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0 – INTRODUÇÃO
Até mesmo um electricista auto com grande experiência sente dificuldades quando tem que
reparar uma avaria numa instalação eléctrica ou até mesmo detectar uma avaria num componente eléctrico ou
electrónico, sem consultar o esquema eléctrico do respectivo veículo Desde do momento em que o
automóvel deixou de ser um simples objecto mecânico passando, a electricidade a tomar um lugar importante no
seu desempenho, que houve a necessidade de criar um meio de transferência de informação (sinais eléctricos)
realizado por múltiplos fios condutores reunidos, constituindo a cablagem dos veículos automóveis.
Num esquema eléctrico terão pois que estar perfeitamente identificados os componentes, o tipo ecor dos cabos
envolvidos, e o nº / letra dos contactos / fichas de ligação segundo determinadasnormas. Devem aplicar-se os
seguintes princípios quanto à disposição do equipamento eléctricono automóvel:
A identificação destes componentes do circuito eléctrico no veículo deve ser fácil.
Os cabos devem seguir o caminho mais lógico e mais curto possível ao longo dacarroçaria entre os distintos
dispositivos eléctricos passando o mais próximo des-tes. A fim de identificar os circuitos e facilitar
as reparações o cableado divide-seem distintos grupos respeitantes ao tipo de circuito a que
pertencem recorrendo-sea contactos a fim de estabelecer ligação entre eles.
Uma correcta disposição e identificação do circuito eléctrico no veículo é pois essencial a umarápida e correcta
identificação dos circuitos e componentes eléctricos / electrónicos a partir de umesquema eléctrico.
Para a sua leitura há que ter algumas noções prévias:
Qual o modelo de viatura; saber que tipo de sistemas possui;
Se o esquema é de um sistema particular ou de vários sistemas de veículo;
Que órgãos fazem parte do sistema a analisar;
Qual (quais) a(s) sequência(s) de comando(s);
Conhecer a simbologia utilizada pelo fabricante do sistema;
Conhecer a legenda ou sistema (normal).
1.2 – NORMAS DIN
As normas DIN 40719 e DIN 72552 estabelecem as seguintes designações:
De cada componente presente num circuito eléctrico identificado por um item;
Dos bornes dos distintos componentes.
V
Vg
=
Queda de tensão admissivelem todo o circuito
ρ
=
Resistividade
2
mm A
VVV
mmm
2
×Ω
I=
Corrente
l
=
Comprimento do condutorde cobre
P=
Potência da carga oucargas
s=
Secção transversal nomi-nalR = resist~encia do cabo
Ammmm
2
Secção transversalnominal mm
2
Corrente máximaadmissível
1
a 25ºCAa 50ºCA
0,5
2
)0,75
2
Cabo diâmetroMáximo mm
QUEDA DE TENSÃO ADMISSÍVEL
valor Vv1 indicado na tabela é para ser usado na calculo de cabos de cobre isolados. A queda de tensão no
retorno, linha de massa, (via chassis do veículo ) não é levada em conta. Ovalor Vvg indicado é
orientado é orientativo e não pode ser usado no dimensionamento de cabos.
Tipo de caboQueda de tensão admissí-vel no cabo isolado decobre V
V1
Queda de tensão admissí-vel em todo o circuito(valores orientativos V
V
)
Cabos de iluminação
1)
Desde o terminal 30 do inter-ruptor de iluminação até lâmpa-das de 15W como máximo ouaté à
tomada de reboque até àslâmpadas.
