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Resposta 7: Sim.

Haverá a junção da qualificadora com a modalidade privilegiada quando aquela for de natureza objetiva,
pois, a forma privilegiada é de natureza subjetiva, afastando, inclusive a hediondez do crime. As qualificadoras de natureza
objetiva são previstas nos incisos III e IV, §2° do CP. O artigo aduz os três meios de execução. O meio insidioso, que é o que
dissimula a eficiência para o mal, como por exemplo, o envenenamento. O meio cruel, o qual aumenta o sofrimento da vítima,
como é o caso da tortura. E por fim, os meios catastróficos, que são os que resultam perigo comum, são exemplos, o fogo, o
desabamento, os explosivos. Em seguida o dispositivo traz os três modos de execução. O primeiro é a traição, que é o ataque
praticado de surpresa, inesperado. O segundo é a emboscada, a qual o agente aguarda a vítima, por determinado período, em
lugar onde será possível atingi-la. O terceiro modo é a dissimulação, que se dá quando o agente se esconde para atingir a
vítima desprevenida. E por fim, o artigo traz a conexão, que é o vínculo entre os dois delitos. A doutrina subdivide a conexão
em teleológica e consequencial. A teleológica é quando o homicídio visa assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de
outro crime. O homicídio privilegiado, disposto no §1º, do art. 121 do CP, pode configurar-se em três situações, quais são: o
agente mata alguém impelido por motivo de relevante valor social; impelido por motivo de relevante valor moral ou, ainda,
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. A jurisprudência dos Tribunais Superiores,
na qual se inclui a do Superior Tribunal de Justiça, compreende que as circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva,
e as qualificadoras, de natureza objetiva, podem concorrer no mesmo crime de homicídio, desde que observada a lógica de
compatibilidade entre as qualificadoras e as privilegiadoras. A doutrina entente ainda, que o homicídio qualificado
privilegiado não é hediondo pelo fato do elemento subjetivo do privilégio predominar em relação à qualificadora objetiva.

Resposta 8: Rufianismo, artigo 230 do CP. Para que haja o crime do artigo 229, seria essencial a existência de um
estabelecimento em que ocorresse a exploração sexual. A Lei 12.015/2009 alterou a redação do art. 229, retirando os termos
“casa de prostituição” e “lugar destinado a encontros para fim libidinoso”, para inserir, em seu lugar, a expressão
“estabelecimento em que ocorra exploração sexual”. Não houve nenhum avanço, nem melhora positiva na redação. Ao
contrário, mantém um tipo penal vetusto e, com o novo texto, bizarro. A exploração sexual é o gênero do qual se extrai a
prostituição. Por outro lado, torna-se necessário lembrar que a prostituição não é crime, razão pela qual deveria haver um
lugar onde ela fosse desenvolvida sem qualquer obstáculo. Entretanto, o legislador brasileiro, embora não criminalize a
prostituição, pretende punir quem, de alguma forma, a favorece. Não consegue visualizar que a marginalização da pessoa
prostituída somente traz maiores dramas. Sem o abrigo legal, a pessoa prostituída cai na clandestinidade e é justamente nesse
momento que surgem os aproveitadores. É evidente haver casas de prostituição de todos os moldes possíveis, com fachadas
inocentes, mas onde a autêntica exploração sexual pode acontecer. Afinal, a pessoa prostituída vive na obscuridade, pois o
Estado não pode puni-la, mas quer acertar contas com outras pessoas, as fornecedoras de qualquer auxílio à prostituição. É
evidente ser necessária a punição do rufião, agressor e controlador da pessoa prostituída, atuando com violência ou grave
ameaça. No entanto, se alguém mantém lugar para o exercício da prostituição, protegendo e abrigando a pessoa prostituída,
menor mal causa à sociedade. Retirar-se-ia da via pública a prostituição, passando-a a abrigos controlados e fiscalizados pelo
Estado. Em nossa visão, exploração sexual é expressão ligada a tirar proveito de alguém, em detrimento desta pessoa, valendo-
-se, primordialmente de fraude ou ardil. Não se pode confundi-la com violência sexual, nem com satisfação sexual.

Resposta 9: A conduta de Jonas configura-se como lesões corporais praticadas no âmbito doméstico contra mulher de modo
a ser tipificada no art.129, §9º c.c art. 61, II, h, ambos do Código Penal, com a incidência das medidas protetivas e de urgência
previstas na lei n.11340/2006. Ainda, para responder às demais questões, caberá ao discente desenvolver os entendimentos
sumulados pelo Superior Tribunal de Justiça nos Enunciados n. 542, 588, 589 e 600.

Resposta 10: Deverá ser identificado o concurso formal imperfeito entre os delitos de difamação e injúria, majorados pelo meio
utilizado para a prática e divulgação das ofensas no facebook (artigos 139 e 140, c.c. 141, III, e 70, parte final, todos do Código
Penal). Ainda, por se configurarem crimes de ação penal de iniciativa privada, Ademar poderá suscitar em tese defensiva o
reconhecimento da extinção de punibilidade face à produção de decadência do direito de ação - de oferecimento de queixa-
crime, conforme estabelecem os artigos 103 e 107, IV, do Código Penal, bem como o art.38, CPP.
RESPOSTA 7: ANFILÓQUIO certamente não será indiciado pelo art. 122 do CP, porque o fato
de empurrar a vítima do vão central caracteriza atos executórios do crime de homicídio. O
auxílio ao suicídio não pode compreender atos de execução, caso contrário estaremos diante
do homicídio. Poderá ser alegado em sua defesa o HOMICÍDIO PRIVILEGIADO PIEDOSO
(relevante valor moral), por não mais aguentar ver mais o amigo sofrer, garantindo a aplicação
da causa de diminuição de pena prevista no parágrafo 1º do artigo 121 do Código Penal.
Resposta 8: O § 5º do art. 121 do Código Penal reconhece a figura do perdão judicial na hipótese de homicídio
culposo, quando as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária. Tal situação se apresenta como causa extintiva da punibilidade, consoante estabelece o art.
107, IX, do CP, e autoriza o magistrado a proferir uma sentença de absolvição sumária do acusado, com base no
art. 397, IV, do CPP. Portanto, a meu ver, deve o pedido defensivo ser acolhido. . Perdão judicial: é a clemência
do Estado, que deixa de aplicar a pena prevista para determinados delitos, em hipóteses expressamente previstas
em lei. Esta é uma das situações que autoriza a concessão do perdão. Somente ao autor de homicídio culposo –
anotando-se que a introdução do perdão nesse contexto deveu-se aos crimes de trânsito –, com inspiração no
Código Penal alemão, pode-se aplicar a clemência, desde que ele tenha sofrido com o crime praticado uma
consequência tão séria e grave que a sanção penal se torne desnecessária. Baseia-se no fato de que a pena tem o
caráter aflitivo, preventivo e reeducativo, não sendo cabível a sua aplicação para quem já foi punido pela própria
natureza, recebendo, com isso, uma reeducação pela vivência própria do mal que causou. Ex.: o pai que provoca
a morte do próprio filho, num acidente fruto de sua imprudência, já teve punição mais do que severa. A dor por
ele experimentada é mais forte do que qualquer pena que se lhe pudesse aplicar. Por isso, surge a hipótese do
perdão. O crime existiu, mas a punibilidade é afastada

