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1 DIREITO CONSTITUCIONAL I
(2º período)
Prof. Me.
Wilson Francisco Domingues
1ª parte
Direito Constitucional
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
Estado de Direito e Estado Democrático de Direito
Poder Constituinte e Constituição
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988
Princípios e Regras
Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Direitos e Garantias Fundamentais em Espécie
Remédios Constitucionais
2 Direito
Ordenamento Jurídico Positivo
1) Direito Público; e
2) Direito Privado.
3 Direito
Direito Público
Direito Privado
1
13/08/2019
5 Direito
Exemplos de Normas de Direito Público:
→ num dos polos da relação jurídica, estabelecida nestas hipóteses, está o Poder
Público.
6 Direito
Exemplos de Normas de Direito Privado:
7 Direito
OBS: Esse critério não absoluto
→ “Esse fator subjetivo é insatisfatório para fundamentar essa distinção”, pois muitas
2
13/08/2019
→ “Esse fator subjetivo é insatisfatório para fundamentar essa distinção”, pois muitas
vezes o Estado se coloca no mesmo patamar dos particulares, submetendo-se as
normas de Direito Privado. (Miguel Reale, Lições Preliminares de Direito)
→ Estado estará adstrito as normas sobre Responsabilidade Civil (de Direito Civil), se
equiparando nessa relação jurídica aos particulares.
2) Outro critério coloca que o Direito Público = são normas destinadas a disciplinar
interesses gerais da Coletividade.
8 Direito Público
Divisão Direito Público e Privado → portanto é mais para fins didáticos.
SUBDIVISÃO:
Direito Público Externo
Direito Público
Direito Público Interno
SUBDIVISÃO:
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Público Interno Direito Tributário
Direito Financeiro
Direito Processual (Civil e Penal)
Direito Judiciário
Direito Penal
Direito Previdenciário
Direito Eleitoral
Direito Ambiental
3
13/08/2019
11 Direito Constitucional
Ramo do Direito que:
→ estabelece as bases, a organização e o exercício do Poder Político de um Estado;
→ e que garante os Direitos Fundamentais ao povo.
12 Direito Constitucional
Teoria da Validade do Ordenamento Jurídico de Hans Kelsen
→ as normas se subordinam umas as outras, hierarquicamente, obedecendo-se uma
estrutura de pirâmide, onde as normas constitucionais encontram-se no mais alto
nível dentro do Ordenamento Jurídico Nacional:
13 Direito Constitucional
Definições doutrinárias:
14 Direito Constitucional
Definições doutrinárias:
4
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15 Constitucionalismo
ABSOLUTISMO vs. LIBERALISMO
CONSTITUCIONALISMO
→ movimento que surge a partir das lutas do Povo contra o Absolutismo do Estado.
16 Constitucionalismo
Movimento Constitucionalista
→ surge com o fim de impor um governo moderado, sem abusos e defensor das
liberdades individuais.
DOUTRINA: “Esse visa a estabelecer em toda parte regimes constitucionais, quer dizer,
governos moderados, limitados em seus poderes, submetidos a Constituições escritas.”
(Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional)
17 Constitucionalismo
Constituição = Documento fundamental do Estado
18 Constitucionalismo
Definições doutrinárias:
5
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Definições doutrinárias:
19 Constitucionalismo
Definições doutrinárias:
6
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Estado.
→ o regime constitucional grego traçava diferentes funções estatais, distribuídas a
diferentes detentores, que eram escolhidos por sorteio para determinado tempo,
sendo permitido o acesso a esses cargos públicos por qualquer cidadão.
Inglaterra:
Carta Magna Libertatum (ano de 1.215) → não se limitava apenas a impor balizas à
atuação soberana, mas também garantir direitos individuais em oposição à enorme
opressão estatal da época.
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8
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29 Neoconstitucionalismo
Como as Constituições
→ mais contemporaneamente foram alçadas a um novo patamar dentro do
Ordenamento Jurídico;
→ de documentos vinculantes dos Poderes Públicos;
→ dotadas de efetividade e de aplicabilidade (imperatividade das normas
constitucionais);
→ essa imperatividade passou a não ser só dos Poderes Públicos, mas também sobre
as relações privadas.
30 Neoconstitucionalismo
Neoconstitucionalismo → surge mais recentemente, a partir da interpretação
jurisprudencial da Constituição pelas Cortes Constitucionais.
31 Neoconstitucionalismo
Constituição
9
13/08/2019
32 Neoconstitucionalismo
DOUTRINA: “O neoconstitucionalismo nasce, assim, marcado por uma primazia da
aplicação direta da Constituição, orientada especialmente por princípios, e fundado em
uma forte atividade judicial, que faz da efetividade dos direitos fundamentais sua
principal razão de ser. [...] O neoconstitucionalismo adota, portanto, o caráter de
mecanismo ou técnica de efetividade do texto constitucional, especialmente dos direitos
fundamentais [...].” (Luiz Alberto David de Araújo, Curso de Direito Constitucional)
33 Neoconstitucionalismo
DOUTRINA:
“Constitucionalización del ordenamiento jurídico podemos entender um proceso de
transformación de um ordenamiento, al término del cual, el ordenamiento em cuestión
resulta totalmente impregnado por lãs normas constitucionales. Un ordenamiento
jurídico constitucionalizado se caracteriza por uma Constitución extremadamente
invasora, entrometida (pervasiva, invadente) capaz de condicionar tanto la legislación
como la jurisprudencia y el estilo doctrinal, la acción de los actores políticos, así como
las relaciones sociales.” (Ricardo Guastini, Neoconstitucionalismo(s)) (GN)
34 Estado Constitucional
Estado 1) Estado de Direito
Constitucional
2) Estado Democrático de Direito
35 Estado de Direito
Componentes:
2.º) o Direito → enquanto conjunto de normas jurídicas que regem uma sociedade.
