias:
Data, nome dos coletores (só o primeiro é que dará número às coletas),
local da coleta (país, estado, município, localidade, coordenadas
geográficas, localização em relação a um lugar geograficamente
conhecido), tipo vegetacional (Caatinga, Cerrado, mata semidecídua,
mata ombrófila, capoeira, area cultivada, jardim, etc.), hábito da planta
(indicando a altura aproximada), nome vulgar, substrato (terrícola,
saxícola, rupícola, epífita, parasita, saprófita, aquática, etc.),dados
etnobotânicos.
10. Informações importantes: estado da vegetação, solo (constituição
– argiloso, arenoso, pedregoso, humífero, rochoso, pedregoso,
calcáreo, etc.; natureza – seco, úmido, brejoso, inundado, inundável,
etc.) frequência, drenagem, textura das folhas, coloração dos
elementos florais e do fruto.
11. A série dos números do coletor deve começar com 1 e continuar, sem
repetições.
12. A citação do nome do coletor poderá inicia pelo seu sobrenome,
seguido da inicial do nome ou o inverso.
13. Preferivelmente efetua-se todas as coletas das plantas férteis de um
só lugar, em vez de poucas coletas em locais diferentes.
14. Identifica-se a planta até onde for possível.
15. As plantas coletadas e postas entre jornal, papelão e nas prensas,
estão prontas para o processo de secagem.
16. Deve-se colocar, em local visível da prensa, a data de sua formação
e o nome do coletor responsável.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 25
Secagem e resfriamento

1. Época de Verão e no campo => preferível colocar as prensas ao sol.


2. Época de inverno no campo => coloca-se em estufas de campo, que
geralmente são aquecidas com fogareiros.
3. No laboratório => utiliza-se estufas com aquecimento por lâmpadas
de 100w mínimo de sete dias, com os jornais trocados diariamente
(Figura 03a) e estufas elétricas, com ventilação forçada, cerca de 2
dias (Figuras 03b).
4. Após a secagem, o material é separado por número de coleta e
acondicionado em sacos plásticos, vedados, onde ficarão no freezer
por cerca de sete dias (Figura 03c).

Nota 1: Se a secagem não for feita no mesmo dia, embeber as


amostras em líquido conservante: formol e água (uma parte de formol
40%+ três partes de água); álcool 70%-50%; álcool e pentaclorofenol
(30g PCF + litro de álcool 70%)
Nota 2: a Preservação de flores e frutos para estudos posteriores
deverão ser colocados em FAA: formol (10ml) + ácido acético glacial (5
ml) + álcool etílico 95 gl (50 ml) + água destilada (35 ml).

Figura 03: Secagem e resfriamento do material botânico: a - estufa a lâmpadas; b -


estufa elétrica; c - freezer para resfriamento.

26 UNIDADE 01
Montagem das exsicatas e incorporação

1. O material para ser incorporado ao acervo de um herbário


deverá estar identificado, no mínimo, na categoria genérica.
2. O material seco irá ser costurado (linha nº 0) em cartolina (30
x 40cm) ou preso com fita adesiva e no canto inferior direito,
deverá ser colada a ficha com os dados provenientes da coleta
(Figuras 04a e Figura 04b).
3. No canto superior direito, coloca-se o número de registro do
herbário.
4. No canto inferior esquerdo, coloca-se um envelope (para
acondicionar partes que se desprenderem do material).
OBS: Os dados da caderneta de campo deverão ser digitados
em planilha excel a qual gerará as fichas (Figura 04c).
5. Digitar os dados da exsicata no Programa utilizado pelo
herbário.
6. As exsicatas deverão ser guardadas em armários de aço,
hermeticamente fechados.

Figura 04: Montagem de exsicatas: a - costura da exsicata; b - exsicata pronta; c -


detalhe da ficha de identificação.

HERBÁRIO

Em seu sentido original, referia-se a um livro sobre plantas


medicinais. Tournefort em 1700, foi o primeiro a referir esse termo como
uma coleção de plantas secas. Luca Ghini (1490-1556), um professor
de Botânica da Universidade de Bolonha na Itália, foi talvez a primeira

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 27
pessoa a secar plantas sob pressão e montá-las em papel para servir
como um registro permanente. Essa técnica se difundiu pela Europa e
até a época de Lineu (1707-1778) já era bem conhecida. No início eram,
em sua maioria, de propriedade particular, porém a prática de depositar
SAIBA MAIS espécimes em coleções estabelecidas, bem como sua permuta ou venda
Todo herbário, quando de coleções, era prática comum já no tempo de Lineu.
atinde o número
As informações contidas em um herbário constituem-se em fontes
de 5.000 exsicatas
incorpordas, deverá primárias dos estudos taxonômicos, fenológicos, evolutivos, ecológicos,
enviar sua filiação ao biogeogáficos, de biodiversidade, além de contribuir com dados
Índex Herbariorum, etnobotânicos.
e a partir dessa,
será reconhecido
Herbário pode ser definido como:
internacionalmente
também por seu • Local onde se armazenam coleções de material botânico
acróstico ou sigla proveniente de diversas regiões geográficas.
• Acúmulo de uma coleção de plantas preservadas ao longo de
um determinado tempo.
• São locais depositários de material científico de respaldo das
investigações que documentam a riqueza da flora de um país.

Finalidades de um herbário

• Banco de dados
1. Representação da diversidade e distribuição de vegetações
regionais;
2. Dados complementares, como: xiloteca (coleção de madeiras)
e laminário associado, carpoteca (frutos) e palinoteca (pólen);
3. Subsídios para pesquisas botânicas nas mais variadas áreas.

• Meios de identificação
1. Comparação de plantas com nomes de espécimes da coleção;
2. Utilização de chaves taxonômicas.
3. Árbitro para nomes corretos
4. Manutenção do status nomenclatural, através da consulta a
revisões taxonômicas, trocas de informações e espécimes
com outras insttituições.

• Armazenagem de todas as espécies de plantas da região


levantada. Se possível, identificadas ao nível de espécie.

28 UNIDADE 01
• Fornecer identificações de plantas a pesquisadores, não
taxonomistas
• Identificar plantas tóxicas.
• Ajudar na elaboração de trabalhos científicos ou populares
sobre a flora da região.
• Servir como centro de treinamento em botânica.
• Prover toda a ajuda possível aos outros pesquisadores
(nacionais ou internacionais) em seus estudos taxonômicos,
através do intercâmbio de material.
• Lutar pela preservação da natureza .

Atividades desenvolvidas no herbário

• Coleta de amostras no campo.


• Processamento dos materiais (herborização).
• Identificação dos táxons.
• Doação de duplicatas das amostras para outros herbários.
• Empréstimo de exsicatas para pesquisadores de outras
instituições.
• Pesquisas botânicas variadas (anatomia, ecologia, sistemática,
fisiologia, etnobotânica, florística, etc.).
• Elaboração de listas de espécies.
• Apoio a produção de monografias sobre grupos específicos.
• Conscientização de alunos nos mais variados níveis (educação
ambiental).

Importância dos herbários


• Fundamental para as pesquisas botânicas.
• Centro de treinamento em botânica, especialmente taxonomia.
• Banco de dados.
• Prestação de serviços: apicultura, paisagismo, fruticultura,
engenharia, etc.
• Levantamento da flora, recursos e potencialidades.
• Apoio as ciências afins: Fitogeografia, Ecologia, Farmácia,
Nutrição Animal, Fitossanidade, Química, Bioquímica, etc.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 29
Coleções Científicas em Botânica

O Brasil, México e Indonésia disputam o título de país mais rico


em biodiversidade global. Porém, ocupamos o primeiro lugar em número
total de espécies, em extensão de florestas tropicais e em diversidade de
Angiospermas (EMBRAPA 1994).

Herbários brasileiros

O primeiro herbário do nosso país foi o do Museu Nacional ( cuja


sigla ou acróstico é R) no RJ, fundado em 1808, e ainda no século XIX
foram criados, no Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, o herbário RB, em 1890; na Escola
de Farmácia de Ouro Preto (OUPR) em MG,
fundado em 1891; no Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG) no PA em 1895 e no Instituto
Florestal de São Paulo (SPSF), SP em 1896.
O herbário Graziela Barroso (TEPB)
da Universidade Federal do Piauí foi fundado
em 1977 e localiza-se no prédio do Núcleo de
Referência em Ciências Ambientais do Trópico
Ecotonal do Nordeste (TROPEN). Seu nome
homenageia a grande botânica nacional Dra.
Figura 05 a: Herbário Graziela Barroso (TEPB) da
UFPI (Fonte: autoras)
Graziela Maciel Barroso. Atualmente possui
em seu acervo 27. 191 exsicatas (Figura 05 a
e b).

Figura 05 b: Herbário Graziela Barroso


(TEPB) da UFPI (Fonte: autoras)

30 UNIDADE 01
Diferentes tipos de herbários e suas funções

1. Herbário geral ou internacional  são muito grandes,


frequentemente com 4 milhões de espécimes de representação global.
Foram fundados cedo na história da taxonomia formal e cresceram até
seu atual tamanho ao longo dos anos (p.ex: Kew (K), na Inglaterra).

Suas principais funções incluem:

• Estudos gerais ao nível de família e acima;


• Produção de monografias genéricas, floras (cobrindo vários
países), floras locais e nacionais, checklist;
• Prestam serviços de empréstimos, instalações para botânicos
visitantes, identificação de espécies,despacho de listas de
identificações, distribuição de exsicatas.

2. Herbário nacional ou regional  abrangem o país em questão


e áreas vizinhas ou fitogeograficamente semelhantes. Podem ser
relativamente velhos (Museu Nacional – R e Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (RB, Figuras 06 a, b, c e d ) ou modernos (Embrapa- Cenargen,
CEN, Figura 07 a, b e c e Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo,
SP, Figuras 08 a e b).

Suas principais funções incluem:

• Contribuições a floras, envolvendo vários países.


• Produção de floras nacionais e locais.
• Checklists
• Prestam serviços de empréstimos, instalações para botânicos
visitantes, identificação de espécimes relevantes ao país,
despacho de listas de identificações, coleta de material em
campo, distribuição de duplicatas, fornecer material para
disciplinas auxiliares (p.ex: anatomia, citologia, química).

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 31
Figura 06 a: Detalhe dos armários compactados no
Herbário do Jardim botânico do Rio de Janeiro- RB.

Figura 06 b: Detalhe de um armário compactado


aberto do Herbário RB (http://jbrg.gov.br)

32 UNIDADE 01
Figura 06 c: Detalhe interno dos armários compactados no
Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro – RB

Figura 06 d: Detalhe dos bancadas internas para visitantes no


Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro – RB

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 33
Figura 07 a: Detalhe dos armários compactados no Herbário da
EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF – CEN.

Figura 07 b: Detalhe interno dos armários compactados no


Herbário da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF – CEN.

34 UNIDADE 01
Figura 07 c: Detalhe das bancadas internas para pesquisador
visitante no Herbário da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF –
CEN.

Figura 08 a: Coleção de Briófitas do Herbário do


Instituto de Botânica de São Paulo – SP

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 35
Figura 08 b: Detalhe da coleção de Briófitas do Herbário do Instituto de Botânica de
São Paulo – SP (Fonte: Autoras).

3. Herbário Local => lidam com uma região dentro do país (estado,
município, distrito, Parques Nacionais). P. ex. Graziela Barroso (TEPB),
Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Escola de Agronomia de Areia
(EAN).

Suas principais funções incluem:

• Contribuições a floras nacionais;


• Produção de floras locais e Checklists;
• Identificação de espécies para pesquisadores não
taxonomistas;

Presta serviços de empréstimos, contribuições a floras nacionais,


produção de floras locais e checklists, coleta de material em campo,
distribuição de duplicatas, fornecer material para disciplinas auxiliares
(p.ex: anatomia, citologia, química).

4. Herbários Especiais => frequentemente pequenos e de âmbito


limitado ou com finalidade específica. São separados nos seguintes tipos,
dependendo de suas funções:

• Herbários históricos => podem ser mantidos como herbários

36 UNIDADE 03
separados dentro de um geral (p.ex: Wallich Herbarium em
Kew ou o de De Candolle em Genebra) ou podem pertencer a
um instituto separado (Linnean Society, museus, monastérios).
Organizados na sua sequência original (sem atualizações
taxonômicas).

• Herbários de alcance limitado => podem ser taxonomicamente


restritos (criptogâmicos) ou ecológicos (florestais).
Frequentemente mantidos dentro de herbários gerais, em
universidades ou museus.

• Herbários de ensino => mantidos em universidades,


faculdades, escolas (muitos herbários universitários figuram
entre herbários nacionais ou locais).

5. Herbários relacionados a negócios ou profissões específicas


coleções de ervas daninhas para agricultores ou plantas apícolas, plantas
cultivadas.

6. Herbários para programas de pesquisas especiais, possuem


exsicatas para estudos de anatomia, citologia, químicos, levantamentos
ecológicos, plantas forrageiras.

Dinâmica de Herbário

Conjunto de atividades que envolvem desde a coleta do material


no campo, prensagem, secagem, identificação, expurgo, etiquetagem,
montagem, incorporação até a política de intercâmbio.

Método de Descontaminação

Todo herbário deve anualmente proceder ao processo de


descontaminação, fumigação ou expurgo, onde geralmente é utilizado o
gastoxin, porém alguns herbários utilizam diariamente naftalina e cânfora.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 37
Pragas e tratamentos

A preservação dos espécimes contidos nas exsicatas por longo


período de tempo requer vigilância constante, visando sua proteção
contra o ataque de pragas, que ocorrem principalmente em herbários
localizados em regiões tropicais e sub-tropicais, devido a alta temperatura
e níveis de umidade que permitem que as pragas cresçam e multipliquem
no herbário.
Os principais tipos de pragas são os insetos que são divididos em
três grupos, dependendo do dano que causam:
• Os anobiídeos são os mais destrutivos, pois se alimentam
diretamente das plantas. P. ex: broca-de-livros (Stegobium
paniceum); besourinho-do-fumo (Lasioderma serricorne).
• Os detritívoros se alimentam de mofo ou detrito. P. ex:
besourinho-aranha (Ptinus tectus); traças-de-livros (Lepisma
saccharina); piolho-de-livros (Liposcelis spp).
• As brocas de madeira podem causar danos a tecidos, coleções
de madeira, etc. P. ex: cupins (Cryptotermes spp e Kalotermes
spp).