0,1V 0,6VDesde o terminal 30 do inter-ruptor de iluminação até as lâm-padas com mais de 15W
ou atéà tomada de reboque.0,5V 0,9VDesde o terminal 30 do inter-ruptor de iluminação até
aosfaróis.0,3V 0,6V
Cabo de carga
1) 2)
Desde o interruptor até ao relé,até ao limpa parabrisas até àsbuzinas, etc.0,5V até 12V1,0V até
24V1,5V até 12V2,0V até 24V
NOTAS REFERENTES A TABELA DE QUEDA DE TENSÃO ADMISSÍVEL
1) Corrente à tensão nominal e potência nominal.2) Se o cabo de retorno, linha de massa, do circuito de carga
for isolado, o cabo desde o gera-dor até à bateria e o retorno é para ser usado como o comprimento do cabo: Uv1
= 3% datensão permitida.3) Com corrente de excitação máxima. As 3 linhas de comando de preferência com
igual resis-tência.4) Em casos especiais em que o cabo de alimentação do motor de arranque é muito
comprido,o valor de Vv1 pode ser excedido se tiver em atenção ao limite de temperatura durante oarranque. Se
o retorno do cabo do motor de arranque for isolado, o valor Vv1 não deve sersuperior ao do cabo positivo. Por
exemplo cabo positivo 4% e cabo negativo 4%.5) O valor de Vv1 é aplicado no relé de potência para temperatura
de 50º...80ºC.6) A densidade de corrente permitida no que diz respeito a aquecimento de cabos de potência
ecabos de comando <=30
A /mm2 (Pouca duração e serviço pesado).7) Os cabos de baixa potência antes do interruptor de corrente
são para ser levados em linhade conta.
30 –
Entrada directa desde o polo posi-tivo da bateria.
32 –
Linha de retorno.
33 –
Ligação principal.
33a –
Interruptor de paragem.
33b –
Campo de derivação.
33l -
Sentido de rotação à esquerda.
33r -
Sentido de rotação à direita.
86 –
Entrada do relé (começo do enro-lamento).
Instalações de arranque
30 –
Entrada directa desde o polo positivo da bateria.
30a –
Relé de comutação da bateria, entrada da bateria 2.
31 –
Linha de retorno directa ao polo negativo da bateria 2 polo negativo.
31a –
Relé de comutação da bateria, linha de retorno à bateria 2 polo negativo.
31c –
Relé de comutação da bateria, linha de retorno à bateria 1 polo negativo.
48 –
Repetição de arranque (relé).
50 –
Comando directo do motor de arranque.
50a –
Comando indi-recto do motorde arranque.
50e –
Entrada do relédo bloqueio dearranque.
Fig.1.4Fig.1.5
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia1.12Sistema Eléctrico de um Veículo
50f –
Saída do relé do bloqueio de arranque.
50g –
Entrada do relé de repetição de arranque.
50h –
Saída do relé de repetição de arranque.
86 –
Entrada do relé (começo do enrolamento).
Geradores e Reguladores
44 –
Compensação da tensão em reguladores funcionando em paralelo dois geradores.
51 –
Tensão continua nos rectificadores, em geradores de corrente alternada.
51e –
Igual a 51, mas sim em geradores de corrente alterna com bobina de inductancia paramarcha diurna.
59 –
Tensão alterna, saída do gerador de corrente alternada, entrada do interruptor de mudan-ça de luzes
e rectificadores.
59a –
Armadura de carga.
59b –
Armadura de luzes traseiras.
59c –
Armadura de luzes de travagem.
61 –
Luz indicadora de carga no gerador e regulador.
B+ -
Positivo da bateria.
B- -
Negativo da bateria.
D+ -
Positivo do gerador.
D- -
Negativo do gerador.
Fig.1.6
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 1.13Sistema Eléctrico de um Veículo
DF –
Campo do gerador
DF1 –
Campo 1 do gerador
DF2 –
Campo 2 do gerador trifásico com rectificadores separados
J–
Positivo do enrolamento de excitação
K–
Negativo do enrolamento de excitação
Mp –
Borne central
Instalação de iluminação
54 –
Luzes de travagem.
55 –
Faróis de nevoeiro.
56 –
Faróis.
56a –
Luzes de estrada e indicadoróptico.
56b –
Luzes de cruzamento.
56d –
Sinal de luzes.
57 –
Luzes de posição para faróisde motocicleta.
57a –
Luz de estacionamento
57l –
Luz de estacionamentoesquerda
57r –
Luz de estacionamento direita
58 –
Luzes de posição, traseiras ede placas de matricula; ilumina-ção dos instrumentos.