Resposta 9: A conduta de Jonas configura-se como lesões corporais praticadas no âmbito doméstico contra mulher de modo a
ser tipificada no art.129, §9º c.c art. 61, II, h, ambos do Código Penal, com a incidência das medidas protetivas e de urgência
previstas na lei n.11340/2006. Ainda, para responder às demais questões, caberá desenvolver os seguintes Enunciados de
SÚMULA 536 A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito
da Lei Maria da Penha. (Súmula 536, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015) SÚMULA 542-A ação penal
relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada (Súmula 542,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015) SÚMULA 588 -A prática de crime ou contravenção penal contra
a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos. (Súmula 588, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017) SÚMULA 589 -É inaplicável
o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas. (Súmula 589, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017) SÚMULA 600 - Para configuração da
violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre
autor e vítima. (Súmula 600,STJ. TERCEIRA SEÇÃO. Aprovada em 22/11/2017)

Resposta 10: Sugestão de gabarito A questão tem por elemento disparador a discussão acerca da tipificação da conduta
conhecida como ¿adoção à brasileira¿ e que consiste na figura típica prevista no art.242, do Código Penal. Com relação à tese
defensiva, deverá ser suscitado o perdão judicial previsto no parágrafo único do dispositivo legal e a preponderância da
paternidade socioafetiva sobre a biológica. Sobre o tema, já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça no sentido de
reconhecer a paternidade socioafetiva (Informativo n.400, do STJ). Com relação à terceira pergunta, a questão é controvertida,
uma vez que o perdão judicial previsto no parágrafo único do art.242, do Código Penal requer o reconhecimento da nobreza
como móvel do crime, compreendida esta como conduta altruística, de modo que, quando o agente pratica a conduta com o
fim de eximir-se do regular processo de adoção, o melhor entendimento é no sentido de que não se caracteriza a causa extintiva
de punibilidade. Neste sentido, vide decisão proferida em apelação criminal pela Quarta Câmara Criminal do Rio de Janeiro
(0024754- 84.2013.8.19.0021. Apelação. Des(a). Gizelda Leitão Teixeira. Julgamento: 02/04/2019. Quarta Câmara Criminal)
Resposta 7: Será aplicado o princípio constitucional do Nemo Tenetur se Detegere, Dec 678/92, art. 8º, nº 2, letra "g". Ninguém
é obrigado a produzir prova contra si mesmo, princípio em consonância ao princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV
da CRFB, onde inclusive o réu tem o direito de permanecer calado, art, 5º, LXIII, CRFB.

Resposta 8: A prova é toda a tentativa de se demonstrar a exatidão das informações trazidas ao processo, produzidas sobre o
crivo do contraditório e da ampla defesa, respeitadas todas as garantias individuais inerentes ao acusado. É definida como
todo ou qualquer elemento material dirigido ao juiz com a finalidade de esclarecer o alegado pelas partes no processo,
constante no artigo 156, incisos I e II do Código Processual Penal. Sem dúvida alguma, o tema referente à prova é o mesmo
importante de toda a ciência processual, já que as provas constituem os olhos do processo, toda a ciência processual, já que as
provas constituem os olhos do processo, o alicerce sobre o qual se ergue toda a dialética processual. Sem provas idôneas e
validas, de nada adianta desenvolverem-se aprofundados debates doutrinários e variadas vertentes jurisprudências sobre
temas jurídicos, pois a discussão não terá objeto (CAPEZ, 2010, p. 342). A prova judiciaria tem um objetivo claramente definido:
a reconstrução dos fatos investigados no processo, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica, isto é,
com a verdade dos fatos, tal como efetivamente ocorrido no espaço e no tempo. A tarefa, portanto, é das mais difíceis, quando
não impossível: a reconstrução da verdade (OLIVEIRA, 2004, p.323). A denominação "teoria dos frutos da árvore envenenada"
foi reconhecida pela jurisprudência norte-americana, que determina a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação. A
afirmação de tal teoria se dá através do fato de que a partir de uma prova ilícita, as demais irão se contaminar com esta,
equiparando-se com os frutos de uma árvore, apodrecendo a árvore, não há a possibilidade de seus frutos permanecerem
íntegros. Essa categoria de provas ilícitas foi reconhecida pela Suprema Corte norte-americana, com base na teoria dos “frutos
da arvore envenenada” – fruits of the poisonous tree -, segundo o qual o vício da planta se transmite a todos os seus frutos. A
partir de uma decisão proferida no caso Siverthorne Lumber Co. vs. United States, em 1920, as cortes americanas passaram a
não admitir qualquer prova, ainda que lícita em si mesma, oriunda de práticas ilegais (CAPEZ, 2010, P.347). Há uma limitação
na teoria do fruto da arvore envenenada, a mesma está disposta no art. 157, § 1º do Código de Processo Penal: Art. 157. São
inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a
normas constitucionais ou legais. § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras. O STJ, SEXTA TURMA, INFORMATIVO 364 HC 82.788 – assim se manifestou: Se todas as
provas que embasaram a denúncia derivaram da documentação apreendida em diligência considerada ilegal, é de se reconhecer
incidente a teoria dos frutos da árvore envenenada.