Prevenções contra infestação

Os métodos de controle de pragas podem ser divididos em


químicos e físicos .
Os químicos devem ser usados com cautela porque a maioria dos
inseticidas pode prejudicar a saúde dos funcionários, acumular a níveis
nocivos ao meio ambiente, não ter efeito mortal contra as pragas e ser
muito caros. Exemplos:

1. Fumigação regular => são utilizados vários gases como o


brometo de metila, fosfina, óxido de etileno e menos comumente bissulfeto
de carbono, tetracloreto de carbono, cianureto de hidrogênio, dicloreto de
etileno e fluoreto de sulfúreo. Possui aspectos desagradáveis como: não
matar os ovos e pupas dos insetos; serem muito venenosos, só podendo
ser efetuados por pessoas capacitadas e sua efetividade depende de
tratamento regular e repetido.
2. Repelentes => são utilizados comumente a naftalina ou a
cânfora, que não são aconselhados por razão de saúde, porém não são

38 UNIDADE 02
proibidos.
3. Envenenamento prévio dos espécimes => tem a finalidade de
dar gosto desagradável para insetos e acarinos. Substâncias venenosas
são aplicadas por imersão (em espécimes não montados) ou borrifados
(em espécimes montados).
4. Pó dessecativo => feito de partículas refinadas de terra
diatomácea ou sílica. Age destruindo as camadas superficiais de cera e
cutícula dos insetos.
5. Armadilhas para insetos => ajudam a controlar pequenas
infestações.
6. Inseticidas => usados tanto para infestações localizadas como
para prevenir o acúmulo da população. A maioria é tóxico para humanos
e são persistentes e poluem o meio ambiente. P. ex: piretrinas (são os
mais seguros), DDT, Diclorvos (fitas de emanação gradual).
Os físicos, apesar de seguros para humanos, de serem não
poluentes e muito menos caros, podem, em algumas circunstâncias,
danificar os espécimes.
Procedimentos que podem ser adotados:
1. Exclusão de Pragas => utilizado para minimizar o acesso
de insetos, como por exemplo: usar telas finas em portas e janelas;
assegurar que as portas dos armários estejam sempre fechadas; não
deixar que adentre nos cômodos da coleção material que não tenha
sido descontaminado; não trazer plantas em vasos ou flores cortadas
para dentro do herbário e remover a vegetação próxima ao herbário que
poderia abrigar pragas.
2. Controle Ambiental => são recomendados os seguintes
cuidados: manter a temperatura em torno de 20-23ºC a 40-60%; a mobília
deve ser encaixada de modo a minimizar os espaços entre ela; retirar
periodicamente ninhos de pássaros, escombros e entulhos do teto do
herbário; manter a parte interna do herbário limpa; comida não deve ser
consumida em suas dependências

Organização da coleção do herbário

Por ser um laboratório que contem informações valiosas, deve ser


organizado de forma a otimizar as informações nele contidas. A escolha
do método a ser utilizado depende de vários fatores, como: tamanho da
coleção, público-alvo, pessoas disponíveis para organização, finalidade

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 39
do uso, etc. Primordialmente existem duas maneiras de organizar um
herbário: a alfabética e a sistemática.
Organização alfabética => as famílias, gêneros e espécies são
organizados alfabeticamente. Suas vantagens são a facilidade para o
não especialista encontrar os táxons e que o material montado novo pode
ser incorporado por um funcionário inexperiente. Suas desvantagens
são: táxones relacionados e consequentemente próximos são colocados
longe um do outro, a incorporação contínua por funcionários inexperientes
pode levar a um acúmulo de erros.
Organização sistemática  as famílias são organizadas de
acordo com um dos vários sistemas filogenéticos que colocam famílias
supostamente relacionadas juntas. Suas vantagens são que famílias
semelhantes são colocadas próximas, facilitando a identificação por
comparação. Suas desvantagens são primeiramente que um não
especialista pode achar difícil encontrar famílias e que a incorporação
necessita de pessoas com conhecimento mais especializado.

Exemplares de um herbário

1. Plantas dessecadas, coladas em cartolina - exsicatas (Figura


09)

Figura 09: Exsicata de uma


Orchidaceae (TEPB 13.570)

40 UNIDADE 02
2. Frutos dessecados ou em meio líquido – carpoteca (Figura 10
a e b)

Figura 10 a : Carpoteca da cnpf/Embrapa (http://www.cnpf.embrapa.br)

Figura 10 b :Carpoteca do herbário INPA (http://chc.cienciahoje.uol.com.br)

3. Madeiras dessecadas – xiloteca (Figuras 11 )

Figuras 11: Xiloteca do Instituto de Botânica de São Paulo

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 41
4. Coleção de ilustrações e fotografias – Fototypus (Figura 12)

Figura 12: Fototypus da fototeca do


herbário RB (http://jbrg.gov.br)

Literatura essencial

• Index herbariorum
• Dicionários de nomes de plantas
• Index Filicum
• Index Muscorum
• Index hepaticarum
• Index of fungi
• Floras, manuais de identificação, glossários
• Teses e dissertações taxonômicas
• Periódicos especializados

Informática em herbários

• Uso de banco de dados: garantia de maior rapidez nas


atividades e consultas
• Produção de etiquetas, rótulos e relatórios gerais;
• Facilita também ao intercâmbio entre herbários;

42 UNIDADE 02
• Uso de internet: muitas coleções já se encontram disponível
na rede.

Intercâmbio

• Permuta => quando doamos material herborizado e em troca


recebemos material do herbário ao qual fizemos a doação.
• Doações => quando doamos material herborizado e em troca
recebemos a identificação correta do espécime fornecida pelo
especialista (doação por identificação) ou quando apenas
doamos exsicatas para um determinado herbário.
• Empréstimos => quando emprestamos materiais herborizados
para a realização de estudos taxonômicos.

Maiores herbários do mundo

NOME DO HERBÁRIO DATA DA SIGLA NO. DE


FUNDAÇÃO EXSICATAS
Museum National d´Histore Natralie, Paris 1793 PCU 8.000.000
Laboratoire Phanerogamie 6.500.000
Laboratorie Cryptogamie 1904 PC 1.500.000
Royal Botanic Gardens, Kew 1853 K 8.000.000
V.L. Kmarov Botanical Institute, Leningrado 1823 LE 8.000.000
Conservaitore et Jardin Botaniques, Genebra 1817 G 6.800.000
British Museum, Londres 1753 BM 4.500.000
U. S. National Herbariorm, Washington, DC 1868 US 4.100.000
The New York Botanical Garden, Nova York 1891 NY 4.200.000
Field Museum of Natural History, Florença 1842 Fl 3.400.000
Risjksherbarium, Leiden 1575 L 2.600.000
Botanical Museum and Herbarium, Copenhague 1759 C 2.100.000

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 43
Maiores herbários do Brasil

NOME DO HERBÁRIO DATA DA SIGLA NO. DE


FUNDAÇÃO EXSICATAS
Herbário do Depto. De Botânica, Museu 1842 R 500.000
Nacional
Herbário do Jardim Botânico do Rio de 1808 RB 230.000
Janeiro
Herbário do Estado Maria Eneyda P. K. 1917 SP 190.000
Fidalgo, Instituto de Botânica
Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópi- 1940 IAN 190.000
co Úmido (Instituto Agronômico do Norte)
Herbário Instituto Nacional do Amazonas 1954 INPA 120.000
Museu Paraense Emílio Goeldi 1895 MG 90.000
Herbarium Bradeanum 1858 HB 85.000

Principais Herbários do Nordeste do Brasil

NOME DO HERBÁRIO DATA DA SIGLA NO. DE


FUNDAÇÃO EXSICATAS
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro- 1935 IPA 80.000
pecuária
Centro de Pesquisa do Cacau 1965 CEPLAC 65.000
Herbário da Universidade Estadual de Feira 1980 HUEFS 50.000
de Santana
Herbário Prisco Bezerra 1939 EAC 47.000
Herbário Graziela Barroso 1977 TEPB 27.191

44 UNIDADE 02
1.Enumere os procedimentos principais que deverão ser realizados no
momento da realização de coletas botânicas.

2. Em quais aparelhos as coletas botânicas poderão sofrer o processo


de secagem?

3. Comente os diferentes tipos de herbários estudados.

4. Cite os tipos de métodos de controle de pragas, dando exemplo de


cada um deles.

5. Cite quais os tipos de exemplares que podemos conservar em um


herbário.

Nesta unidade abordamos as técnicas de coleta e herborização


do material botânico, além de fornecer informações sobre herbários
(local onde são armazenadas as coleções de plantas de um determinado
local).

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 45
46 UNIDADE 02
UNIDADE 3

Sistemas de Classificação
das Angiospermas: História
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
DAS ANGIOSPERMAS: HISTÓRIA

Sistemas de Classificação das Angiospermas

Os seres vivos são classificados por meio de critérios pré-


estabelecidos, isto é, usamos regras de classificação de acordo com a
necessidade e com o sistema de classificação adotado. As classificações
são utilizadas para organizar as informações de grupos de organismos
e, assim, construir chaves de classificação e identificação desses
organismos.
Um sistema de classificação consiste em um meio de delimitar
e arranjar grupos taxonômicos, podendo ser construído com diferentes
objetivos. Cada um deles terá um princípio filosófico e normativo distinto
e irá empregar distinto conjunto de caracteres.
As primeiras tentativas de classificação estavam frequentemente
ligadas ao uso, hábito e outras características gerais. Através de
novas ideias e metodologias, novos sistemas mais trabalhados foram
aparecendo. Os princípios da classificação filogenética são amplamente
aceitos.
Segundo Judd et al. (2009) as classificações filogenéticas, tendo
em vista refletir a genealogia, apresentam maior utilidade em áreas
biológicas, tais como, em estudo de distribuição de plantas (fitogeografia),
biologia da polinização e dispersão de frutos, bem como na abordagem
de questões relativas à origem de caracteres adaptativos. São também
úteis na tomada de decisões de conservação. São a base de estudos
comparativos conectando todos os diferentes campos da Biologia.
Segundo Judd (2005), a construção de classificações envolve duas
etapas. A primeira consiste na delimitação e nomeação dos grupos. Em
uma classificação filogenética, essa etapa não apresenta controvérsias;

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 49
grupos que recebem nomes devem ser monofiléticos. A segunda etapa
envolve o ordenamento dos grupos e o posicionamento destes de acordo
com uma hierarquia. Essa fase permanece problemática,
É importante levar em conta que ainda não há perspectiva
para publicação de grandes trabalhos sintéticos apresentando novas
classificações filogenéticas para os organismos. Por isso, todo botânico
tem que ter ainda um conhecimento dos sistemas antigos. A rápida difusão
da sistemática filogenética molecular está oferecendo, na nossa época,
uma ferramenta capaz de providenciar um novo período sintético na
sistemática, com futuros novos sistemas verdadeiramente filogenéticos.

História da Classificação Botânica

Um sistema de classificação consiste em um meio de delimitar e


arranjar grupos taxonômicos. A necessidade de nomear os organismos e
então agrupá-los em categorias é um processo que o homem, naturalmente
e indistintamente, alcança-o, e tem sido usado para o reconhecimento
acurado (identificação) de alimentos, predadores, objetos, ou seja, tudo
que é essencial a sua sobrevivência.
Essa necessidade de reconhecer, identificar e dar nomes aos
seres vivos levou os mais antigos estudiosos a elaborar sistemas de
classificação para animais e vegetais.
À estimativa do número de plantas conhecidas mostra a enorme
dificuldade em classificá-las. Quase 300.000 espécies de plantas viventes
são reconhecidas, acima de 100.000 fungos e milhares de bactérias e
outros organismos microscópicos que alguns biologistas classificam e
classificaram como plantas.
Em 1938, Turril estimou que cerca de 2.000 espécies de plantas
com flores são descritas anualmente. É claramente impossível para
qualquer botânico conhecer mais que uma pequena fração do número total
de espécies, por isso elas são agrupadas em categorias sucessivamente
ascendentes e maiores e, por último, em um único grupo que possa
englobar todas as plantas. Esses agrupamentos são chamados de
categorias hierárquicas. Assim, é finalidade básica da sistemática vegetal
a elaboração de um sistema de classificação em que as plantas sejam
agrupadas em unidades hierárquicas (taxa) que reflitam as semelhanças
das espécies dentro do grupo e as diferenças de grupos entre si.
A elaboração de sistemas ou grupos de classificações dos

50 UNIDADE 03
vegetais é realizada desde os primórdios da civilização humana e é
praticada quotidianamente pelas populações rurais e urbanas de todo
o mundo, quando procuram agrupar os vegetais, por exemplo, como
plantas ornamentais, hortícolas, daninhas, medicinais, madeireiras, etc.
Antes da invenção da escrita, tentativas de agrupar
sistematicamente os vegetais já eram feitas para auxiliar a distinção de
plantas úteis e não úteis de acordo com a necessidade.
Todas as culturas que deixaram qualquer vestígio de sua
passagem na história mostraram sinais evidentes de que detinham
conhecimentos positivos sobre plantas. Com o passar dos séculos e dos
milênios, a cultura humana acumulou enorme massa de conhecimentos
sobre plantas, que afloram em diversos povos da antiguidade, porém de
maneira especial na civilização grega. Os estudos botânicos na Grécia
clássica foram tidos como muito importantes. A própria palavra Botânica
(Botan=pasto) é de origem grega. Certas plantas como o trigo (Triticum
sp.) e a uva (Vitis sp.) eram consideradas dádivas especiais dos deuses.
Os gregos foram o único povo da antiguidade a desenvolver um sistema
de classificação das plantas e a tentar descrever cientificamente suas
diversas partes.
Vários povos, como os egípcios, persas, medos, babilônios,
árabes, chineses e outros detinham admirável conhecimento empírico
sobre sua flora. Vários desses povos escreveram compêndios de plantas
medicinais, que eram utilizados como receituário, geração após geração.
Radford (1974) citou um trabalho botânico produzido antes da era
cristã (não datado) de um escritor chamado Parasara. Trata-se de um
livro-texto de botânica geral com discussão de morfologia, classificação
e distribuição das espécies. As descrições são apresentadas com tantos
detalhes que o leitor moderno suspeitaria de que o autor teria usado
algum tipo de microscópio ou uma boa lente de mão.
Na Idade Média, a Botânica quase não progrediu. A ênfase toda
era colocada nas plantas medicinais, que eram cultivadas especialmente
nos mosteiros.
Como visto acima, as primeiras tentativas de classificação
estavam frequentemente ligadas ao uso, hábito e outras características
gerais. Através de novas ideias e metodologias, novos sistemas mais
trabalhados foram aparecendo. Diante do exposto, é possível sistematizar
o desenvolvimento histórico da classificação vegetal em dois grandes
períodos: o descritivo e o de sistematização.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 51
Período descritivo: compreende duas fases

Fase 1: Classificação antiga ( 1as civilizações)


Compreende o início das tentativas mais sérias de classificação
das plantas, que pode ser datado por volta de 370 a.C., até o fim da
Idade Média. Foi representado pelos seguintes botânicos:

• Theophrastus (370-285 a.C.)

Grego, discípulo de Plutão e Aristóteles, foi o primeiro a


desenvolver uma classificação de forma lógica e permanente. Foi
considerado por muito tempo o pai da Botânica. Classificou os
vegetais com base no hábito (árvore, arbustos, subarbustos e ervas),
nos tipos de inflorescência (centrípetas ou indefinidas e centrífugas
ou definidas), e observações de caracteres florais. Alguns dos nomes
que Theophrastus usou em seu trabalho “De Historia Plantarum” foi
depois adotado por Linaeus em seu “Genera Plantarum”, e são ainda
usados nos dias atuais. Nesta obra descreveu cerca de 500 taxa
usando principalmente informações sobre hábito, além da posição
do ovário e fusão do perianto.

• Dioscorides (40-90 d.C)

Também grego¸ foi um físico interessado nas propriedades médicas


das plantas. Em sua obra “De Matéria Medica” descreveu ca. 600 taxa,
com observações e detalhes de sua aplicação. Seu trabalho foi arranjado
numa maneira menos ordenada que a de
Theophrastus, contudo, foi considerado
o trabalho de referência modelo para o
milênio e não foi completamente substituído
antes do século XVI. Dioscorides, portanto,
pode ser considerado o primeiro herbalista
e uma autoridade na Farmacologia. Seus
trabalhos eram ilustrados e representavam
as suas observações, portanto, considerado
o autor do primeiro Herbário ilustrado.

52 UNIDADE 03
Fase 2: Os herbalistas

Surgiram no período da Renascência. A Botânica da Idade Média


era sinônimo de herbarismo, ou seja, estudo da planta em relação ao seu
valor para o homem, particularmente como alimentícias e medicinais.
Nesta época, havia em Bolonha um professor de Botânica chamado
Luca Ghini (1490-1556) que iniciou o processo de prensar plantas,
secá-las e montá-las em papel. Esse processo, apesar de simples, foi
revolucionário, pois a planta assim tratada mantinha-se indefinidamente,
podendo ser estudada quando e onde se quisesse. Com o tempo, esse
conjunto de plantas secas para estudo recebeu o nome de herbário.
A planta é derivada de herva (herba, em latim). Essa foi a época dos
herbalistas, pois o processo de Luca Guiné obteve grande aceitação e
surgiram grandes coleções de plantas. Até hoje, ainda existem algumas
dessas coleções em bom estado de conservação. Quem visita os grandes
herbários europeus, como os de Amsterdã e Leiden, pode contemplar
essas preciosidades científicas da renascença.
Durante o Renascimento, surgiu a invenção da técnica de imprimir
na Europa o que possibilitou a publicação e distribuição de um grande
número de trabalhos. Alguns dos herbalistas proveram os rudimentos de
uma classificação natural, mas isto não era seu objetivo e muitos foram
arranjados artificialmente, às vezes alfabeticamente.
Entre os mais importantes estão:

• Albertus Magnus (1193-1280) reconheceu a diferença entre


dicotiledôneas e monocotiledôneas com base na estrutura do caule.
Neste período podem ser citados ainda: Otto Brunfels (1530,
1464-1534), Leonard Fuchs (1542, 1501-1566), Mathias de L’Obel (1570,
1538-1616), John Gerard (1545-1612) e Charles L’Ecluse (1601, 1526-
1609).
A imensa maioria dos trabalhos incorporava muito de mito e de
superstição dado que se tratava de uma época em que se pensava que
as plantas tinham sido oferecidas pelo criador ao homem, para que este
aproveitasse suas virtudes.
Herbalistas tornaram-se populares bem após o século XVI,
marcando um importante estágio de desenvolvimento não somente
em Botânica e taxonomia de plantas, mas também em Medicina e
Farmacologia. É interessante notar que nos dias atuais têm-se um grande
interesse pelo ambiente e um desejo em alimentos e medicamentos

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 53
naturais, com isso um número de cientistas herbalistas tem se tornado
popular pela descrição de espécies de plantas utilizando sistema
vernaculares que possuem valor medicinal e de utilidade doméstica.

