Reclamações –
Tratamento e Encaminhamento”
Manual do
formando
1. Comunicação assertiva
Um conflito é uma situação que se caracteriza por escassez de recursos e por um sentimento de
hostilidade. Por outras palavras, é uma situação em que dois ou mais objetivos, pertencentes a
uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando atitudes de hostilidade.
Os conflitos acompanham-nos durante toda a nossa vida – desde murros que se trocam quando
ainda crianças por causa de um carrinho de brincar, até contendas sobre códigos de vestuário
com os nossos próprios filhos.
No local de trabalho, discussões – alguns colegas de trabalho, clientes exaltados e patrões que
vacilam e depois fazem retaliações é o suficiente para nos convencer de que a questão não é se
devemos enfrentar o conflito, mas como o devemos fazer.
O conflito, dentro das organizações com uma estrutura bem definida, pode proporcionar
verificações ao equilíbrio da própria organização, no sentido em que permite testar os limites
dos poderes coexistentes.
Assim, caso encaremos o conflito como um benefício e não como um perigo, aprendemos a
reconhecer o seu poder como agitador de situações e gerador de novos eventos.
Vistos pelo seu lado positivo, os conflitos podem ajudar-nos a resolver problemas, medir a força
dos nossos argumentos e a motivar-nos para nos distinguirmos.
Vistos pelo seu lado negativo, todos os conflitos que se deixam crescer, podem afetar a nossa
produtividade e desgastar os nossos relacionamentos. O problema aqui, é o aprendermos a
gerir o conflito de modo eficaz. Isto é, começar por compreender o que é na realidade um
conflito.
Um conflito é um processo que começa quando nos apercebemos de que alguém afetou de
forma negativa, ou está prestes a afetar de forma negativa, algo que nos é precioso. De facto,
quanto mais importante for para nós alguma coisa, mais forte será o conflito.
ACOMODAÇÃO
COMPETIÇÃO
COMPROMISSO
COLABORAÇÃO
FUGA
É a posição em que somos menos assertivos e menos cooperativos. Aqui, não tentamos
satisfazer nem os nossos interesses nem os interesses da outra parte.
Por outras palavras, a nossa posição é a de não tomar qualquer posição, e o resultado é um
impasse, em que a frustração e a raiva se podem instalar.
No entanto, o evitar de um conflito pode ser útil, principalmente em situações em que sentimos
tratar-se de um assunto trivial ou em que sabemos não ter qualquer hipótese de vir a satisfazer
os nossos interesses.
ACOMODAÇÃO
Ao tomarmos uma posição de acomodação durante um conflito estamos a fazer uma tentativa
de satisfazer interesses que não são os nossos. Quando nos acomodamos, estamos a ser
altamente cooperantes, mas não assertivos.
Esta atitude pode, inadvertidamente, intensificar a situação e fazer com que a outra pare
aumente as suas exigências. Mesmo assim, há momentos em que, por alguma razão válida,
podemos optar pela acomodação, manter a harmonia e a estabilidade na nossa organização,
por exemplo.
COMPETIÇÃO
É o opositor direto da Acomodação. Quando competimos estamos a tentar satisfazer os nossos
próprios interesses, ao mesmo tempo que mostramos muita pouca preocupação em satisfazer
interesses da outra parte.
De facto, estamos a agir no ponto extremo da falta de cooperação e da hiper assertividade. Não
admira que nos confrontemos com outros. Esta situação clássica de conflito pode dar a
impressão aos envolvidos no conflito de que não há soluções à vista.
No entanto, ao mesmo tempo que a competição pode parecer uma escolha fraca, ela pode ser
viável. Por exemplo, perante emergências, tomadas de decisão urgentes, implementação ou
esforço de normas, em que não há tempo para satisfazer os interesses de outrem.
Segundo este modelo, quando nos comprometemos comportamo-nos com uma assertividade
moderada e também de um modo moderadamente cooperante.
COLABORAÇÃO
A posição ideal – e aquela que para ser atingida requer mais paciência e maior empenhamento
– é a colaboração.
A colaboração com êxito envolve várias etapas. A primeira está em desvendar os interesses
que estão verdadeiramente por detrás do conflito.