58b –
Comutação da luz traseirapara tractores de um só eixo
58c –
Tomada de reboque para luztraseira de um só fio no rebo-que e assegurada por sepa-rado.
58d –
Iluminação dos instrumentosregulável
Fig.1.7
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia1.14Sistema Eléctrico de um Veículo
58l –
Luzes traseiras e de posição esquerdas
58r –
Luzes traseiras e de posição direitas.
Instalação de sinais acústicos
31b –
Linha de retorno ao negativo da bateria ou à massa através do interruptor ou relé.
71 –
Entrada do aparelho de distribuição de sequência de sons.
71a –
As buzinas 1 e 2 de tom baixo.
71b –
As buzinas 3 e 4 tom alto.
72 –
Interruptor de alarme para a lâmpada de identificação unidireccional.
85 –
Interruptor de alarme ao aparelho de distribuição de sequência de sons.
Instalações adicionais
52 –
Guarda pneumática e outras sinalizações de reboque veículo tractor.
54g –
Válvula de ar comprimido electromagnética para o travão continuo de reboque.
75 –
Autorádio, isqueiro eléctrico.
76 –
Altifalantes
77 –
Comando de válvula da porta
Fig.1.8
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 1.15Sistema Eléctrico de um Veículo
Interruptores accionados mecanicamente
82 –
Contactos de repouso ecomutadores, entrada.
81a –
Contactos de repouso ecomutadores, primeira saí-da.
81b –
Contactos de repouso ecomutadores, segunda saí-da.
82 –
Contactos de trabalho entra-da.
82b –
Contactos de trabalhoSegunda saída.
82z –
contactos de trabalho pri-meira entrada.
82y –
Contactos de trabalho,segunda saída.
83 –
Interruptores múltiplos,entrada
83a –
Saída, posição 1.
83b –
Saída, posição 2.
Relés Contactores
84 –
Entrada do relé de corrente,começo do enrolamento
84a –
Final do enrolamento dorelé de corrente.
84b –
Saída do relé de corrente.
85 –
Saída do relé, final do enro-lamento negativo
86 –
Entrada do relé, começo doenrolamento
86b –
Entrada do relé , “shunt” dosegundo enrolamento
87 –
Entrada do contacto do relé,contactos de repouso oucomutadores
Fig.1.9Fig.1.10
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia1.16Sistema Eléctrico de um Veículo
87a –
Primeira saída
87b –
Segunda saída
87c –
Terceira saída
87z –
Primeira entrada
87y –
Segunda entrada
87x –
Terceira entrada
88 –
Entrada do contacto do relé, contacto de trabalho. Contactosdo relé no caso de contactos de trabalho,
comutadores
88a –
Primeira saída
88b –
Segunda saída
88c –
Terceira saída
88z –
Primeira entrada
88y –
Segunda entrada
88z –
Terceira entrada
Chave de ignição à bomba de combustível BrancoChave de ignição à bobina BrancoChave de ignição ao interr
uptor de arranque BrancoChave de ignição à lâmpada piloto da pressão do óleo BrancoTerminal “D” do alternad
or Marrom / amareloTerminal “B do alternador Marrom / verdeTerminal “A” do regulador de tensão Marrom / bra
ncoTerminal “A1” do regulador de tensão Marrom / azulBobina de ignição ao distribuidor Branco / preto
Bobina de ignição com resistência de carga:
Ignição à unidade de relé de carga BrancoRelé de carga à resistência de carga Marrom / amareloResistência de
carga ao tacômetro e chave de ignição BrancoResistência de carga à bobina de ignição Branco / amareloUnida
de do relé de carga ao solenóide Branco / azulUnidade do relé de carga à terra Preto
Fusível (ligação directa):
Fusível à iluminação de mínimos PúrpuraFusível à buzina PúrpuraFusível ao relé da buzina PúrpuraFusível à b
ateria MarromFusível ao comando de iluminação de máximos Púrpura
Tacômetro:
Ignição ao tacômetro (terminal de pulsos) Branco / vermelhoTerminal de pulsos à bobina Branco / cinza Alimen
tação do tacômetro (do fusível) Verde
Alternador:
Alternador à massa Preto Alternador ao amperímetro Marrom /