10
13/08/2019
36 Estado de Direito
Supremacia da legalidade
37 Estado de Direito
DOUTRINA: “O Estado de Direito caracteriza-se por apresentar as seguintes premissas:
(1) primazia da lei; (2) sistema hierárquico de normas [...]; (3) observância obrigatória
da legalidade pela administração pública; (4) separação de poderes como garantia da
liberdade ou controle de possíveis abusos; (5) reconhecimento da personalidade jurídica
do Estado, que mantém relações jurídicas com os cidadãos; (6) reconhecimento e
garantia dos direitos fundamentais incorporados à ordem constitucional; (7) em alguns
casos, existência de controle de constitucionalidade das leis [...].” (Alexandre de Moraes,
Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional)
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13/08/2019
Art. 1.º, p. ú. → “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Art. 14 → “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto
e secreto, com valor igual para todos [...]”.
→ o povo ainda pode ser consultado por meio de plebiscito e “referendum” (incisos I
e II), bem como propor projetos de Lei de iniciativa popular (inciso III).
43 Constituição
Definições:
12
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Definições:
No Brasil:
→ a primeira Constituição foi a do Império – 1824.
44 Constituição
Definição doutrinária:
45 Constituição
Conceitos de Constituição: (cf. Luiz Alberto David de Araújo e Vidal Serrano Nunes
Júnior, in Curso de Direito Constitucional)
46 Constituição
Conceitos de Constituição:
13
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realizados.
47 Constituição
Tipos:
48 Constituição
Tipos:
49 Constituição
Classificação:
a) Quanto à Origem
50 Constituição
14
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Classificação:
b) Quanto à Mutabilidade
b1) Flexível → aquela que não exige, para sua alteração, nenhum processo legislativo
mais solene, considerando o previsto para a Lei Ordinária. P. ex.: Constituição da
Inglaterra.
b2) Rígida → aquela que, para sua alteração, exige-se um processo legislativo mais
solene e difícil do que o estabelecido para a Lei Ordinária.
P.ex.: Constituição Federal de 1988, onde a proposta de Emenda Constitucional tem
iniciativa restrita (art. 60) e a proposta de Lei Ordinária tem iniciativa geral (art. 61); a
aprovação de Lei Ordinária é por maioria simples (art. 47) e a aprovação de Emenda
Constitucional é por maioria qualificada de 3/5 (art. 60, §2.º) .
51 Constituição
Classificação:
b) Quanto à Mutabilidade
→ para a alteração de uma parte exige-se um processo mais solene e difícil do que
aquele exigido para a Lei Ordinária.
→ em outra parte apresenta, para sua alteração, a mesma forma que a de aprovação
de uma Lei Ordinária.
52 Constituição
Classificação:
c) Quanto à Forma
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53 Constituição
Classificação:
d) Quanto ao Conteúdo
d1) Material
d2) Formal
d1) Material
→ partindo do conceito político da Constituição, algumas matérias são tipicamente
constitucionais, mesmo se não constarem de uma Constituição escrita.
54 Constituição
Normas materialmente constitucionais:
55 Constituição
d2) Formal
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56 Constituição
d2) Formal
P.ex.:
1) art. 231 (trata dos índios);
2) art. 242 (menciona o Colégio Pedro II no Rio de Janeiro);
3) art. 244 (trata de adaptação para garantir acessibilidade às pessoas portadoras de
deficiência).
57 Constituição
DOUTRINA: “Indubitavelmente, existe um núcleo material nas Constituições sem o qual
não se pode falar em Estado. Se este pressupõe organização e se esta é fornecida por
instrumentos normativos cogentes, imperativos, derivam eles do exercício do poder.
Assim, é norma substancialmente constitucional aquela que identifica o titular do
poder. [...] Anotamos que não é relevante, juridicamente, a identificação de matéria
constitucional e de outra, que, embora na Constituição, não seria constitucional. Isto
porque o critério de modificação, gerador de preceitos de porte constitucional, é o
mesmo para todas as normas [...]” (Michel Temer, Elementos de Direito Constitucional)
(GN)
58 Constituição
Classificação:
e) Quanto à Sistemática
e1) Reduzida
→ representada por um Código único, sistematizado.
P.ex.: Constituição Federal de 1988
e2) Variada
→ quando os textos estão espalhados em diversos diplomas legais distintos.
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59 Poder Constituinte
Definições e Apontamentos Preliminares:
Poder Constituinte
→ poder de elaboração de uma Constituição.
Legislador Constituinte
→ é o responsável pela elaboração do texto constitucional.
→ o faz por força do Poder Constituinte (Originário).
60 Poder Constituinte
DOUTRINA: “O poder constituinte [...] envolve a manifestação de vontade de quem o
exerce e o consentimento ou sujeição de quem a ele se submete. [...] Na sua essência,
portanto, o poder constituinte consiste na capacidade de elaborar uma Constituição e
de determinar sua observância.” (Luís Roberto Barroso, Curso de Direito Constitucional
Contemporâneo)
61 Poder Constituinte
Manifestações do Poder Constituinte
62 Poder Constituinte
Manifestações do Poder Constituinte
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64 Poder Constituinte
Tipos:
b) Derivado
b1) Reformador
→ consiste na possibilidade de se reformar (alterar/emendar) o texto constitucional,
respeitando-se o procedimento previsto na própria Constituição.
b1) Decorrente
→ consiste na possibilidade que os Estados Membros têm de, em razão de sua
autonomia político administrativa, se auto organizarem por meio de suas próprias
Constituições Estaduais, respeitando-se, sempre, as normas limitativas estabelecidas
na Constituição Federal.