Aqui, podemos recorrer a algumas técnicas que nos podem ajudar a descobrir os interesses
que conduzem ao conflito, tais como:
Ouça ativamente. Estabeleça contacto visual, e não interrompa. Deixe que a
outra parte ventile a sua raiva. Ao usar estas técnicas, não só está a
demonstrar respeito porque sabe ouvir os outros, como está a obter
informações que o podem ajudar a resolver o conflito.
Faça perguntas que revelem vontade para compreender, tais como: “O que tem
a situação que o incomoda?”; “O que é que procura na realidade?”; Não faça
perguntas que possam originar confronto, do género: “Como me pode fazer
isto?”
Exprima interesses próprios, de um modo racional e não emotivo. As suas
emoções devem ficar de fora.
Não se desvie dos assuntos. Não tente adivinhar as razões da outra parte.
Mantenha-se no presente; não vá buscar factos do passado desnecessários à
solução do problema.
Acima de tudo: assuma a responsabilidade do seu papel no conflito.
Flexibilidade Firme
Só podemos progredir no sentido da colaboração se estivermos dispostos a ir para além das
nossas próprias margens.
Por vezes assumimos posições rígidas durante um conflito porque temos medo de perder caso
não o façamos. Sentimos que os nossos interesses podem vir a ficar afetados.
A melhor abordagem é a de nos mantermos firmes quanto aos nossos interesses, ao mesmo
tempo que assumimos uma posição de flexibilidade em relação à nossa própria posição.
Se as posições estão em conflito, não é necessário que os interesses o estejam. Pode haver
espaço para adotar esses interesses de modo a que, ambas as partes, possam sair ganhadoras.
Intervenção de terceiros
Por vezes a atuação imparcial de um terceiro elemento no papel de moderador, pode ajudar a
conduzir-nos ao processo de colaboração, mantendo cada um dos envolvidos centrado nos seus
próprios interesses.
O maior progresso neste processo dá-se quando ambas as partes começam a ver o conflito
como um problema mútuo.
As organizações não têm que estar constantemente a gerir os mesmos problemas, pois o
conflito foi resolvido com satisfação de ambas as partes.
A rotina gasta em energias preservadoras da dignidade e da autoestima dos intervenientes num
conflito, pode agora ser canalizada para coisas mais positivas, como sejam a tomada de
decisões e o melhoramento dos desempenhos profissionais.
2. Tratamento e encaminhamento
Em caso de reclamações por parte de um cliente, a primeira coisa a fazer é oferecer assistência
e nunca resistência, é manter a calma e o autocontrole de modo a levar o cliente a acalmar,
nunca reagir de modo impulsivo ou agressivo para não despoletar qualquer reação semelhante
por parte do cliente.
Depois deve-se ouvir e deixar o cliente falar até acabar e acalmar, sendo esta a melhor forma
de conhecer os detalhes e nos dar algum tempo para ação.
A reclamação é uma enorme oportunidade para corrigir os erros da empresa e evitar que os
mesmos problemas ocorram com outros clientes.
Se você não tem recebido muitas reclamações dos seus clientes, não pense que isso quer dizer
que o serviço prestado não tem falhas. Pesquisas mostram que apenas 4 % dos clientes
insatisfeitos reclamam, restando uma percentagem de 96% que não.
Além disso, cada cliente insatisfeito fala da sua má experiência com outras 9 ou 10 pessoas,
também para cada cliente que reclama, existem em média outros 26 clientes com problemas.
Normalmente, 6 deles são graves.
Geralmente, o cliente é forçado a gastar o seu tempo, escrevendo cartas ou juntando provas
para solicitar a solução de um problema e, na maioria das vezes, não recebe uma resposta
adequada.
As reclamações são oportunidades valiosas. Em média, custa 5 vezes mais atrair um novo
cliente do que para manter um cliente atual.
Sem dúvida que manter um cliente satisfeito é muito mais vantajoso para a empresa do que
perdê-lo, pois se mantivermos os nossos clientes satisfeitos, eles farão uma publicidade positiva
gratuita para a sua empresa junto de outros clientes potenciais.
