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RESUMO GUYTON – P2

CAPÍTULO 32
HEMÁCIAS, ANEMIA E POLICITEMIA

Hemácias (Eritrócitos)
Sua principal função é o transporte de hemoglobina. Elas contem grande quantidade de
anidrase carbônica, enzima que participa da reação de CO2 + H2O para formar H2CO3. A
hemoglobina é importante tampão acidobásico e, por isso, as hemácias são responsáveis pela
maior parte do tamponamento do sangue.
Elas possuem alta capacidade de variar sua forma conforme são espremidas pelos capilares.
No homem: 5.200.000
Na mulher: 4.700.000

Contem enzimas citoplasmáticas capazes de formar ATP. Essas enzimas também mantem a
flexibilidade da membrana celular, o transporte de íons, o ferro da hemoglobina na forma
ferrosa e impedem a oxidação das proteínas das hemácias.
Geralmente as hemácias são destruídas no baço por ele ter diâmetro menor.

As hemácias tem capacidade de concentrar hemoglobina por até 34g/100mL. Quando o


hematócrito está normal (40 a 45%) e quantidade de hemoglobina em cada célula respectiva
estão normais, o sangue total do homem contém, em média, 15g/100mL e na mulher
14g/100mL. Cada grama de hemoglobina é capaz de se combinar com 1,34mL de oxigênio.

Produção
Na vida embrionária, nas primeiras semanas, elas são produzidas pelo saco vitelínico.
Depois, essa função é encarregada pelo fígado. Posteriormente, e aí já no nascimento, elas são
produzidas pela medula óssea. A medula óssea, geralmente, produz hemácias até os 5 anos –
exceto nos ossos longos, onde pode chegar até 20 anos de idade. Após os 20, as hemácias são
produzidas apenas em ossos membranosos (como costela, esterno, vértebras e íleo).

1 células tronco hematopoiéticas pluripotentes –


2 célula tronco comprometida (com indutores de crescimento como a interleucina-3,
provocam seu crescimento mas não sua diferenciação) e indutores de diferenciação – UFCH
(unidade formadora de colônia de eritrócitos) ou CFU-E
*a exposição do sangue a baixas concentrações de oxigênio resulta na indução do
crescimento, da diferenciação e da produção de hemácias.

3 proeritoblasto –
4 eritoblastos basófilos (acumula pequena quantidade de hemoglobina) –
5 eritoblasto policromatófilo –
6 eritoblasto ortocromático (perde o núcleo, o RE é reabsorvido) –
7 reticulócito (nesse momento que as células saem da medula e entram em capilares por
diapedese) –
8 hemácia madura (sem material basófilo)

Regulação da Produção
Qualquer condição que cause diminuição da quantidade de oxigênio transportado para os
tecidos, normalmente aumenta a intensidade de produção das hemácias. Em grandes
altitudes, por exemplo, o oxigênio transportado é insuficiente e ocorre produção de hemácias.
Fatores de hipóxia: hipovolemia, anemia, hemoglobina baixa, fluxo sanguíneo deficiente,
doenças pulmonares.
O principal estimulo para a produção das hemácias em hipóxia é o hormônio eritropoietina.
Cerca de 90% da eritropoietina é produzida pelos rins, o resto é pelo fígado. A hipóxia do
tecido renal leva o aumento do fator induízvel por hipóxia-1 (HIF-1) que aumenta a síntese de
eritropoietina ao se ligar ao gene. O efeito dela consiste na estimulação da produção de
proeritrobastos a partir de células-tronco hematopoiéticas na medula. Além disso, ela acelera
os processos subsequentes.
Na ausência de eritropoietina, ferro e outros nutrientes podem aumentar a produção 10x
ou mais. Entretanto, a proteína é sempre mais eficaz.
A vitamian B12 e o ácido fólico são essenciais a síntese de DNA. Uma deficiência nessas
proteínas causa falha na maturação nuclear e divisão celular. Além disso, produz hemácias
maiores que o normal (macrócitos) – transportam oxigênio, mas tem sobrevida curta.

Anemia Perniciosa
As células parietais das glândulas gástricas secretam o fator intrínseco. Ele se liga a VITB12
e, assim, ela não é digerida. Na membrana da borda em escova das células da mucosa do íleo,
o fator intrínseco e a vitb12 se ligam a receptores e, por pinocitose, são transportados para o
sangue. A vitb12 é armazenada no fígado e liberada quando necessário pela medula. Portanto,
a falta do fator intrínseco gera falha na absorção de vitb12.

Síntese de Hemoglobina
Ela começa no estágio de proeritrobastsos e persegue até os reticulócitos.

2 succinil-CoA + 2 glicina  pirrol


4 pirróis  protoporfirina IX
protoporfirina IX + Fe++  heme
heme + globina  cadeia de hemoglobina
duas cadeias alfa e duas beta  hemoglobina A

São encontrados quatro átomos de ferro em cada hemoglobina. Cada um deles pode se ligar a
uma molécula de oxigênio.

Anemia Falciforme
O aminoácido valina é substituído pelo ácido glutâmico em uma ponto em cada uma das
duas cadeias beta. Quando esse tipo de hemoglobina é exposto a baixos teores de oxigênio,
formam-se cristais alongados que não passam pelos capilares e por vezes rompem a
membrana causando anemia.

Oxigênio e Hemoglobina
O oxigênio se liga frouxamente a uma das chamadas ligações de coordenação do átomo de
ferro. Ele NÃO se ioniza.