brancoIndutor do alternador ao controlo Marrom / amareloTerminal AL do alternador ao controlo PretoInduzido
do alternador ao relé Marrom / púrpuraRelé à ignição Marrom / verdeRelé ao solenóide de partida ou bateria Bra
ncoControlo à lâmpada piloto Marrom / preto
Buzina:
Alimentação ao
relé PúrpuraInterruptor da buzina à buzina Púrpura / pretoInterruptor da buzina ao relé Púrpura / pretoInterrupt
or da buzina à buzina (massa) PretoBuzina ao relé Púrpura / amareloCircuito da buzina dupla com relé ligado à
chave de ignição Verde
Diversos:
Bateria (no solenoíde) ao amperímetro ou caixa de fusíveis VerdeBateria ao fusível MarromTodos os fios de ma
ssa Preto
Os díodos são componentes electrónicos que permitem a passagem de corrente num único senti-do que é aquele
indicado pela direcção da seta (fig.1.8); o díodo Zener impede a passagem decorrente até que um determinado
nível de tensão seja alcançado (fig.1.9).Existem fabricantes que representam a cor dos cabos condutores
constituintes das cablagens damesma forma como se apresenta na figura 1.10.O electricista auto deve estar
aptoa interpretar os esquemas, e comotal, não só deve interpretar os fiosbem como as suas cores, e tam-
bém deverá saber identificar osdiversos componentes eléctricos eelectrónicos, existentes no esque-
ma. As figuras 1.11 e 1.12 represen-tam várias simbologias para umalâmpada.
Fig.1.19 – Díodo de ZenerFig.1.20 – Forma de caracterizar as cores dos fiosFig.1.21 – ímbologia
da lâmpadaFig.1.22 – Lâmpada com um e dois filamen-
De seguida apresenta-se outros simbolos que poderemos encontrar em circuitos eléctricos e elec-trónicos auto.
Fig.1.23
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia1.30Sistema Eléctrico de um Veículo
Fig.1.24
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 1.31Sistema Eléctrico de um Veículo
1.5 – METODOLOGIA DE INTERPERTAÇÃO
Para a compreensão de um esquema eléctrico há que compreender o funcionamento do sistemacircuito que
merece a nossa atenção; a função dos distintos componentes e como interactuam. Porisso é
necessário identificar no esquema:Os referidos componentes do sistema. Basicamente dividem-se em dois
grandesgrupos: os sensores e os actuadores do sistema, não contando com os elementosde protecção do
circuito (fusíveis), o interruptor chave de ignição e a UEC que,alem de receber alimentação, recebe
sinais dos sensores e envia sinais aos actua-dores.Os pontos de massa. Qualquer circuito que se esteja a analisar
no esquema eléc-trico tem sempre um ponto de massa. É importante identificar e localizar este pon-to de massa
porque a avaria pode ser divido a um mau contacto /desconexão doponto de massa este é um dos extremos dos
circuitos (o outro é a alimentação). As linhas que conduzem ao polo negativo da bateria ou à massa
têm o nº 31Identificar linhas de corrente ou alimentação. Como referido no ponto anterior, esteé um dos
extremos do circuito em análise; normalmente segue-se o circuito a partirda alimentação. Estas linhas não têm
que vir da bateria que pode não estar repre-sentada no esquema; pode por exemplo, partir de um fusível. O que
é importante éidentificar essa linha (está sempre em carga). Esta linha está identificada com
onº30.Identificar linhas de comando provenientes de interruptores, válvulas, ignição,relés, etc.
Uma das classificações atrás referida para os tipos de circuito existen-tes, é que estes podem ser de
comando ou de potência. Num esquema há queidentificar estes dois tipos de circuitos e saber se
determinado componente estáem carga em função da posição dos elementos de comando presentes.
Umaimportante linha de comando é a que vai ao interruptor de ignição (comando igni-ção) e tem o nº15.
