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Copituta® O JUIZ DISCORDANTE ce oo Bae gel (Senin Se od 4 ug to Ae sta ares guano vot clea peso em grupos. Els assumem novos papéis, forma alian- (28 intemnas, sio movidas pot atitudes extrema, ¢ sicum- bem 2 presséo dos colegas. No ambiente de um grupo, 2 racionalidade de nosso pensamento pode ser corrompida ¢ comprometida, Por isso, nto é de surpreender que desvios ‘culos que ja discutimos se revelem de forme vio visivel também no ambiente de um geupo. E nos EUA nfo hi ne- rnhum outro lugar onde as dinamicas de grupo sejam mais investigadas do que dentro das paredes de mrmore do ti- bbunal de mais alta instincia do pats ‘Os nove juzes da Suprema Corte dos EUA séo cons- cientes de que cada uma de suas pequenas declaragdes © agées sero profundamente examinadas —, e, em meio a ‘ete exame minucioso, estes ofciis vitalicios nomeados cém_ de descobrir um modo de trabalhar juntos da mancica mais A Forga do Absurdo cficiente e produtiva, Mas como exatamence as dindmicas de grupo afetam as decisSes da Suprema Corte? CConversamos como juiz Stephen Breyer para entender ‘melhor os procedimentos que server de base para. decisioy de um caso. Ao filar com Breyer, 0 que ficou evidente foi que a Corte encontrou um modo de contorar wma forca = psicolégica poderosa que se manifesta em praticamente t0- das as interagSes em grupos. Para ver como isso acontece, langaremos um olhar i- ppido em uma reunio importante chamada de “confectn- ia". Esta 62 primeira vex que todos os juzes ve retinem na ‘mesma sala para discutir os méritos do caso em conjunto, Esta conferéncia é uma reunio exclusiva dos juies: nfo ha secretitios, nem piblico, ninguém de fora. Porém, antes de entratmos, para realmente entender- ‘mos o que é conferéncia, eexatamente quanto tempo ¢e=- forca sio necessirios no pracesso de chegat a uma decisio, Breyer nos leva de volta no tempo, poucas semanas antes da conferéncia, até 0 momento em que uma instrucio do caso foi colocada em sua mesa pela primeira ver, 0 trabalho comesa com o exame de muitos parsce- res legas diferentes. Breyer nos det uma ideia do quadro: rimeito tecebo eépias das insteugdes [memorandos] com trinta a cinquenea piginas cada. E geralmente tenho de ler centre dex vince instrugées em um caso Uipico.” As insceu- ‘cs slo caviadas pelas partes do caso e por defensores de ambos o¢ lads. Ao ler cada uuma delas,é dificil se manter neuteo. “Bem, 0 tempo todo tenho uma hipstese muito =provis6ria, mas sou muico aberto a muclar de opiniso”, dis- se ele. "Nio me importo nem um pouco se eu mudar de Jdeia, por isso pode ser que eu volce na leicura mujias vezes © Jui Diacordante cenquante Icio. Pode ser que eu leia a instrugio do governo bem rapidamente, porque o governo tem bons advogados, «depois passo a ler os amigos da corce.* Enquanto leio os ‘memoriais, converso com teus assesoresjuridicos pessoais sobre eles. Antes da argumentaco ora, leio © memorial, Converso com meu assessor juridico pessoal, ele escreve um relat6rio, ¢ depois renho outra conversa com meu assestor juridico, Durante todo este tempo, tento formar uma opi- igo, meu pensamento dé muitas voleas,e testo teorias df rentes.” Este processo mental de idas e vindas permite que Breyer processe cadas as informagoes uma a uma, antes de formulae sua opinito. “E todos [na Corte”, observou ele, “adotam wm procedimenco dess tipo” Depot que isto ¢ fio, ot juns se prepara pas 0 cestigio seguinte, a semana de argumentagdes orais. Nes- sa fase, of juites ainda nfo estio oficialmente discutindo ‘0 caso entre si, “Ouvimos o$ argumentos, e simplesmente fazemos perguntas", explicou Breyer. "Fazemos perguntas as partes — nfo para eles apresentarem nenhum de seus argumentos; nés jf conhecemos todos eles. Na verdade, f2- ‘emos perguntas sobre pontos que nos incomedam. Oe Samigor do core emi crit erm ai) sf rte nformatioe vader po ect ¢ su icone € maior que o das pares avoir Inicnimenss no proms. Sou papel é servi como font de conhecimento ‘manner difecis ou contrners, riglando dace ants