Nota: A Botânica como ciência médica ou não, era uma disciplina


que despertava muito interesse. Já então, existiam em Portugal botânicos
que também se preocupavam com tais temas. Um deles, era talvez o mais
conhecido, Garcia da Orta, médico que estudou na Espanha. Em 1534,
partiu para a Índia e tornou-se um médico importante, estabelecendo-se
em Goa. O seu trabalho que tinha como título em português “Colóquios
dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia e de algumas frutas”,
baseado no sistema de classificação de Clusius, descreve todas as
principais plantas de cultivo do Sul da Ásia. Embora a sua preocupação
fosse com as plantas medicinais, também incluiu plantas comestíveis
no seu trabalho, tendo se tornado o primeiro autor a referir frutos como
a manga (Mangifera indica L,), por exemplo. Como o resultado do seu
trabalho, tornou-se um especialista em doenças da Índia e a sua descrição
da cólera da Ásia tornou-se uma referência standard. Os seus trabalhos
foram os primeiros a serem impressos na Índia.

Período de Sistematização

No século XVI as plantas começaram a ser foco de atenção de um


número de cientistas por seu interesse intrínseco, antes que seu valor
nutritivo e medicinal. Com isso sistemas de classificação mais científicos
e lógicos foram criados em lugar de arranjos mais informais. Os livros
produzidos por esses botânicos marcaram um importante passo para a
classificação das plantas. Os sistemas de classificação desde período
são agrupados em três categorias:

Sistemas artificiais

São utilizados critérios arbitrários, geralmente de natureza


morfológica de fácil reconhecimento. Podendo ser critérios vegetativos
ou reprodutivos.
Apesar de simples, os sistemas artificiais apresentavam o
inconveniente de reunir num mesmo grupo plantas de parentesco

54 UNIDADE 03
genético muito diferente, ou ainda separar espécies muito próximas.
Apesar da fundamentação morfológica, os sistemas artificiais ainda se
ressentiam da influência filosófica relativa ao princípio da imutabilidade
das espécies. Dentre outros se destacaram pela criação dos sistemas
artificiais:
• Andrea Caesalpino (1519-1603) médico italiano, considerado
primeiro taxonomista vegetal, aplicava na Botânica a
filosofia aristotélica que sobrepunha à observação, a razão.
Considerava que as folhas tinham como finalidade proteger as
gemas, negou a existência de sexo nas flores, etc. Seu sistema
de classificação foi reproduzido no trabalho “De Plantis”
(1583), que utilizava o hábito, caracteres do fruto, sementes
e estruturas florais, tais como: posição do ovário, número de
lóculos, ausência ou presença de bulbos, de sulcos, etc.
• Jean Bauhin (1541-1631) elaborou a obra ”Historia Universalis”
(1560), em três volumes, na qual se trata de 5.000 espécies
de plantas.
• Gaspar Bauhin (1560-1624) publicou em 1623 o trabalho
denominado “Pinax” (Registro) que classifica 6.000 espécies,
com base na textura e forma das folhas. É notável pela criação
de sistema binomial de denominar espécie de plantas, ou seja,
uma nomenclatura binária composta de nomes genéricos
seguidos de um epíteto específico para substituir os nomes
polinomiais designados anteriormente para as espécies.
Mais tarde esse sistema foi sistematizado e popularizado por
Linnaeus.
• J. P. de Tournefort (1656-1708) inventou um sistema de
classificação baseado em grande parte na estrutura das flores.
Em 1700, classificou cerca de 900 espécies em 698 gêneros
e 22 classes. Seu sistema foi largamente adotado na Europa.
Ele é também considerado o pai do conceito de gênero. Muitos
dos nomes dos gêneros foram adotados por Linnaeus e são
usados até hoje (p. ex: salix, fagus e verbena). Tournefort foi o
primeiro a conhecer o gênero como uma unidade taxonômica
básica representando uma similaridade fundamental entre as
espécies incluídas, as quais considerou como variantes do
gênero.
• John Ray (1628-1705), filósofo e naturalista inglês, publicou
em 1703 a obra “Methodus Plantarum Nova”, em que propôs

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 55
um sistema de classificação baseado na forma externa das
estruturas. Descreveu 18.000 espécies. Foi o primeiro botânico
a reconhecer a importância do embrião na Sistemática e a
presença de um ou dois cotilédones na semente.
• Carolus Linnaeus ou Carl Linné (1707-1778) foi o mais
famoso e importante botânico de todos os tempos. Era sueco,
mas estudou também na Holanda, onde publicou muitos
trabalhos importantes. Nas mãos de Linnaeus, a Botânica
Sistemática passou a ser mais disciplinada e bem organizada,
principalmente pela metodologia rigorosa, uniformidade e pela
economia de estilo dos trabalhos publicados.

Linnaeus inventou um sistema artificial de classificar as plantas
denominado “sistema sexual”, baseado no número de estames e de
pistilos da flor, em que estabeleceu 24 classes, cada uma dividida em
ordens pelo número de pistilos. Uma dessas classes era criptogamia
dividida em quatro ordens: Filices, Musci (musgos conhecidos e hepáticas
com filídios); algae (algas, liquens e hepáticas talosas) e Fungi. Esta
classificação permitiu, pela primeira vez, a identificação, por qualquer
pessoa interessada, dos milhares espécies de plantas então conhecidas.
A consequência foi a grande popularidade e larga difusão dos métodos e
da classificação de Linnaeus.
A época de Linnaeus foi também um período em que os países
mais energéticos da Europa estavam em plena expansão pelo mundo
a fora, explorando e conquistando novos territórios. Embora Linnaeus
tenha considerado o estabelecimento de um sistema de classificação
natural, como aspiração suprema da Botânica, de nenhum modo poderia
alcançar os objetivos de um sistema filogenético, pois acreditava no
dogma da imutabilidade da espécie.
O sistema de Linnaeus foi artificial, mas ele mesmo sabia disto e
publicou também uma outra classificação mais natural. Mesmo assim,
sua importância reside mais na grande reorganização que ele fez das
informações já existentes, a utilidade de seu sistema para identificação e
o sistema binomial de nomenclatura que simplificou muito o trabalho da
sistemática.
É considerado o pai da Botânica e da Zoologia, pois descreveu
várias plantas e animais provenientes de diversas regiões e deu-lhes
nomes que foram adotados pela ciência. Seus trabalhos foram: “Systema
naturae” (1735); “Species plantarum” (1735) e“Genera plantarum”

56 UNIDADE 03
(1737). O trabalho “Species Plantarum” (1753) foi o ponto de partida para
o sistema de nomenclatura que hoje usamos na Botânica. Nessa obra, o
sistema binomial (sistema de dois termos) foi utilizado pela primeira vez
de maneira sistemática e, também, a estrutura fundamental de apresentar
informações de nomes botânicos:

1. nome genérico;
2. nome específico (trivial para Linnaeus);
3. Frase diagnóstica da espécie (nome específico para Linnaeus);
4. Referências abreviadas a publicações e sinônimos em
literaturas anteriores;
5. Proveniência da espécie.

O sistema Lineano de classificação atingiu marcante sucesso nos


meios científicos europeus de sua época, e sua aceitação atravessou
uma completa geração, mesmo depois do seu desaparecimento do
cenário botânico. Contudo, a ciência botânica francesa nunca aceitou
definitivamente o sistema Lineano, apesar da tentativa fracassada de
atrair Lineu para trabalhar na França.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 57
SISTEMA SEXUAL DE LINEU
(Classes)

I. PLANTAS COM FLORES


1. Flores hermafroditas
A. Estames não concrescidos com os carpelos
B. Estames livres
a) Comprimento dos filetes como caráter não diferencial
1 estame Cl. I. Monandria
2 estames Cl. II. Diandria
3 ” Cl. III. Triandria
4 ” Cl. IV. Tetrandria
5 ” Cl. V. Pentandria
6 ” Cl. VI. Hexandria
7 ” Cl. VII. Heptandria
8 ” Cl. VII. Octandria
9 ” Cl. IX. Eneandria
10 ” Cl. X. Decandria
11-19 ” Cl. XI. Dodecandria
20 ou ” epiginos Cl. XII. Icosandraia
mais ” hipóginos Cl. XIII. Poliandria
b) Comprimento dos filetes
como caráter diferencial
4 estames (2 maiores,
2 menores) Cl. XIV. Didinamia
6 estames (4 maiores
2 menores) Cl. XV. Tetradinamia
BB. Estames soldados
1 feixe Cl. XVI. Monadelfia
a) pelos filetes 2 feixes Cl. XVII. Dialdelfia
3 feixes ou
mais Cl. XVIII. Poliadelfia

b) pelas anteras Cl. XIX. Singenésia


AA. Estames concrescidos com os
Carpelos Cl. XX. Ginandria
2. Flores unissexuais
A. Na mesma planta Cl. XXI. Monécia
AA. Em plantas distintas
a) Sem flores hermafroditas Cl. XXII. Diécia
b) Com flores hermafroditas Cl. XXIII Poligamia

II. PLANTAS SEM FLORES Cl. XXIV. Criptogamia

58 UNIDADE 03
Sistemas naturais (1760-1880)

Com a descoberta e ocupação de novos continentes a partir do


século XVIII, grande número de excursionistas retornaram à Europa
trazendo grandes coleções de plantas vivas, de sementes e plantas
herborizadas. Muitas dessas espécies que ampliaram significativamente
os herbários e jardins europeus eram novas para a ciência e tinham de
ser classificadas. Esse fato proporcionou um aumento nos conhecimentos
da flora mundial e tornou-se forçoso reconhecer que havia maiores
afinidades naturais entre as plantas do que aquelas propostas pelo
“Sistema Sexual de Linnaeus”. Além disso, os botânicos franceses
contemporâneos de Linnaeus nunca aceitaram o sistema dele, preferindo
continuar com a velha classificação de Tournefort. Foram eles e seus
colegas da nova geração, porém, que radicalizaram a sistemática com
seus sistemas “naturais”, em que os taxa foram baseados numa gama
bem maior de caracteres, tentando estabelecer as afinidades naturais
entre as diversas espécies através das semelhanças morfológicas
e anatômicas comuns entre elas existentes, com o objetivo de refletir
melhor seus relacionamentos “naturais”. As plantas foram reunidas por
existir correlação entre caracteres comuns, utilizando o maior número de
caracteres possíveis.
Os sistemas naturais mais utilizados foram:

SISTEMA DE A. L. JUSSIEU

I . ACOTYLEDONEAE
(classe 1ª., com 6 ordens)
I I. MONOCOTYLEDONEAE
(classes 2ª. A 4ª., com as ordens 7-22)
I II. DICOTYLEDONEAE
A. Monoclinae
a) Apetalae
(Classes 5ª. A 7ª. Com as ordens 23-33)
b) Monopetalae
(Classes 8ª. A 11ª., com as ordens 34-58)
c) Polypetalae
(Classes 12ª. A 14ª., com as ordens 59-95)
B. Diclinae

• J. B. P. Lamark (1744-1829), biólogo francês que em 1778 na


sua obra “Flore Française” explica uma série de regras que

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 59
devem ser consideradas para criar classificações naturais.
Desenvolveu um método analítico de identificação muito
semelhante ao utilizado nas chaves modernas.
• Augustin Pyramus de Candolle (1778-1841) separou as
plantas vasculares das talófitas, mas incorria no erro de incluir
na classe II, Monocotiledoneae, a subclasse 2ª (Cryptogamae)
que correspondia às Pteridófitas.

SISTEMA DE A. P. DE CANDOLLE

Classe I. DICOTYLEDONEAE (exogenae)


Subclasse 1ª. – Thalamiflorae (com 15 ordens)
Subclasse 2ª. – Calyciflorae (com 64 ordens)
Subclasse 3ª. – Corolliflorae (com 23 ordens)
Subclasse 4ª. – Calyciflorae (com 20 ordens)

Classe II. MONOCOTYLEDONEAE (Endogenae)


Subclasse 1ª. – Phanerogamae (com 21 ordens)
Sibclasse 2ª. – Cryptogamae (com 5 ordens)

Classe III.ACOTYLEDONEAE (Cellulares)


Subclasse 1ª. – Foliaceae (Musci et Hepaticae)
Subclasse 2ª. – Aphyllae ( Lichenes, Hypoxyla, Fungi et Algae

• George Bentham (1800-1884) e Joseph Dalton Hooker (1817-


1911), no seu “Genera Plantarum”, publicaram a última grande
classificação a seguir o sistema estabelecido por Jussieu,
baseado diretamente no de A. de Candolle. São três volumes
em latim, onde foram descritos todos os gêneros de plantas
com sementes. Estes autores dividiram as Dicotiledôneas
em Polypetalae (pétalas livres), Gamopetalae (pétalas
fundidas) e Monochlamydae (apétalas), as quais se seguiam
as Gimnospérmicas e as Monocotilédones, totalizando 200
famílias e 7.569 gêneros. As descrições feitas por eles são
completas, baseadas em material depositado nos herbários
britânico e continental. O grande herbário do Royal Botanic
Gardens ( Kew) é ainda organizado de acordo com esse
sistema, em boa parte porque os dois trabalharam lá.

60 UNIDADE 03
Joseph Dalton Hooker George Bentham
(1817-1911) (1800-1884)

Os botânicos desse período trabalhavam com um conceito fixo


de espécies, e a sistemática deles é assim pré-evolucionária. O sistema
não representava um esquema filogenético. É importante saber que a
publicação das teorias da evolução e origem das espécies de Darwin
coincidiu com a época em que saiu o primeiro volume da publicação
“Genera Plantarum” de Bentham e Hooker, e que este tentou reformular
sua classificação, no que foi impedido por Bentham, que não aceitou a
essência do trabalho de Darwin, embora o fizesse uma década depois.
Este período foi encerrado pela difusão da teoria de evolução de Darwin
e Wallace, que explodia no mundo com a publicação de “On the origen of
species” por Charles Darwin (1859).

Sistemas filogenéticos (1880 – atual)

A teoria da evolução ofereceu, pela primeira vez, uma explicação


racional e não teológica para a existência dos taxa naturais já reconhecidos
pelos taxonomistas do período anterior. Esses sistemas tentam arranjar
os taxa em ordem evolutiva baseados em ideias de progressão evolutiva
de mudança de caracteres taxonômicos, por exemplo, estruturas simples
são mais primitivas do que as mais complexas. Assim é imprescindível
informações dos ramos da Fitopaleontologia, Genética, Embriologia,
Bioquímica e outras, para que seja possível a elaboração de um esquema
de classificação de acordo com a teoria da evolução.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 61
Desde o início, se compreende-se que o desenvolvimento e
construção de tais sistemas de classificação sofrem de graves problemas,
sendo um deles, talvez o mais importante, a falta de registro fóssil que
impede a reconstrução das vias evolutivas. Existem dificuldades à hora
de definir que grupos são monofiléticos e que taxa são os mais e os
menos especializados.