Seguir as linhas desde a fonte de alimentação até ao ponto de massa (retorno).Uma vez identificada a linha de
corrente principal, as linhas de comando com osrespectivos actuadores e os pontos de massa é possível
estabelecer-se com-preender-se o circuito. Por exemplo, no circuito de arranque a linha que alimentao motor
de arranque é a 50; trata-se de uma linha do circuito de potência. Estemotor só é alimentado ou directamente pelo
interruptor de ignição ou indirecta-mente através de um relé.Resumindo, nesta fase trata-se de estabelecer (pode
ser mentalmente) um diagrama de blocos ecompreender o que controla o quê.Com base no que foi referido
anteriormente deve o formando debruçar-se sobre as figuras 1.26 e1.27, analisando por si, os esquemas
apresentados.
Fig. 1.25 – Cablagem dum painel de instrumentos
Fig. 1.26 – Esquema da gestão do motor
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia1.34Sistema Eléctrico de um Veículo
1.6 –
Fig. 1.27 – Esquema da gestão do motor
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 1.35Sistema Eléctrico de um Veículo
MANUAIS DE REPARAÇÃO
Os manuais dividem-se do seguinte modo:De oficina: Começa por ser indicada a maneira correcta de interpretar
as instruçõescontidas no manual chamando a atenção para os cuidados na realização de certasoperações e a
necessidade de seguir escrupulosamente as sequências de monta-gem e desmontagem indicadas.Para cada
sistema em análise são identificadas e indicadas a localização no conjun-to de todas os componentes
sujeitos a manipulação, descrita a função do sistema esubsistemas envolvidos e, explicita e claramente
definidas as sequências de monta-gem/desmontagem.Este manual inclui todos os sistemas
sujeitos a manutenção normal e afinação; sónão estando incluídas as grandes reparações.De reparação:
Estão detalhadamente descritas as operações de grandes repara-ções a motores e a caixas de velocidades
referindo todas as peças presentes, ope-rações de verificação e montagem/desmontagem com as ferramentas
indicadas e osbinários de aperto a aplicar.Dos circuitos eléctricos.De reparação de carroçaria: Com uma
estrutura semelhante ao manual de repara-ção de motores e caixas de velocidade.Em resumo:Os manuais
identificam os componentes de determinado sistema no automóvel edescreve detalhadamente a montagem
desmontagem dos mesmosO esquema eléctrico enumera e identifica todos os componentes e ligações do sis-
tema onde possa residir a anomalia A ferramenta de diagnóstico identifica o componente ou delimita
a zona onde residea anomalia
2 – MULTIPLEXAGEM
2.1 – INTRODUÇÃO À MULTIPLEXAGEM
A multiplexagem é um sistema de controlo e comunicação de dados
que permite simplificaçãodas ligações eléctricas por cabo. Com a multiplexagem podem ser substituídos
centenas demetros de fios, com as vantagens de diminuir os custos de material e montagem, bem como
deaumentar a fiabilidade dos sistemas convencionais, uma vez que se diminui o número de pontosde massa e a
possibilidade de quebra de fios.Outra vantagem é a diminuição do peso dos veículos, factor este que influência o
consumo decombustível. Estima-se que o peso da cablagem pode atingir cerca de 40 kg e estende-se pormais
de 3 km.O sistema de multiplexagem mais utilizado actualmente é um sistema simples aplicado porexemplo
para o controlo das ópticas traseiras, dos motores eléctricos dos vidros e do limpavidros
traseiro.Como se sabe, num sistema eléctrico convencional, cada órgão necessita de um fio de alimenta-ção,
sendo a sua activação feita através de um relé que abre e fecha o circuito.Isto implica
a existência de dezenas de fios de alimentação. Na multiplexagem é utilizado apenasum fio de
alimentação de corrente dos órgãos receptores (ópticas, motores eléctricos, etc.), outropara o
envio do sinal de controlo e outro para a sincronização dos impulsos eléctricos das unida-des emissoras e
receptoras. Um quarto fio condutor pode ser utilizado para a confirmação dachegada dos
dados. A multiplexagem utiliza como base de controlo séries de impulsos de tensão
com intervalos detempo específicos.Os seus principais componentes são o multiplexer, que é a unidade
emissora de dados e recebeordens directas do condutor (por exemplo para acender as luzes de presença
traseiras ou asluzes de stop), e o demultiplexer, que é a unidade que recebe os dados e, em função destes, ligaou
desliga os vários componentes que comanda. O envio de dados de uma unidade para outra éfeita apenas por
um fio, independentemente do número de órgãos a
controlar. As duas unidades (multiplexer e demultiplexer) emitem impulsos digitais sincronizados.