Resposta 9: De acordo com o entendimento que vem prevalecendo, não agiu corretamente o magistrado, pois a liberdade
provisória indeferida com fundamento na vedação contida no art. 44 da Lei n.11.343/06, sem a presença das hipóteses do artigo
312 do Código de Processo Penal não pode ser admitida. Quanto à inafiançabilidade, diante dos princípios da presunção de
inocência e do devido processo legal, não pode e não deve constituir causa impeditiva da liberdade, até porque o que a lei
proíbe é o arbitramento da fiança e não a concessão da liberdade provisória. Jurisprudência sugerida: HC 104339/SP ¿ julgado
em 10/05/201. Relator Ministro Gilmar Mendes.

Resposta 10: A simples delatio criminis não autoriza a instauração de inquérito policial, devendo a autoridade
policial, primeiro, confirmar a informação para instaurar o procedimento investigatório. Temerária seria a
persecução iniciada por delação, posto que ensejaria a prática de vingança contra desafetos. O art. 5º, inciso IV,
da CRFB veda o anonimato. Nessa esteira, o inquérito policial somente pode ser iniciado após a colheita de
indícios mínimos, estabelecendo um juízo de possibilidade sobre a materialidade e autoria. Caso ainda
inexistentes, devem ser perseguidos justamente por intermédio da Verificação da Procedência da Informação
(VPI). Nesse momento embrionário, as diligências são simples e devem ser documentadas em mero relatório
ou boletim policial, sem o nível de complexidade do inquérito propriamente dito. Não são permitidas medidas
invasivas como busca e apreensão domiciliar, quebra de sigilo de dados e apreensão de bens. Visualizada uma
prognose de justa causa, autoriza-se a instauração de inquérito policial.
Resposta 7: Princípio da Indivisibilidade na Ação Penal Privada. O principio da indivisibilidade está previsto no
art. 48 do Código de Processo Penal. Referido princípio alcança apenas as ações penais privadas, conforme se
infere pelo teor do dispositivo em destaque. Para o princípio da indivisibilidade a queixa, instituto exclusivo
da ação penal privada, deve abranger todos agentes de praticaram o delito, não pode o autor (vítima) escolher
dentre eles qual vai processar. No contexto em análise vale citar Guilherme Nucci “Princípio da Indivisibilidade:
obriga o ofendido a ajuizar ação penal contra todos os agressores que tenham, juntos, cometido o delito. Tal
dispositivo tem por fundamento evitar que a vítima escolha a pessoa a ser punida, passando a ocupar uma posição
inadequada de vingador, além de poder conseguir vantagens com a opção feita...”. Para evitar qualquer burla ao
princípio em referência, deve o autor da queixa aditá-la, quando aparecerem, após seu oferecimento, outros co-
autores ou partícipes. Há divergências se, neste caso, o Ministério Público poderia fazer o aditamento para
preservar o princípio da indivisibilidade. O princípio da divisibilidade, ao contrário, permite ao Ministério
Público na formulação da denúncia, instituto exclusivo da ação penal pública, excluir alguns dos agentes que
concorreram para a prática do crime. Não deve, porém, deixar de justificar, previamente, o motivo de tal exclusão.

Resposta 8: O aluno deverá dissertar sobre o princípio do defensor natural. O princípio do defensor natural
representa uma garantia não só do Defensor Público, mas principalmente do assistido pelo Órgão que se cercará
da prerrogativa de ser defendido por uma Instituição que possui as mesmas garantias da acusação Ressalte-se
que, quando a Constituição prevê que a assistência jurídica será gratuita aos que comprovarem a necessidade,
também afirma que a mesma será integral. Integral, nesse caso, não significa apenas total, inteira ou global. Quer
dizer também que a mesma há de ser efetiva, concreta, em paridade de armas com a acusação, e realizada por um
órgão que tenha essa missão constitucional, composto por membros concursados, que têm nesse mister sua
carreira, mas principalmente, seu ideal.

Resposta 9: Inicialmente cumpre esclarecer que a CRFB/88 estabelece que ordem judicial só poderá ser cumprida
durante o dia, art. 5º, XI. A prisão temporária tem um prazo de 05 dias, prorrogáveis por mais 05, e se for crime
hediondo, prazo será de 30 dias prorrogáveis por mais 30 (art. 2º da lei 7960/89 e art. 2º, p. 4º da lei 8072/90). A
teor do que dispõe o art. 1º, III da lei 7960/89, não cabe prisão temporária em crime de descaminho. Prisão ilegal
é cabível o relaxamento de prisão. Só se fala em liberdade provisória quando se está diante de uma prisão em
flagrante legal, porém desnecessária (art. 310 do CPP).

Resposta 10: A pretensão de Maria não pode ser acolhida, em razão do princípio da obrigatoriedade da ação penal
pública, que, no caso, é incondicionada. É comum dizer-se que, quanto ao Ministério Público, não se pode falar
em direito de ação, mas sim em dever de agir. Assim, p. ex., quando o art. 81 do CPC fala em "direito de ação"
do Ministério Público, estaria, na verdade, querendo referir-se ao seu "dever de agir". A ideia de que o
Ministério Público é obrigado a agir funda-se em última análise no princípio da legalidade, que, entre nós,
alcançou seu mais alto grau na esfera penal. Vejamos o que ocorre na legislação processual penal brasileira.
Se, embora presentes os pressupostos que autorizariam ou até exigiriam a propositura de uma açã o penal
pública, o membro do Ministério Público assim mesmo violar o dever de agir, o CPP admite a intervenção do
juiz, que pode recusar o pedido de arquivamento do inquérito policial ou das peças de informação e propor
ao chefe do parquet que reveja a proposta de arquivamento formulada pelo promotor de Justiça (art. 28). A
lei mais uma vez consagra de maneira expressa o princípio da obrigatoriedade quando veda que o Ministério
Público desista da ação (CPP, art. 42) e, mais uma outra vez, quando lhe proíbe a desistência do recurso (CPP,
art. 572). E, também em razão do mesmo princípio da indisponibilidade, no processo dos crimes de ação
pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público entenda ser caso de
absolvição (CPP, art. 385).
Resposta 7: No caso, entende-se que o acusado se oculta para não ser citado. Assim, o juiz pode determinar a citação
por hora certa. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer no prazo, ser-lhe-á nomeado
defensor dativo. O que é a citação por hora certa e quando ela ocorre? A citação por hora certa ocorre quando o
oficial de justiça vai tentar citar o réu, mas nunca o localiza no endereço onde ele normalmente deveria estar.
Diante disso, o meirinho percebe que réu está, na verdade, praticando manobras para não ser encontrado,
buscando, com isso, evitar o início dos atos processuais. Se o oficial de justiça constatar realmente essa situação, a
lei autoriza que ele marque determinado dia e horário para voltar no endereço do réu e, nesta data designada,
tentar novamente citar o indivíduo. Caso ele não esteja mais uma vez presente, a citação considera-se realizada e
presume-se que o réu tomou conhecimento da ação penal que irá seguir o seu curso normal. Previsão Veja como
o CPP previu a citação por hora certa: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da
Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719/2008). Parágrafo
único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.
(Incluído pela Lei nº 11.719/2008).