Se realmente deseja ouvir as reclamações dos seus clientes, você deve ter um processo de
atendimento de reclamações que estimule os clientes a reclamar, de forma a corrigir falhas e
encantar seus clientes de forma a torná-los realmente fiéis.
2.2. Etapas do tratamento das reclamações
Estilo passivo
Trata-se de uma atitude de submissão perante os acontecimentos e perante os
outros.
A pessoa opta por um comportamento de fuga e de auto-desvalorização que
conduz a uma dificuldade em afirmar as suas necessidades e em fazer valer as
suas opiniões.
Como sinais característicos poderemos destacar o nervosismo, revelado em
gestos constantes e a voz frequentemente sumida.
Estilo manipulador
A principal característica da pessoa manipuladora é utilizar a linguagem como
disfarce para concretizar os seus objetivos.
Utiliza com frequência uma linguagem pouco direta e recorre frequentemente a
insinuações para manipular os outros.
Faz chantagem emocional para alcançar o que pretende.
Estilo agressivo
Caracteriza-se essencialmente pela utilização de comportamentos agressivos
para com os outros, com o objetivo de fazer valer os nossos direitos à custa da
submissão dos outros.
A pessoa agressiva pretende dominar, valorizando-se à custa dos outros, os
quais tende a ignorar ou a desvalorizar.
São geralmente pessoas demasiadamente críticas e controladoras que utilizam
a humilhação dos outros e a ironia para se defenderem de possíveis ataques à
sua pessoa.
Como sinais associados frequentemente às pessoas agressivas, poderemos
destacar o falar alto, o interromper sistematicamente o outro, os gestos tensos
e altivos, o olhar intenso.
Como deve atuar quando um cliente demonstra, claramente, que está muito irritado?
Nunca «sintonize» na frequência emocional do cliente quando ela é negativa.
Se ele falar alto, responda-lhe falando baixo e pausadamente.
Se ele continuar irritado, mantenha a calma. Ele é a razão de ser do seu posto
de trabalho.
Se ele o desafiar, ignore o desafio.
Se ele o ameaçar, diga-lhe que decerto existem soluções mais fáceis para
resolver o assunto.
Se ele o ofender, diga-lhe que o compreende mas que gostaria de ter uma
oportunidade de o ajudar.
Uma pessoa assertiva é capaz de expressar o mais diretamente possível o que pensa, o que
deseja, escolhendo um conjunto de atitudes adequadas para cada situação, de acordo com o
local e o momento.
A assertividade permite uma comunicação direta por meio de um comportamento que habilita o
indivíduo a agir no seu interesse, defender-se sem ansiedade excessiva, expressar os seus
sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer os seus direitos sem negar os dos
outros.
Portanto, a assertividade pode ser entendida como uma forma comportamental de comunicar
que significa afirmar o que eu quero, sinto e penso, dando simultaneamente espaço de
afirmação ao outro.
É necessário, então, saber que tipo de comportamento provoca esta reação; evitar a mímica e a
entoação contrária às palavras; tentar descrever as próprias reações, em vez de avaliar as
ações dos outros; exprimir-me de forma positiva em vez de desvalorizar, julgar, criticar,
ridicularizar ou fazer interpretações, facilitando a expressão dos sentimentos dos outros.
Nas empresas de serviços, o pessoal que assegura as diferentes prestações é essencial para a
avaliação que o cliente faz das suas qualidades e para a satisfação pelo seu consumo,
especialmente o que está em contacto direto com os clientes.
Assim, a gestão do pessoal em contacto deverá permitir que este assuma corretamente não só
as suas funções operacionais como, também, as funções de relacionamento com a clientela.
Como regra, quem faz o atendimento deverá ter uma atuação que compreenda os seguintes
passos:
Colocar-se sempre no lugar do cliente;
Procurar saber qual é a sua preocupação e como o poderá ajudar;
Se o erro foi da organização, admitir o facto e pedir desculpa por qualquer
inconveniente;
Demonstrar que a situação tem uma solução.