66 Poder Constituinte
Poder Constituinte Originário
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67 Poder Constituinte
Poder Constituinte Derivado
68 Poder Constituinte
Poder Constituinte Derivado Decorrente
69 Poder Constituinte
Poder Constituinte Decorrente
→ deve observância ao chamado “Princípio da Simetria”.
P.ex.: a Separação dos Poderes que deve ser reproduzida nas Constituições Estaduais
(art. 2.º, CF/88); as hipóteses de iniciativa reservada do Chefe do Executivo Federal
(art. 61, §1.º, CF/88) que deve ser aplicada, no que couber, aos chefes do Poder
Executivo Estadual e Municipal; e etc.
70 Poder Constituinte
20
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a) inicial → inaugura uma nova Ordem Jurídica, revogando a Constituição anterior (se
existente) e os dispositivos infraconstitucionais antes produzidos e incompatíveis com
ela;
c) ilimitado → não se reporta à Ordem Jurídica anterior, podendo compor uma nova
Ordem sem qualquer limite para a criação;
71 Poder Constituinte
Características do Poder Constituinte Derivado
a) limitação → a Constituição impõe limites a sua alteração. P.ex.: art. 60, §4º
(cláusulas pétreas - áreas imutáveis);
P.ex.: art. 60, I, II e III (dificuldade maior da iniciativa); quórum mais elevado com
relação à Lei Ordinária e 2 turnos de votação (art. 60, §2º); impossibilidade de
reapresentação de projeto de emenda na mesma Sessão Legislativa (art. 60, §5º),
enquanto a Lei Ordinária pode ser reapresentada desde que o pedido seja feito pela
maioria absoluta de qualquer uma das Casas (art. 67).
72 Poder Constituinte
Limites Explícitos ao Poder Constituinte Derivado:
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73 Poder Constituinte
Limites Explícitos ao Poder Constituinte Derivado:
74 Poder Constituinte
Limites Implícitos ao Poder Constituinte Derivado:
→ por conta de todo o sistema constitucional algumas disposições não podem ser
alteradas, mesmo não havendo restrição explícita no corpo da Constituição.
P.ex.: Fundamentos e Objetivos do Estado Brasileiro (incisos I a V, art. 1.º e art. 3.º,
CF/88); Procedimento traçado pelo Constituinte Originário (art. 60, CF/88).
75 Poder Constituinte
Formas de Mudança Constitucional
“Art. 3.º - A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral”.
76 Poder Constituinte
Poder Constituinte Derivado
≠
Poder Constituinte Revisional
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77 Poder Constituinte
Poder Constituinte Revisional
→ não pode ocorrer mais vezes, pois o art. 3.º do ADCT trazia a ideia de apenas uma
revisão.
→ agora todas as alterações no texto constitucional devem ser feitas por meio de
Emendas.
→ grande parte das normas anteriores serão compatíveis com a nova Constituição,
sendo, portanto, recepcionadas por esta.
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→ significa a revalidação de norma revogada por uma Constituição anterior, mas que
viesse a apresentar compatibilidade com a Constituição mais atual.
Ex.: Imagine uma norma editada sob a égide da Constituição de 1946 e que tenha
sido revogada, por incompatibilidade, pela Constituição de 1967. Caso essa norma
fosse compatível com a atual Constituição de 1988, ela estaria automaticamente
revalidada pelo instituto da repristinação.
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P.ex: 1) art. 20; 2) art. 21; 4) art. 22; 5) art. 24; 6) art. 28, todos da CF/88; e etc.
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DOUTRINA: “O Supremo Tribunal Federal considerou de eficácia plena o art. 7º, que
reconheceu licença-maternidade, sem necessidade de qualquer fonte de custeio
específica (cf. RE 220.613, Rel. Min. limar Galvão). Também é de eficácia plena o art. 8º,
IV, que trata da contribuição confederativa, obrigando-a, no entanto, apenas aos
filiados à entidade sindical (RE 176.696-SP, Rel. Min. Celso de Meilo, RTJ, 170:648-50).”
(Luiz Alberto David de Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior, Curso de Direito
Constitucional)
OBS: Em 29/06/2018, na ADI n.º 5794, o STF entendeu que a contribuição sindical
não é obrigatória e sim facultativa.
P.ex.: 1) art. 5º, inc. XIII; 2) art. 5º, inc. VII; 3) art. 5º, XXXIII; 4) art. 37, inc. I, todos da
CF/88; e etc.
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Subdivide-se em:
3.1) Normas de Princípio Institutivo;
3.2) Normas de Princípio Programático.
→ são aquelas que trazem esquemas gerais de estruturação das instituições, dos
órgãos ou de entidades públicas.
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P.ex.: art. 90, §2º; art. 113; art. 161, I; art. 224, todos da CF/88; e etc.
P.ex.: art. 197; art. 206, p.ú., art. 215, §3.º; art. 227, §2.º todos da CF/88; e etc.