Resposta 8: Sim, pois a defesa é obrigada a defender-se da descrição constante na exordial, e não da tipificação dada.
Deveria ter sido feita a "mutatio libelli" Pelo princípio da correlação, tem-se que a sentença deve guardar plena
consonância com o fato descrito na denúncia ou queixa. O juiz só pode julgar aquilo que está sendo submetido à sua
apreciação, vedados os julgamentos ultra e extra petita. O juiz fica de certo modo vinculado à denúncia, não podendo
julgar o réu por fato de que não foi acusado (extra petita), ou de modalidade mais grave (in pejus), proferindo sentença
que se afasta ou se alheia do requisitório da acusação. Ocorre, que tal princípio não é absoluto no processo penal,
pois segundo a exposição de motivos do Codex: “o interesse da defesa social não pode ser superado pelo
unilateralíssimo interesse pessoal dos criminosos. Não se pode reconhecer ao réu, em prejuízo do bem social, estranho
direito adquirido a um quantum de pena injustificadamente diminuta, só porque o Ministério Público, ainda que por
equívoco, não tenha pleiteado maior pena”. Conjuntamente com o princípio da correlação vigora no processo penal
o princípio jura novit curia, isto é, o princípio da livre dicção do direito – o juiz conhece o direito, o juiz cuida do
direito, consubstanciado na regra narra mihi factum dabo tibi jus (narra-me o fato que te darei o direito). Isso
significa que o réu não se defende da capitulação dada ao crime na denúncia, mas sim da sua descrição fática, dos
fatos nela narrados. Sobre tais princípios, que se referem à nova capitulação do fato e desclassificação da infração
penal, dispõe o Código nos arts. 383 e 384, a seguir estudados. Passa-se ao estudo individualizado da emendatio libelli
e da mutatio libelli. Ao proferir a sentença final, pode ocorrer, ainda, que o juiz venha a reconhecer a possibilidade
de nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova surgida nos autos durante a instrução processual, de
circunstância elementar não contida explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa. Cuida-se de hipótese
totalmente diferente da anterior: agora, trata-se da mutatio libelli. Se no processo penal a acusação consiste nos fatos
narrados na denúncia ou queixa, quando se fala em mudança (mutatio) na acusação (libelli) está-se falando,
necessariamente, em modificação da descrição fática constante da exordial. Aqui não ocorre simples emenda na
acusação, mediante correção na tipificação legal, como na emendatio libelli, mas verdadeira mudança, com alteração
da narrativa acusatória. Assim, a mutatio libelli decorre geralmente do surgimento de uma prova nova,
desconhecida ao tempo do oferecimento da ação penal, levando a uma readequação dos episódios delituosos
relatados na denúncia ou queixa. Na instrução surgiu um fato que leva a uma nova definição jurídica.

Resposta 9: RESPOSTA SUGERIDA: Não assiste razão a defesa uma vez que há expressa disposição no art. 50, §§ 1º e
2º da Lei 11.343/06 no sentido de que o perito que subscrever o laudo prévio de constatação não fica impedido de
participar do laudo definitivo.

Resposta 10: Nulidade absoluta do feito, a partir da AIJ, uma vez que não foi observada pelo magistrado a ordem
estabelecida pelo artigo 400 do CPP. Assim, a hipótese estaria prevista no artigo 564, inciso IV do CPP. Jurisprudência
Sugerida: HC 153.140-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/8/2010.
Resposta 7 : SÃO Funções da citação: 1. Ciência da imputação: Ciência ao réu do ajuizamento da ação penal,
bem como da acusação que lhe é feita. 2. Oportunidade de defesa: Pessoal (peticionamento próprio) ou
defesa técnica (intermédio de advogado). Citação: é o chamamento do réu a juízo, dando-lhe ciência do
ajuizamento da ação, imputando-lhe a prática de uma infração penal, bem como lhe oferecendo a
oportunidade de se defender pessoalmente e através de defesa técnica. - ciência e oportunidade.
Consequências do não atendimento à citação: Sua inércia denomina-se contumácia, que significa
ausência injustificada. O efeito da contumácia é a revelia, ou seja, o processo seguirá sem a presença do
acusado que, citado ou intimado pessoalmente, para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado, ou, no caso de mudança de residência, deixar e comunicar ao juízo. Art. 367. O processo
seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo
endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

Resposta 8: ERRADO. se o corpo tiver desaparecido, poderá ser realizado o exame em outros vestígios,
assim como, pode ser aceito o exame indireto, com oitiva de testemunhas, além da junção de outros meios
provas. O exame de corpo de delito indireto está definido no art. 158 do Código de Processo Penal, que
afirma: “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.” Em suma, o exame de corpo de delito indireto é a
coleta dos vestígios através do raciocínio dos “peritos”, que analisam os fatos e constroem uma lógica. O
corpo de delito deveria corresponder às perícias realizadas pelos técnicos com base em vestígios,
apresentando a devida conclusão em um laudo. Todavia, na prática, não é isso que acontece. Muitas vezes,
o exame indireto constitui apenas a produção de outras provas, principalmente testemunhais e
documentais (fotografias, por exemplo), que servem para suprir a falta do exame direto. No plano ideal, o
exame de corpo de delito indireto seria uma exceção excepcionalíssima (LOPES JR, 2014), razão pela qual
não pode ser banalizado. Infelizmente, esses exames são comuns nos processos e ocorrem em razão da
necessidade (criada pelo descaso estatal), pois não há agentes/peritos suficientes para toda a demanda.
Ocorre que o exame de corpo de delito é uma das perícias mais importantes, porquanto diz respeito à
materialidade (existência) do crime. Ademais, alguns crimes, em razão de sua natureza, não admitem o
exame indireto. É o que ocorre, por exemplo, nos delitos da Lei de Drogas. Não é possível a formação de
um juízo condenatório sem o exame direto que comprove a natureza da substância apreendida. Nesse caso,
não são suficientes as fotos ou as testemunhas, sendo necessário o exame pericial, com a formação dos
laudos de constatação e definitivo.