Serem
maltratados
Os Clientes
Não Gostam de:
Serem atendidos
Serem depois de outro
“enganados” cliente que
chegou depois
Serem atendidos
por vendedores
sem Serem “forçados”
conhecimentos à venda
Não é possível evitar o descontentamento por parte dos seus clientes já que muitas das vezes a
origem do descontentamento não reside no atendimento prestado mas em fatores externos,
difíceis de controlar e prever.
A reclamação é um direito que assiste ao cliente e como tal deverá ser respeitado.
A generalidade dos estabelecimentos que têm atendimento ao público, são obrigados por lei a
dispor de livro de reclamações e devem ter afixado de forma bem visível um aviso dando conta
da existência e disponibilidade do Livro.
Cada Livro de Reclamações é constituído por 25 impressos para reclamações individuais, feitos
em triplicado:
O original da folha de reclamação deve ser remetido pelo fornecedor do
bem/prestador do serviço à entidade competente no prazo de cinco dias úteis.
O duplicado é obrigatoriamente entregue ao reclamante, que o pode endereçar,
querendo, à entidade competente, beneficiando agora de uma forma mais
prática de o fazer: bastará seguir as instruções de dobragem e colagem
constantes do seu verso.
O triplicado é parte integrante do Livro de Reclamações e dele não pode ser
retirado.
Por último, convém não esquecer que um cliente que reclama é um cliente que deseja
continuar a comprar no seu estabelecimento (caso, obviamente, a sua reclamação seja
devidamente gerida e resolvida).
Um cliente descontente mas que não apresenta uma reclamação (normalmente, porque
considera que a empresa não irá resolver a sua reclamação ou não dará atenção à mesma)
para além de não tencionar voltar a comprar no seu estabelecimento ainda constitui uma
potencial “testemunha” negativa para a imagem do seu estabelecimento (em média, um cliente
descontente “divulga” a cerca de 16 pessoas o seu descontentamento).
Infelizmente a maioria dos clientes descontentes ou desagradados com algo no seu serviço não
reclama, porque:
30 % receia represálias
40 % sabe que a sua reclamação não será considerada
Por isso, caso verifique que um cliente se encontra descontente, procure perceber o motivo do
seu descontentamento. Sempre que possível, nunca deixe um cliente descontente abandonar o
seu estabelecimento sem que o seu descontentamento tenha sido solucionado.
Assim, convém também alertar para algumas regras relativas à gestão de críticas:
Apresente sempre disponibilidade para ouvir as críticas (justificadas) do
cliente.
Verifique, em conjunto com o cliente, qual o motivo da crítica. Caso seja
correto, agradeça de imediato ao cliente, reforçando o facto de a sua
opinião ser importante para a melhoria do serviço.
No caso de a crítica ser infundada, escute com atenção o cliente e indique
que irá “tomar boa nota da mesma”. Não discuta com o cliente, nem se
irrite. Regra geral, o cliente procura um motivo para extravasar a sua ira e a
sua reação negativa só poderá piorar a situação. Lembre-se que muitas das
críticas são formuladas não pelo mau serviço prestado pela empresa, mas
pelo estado de espírito do cliente.
Não critique o cliente por este formular críticas ao atendimento prestado ou
à sua empresa. É importante que o cliente transmita a sua crítica dentro do
estabelecimento e junto de alguém responsável pelo mesmo. Caso
contrário, procurará outros locais para o fazer.
Caso o cliente esteja calmo e seja possível um diálogo, poderá expor o seu
ponto de vista, mas sempre salvaguardando o facto de “naquela ocasião” o
cliente ter razão. Lamente o ocorrido e procure sempre chegar a um ponto
de entendimento com o cliente.
Poderá optar por uma das seguintes opções: i) aceitar a crítica, lamentar o
ocorrido e analisar, em conjunto com o cliente, medidas de
correção/melhoria, ii) tomar boa nota da crítica lamentando o sucedido ao
cliente ou iii) direcionar cliente para as instâncias competentes de forma a
que possa ser dada a resposta mais adequada à sua situação.
Importa acima de tudo estar consciente para o facto de que todos os estabelecimentos perdem
(e ganham) clientes devido aos mais variados motivos – mudança de hábitos de consumo,
mudança geográfica, alterações no agregado familiar, concorrência, etc.