Entre os muitos sistemas filogenéticos, podemos citar:

• Sistemas de Eichler (1839-1887) foi criado em 1875 e até


hoje é o sistema de classificação evolucionário que forma o
esquema que todos aprendem na escola. O reino vegetal
foi dividido em criptógamas e fanerógamas. As criptógamas
foram divididas em talófitas, briófitas e pteridófitas, e as
fanerógamas em angiospermas e gymnospermas, todas
ordenadas em sequência evolutiva. Tratou as algas
separadamente dos fungos, dividindo-as em quatro grupos
distintos: Cyanophyceae, Chlorophycee, Phaeophyceae e
Rhodophyceae. As Bryophyta em Musci e Hepaticae; as
Pteridophyta em Equisetinae, Lycopodinae e Filicinae; e as
Phanerogamae em Angiospermae e Gymnospermae.
• Sistema de Heinrich Gustav Adolf Engler (1844-1930) surgiu
pela primeira vez como parte de um guia do Jardim Botânico
de Breslau e se baseava fundamentalmente no sistema de
Eichler, diferindo deste por detalhes nomenclaturais. Nesse
sistema, o Reino Vegetal foi dividido em 14 Divisões, que por
sua vez, se compunham de subdivisões, e estas de classes,
ordens e famílias supostamente relacionadas. Por esse
sistema, as angiospermas foram divididas em duas classes
(mono e dicotiledôneas), baseado no embrião mono ou
dicotiledonar, na persistência da raiz principal, na nervação das
folhas, na presença ou ausência de bainha foliar e no número
de segmentos do cálice e da corola. Nas primeiras edições
de seu sistema, considerou a classe das monocotiledôneas
mais primitiva que a das dicotiledôneas. Na última edição
do Syllabus, porém, as monocotiledôneas já são tratadas
depois das dicotiledôneas. Ele dividiu as dicotiledôneas em
duas subclasses: Archyclamideae (aclamídeas, mono ou
diclamídeas com pétalas livres entre si) com 37 ordens e

62 UNIDADE 03
Sympetalae (heteroclamídea de corola simpétala) com 11
ordens. Considerou as Casuarinales o grupo mais primitivo
por ter como uma das características, aclamídeas. Bessey
(1987) foi o primeiro a discordar das teorias de Engler.
Arber e Parkin (1907) chegaram à conclusão que a família
Magnoliaceae representava a angiosperma atual com maior
número de caracteres primitivos, e que as plantas como as
casuarinales, fagales e outras, desprovidas de pétalas, são
tipos reduzidos derivados de ancestrais petalíferos e, desse
modo, não poderiam iniciar um sistema, como Engler o fizera.
O sucesso do trabalho de Engler foi devido apresentar chaves
de determinação de gêneros, amplas diagnoses das famílias,
descrições das características mais importantes dos gêneros
e boa ilustração.

SISTEMA DE A. EICHLER SISTEMA DE A. ENGLER


A. CRYPTOGAMAE Divisões: I. Schyzophyta
Divisão I. Thallophyta II. Myxomycetes
Classe 1ª. – Algae III. Flagellatae
Classe 2ª. – Fungi IV. Dinoflagellatae
?. Silicoflagellatae
Divisão II. Bryophyta V. Heterocontae
Divisão III. Pteridophyta VI. Bacillariophyta
VII. Conjugatae
B. PHANEROGAMAE VIII. Chlorophyceae
Divisão I. – Gymnospermae IX. Charophyta
Divisão II. - Angiospermae X. Phaeophyceae
Classe 1ª. – Monocotyleae XI. Rhodophyceae
Classe 2ª. – Dicotyleae XII. Eumycetes
XIII. Rchegoniatae
Subdivisão 1ª. Bryophyta
Subdivisão 2ª. Pteridophyta
XIV. Embryophyta siphonogama
Subdivisão 1ª. Gymnospermae
Subdivisão 2ª. Angiospermae
Classe 1ª. Monocotyledoneae
Classe 2ª. Dicotyledoneae

• Richard von Wettstein (1862-1931) apresentou uma


classificação bastante parecida com a de Engler, mas baseada
num entendimento mais profundo de filogenia de plantas.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 63
Ao contrário de Engler, considerou as Dicotiledôneas mais
primitivas que as Monocotiledôneas.

Charles E. Bessey (1845-1915) forneceu uma grande contribuição


para a classificação das plantas, porém assemelhava-se ao sistema de
Engler, diferindo na natureza dos caracteres primitivos, e daí dos grupos
mais primitivos, dentro das angiospermas. Sua classificação baseou-se
em vinte e dois princípios: 1. a evolução tanto pode ser uma progressão
como uma regressão de caracteres; 2. a evolução não abrange todos os
órgãos ao mesmo tempo, etc. Esse sistema juntamente com o de Harllier
(1868-1932), que são semelhantes em alguns aspectos, são classificações
filogenética-evolucionárias que formam a base dos sistemas modernos
de classificações, tais como: Sporne (1974), Takhtajan (1987), Cronquist
(1981) e Dahlgren (1989).
Os sistemas de Tahktajan e Cronquist, embora tenham elucidado
alguns pontos controvertidos, são restritos às plantas superiores.
Hutchinson, no seu “Families of flowering plants” (1973) e no
“Genera of flowering plants”, propunha um sistema de classificação
semelhante ao de Bessey, porém diferindo em alguns pontos importantes.
Hutchinson derivava as angiospérmicas de um hipotético ancestral
designado “proangiospérmicas”, as quais seriam plantas de transição
entre angiospérmicas e gimnospérmicas. Considerando que o hábito
lenhoso e o hábito herbáceo representavam diferentes vias evolutivas
importantes, dividia as angiospérmicas em três grupos: Monocotyledones,
Herbaceae Dycotyledones e Lignosae Dycotyledones. Propunha,
também, que as monocotiledôneas seriam um grupo primitivo com origem
nas dicotiledôneas herbáceas. Contudo, embora o seu trabalho tivesse
sido extremamente válido e coerente, a divisão das dicotiledôneas
lenhosas e herbáceas foi considerada infeliz e pouco natural, por situar
famílias aparentadas longe uma das outras.
Atualmente, os sistemas de classificações do reino vegetal
são continuamente modificados à medida que novas informações são
reconhecidas. Nos últimos anos, as classificações de plantas têm
evoluído ao beneficiarem da inclusão de dados de áreas recentes como
a paleobotânica, a ultraestrutura ou a bioquímica. A incorporação e
combinação de dados tão diferentes com os dados do tipo tradicional
(morfologia, anatomia comparada, etc.) têm permitido refinar as
classificações.
Tahktahan (1910) apresentou um sistema de classificação baseado

64 UNIDADE 03
em 67 princípios filéticos e em dados provenientes de todas as áreas
disciplinares, classificando as angiospermas como divisão Magnoliophyta,
dividindo-a em duas classes: Magnoliopsida (dicotiledôneas) e Liliopsida
(Monocotildôneas). Nesse sistema, as classes se subdividem em dez
subclasses (7 Magoliatae e 3 Liliatae), 92 ordens e 418 famílias.
Considerou as ordens Magnoliales e Laurales independentes
entre si e subordinou a ultima as Chloranthaceae, e incluiu Magnolidae e
Ranunculidae como duas subclasses distintas.
Arthur Cronquist (1916-1993) foi o mais utilizado nos últimos anos.
Trata-se, na verdade, do sistema de Taktajan aperfeiçoado com algumas
modificações. Cronquist usou uma gama muito maior de caracteres
que os anteriores e aproveitou-se dos rápidos avanços em novas áreas
de investigação como Palinologia, Fitoquímica e Citologia. Procurou
comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas. Cronquist
trata as angiospérmicas como divisão Magnoliophyta. Considerou 83
ordens e 383 famílias.

• Dahlgren (1985), botânico dinamarquês cujo sistema é


baseado no nível hierárquico de superordem – nível acima
de ordem e abaixo de subclasse. É mais complexo que o
de Cronquist, talvez por isso nunca tenha conseguido maior
adesão pela comunidade botânica. Considerou a classe
Magnoliopsida dividida nas clases Magnoliidae (dicotiledôneas)
e Liliidae (monocotilédones). Dividiu as Magnoliopsida em 34
superordens (27 dicotiledôneas e 7 monocotiledôneas) e 96
ordens. O sistema é representado graficamente como uma

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 65
árvore filética. A posição relativa das ordens foi determinada
pelo maior número de caracteres afins dos seus componentes.
De acordo com Dahlgren, as monocotiledôneas formam um
grupo monofilético devido à presença de um cotilédone, corpos
de proteína triangulares nos plastídeos.

Deve-se ressaltar que nenhum desses sistemas foi construído


com base em metodologia cladística (põe ênfase na filogenia de modo a
refletir a história evolutiva), e podemos denominá-los mais precisamente
de sistemas gradistas. Dentre os autores citados, apenas Dahlgren
demonstrou maior preocupação com a construção de filogenias, e
chegando a realizar tratamentos cladísticos para as monocotiedôneas.
Vale ressaltar aqui que duas abordagens novas de maior
importância apareceram na sistemática, a Sistemática Fénetica e
a Sistemática Filogenética, esta última sendo baseada em análise
cladística. As duas resultam diretamente do emprego de computadores
possibilitando o uso de quantidades de dados muitos maiores do que
anteriormente. Na Sistemática Fenética, os caracteres empregados são
geralmente considerados de igual valor e procura-se usar o máximo
possível de caracteres, e a atitude que a filogenia tem um papel secundário
na criação das classificações.
Na Sistemática Filogenética, o objetivo é revelar o verdadeiro
padrão de filogenia das plantas. Quem tem essa atitude acredita também
que uma classificação filogenética bem estabelecida é de grande utilidade
para a ciência, enfim, para todos.
A Sistemática Filogenética foi gradativamente consolidando-se
como paradigma em Botânica, e a partir da década de 90 muitos trabalhos
integradores trouxeram progressos imensos para nosso entendimento
da evolução das plantas e consequentemente aprimoramento da sua

66 UNIDADE 03
classificação.
Nos dias de hoje, a grande maioria dos taxonomistas que
realizam trabalhos filogenéticos recorrem às técnicas moleculares, isto
é, sequenciamento de DNA, que tem vindo a criar novas perspectivas e
abordagens na elaboração de classificações.
Filogenia Molecular é o estudo das relações evolutivas entre
organismos, através do estudo do DNA e RNA. Um exemplo desse tipo
de estudo é o de Mark Chase (e cerca de 30 coautores), que utilizaram
sequências do gene rbcl (cpDNA) para comparar cerca de 500 espécies
de angiospermas.
Atualmente, considera-se como uma qualidade importante num
sistema de classificação a sua previsibilidade ou o seu poder de predição.
A qualidade mais importante para um sistema de classificação é que ele
retrate, tão fielmente quanto possível, a árvore da vida. Se ele tiver sido
construído com base em clara detecção de homologias entre caracteres,
gerando um corpo de hipóteses de parentesco entre grupos expresso
na forma de cladograma (árvore filogenética- diagrama que indica os
ancestrais e os descendentes e agrupa os organismos de acordo com o
grau de parentesco entre eles), os taxa serão consistentes representando
linhagens evolutivas que devem ter tido existência na natureza. Em
consequência, o seu poder de predição também será avaliado.
O sistema de classificação mais atual é o APG – Angiosperm
Phylogeny Group. Trata-se de um sistema construído com base em
sequenciamento de nucleotídeos de regiões do DNA, rbcl e atpb
(cloroplastos) e 18S (núcleo). Através dos resultados do sequenciamento
de genes e os critérios da sistemática filogenética (cladística) se
estabelece as conecções entre os taxa.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 67
Esses estudos filogenéticos mostram que apesar das
monocotiledôneas formarem um grupo monofilético, as dicotiledôneas
são parafiléticas, com alguns grupos mais relacionados com as
monocotiledôneas do que com algumas dicotiledôneas. Dessa forma,
atualmente é reconhecido o grupo das uudicotiledôneas, fortemente
sustentado em análises cladísticas e reconhecido pelos pólens tricolpado
ou derivado desse. As angiospermas passaram então a estar divididas
em angiospermas basais formando um grado na base, seguidas por
um clado composto de grupos de Magnoliideae contendo 6% das
angiospermas mais as Monocotiledôneas com cerca de 19% e finalmente
as eudicotiledôneas com os restantes 75%. Atualmente, estudos com um
número maior de dados mostram que as Magnoliideae não estão mais
relacionadas com as monocotiledôneas e sim com as eudicotiledôneas,
de modo que com exceção de Amborella, as aquáticas Nymphaeales e
três pequenas famílias, Iliciaceae, Schizandraceae e Trimeniaceae, as
Euangiospermas poderiam sim ser divididas em dois grandes grupos
semelhantes às tradicionais mono e dicotiledôneas.
É importante levar em conta que ainda não há uma publicação
apresentando uma classificação filogenética ou fenética para todos os
organismos. A rápida difusão da sistemática filogenética molecular está
oferecendo, na nossa época uma ferramenta capaz de providenciar
um novo período sintético na sistemática, com futuros novos sistemas
verdadeiramente filogenéticos.

1. As tentativas iniciais de classificação botânica do homem estavam


relacionadas a quais caracteres?

2. O desenvolvimento histórico da classificação vegetal pode ser dividido


em dois grandes períodos: o descritivo e o sistematizado. Cite o nome
das suas fases e características de cada uma delas.

3. No período de sistematização, os sistemas formados foram agrupados


em categorias. Com base na afirmação, responda:
a) Cite seus nomes e características.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 69
b) Cite nomes de representantes de cada de cada sistema.

4. Qual o objetivo principal da sistemática filogenética e como os


caracteres são utilizados na sistemática fenética.

5. Cite o conceito de filogenia molecular e como o sistema de classificação


denominado APG é construído

Nesta unidade apresentamos os diferentes tipos de


sistemas já utilizados para tentar organizar as informações
sobre as plantas. Observa-se que a construção de classificações
envolve a delimitação, nomeação, ordenamento dos grupos e o
posicionamento destes de acordo com uma hierarquia.

70 UNIDADE 04
UNIDADE 4

Nomenclatura Botânica
72 UNIDADE 04
NOMENCLATURA BOTÂNICA

Até a metade do século XVIII, os nomes dos seres vivos eram


Polinomiais. Só a partir de Linnaeus, em 1753, é que se iniciou a utilização
do Sistema Binomial.
O primeiro Código de Nomenclatura Botânica foi idealizado no
1º Congresso Internacional de Botânica em 1867, denominado Código
de Paris. O Congresso Internacional de Nomenclatura Botânica ocorre
a cada seis anos e o Código atualmente vigente é o de Viena (2005),
que substitui todas as edições anteriores. O próximo será realizado na
Austrália em 2011.

Importância do Código Internacional de Nomenclatura Botânica



Foi formulado devido à necessidade de uniformização dos nomes
científicos que são aplicados aos grupos taxonômicos individuais, além
da necessidade de que seja utilizado, por botânicos de todo o mundo, um
sistema preciso e simples de nomenclatura.
O código está organizado em princípios, regras e recomendações.

Os Princípios constituem a base do sistema de nomenclatura


botânica:
1. A nomenclatura botânica é independente da zoológica e da
bacteriológica;
2. A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada
por tipos nomenclaturais;
3. A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada no
critério de prioridade de publicação;
4. Cada grupo taxonômico pode receber apenas um nome

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 73
correto, ou seja, o mais antigo que esteja de acordo com as
regras;
5. Nomes científicos de grupos taxonômicos devem ser escritos
em latim, independente de sua derivação;
6. As regras de nomenclatura são retroativas.

As regras estão organizadas em artigos e recomendações e


objetivam pôr em ordem os nomes já existentes e orientar a criação de
novos nomes.
As recomendações tratam de pontos secundários e indicam
a melhor escolha de um nome, dando maior clareza e uniformidade aos
mesmos, porém nomes contrários a uma recomendação não podem ser
rejeitados, entretanto não constituem bons exemplos.
As Regras e Recomendações são aplicadas a todos os organismos
tradicionalmente tratados como plantas, sejam fósseis ou não.

REGRAS E RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES:

1. Grupos taxonômicos de qualquer categoria devem conforme


esse código, ser tratados como táxons.
2. Táxons fósseis podem ser tratados como morfotáxons, podendo
compreender apenas uma parte, estádio do ciclo de vida ou
estado de preservação do tipo nomenclatural correspondente.
3. Cada planta individualmente é pertencente a um número
indefinido de táxons de níveis hierarquicamente subordinados,
dentre os quais a espécie é o nível básico.
4. Os táxons são arranjados hierarquicamente em categorias
subordinadas e as principais em ordem decrescente são as
seguintes: reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero
e espécie.
5. Táxons híbridos são tratados como nototáxons (o prefixo noto
indica o caráter híbrido) e os principais são: notogênero e
notoespécie.
6. Em ordem decrescente, os níveis secundários de táxons são
os seguintes:
• Tribo - entre família e gênero
• Seção e série – entre gênero e espécie
• Variedade e forma – abaixo de espécie (infraespecífico)

74 UNIDADE 04
Observação: As seguintes abreviações são recomendadas:
cl. (classe), ord. (ordem), fam. (família), tr. (tribo), gen. (gênero), sect.
(seção), ser. (série), sp. (espécie), var. (variedade) e f. (forma).