Porexemplo demonstrado nas figuras seguintes, existem oito órgãos independentes que são contro-lados por
este sistema. Assim, existirão oito impulsos, um para cada órgão, emitidos sincroniza-damente
pelas duas unidades.
Quando forem accionados um ou mais interruptores de comando, por exemplo as luzes de presen-ça traseiras e
o limpa vidros traseiro, os impulsos do multiplexer referentes ao comando dessesórgãos serão enviados pelo fio
transmissor de dados ao demultiplexer. A sincronização dos sinais emitidos pelas duas unidades
provoca a abertura de uma porta lógica AND que, por seu turno, dá sinal a um FET (transístor
de efeito de campo) que fecha o circuito dealimentação dos órgãos em causa (fig. 2.3).
Fig.2.1 – Sinal do gerador de impulsos
Fig.2.2 – Sinal de multiplexagem simples – Indica o sinal de ligar luzes de presença e olimpa
vidros traseiros
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 2.3MultiplexagemEm seguida é apresentado um
esquema onde se pode ver o multiplexer dianteiro com os interrup-tores de comando e o desmultiplexer traseiro
ligado ao sistema de alimentação dos aparelhos.
Fig.2.3 – Multiplexagem do sistema de comando dos órgãos traseiros
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia2.4MultiplexagemPara controlar o motor e outros
sistemas mais complexos, tais como a caixa de velocidades auto-mática, a direcção assistida ou
o ABS, são utilizados outros sistemas de multiplexagem mais ela-
borados. Afim de codificar as informações que circulam na rede de dados do automóvel a maiori
a dosconstrutores europeus adoptaram um sistema designado CAN (Controller Area Network), emboraaté
à data ainda não seja comercializado um veículo totalmente multiplexado.Este sistema
foi desenvolvido pela empresa Robert Bosch Gmbh e utilizado num automóvel pelaprimeira vez em
1992 pela Mercedes-Benz para a comunicação a alta velocidade entre a caixaautomática, o módulo electrónico
do motor e o painel de instrumentos.No sistema CAN podem-se ligar vários sistemas, com os seus componentes
e respectivas unida-des de controlo, a uma só linha de BUS, ou seja, uma linha de transmissão de dados. Ao
contrário do que se passa no sistema simples descrito anteriormente, não existe sincronismoentre
as várias unidades de controlo, ou estações, permitindo a possibilidade de comunicaçãoentre órgão e unidades
de controlo de sistemas distintos. No entanto, as estações receptorasacertam os seus relógios internos com
as respectivas estações emissoras assim que começa atransmissão de dados. A comunicação
entre uma determinada unidade de controlo e um sensor ou actuador é feita atra-vés de uma
série de impulsos electrónicos digitais. A essa série de impulsos dá-se o nome de trama de
dados. Para que esses sinais sejam transmi-tidos entre os componentes correctos, a trama de dados é
composta por vários campos de infor-mação bem definidos.