Resposta 9: Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, em observância ao Princípio


Constitucional da ampla defesa, a intimação deve ser feita em face do réu e também de seu defensor
constituído, contando-se o prazo a partir daquela que ocorreu em último lugar. Assim, no caso em tela,
se a última intimação se deu em 09/05 (sexta-feira), o prazo final para o oferecimento da apelação (prazo:
5 dias) seria em 16/05 (sexta-feira), sendo tempestivo o recurso. Jurisprudência Sugerida: HC 71228/RJ, rel.
Min. Néri da Silveira, STF.
Resposta 10: RESPOSTA SUGERIDA: Mutatio Libelli (art. 384, CPP). O magistrado agiu de forma equivocada incorrendo
em error in procedendo. No caso, o Juiz deveria ter aplicado ao caso o art. 384 do CPP, uma vez que entendeu cabível
ao caso uma nova definição jurídica, em consequência da prova colhida ao longo da instrução. Para tanto deveria ter
aberto vista ao MP para que o mesmo aditasse a denúncia. Houve, no caso, violação ao princípio da adstrição ou
correlação. Assim, o fato imputado ao réu, na peça inicial acusatória, deve guardar perfeita correspondência com o
fato reconhecido pelo juiz, na sentença, sob pela de grave violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa,
consequentemente, ao devido processo legal.
Resposta 7: Por não haver expressa previsão legal é incabível o perdão judicial no crime de infanticídio. O §
5º do art. 121 do Código Penal reconhece a figura do perdão judicial na hipótese de homicídio culposo,
quando as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. Tal situação se apresenta como causa extintiva da punibilidade, consoante estabelece o
art. 107, IX, do CP, e autoriza o magistrado a proferir uma sentença de absolvição sumária do acusado, com
base no art. 397, IV, do CPP. Portanto, a meu ver, deve o pedido defensivo ser acolhido. . Perdão judicial: é
a clemência do Estado, que deixa de aplicar a pena prevista para determinados delitos, em hipóteses
expressamente previstas em lei. Esta é uma das situações que autoriza a concessão do perdão. Somente ao
autor de homicídio culposo – anotando-se que a introdução do perdão nesse contexto deveu-se aos crimes
de trânsito –, com inspiração no Código Penal alemão, pode-se aplicar a clemência, desde que ele tenha
sofrido com o crime praticado uma consequência tão séria e grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Baseia-se no fato de que a pena tem o caráter aflitivo, preventivo e reeducativo, não sendo cabível a sua
aplicação para quem já foi punido pela própria natureza, recebendo, com isso, uma reeducação pela vivência
própria do mal que causou. Ex.: o pai que provoca a morte do próprio filho, num acidente fruto de sua
imprudência, já teve punição mais do que severa. A dor por ele experimentada é mais forte do que qualquer
pena que se lhe pudesse aplicar. Por isso, surge a hipótese do perdão. O crime existiu, mas a punibilidade é
afastada

Resposta 8: Infelizmente o fato mostra-se atípico porquanto PEDRO não era casado com GEZEBEL. Nem
ocorreu o crime de abandono material porque a senhora pode prover o sustento da família na sua ausência
conforme consta do enunciado. Por conseguinte inexiste lapso prescricional para se aferir na hipótese. A
bigamia só ocorre quando um indivíduo casado sob a égide da lei realiza um novo casamento com os mesmos
trâmites legais do anterior, sabendo que aquele ainda é válido, ou seja a bigamia só é crime se os dois
casamentos forem no civil e ainda válidos no mesmo espaço de tempo. É importante esta compreensão pois
para o senso comum basta o relacionamento poligâmico para achar que o individuo já está cometendo crime
de bigamia, algo totalmente descabido no meio jurídico. Destarte a união estável e o simples casamento
religioso não, têm valor legal para incriminar um indivíduo que por ventura as realize mais de uma vez.

Resposta 9: Caberá identificar o homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e pelo feminicídio,
bem como a causa de aumento prevista no § 7º, em decorrência da idade da mãe. O Superior Tribunal de
Justiça firmou entendimento no sentido de que a qualificadora do feminicídio se caracteriza como
circunstância de natureza objetiva, razão pela qual pode se cumulada com quaisquer outras qualificadoras,
mesmo as afetas aos motivos determinantes do crime .Ainda, caberá ao analisar a ampla incidência da lei
de crimes hediondos, face à expressa previsão legal do art.1º, da lei n. 8072/1990, principalmente no que tange
a progressão de regime e possibilidade de recorrer em liberdade ou não da sentença penal condenatória.

Resposta 10: Caberá identificar, em um primeiro momento, a tipificação do homicídio duplamente


qualificado pela torpeza e pelo recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, no caso, a
surpresa. Em seguida, analisará a caracterização do delito associação criminosa majorado previsto no
parágrafo único do art. 288, do Código Penal. Desta forma, a correta tipificação da conduta será como incursa
nos artigos 121, parágrafo 2º, incisos I e IV, e 288, parágrafo único, em concurso material de crimes (artigo
69), todos do Código Penal. Ainda, caberá ao discente analisar as seguintes questões: a) Para a caracterização
do delito de associação criminosa basta tão somente que um dos agentes seja imputável, de modo que o fato
de Marcelo ter 16 anos não torna a conduta atípica, ao contrário, a majora. b) Com relação ao emprego de
arma somente por Júlio e Marcelo, o entendimento majoritário é no sentido de que se aplica a majorante do
parágrafo único do art.288, do Código Penal, ainda que nem todos estejam armados. O importante é que
todos conheçam a existência da arma
Resposta 7: Pedro responderá pelo crime de lesão corporal culposa de trânsito, majorada por
deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, porque
de forma imprudente e na direção do veículo automotor, deu causa ao resultado, incidindo nas
penas do artigo 303, parágrafo único, c/c, artigo 302, §1º, III, do CTB ( Lei 9.503/97). Bruno
responderá pela omissão de socorro ao volante de veículo automotor, previsto artigo 304 do CTB,
porque, embora na direção de veículo automotor, não concorreu com o crime de lesão corporal que
vitimou Carlinhos. Bobi e Beto responderão pelo crime de omissão de socorro, previsto no art. 135
do CP, porque não tiveram qualquer envolvimento no acidente de trânsito, mas poderiam, sem
risco pessoal, prestar assistência a vítima ou pedir socorro da autoridade pública.