De igual modo, a perda de clientes poderá também imputar-se à empresa – mau atendimento,
desfasamento entre os produtos/serviços oferecidos e as necessidades do Cliente,
produtos/serviços que não tenham correspondido às expectativas do cliente, etc.
3%-
Mudam
5% - Adoptam novos
hábitos
Em média, as empresas perdem 25% a 30% dos seus clientes todos os anos. Ainda assim,
idealmente, esta perda é compensada pela captação de novos clientes e reconquista de clientes
perdidos.
É neste sentido, que as empresas devem também focalizar os seus esforços tentando obter
informações relativamente aos motivos que provocaram a perda de clientes e procurando atuar
em conformidade.
Podem ser desenvolvidas algumas ações que promovam uma maior consciencialização dos
profissionais do atendimento para a existência de problemas que possam contribuir para o
afastamento de clientes e que visem a obtenção de informações junto
de clientes passíveis de indicar eventuais fontes de descontentamento e/ou indícios de mudança
nos hábitos de compra.
Quer recorra a uma empresa externa para a prestação do serviço de assistência pós- venda,
quer este processo seja assegurado internamente, a sua empresa deverá devotar ao pós-venda
o mesmo tipo de atenção que dedicou ao processo de venda do produto/serviço ao cliente.
O pós-venda é o momento ideal para “conquistar” e “fidelizar” ainda mais o cliente, através de
um atendimento rápido, simples e cuidado.
Nesta fase, é ainda possível obter informações valiosas não só sobre a qualidade e adequação
do produto/serviço adquirido mas também relativamente a eventuais reclamações, intenções de
compra futura e satisfação global face à empresa/marca/estabelecimento.
Acompanhe o cliente e seja solícito no que concerne a eventuais reclamações e sugestões por
parte do cliente. Reforce a importância do cliente e apresente regularmente novidades
relacionadas com o produto/serviço adquirido pelo cliente. Desenvolva programas que
contemplem a verificação da satisfação dos clientes, de fidelização dos mesmos e campanhas
promocionais para atuais clientes.
2.3.Linguagem adequada às reclamações
Só faz sentido agradar ao cliente se soubermos o que ele valoriza. Em termos de serviço
oferecido, tem-se verificado constantemente que, do ponto de vista do cliente, há quatro
aspetos fundamentais que terão de ser cumpridos, sob pena de afetar a sua satisfação.
RAPIDEZ DE
CONFIANÇA
RESPOSTA
ATENÇÃO
COMPETÊNCIA
INDIVIDUAL
I – Confiança
Para o Cliente é importante saber que pode confiar nas expectativas que lhe
criaram.
Nesse sentido, tenha sempre em mente o seguinte: Deixe bem claro aquilo que
pode oferecer.
Nunca prometa o que não pode cumprir.
Cumpra sempre o que promete.
II – Rapidez de resposta
A resposta a um problema é definida como rápida se for ao encontro de, ou
exceder as expectativas e necessidades do cliente.
Informe-se sobre o prazo adequado para responder ao cliente.
Quantifique o tempo de espera.
Assuma a regar do pôr-do-sol: informe o cliente no próprio dia sobre o
desenvolvimento da resolução do seu problema.
III – Competência
O cliente apercebe-se da sua competência com base nos conhecimentos que
possui, conhecimentos esses relevantes para a resolução do problema e na
capacidade real de resposta demonstrada para obter resultados satisfatórios.
Mantenha-se bem informado sobre os serviços que presta, procurando
ativamente informação atualizada.
Faça questão de conhecer bem o funcionamento da sua organização, a sua
política face aos clientes e a sua capacidade de resposta.
Escute atentamente o cliente, para saber o que ele pretende, o que espera de
si, como o pode ajudar.
IV – Atenção Individual
Só os aspetos processuais não chegam; para cumprir com os pontos
anteriormente mencionados talvez bastasse uma máquina.