Fig.2.4 – Princípio da multiplexagem
Componentes do Sistema Eléctrico e sua Simbologia 2.5MultiplexagemO primeiro campo, designado SOF
( “Start of Frame” - Começo da trama), indica o começo datransmissão de uma trama de dados.O segundo
campo é o código da unidade desmultiplexer a que se destina a informação, sendodesignado por campo de
arbitração.Em seguida existe o campo de controlo, que define a quantidade de dados que são transmitidospela
trama. A informação propriamente dita, ou seja, os dados que se querem transmitir (por exemplo,
informa-ção da temperatura da água do motor, etc.), estão contidos no campo de dados. Este campo podeser
constituído por ‘ a 8 conjuntos de 8 bits cada, permitindo uma quantidade de informação eleva-da. A trama de
dados conta ainda com um campo para a verificação da integridade dos dados transmi-tidos -
Campo CRC ( “Cyclic Redundancy Code” – Código cíclico de redundância ).Este campo permite ao
receptor concluir da veracidade e integridade dos dados recebidos.Para tal, o receptor usa um algoritmo que,
entrando com os dados do campo CRC, lhe fornece umresultado que tem de ser igual à informação enviada no
campo de dados.Em seguida é enviado um campo de 2 bits (campo Ack – “Acknowledgement” –
reconhecimento)que permite o diagnóstico de erros ou avarias, por parte de todas as unidades receptoras,
natransmissão dos dados.Deste modo, a unidade emissora pode concluir se o sistema está a funcionar
correctamente.Por fim é enviada uma sequência de 7 bits iguais que determina o fim da comunicação e
informatodas unidades emissoras que a linha de BUS se encontra livre.Com este procedimento garante-se que
em cada instante não existe mistura de dados das váriasunidades emissoras. No entanto, é de referir que a
velocidade de comunicação é de tal ordem ele-vada, cerca de 1Mbits/s (1 Mega Bits por segundo), que se pode
considerar que a transmissão dedados se faz em tempo real.
Fig.2.5 – Trama de dados
PÓS-TESTE
1 – Como é que se classifica circuito de ligação da bobina de chamada do motor
dearranque
?
a)
Circuito de comando............................................................................................................
b)
Circuito de potência.............................................................................................................
c)
Circuito de iluminação.........................................................................................................
d)
Circuito de ignição...............................................................................................................
b)
Ligações, luzes principais, luzes auxiliares, comandos e relés..........................................
c)
Ligações, bateria, motor de arranque, alternador, relés e comandos .
d)
Nenhuma das anteriores.....................................................................................................
4–
O que é que contempla o esquema eléctrico de pontos de massa?
a)
Ligações, bateria, distribuidor, U.E.C comando e potência de injecção.............................
b)
Ligações, Luzes principais, luzes auxiliares, comandos e relés.........................................
c)
Ligações, bateria, motor de arranque, alternador, relés e comandos................................
d)
Nenhuma das anteriores.....................................................................................................
a)
Ligações, bateria, distribuidor, U.E.C, comando e potência de injecção............................
b)
Ligações, Luzes principais,luzes auxiliares, comandos e relés..........................................
c)
Ligações, bateria, motor de arranque, alternador, relés e comandos................................
d)
Rectificar e auto-alimentar a bobina de excitação do alternador........................................
6 – Num esquema eléctrico aparece um condutor com a marca M16 20BK.Qual a cor deste
fio condutor
?
a)
Marrom ou castanho......................................................................................................
b)
Verde claro.
c)
Roxo...............................................................................................................................
d)
Preto...............................................................................................................................
7–
Num esquema eléctrico aparece um condutor com a referência L8 18P
a)
Marrom ou castanho....................................................................................................
b)
Verde claro..................................................................................................................
c)
Roxo.............................................................................................................................
d)
Preto .
8 – Num esquema eléctrico X21 18 P, qual o significado da referência X21?
a)
Cor do fio.....................................................................................................................
b)
Cor do contacto...........................................................................................................
c)
Numero de contacto bem como todos os condutores que estiverem ligados.............
d)
Nenhuma das anteriores.............................................................................................
b)
Somente manuais de reparação .
c)
Manuais de oficina, reparação, circuitos eléctricos, reparação de carroçarias
d)
Nenhuma das anteriores.
10 –
Qual a principal vantagem da multiplexagem?
a)
Diminuição considerável do número de cabos da instalação eléctrica........................
b)
Redução de avarias no sistema eléctrico....................................................................
c)
Redução de fusíveis na instalação eléctrica................................................................
d)
Diagnóstico mais simples.............................................................................................
CORRIGENDA DO PÓS-TESTE
Nº
dePerguntasRespostaCertaCotação1 A 102 B 103 C 54 D 55 A 56 D 157 C 158 C 159 C 101
0 A 10