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DOUTRINA: “Alterou de tal forma o sistema, sem qualquer respeito aos limites fixados
pela Carta Magna – que já vinha sendo alterada por atos institucionais, baixados pela
Junta Militar –, que é entendida como ato do Poder Constituinte Originário.” (Luiz
Alberto David de Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior, Curso de Direito
Constitucional)
112 Histórico das Constituições Brasileiras
Constituição de 1967
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→ Preâmbulo
→ Títulos I a IX
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Conceito
→ é a parte que precede um texto constitucional.
→ “preambulus” (latim) que significa “o que caminha na frente” ou “o que precede”.
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Contextual à Constituição)
Função Valorativa
→ reflete a opinião pública sob a qual a Constituição foi elaborada.
→ são diretivas “políticas, morais e filosóficas” do regime constitucional (Hans Kelsen,
Teoria Geral do Direito e do Estado).
→ não pode ser esquecido pelos agentes públicos no exercício de seus poderes.
DOUTRINA: “É preciso admitir que o preâmbulo não é ato juridicamente irrelevante. Ele
foi aprovado juntamente com a Constituição e às vezes de maneira até mesmo mais
explícita expõe certos pontos que mais adiante serão retomados pelo texto
constitucional.” (Celso Ribeiro Bastos, apud José Carlos Souza Silva, Princípios
Fundamentais do Estado Brasileiro)
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08.8.2003) (GN)
Regras ≠ Princípios
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Regras ≠ Princípios
DOUTRINA:
“...prescrevem imperativamente uma exigência (impõe, permitem ou proíbem)...” (J.J.
Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição);
“...há de fazer exatamente o que ela exige, sem mais nem menos ... contêm
determinações (definitivas) no âmbito do fático e juridicamente possível...” (Robert
Alexy, Teoria dos Direitos Fundamentais).
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específico e se expandem por todas as decisões que deverão ser tomadas pelo
Administrador Público.
135 Princípios Constitucionais
CF/88 - Três Tipos de Princípios Constitucionais (cf. Luís Roberto Barroso)
P.ex.: 1) Princípios Republicano (art. 1.º, caput, CF/88); 2) Princípio Federativo (art. 1.º,
caput, CF/88); 3) Princípio do Estado Democrático de Direito (art. 1.º, caput, CF/88); 4)
Princípio da Separação de Poderes (art. 2.º, CF/88); 5) Princípio Presidencialista (art.
76, CF/88) e etc.
136 Princípios Constitucionais
CF/88 - Traz 3 Tipos de Princípios Constitucionais (cf. Luís Roberto Barroso)
b) Princípios Gerais
→ envolvem temas da Teoria Geral do Direito Constitucional.
→ são princípios informadores do Ordenamento Jurídico.
P.ex.: 1) Princípio da legalidade (art. 5.º, II, CF/88); 2) princípio da isonomia (art. 5.º,
caput e inciso I, CF/88); 3) princípio do acesso à Justiça (art. 5.º, XXXV, CF/88); 4)
princípio da segurança jurídica (art. 5.º, XXXVI, CF/88); 5) princípio do Juiz natural (art.
5.º, XXXVII e LIII, CF/88); 6) princípio do devido processo legal (art. 5.º, LIV, CF/88); e
etc.
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DOUTRINA: “[...] no Estado federal os poderes dos Estados singulares são inteiramente
subordinados à entidade comum, única que os representa unitariamente. Base de um
Estado federal não é um tratado, mas uma “constituição”, pela qual se determinam a
estrutura e a competência tanto dos órgãos centrais, como dos órgãos particulares ou
locais.” (Giorgio Del Vecchio, Teoria do Estado)
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DOUTRINA: “Esse modelo republicano impõe ao Estado ser governado por pessoas
eleitas pelo eleitorado, garantindo, assim, que o poder político não será objeto de
hereditariedade, e que só será transmitido ou transferido por decisão do povo.” (José
Carlos Sousa Silva, Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro)
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DOUTRINA: “é, portanto, estabelecer quem deve exercer o poder e como este se exerce.
A mais notória característica formal das repúblicas é a necessidade de alternância no
poder. [...] O conceito de república, hoje, encontra-se irremediavelmente imbricado com
o princípio democrático e com o princípio da igualdade (ausência de privilégios em
razão da estirpe). Em suma, a república é a forma de governo fundada na igualdade
jurídica das pessoas, em que os detentores do poder político exercem-no em caráter
eletivo, representativo, transitório e com responsabilidade.” (Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado)
DOUTRINA: “Em suas origens o conceito de ‘Estado de Direito’ estava ligado tão
somente à ideia de limitação do poder e sujeição do governo a leis gerais e abstratas. A
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DOUTRINA: “...no Brasil o povo é o dono, o sujeito, o titular do poder político, que
exerce através de seus representantes eleitos ou diretamente, conforme as normas
constitucionais. [...] A origem do poder político está na própria capacidade do povo no
exercício do direito de votar [...]. É muito importante o povo ter plena consciência dessa
sua imensa responsabilidade como verdadeira fonte do poder político.” (José Carlos
Souza Silva, Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro)
Semidireta ou Participativa
→ conjuga-se a representatividade (indireta) pelas autoridades;
→ com os institutos da Democracia direta (plebiscito, referendum e projetos de
iniciativa popular).
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No Plano Interno
→ é superior a todas as demais manifestações de poder dentro da sociedade.
→ é a autoridade (poder) do Estado dentro da sociedade.
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Cidadania
→ termo deriva do latim “civitas” e “activa civitatis”, que significa os laços que
prendem um cidadão a uma organização política, dotando-o de prerrogativas para
influenciar nas decisões políticas do Estado.
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→ traduz a importância que o povo tem no exercício dos Poderes Políticos do Estado.
