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Rio de Janeiro
2019
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_________________________________
Guilherme Eduardo Zerbinatti Papaterra
P277s Papaterra,
Papaterra, Guilherme
Guilherme Eduardo
Eduardo Zerbinatti.
Zerbinatti
STRANDED ASSETS E O PETRÓLEO NO BRASIL / Especialista em
Stranded Guilherme
Regulação assets e oEduardo
petróleoZerbinatti
no Brasil / Especialista
Papaterra. emJaneiro:
- Rio de Regulação
ESG,
Guilherme
2019.Eduardo Zerbinatti Papaterra. - Rio de Janeiro: ESG, 2019.
XX
61 f.:
f.: il.
il.
1. Petróleo
Petróleo2.–“Pré-sal”
Brasil. 2.
3. Ativos
Pré-sal.
encalhados
3. Ativos 4.encalhados.
Recurso encalhados
4. Recursos
5. Transição 5.
encalhados. Energéticaarbono I. Título.
Transição Energética I. Título.
CDD - 553.28
Although the speed is an unknown, the low carbon economy is global, of a structural
nature and the transition is already underway. In this scenario, the idea that a significant
part of fossil fuel resources have the potential to become stranded triggered a
discussion on the risk of investing in the hydrocarbon sector. The main objective of this
work was to present the theme stranded assets and its implications on Brazilian
petroleum resources. The problem analysis was qualitative and introductory about the
risk of loss of value of these resources. It is inferred that Brazil has between 39 billion
and 48 billion boe in discovered hydrocarbon resources, whose risk of non-production
is very low. In quantitative terms, the country has about 3.7 million km² of sedimentary
areas with little geological knowledge. The estimated amount of undiscovered
prospective recoverable oil resources in Brazil is in the range of 50 to 60 billion barrels.
The estimated amount of undiscovered prospective recoverable oil resources in Brazil
is in the range of 50 to 60 billion barrels. Given that oil E&P projects have a long
maturity, the risk of hydrocarbon stranding these hydrocarbon volume is high. The
conclusion indicates that, given the hypothesis of loss of value of these resources,
acceleration measures in the monetization of already discovered resources,
stimulation of geological and geophysical knowledge in sedimentary areas with low
data and information density and improvements in the environmental licensing process
of the oil and natural gas sector should be prioritized by decision makers.
Keywords: Petroleum - Brazil. Pre-salt. Stranded assets. Stranded resources. Energy
Transition.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 13
O PROBLEMA DOS ATIVOS E RECURSOS “ENCALHADOS”
2 17
DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL ................................................
2.1 DEFINIÇÕES.................................................................................. 18
2.1.1 Ativo e Recurso ............................................................................ 18
2.1.2 Ativos “Encalhados” (Stranded Assets) .................................... 19
2.1.3 Recursos “Encalhados” (Stranded Resources) ........................ 21
2.1.4 Recursos e Reservas de Petróleo e Gás Natural ....................... 22
A 21ª CONFERÊNCIA DAS PARTES (COP21 – ACORDO DE
2.2 25
PARIS) ............................................................................................
2.2.1 O Acordo de Paris e o Brasil ....................................................... 26
2.3 IMPACTO GLOBAL DOS ATIVOS “ENCALHADOS” ...................... 28
ASPECTOS GERAIS DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO (E&P)
3 32
DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL ................................................
3.1 ESTÁGIOS DE E&P ....................................................................... 33
3.1.1 Identificação e Acesso de Oportunidades Exploratórias .......... 34
3.1.2 Exploração .................................................................................... 35
3.1.3 Avaliação ....................................................................................... 36
3.1.4 Desenvolvimento .......................................................................... 37
3.1.5 Produção ....................................................................................... 37
3.1.6 Abandono ...................................................................................... 38
PERÍODO ENTRE OUTORGA E PRIMEIRO ÓLEO OU GÁS
3.2 38
NATURAL .......................................................................................
HIPÓTESE DE RECURSOS E ATIVOS “ENCALHADOS” DE
4 41
PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO BRASIL .................................
RECURSOS E RESERVAS DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL
4.1 41
DO BRASIL ....................................................................................
4.2 POTENCIAL EXPLORATÓRIO DO BRASIL .................................. 43
O RISCO DE ATIVOS E RECURSOS “ENCALHADOS” NO
4.3 49
BRASIL ...........................................................................................
5 CONCLUSÃO ................................................................................ 54
REFERÊNCIAS .............................................................................. 57
13
1 INTRODUÇÃO
1 A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (United Nations Framework
Convention on Climate Change - UNFCCC), elaborada durante a Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Rio 92, tem o
objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que
impeça uma interferência humana perigosa no sistema climático. (BRASIL, 2017c).