Resposta 8: Responderá por rixa qualificada pela lesão grave, pois com o seu comportamento
anterior, contribuiu para criação das condições, que o culminou com o resultado lesivo. Caso
Raimundo tenha ingressado posteriormente responderá pela rixa simples, tendo em vista não ter
contribuído para tal desiderato.

Resposta 9: Caberá identificar o homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e pelo
feminicídio, bem como a causa de aumento prevista no § 7º, em decorrência da idade da mãe. O
Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a qualificadora do feminicídio
se caracteriza como circunstância de natureza objetiva, razão pela qual pode se cumulada com
quaisquer outras qualificadoras, mesmo as afetas aos motivos determinantes do crime (Resp
n.17391704/RS) Ainda, caberá ao analisar a ampla incidência da lei de crimes hediondos, face à
expressa previsão legal do art.1º, da lei n. 8072/1990, principalmente no que tange a progressão de
regime e possibilidade de recorrer em liberdade ou não da sentença penal condenatória.

Resposta 10: A conduta de Jonas configura-se como lesões corporais praticadas no âmbito
doméstico contra mulher de modo a ser tipificada no art.129, §9º c.c art. 61, II, h, ambos do Código
Penal, com a incidência das medidas protetivas e de urgência previstas na lei n.11340/2006. Ainda,
para responder às demais questões, caberá desenvolver os seguintes Enunciados de SÚMULA 536
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos
sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula 536, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015,
DJe 15/06/2015) SÚMULA 542-A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada (Súmula 542, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015) SÚMULA 588 -A prática de crime ou contravenção penal
contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição
da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. (Súmula 588, TERCEIRA SEÇÃO, julgado
em 13/09/2017, DJe 18/09/2017) SÚMULA 589 -É inaplicável o princípio da insignificância nos
crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
(Súmula 589, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017) SÚMULA 600 - Para
configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei Maria
da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima. (Súmula 600,STJ. TERCEIRA SEÇÃO.
Aprovada em 22/11/2017)
RESPOSTA 7: Não há tempo para prosperar a pretensão punitiva. Quando EUNÁPOLIS cometeu
o crime ele era menor de 21 anos e agora periga a pertinência da ação penal pública incondicionada.
O crime de roubo simples prevê uma pena abstrata de no máximo 10 anos de reclusão. Logo, a
prescrição da pena abstrata levando-se em consideração o art. 109, II, do CP, tal delito prescreveria
em 16 anos. EUNÁPOLIS ao tempo do crime seria menor de 21 anos e o prazo prescricional contra
si contabiliza-se pela metade nos moldes do art. 115 do CP. O magistrado deverá reconhecer a
ocorrência dessa prescrição da pretensão punitiva e extinguir a punibilidade.

Resposta 8: Segundo essa teoria temos que a finalidade da pena é punir o autor de uma infração
penal. A pena nada mais consiste que na retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso, pelo
mal justo previsto em nosso ordenamento jurídico. Não obstante, as teorias adotadas pelo nosso
sistema penal não refletem solução. Retribuir ilícitos penais com penas severas certamente não
resolverá nossos problemas sociais, “as verdades até aqui expostas demostram à evidência que
o fim das penas não pode ser atormentar um ser sensível, nem fazer que um crime não cometido
seja cometido.” (Cesare Beccaria. 2001, pg. 85). Há a necessidade de que as sanções penais
tenham objetivos mais ousados, diversos de simplesmente enjaular delinquentes ou utilizá-
los como objetos para a prevenção de delitos futuros. Os bens jurídicos e valores protegidos
pela norma penal possuem extrema ligação com os valores fundamentais do homem e da
sociedade garantidos pela Constituição. Assim, este é o parâmetro para o Direito Penal, origem
e diretriz, pois determina e fixa seus limites. Logo, o poder de punir estatal é limitado pelos
próprios princípios da Carta Constitucional. Nesta toada, para se analisar qual a finalidade da
pena que nosso sistema brasileiro busca atingir, se faz necessária uma análise dos princípios e
valores que regem nossa sociedade, através da Constituição Federal. Entre eles, se destacam a
legalidade dos delitos e das penas, a culpabilidade, a humanidade, bem como a personalidade e
individualização da pena. Observa-se que nossa Constituição reveste de extremo valor a
dignidade da pessoa humana, tendo como valores a liberdade, a igualdade, à dignidade, a
humanidade, a justiça e a proporcionalidade.

Resposta 9: O caso remete à discussão da discricionariedade judicial na aplicação da pena criminal,


levando em consideração a redação do art. 59 do código penal, quanto à aplicação do perdão
judicial. Corrente doutrinária majoritária entende que o Juiz não poderá conceder o perdão judicial
por dois motivos: 1) O perdão judicial é causa extintiva de punibilidade que só pode ser aplicada
quando houver expressa disposição em lei (o que não está prevista na hipótese de furto); 2) A pena
prevista em lei é de aplicação obrigatória ao condenado, de acordo com o princípio da
inderrogabilidade.