Metabolismo e Transporte do Ferro


65% do ferro presente no corpo está na hemoglobinas.
Quando o ferro é absorvido no intestino delgado, ele se combina, no plasma sanguíneo,
com a beta globulina apotransferrina para formar transferrina. Essa ligação é frouxa e pode ser
desfeita em qualquer célula. No citoplasma das células, ele se combina com apoferritina
formando ferritina. Esse ferro armazenado como ferritina é chamado de ferro de depósito.
Pequenas quantidades de ferro no reservatório de depósito são armazenadas sob forma de
hemossiderina (insolúvel).
Quando tem baixa de ferro, o mesmo armazenado sob forma de ferritina é transportado
como transferrina no plasma até onde se faz necessário. Ela é ingerida pelo eritroblasto e nele
libera o ferro para a síntese do heme.
Quando as hemácias morrem, a hemoglobina é fagocitada pelas células do sistema de
monócitos-macrófagos no baço e na medula, e em especial pelas células de Kupffer, no fígado.

Anemia Hipocrômica – deficiência do transporte de ferro para os eritroblastos.

Absorção do Ferro
O fígado secreta apotransferrina na bile, que flui pelo ducto biliar até o duodeno. No
intestino delgado, ela se liga ao ferro livre. Essa combinação é dita transferrina. Ela é atraída
por receptores nas células da membrana endotelial. Por pinocitose é absorvida e liberada na
corrente sanguínea.

Anemias
Anemias graves diminuem a viscosidade do sangue. Isso diminui a resistência ao fluxo
sanguíneo nos vasos periféricos aumentando o débito cardíaco. Além disso, situações de
hipóxia dilatam os vasos sanguíneos periféricos aumentando ainda mais o retorno de sangue
para o coração o que potencializa o débito cardíaco e aumenta a sobrecarga do bombeamento
cardíaco.
De cera forma, esse aumento do débito cardíaco compensa a redução do transporte de
oxigênio na anemia, visto que o fluxo de sangue é maior. Isso apenas em situações sem
exercício físico.

a. Anemia por perda sanguínea: a pessoa não consegue absorver ferro suficiente no
intestino para formar hemoglobina na mesma velocidade em que ela é perdida. As hemácias
são menores ocorrendo anemia microcítica hipocrômica.

b. Aplástica: falta de funcionamento da medula óssea.

c. Megaloblástica: perda do fator intrínseco comprometendo a absorção de vitb12 e


ácido fólico. Como os eritroblastos não conseguem se proliferar de forma suficientemente
rápida para formar o numero normal de hemácias, as células vermelhas produzidas são, em
sua maioria, grandes.

d. Hemolítica: possui hemácias frágeis com curto tempo de vida. As causas são de vários
tipos:
- esferocitose hereditária: hemácias pequenas e esféricas, incapazes de suportar as
forças de compressão.
- anemia falciforme: células com tipo anormal de hemoglobina – a hemoglobina S.
Quando exposta a baixas concentrações de oxigênio, ela precipita em longos cristais no
interior das hemácias que dão o aspecto de foice. Isso torna as hemácias frágeis.
- eritroblastose fetal: as hemácias Rh+ do feto são atacadas por anticorpos Rh- da mãe.

Policitemia
Policitemia secundária: em situações de hipóxia, os órgãos hematopoiéticos começam a
produzir grande quantidade de hemácias extras. Exemplo é a policitemia fisiológica que ocorre
em habitantes de grandes altitudes.

Policitemia Vera (eritremia): é causada por aberração genética nas células


hemocitoblásticas que produzem hemácias, ou seja, elas não param de ser produzidas.
Também ocorre aumento no número de plaquetas e de leucócitos. O sistema vascular fica
ingurgitado e os capilares sanguíneos são obstruídos e o sangue mais viscoso. Pacientes
possuem tonalidade cianótica (azulada) em função do fluxo sanguíneo ser lento e uma
quantidade maior de hemoglobina do que o normal ser desoxigenada.

A policitemia tende a aumentar a viscosidade do sangue e diminuir a velocidade do retorno


venoso para o coração. Entretanto, a concentração é alta o que tende a aumentar o retorno
venoso.

CAPÍTULO 33
RESISTÊNCIA DO CORPO A INFECÇÃO

Leucócitos (glóbulos brancos)


O ser humano tem 7.000 leucócitos por microlitro de sangue.
Formados em parte:
a. na medula óssea como os granulócitos, monócitos e alguns linfócitos. Esse leucócitos
ficam armazenados na medula até que algum fator provoque sua liberação. Normalmente se
tem na medula 3x o número de leucócitos circulantes. Os megacariócitos também são
formados na medula e se fragmentam formando as plaquetas.
b. no tecido linfático como os linfócitos e plasmócitos. Os tecidos linfáticos se destacam
principalmente o baço, o timo, as tonsilas e as placas de Peyer (na medula).

Existem seis tipos:


1. Neutrófilos polimorfonucleares - granulócito
2. Eosinófilos polimorfonucleares - granulócito
3. Basófilos polimorfonucleares - granulócito
4. Monócitos
5. Linfócitos
6. Plasmócitos
Além disso, encontram-se plaquetas (fragmentos de células semelhantes aos leucócito) e os
megacariócitos. O número de plaquetas por microlitro de sangue é de 300.000.

Os granulócitos e monócitos fazem fagocitose.


Os linfócitos e plasmócitos atuam em conexão com o sistema imune.