DOUTRINA: “Porém, não se restringe ao voto [...] o voto é apenas uma etapa desse
processo. Todas as vezes que um cidadão se posiciona frente a atuação estatal,
criticando ou apoiando determinada medida, está realizando um exercício de
cidadania”. (Walber de Moura Agra, Comentários à Constituição do Brasil)
→ significa que o Estado brasileiro tem sua organização concentrada no ser humano.
→ o nosso Estado não se funda na propriedade, nas classes sociais, nas corporações,
nas organizações religiosas ou no próprio Estado (como nos regimes totalitários), ele
se funda na pessoa humana.
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orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-
jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em
consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam,
em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do direito,
notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e
familiares.” (RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16-8-2011, Segunda Turma)
→ então o Estado deve valorizar o trabalho e a livre iniciativa para que haja progresso
e bem estar sociais.
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gerar serviços e empregos [...]. A livre iniciativa é importantíssima. Ela precisa de apoio
estatal para crescer [...] podendo assim se constituir num excelente apoio para o próprio
Estado cumprir sua missão diante do povo [...]. O modelo econômico brasileiro precisa,
a todo instante, não desrespeitar os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
justamente para que os seus objetivos não alcancem apenas alguns poucos e de forma
injusta e privilegiada.” (José Carlos Souza Silva, Princípios Fundamentais do Estado
Brasileiro)
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número ilimitado e possam divergir à vontade, sem restrição alguma.” (José Carlos
Souza Silva, Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro)
181 Princípios Fundamentais do Estado Democrático de Direito Brasileiro
Já se decidiu: “LIBERDADE DE IMPRENSA (CF, ART. 5º, IV, c/c O ART. 220).
JORNALISTAS. DIREITO DE CRÍTICA. PRERROGATIVA CONSTITUCIONAL CUJO
SUPORTE LEGITIMADOR REPOUSA NO PLURALISMO POLÍTICO (CF, ART. 1º, V), QUE
REPRESENTA UM DOS FUNDAMENTOS INERENTES AO REGIME DEMOCRÁTICO. O
EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÍTICA INSPIRADO POR RAZÕES DE INTERESSE PÚBLICO:
UMA PRÁTICA INESTIMÁVEL DE LIBERDADE A SER PRESERVADA CONTRA ENSAIOS
AUTORITÁRIOS DE REPRESSÃO PENAL A CRÍTICA JORNALÍSTICA E AS AUTORIDADES
PÚBLICAS. A ARENA POLÍTICA: UM ESPAÇO DE DISSENSO POR EXCELÊNCIA.” (STF -
Pet: 3486 DF, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 26/10/2005, Data
de Publicação: DJ 09/11/2005)
→ tinha o fim de evitar, com isso, abusos de poder pela autoridade do Estado.
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Na obra “Segundo Tratado sobre o Governo” → apontava uma divisão dos poderes do
Estado, entre Legislativo, Executivo, Federativo e Prerrogativo.
Executivo → exercido pelo Rei, era responsável pela aplicação dessas normas
jurídicas;
Charles de Montesquieu (1689 - 1755) → na obra “Do Espírito das Leis” → apontava
para uma divisão dos poderes do Estado em:
Poder Executivo → cabia executar as leis, bem como impedir que sejam criadas, pelo
Parlamento, leis contrárias aos interesses gerais.
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Art. 2.º → Três Poderes “independentes e harmônicos entre si” no nosso atual padrão
de Estado:
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Art. 60, §4.º, III, CF/88 → a separação de poderes foi protegida (pretrificada), não
podendo ser objeto de proposta de emenda constitucional tendente a aboli-la.
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Funções Típicas:
Poder Judiciário → legislar por meio de Súmulas Vinculantes (art. 103-A) e de seus
Regimentos Internos – art. 96, I, ‘a’.
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Controle Recíproco
Exs.: 1) art. 49, V (sustar atos normativos que exorbitem o poder regulamentar); 2)
arts. 57, IV e 66, §4.º (deliberar sobre o veto presidencial, podendo derrubá-lo); 3) e
etc. (art. 36, §1.º; art. 49, I, IX, X e XI; art. 73, §2.º, I; art. 101, p.ú.; art. 104, p.ú.);
Exs.: 1) art. 52, II (processar e julgar os Ministros do STF e os membros do CNJ); 2) art.
58, §3.º (possibilidade de criação de Comissões Parlamentares de Inquérito com
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais); e 3) etc (art. 48, VIII; e
XV)
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e urgência, com força de lei); 2) art. 66 (sanção ou veto presidencial aos projetos de
lei) e 3) etc (art. 63; art. 71, §2.º, I).
Exs.: 1) art. 101, p.ú. (escolha dos Ministros do STF); 2) art. 104, p.ú. (escolha dos
Ministros do STJ); e 3) etc. (84, XII).
Exs.: 1) art. 5.º, LI e LII (não permitir que a Presidência conceda extradição em caso de
ausência de requisitos constitucionais e legais); 2) art. 102, II, ‘b’ (competência do STF
para julgar a Presidência e a Vice Presidência pela prática de infrações penais
comuns) e 3) etc. (art. 96, I, ‘e’; art. 97; art. 102, I, ‘a’).
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23-04-2004) (GN)
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”
DOUTRINA: “Este artigo [...] corresponde a formar uma sociedade dotada dos valores
supremos dos direitos sociais e individuais, tais como a liberdade, a segurança, o bem
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça – que é aquela sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos e fundada na harmonia social.” (José Afonso da Silva,
Comentário Contextual à Constituição)
→ que dá definição ao princípio da igualdade (art. 5.º, caput e inciso I; art. 7.º, XXX,
XXXI e XXXII).