Resposta 10: De acordo com súmula 231 do STJ não há prejuízo, pois a incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. Esta posição é
majoritariamente aplicada na atualidade. Rogério Greco (Curso de Direito Penal, 18. ed. Rio de
Janeiro: Impetus, 2016, p.678) tem opinião diversa, entendo que o texto do art. 65 do CP, ao usar a
expressão são circunstâncias que sempre atenuam a pena, não permitiu ao magistrado a escolha
sobre a aplicação da atenuante. Agindo assim, entende o autor estar ocorrendo interpretação contra
legem (minoritária corrente)
Resposta 7: A) Inaplicável a escusa absolutória prevista no art. 181 I, do Código Penal, pois o crime foi
praticado contra uma vítima com a idade de 60 (sessenta anos). A impossibilidade do reconhecimento está
estabelecida no art. 183, III, do Código Penal: [...] se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos. Paulo Boavida responderá pelo crime de furto qualificado, art. 155, II, do
Código Penal, pois existia uma relação de fidelidade entre o casal. B) João Boavida, cunhado de Gertrudes,
não será beneficiado pela escusa absolutória em virtude de o legislador não reconhecer tal instituto,
quando a vítima possuir idade igual ou superior a 60 anos (art. 183, III, do Código Penal). No entanto, ele
responderá na condição de partícipe, de acordo com o art. 29 do Código Penal, haja vista não ter feito a
subtração da res furtiva. Ele será punido na medida da culpabilidade. C) Não. Trata-se de crime continuado,
art. 71 do Código Penal, cujos requisitos são: a) mais de uma ação ou omissão; b) a prática de dois ou mais
crimes, da mesma espécie; c) condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes; d) os
crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro. ➔ Resposta 8: Mário não se sujeita
ao artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90 por se tratar de novatio legis in pejus E/OU com base na irretroatividade da
lei penal mais gravosa o artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90 não se aplica a situação de Mário OU a antiga redação
do artigo 2º, da Lei 8.072/90 foi considerada inconstitucional pelo STF em 2006, razão pela qual a progressão
passou a ocorrer com base no Art. 112 da LEP, observando-se o quantum de 1/6 de cumprimento de pena.
Tal entendimento é fundamentado nos verbetes 26 da súmula vinculante do STF ou 471 do STJ. ➔ Resposta
9: Não assiste razão ao advogado amigo de João Inácio porque não se trata de ação penal pública
condicionada à representação, uma vez que o código penal, art. 183, III preconiza que não se aplica o disposto
no art. 182 (que consiste na hipótese do caso concreto) quando o crime é praticado contra pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Resposta 10: No caso, Atos praticou mais de uma conduta, produzindo mais de um resultado, em crimes
de mesma espécie, no mesmo lugar, mesmo tempo e maneira de execução. Trata-se de crime continuado,
que prevê ainda a aplicação do método da exasperação de penas. 1) Para a caracterização da continuidade
delitiva é imprescindível o preenchimento de requisitos de ordem objetiva – mesmas condições de tempo,
lugar e forma de execução – e de ordem subjetiva – unidade de desígnios ou vínculo subjetivo entre os
eventos (Teoria Mista ou Objetivo-subjetiva). 2) A continuidade delitiva, em regra, não pode ser reconhecida
quando se tratarem de delitos praticados em período superior a 30 (trinta) dias. 3) A continuidade delitiva
pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos ocorridos em comarcas limítrofes ou próximas. 4) A
continuidade delitiva não pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos cometidos com modos de
execução diversos. 5) Não há crime continuado quando configurada habitualidade delitiva ou reiteração
criminosa. 6) Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença,
não se computando o acréscimo decorrente da continuação. (Súmula n. 497/STF) 7) A lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade delitiva ou da permanência. (Súmula n. 711/STF) 8) O estupro e atentado violento ao pudor
cometidos contra a mesma vítima e no mesmo contexto devem ser tratados como crime único, após a nova
disciplina trazida pela Lei n. 12.015/09. 9) É possível reconhecer a continuidade delitiva entre estupro e
atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas diversas ou fora do mesmo contexto, desde
que presentes os requisitos do artigo 71 do Código Penal. 10) A Lei n. 12.015/09, ao incluir no mesmo tipo
penal os delitos de estupro e atentado violento ao pudor, possibilitou a caracterização de crime único ou de
crime continuado entre as condutas, devendo retroagir para alcançar os fatos praticados antes da sua
vigência, por se tratar de norma penal mais benéfica. 11) No concurso de crimes, a pena considerada para
fins de fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso
material, ou da exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas
cominadas aos delitos.
Resposta 7: De acordo com o nosso Código Penal, em seu artigo 68, a dosimetria será realizada por meio de um sistema
trifásico, ou seja, dividida em três partes: Na 1ª fase, a fixação da pena-base (utilizando-se os critérios do artigo 59 do
Código Penal); Na 2ª fase, o magistrado deve levar em consideração a existências de circunstâncias atenuantes (contidas
no artigo 65 do Código Penal) e agravantes (artigos 61 e 62, ambos do Código Penal); Por fim, na 3ª fase, as eventuais
causas de diminuição e de aumento de pena.

Resposta 8: Não praticou crime, pois, de acordo com a Teoria da Acessoriedade Limitada, o partícipe somente poderá
ser punido se o agente praticar conduta típica e ilícita, o que não foi o caso, já que Luiz agiu amparado por uma causa
excludente de ilicitude. OU Não havia liame subjetivo entre Hugo e Luiz, razão pela qual Hugo não poderia ser
considerado partícipe.

Resposta 9: A avaliação terá como premissa a resolução dos casos concretos constantes no plano de aula, ou seja, sua
entrega tempestiva, participação no debate acerca do tema em sala de aula e, posterior aperfeiçoamento mediante a
correção apresentada em sala pelo docente e, necessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes aos
casos. Seguem, abaixo, sugestões de temas/respostas a serem abordados pelo discente ao solucionar os casos concretos
propostos. Sugestão de gabarito: Não está correta a classificação, os dois são coautores do crime de peculato apropriação
(art. 312 CP). Conforme vem decidindo o STF, há possibilidade particular receber este tipo de imputação, desde que
tenha conhecimento da condição de funcionário público do outro coautor. Segue notícia de decisão em que tal
posicionamento foi adotado: 1ª Turma recebe denúncia contra deputada Jaqueline Roriz por
peculato(http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=28 1029) Em sessão realizada na tarde
desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a denúncia apresentada pelo
Ministério Público Federal (MPF) no Inquérito 3113, contra a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), por suposta
prática, em 1º de setembro de 2006, do crime de peculato (artigo 312 do Código Penal). A decisão ocorreu por maioria
dos votos...O relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pelo recebimento da denúncia. O crime de peculato tem
natureza de delito funcional impróprio na medida em que se caracteriza não somente pelo atentado ao dever funcional,
mas também pelos elementos característicos de apropriação indébita, ressaltou. Portanto, o relator entendeu que a
circunstância de a acusada, à época dos fatos, não ser funcionária pública, não impede que seja imputada a ela a prática
de peculato se, aderindo conscientemente à ação dos demais autores e partícipes do crime, for beneficiada pela
apropriação ou desvio.