2 O conceito de transição energética adotado neste estudo, refere-se a mudança gradual da
dependência de combustíveis fósseis, numa transição para economia de baixo carbono, vide nota
11, diversificando-se a matriz energética com aumento do uso de energia renováveis e limpas. (Nota
nossa).
14
3 Unidade que permite a conversão de um volume de gás natural em volume de óleo equivalente,
com base na equivalência energética entre o petróleo e o gás natural. O fator de conversão equivale
a 1.000 m3 de gás ≈ 6,28981 bbl. (Nota nossa).
4 De acordo com a Resolução ANP 47/2014, os volumes recuperáveis estimados serão classificados
transição entre os continentes e as bacias oceânicas. Situam-se abaixo do nível do mar embora
façam parte do continente. Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
compreende o prolongamento submerso da massa terrestre do Estado costeiro e é constituída pelo
leito e subsolo da plataforma continental, pelo talude e pela elevação continental. Não compreende
nem os grandes fundos oceânicos, com as suas cristas oceânicas, nem o seu subsolo. (UNITED
NATIONS, 1982).
6 De acordo com a Rystad Energy, recursos recuperáveis compreendem a estimativa média dos
(estado do RN) até a bacia da Foz do Amazonas, no extremo norte do País, limítrofe com a Guiana
Francesa. (Nota nossa).
15
9 Recursos encalhados (stranded resources) refere-se a recursos não usados. Ativos encalhados
(stranded assets) é o ativo que está perdendo ou perdeu valor. Por exemplo, os recursos
petrolíferos podem tornar-se “encalhados” se não puderem ser produzidos, investimentos (ativos)
feitos para produzir esses recursos podem tornarem-se “encalhados” se a produção tiver que ser
interrompida. (BOS; GUPTA, 2019). A seção 2.1 apresenta as definições destes termos de forma
pormenorizada. (Nota nossa).
10 Representa um conceito político-estratégico que abrange os espaços oceânicos e ribeirinhos, com
área de 5,7 milhões de km², que compõem as Águas Jurisdicionais Brasileiras. Em virtude de
possuir uma área equivalente a 67% do nosso território terrestre, com dimensão e biodiversidade
semelhantes ao da Amazônia Verde, convencionou-se chamá-la de “Amazônia Azul”. (MARINHA
DO BRASIL, 2019).
11 Economia de baixo carbono é uma configuração propositiva do ambiente de negócios, que
2.1 DEFINIÇÕES
Sob a ótica da teoria contábil, os ativos (assim como os passivos) fazem parte
da contabilidade de uma empresa e são registrados no balanço patrimonial, um
relatório contábil que demonstra a posição financeira e econômica da organização,
úteis à tomada de decisão em relação a investimentos, créditos e similares.
Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (BRASIL,
2018a, p. 144-145, grifo nosso): “Ativo é um recurso controlado no presente pela
entidade como resultado de evento passado. [...] Recurso é um item com
potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios econômicos. [...]”
A forma física não é uma condição necessária para um recurso. O potencial de
serviços ou a capacidade de gerar benefícios econômicos podem surgir diretamente
do próprio recurso ou dos direitos de sua utilização. O controle do recurso envolve a
capacidade da entidade em utilizar o recurso (ou controlar o uso por terceiros) de
modo que haja a geração do potencial de serviços ou dos benefícios econômicos
originados do recurso para o cumprimento dos seus objetivos de prestação de
serviços, entre outros. A definição de ativo exige que o recurso controlado pela
entidade no presente tenha surgido de um evento passado, por meio de
transação com ou sem contraprestação.
19
12 Shale gas ou gás de folhelho é produzido de rochas argilosas ricas em matéria orgânica, que
servem como rocha-fonte, trapa e reservatório para o gás natural. Os folhelhos têm permeabilidade
muito baixa (centenas de nanodarcies) requerendo fraturas naturais ou estimulação por
fraturamento hidráulico. Novas tecnologias, especialmente a perfuração de poços horizontais com
longa extensão combinada com intenso fraturamento hidráulico, permitiram a produção de gás em
vazões econômicas. (BRASIL, 2012).
13 “[…]
result of changes in legislation, regulation, market forces, disruptive innovation, societal norms, or
environmental shocks. […]” (GENERATION FOUNDATION, 2013, p. 21).
21
15Refere-se a dimensão espacial apresentada em Bos e Gupta (2019). Onde os primeiros a chegar
utilizam-se dos seus próprios recursos e dos recursos de outros países para o seu próprio
desenvolvimento, deixando pouco espaço de utilização ambiental para os retardatários se
desenvolverem. (Nota nossa).