7. Um táxon com circunscrição, posição e nível particular pode ter


apenas um nome correto, com exceção feita a oito famílias:
Compositae = Asteraceae; Cruciferae = Brassicaceae;
Graminae = Poaceae; Guttiferae = Clusiaceae; Labiatae =
Lamiaceae; Leguminosae = Fabaceae; Palmae = Arecaceae;
Umbeliferae = Apiaceae..
8. Para qualquer táxon, desde família até gênero, o nome correto
é o nome legítimo mais antigo dentro do mesmo nível.
9. Para táxons infra-genéricos, o nome correto é a combinação
do epíteto final (refere-se ao último epíteto na sequência em
qualquer combinação, seja em nível de subdivisão de um
gênero, espécie ou de um táxon infra-específico) do nome
legítimo mais antigo daquele táxon ao mesmo nível, com
o nome correto do gênero ou da espécie ao qual ele está
assinalado.
10. A publicação efetiva dos nomes de plantas de diferentes
grupos é tratada como iniciando na data de publicação de
matéria impressa (por meio de venda, intercâmbio ou doação)
ao público em geral, ou pelo menos, às instituições botânicas
com bibliotecas acessíveis ao público.

11. Publicação válida- de forma a ser validamente publicado,


o nome de um táxon deve: ser efetivamente publicado;
estar de acordo com as normas estabelecidas no CINB; ser
acompanhado por uma descrição morfológica detalhada e
uma diagnose em latim ou pela referência a uma descrição
ou diagnose prévia e efetivamente publicada. Neste Código,
a não ser em indicação contrária, a palavra “nome” significa
o nome que tenha sido publicado validamente, sendo ele
legítimo (de acordo as recomendações do CINB) ou ilegítimo
(sem obedecer ao CINB).

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 75
12. O nome de um táxon acima do nível de família é tratado como
um substantivo no plural, sendo escrito com inicial maiúscula.
P.ex: Magnoliophyta, Angiospermae, Gymnospermae,
Caryophyllidae.

13. As terminações dos nomes designam as categorias taxonômicas


nas Angiospermae:
• Reino: ae (Plantae); Subreino: bionta
• Divisão ou filo: phyta (Magnoliophyta); Subdivisão: phytina
• Classe: opsida (Magnoliopsida e Liliopsida)
• Subclasse: idae (Rosidae)
• Ordem: ales (Myrtales); Subordem: ineae

76 UNIDADE 04
• Família: aceae (Euphorbiaceae); Subfamília: oideae
• Tribo: eae (Vernonieae); Subtribo: INAE

14. O nome de um gênero é um substantivo singular ou uma palavra


tratada como tal, escrito com inicial maiúscula e destacado do
corpo do texto por itálico ou negrito. P. ex: Caryocar, Bromelia,
Stilpnopappus, Rosa. Não pode consistir de duas palavras, a
menos que sejam unidas por hífen. P. ex: Uva-ursi, Sebastiano-
schaueria.

15. O nome de uma espécie é uma combinação binária constituída


do nome do gênero, seguido por um epíteto específico, sob a
forma de um adjetivo ou substantivo no genitivo. Se formado por
duas ou mais palavras, estas devem ser unidas ou hifenizadas.
P. ex: Caryocar coriaceum, Stilpnopappus trichospiroides,
Atropa bella-donna, Impatiens noli-tangere.

16. O nome de um táxon infragenérico é uma combinação do


nome de uma espécie e um epíteto infraespecífico, com a
utilização de um termo de ligação para denotar o nível. P.
ex:Stilpnopappus pratensis var. crotonifolia, Saxifraga aizoon
var. aizoon subvar. brevifolia f. multicaulis subf. surculosa.

17. Citação de autores - em publicações, principalmente aquelas


que se referem à taxonomia e nomenclatura, é desejável (...)
citar o (s) autor (es) do nome em questão (..).
Quando um gênero ou um táxon de nível inferior tem seu nível
alterado, mas retém o seu nome ou o epíteto final em seu
nome, o autor do nome do epíteto anterior legítimo (=autor
do basiônimo) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo
nome do autor que efetuou a alteração (autor do nome novo).
O mesmo sucede quando um táxon de nível inferior ao de
gênero é transferido para outro gênero ou espécie, com ou
sem alteração de seu nível.

Nota 1. Quando a autoria de um nome difere da autoria da


publicação na qual ele foi efetivamente publicado, ambos são, geralmente,
citados pela palavra “in”. Nesse caso, “in” e o que segue constituem parte
da citação bibliográfica e devem ser omitidos, a menos que o local de

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 77
publicação seja citado. Caso de publicação não efetiva.

Nota 2. O nome de um táxon novo deve ser atribuído ao autor da


publicação. Quando o nome dado pelo autor difere do nome dado pelo
autor da dignose que o validou, utiliza-se a palavra “ex” antes do nome
do autor que publicou efetivamente a obra. Casos de nome ilegítimos ou
inválidos (nomem nundum), descrição inválida ou não apresentada, a
publicação é efetiva.

18. O Código pode ser modificado unicamente em sessão plenária


de um Congresso Internacional de Botânica, após resolução
movida pela Sessão de Nomenclatura daquele Congresso.

Tipificação

Typus => espécime conservado num herbário, do qual se realizou


uma descrição original (diagnose). O Typus compreende:

1. Holotypus => tipo escolhido pelo autor como modelo e


mencionado por ele na descrição original.
2. Isotypus => duplicata do holotypus.
3. Paratypus => qualquer exemplar citado ao lado do holotypus
numa descrição original, mas que não seja da mesma série
dele, ou seja, tem que ter número de coletor diferente.
4. Syntypus => qualquer exemplar de uma série de exemplares
citados pelo autor, sem especificação do holotypus.
5. Lectotypus => syntypus escolhido como holotypus, quando
o autor deixou de mencionar o holotypus, ou quando este se
perdeu ou foi destruído.
6. Neotypus => espécime ou ilustração selecionado para servir
como um tipo nomenclatural, quando todo o material sobre o
qual o nome do táxon foi baseado (holótipo, isótipo ou síntipos)
se encontra desaparecido.

78 UNIDADE 04
1. Cite a importância do Código Internacional de Nomenclatura Botânica.

2.Cite os princípios que regem o sistema de nomenclatura botânica.

3.Quais as oito famílias que são reconhecidas validamente tanto pelo


sufixo “
AE”, quanto pelo sufixo “ACEAE”?

4. Quais as terminações que designam as seguintes categorias


taxonômicas:
a) Reino: ____
b) Divisão: ___
c) Classe: ___
d) Subclasse: ____
e) Ordem: _____
f) Família: ____
g) Tribo: ____

5.Quanto à tipificação, responda:


a) Qual o conceito de typus, hotypus, paratypus e syntypus?

Esta unidade versa sobre a Nomenclatura Botânica que é norteada


pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica, formulado devido à
necessidade de uniformização dos nomes científicos que são aplicados
aos grupos taxonômicos individuais. O código está organizado em
princípios, regras e recomendações.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 79
80 UNIDADE 04
UNIDADE 5

Magnoliophyta (Angiospermae)
82 UNIDADE 04
MAGNOLIOPHYTA
(ANGIOSPERMAE)

Os caracteres principais que distinguem uma angiosperma de


uma gimnosperma são:

1. Formação do ovário, através do dobramento e soldadura do


megasporófilo, permitindo o desenvolvimento de um espaço
fechado que abriga os óvulos;
2. Redução mais avançada do gametófito feminino;
3. 3. Dupla fecundação, levando a formação de um tecido
de reserva de nutrientes novo na evolução das plantas, o
endosperma;
4. Elementos de vaso no xilema;
5. Elementos de tubo crivado no e células companheiras no
floema.

ORIGEM DAS MAGNOLIOPHYTA

Admite-se uma origem a partir de um único ancestral comum, devido


às características exclusivas do grupo e que ocorrem conjuntamente
(sinapomorfias). Os pesquisadores Doyle e Donoghue em 1986, numa
das iniciais análises cladísticas realizadas, listaram nove autapomorfias
(sinapomorfias de todos os membros que estão incluídos), obtendo assim
forte sustentação para a Hipótese do Monofiletismo:
1. Elementos de tubo crivado e células companheiras derivadas
das mesmas iniciais;
2. Grão de pólen com exina columelada;
3. Estames com dois pares laterais de sacos polínicos;
4. Endotécio hipodermal na antera;

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 83
5. Gametófito masculino com três células;
6. Gametófito feminino com 7 a 16 células, sem arquegônios;
7. Carpelo fechado com região estigmática;
8. Parede do megásporo fina, sem esporopoletina;
9. Dupla fecundação com formação do endosperma.

As características utilizadas em qualquer teoria sobre a origem


das angiospermas relacionam-se com a interpretação do registro fóssil,
apesar desse ser muito fragmentário.
As Magnoliophyta começaram a aparecer no registro fóssil
no Cretáceo Inferior (cerca de 135 milhões de anos = ma), sendo
representadas por pólen monossulcado (uniaperturado) e folhas simples,
com padrão de nervação reticulado-pinado.
Os primeiros megafósseis (lenho, folhas, flores e frutos) datam do
Cretáceo Inferior, há aproximadamente 117 ma, juntamente com fósseis
de vários grupos de gimnospermas e pteridófitas. A partir do Cretáceo
Superior (70 ma) os megafósseis já eram dominantes.
Os primeiros registros de pólen triaperturado e poliporado datam
do Barremiano Superior (Ca. de 125 ma).
Além do registro fóssil, também são utilizados estudos de
morfologia comparada, principalmente de grupos considerados primitivos,
para determinação de quais seriam as características presentes nas
primeiras angiospermas.
No início do século XX, os botânicos já estavam divididos entre
duas hipóteses sobre qual seria a flor mais primitiva (plesiomórfica):

Teoria do Pseudanto (postulada por Wettstein em 1907)

Nessa teoria acreditavam que as flores eram pequenas, unissexuais


e anemófilas. Essa posição foi adotada pela escola de Engler e está
expressa no livro de Joly (1977).
De acordo com essa hipótese as flores mais primitivas estariam
presentes nas Hamamelidae sensu Cronquist (ordens Fagales,
Juglandales, Myricales, Casuarinales, coletivamente denominadas
de Amentiferae, devido a inflorescência tipo Amento) e as Piperales
(Subclasse Magnoliidae) seriam os representantes com características
mais primitivas.

84 UNIDADE 04
Características principais que refutaram essa hipótese:

Ocorrência ocasional de flores monóclinas nas Amentiferae.


A anatomia do lenho dessas plantas demonstrou muitas
características derivadas.
Grãos triaperturados, típicos das Amentiferae, está ausente na
irradiação inicial das angiospermas.
Porém, a posição filética da ordem Piperales permanece com
interesse considerável, principalmente na família Chloranthaceae, pois
a abundância de pólen clorantoide muito cedo no registro fóssil das
angiospermas (o pólen mais antigo foi descrito como Clavatipollenites).
Em 1989, foi descrita flores fósseis de Chloranthistemum, muito
parecidas com as flores de Chloranthus, um dos quatro gêneros viventes
de Chloranthaceae.

Teoria Antostobilar (postulada por Arber e Parker, 1907)

Esta defende que as flores primitivas possuíam numerosas partes


livres do perianto, androceu e gineceu dispostos espiraladamente sobre
um receptáculo alongado, perianto vistoso e polinização entomófila.
Esse padrão plesiomórfico, que é encontrado nos depósitos do Cretáceo,
figurando entre os mais antigos as flores e frutos de Archeanthus.
Esta teoria encontra também respaldo na estrutura da madeira
e do pólen de vários gêneros viventes, que possuem grãos de
pólen monossulcados e alguns têm xilema sem elementos de vaso
(Winteraceae).
Esta hipótese formou a base para a linha de classificação iniciada
por Bessey em 1915, presente nos sistemas de classificação propostos
por Cronquist (1968, 1981, 1988) e por Takhtajan (1969, 1980, 1997) e
tem sido a linha dominante na sistemática das últimas décadas.

Evolução dos Caracteres Morfológicos nas Angiospermas

Em 1915, Bessey publica o artigo “The phylogenetic taxonomy


of flowering plants” no qual incluiu uma lista de caracteres que eram
julgados primitivos:

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 85
1. Árvores e os arbustos são mais primitivos que as ervas;
2. Plantas perenes são mais primitivas que as bianuais e anuais;
3. Plantas aquáticas com flores derivam de antepassados
terrestres;
4. Plantas epífitas, saprófitas e parasitas são mais evoluídas que
as de hábito normal;
5. Dicotiledôneas são mais primitivas que as monocotiledôneas;
6. A evolução não envolve todos os órgãos ao mesmo tempo;
7. O arranjo espiralado é mais primitivo que o cíclico;
8. Folhas simples são mais primitivas que as compostas;
9. Flores unissexuais são mais evoluídas que as hermafroditas;
10. Plantas dióicas são mais evoluídas do que as monóicas;
11. Flor solitária é mais primitiva que a inflorescência;
12. Polipetalia indica mais primitivismo que a gamopetalia;
13. Actinomorfia é mais primitiva que a zigomorfia;
14. Apocarpia é mais primitiva que a sincarpia;
15. Epiginia é mais evoluída que a periginia, e esta mais que a
hipoginia;
16. Sementes albuminadas são mais primitivas que as
exalbuminadas (embrião grande);
17. Estames com anteras livres indicam maior primitivismo que os
com anteras ou filetes fundidos;
18. Androceu com estames numerosos é mais primitivo do que
aquele com poucos (exceção: Malvaceae);
19. Frutos simples são mais primitivos que os múltiplos; a cápsula
antecede a baga ou a drupa;
20. Gineceu apocárpico é mais primitivo que o sincárpico.

Classificação das Magnoliophyta

Joly (1976) adota o sistema de Melchior de 1964, uma adaptação


do sistema de Engler, para classificar as Angiospermae em duas classes:
1. Dicotyledoneae, com duas subclasses:
Archichlamydeae – que inclui as plantas com corola dialipétalas
ou flores diclamídeas ou aclamídeas.
Metachlamydeae – que inclui as palntas com corola gamopétala.
2. Monocotyledoneae.

86 UNIDADE 04
No Sistema de Cronquist (1981, 1988) a divisão Magnoliophyta
(Angiospermae) abrange duas classes:

1. Magnoliopsida (dicotiledôneas), com seis subclasses:


Magnoliidae, Hamamelidae, Caryophyllidae, Dillenidae,
Rosidae e Asteridae.
2. Liliopsida (monocotiledôneas), com cinco subclasses:
Alismatidae, Arecidae, Commelinidae, Zingiberidae e Liliidae.

Sistema de Classificação de Cronquist (1988)

Classe Magnoliopsida

Admite-se que as Liliopsida (monocotiledôneas) tenham se


originado muito cedo na evolução das Magnoliophyta, a partir de
ancestrais de Magnoliopsida (dicotiledôneas). Por essa razão, no
sistema de Cronquist e nos demais sistemas modernos, apresentam-
se as Magnoliopsida em primeiro lugar, onde a subclasse Magnoliidae
constitui o grupo basal (que originas os demais), com as Asteridae no
outro extremo, constituindo o grupo de famílias com caracteres mais
evoluídos.

