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CAPÍTULO 32
HEMÁCIAS, ANEMIA E POLICITEMIA
Hemácias (Eritrócitos)
Sua principal função é o transporte de hemoglobina. Elas contem grande quantidade de
anidrase carbônica, enzima que participa da reação de CO2 + H2O para formar H2CO3. A
hemoglobina é importante tampão acidobásico e, por isso, as hemácias são responsáveis pela
maior parte do tamponamento do sangue.
Elas possuem alta capacidade de variar sua forma conforme são espremidas pelos capilares.
No homem: 5.200.000
Na mulher: 4.700.000
Contem enzimas citoplasmáticas capazes de formar ATP. Essas enzimas também mantem a
flexibilidade da membrana celular, o transporte de íons, o ferro da hemoglobina na forma
ferrosa e impedem a oxidação das proteínas das hemácias.
Geralmente as hemácias são destruídas no baço por ele ter diâmetro menor.
Produção
Na vida embrionária, nas primeiras semanas, elas são produzidas pelo saco vitelínico.
Depois, essa função é encarregada pelo fígado. Posteriormente, e aí já no nascimento, elas são
produzidas pela medula óssea. A medula óssea, geralmente, produz hemácias até os 5 anos –
exceto nos ossos longos, onde pode chegar até 20 anos de idade. Após os 20, as hemácias são
produzidas apenas em ossos membranosos (como costela, esterno, vértebras e íleo).
3 proeritoblasto –
4 eritoblastos basófilos (acumula pequena quantidade de hemoglobina) –
5 eritoblasto policromatófilo –
6 eritoblasto ortocromático (perde o núcleo, o RE é reabsorvido) –
7 reticulócito (nesse momento que as células saem da medula e entram em capilares por
diapedese) –
8 hemácia madura (sem material basófilo)
Regulação da Produção
Qualquer condição que cause diminuição da quantidade de oxigênio transportado para os
tecidos, normalmente aumenta a intensidade de produção das hemácias. Em grandes
altitudes, por exemplo, o oxigênio transportado é insuficiente e ocorre produção de hemácias.
Fatores de hipóxia: hipovolemia, anemia, hemoglobina baixa, fluxo sanguíneo deficiente,
doenças pulmonares.
O principal estimulo para a produção das hemácias em hipóxia é o hormônio eritropoietina.
Cerca de 90% da eritropoietina é produzida pelos rins, o resto é pelo fígado. A hipóxia do
tecido renal leva o aumento do fator induízvel por hipóxia-1 (HIF-1) que aumenta a síntese de
eritropoietina ao se ligar ao gene. O efeito dela consiste na estimulação da produção de
proeritrobastos a partir de células-tronco hematopoiéticas na medula. Além disso, ela acelera
os processos subsequentes.
Na ausência de eritropoietina, ferro e outros nutrientes podem aumentar a produção 10x
ou mais. Entretanto, a proteína é sempre mais eficaz.
A vitamian B12 e o ácido fólico são essenciais a síntese de DNA. Uma deficiência nessas
proteínas causa falha na maturação nuclear e divisão celular. Além disso, produz hemácias
maiores que o normal (macrócitos) – transportam oxigênio, mas tem sobrevida curta.
Anemia Perniciosa
As células parietais das glândulas gástricas secretam o fator intrínseco. Ele se liga a VITB12
e, assim, ela não é digerida. Na membrana da borda em escova das células da mucosa do íleo,
o fator intrínseco e a vitb12 se ligam a receptores e, por pinocitose, são transportados para o
sangue. A vitb12 é armazenada no fígado e liberada quando necessário pela medula. Portanto,
a falta do fator intrínseco gera falha na absorção de vitb12.
Síntese de Hemoglobina
Ela começa no estágio de proeritrobastsos e persegue até os reticulócitos.
São encontrados quatro átomos de ferro em cada hemoglobina. Cada um deles pode se ligar a
uma molécula de oxigênio.
Anemia Falciforme
O aminoácido valina é substituído pelo ácido glutâmico em uma ponto em cada uma das
duas cadeias beta. Quando esse tipo de hemoglobina é exposto a baixos teores de oxigênio,
formam-se cristais alongados que não passam pelos capilares e por vezes rompem a
membrana causando anemia.