Tempo de vida
Granulócitos – após sua liberação pela medula, circulam por 4 a 8h no sangue e de 4 a 5
dias nos tecidos.
Monócitos – 10 a 20h no sangue. Nos tecidos, aumentam seu volume e se transformam em
macrófagos teciduais e, assim, vivem por meses até que sejam destruídos.
Linfócitos – entram continuamente na corrente circulatória e retornam aos tecidos por
diapedese.
Plaquetas – são renovadas a cada 10 dias.
Formação
A partir das células-tronco hematopoiéticas pluripotenciais, são formadas duas grandes
linhagens de leucócitos: as linhagens mielocítica e linfocítica.

Neutrófilos e Macrófagos – Defesa contra Infecções


Neutrófilos – células maduras que podem atacar e destruir bactérias.
Macrófagos Teciduais – começam como monócitos e aumentam de volume para se
transformaram em macrófagos nos tecidos.

Ambos podem passam através dos capilares sanguíneos por diapedese. Nos espaços
teciduais, eles se movimentam pelo movimento ameboide. Eles são atraídos a região
inflamada por quimiotaxia.
O que é quimiotaxia? Quando o tecido é inflamado, formam-se produtos que causam
quimiotaxia. São eles: toxinas de bactérias e irais, produtos degenerativos dos tecidos,
produtos das reação do complexo do complemento e produtos da coagulação.

Fagocitose – neutrófilos e macrófagos


A ocorrência de fagocitose depende de três procedimentos seletivos:
1. Superfície áspera;
2. Ausência de revestimento protetor proteico que repele os fagócitos;
3. Presença de sistema imune no corpo com anticorpos que aderem as membranas
bacterianas e aumentam a suscetibilidade aos fagócitos. Para isso, o anticorpo se
combina com o produto C3 da cascata de complemento e ela se prende a membrana
do fagócito – processo de opsonização.

Fagocitose por neutrófilos – eles se conectam a membrana e emitem pseudópodos que


criam uma câmara fechada contendo a partícula a ser fagocitada. A câmara invagina para a
cavidade citoplasmática e forma a vesícula fagocítica.

Fagocitose por macrófagos – são mais potentes que os neutrófilos. Podem envolver
moléculas maiores (hemácias inteiras). Podem eliminar seus processos residuais e ainda
funcionam por muitos meses.

Quando a partícula é fagocitada, lisossomos e outros grânulos citoplasmáticos liberam


enzimas digestivas e agentes bactericidas na vesícula e a transformam em vesícula digestiva.
Os neutrófilos e macrófagos possuem lisossomas com enzimas proteolíticas para a digestão,
além de lipases no caso dos macrófagos.
Macrófagos e neutrófilos possuem agentes bactericidas que destroem as bactérias mesmo
quando as enzimas lisossômicas não conseguem digeri-las. Isso deve-se por agentes oxidantes
dos fagossomos ou de peroxissimos que possuem anion superóxido, peróxido de hidrogênio e
ions hidroxila. A mieloperoxidase, enzima lisossômica, catalisa a reação de H2O2 com íons
cloreto para formar hipoclorito, extremamente bactericida.

Sistema Celular Monocítico-Macrofágico (Sistema Reticuloendotelial)


Ainda que muitos monócitos se transformem em macrófagos, parte deles fica presa nos
tecidos durante meses ou anos, até que seja mobilizada para realizar funções protetoras locais
específicas. Assim então eles rompem suas conexões se transformando em macrófagos
móveis.
Essa combinação de monócitos , macrófagos móveis e teciduais fixos é chamada de Sistema
Reticuloendotelial.

Locais de atuação dos Macrófagos


Macrófagos em linfonodos – nenhuma substancia é absorvida diretamente através dos
capilares para o sangue. Elas entram na linfa e se aprisionam nos linfonodos que possuem
macrófagos teciduais nos seios medulares. O caminho no linfonodo é – vasos linfáticos
aferentes > seios medulares do linfonodo > hilo.

Macrófagos Alveolares – grande número de macrófagos teciduais está presente nas


paredes alveolares. Eles podem fagocitar partículas que ficam retinas nos alvéolos.

Macrófagos (Células de Kupffer) – antes que o sangue entre na circulação, ele passa pelos
sinusoides do fígado revestidos de macrófagos teciduais chamados de células de Kupffer.

Macrófagos do Baço e da Medula Óssea – nesses dois tecidos, os macrófagos ficam retidos
pela malha reticular desses órgãos, e quando as partículas estranham entram em contato com
esses macrófagos, são fagocitados.

Inflamação
Como ocorre:
1. Vasodilatação dos vasos sanguíneos – aumento do fluxo sanguíneo local
2. Aumento da permeabilidade dos capilares – saída de líquido para os espaços
intersticiais
3. Coagulação do líquido do espaço intersticial
4. Migração de granulócitos e monócitos para o local
5. Dilatação das células teciduais
Um dos primeiros resultados da inflamação é o emparedamento da área lesada, isolando-a dos
tecidos ao seu redor. Os espaços teciduais e os vasos linfáticos, na área inflamada, são
bloqueados por coágulos de fibrinogênio de modo que, após algum tempo, líquido quase não
consegue fluir por esses espaços. Esse processo retarda a disseminação de bactérias ou de
produtos tóxicos.
Os macrófagos teciduais são a primeira linha de defesa contra as infecções durante a
primeira hora. Após essa uma hora, neutrófilos (segunda linha de defesa) invadem a área a
partir do sangue, sempre após citocinas inflamatórias agirem da seguinte forma:
- elas causam aumento da expressão de moléculas de aderência como seletinas e molécula
de aderência intracelular-1 (ICAM-1). Elas reagem com as integrinas dos neutrófilos e os
grudam na parede dos capilares e vênulas – efeito de marginação.
- elas afrouxam os espaços intercelulares de modo a permitir a diapedese dos neutrófilos.
- causam a quimiotaxia dos neutrófilos.