22
16
O termo técnico Explotação (do inglês exploitation) refere-se a retirada ou extração de
hidrocarbonetos presentes em reservatórios. Por sua vez, o termo Exploração (do inglês
exploration) refere-se a fase de pesquisa. (Nota nossa).
17 No caso de Recursos Convencionais, o termo Reservatório refere-se a uma formação rochosa de
subsuperfície que contém uma Acumulação natural individual e separada de Petróleo ou Gás
Natural móveis, confinado por rochas/formações impermeáveis, e é caracterizada por um único
sistema de pressão. No caso de Recursos Não Convencionais, este termo refere-se às
Acumulações que abrangem extensa área e não são afetadas significativamente por influências
hidrodinâmicas. (AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS
(Brasil), 2014).
23
Produção
Reservas
Comercial
Volume Descoberto in Place
Comercialidade
Recurso Contigente
Volume in Place
Sub-comercial
Não Recuperável
Recurso Prospectivo
Descoberto in
Volume Não
Não Recuperável
Incerteza
Fonte: Elaboração própria, adaptado de Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (Brasil) (2014, p. 07).
[...]
a) Manter o aumento da temperatura média global bem abaixo
dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar
o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais,
reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e
impactos das mudanças climáticas;
b) Aumentar a capacidade de adaptar-se aos impactos adversos
das mudanças climáticas e fomentar a resiliência ao clima e o
desenvolvimento de baixas emissões de gases de efeito estufa, de
uma forma que não ameace a produção de alimentos; e
c) Promover fluxos financeiros consistentes com um caminho de
baixas emissões de gases de efeito estufa e de desenvolvimento
resiliente ao clima.
[...]19 (UNITED NATIONS, 2015, art. 2o, tradução nossa).
19“[…]
(a) Holding the increase in the global average temperature to well below 2°C above pre-
industrial levels and pursuing efforts to limit the temperature increase to 1.5°C above pre-industrial
levels, recognizing that this would significantly reduce the risks and impacts of climate change;
(b) Increasing the ability to adapt to the adverse impacts of climate change and foster climate
resilience and low greenhouse gas emissions development, in a manner that does not threaten food
production; and
(c) Making finance flows consistent with a pathway towards low greenhouse gas emissions and
climate-resilient development.
[…] (UNITED NATIONS, 2015, art. 2o).
26
em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa
subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos
níveis de 2005, em 2030 (BRASIL, 2017b).
Para isso, o país se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia
sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar
e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação
estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em
2030 (BRASIL, 2017b).
A NDC do Brasil corresponde a uma redução estimada em 66% em termos de
emissões de gases efeito de estufa por unidade do Produto Interno Bruto (PIB)
(intensidade de emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões
em 2030, ambas em relação a 2005. O Brasil, portanto, reduzirá emissões de gases
de efeito estufa no contexto de um aumento contínuo da população e do PIB, bem
como da renda per capita, o que confere ambição a essas metas (BRASIL, 2017b).
Vale destacar também que nos Fundamentos para a Elaboração da
Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (Intended Nationally
Determined Contribution - iNDC) do Brasil há a pretensão de adotar medidas
adicionais que são consistentes com a meta de temperatura de 2°C, em particular:
a) aumentar a participação de biocombustíveis sustentável na matriz
energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030, expandindo o
consumo de biocombustíveis, aumentando a oferta de etanol, inclusive
por meio do aumento da parcela de biocombustíveis avançados (segunda
geração), e aumentando a parcela de biodiesel na mistura do diesel;
b) no setor da energia, alcançar uma participação estimada de 45% de
energias renováveis na composição da matriz energética em 2030,
incluindo:
- expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz
total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030;
- expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando
a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no
fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030,
inclusive pelo aumento da participação de eólica, biomassa e solar;
28
201 Giga tonelada (Gt) = 1 bilhão de toneladas = 1×1015g; 1 kg carbono (C) = 3.664 kg dióxido de
carbono (CO2). (Nota nossa).
30
21
Para esclarecimentos adicionais sobre recursos não convencionais vide notas de rodapé 14 e 25.
(Nota nossa).
22
Grau API igual ou inferior a 10, são petróleos extrapesados. Esta medida da densidade de petróleo
líquido, estabelecida pelo American Petroleum Institute (API), é utilizada para identificação
comercial dos diferentes tipos de petróleo. Quanto menor o grau API, menor o valor comercial do
petróleo. (Nota nossa).
23 A expressão “orçamento de carbono” diz respeito à quantidade acumulada de dióxido de carbono
(CO2) que pode ser emitido ao longo de um determinado período, de forma a se limitar o
aquecimento global. (Nota nossa).