de deci ‘So ds jules decors, Sa ang habia cham a stent pa roe fou creunatiaca que alex esr sendo obierndo. Um memorial dir ur eriao, cbt + capes de xpi v mre do na 8 ecielade. Dee modo, pode sr um imporante instrament aur no prceto de deco (da T) A Fores do Absurdo Enc cheg hor de decir eso, Os utes podem ter de comnicado por meio de metarandon ou conocer deo informalmen, mato propéio neste panto & dca opinioes. Quando sconftencia vine, or ues fa, tama chance deter una visio de odes o gular « asunto, diseatirpontorproblemaicos com se aetio, "es pesos inerrgat ord ladon, e cui questoa te seus clean 2 conferncamarora)Adoeomen mt {nd coon ure now x een MI a ‘Woolen com sss rdf) es ody Aen Ther op ingest eet por S125? De wane sean ce ecme pee mans pois Aco inde ‘BSatuaers eran By omplament pongo pence ‘Shand pone de compari? ‘epee somes Sempre gh ever fac amt soma tvere ces foo uit ii Bodie ver dc-dc pss 2 ‘Mubocuna uc psen nn fs Eo por acs Sen deve Tren tr oo uma comida de ~ larg ne inseam operas pido dons Sipe 272) muadeecomnsr io senses O qs ear ome ral Eso on rm? Agen soa mest [rps ecm? Prat cnrrscaie eo gar =0 tnd ar emt ven 9 ome rs fa 0 ‘tert nn ed pcp Se raing ese ‘rout caro pment gu ab fe sens rs vk eg men uncom oc mie nde or ese vended Fr go? Si suagao A a A Seen erent eens pong asain param edo model de pai depen nati: cinder chrmne aera ah {aro our an pre omar cm i Porn ‘Tan or nv cen depts ase gu se ree eon o ruceocararpiiciorn, Mis anon darter feo charac gi completamente een quem € so races oauiratneredeponverrameriaer mere Does qe sce em bee? 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Classificagao de pessoas e coisas Née fiarismos ofnecadossetivésemos de rata do 0 que vimos, toda informagto visual, como um cle ‘mento em separado ese tvssemos de desvendar de novo as conexdes todas st Vezes que abrisemo 08 shoe. Gane Kean «Se voc LER PARA ALGUEM. uma lista de dey. ou vinte itens + que podem ser comprados num supermercado, ess1 pessoa val + se lembrar s6de alguns. Se voce recta a lista repetidas vezes, 2 + lembranga da pessoa vai melhorar. Mas, na verdad, o que mas - ajuda & se os itens forem mencionados dentro das categorias a + que pertencem ~ por exemplo, legumes, frtas e cereais.Pesqui- + sas Indicam que temos neurbnios no nosso cértex pré-frontal ‘que respondem a categorias, eque o exerccio da lista ilustra a + razio paraiso: a lassificacio & uma estratégia que nosso cére- + bro usa para processar informagdes com mais eficiéncia Lembra-se de Shereshevsky, 0 homem com a meméria im- ppecivel que tinha grandes problemas para reconhecer rostos? ‘Na meméria dele, cada pessoa tinha muitas faces, como que ‘vistas de diferentes ingulos, com Inzes varivels, uma para cada cemogio e para cada nuance de intensidade emocional. Em con- sequéncia, a enciclopédia de rostos na prateleira do cérebro de Shereshevsky era excepcionalmente grossa e dificil de folhear e ‘© procesto de identificacio de um novo rosto comparado a outro Ji visto ~ aesséncia da clasificacio ~ era muito complicado. Cada objeto ou pessoa que encontramos ne munda & ‘nico, {mas nds ndo funcionariamos muito bem se os percebéssemos dessa maneira, Nao temos tempo nem capacidade mental para + observar e considerar cada detalhe de todos os itens do nosso + ambiente, Porisso utilizaros alguns tragos salientes que con- ‘seguimos observar para situaro objeto em uma catego pois baseamos nossa avaliagio do objeto na categoria, + proprio objeto. Ao mantermos um conjunto de categoria, con- + seguimos acelerar noss + para funcionar dessa mancira, se nosso cérebro tratasse tudo que + encontramos como algo individual, nds poderiamos ser comi- + dos por um urso enquanto ainda deciiaenos se aquela criatura rTeagbes, Se ni tivéssemos evoluido peluda especifica€ tio perigosa quanto a que come tio Boh. ‘O que acontece na verdade é que, quai alguns ursos comem ‘nossos parents, a espécie intera fica com ma reputacio, Por ‘sso, gragas ao pensamentoclasificatério, quando avistemos um = animal enorme e felpudo com caninos grandes ¢ agudos, nio ficamos por perto para reunir informagdes; usamos nosso palpte automitico de que se trata de um perigo esaimos de perto. Da ‘mesma forma depois de vermos algumas cadeiras, deduzimos {que se trata de um objeto de quatro pés eencosto, feito para se sentar; Ou, Seo motorista 4 nossa frente eet ziguezagueando de forma errtica, chamos melhor mantra distincia. ensar em termos de categorise genéricas, como “ursos “ca deiras”e “motorists eritico’ nos ajuda a navegar pelo nosso ambiente com mais velocidadee eficiénca; primeito entende- _mos a significado bruto de um objeto, depois nos preocupamos ‘com sua individualidade. Classificar & um ds atos mentais mais importantes que desempenhamas, ¢ ns fazemos i80 0 {empo todo. Até nossa habilidade de ler este liveo depende de nossa capacidade de classificar; o dominio da leitura exige 0 ‘agrupamento de simbolos semethantes, como b ed, em cate- goras de letras frente, o mesmo tempo que reconhecemos enbolos disparatados como b,B, &ecomo representantes da mesma ltr. ‘Nao é ici classificarobjetos 0 essa a A280 Porque lex orbs pala caBé te dificil A parte a mistura de fonts é fei su bestimar acomplexidade do que esti envalvido na cassificacao, pprgue em geal fazemos isso de maneia répidae sem esfor90 onseiente. Quando pensames em tipos de comnida, por exem plo, automaticamente consderamos uma mac ou urna banana Como partes da mesma categoria -frutas ~, embora paregam ‘iferentes; mas consideramos uma mag e uma bola de billar ‘yermelha categorias diferentes, embora parecam semelhantes {Um gato de rua e um poodle podem ser ambos marrons e ter ‘mais ou menos o mesmo tama e forma, enquanto um pastor {inglés € bem diferente ~ grande, cinzaefelpudo ~, mas qualquer ceriange sabe que 0s gatos de rua esto na categoria dos felinos, fe que o poodle eo pastor inglés sio caninos. Para ter uma idein ‘do quanto essa classificacio € sofistcada, considereo seguinte: 6 poucos anos atris os cientstas da compatagio conseguiram afinal projetar um sistema de visio computadorizado capa2 de realizara tarefa de distingur cies de gatos. ‘Como ilustra oexetmplo acima, uma das principals maneiras de classificar & maximizar a importincia de certas diferengas (aorientagio do d em comparagio ao b ou o focinho menor) € sminlmira a relevincia de outras (acurvatura de bersus b ou ‘cor do animal), Mas a seta do nosso raciocinio pode apontar para outro lado, Se concluirmos que um conju de abjetos perience a um grupo, e um segundo conjunto de objetos per~ tence a outro, podemos perceber os que esto dentro do mesmo grupo como mais semelhantes do que na verdade sf0 ~ ¢ 0s {hue estio em grupos diferentes como menos semelhantes do (que na verdade si0, © mero posicionamento de objetos em grupos pode afetar nosso julgamento desses objetos, Portanto, ‘embora a clasificagio seja um atalho crucial e natural, como ‘outros truques de sobrevivéncia da nosso cérebro, ela também tem suas desvantagens. ‘Um dos primeiros experimentos a estudar a distorsdes cause «as pela categorizacio foi uma pesquisa simples em que se pedi ~ as participantes que estimassem os comprimentas de um con- + junto de oto segmentos delinka. A linha maior era 5% maislonga ‘que a seguinte, que por sua vex era 5% mais longa que a terceira ‘eassim por diante. Os pesquisadores pediram & metade dos par- + ticipantes que estimassem os comprimentos de cada linha em centimetros, Mas, antes de pedi que os outros fzessem 0 mesmo, + eles agruparam axtficialmente as linhas em dois conjuntos ~ as quatro linhas mais longas foram rotuladas como “Grupo A’, € + as quatro mais custas como “Grupo B’. Os pesquisadores desco- + briram que, quando se pensava que as linhas pertenciam a um grupo, os voluntérios as percebiam de forma diferente, Julgavam. + as linhas dentro de cada grupo como mais préximas das outras em comprimento do que realmente eram, ea diferenga de com- + primento entre os dois grupos como maior do que realmente era? Desde entio, experimentos anlogos mostraram o mesmo feito em muitos outros contextos. Em um dees, aavaliacio do