Resposta 10: No caso, Atos praticou mais de uma conduta, produzindo mais de um resultado, em crimes de mesma
espécie, no mesmo lugar, mesmo tempo e maneira de execução. Trata-se de crime continuado, que prevê ainda a
aplicação do método da exasperação de penas. 1) Para a caracterização da continuidade delitiva é imprescindível o
preenchimento de requisitos de ordem objetiva – mesmas condições de tempo, lugar e forma de execução – e de ordem
subjetiva – unidade de desígnios ou vínculo subjetivo entre os eventos (Teoria Mista ou Objetivo-subjetiva). 2) A
continuidade delitiva, em regra, não pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos praticados em período superior
a 30 (trinta) dias. 3) A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos ocorridos em comarcas
limítrofes ou próximas. 4) A continuidade delitiva não pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos cometidos
com modos de execução diversos. 5) Não há crime continuado quando configurada habitualidade delitiva ou reiteração
criminosa. 6) Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se
computando o acréscimo decorrente da continuação. (Súmula n. 497/STF) 7) A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade delitiva ou da permanência.
(Súmula n. 711/STF) 8) O estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra a mesma vítima e no mesmo contexto
devem ser tratados como crime único, após a nova disciplina trazida pela Lei n. 12.015/09. 9) É possível reconhecer a
continuidade delitiva entre estupro e atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas diversas ou fora do
mesmo contexto, desde que presentes os requisitos do artigo 71 do Código Penal. 10) A Lei n. 12.015/09, ao incluir no
mesmo tipo penal os delitos de estupro e atentado violento ao pudor, possibilitou a caracterização de crime único ou de
crime continuado entre as condutas, devendo retroagir para alcançar os fatos praticados antes da sua vigência, por se
tratar de norma penal mais benéfica. 11) No concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência
do Juizado Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou da exasperação, na hipótese de
concurso formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos.
Resposta 7: Direito Penal Subjetivo significa o Poder ou dever do Estado de punir os
indivíduos por ele tutelados, dentro dos basilares do Direito Penal Objetivo. E o Direito
Penal Objetivo diz respeito a Todas as normas existentes e de pronta aplicabilidade sobre
o fato concreto ou tentado.

Resposta 8: Se encontra na culpabilidade, mas especificamente no campo da


inexigibilidade de conduta diversa.

Resposta 9: Caso concreto elaborado a partir de decisão proferida em sede Apelação


Criminal, cuja decisão foi proferida em dezembro de 2016 pelo TJRS, acerca da prática de
posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida. A questão, adequada à
maturidade acadêmica discente, tem por objeto a análise da classificação do referido delito
como de perigo abstrato (Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Julio Cesar
Finger, Julgado em 15/12/2016) Ainda, sobre o tema: [.....]As Cortes Superiores, sobretudo
o STF, guardião da Constituição Federal, afirmam não haver inconstitucionalidade na
definição de crimes de perigo abstrato, tendo sido reconhecida, inclusive, a adequação da
Lei 10.826/03 ao ordenamento pátrio por meio da ADI 3112/DF . Nesse sentido,
paradigmático precedente daquele Tribunal (HC 104410/RS - Min. Gilmar Mendes
Segunda Turma Julgamento 06/03/2012), que, inclusive, analisou a validade da previsão
contida no tipo pelo qual o réu foi denunciado. É prescindível, na hipótese, a demonstração
de perigo de dano . Também é o entendimento do STJ . Por conta disso, inclusive, levando-
se em conta o bem jurídico tutelado (incolumidade pública ), inexiste violação ao princípio
da lesividade, matéria pacificada junto à 3ª Seção do STJ , pouco importando, também para
o STF , se a arma estava desmuniciada ou desmontada. Dada a natureza de crime de perigo
abstrato, não se aplica, tampouco, o princípio da insignificância .( STF, RHC 128281,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 04/08/2015)[...]

Resposta 10: O caso concreto versa sobre a aplicação da analogia em favor da parte, uma
vez que o art.181, I, CP versa sobre a imunidade absoluta (escusa absolutória) para do
cônjuge, na constância da sociedade conjugal e não faz menção à união estável. Para tanto,
caberá ao discente diferenciar as formas de Interpretação e Integração da norma penal:
analogia, interpretação analógica e interpretação extensiva.
Resposta 7: Trata-se de crime de peculato para ambos (art. 312 do CP). Ainda
que a hipótese verse sobre crime próprio e a existência de previsão legal de
incomunicabilidade das circunstâncias e condições de caráter pessoal
disposta no art. 30 do CP, ambos responderão pelo mesmo crime, haja vista
que José sabia que João era funcionário público - elementar do tipo - e se valeu
desta condição para obter as mesmas vantagens que João (funcionário
público) detinha para praticar a conduta descrita no enunciado.

Resposta 8: Trata-se de crime de Concussão (art. 316), que não exige que o
funcionário tenha assumida a função. A simples exigência em razão da função
já é o bastante para a caracterização do crime e, principalmente a sua
consumação, pois independe de resultado.

Resposta 9: O caso concreto versa sobre o delito de latrocínio e teve por


elemento disparador notícia veiculada pelo jornal O Globo de caso ocorrido
em SP, em novembro de 2016. Caso o docente julgue interessante, poderá
analisar o momento consumativo do delito de latrocínio, bem como a
possibilidade de tentativa deste.

Resposta 10: O caso concreto versa sobre a distinção dos delitos de


favorecimento pessoal e real, bem como do confronto entre sua caracterização
e a participação ou coautoria no delito antecedente. Com relação à segunda
indagação, insta salientar que a menoridade penal ou a extinção da
punibilidade apenas impedem a aplicação de sanção penal ao autor do crime
antecedente, mas o fato não deixa de ser crime, logo não possui relevância
jurídico-penal para a tipificação da conduta de LAURO. Neste sentido, vide
o art. 108, 1ªparte, do Código Penal.

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