O cliente espera também reconhecimento como ser único que é:
Trate os clientes como seres únicos que são:
o Seja agradável.
o Preste muita atenção a tudo aquilo que diferencia um cliente do outro.
o Escute atentamente os clientes.
o Atenda a centésima chamada do dia como se fosse a primeira.
3- Manifeste interesse.
Escute com atenção, tomando notas e colocando perguntas abertas na fase de
apuramento da informação, no sentido de poder assegurar-se que reuniu todos
os dados relevantes para que a reclamação possa ser apreciada
convenientemente e no mais curto espaço de tempo.
Sr. Silva, quero agradecer-lhe, antes de mais, ter-nos chamado a atenção para esta situação.
Conte-me então o que lhe disse o serviço de apoio ao cliente (...) Portanto, ainda está a
aguardar que entrem em contacto consigo, como tinha ficado combinado?
Estou a ver, Sr. Silva. Vou então pedir ao meu colega responsável pelo sector das entregas
que venha aqui e vamos tentar esclarecer/ resolver o assunto rapidamente.
De facto, Sr. Silva, sei que/ tenho informação de que tem havido algum atraso nas entregas,
na última semana.
Sr. Silva, fique descansado que, no que estiver ao meu alcance, vou ajudá-lo. Vou, em
primeiro lugar, averiguar o que se passou e transmitir toda a informação que me foi dada
pelo responsável de departamento.
7-Se a reclamação tiver razão de ser, ainda que não seja diretamente
responsável por ela, apresente imediatamente desculpas em nome da
instituição.
Para quem reclama, quem falhou foi a organização, podendo nem sequer ter a
noção (ou mesmo interesse em saber) quem concretamente errou, embora
tenda a assumir que foi o atendedor ou a pessoa com quem falou.
Insistir na identificação de alguém só vai contribuir para aumentar o sentimento
de desagrado, deixando no ar a possibilidade de se tratar apenas de uma
desculpa vã.
Em vez de:
Não tenho informação sobre a situação no departamento de entregas
11 – Evite a crítica
A crítica humilha e/ ou enfurece, o que poderá resultar numa perda de
confiança e em agressividade crescente.
Não desanime e dê ênfase ao que vai fazer para tentar ajudar a pessoa na
resolução da situação que deu origem à reclamação.
14- Não deixe que o seu interlocutor, por mais razão que tenha, o(a)
desrespeite.
Faça-lhe ver, calmamente, que é sua firme intenção colaborar, mas que tal só
será possível se compreender bem aquilo que lhe está a ser explicado.
Mesmo que o seu interlocutor tenha razão, não lhe poderá permitir excessos de
linguagem ou gestos, enfrentando-o com firmeza, olhos nos olhos.
Será talvez também oportuno introduzir uma interrupção, que servirá de
distração.
Sr. Silva, está a falar tão depressa que mal consigo ter tempo para tomar notas. Vou ler alto
os apontamentos que tirei, pois receio bem ter saltado algum detalhe importante.
Diga-lhe que talvez será melhor, para poder perceber bem o que se passa e
ser-lhe efetivamente útil, que continuem a conversar noutra ocasião.
Em última instância, terá mesmo de adiar a conversa, tentando fazer ver que
toda a razão do mundo não justifica um comportamento desrespeitoso.
Sr. Silva, a situação que descreve é de facto muito aborrecida imagino como se esteja a
sentir. No entanto, para poder efetivamente ajudá-lo, necessito que me transmita com
clareza todos os detalhes importantes para a resolução desta questão.
Julgo assim que será melhor marcarmos uma reunião para amanhã, logo de manhã, com o
responsável do departamento de entregas, que estará certamente em melhor posição para o
ajudar.
16 – Acompanhe o assunto até à sua resolução
Ainda que este não seja da sua responsabilidade, para que, se voltar a ser
interpelado(a), não seja apanhado(a) desprevenido(a).
É importante que quem reclama guarde da pessoa que atendeu a impressão
que, mesmo nada tendo a ver, diretamente, com a questão em si, está é gentil,
paciente, interessada e que pode sempre contar com ela em qualquer
circunstância.
Bibliografia
KEENAN, Kate. 2000. Dicas úteis para negociar, Lisboa: Texto Editora.