Juntamente com os neutrófilos, os monócitos do sangue chegam ao tecido inflamado para


aumentarem de volume e se transformarem em macrófagos. Só que o processo é mais lento –
essa é terceira linha de defesa.

A quarta linha de defesa é a produção muito aumentada de granulócitos e de monócitos


pela medula óssea.

***Neutrofiia: aumento do número de neutrófilos em decorrência da inflamação aguda e


grave.

Controle por Feedback das respostas dos Macrófagos e Neutrófilos


Os macrófagos ativados formam:
- TNF: fator de necrose tumoral
- IL-1: interleucina-1
- GM-CSF: fator estimulante de colônias de granulocitos-monócitos
- G-CSF: fator estimulante de colônias de granulócitos
- M-CSF: fator estimulante de colônias de monócitos
Esses fatores causam o aumento da produção de granulócitos e monócitos pela medula.

Formação de Pus
Mistura de tecido necrótico, neutrófilos mortos, macrófagos mortos e líquido tecidual.

Eosinófilos
Fagócitos fracos com quimiotaxia. São produzidos em grande escala em pessoas com
infecções parasitárias. Eles executam a defesa pela liberação de enzimas hidrolíticas que são
lisossomas modificados; liberação de formas reativas de oxigênio; e pela liberação de
polipeptídeo altamente larvicida (proteína básica principal).
Exemplos de doenças reagidas por eosinófilos: esquistossomose triquinosa.
Eles também se concentram em tecidos que ocorrem reações alérgicas – isso decorre pela
participação de basófilos e mastócitos que liberam fator quimiotáxico de eosinófilos.

Basófilos
Semelhantes aos mastócitos que estão fora dos capilares. Ambos liberam heparina no
sangue, substancia que impede a coagulação sanguínea. Liberam também histamina,
bradicinina e serotonina durante o processo inflamatório.
Nas reações alérgicas, o anticorpo IgE se liga aos mastócitos e basófilos.

Leucopenia
A medula produz poucos leucócitos. Dois dias após a interrupção da produção de leucócitos
pela medula, podem surgir diversas úlceras na boca, no cólon ou a pessoa pode desenvolver
uma forma de infecção respiratória grave.
Causas: exposição a raios x, gama, a substancias ou agentes químicos que contenham
núcleos benzeno ou de antraceno. Fármacos como clorafenicol (antibiótico), tiuracil, entre
outros.

Leucemia
Produção descontrolada de leucócitos.
Tipos:
a. Leucemia linfocíticas: produção cancerosa nas células linfoides.
b. Leucemia mielogênica: produção cancerosa de células mielógenas jovens na medula.
Produz células parcialmente diferenciadas o que agrava a leucemia.

Consequências:
- células leucêmicas invadem o osso circundante e o deixa mais propenso a fraturas.
- desenvolvimento de infecções
- anemia grave
- tendência a sangramentos causada pela trombocitopenia (ausência de plaquetas)
- uso excessivo de substratos metabólicos pelas células cancerosas em crescimento
- energia do paciente é muito depletada pela reprodução de novas células

CAPÍTULO 34
RESISTENCIA DO CORPO A INFECÇÃO

Imunidade Inata
Não envolve processor direcionados para microrganismos patológicos específicos.
Inclui os seguintes mecanismos:
- fagocitose de bactérias
- destruição por secreções ácidas ou enzimas digestivas
- resistência da pele a invasão de microrganismos
- presença de compostos químicos no sangue que se prendem a microrganismos ou toxinas
como: lisozima, polipetídeos básicos, complexo do complemento e linfócitos natural killer.

Imunidade Adquirida
Tipos:
- Humoral ou das células B: o corpo desenvolve moléculas de globulina no plasma que atacam
o agente invasor.
- Por linfócitos T ativados: produção de linfócitos T ativados pelos linfonodos.

Toxinas e microrganismos possuem compostos químicos específicos que desencadeiam a


imunidade adquirida – ANTÍGENOS. Para que a substancia seja antigênica, é preciso ter alto
peso molecular e presença de epípotos na superfície das moléculas (grupos moleculares que
recorrem da forma regular).
A imunidade adquirida é decorrência dos linfócitos do corpo. Eles estão situados em maior
número nos linfonodos, mas também estão presentes no baço, em áreas submucosas do trato
gastrointestinal, no timo e na medula.
Os linfócitos são divididos entre:
a. T: formação de linfócitos ativados que proporcionam imunidade “mediada por células”.
b. B: responsável pela formação dos anticorpos que promovem a imunidade humoral.

Formação dos Linfócitos: células-tronco hematopoéticas pluripotentes – células


progenitoras.
As células progenitoras linfoides migram para o timo (onde são pré-processadas) para
formar então os linfócitos T.
A outra população é pré-processada no fígado e na medula óssea para, então, formar os
linfócitos B.

Pré-processamentos
a. Timo: depois de se originarem na medula, os linfócitos T migram ao timo e ali se
dividem e se diversificam. Em seguida, eles deixam o timo e alojam-se nos tecidos linfoides
através do sangue.
b. Fígado e Medula Óssea: os linfócitos B secretam anticorpos que são agentes reativos e
ficam armazenados nos tecidos linfoides.