→ aponta fins (positivos) a serem alcançados pelo Estado com a aplicação dos outros
preceitos trazidos na Constituição.
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“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”
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Preconceito de sexo
CF/88 → exs.: art. 5.º, I; art. 3.º, IV; art. 7.º, XXX, art. 40, III c.c. art. 201, §7.º.
→ são formas de discriminação por racismo (teoria que prega a existência de raças
superiores e inferiores).
→ para o Estado brasileiro não bastam ações negativas (p/ impedir o preconceito).
→ prevê várias ações afirmativas (p.ex. reserva de vagas no ensino superior , reserva
de vagas em concursos públicos).
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Preconceito de idade
→ p.ex. nas relações de emprego (pessoas mais idosas ou mais novas) pela diferença
de salários.
→ admite-se apenas a distinção com relação ao menor aprendiz (art. 7.º, XXXIII,
CF/88).
→ esses princípios previstos nos incisos do art. 4.º (norma de eficácia plena) são de
observância obrigatória.
Independência nacional
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Independência nacional
→ é a face externa da soberania.
No Plano Internacional
→ significa que não precisamos acatar regras que não aceitarmos voluntariamente.
→ e que estamos em pé de igualdade com os poderes supremos dos demais Estados
estrangeiros.
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Estado Brasileiro)
→ que significa que todos os povos têm direito de estabelecer, livremente, sua
condição política.
DOUTRINA: “Assegura o direito de ser independente nas relações com outros países
diante da possibilidade de escolher a sua própria forma de governo. [...] Face a esse
princípio nenhum Estado, no mundo, tem direito de impor, pela forma direta ou
indireta, soluções nos negócios políticos ou econômicos de outros Estados.” (José Carlos
Souza Silva, Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro)
Não Intervenção
→ significa que nenhum Estado pode ingerir-se nos assuntos internos e externos dos
outros Estados.
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Defesa da Paz
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→ art. 4.º, Constituição de 1981; art. 4.º, Constituição de 1934; art. 4.º, Constituição de
1946; art. 7.º, Constituição de 1967 e EC/1969.
→ rejeição pelo Estado brasileiro por entender que o terrorismo e o racismo são
modos desumanos de atuação.
DOUTRINA: “... não são aceitáveis e assim o Brasil apresenta ao mundo a sua posição
em respeito a todas as pessoas, tratando-as igualmente e pretendendo que os demais
países desse modo procedam.” (José Carlos Souza Silva, Princípios Fundamentais do
Estado Brasileiro)
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DOUTRINA: “O progresso não deve ser privilégio de poucos, mas deve constituir-se
numa concretização em favor de todos, entre os quais estejam beneficiados pobres e
ricos, sem nenhuma discriminação. Assim é possível falar em progresso da
humanidade.” (José Carlos Souza Silva, Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro)
→ é concedido para quem, em seu próprio país, se sinta ameaçado pelo Estado, por
divergências de ideologia ou qualquer escolha de fundo cultural ou de opinião.
CF/88 → prevê o asilo político sem restrições, como direito fundamental do homem,
nos termos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão – art. XIV.
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→ formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador,
Colômbia, Guiana e Surinane.
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→ mas existem outros direitos fundamentais elencados fora do art. 5º, conforme seu
§2º que prevê:
Art. 5º, §2º, CF/88 → “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
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Garantias Fundamentais
CF/88 → previu também diversos mecanismos processuais para defesa dos direitos
fundamentais
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2) Habeas Data;
3) Mandado de Segurança (individual e coletivo);
4) Ação Civil Pública;
5) Ação Popular;
6) Ações de Controle da Constitucionalidade (Ação Direta de Inconstitucionalidade –
ADIN; Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADECON; e Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF).
249 Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Direitos Fundamentais ≠ Garantias Fundamentais
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DOUTRINA: “O recado dado pela burguesia para o governante [...] era bastante direto:
proteja minha propriedade (direito ‘sagrado e inviolável’, de acordo com a declaração
francesa), cumpra a lei que meus representantes aprovarem (principio da legalidade) e
não se meta em meus negócios, nem em minha vida particular, especialmente na
escolha de minha religião. Eis a explicação para a consagração de inúmeros direitos de
liberdade: liberdade de reunião, liberdade de expressão, liberdade comercial, liberdade
de profissão, liberdade religiosa etc.” (George Marmelstein, Curso de Direitos
Fundamentais).
→ as classes menos favorecidas clamavam por uma igualdade real e não meramente
formal (descrita em papéis).
→ e o Estado para conseguir garantir a paz social, perante a classe operária, começa
então a conceder esses direitos .
P.ex.: direitos dos trabalhadores (salário mínimo, piso salarial, férias, limitação da
jornada diária de trabalho, direito de greve e sindicalização) direitos sociais
(alimentação, saúde, educação, moradia, assistência social), etc.
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No Brasil
Constituição de 1946 → que previu, com maior amplitude, direitos sociais como a
aposentadoria, a educação, a assistência social, bem como outros direitos dos
trabalhadores.
→ nesse cenário surgem inúmeros Tratados Internacionais, firmados por vários países,
legitimando-se esses valores ligados à dignidade da pessoa humana.