Subclasses de Magnoliopsida com suas características principais


e número de ordens, famílias e espécies.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 87
Subclasse Características Ordens Famílias Espécies
Magnoliidae Flores bastante divididas 8 39 11.000
Hamamelidae Redução floral (anemófilas) 11 24 3.400
Caryophyl- Ervas pigmentadas (antociani- 3 14 11.000
lidae na) e de placenta em posição
central
Dillenidae Algumas simpétalas, pequena 13 78 25.000
apocarpia
Rosidae Coripétala, frequentemente 18 114 58.000
numerosos estames
Asteridae Maioria simpétala 11 49 56.000

Magnoliopsida (Dicotyledoneae)

Subclasse Magnoliidae

1.Magnoliaceae
2.Nymphaeaceae
3.Ranunculaceae
4.Papaveraceae

Subclass Hamamelidae
5.Ulmaceae
6.Fagaceae
7.Betulaceae

Subclasse Caryophyllidae
8.Cactaceae
9.Chenopodiaceae
10.Caryophyllaceae
11.Polygonaceae

Subclasse Dilleniidae
12.Tiliaceae
13.Malvaceae

88 UNIDADE 04
14.Sarraceniaceae
15.Droseraceae
16.Violaceae
17.Cucurbitaceae
18.Salicaceae
19.Brassicaceae (Cruciferae)
20.Ericaceae

Subclasse Rosidae
21.Crassulaceae
22.Saxifragaceae
23.Rosaceae
24.Fabaceae (Leguminosae)
25.Onagraceae
26.Viscaceae
27.Euphorbiaceae
28.Vitacea
29.Aceraceae
30.Anacardiaceae
31.Oxalidaceae
32.Geraniaceae
33.Apiaceae (Umbelliferae)

Subclasse Asteridae
34.Gentianaceae
35.Asclepiadaceae
36.Solanaceae
37.Convolvulaceae
38.Cuscutaceae
39.Lamiaceae (Labiatae)
40.Plantaginaceae
41.Oleaceae
42.Scrophulariaceae
43.Campanulaceae
44.Rubiaceae
45.Caprifolicaeae
46.Asteraceae

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 89

Subclasse Magnoliidae => Possui oito ordens, 39 famílias e cerca
de 12.000 espécies. Nesta encontra-se o maior número de caracteres
primitivos:
1. Perianto bem evidente, muitas vezes sem diferenciação em
cálice e corola;
2. Gineceu apocárpico;
3. Cantarofilia (polinização por besouros);
4. Muitos estames centrípetos;
5. Embrião pequeno; endosperma abundante;
6. Pólen uniaperturado, monossulcado;
7. Células oleíferas esféricas;
8. Alcalóides benzil-isoquinolínicos.

Subclasse Hamamelidae => constitui a menor das subclasses,


com 11 ordens, 24 famílias e ca. de 3.400 espécies, a maioria de hábito
arbóreo. Caracteres evidenciados:
1. Plantas anemófilas;
2. Flores reduzidas, com supressão da corola ou de todo o
perianto;
3. Geralmente unissexuadas;
4. Inflorescência do tipo amentilho.

Subclasse Caryophyllidae => possui três ordens, 14 famílias e


ca. de 11.000 espécies. Caracteres evidenciados:
1. Plantas em geral de pequeno porte;
2. Muitas vezes suculentas;
3. Produzem betalaínas, em vez de antocianinas;
4. Placentação basal ou central livre;
5. Estames diferenciam-se centrifugamente;
6. Pólen trinucleado;
7. Fotossíntese C4.
Subclasse Dilleniidae => composta por 13 ordens, 77 famílias e
cerca de 25.000 espécies.
Caracteres evidenciados:
1. Flores sincárpicas;
2. Taninos ou iridóides;
3. Corola gamopétala frequente;
4. Disco nectarífero raro;

90 UNIDADE 04
5. Folhas compostas raras;
6. Não apresentam amentilhos;
7. Não são anemófilas;
8. Não sintetizam betalaínas;
9. Placentação parietal frequente;
10. Estames com iniciação centrífuga.

Subclasse Rosidae => maior subclasse, representada por 18


ordens, 116 famílias e mais de 60.000 espécies. Caracteres evidenciados:
1. Predominam plantas com corola dialipétala;
2. Disco nectarífero frequente e bem desenvolvido;
3. Estames com iniciação centrípeta;
4. Folhas compostas frequentes;
5. Placentação parietal rara;
6. Defesas químicas: taninos, óleos e resinas e algumas classes
de alcalóides e acetilenos;
7. Gineceu sincárpico.

Classe Asteridae => composta pelas famílias com maior número


de caracteres derivados. Compreende um total de 11 ordens, 49 famílias
e aproximadamente 60.000 espécies. Caracteres evidenciados:
1. Corola simpétala;
2. Estames isômeros e alternos com os lobos da corola;
3. Defesas químicas: Iridóides, várias classes de alcalóides,
acetilenos e lactonas sesquiterpênicas (repelentes de
herbívoros;
4. Os estames em geral inserem-se no tubo da corola;
5. Geralmente apresentam disco nectarífero bem desenvolvido;
6. Gineceu sincárpico;
7. Óvulos unitegumentados e tenuinucelados.

Classe Liliopsida

Constituída por cerca de 52.000 espécies, distribuídas em 66


famílias, 19 ordens e cinco subclasses, segundo Cronquist (1981) ou
em 102 famílias, 23 ordens e 10 superordens no sistema de Dahlgren,
Clifford e Yeo (1985). Representam 22% do total das angiospermas,
sendo provavelmente um grupo monofilético.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 91
As seguintes sinapomorfias sustentam o clado das
monocotiledôneas:
1. Presença de um cotilédone;
2. Corpos protéicos triangulares nos plastídeos dos elementos
de tubo crivado;
3. Sistema vascular atactostélico, com ausência de câmbio e de
crescimento secundário homólogo ao das dicotiledôneas;
4. Sistema radicular fasciculado ou adventíceo, sem crescimento
secundário;
5. Nervação paralelinérvea;
6. flores trímeras;
7. Pólen monosulcado ou ulcerado no pólo distal;
8. endosperma helobial ou nuclear, raro celular.

Subclasses de Liliopsida com suas características principais e


número de ordens, famílias e espécies.

Subclasse Características Ordens Famílias Espécies


Magnoliidae Flores bastante divididas 8 39 11.000

Hamamelidae Redução floral (anemófilas) 11 24 3.400


Caryophyl- Ervas pigmentadas (antocianina) 3 14 11.000
lidae e de placenta em posição cen-
tral
Dillenidae Algumas simpétalas, pequena 13 78 25.000
apocarpia
Rosidae Coripétala, frequentemente 18 114 58.000
numerosos estames
Asteridae Maioria simpétala 11 49 56.000

92 UNIDADE 04
Liliopsida (Monocotyledoneae)

Subclasse Alismatidae
47.Alismataceae

Subclasse Arecidae
48.Arecaceae (Palmae)
49.Araceae
50.Lemnaceae

Subclasse Commelinidae
51.Commelinaceae
52.Juncaceae
53.Cyperaceae
54.Poaceae (Gramineae)
55.Sparganiaceae
56.Typhaceae

Subclasse Zingiberidae
57.Bromeliaceae

Subclasse Liliidae
58.Liliaceae
59.Iridaceae
60.Orchidaceae

Origem

Primeiramente postulava-se que todas as monocotiledôneas


seriam aquáticas, isso há mais de um século por Henslow em 1893,
porém essa suposição já começou a ser criticada em 1908 por Sargant,
para quem muitas das similaridades apresentadas entre dicotiledôneas
aquáticas e monocotiledôneas seriam, na realidade, convergências.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 93
A ideia que prevalece nas discussões atuais é que seus possíveis
ancestrais estariam entre plantas de duas superordens: Magnoliiflorae
e Nymphaeiflorae (incluindo as Piperales), constituindo essa ideia a
hipótese Magnoliiflorana ou Ranaleana.
Estudos cladísticos morfológicos e moleculares, visando elucidar
relações filéticas nas monocotiledôneas, iniciaram a partir de 1985
com Dahlgren e Bremer, que sustentam que as Nymphaeales são
grupo-irmão das monocotiledôneas e que as Dioscoreales poderiam
ser os descendentes das primeiras monocotiledôneas. Os Trabalhos
de Donoghue e Doyle em 1989, de Loconte e Stevenson em 1991 e
de Taylor e Hickey em 1992 corroboram os resultados de Dahlgren e
Bremer em 1985. Porém, os dados de Martin e Dowd em 1991 sugerem
as Araceae como grupo basal entre as monocotiledôneas, a análise de
Chase et al., em 1993, situa Acorus (Araceae) como basal e algumas
famílias de paleoervas (Aristolochiaceae, Lactoridaceae, Piperaceae e
saururaceae) como grupo-irmão. Em 1995, Chase et al. Incluem nesse
grupo-irmão também as Nymphaeales. E finalmente no trabalho de
Bharathan e Zimmer em 1995, as Aristolochiales são grupo irmão das
monocotiledôneas.
Como conclusões gerais, as análises morfológicas e moleculares
tendem a considerar as paleoervas (Aristolochiales, Lactoriales, Piperales
e Nymphaeales) como grupo-irmão das monocotiledôneas. Dentre as
monocotiledôneas, as análises morfológicas apontam as Dioscoreales ou
algum grupo relacionado, como basais. As análises moleculares tendem
a considerar as Arales como grupos basais entre as monocotiledôneas.
Floras do Cretáceo inferior (Apriano) contêm os primeiros registros
fósseis de plantas provavelmente pertencentes às monocotiledôneas
(macrofósseis de Acaciaephyllum spatulatum e pólen de Liliacidites).
No entanto, em comparação com as dicotiledôneas, o registro fóssil das
monocotiledôneas, particularmente no Cretáceo inferior, é esparso. Afora
os citados anteriormente, os fósseis mais antigos de monocotiledôneas
são provavelmente de plantas semelhantes às atuais Araceae do Albiano,
algumas Palmae e Musaceae do Campaniano e muitos grupos incluindo
Sparganiaceae, Typhaceae, Pandanaceae, Poaceae e Restionaceae no
Maastrichtiano. Todos os grupos atuais de monocotiledôneas já estavam
relativamente bem diversificados no Eoceno (ca. de 50 Ma.) e todos têm
algum registro no Cretáceo há cerca de 70 Ma., segundo estudos de
Herendeen e Crane, em 1995.

94 UNIDADE 04
Subclasse Alismatidae => representa o grupo que mais reteve
caracteres primitivos em Liliopsida, e compreende quase exclusivamente
herbáceas aquáticas, nunca talólides, com flores apocárpicas, distribuídas
em quatro ordens : Alismatales (Alismataceae), Hydrocharitales
(Hydrocharitaceae), Najadales e Triuridales.
Subclasse Arecidae => espécies em sua maioria plantas terrestres,
arborescentes ou arbustivas, com folhas alternas, concentradas na base
ou em coroa terminal, e com flores pequenas, sincárpicas, numerosas,
reunidas em espádice, subtendida por espata proeminente.
Possui quatro ordens: Arecales (Arecaceae = Palmae),
Cyclanthales (Cyclanthaceae), Pandanales (Pandanaceae) e Arales
(Araceae); com representantes de interesse econômico e ornamental:
Astrocarium vulgare Mart. (tucum), Euterpe oleracea Mart. (açaí,
palmito), Cocos nucifera L. (coco-da-bahia), Copernicia prunifera (Mill.)
H.E.Moore (carnaúba), Mauritia flexuosa L. f. (buriti), Orbignia phalerata
Mart. (babaçu), Attalea funifera Mart. (palmeira-piaçava), Pistia stratiotes
L. (alface-d’água), Anthurium spp, Philodendron spp (copo-de-leite),
Monstera spp (costela-de-adão).
Subclasse Commelinidae => plantas geralmente de porte
herbáceo, com folhas simples e inteiras, alternas ou em rosetas; presença
de elementos de vaso em todos os órgãos e endosperma amiláceo;
flores com nectário geralmente ausente, perianto trímero, nas famílias
mais primitivas, bem diferenciado em sépala e pétala, em famílias mais
evoluídas é reduzida ou ausente, ovário súpero.
Distribuem-se em sete ordens: Commelinales (Commelinaceae,
Xyridaceae), Eriocaulales (Eriocaulaceae, família das sempre-vivas),
Restionales, Juncales, Cyperales (Cyperaceae, Poaceae = Gramineae),
Hydatellales e Typhales. Destacam-se nas Poaceae, importantes
espécies empregadas na alimentação: Saccharum officinarum L. (cana-
de-açúcar), Oryza sativa L. (arroz), Zea mays L. ( milho), Triticum spp
(trigo), Bambusa spp (bambu), Avena spp (aveia), Hordeum spp (cevada),
Secale cereale M.Bieb. (centeio), Sorghum spp (sorgo).
Subclasse Zingiberidae => constitui-se na sua maioria de ervas
terrestres ou epífitas, com flores trímeras, com sépalas diferenciadas
das pétalas, geralmente esverdeadas ás vezes petalóides na textura
e gineceu tricarpelar; grão de amido composto. Possui duas ordens:
Bromeliales e Zingiberales. A primeira é composta apenas da família
Bromeliaceae, da qual fazem parte espécies como: Bromelia laciniosa
Mart. ex Schult. f. (macambira), Bromelia karatas L. (Croatá) Ananas

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 95
comosus (L.) Merr. (abacaxi), Tillandsia usneoides (L.) L. (barba-de-
velho), Encholirium erectiflorum L.B.Sm. (NV)
Pertencendo as Zingiberales, destacam-se: Cannaceae (Canna
denudata var. grandis (Horan) Petersen, Marantaceae (Maranta
lindeliana ( Wallis) Wallis ex Petersen), Musaceae (Musa paradisiaca
L.), Strelitziaceae (Strelitzia augusta Thunb.) e Zingiberaceae (Zingiber
officinale Roscoe)
Subclasse Liliidae => plantas geralmente com cálice petaloide,
na forma e textura; grãos de amido.
ordens Liliales e Orchidales estão compreendidas em Liliidae,
sendo que na primeira se encontram Liliaceae, Iridaceae, Agavaceae,
Aloaceae, Dioscoreaceae, Smilacaceae, Velloziaceae, entre outras.
A maior família das Liliopsida é Orchidaceae, uma das 4 famílias
pertencentes a Orchidales.

Sistemática Filogenética

O enfoque filogenético está ligado direta e fundamentalmente ao


estudo da evolução em geral, desde o estudo dos fósseis até o estudo
de modificações genéticas em populações locais. O tipo de informação
sobre as sequências de eventos evolutivos é obtido pelos taxonomistas
que reconstroem a filogenia de um grupo de organismos.
Um exemplo simples da reconstrução da filogenia é a formação de
conjuntos de afirmações, como por exemplo: os grupos A e B são mais
proximamente relacionados entre si do que qualquer um deles está com
C.
P. ex: Utilizando apenas os frutos da família Rosaceae como
evidências, verificamos que a amora-do-mato e a framboesa apresentam
frutos carnosos, pequenos e agrupados (drupas), já os frutos da cerejeira
são drupas, porém solitárias e muito maiores que os dos outros dois taxa.
Diante dessas informações, podemos inferir que a amora e a framboesa
estão mais proximamente relacionadas entre si do que a cerejeira, ou
seja, a amora e a framboesa partilham um ancestral em comum mais
recente (grupos-irmãos) do que aquele ancestral compartilhado pela
cereja.
Esse parentesco também foi evidenciado por dados provenientes
de evidências estruturais, químicas e sequência de DNA, e podemos
representá-lo através de diagramas conhecidos como árvore evolutiva,

96 UNIDADE 04
árvore filogenética ou cladograma (Figura 1), a qual resume as relações
entre ancestrais e descendentes.
As características apresentadas por uma planta são denominadas
caracteres. Cada caráter pode apresentar

Amora-do-mato
Ancestral em comum
entre a amora-do-mato,
a framboesa

Framboesa

Ancestral em comum
entre a amora-do-mato,
a framboesa e a cerveja

Cereja

Tempo
Figura 12: Filogenia de três integrantes da família das Rosaceae (JUDD et al., 1999,
p. 4)

Sistemática Molecular APG I

O APG I surge em 1998, trazendo uma nova proposta de


classificação, onde as famílias botânicas sofrem um novo arranjo.
Percebe-se que a classificação e nomenclatura utilizada por Cronquist
(1988) é reformulada, e as famílias passam a pertecer a agrupamentos
denominados de clados. Enquanto que em Cronquist eram agrupadas em
classes e subclasses, no APG, passam a pertecer aos seguintes clados:
monocotes, que agrupam as monocotiledôneas e as dicotiledôneas

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 97
passam a chamar-se Eudicotiledoneas, subdivididas em rosideas, que
por sua vez se subdividem em Eurosidea I e Eurosidea II, e em Asteridea,
que também se subdividem em Euasteridea I e Euasteridea II.
Nota-se, que há incorporação de famílias em uma única família,
como é o caso da Malvaceae que engloba as famílias Tiliaceae,
Sterculiaceae e Bombacaceae, e também a Família Capparaceae é
inclusa em Brassicaceae.