Os linfócitos pré-formados são capazes de formar somente um tipo de anticorpo ou um


tipo de célula T e somente o tipo específico de antígeno pode ativa-lo. Assim que eles são
ativados, sua reprodução é ampla e formam-se clones de linfócitos.
Cada antígeno reage com o anticorpo da membrana celular e ativa-os (no caso dos
linfócitos B) ou com moléculas proteínas receptoras de superfície (no caso dos linfócitos T).

Papel dos Macrófagos: a maioria dos microrganismos invasores é fagocitada primeiro e


parcialmente digerida pelos macrófagos, e os produtos antigênicos são liberados no citosol do
macrófago. Com isso, eles passam esses antígenos aos linfócitos e os ativam. Além disso, ele
também secreta interleucina-I que promove o crescimento ainda maior dos leucócitos.

Células auxiliares: células T, as linfocinas que ativam os linfócitos B específicos.

Após a ativação dos linfócitos B pelos macrófagos, eles se dilatam tomando aparência de
linfoblastos. Os linfoblastos se diferenciam e formam plasmablastos. Começam, então, a se
dividir para formar plasmócitos maduros que passa a produzir anticorpos de gamaglobulina
que são liberados na linfa e no sangue.

Células de memória: linfócitos B formados pela ativação de clones que não se diferenciam
em plasmócitos, mas que formam um número moderado de novos linfócitos B. Isso facilitará a
resposta na exposição ao antígeno novamente – resposta secundária.

Anticorpos
Gamaglobulinas ou imunoglobulinas. Todas são formadas por cadeias de peptídeos leves e
pesadas. Cada cadeia pesada está em paralelo com uma cadeia leve em uma de suas
extremidades.
Cada anticorpo possui uma porção constante, que determina a sua mobilidade, sua
aderência as estruturas teciduais, fixação ao resto do complexo e a facilidade para passar por
entre as membranas; e uma porção variável, que é por onde o antígeno se ligam. Pontes SS
(dissulfeto) são quem mantém unidas as cadeias leves e pesadas.
Cada anticorpo é específico para antígeno determinado, e isso é causada pela sua
organização estrutural única. A ligação antígeno-anticorpo, por isso, é muito forte sendo
mantida por:
- ligação hidrofóbica
- ligação de H
- atrações iônicas
- forças de Van de Waals.

Existem cinco classes gerais de anticorpos (IgM, IgG, IgA, IgD e IgE). A IgG é responsável por
75% dos anticorpos de uma pessoa normal. A IgE está envolvida nos processos de alergia. A
IgM é responsável pela resposta primária.

Mecanismo de Ação dos Anticorpos


a. Ação Direta dos Anticorpos sobre os Agentes Invasores: podem ativar o agente invasor
de diversas formas:
- aglutinação: partículas com antígenos são unidas formando grupos.
- precipitação: antígenos e anticorpos ficam tão grandes que se tornam insolúveis e
precipitam.
- neutralização: anticorpos cobrem os locais tóxicos do agente antigênico.
- lise: causam ruptura das membranas dos agentes celulares.

b. Sistema do Complemento: sistema de cerca de 20 proteínas, muitas das quais


precursoras de enzimas. As precursoras das enzimas podem ser ativadas:
- pela VIA CLÁSSICA: ocorre pela reação antígeno-anticorpo (são eles quem ativam a
cascata). Vários produtos são formados a partir disso e muitos deles causam efeitos
importantes, como:
 opsonização e fagócitose – o produto C3b quem ativa os neutrófilos e macrófagos.
 lise – C5b6789 (complexo lítico) quem ativa a ruptura das membranas celulares
das bactérias ou de outros microrganismos invasores.
 aglutinação
 neutralização dos vírus
 quimiotaxia – fragmento C5a quem inicia atraindo fagócitos.
 ativação dos mastócitos e basófilos – eles liberam histamina, heparina e outras
substancias que aumentam o fluxo sanguíneo local, vazamento de líquido e proteínas,
entre outras reações.
 efeitos inflamatórios

Liberação de Células T
Com a exposição ao antígeno feita pelos macrófagos, células T são ativadas e liberadas na
linfa. Elas circulam do tecido linfoide para o sangue e vice-versa. Além disso, células de
memória de linfócitos T também são formadas.
Os linfócitos T só respondem aos antígenos quando eles se ligam a moléculas específicas,
chamadas proteínas MHC. Os três principais tipos de células que apresentam antígenos são
macrófagos, linfócitos B e células dendriticas.
Essas proteínas MHC ligam fragmentos de peptídeos dentro das células apresentadoras dos
antígenos, que são degradados dentro das células apresentadoras de antígenos e depois
transportados para a superfície celular. Existem dois tipos:
- proteínas MHC 1 – apresentam antígenos para as células T citotóxicas.
- proteínas MHC 2 – apresentam antígenos para células T auxiliares.
Tipos de Células T
a. Células T auxiliares: principais reguladoras de todas as funções imunes. Elas regulam
por meio da formação de série de mediadores proteicos (linfocinas).
*O vírus da AIDS destrói as células T auxiliares.
Na ausência de células T auxiliares, inúmeras funções são perdidas como:
- estimulação do crescimento e proliferação das células T citotóxicas e supressoras
(ausência da interleucina-2);
- estimulação do crescimento das células B e diferenciação para formar Plasmócitos e
Anticorpos (ausência de interleucina-4,5 e 6);
- ativação do Sistema de Macrófagos: primeiro os linfócitos retardam ou interrompem a
migração dos macrófagos depois de serem atraídos por quimiotaxia. Depois ele ativam os
macrófagos para produzir fagocitose mais eficiente.
- Feedback positivo sobre as próprias células auxiliares

b. Células T citotóxicas: ataque direto capaz de matar microrganismos. Elas se ligam aos
organismos por meio e proteínas receptoras. Em seguida, a célula T citotóxica secreta
proteínas produtoras de orifícios, chamadas perforinas. Assim, o líquido corre do interstício
para as células atacadas.