31
24 Água profunda refere-se a águas oceânicas em lâmina d’água entre 300 m e 1.500 m. Ultra
profunda refere-se a águas oceânicas em lâmina d’água superior a 1.500 m. (Nota nossa).
33
Fonte: O autor
3.1 ESTÁGIOS
3.1.2 Exploração
Uma vez adquirido ou tendo obtido acesso a área exploratória, são realizados
estudos geológicos pormenorizados na área de interesse. Analisados este dados e
informações, são programados na sequencia trabalhos adicionais de aquisição de
dados geológicos e geofísicos (em especial aquisição de sísmica de reflexão25) com
o intuito de se encontrar regiões favoráveis e com potencial de ocorrência de petróleo
3.1.3 Avaliação
26 Uma oportunidade exploratória é uma situação geológica que pode envolver vários prospectos em
diversos graus de confiabilidade. Já o prospecto é uma acumulação potencial, mapeada por
geólogos e geofísicos, onde se estima que exista uma acumulação de óleo e/ou gás natural e que
esteja pronta para ser perfurada. Os cinco elementos necessários (geração, migração, reservatório,
selo e trapeamento) para que exista a acumulação devem estar presentes. (PAPATERRA, 2010).
27 É primeiro poço perfurado numa determinada área visando a testar a ocorrência de petróleo ou gás
3.1.4 Desenvolvimento
3.1.5 Produção
3.1.6 Abandono
(AR); água profunda de 400 m a 1500 m (AP); água ultraprofunda a partir de 1500 m (AUP).
(BRASIL, 2018b, p. 14).
29 Refere-se à camada posicionada em diversos horizontes cronoestratigráficos, com exceção da
Gás natural
Petróleo (bbl/d) Data Início de Período
(Mm³/d) Declaração de
Campo Assinatura Produção (B-A)
Comercialidade
(A) (B) (Anos)
Pré-sal Pós-sal Pré-sal Pós-sal
30
Sobre a questão dos ativos encalhados na América do Sul, em especial a Venezuela, recomendados a leitura
dos comentários da seção 2.3 deste trabalho. McGlade e Ekins (2015, p. 190) não considera os volumes
expressivos de hidrocarbonetos da Venezuela como reservas. (Nota nossa).
42
Atualmente o Brasil possui em torno de 280 mil km² de área contratada para
atividades de exploração e produção no Brasil (figura 6), o que equivale a cerca de
7% das áreas com potencial para petróleo e gás natural.
45
33O aproveitamento dos recursos minerais, quando de propriedade do Estado, se dá por meio de
concessão a terceiros do direito de extração. A forma de contraprestação por esse direito de uso
exclusivo é o pagamento de um royalty. No Brasil, as compensações financeiras oriundas da
exploração e produção de petróleo e gás natural são os royalties e a participação especial. Os
royalties incidem sobre o valor da produção do campo e são recolhidos mensalmente. Nos contratos
de concessão a alíquota varia de 5 a 10%, já no contrato de partilha a alíquota é definida em 15%. A
participação especial é a compensação financeira extraordinária devida pelas empresas que
exploram campos com grande volume de produção e/ou grande rentabilidade. (Nota nossa).
52
Ano 2018
A Total Brasil - Royalties (em R$ milhão) 23.353,7
B Total Brasil - Participações Especiais (em R$ milhão) 29.567,1
C Total Brasil - Compensão Financeira [A+B] (em R$ 1000) 52.920,8
D Produção de petróleo (mihões de barris) 944,12
E Produção de gás natural (bilhões de m³) 32,84
F Produção boe [D+E] (mihões de barris) 1.221,9
G Preço médio anual do petróleo do tipos Brent (US$/barril) 71,3
H Taxa de câmbio (R$ / US$) 3,654
I Receitas da compensação financeira [(C/F)/H] (US$/barril) 11,9
Recursos Prospectivos Recuperáveis
J Preço fixo médio do petróleo tipo Brent (US$/barril) 60,0
L Volume potencial (bilhões de barris) 50,0 60,0
M Potencial receita da compensação financeira [(J*I)/G] (US$/barril) 9,97
N Potencial acumulado de compensação financeira (L*M) (US$bilhões) 498,60 598,32
Fonte: O autor, com informações de Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (Brasil) (2018a).
5 CONCLUSÃO
34 "[…] an asset which loses economic value well ahead of its anticipated useful life, whether that is a
result of changes in legislation, regulation, market forces, disruptive innovation, societal norms, or
environmental shocks. […]” (GENERATION FOUNDATION, 2013, p. 21).
55
REFERÊNCIAS
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