Cladograma do APG I

98 UNIDADE 04
Sistemática Molecular APG II

Em 2003, é publicado o APG II, onde traz uma reformulação


do APG I, como um arranjo mais aprimorado e tentando fazer um
agrupamento mais simples que o primeiro, ou seja, trazendo uma maior
relação monofilética
aos grupos..
Uma das
inovações desse
sistema foi a criação da
família Euphorbiaceae
latu sensu, que
engloba as famílias
Euphorbiaceae
stricto sensu,
Pricrodendraceae
e Phyllantanceae,
que era o gênero
Phyllanthus das
Euphorbiaceae.
Há também
a incorporação de
espécies da família
Flacourtiaceae pela
família Salicaceae, e
também a inclusão da
família Cecropiaceae
dentro de Urticaceae.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 99
Cladograma do APG II

* = família nova (mudada após a classificação APG);


= ordem nova (mudada após a classificação APG);
§ = circunscrição nova (as famílias em "[...]" são alternativas
aceitáveis e monofiléticas. Podem ser utilizadas, opcionalmente, em
lugar da definição lato sensu preferida aqui.
________________________________________

Clado Angiospermas

Angiospermas basais

Clado ANITA
• ordem Amborellales
família Amborellaceae Pichon (1948)
• ordem Nymphaeales
família Nymphaeaceae Salisb. (1805)
[+ família Cabombaceae Rich. ex. A.Rich. (1822)]
• ordem Austrobaileyales Takht. ex. Reveal (1992)
família $Schisandraceae Blume (1830)
[+ família Illiciaceae A.C.Sm. (1947)]
família Trimeniaceae L.S.Gibbs (1917)
família Austrobaileyaceae (Croizat) Croizat (1943)

Clado Magnoliídeas
• ordem Canellales Cronquist (1957)
família Canellaceae Mart. (1832)
família Winteraceae R.Br. ex Lindl. (1830)
• ordem Laurales Perleb (1826)
família Atherospermataceae R.Br. (1814)
família Calycanthaceae Lindl. (1819)
família Gomortegaceae Reiche (1896)
família Hernandiaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Lauraceae Juss. (1789)
família Monimiaceae Juss. (1809)
família Siparunaceae (A.DC.) Schodde 1970
• ordem Magnoliales Bromhead (1838)

100 UNIDADE 04
família Annonaceae Juss. (1789)
família Degeneriaceae I.W.Bailey & A.C.Sm. (1942)
família Eupomatiaceae Endl. (1841)
família Himantandraceae Diels (1917)
família Magnoliaceae Juss. (1789)
família Myristicaceae R.Br. (1810)
• ordem Piperales Dumort. (1829)
família Aristolochiaceae Juss. (1789)
família *Hydnoraceae C.Agardh (1821)
família Lactoridaceae Engl. (1888)
família Piperaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Saururaceae Martynov (1820)
Ordens adicionais de angiospermas basais
• ordem Chloranthales
família Chloranthaceae R.Br. ex. Sims (1820)
• ordem Ceratophyllales Bisch. (1839)
família Ceratophyllaceae Gray (1821

Monocotiledôneas

Monocotiledóneas basais
• ordem Petrosaviales
família $Petrosaviaceae Hutch. (1934)
• ordem Acorales Reveal (1996)
família Acoraceae Martynov (1820)
• ordem Alismatales Dumort. (1829)
família Alismataceae Vent. (1799)
família Aponogetonaceae J.Agardh (1858)
família Araceae Juss. (1789)
família Butomaceae Mirb. (1804)
família Cymodoceaceae N.Taylor (1909)
família Hydrocharitaceae Juss. (1789)
família Juncaginaceae Rich. (1808)
família Limnocharitaceae Takht. ex Cronquist (1981)
família Posidoniaceae Hutch. (1934)
família Potamogetonaceae Rchb. (1828)
família Ruppiaceae Horan. (1834)
família Scheuchzeriaceae F.Rudolphi (1830)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 101


família Tofieldiaceae Takht. (1995)
família Zosteraceae Dumort. (1829)
• ordem Asparagales Bromhead (1838)
família $Alliaceae Batsch ex. Borkh. (1797)
[+ família Agapanthaceae F.Voigt (1850)]
[+ família Amaryllidaceae J.St.-Hil. (1805)]
família $Asparagaceae Juss. (1789)
[+ família Agavaceae Dumort. (1829)]
[+ família Aphyllanthaceae Burnett (1835)]
[+ família Hesperocallidaceae Traub (1972)]
[+ família Hyacinthaceae Batsch ex. Borkh. (1797)]
[+ família Laxmanniaceae Bubani (1901)]
[+ família Ruscaceae Spreng. (1826)]
[+ família Themidaceae Salisb. (1866)]
família Asteliaceae Dumort. (1829)
família Blandfordiaceae R.Dahlgren & Clifford (1985)
família Boryaceae (Baker) M.W.Chase, Rudall & Conran (1997)
família Doryanthaceae R.Dahlgren & Clifford (1985)
família Hypoxidaceae R.Br. (1814)
família Iridaceae Juss. (1789)
família Ixioliriaceae Nakai (1943)
família Lanariaceae H.Huber ex R.Dahlgren & A.E. van Wyk (1988)
família Orchidaceae Juss. (1789)
família Tecophilaeaceae Leyb. (1862)
família $Xanthorrhoeaceae Dumort. (1829)
[+ família Asphodelaceae Juss. (1789)]
[+ família Hemerocallidaceae R.Br. (1810)]
família Xeronemataceae M.W.Chase, Rudall & M.F.Fay (2001)
• ordem Dioscoreales Hook.f. (1873)
família $Burmanniaceae Blume (1827)
família $Dioscoreaceae R.Br. (1810)
família Nartheciaceae Fr. ex Bjurzon (1846)
• ordem Liliales Perleb (1826)
família Alstroemeriaceae Dumort. (1829)
família Campynemataceae Dumort. (1829)
família Colchicaceae DC. (1804), nom.cons.
família *Corsiaceae Becc. (1878)
família Liliaceae Juss. (1789)
família Luzuriagaceae Lotsy (1911)

102 UNIDADE 04
família Melanthiaceae Batsch ex Borkh. (1796)
família Philesiaceae Dumort. (1829)
família Rhipogonaceae Conran & Clifford (1985)
família Smilacaceae Vent. (1799)
• ordem Pandanales Lindl. (1833)
família Cyclanthaceae Poit. ex A.Rich. (1824)
família Pandanaceae R.Br. (1810)
família Stemonaceae Caruel (1878)
família *Triuridaceae Gardner (1843)
família Velloziaceae Hook. (1827)

Clado Commelinídeas
• família Dasypogonaceae Dumort. (1829)
• ordem Arecales Bromhead (1840)
família Arecaceae Schultz Sch. (1832)
• ordem Commelinales Dumort. (1829)
família Commelinaceae Mirb. (1804)
família Haemodoraceae R.Br. (1810)
família *Hanguanaceae Airy Shaw (1964)
família Philydraceae Link (1821)
família Pontederiaceae Kunth (1816)
• ordem Poales Small (1903)
família Anarthriaceae D.F.Cutler & Airy Shaw (1965)
família *Bromeliaceae Juss. (1789)
família Centrolepidaceae Endl. (1836)
família Cyperaceae Juss. (1789)
família Ecdeiocoleaceae D.F.Cutler & Airy Shaw (1965)
família Eriocaulaceae Martynov (1820)
família Flagellariaceae Dumort. (1829)
família Hydatellaceae U.Hamann (1976)
família Joinvilleaceae Toml. & A.C. Sm. (1970)
família Juncaceae Juss. (1789)
família *Mayacaceae Kunth (1842)
família Poaceae (R.Br.)Barnh.1895
família *Rapateaceae Dumort. (1829)
família Restionaceae R.Br. (1810)
família Sparganiaceae Hanin (1811)
família $Thurniaceae Engl. (1907)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 103


família Typhaceae Juss. (1789)
família $Xyridaceae C.Agardh (1823)
• ordem Zingiberales Griseb. (1854)
família Cannaceae Juss. (1789)
família Costaceae Nakai (1941)
família Heliconiaceae Nakai (1941)
família Lowiaceae Ridl. (1924)
família Marantaceae R.Br. (1814)
família Musaceae Juss. (1789)
família Strelitziaceae Hutch. (1934)
família Zingiberaceae Martynov (1820)
Eudicotiledôneas (com pólen tricolpado)

Ordens e Famílias
• família $Buxaceae Dumort. (1822)
[+ família Didymelaceae Leandri (1937)]
família Sabiaceae Blume (1851)
família Trochodendraceae Eichler (1865)
[+ família Tetracentraceae A.C.Sm. (1945)]
• order Proteales Dumort. (1829)
família Nelumbonaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família $Proteaceae Juss. (1789)
[+ família Platanaceae T.Lestib. (1826)]
• ordem Ranunculales Dumort. (1829)
família Berberidaceae Juss. (1789)
família Circaeasteraceae Hutch. (1926)
[+ família Kingdoniaceae A.S.Foster ex Airy Shaw (1964)]
família Eupteleaceae K.Wilh. (1910)
família Lardizabalaceae R.Br. (1821)
família Menispermaceae Juss. (1789)
família Papaveraceae Juss. (1789)
[+ família Fumariaceae Bercht. & J.Presl (1820)]
[+ família Pteridophyllaceae (Murb.)Nakai ex Reveal & Hoogland
(1991)]
família Ranunculaceae Juss. (1789)

104 UNIDADE 04
Eudicotiledôneas Núcleo

São dicotiledôneas com flores tetracíclicas (em geral : 4-5 sépalas,


4-5 pétalas, 4-10 estames, 2-5 carpelos)
• família Aextoxicaceae Engl. & Gilg (1920)
família Berberidopsidaceae Takht. (1985)
família Dilleniaceae Salisb. (1807)
• ordem Gunnerales Takht. ex Reveal (1992)
família $Gunneraceae Meisn. (1842)
[+ família Myrothamnaceae Nied. (1891)]
• ordem Caryophyllales Perleb (1826)
família Achatocarpaceae Heimerl. (1934)
família Aizoaceae Martynov (1820)
família Amaranthaceae Juss. (1789)
família Ancistrocladaceae Planch. ex Walp. (1851)
família Asteropeiaceae (Szyszyl.) Takht. ex Reveal & Hoogland
(1990)
família *Barbeuiaceae Nakai (1942)
família Basellaceae Raf. (1837)
família Cactaceae Juss. (1789)
família Caryophyllaceae Juss. (1789)
família Didiereaceae Radlk. (1896)
família Dioncophyllaceae Airy Shaw (1952)
família Droseraceae Salisb. (1808)
família Drosophyllaceae Chrtek, Slavíková & Studnicka (1989)
família Frankeniaceae Desv. (1817)
família *Gisekiaceae Nakai (1942)
família Halophytaceae A.Soriano (1984)
família Molluginaceae Bartl. (1825)
família Nepenthaceae Bercht.&J.Presl (1820)
família Nyctaginaceae Juss. (1789)
família Physenaceae Takht. (1985)
família Phytolaccaceae R.Br. (1818)
família Plumbaginaceae Juss. (1789)
família Polygonaceae Juss. (1789)
família Portulacaceae Juss. (1789)
família Rhabdodendraceae Prance (1968)
família Sarcobataceae Behnke (1997)
família Simmondsiaceae Tiegh. (1899)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 105


família Stegnospermataceae Nakai (1942)
família Tamaricaceae Bercht. & J.Presl (1820)
• ordem Santalales Dumort. (1829)
família Olacaceae R.Br. (1818)
família Opiliaceae Valeton (1886)
família Loranthaceae Juss. (1808)
família Misodendraceae J.Agardh (1858)
família Santalaceae R.Br. (1810)
• ordem Saxifragales Dumort. (1829)
família Altingiaceae Horan. (1843)
família Aphanopetalaceae Doweld (2001)
família Cercidiphyllaceae Engl. (1907)
família Crassulaceae J.St.-Hil. (1805)
família Daphniphyllaceae Müll.-Arg. (1869)
família Grossulariaceae DC. (1805)
família $Haloragaceae R.Br. (1814)
[+ família Penthoraceae Rydb. ex Britt. (1901)]
[+ família Tetracarpaeaceae Nakai (1943)]
família Hamamelidaceae R.Br. (1818)
família $Iteaceae J.Agardh (1858)
[+ família Pterostemonaceae Small (1905)]
família Paeoniaceae Raf. (1815)
família Saxifragaceae Juss. (1789)

Rosídeas

Ordens e Famílias
• família Aphloiaceae Takht. (1985)
família *Geissolomataceae Endl. (1841)
família Ixerbaceae Griseb. (1854)
família Picramniaceae Fernando & Quinn (1995)
família *Strasburgeriaceae Soler. (1908)
família *Vitaceae Juss. (1789)
• ordem Crossosomatales Takht. ex. Reveal (1993)
família Crossosomataceae Engl. (1897)
família Stachyuraceae J.Agardh (1858)
família Staphyleaceae Martynov (1820)
• ordem Geraniales Dumort. (1829)

106 UNIDADE 04
família Geraniaceae Juss. (1789)
[+ família Hypseocharitaceae Wedd. (1861)]
família Ledocarpaceae Meyen (1834)

UNIDADE 05
família $Melianthaceae Bercht. & J.Presl (1820)
[+ família Francoaceae A.Juss. (1832)]
família Vivianiaceae Klotzsch (1836)
• ordem Myrtales Rchb. (1828)
família Alzateaceae S.A.Graham (1985)
família Combretaceae R.Br. (1810)
família Crypteroniaceae A.DC. (1868)
família Heteropyxidaceae Engl. & Gilg (1920)
família Lythraceae J.St.-Hil. (1805)
família $Melastomataceae Juss. (1789)
[+ família Memecylaceae DC. (1827)]
família Myrtaceae Juss. (1789)
família Oliniaceae Arn. (1839)
família Onagraceae Juss. (1789)
família Penaeaceae Sweet ex. Guill. (1828)
família Psiloxylaceae Croizat (1960)
família Rhynchocalycaceae L.A.S.Johnson & B.G.Briggs (1985)
família Vochysiaceae A.St.-Hil. (1820)

Eurosídeas I
• família §*Zygophyllaceae R.Br. (1814)
[+ família Krameriaceae Dumort. (1829)]
família Huaceae A.Chev. (1947)
• ordem Celastrales Baskerville (1839)
família $Celastraceae R.Br. (1814)
família Lepidobotryaceae J.Léonard (1950)
família Parnassiaceae Martynov (1820)
[+ família Lepuropetalaceae Nakai (1943)]
ordem Cucurbitales Dumort. (1829)
família Anisophylleaceae Ridl. (1922)
família Begoniaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Coriariaceae DC. (1824)
família Corynocarpaceae Engl. (1897)
família Cucurbitaceae Juss. (1789)
família Datiscaceae Bercht. & J.Presl (1820)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 107


família Tetramelaceae Airy Shaw (1964)
• ordem Fabales Bromhead (1838)
família Fabaceae Lindl. (1836)
família Polygalaceae Hoffmanns. & Link (1809)
família Quillajaceae D.Don (1831)
família Surianaceae Arn. (1834)
• ordem Fagales Engl. (1892)
família Betulaceae Gray (1821)
família Casuarinaceae R.Br. (1814)
família Fagaceae Dumort. (1829)
família $Juglandaceae DC. ex. Perleb (1818)
[+ família Rhoipteleaceae Hand.-Mazz. (1932)]
família Myricaceae A.Rich. ex. Kunth (1817)
família Nothofagaceae Kuprian. (1962)
família Ticodendraceae Gómez-Laur. & L.D.Gómez (1991)
• ordem Malpighiales Mart. (1835)
família $Achariaceae Harms (1897)
família Balanopaceae Benth. & Hook.f. (1880)
família *Bonnetiaceae (Bartl.) L. Beauv. ex. Nakai (1948)
família Caryocaraceae Voigt (1845)
família $Chrysobalanaceae R.Br. (1818)
[+ família Dichapetalaceae Baill. (1886)]
[+ família Euphroniaceae Marc.-Berti (1989)]
[+ família Trigoniaceae Endl. (1841)]
família $Clusiaceae Lindl. (1836)
família *Ctenolophonaceae (H.Winkl.) Exell & Mendonça (1951)
família *Elatinaceae Dumort. (1829)
família $Euphorbiaceae Juss. (1789)
família Goupiaceae Miers (1862)
família Humiriaceae A.Juss. (1829)
família $Hypericaceae Juss. (1789)
família Irvingiaceae (Engl.) Exell & Mendonça (1951)
família *Ixonanthaceae Planch. ex. Miq. (1858)
família Lacistemataceae Mart. (1826)
família $Linaceae DC. ex. Perleb (1818)
família *Lophopyxidaceae (Engl.) H.Pfeiff. (1951)
família Malpighiaceae Juss. (1789)
família $Ochnaceae DC. (1811)
[+ família Medusagynaceae Engl. & Gilg (1924)]