c. Células T supressoras: são classificadas, junto das auxiliares, como reguladora, pois
evitam que as células citotóxicas causem reações imunológicas excessivas. É possível que
tenha papel importante na limitação da capacidade do sistema imune atacar os tecidos da
própria pessoa – tolerância imune.
A tolerância imune resulta da seleção de clones durante o Pré-processamento. Falhas
nisso, causam doenças autoimunes como
- febre reumática: o corpo fica imunizado contra tecidos nas articulações e no coração.
- glomerulonefrite: imune contra as membranas basais dos glomérulos.
- miastermia grave: imunidade contra as proteínas receptoras de acetilcolina.
- lúpus eritematoso: imunidade contra vários tecidos corporais.

Imunidade pela Injeção de Antígenos


- Injeção de microrganismos mortos mas que podem apresentar partes de seus antígenos
químicos – febre tifoide, coqueluche, difteria e outras doenças bacterianas.
- Toxinas tratadas com substancias químicas de moto que sua natureza tóxica tenha sido
destruída, mas o antígeno permaneça intacto – tétano, botulismo.
- Microrganismos vivos atenuados – poliomielite, catapora, febre amarela, sarampo, e
outras doenças virais.

Imunidade Passiva
Infusão de anticorpos, células T ativadas, ou ambos.

Alergias e Hipersensibilidade
a. Alergia de Ação Retardada: é causada por células T ativadas. É o caso da urtiga.
b. Excesso de anticorpos IgE: esses tipos de anticorpos são chamados de reaginas ou
anticorpos sensibilizantes. Os anticorpos IgE tem forte propensão para o ataque de mastócitos
e basófilos. Quando o antígeno se liga as IgE, isso gera alteração imediata na membrana do
mastócito ou do basófilo. Eles podem se romper ou liberar agentes especiais (histamina,
protease, substancia de reação lenta da anaflaxia, substância quimiotática de eosinófilos,
heparina e fatores ativadores de plaquetas. Tipos de reações alérgicas desse tipo:
- anafilaxia: alérgeno injetado diretamente na circulação reagindo com os basófilos do
sangue e com os mastócitos nos tecidos sensibilizados por IgE. A reação alérgica ocorre por
todo o sistema vascular e tecidos associados. A histamina é liberada e causa acentuada
vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares.

- urticária: antígeno que penetra em áreas específicas, causando reações anafilactoides. A


histamina liberada causa vasodilatação, e aumento da permeabilidade capilar causando
vermelhidão e edema.

- febre do feno: a reação alérgeno-reagina ocorre no nariz. A histamina liberada em


resposta a reação causa dilatação vascular intranasal local com aumento da pressão capilar,
além do aumento da permeabilidade capilar. Esses efeitos causam perda de líquido para as
cavidades nasais e o resvestimento nasal fica edemaciado e secretrório.

- asma: a reação alérgeno-reagina ocorre nos bronquíolo dos pulmões. O produtor liberado
pelos mastócitos, a substancia de reação lenta da anaflaxia, cause o espasmo da
musculatura lisa do bronquíolo.

CAPÍTULO 35
Tipos Sanguíneos; Transfusão; Transplante de Tecido e de Órgãos

Tipos Sanguíneos ABO


Aglutinogênios
Presença de aglutinogênio – determina o tipo de sangue.

Aglutininas
Presença de aglutininas – anticorpos designados contra o tipo de aglutinogênio. A titulação
máxima é atingida, em geral, por volta dos 8 a 10 anos de idade, declinando geralmente com o
passar dos anos.
As aglutininas são produzidas, pois pequenas quantidades de anti-A e anti-B entram no
corpo através de alimentos, bactérias e outras formas.

Tipos Sanguíneos Rh
Diferente do sistema ABO que as aglutininas plasmáticas se desenvolvem
espontaneamente, no sistema Rh quase nunca ocorrem aglutininas espontâneas.
Possui seis tipos comuns de antígenos (C, D, E, c, d, e), sendo o D o mais prevalente. Se tiver
antígeno D é Rh+; se não tiver, é Rh-.
Quando Rh+ é injetado em Rh-, aglutininas anti-Rh se desenvolvem e podem desenvolver
quantidades suficientes de 2 a 4 semanas (isso na primeira vez).

Eritroblastose Fetal (Doença Hemolítica do Recém-Nascido)


Mãe: Rh-
Pai: Rh+
Filho: Rh+
As aglutininas da mãe, no feto, causam aglutinação do sangue fetal. As hemácias
aglutinadas se hemolisam liberando hemoglobina no sangue. Os macrófagos do feto
convertem essa hemoglobina em bilirrubina, fazendo com que a pele do neonato fique
amarela (ictérica). Os anticorpos podem também atacar e destruir outras células do corpo.
Ao nascer, as aglutininas anti-Rh circulam pelo sangue durante 1 a 2 meses, destruindo
hemácias. Os tecido hematopoéticos tentam repor as hemácias hemolisadas, mas acabam
fornecendo formas blásticas nucleadas de hemácias. Causa anemia e pode levar a morte.
Muitas crianças que sobrevivem, sofrem retardo mental ou lesões das áreas motoras devido
ao depósito de bilirrubina nas células neuronais (kernicterus).
Prevenção: administração de anticorpo anti-D nas gestantes Rh-negativas que terão o
primeiro filho Rh-positivo, para impedir que a mãe fique sensibilizada.