DOUTRINA: “Esses novos direitos visam a proteção de todo o gênero humano e não
apenas de um grupo de indivíduos. No rol desses direitos, citam-se o direito ao
desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente, o direito de propriedade
sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação.” (George
Marmelstein, Curso de Direitos Fundamentais)
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DOUTRINA: “...o ideal é considerar que todos os direitos fundamentais podem ser
analisados e compreendidos em múltiplas dimensões, ou seja, na dimensão individual-
liberal (primeira dimensão), na dimensão social (segunda dimensão), na dimensão de
solidariedade (terceira dimensão), na dimensão democrática (quarta dimensão) e assim
sucessivamente.” (George Marmelstein, Curso de Direitos Fundamentais)
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(1) a historicidade:
→ os direitos fundamentais não surgiram do nada, são o resultado de um processo
histórico de conquistas.
(2) a imprescritibilidade:
→ os direitos fundamentais não prescrevem. Eles são permanentes e nunca deixam
de ser exigíveis.
(3) a irrenunciabilidade:
→ não podem ser renunciados. Podem até não ser exercidos, porém não podem ser
renunciados por seus titulares.
DOUTRINA: “...a aderência desses direitos à condição humana faz com que a renúncia
a eles traduza, em última análise, a renúncia da própria condição humana, que, por
sua natureza, é irrealizável.” (Luiz Alberto David Araujo, Curso de Direito
Constitucional)
(4) a inalienabilidade/indisponibilidade:
→ os direitos fundamentais não podem ser transferidos ou negociados, de forma
gratuita ou onerosa, uma vez que são direitos indisponíveis.
(5) a inviolabilidade:
→ os direitos fundamentais não podem ser desrespeitados ou violados por nenhuma
autoridade pública.
(6) a universalidade:
→ os direitos fundamentais são dirigidos a todo ser humano em geral, sem restrições,
independente de sua raça, credo, nacionalidade, convicção política e etc.
OBS: mas vale lembrar que a CF/88 também traz direitos fundamentais específicos a
determinada categoria de pessoas, como, por exemplo, aos trabalhadores (art. 7.º),
aos idosos (art. 230) e etc.
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(7) a efetividade:
→ é dever do Poder Público atuar para a garantia da efetivação máxima dos direitos
fundamentais.
(8) a interdependência/inter-relação:
→ os direitos fundamentais interagem-se entre si, influenciando uns aos outros
reciprocamente.
→ há entre os direitos fundamentais uma mútua relação de dependência, onde uns
complementam os outros.
(9) a concorrência:
→ os direitos fundamentais podem ser exercidos cumulativamente pelas pessoas.
→ refere-se a possibilidade de um único titular, em um só momento, vir a exercer,
simultaneamente, mais de um direito fundamental.
(10) a complementaridade:
→ os direitos fundamentais devem ser interpretados de forma conjunta, não
isoladamente.
(11) a autogeneratividade:
→ os direitos fundamentais são gerados no tempo, sem que os direitos,
anteriormente adquiridos pelo povo, sejam desqualificados.
(12) a limitabilidade:
→ os direitos fundamentais não são absolutos, podendo estes sofrer limitações por
outros valores consagrados na Constituição ou mesmo por outros direitos
fundamentais.
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→ por isso, necessitam de uma proteção normativa especial para não serem
negociados no jogo político.
→ encontram-se na parte mais alta da pirâmide do Ordenamento Jurídico (segundo
Kelsen).
→ gozam, então, de supremacia formal e material perante as demais normas jurídicas
existentes no sistema.
→ uma vez que representam verdadeiros fundamentos éticos de todo o ordenamento
jurídico e do Estado brasileiro.
→ dessa aplicação imediata emergem, desde logo, direitos subjetivos ao povo, sem a
necessidade de qualquer regulamentação posterior.
(3) colocação como cláusulas pétreas (cf. art. 60, §4º, inc. IV, CF/88):
→ não podem ser objeto de alteração legislativa, por meio de projeto de emenda
constitucional, propostas que pretendam abolir direitos e garantias fundamentais.
DOUTRINA: “Trata-se, porém, de uma análise equivocada, pois é possível afirmar que
todos os direitos fundamentais – e não apenas os previstos no art. 5º – estão
acobertados pela proibição de abolição pelo poder reformador, até mesmo porque esses
direitos são potencialmente hábeis a gerar para os seus titulares pretensões subjetivas,
sendo, portanto, capazes de se transformar em direitos individuais” (George
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1ª) Subjetiva
→ na medida em que são considerados direitos subjetivos individuais.
2ª) Objetiva
→ apresentam-se como elementos objetivos fundamentais (sistema de valores) no
meio social.
→ podendo, inclusive, buscar o Poder Judiciário, se necessário, para fazer valer esse
direito subjetivo fundamental.
DOUTRINA: “[...] todo direito fundamental gera dever de respeito, proteção e promoção,
ou seja, o Estado tem o dever de respeitar (não violar o direito), proteger (não deixar
que o direito seja violado) e promover (possibilitar que todos usufruam o direito)”.
(George Marmelstein, Curso de Direitos Fundamentais)
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→ é próprio dos Estados que adotam o padrão Federal a existência dessa função
fiscalizatória, exercida por um Tribunal Constitucional.
→ assim, para que os direitos fundamentais tenham eficácia jurídica e sejam mais do
que meros postulados morais escritos,
→ estes precisam ter um suporte judicial que lhes ampare nos casos de omissão
estatal.
273 Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Fiscalização para o respeito aos Direitos Fundamentais
→ traz a 1.ª previsão legal sobre a possibilidade de proteção (controle) dos direitos
fundamentais pelo Poder Judiciário.
Art. 8º → “Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.”