108 UNIDADE 05
[+ família Quiinaceae Choisy ex Engl. (1888)]
família Pandaceae Engl. & Gilg (1912-13)
família §Passifloraceae Juss. ex Roussel (1806)
[+ família Malesherbiaceae D.Don (1827)]
[+ família Turneraceae Kunth ex DC. (1828)]
família *Peridiscaceae Kuhlm. (1950)
família $Phyllanthaceae Martynov (1820)
família $Picrodendraceae Small (1917)
família*Podostemaceae Rich. ex. C. Agardh (1822)
família Putranjivaceae Endl. (1841)
família $Rhizophoraceae Pers. (1807)
[+ família Erythroxylaceae Kunth (1822)]
família $Salicaceae Mirb. (1815)
família Violaceae Batsch (1802)
• ordem Oxalidales Heintze (1927)
família $Brunelliaceae Engl. (1897)
família Cephalotaceae Dumort. (1829)
família Connaraceae R.Br. (1818)
família Cunoniaceae R.Br. (1814)
família $Elaeocarpaceae Juss. ex. DC. (1816)
família Oxalidaceae R.Br. (1818)
• ordem Rosales Perleb (1826)
família Barbeyaceae Rendle (1916)
família $Cannabaceae Martynov (1820)
família Dirachmaceae Hutch. (1959)
família Elaeagnaceae Juss. (1789)
família Moraceae Link (1831)
família Rhamnaceae Juss. (1789)
família Rosaceae Juss. (1789)
família Ulmaceae Mirb. (1815)
família $Urticaceae Juss. (1789)

Eurosídeas II
• família Tapisciaceae (Pax) Takht. (1987)
• ordem Brassicales Bromhead (1838)
família Akaniaceae Stapf (1912)
[+ família Bretschneideraceae Engl. & Gilg (1924)]
família Bataceae Perleb. (1838)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 109


família Brassicaceae Burnett (1835)
família Caricaceae Dumort. (1829)
família Emblingiaceae Airy Shaw (1964)
família Gyrostemonaceae Endl. (1841)
família Koeberliniaceae Engl. (1895)
família Limnanthaceae R.Br. (1833)
família Moringaceae Martynov (1820)
família Pentadiplandraceae Hutch. & Dalziel (1928)
família Resedaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Salvadoraceae Lindl. (1836)
família Setchellanthaceae Iltis (1999)
família Tovariaceae Pax (1891)
família Tropaeolaceae Bercht. & J.Presl (1820)
• ordem Malvales Dumort. (1829)
família $Bixaceae Kunth (1822)
[+ família Diegodendraceae Capuron (1964)]
[+ família Cochlospermaceae Planch. (1847)]
família Cistaceae Juss. (1789), nom.cons.
família Dipterocarpaceae Blume (1825)
família Malvaceae Juss. (1789)
família Muntingiaceae C.Bayer, M.W.Chase & M.F.Fay (1998)
família Neuradaceae Link (1831)
família Sarcolaenaceae Caruel (1881)
família Sphaerosepalaceae (Warb.) Tiegh. ex Bullock (1959)
família $Thymelaeaceae Juss. (1789)
• ordem Sapindales Dumort. (1829)
família Anacardiaceae R.Br. (1818)
família Biebersteiniaceae Endl. (1841)
família Burseraceae Kunth (1824)
família Kirkiaceae (Engl.) Takht. (1967)
família Meliaceae Juss. (1789)
família $Nitrariaceae Bercht. & J.Presl (1820)
[+ família Peganaceae (Engl.) Tieghm. ex Takht. (1987)]
[+ família Tetradiclidaceae (Engl.) Takht. (1986)]
família Rutaceae Juss. (1789)
família Sapindaceae Juss. (1789)
família Simaroubaceae DC. (1811)

110 UNIDADE 05
Asterídeas

Ordens e Famílias
• ordem Cornales Dumort. (1829)
família Cornaceae Dumort. (1829)
[+ família Nyssaceae Juss. ex Dumort. (1829)]
família Curtisiaceae (Engl.) Takht. (1987)
família Grubbiaceae Endl. (1839)
família Hydrangeaceae Dumort. (1829)
família Hydrostachyaceae (Tul.) Engl. (1894)
família Loasaceae Juss. (1804)
• ordem Ericales Dumort. (1829)
família Actinidiaceae Gilg & Werderm. (1825)
família Balsaminaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Clethraceae Klotzsch (1851)
família Cyrillaceae Endl. (1841)
família Diapensiaceae Lindl. (1836)
família $Ebenaceae Gürke (1891)
família Ericaceae Juss. (1789)
família Fouquieriaceae DC. (1828)
família Lecythidaceae A.Rich. (1825)
família Maesaceae (A.DC.) Anderb., B.Ståhl & Källersjö (2000)
família Marcgraviaceae Juss. ex DC. (1816)
família $Myrsinaceae R.Br. (1810)
família Pentaphylacaceae Engl. (1897)
[+ família Ternstroemiaceae Mirb.ex.DC. (1816)]
[+ família Sladeniaceae Airy Shaw (1964)]
família Polemoniaceae Juss. (1789)
família $Primulaceae Batsch ex Borkh. (1797)
família Roridulaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Sapotaceae Juss. (1789), nom.cons.
família Sarraceniaceae Dumort. (1829)
família $Styracaceae DC. & Spreng. (1821)
família Symplocaceae Desf. (1820)
família $Tetrameristaceae Hutch. (1959)
[+ família Pellicieraceae (Triana & Planch.) L.Beauvis. ex Bullock
(1959)]
família Theaceae Mirb. ex Ker Gawl. (1816)
família $Theophrastaceae Link (1829)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 111


Euasterídeas I
• família Boraginaceae Juss. (1789)
família §*Icacinaceae (Benth.)Miers (1851)
família *Oncothecaceae Kobuski ex Airy Shaw (1964)
família Vahliaceae Dandy (1959)
• ordem Garryales Lindl. (1846)
família Eucommiaceae Engl. (1909)
família $Garryaceae Lindl. (1834)
[+ família Aucubaceae J.Agardh (1858)]

• ordem Gentianales Lindl. (1833)


família Apocynaceae Juss. (1789)
família Gelsemiaceae (G.Don) Struwe & V.Albert (1995)
família Gentianaceae Juss. (1789)
família Loganiaceae R.Br. (1814)
família Rubiaceae Juss. (1789)
• ordem Lamiales Bromhead (1838)
família $Acanthaceae Juss. (1789)
família Bignoniaceae Juss. (1789)
família Byblidaceae (Engl. & Gilg) Domin (1922)
família Calceolariaceae (D.Don) Olmstead (2001)
família *Carlemanniaceae Airy Shaw (1964)
família Gesneriaceae Rich. & Juss. ex DC. (1816)
família Lamiaceae Martynov (1820)
família Lentibulariaceae Rich. (1808)
família *Martyniaceae Horan. (1847)
família Oleaceae Hoffmanns. & Link (1809)
família Orobanchaceae Vent. (1799)
família Paulowniaceae Nakai (1949)
família Pedaliaceae R.Br. (1810)
família $Phrymaceae Schauer (1847)
família $Plantaginaceae Juss. (1789)
família *Plocospermataceae Hutch. (1973)
família Schlegeliaceae (A.H.Gentry) Reveal (1996)
família $Scrophulariaceae Juss. (1789)
família Stilbaceae Kunth (1831)
família Tetrachondraceae Wettst. (1924)

112 UNIDADE 05
família Verbenaceae J.St.-Hil. (1805)
• ordem Solanales Dumort. (1829)
família Convolvulaceae Juss. (1789)
família Hydroleaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família $Montiniaceae Nakai (1943)
família Solanaceae Juss. (1789)
família Sphenocleaceae (Lindl.) Baskerville (1839)

Euasterídeas II
• família Bruniaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Columelliaceae D.Don (1828)
[+ família Desfontainiaceae Endl. (1841)]
família Eremosynaceae Dandy (1959)
família Escalloniaceae R.Br. ex Dumort. (1829)
família Paracryphiaceae Airy Shaw (1964)
família Polyosmaceae Blume (1851)
família Sphenostemonaceae P.Royen & Airy Shaw (1972)
família Tribelaceae Airy Shaw (1964)
• ordem Apiales Nakai (1930)
família Apiaceae Lindl. (1836)
família Araliaceae Juss. (1789)
família Aralidiaceae Philipson & B.C.Stone (1980)
família Griseliniaceae J.R.Forst. & G.Forst. ex A.Cunn. (1839)
família Mackinlayaceae Doweld (2001)
família Melanophyllaceae Takht. ex Airy Shaw (1972)
família Myodocarpaceae Doweld (2001)
família Pennantiaceae J.Agardh (1858)
família Pittosporaceae R.Br. (1814)
família Torricelliaceae Hu 1934)
• ordem Aquifoliales Senft (1856)
família Aquifoliaceae DC. ex A.Rich. (1828)
família Aquifoliaceae DC. ex A.Rich. (1828)
*§Cardiopteridaceae Blume (1847)
família Helwingiaceae Decne. (1836)
família Phyllonomaceae Small (1905)
família $Stemonuraceae (M.Roem.) Kårehed (2001)
• ordem Asterales Lindl. (1833)
família Alseuosmiaceae Airy Shaw (1964)

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 113


família Argophyllaceae (Engl.) Takht.1987
família Asteraceae Martynov (1820)
família Calyceraceae R.Br. ex Rich. (1820)
família $Campanulaceae Juss. (1789)
[+ família Lobeliaceae Juss. ex Bonpl. (1813)]
família Goodeniaceae R.Br. (1810)
família Menyanthaceae Bercht. & J.Presl (1820)
família Pentaphragmataceae J.Agardh (1858)
família Phellinaceae (Loes.) Takht. (1967)
família $Rousseaceae DC. (1839)
família Stylidiaceae R.Br. (1810)
[+ família Donatiaceae B.Chandler (1911)]
• ordem Dipsacales Dumort. (1829)
família *Adoxaceae E.Mey. (1839)
família $Caprifoliaceae Juss. (1789)
[+ família Diervillaceae (Raf.) Pyck (1998)]
[+ família Dipsacaceae Juss. (1789)]
[+ família Linnaeaceae (Raf.) Backlund (1998)]
[+ família Morinaceae Raf. (1820)]
[+ família Valerianaceae Batsch (1802)]

Taxa com posições incertas (Eudicotiledôneas na maior parte)

• Aneulophus Benth.
• família Apodanthaceae van Tieghem ex Takhtajan in Takhtajan
(1997) [trois genres]
• Bdallophyton Eichl.
• família Balanophoraceae Rich. (1822)
• Centroplacus Pierre
• Cynomorium L. [Cynomoriaceae Lindl. (1833)]
• Cytinus L. [Cytinaceae A.Rich. (1824)]
• Dipentodon Dunn [Dipentodontaceae Merr. (1941)]
• Gumillea Ruiz & Pav.
• Hoplestigma Pierre [Hoplestigmataceae Engl. & Gilg (1924)]
• Leptaulus Benth.
• Medusandra Brenan [Medusandraceae Brenan (1952)]
• Metteniusa H.Karst. [Metteniusaceae H.Karst. ex Schnizl.
(1860-1870)]

114 UNIDADE 05
• Mitrastema Makino [Mitrastemonaceae Makino (1911)]
• Pottingeria Prain [Pottingeriaceae (Engl.) Takht. (1987)]
• família Rafflesiaceae Dumort. (1829) [trois genres]
• Soyauxia Oliv.
• Trichostephanus Gilg

Sistemática Molecular APG III

O APG III é publicado em 2009 e traz novas mudanças,


principalmente, nomenclaturais pois há a formação de um novo clado
basal denominado magnolídes, e as eudicotiledôneas passaram a ter
uma nova subdivisão, no caso as rosídeas passam a se subdividirem em
fabídes e malvides, e as asterídes em lamiídes e campanulídes.
Quanto às mudanças de famílias, há uma grande novidade que
é o desmembamento da família Capparaceae da família Brassicaceae,
fusão essa, ocorrida no APG I.
O gênero Cleome pertencente às Capparaceae é elevado a família
denominada de Cleomaceae, e a família Turneraceae incorpora a família
Passifloraceae.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 115


1. Observamos que se admite a origem das magnoliophyta a partir
de um ancestral comum. Doyle e Donoghue em 1986, listaram nove
autapomorfias obtendo assim, uma forte sustentação ao monofiletismo.
Liste essas nove características.

2. No início do século XX, botânicos já estavam divididos entre duas


hipóteses sobre qual seria a flor mais primitiva. Conceitue essas hipóteses.

3.Cite os caracteres que caracterizam as seis subclasses de


Magnoliopsida.

4. Cite os caracteres que caracterizam as seis subclasses de LIliopsida.

5. Comente as principais modificações ocorridas entre o APG II e III em


relação ao APG I.

APG. An ordinal classification for the families of flowering plants.


Annals of the Missouri Botanical Garden 85: 531–553, 1998.

APG II. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification


for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical
Journal of the Linnean Society 141: 399–436, 2003.

APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification


for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical
Journal of the Linnean Society 161: 105–121, 2009.

BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.;


COSTA, C.G., Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 1, 1ª ed.,
Editora UFV, Viçosa. 1978
BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.;
COSTA, C.G. Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 2, 1ª ed.,
Editora UFV, Viçosa. 1984

BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F.;


COSTA, C.G. Sistemática de angiospermas do Brasil. Vols. 3. 1ª ed.,
Editora UFV, Viçosa. 1986.

CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of


flowering plants. New York: Columbia University Press.

CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants.


2ª ed. New York, The New York Botanical Garden. 1988.

JOLY, A. B. Botânica: introdução a taxonomia vegetal. São Paulo:


Companhia Editora Nacional. 4ª ed, 1977.

JUDD, W.S., CAMPBELL, C.S. KELLOGG, E.A., STEVENS, P.F.;


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of Tropical Ecology, v. 11, p. 147-152 1999.

JUDD, W.S., CAMPBELL, C.S. KELLOGG, E.A., STEVENS, P.F.;


DONOGHUE, M.J. Sistemática vegetal – Um enfoque filogenético. 3ª
Ed., Porto Alegre: Artmed, 2009.

Manual de Herbário, Apostila de acompanhamento do Curso internacional


de técnicas de herbário. Manaus, INPA/ KEW, 1998.

MORI, S.A.; SILVA, L.A.M.; LISBOA, G.; CORANDIN, L. Manual de


manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus, Centro de Pesquisas do
Cacau. 1989.

RADFORD, A.E.; DICKSON, W.C.; MASSEY, J.R.; BELL. C.R. Vascular


plant systematics. New York, Happer and Row. 1974.

SIMPSON, G. G. Principles of animal taxonomy. New York: Columbia


University Press, 1961.
Ocorrem em quase todas as latitudes e altitudes, com um
domínio evidente no ambiente terrestre, exceto nas tundras e
nas florestas de coníferas, podendo habitar o ambiente aquático,
geralmente em águas continentais. Podem ser desde pequenas
ervas com poucos milímetros (Lemnaceae), a grandes árvores com
até 100m de altura (certas espécies de Eucalyptus L’Hér.). Suas
estruturas reprodutivas estão reunidas na flor, estrutura exclusiva do
grupo.
Consiste das subclasses Magnoliopsida (Dicotiledôneas) e
Liliopsida (Monocotiledôneas).
120 UNIDADE 05

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