Todas as reações de transfusão causam por fim hemólise imediata, resultante das
hemolisinas, ou hemólise tardia, resultante da fagocitose das células aglutinadas. A
hemoglobina liberada pelas hemácias é convertia pelos fagócitos em bilirrubina, sendo
excretada na bile pelo fígado. Isso pode causar icterícia, pela alta concentração de bilirrubina
nos líquidos corporais.
As transfusões de sangue podem causam insuficiência renal por três motivos:
- a reação antígeno-anticorpo libera substancias toxicas do sangue hemolisado, causando
vasoconstrição renal muito intensa.
- a perda de hemácias junto da produção de substancias tóxicas causa choque circulatório.
A pressão arterial cai, diminuindo o fluxo renal e o débito urinário.
- se a hemoglobina livre liberada no sangue dor maior que a quantidade que pode se ligar a
haptoglobina, grande parte do excesso vazará das membranas glomerulares para os túbulos
renais. Como a água continua a ser reabsorvida, esse excesso pode precipitar e bloquear os
túbulos renais.

Transplante de Tecidos Celulares


Autoenxerto: do animal para o mesmo animal.
Isoenxerto: entre gêmeos idênticos.
Aloenxerto: de um animal para outro da sua espécie.
Xenoenxerto: de um animal para outro de uma espécie diferente.

Para evitar reações imunes, processos estão sendo testados. São eles:
1. Tipagem tecidual: os antígenos importantes no desencadeamento da rejeição de
enxertos formam o complexo chamado antígenos HLA. Existem cerca de 150 antígenos
HLA diferentes dispostos na membrana celulares dos tecidos de cada pessoa. Esse
antígenos também ocorrem nas membranas dos leucócitos e é por aí que se faz o teste.

2. Supressão do Sisema Imune: em pessoa com depressão acentuada o sistema imune, os


enxertos podem ser bem sucedidos. Agentes terapêuticos são utilizados para supressão
do sistema imune, são eles: glicocorticoides (suprimem o crescimento de todo o tecido
linfoide e diminuem a formação de anticorpos e células T); fármacos com efeitos tóxicos
para o sistema linfoide (azatioprina); ciclosporina (inibe a formação de células T
auxiliares).

CAPÍTULO 36
HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

Hemostasia é a prevenção da perda sanguínea. Ela ocorre dos seguintes modos:

Constrição Vascular
Imediatamente após o corte ou ruptura do vaso, a musculatura lisa dele se contrai
diminuindo o fluxo de sangue. Essa contração resulta de:
- espasmo miogênico local
- fatores autacoides locais dos tecidos traumatizados e das plaquetas (elas liberam
tromboxanos A2)
- reflexos nervosos

Formação do Tampão Plaquetário


Características Físicas e Químicas das Plaquetas
- formadas na medula a partir dos megacariócitos.
- são anucleadas.
- em seu citoplasma, existem moléculas de actina, miosina e trombostenina (para contração);
resíduos do RE e do complexo de Golgi (sintetizam proteínas e armazenam cálcio);
mitocôndrias;
sistemas enzimáticos para sintetizar prostaglandinas;
proteína fator estabilizador de fibrina (para coagulação);
fator de crescimento.
- na sua membrana existem glicoproteínas que favorecem a adesão em áreas lesionadas,
ligando-se principalmente ao colágeno; e existem fosfolipídios que ativam os múltiplos
estágios da coagulação.
- são retiradas da circulação por macrófagos.

Mecanismo
Com o contato com o colágeno as plaquetas:
- começam a se dilatar, assumindo formas irregulares;
- liberam pseudópodos;
- liberam grânulos com fatores ativos através da contração que se aderem ao colágeno e a
proteína chamada fatos de von Willebrand;
- secretam ADP;
- suas enzimas formam o tromboxano A2;
O ADP e os tromboxanos aderem novas plaquetas, ativando-as.

Coagulação Sanguínea
Mecanismo Geral
Ocorrem em três etapas
1. Cascata de reações químicas em resposta a problemas relacionados ao sangue,
resultando no chamado ativador da protrombina.
2. O ativador da protrombina catalisa a conversão da protrombina em trombina.
3. A trombina atua como enzima convertendo fibrinogênio em fibrina.

Conversão de Protrombina em Trombina


O ativador da protrombina, na presença de Ca++ causa a conversão da protrombina em
trombina. A trombina causa a polimerização das moléculas de fibrinogênio em fibras de
fibrina.
Protrombina – proteína plasmática (alfa 2-globulina) formada no fígado. A vitamina K é
requerida pelo fígado para ativar a protrombina.