Daí, PERGUNTA-SE: Essa atuação positiva (ativa) por parte do Poder Judiciário, para a
garantia de direitos fundamentais, pode ser considerada uma ofensa ao princípio da
separação dos poderes do Estado?
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Assim:
→ por conta da perspectiva objetiva dos direitos fundamentais.
→ segundo a qual estes direitos se apresentam como os valores mais essenciais da
vida humana.
→ essa tarefa de fiscalizar o respeito e o cumprimento a esses direitos trata-se de
uma das prerrogativas mais importantes do Poder Judiciário.
→ sendo então essa atuação jurisdicional, às vezes até mesmo positiva, primordial
para a garantia de tais direitos no nosso atual modelo de Estado Federal.
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DOUTRINA: “Qualquer pessoa, em regra, pode ser titular de direitos fundamentais, não
importando a cor da pele, a condição financeira, a orientação sexual, a idade, a
nacionalidade ou qualquer outro atributo. Não é necessário sequer que a pessoa seja
plenamente capaz. Pode ser menor de idade, idoso, portador de deficiência mental etc.
Basta que seja ser humano.” (George Marmelstein, Curso de Direitos Fundamentais)
CF/88, art. 5º, caput → expressa que os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade são assegurados “aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país”.
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P.ex.:
1) os direitos trabalhistas que só podem ser exercitados pelos trabalhadores (art. 7º);
2) o direito dos idosos (art. 230, § 2º);
3) o direito dos portadores de deficiência (art. 7º, inc. XXXI);
4) o direito das mulheres (art. 7º, inc. XX);
5) o direito dos presos (art. 5º, inc. LXIII);
6) o direito das presidiárias (art. 5º, inc. L), e etc.
P.ex.:
1) o direito dos Sindicatos e dos Partidos Políticos (com representação no Congresso
Nacional) de impetrar mandado de segurança coletivo (art. 5.º, LXX, “a” e “b”).
2) o sigilo de correspondência (art. 5.º, XII);
3) o direito de ampla defesa (art. 5.º, LV);
4) o direito de assistência judiciária (art. 5.º, LXXIV);
5) o direito de propriedade (art. 5.º, XXII);
6) o direito à livre iniciativa (art. 170 e ss.);
7) os direitos fiscais (como contribuintes que são), e etc.
Já se decidiu: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral” (Súmula nº 227, STJ)
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DOUTRINA: “ [...] uma resposta negativa absoluta não conviria, até por força de alguns
desdobramentos dos direitos fundamentais do ponto de vista de sua dimensão objetiva.
Tem-se admitido que as entidades estatais gozam de direitos do tipo procedimental.”
(Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito
Constitucional)
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→ nesse sentido parece mais acertada a posição que reconhece às Pessoas Jurídicas
de Direito Público a titularidade de alguns direitos e garantias fundamentais.
→ todas as pessoas físicas são titulares de direitos sociais, devendo, por isto, o Estado
garantir direitos fundamentais como a saúde, a educação e a moradia, àqueles que
não têm acesso próprio aos mesmos.
→ podendo até mesmo serem exigidos pelas pessoas que se encontrem em situação
de nítida desvantagem social.
→ são aqueles que demandam uma prestação material (um fazer) por parte do
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→ são aqueles que demandam uma prestação material (um fazer) por parte do
Estado.
P.ex.: a maioria dos direitos sociais enumerados no art. 6º da CF/88 (saúde, educação,
moradia, segurança e etc.).
1.ª) Formal → advém da concepção clássica de que todos são iguais perante a Lei.
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→ o homem age conforme sua vontade, mas condicionado ao meio social em que
vive.
→ nesse sentido, o indivíduo é livre para fazer tudo o que a Lei não proíbe.
→ por força do princípio da legalidade (art. 5°, II), apenas as Leis podem limitar a
liberdade individual.
Art. 5°, II, CF/88 → “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei.”
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Ela abrange:
→ a liberdade de culto (art. 5°, VI, CF/88);
→ a liberdade de cátedra (art. 206, II, CF/88);
→ a liberdade de informação jornalística (art. 220, CF/88) e etc.
Dela decorre:
→ o direito de opinião (possibilidade de emitir juízos de valor sobre os fatos da vida
social).
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Abrange:
DOUTRINA: “Liberdade de culto: a religião não é apenas sentimento sagrado puro. Não
se realiza na simples contemplação do ente sagrado, não é simples adoração a Deus
[...] sua característica básica se exterioriza na prática dos ritos, no culto, com suas
cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos hábitos, às tradições, na forma
indicada pela religião escolhida.” (José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional
Positivo.)
→ o indivíduo precisa ter segurança de que suas comunicações pessoais não serão
interceptadas por outras pessoas.
→ sejam as comunicações feitas por Cartas, por Telegramas, por Telefonemas ou por
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Mensagens Eletrônicas.
Diferenças:
→ a Reunião tem caráter temporário (episódico);
→ a Associação tem caráter permanente.
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1 DIREITO CONSTITUCIONAL I
(2º período)
Prof. Me.
Wilson Francisco Domingues
1ª parte
Direito Constitucional
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
Estado de Direito e Estado Democrático de Direito
Poder Constituinte e Constituição
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988
Princípios e Regras
Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
Direitos e Garantias Fundamentais em Espécie
Remédios Constitucionais
2 Direito
Ordenamento Jurídico Positivo
1) Direito Público; e
2) Direito Privado.
3 Direito
Direito Público
Direito Privado
4 Direito
PERGUNTA-SE: E como saber se uma determinada Lei pertence ao Direito Público ou 96
ao Direito Privado?