comprimento foi substituida por um julgamento sobre a cor: apresentaram-se os voluntéris letras e nimeros que varievam em tonalidade; cles deveriam julgar seu “grau de vermetho” Os ‘que receberam as amostras de cores com os caracteres mais ver~ rmelhos agrupados consideraram-nas mais préximasem cor ue © tro grupo, avaiando as mesmasamostras sem estar agrupadas.? Em outro estado, pesqulsadores descobriram que, se voce pedir 2 pessoas em uma dada cidade para estimar a diferenca de tempe- « tatura entre de junho 30 de junho, elas tendem a subestims- «mas se pedir que estimem a diferenca de temperatura entre 15 de + cial de jiumho ¢15 de julho, clas a superestimam.* O agrupamento artis fem meses distorce nossa percep¢io: vemos dois dias + num més como se fosem mais parccdos que dias em dois meses diferentes, mesmo que ointervalo entre os dis sejaidéntico. Em todos esses exemplos, quando categorizamos, nds polai- + zamos, Coisas que por uma ou outra razio arbitriria sio iden ificadas como pertencentes 3 mesma categoria parecem mais, « semelhentes entre si do que realmente sio, enquanto as catalo- gas em diferentes categoria parecer mais stints do gue so naverdade. A mente inconsiente transforma dfrengas dfsas ¢ nuances suis em dstngbesnitds, Seu objeiv6 &epagar de tales irlevantesenguanto mantém sinfoemasio important. Quando as feito de wma forms ber sued, nbs smplifcs + mos nosso ambiente tornamos a navegacio mais ficilerépida. Quando isso no é feito da forma adequada, distorceros nossas + percepgGes, as vezes com resultados prejudicias para os outros + owaté para nés mesmos, Isso valeem especial quando nossa tendéncia a clasiicrafeta nossa visio acerca de outros seres humanos ~ quando vemos os _médicos de uma dada especialidade, 05 advogados de um escri- trio de advocaca, os fis de certa equipe esportiva ouas pessoas numa dada corrida ou grupo étnico como mais diferentes do ue realmente sio. Us ADvooxDO D4 CaLtROaNIA escreveu sobre o caso de um jovem salvadorenho que era 0 nico empregado nao branco ‘numa fbrica de caixas de uma érea rural. Ele teve a promocio negada, depois foi demitido por arasos contumazes e por ser ruito “vagaroso” © homem slegou que o mesmo poderia ser ito dos outros, que também chegavam alrasados, mas ninguém pperecbia. Quando se tratava dos outros, alegava o empregado, 0 Patrio parecia compreender que As vezes uma doenga na familia, ‘um problema como filho ou com o automével eram a causa do atraso. Com cle, qualquer atraso era automaticamente aribuido a preguica. Suas deficiéncias erem amplificadas, dizi ele, e seus bons servicos nao eram reconbecidos. Tamais saberemas se o empregador realmente nio percebeu as caractristicas individusis do salvadocenho, seo segregou ne + categoria gral de “hispanico” e passou a interpretat seu com- + portamento em termos de um esteredtipo. O empregedor com certezarejeitou essa acusagio € acrescentou:“O fato de Mateo ser mexicano néo fez qualquer diferenca para mim. E como se ceunem tivesse notado”® ( termo “steredtipo” fol cunhado em 1794 pelo grifico francés + Flrmin Didot Referia-sea um tipo de impresséo pelo qual mol- des reortados podiam ser usados para produzt duplicatas de cha- «pas de metal usadas manualmente. Com essas chapas duplicades, « jormalse livros poiam ser impressos em vieiosprelos ao mesmo + tempo, possbiitando a producio em mass, A palara foi usada + em seu sentido atual pelo joralstae intelectual americano Walter + Lippmann, em Opinio pbc, livro de 3922, uma anlise critica + da democracia moderna e do papel do pablico na determinacio + deseu curso, Lippmann estavapreocupado com a complexidade + cada ver maior dos temas sobre os quas os Voantestinham de de « cdi ea maneira como desenvalviam seus pont de vista quanto «esas questdes,Preocupava-se em particular com o papel da + dia de massa. Uulizando uma linguagem que parece sida de um + artigo acedémico recente cobre a psicologia das categories Lipp- + mann esereveu:"O ambiente real éna verdade grande, complexo

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