Conversão do Fibrinogênio em Fibrina


Fibrinogênio: formado no fígado. Devido a seu alto peso molecular, pouca quantidade de
fibrinogênio sai dos vasos para o líquido intersticial.
A trombina retira quatro peptídeos de baixo peso molecular de cada fibrinogênio formando
um monômero de fibrina que se polimeriza formando fibras de fibrina. As primeiras fibras são
ligadas por ligações de H não covalente e são muito instáveis; porém, dentro de segundos se
fortalece as fibras através do fator estabilizador de fibrina liberado por células plasmáticas e
plaquetas. Para que esse fator funcione, ele deve ser ativado pela trombina.
Retração do Coágulo
Alguns minutos após a formação do coágulo, ele começa a se contrair expelindo o soro
(sem fibrinogênio e fatores de coagulação).
As plaquetas são importantes nesse processo liberando mais substancias pró-coagulantes
(fator estabilizador da fibrina) e ativando a trombostenina, actina e miosina plaquetária para a
contração do coágulo.
A contração é ativada e acelerada também pela trombina e íons cálcio.

Feedback Positivo de Formação do Coágulo


Uma das causas é o fato da ação proteolítica da trombina permitir que ela atue sobre vários
outros fatores de coagulação além do fibrinogênio, como a própria protrombina.

Início da Coagulação
Traumas na parede vascular, trauma ao segue ou contato do sangue com células
endoteliais lesionadas ou colágeno levam a formação do ativador da protrombina.
A formação do ativador da protrombina pode seguir duas vias que se comunicam:
a. Via extrínseca: começa no trauma da parede vascular levando:
- liberação do fator tecidual (composto por fosfolipídios e complexo lipoproteico).
- o complexo lipoproteico se combina com o Fator VII e em presença de íons cálcio,
ativa o Fator X.
- o Fator X combina-se com os fosfolipídios teciduais, com o Fator V (que acelera a
reação) e na presença de íons cálcio para formar o ativador da protrombina.
- o Fator V é ativado pela ação proteolítica da trombina.

b. Via intrínseca (mais lenta): começa no próprio sangue levando:


- ativação do Fator XII e liberação de fosfolipídios plaquetários que contêm a
lipoproteína chamada fator plaquetário 3.
- o Fator XII atua como enzima sobre o Fator XI através de cininogênio de APM e da pré-
calicreína.
- o Fator XI ativado ativa o Fator IX.
- o Fator IXa, em conjunto do Fator VIII, com os fosfolipídios plaqueários e com o fator 3
das plaquetas, ativa o Fator X. O Fator VIII é fator ausente em casos de hemofilia
clássica.
- o Fator X combina-se com os fosfolipídios teciduais, com o Fator V (que acelera a
reação) e na presença de íons cálcio para formar o ativador da protrombina.

Anticoagulantes Intravasculares
a. Fatores da Superfície Endotelial: uniformidade (smoothness), impedindo a ativação por
contato do sistema intrínseco; glicocálice que repele os fatores de coagulação e as plaquetas; a
trombomodulina que atrai a trombina e ativa a proteína C e esta inativa os Fatores V e VIII.

b. Antitrombina da Fibrina e da Antitrombina III

c. Heparina: polissacarídeo conjugado com forte carga negativa. Quando se liga com a
antitrombina III aumenta a sua eficácia. É produzida principalmente pelos mastócitos.

Lise dos Coágulos Sanguíneos – Plasmina


O plasminogenio do sangue quando ativado se transforma em plasmina. A plasmina digere
as fibras de fibrina e outras proteínas coagulantes.
Fatores de Sangramento Excessivo
Deficiência de Vitamina K
A vitamina K é fator essencial para a carboxilase hepática que adiciona um grupo carboxila
a cinco dos fatores de coagulação: protrombina, Fator VII, Fator IX, Fator X e proteína C. A
deficiência em vitamina K pode ser causada pela falta dela na dieta ou pela presença de
doença gastrointestinal, pois a VITK é lipossolúvel e é comumente absorvida para o sangue
com outros lipídios.
Uma das causas de deficiência de vitamina K é a falha do fígado de secretar a bile no trato
gastrointestinal e assim impedir a digestão e absorção adequadas de gorduras.

Hemofilia
Causada por anormalidade ou deficiência do Fator VIII (componente menor) – hemofilia A
ou clássica. É transmitida pelo cromossomo feminino.

Trombocitopenia
Concentrações baixas de plaquetas no sangue. O sangramento não ocorre em grandes vasos,
como nos hemofílicos. Essas pessoas possuem manchas roxas por todo o corpo.

Condições Tromboembólicas no Ser Humano


Trombos e Êmbolos – trombo é um coágulo anormal, quando ele é desprendido na corrente
circulatória vira um embolo.

Causas:
- qualquer superfície áspera de um vaso, como causada por arteriosclerose, infecção ou
trauma
- fluxo lento

Tratamento
AP-t (ativador do plasminogenio tecidual) – é eficiente na ativação do plasminogenio em
plasmina que pode dissolver alguns coágulos intravasculares.

Anticoagulantes
Heparina
Cumarínicos: varfin – a quantidade de protrombina e dos Fatores VII, IX e X começa a
diminuir. Ele inibe a redutase epóxica K-complexo I que converse a forma oxidase da vitamina
K para a forma reduzida (ativa).

Prevenção de Coagulação fora do Corpo:


- bolsas siliconizadas
- heparina
- substancias que diminuem a concentração de íons cálcio – composto solúvel de oxalato,
pois se mistura com o cálcio e precipita
- substancias que desionizam o cálcio como íon citrato que é eliminado pelo fígado.

Tempo de Protrombina
O sangue é removido do paciente e oxalatado, para não transformar protrombina em
trombina. Íons cálcio e fator tecidual são misturados ao sangue oxalatado. O excesso de íons
cálcio anula o efeito do oxalato e o fator tecidual ativa a protrombina. O tempo para a
coagulação é chamado de tempo de protrombina e demora cerca de 12s.

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