Oxigênio e Hemoglobina
O oxigênio se liga frouxamente a uma das chamadas ligações de coordenação do átomo de
ferro. Ele NÃO se ioniza.
Absorção do Ferro
O fígado secreta apotransferrina na bile, que flui pelo ducto biliar até o duodeno. No
intestino delgado, ela se liga ao ferro livre. Essa combinação é dita transferrina. Ela é atraída
por receptores nas células da membrana endotelial. Por pinocitose é absorvida e liberada na
corrente sanguínea.
Anemias
Anemias graves diminuem a viscosidade do sangue. Isso diminui a resistência ao fluxo
sanguíneo nos vasos periféricos aumentando o débito cardíaco. Além disso, situações de
hipóxia dilatam os vasos sanguíneos periféricos aumentando ainda mais o retorno de sangue
para o coração o que potencializa o débito cardíaco e aumenta a sobrecarga do bombeamento
cardíaco.
De cera forma, esse aumento do débito cardíaco compensa a redução do transporte de
oxigênio na anemia, visto que o fluxo de sangue é maior. Isso apenas em situações sem
exercício físico.
a. Anemia por perda sanguínea: a pessoa não consegue absorver ferro suficiente no
intestino para formar hemoglobina na mesma velocidade em que ela é perdida. As hemácias
são menores ocorrendo anemia microcítica hipocrômica.
d. Hemolítica: possui hemácias frágeis com curto tempo de vida. As causas são de vários
tipos:
- esferocitose hereditária: hemácias pequenas e esféricas, incapazes de suportar as
forças de compressão.
- anemia falciforme: células com tipo anormal de hemoglobina – a hemoglobina S.
Quando exposta a baixas concentrações de oxigênio, ela precipita em longos cristais no
interior das hemácias que dão o aspecto de foice. Isso torna as hemácias frágeis.
- eritroblastose fetal: as hemácias Rh+ do feto são atacadas por anticorpos Rh- da mãe.
Policitemia
Policitemia secundária: em situações de hipóxia, os órgãos hematopoiéticos começam a
produzir grande quantidade de hemácias extras. Exemplo é a policitemia fisiológica que ocorre
em habitantes de grandes altitudes.
CAPÍTULO 33
RESISTÊNCIA DO CORPO A INFECÇÃO
Tempo de vida
Granulócitos – após sua liberação pela medula, circulam por 4 a 8h no sangue e de 4 a 5
dias nos tecidos.
Monócitos – 10 a 20h no sangue. Nos tecidos, aumentam seu volume e se transformam em
macrófagos teciduais e, assim, vivem por meses até que sejam destruídos.
Linfócitos – entram continuamente na corrente circulatória e retornam aos tecidos por
diapedese.
Plaquetas – são renovadas a cada 10 dias.
Formação
A partir das células-tronco hematopoiéticas pluripotenciais, são formadas duas grandes
linhagens de leucócitos: as linhagens mielocítica e linfocítica.
Ambos podem passam através dos capilares sanguíneos por diapedese. Nos espaços
teciduais, eles se movimentam pelo movimento ameboide. Eles são atraídos a região
inflamada por quimiotaxia.
O que é quimiotaxia? Quando o tecido é inflamado, formam-se produtos que causam
quimiotaxia. São eles: toxinas de bactérias e irais, produtos degenerativos dos tecidos,
produtos das reação do complexo do complemento e produtos da coagulação.
Fagocitose por macrófagos – são mais potentes que os neutrófilos. Podem envolver
moléculas maiores (hemácias inteiras). Podem eliminar seus processos residuais e ainda
funcionam por muitos meses.
Macrófagos (Células de Kupffer) – antes que o sangue entre na circulação, ele passa pelos
sinusoides do fígado revestidos de macrófagos teciduais chamados de células de Kupffer.
Macrófagos do Baço e da Medula Óssea – nesses dois tecidos, os macrófagos ficam retidos
pela malha reticular desses órgãos, e quando as partículas estranham entram em contato com
esses macrófagos, são fagocitados.
Inflamação
Como ocorre:
1. Vasodilatação dos vasos sanguíneos – aumento do fluxo sanguíneo local
2. Aumento da permeabilidade dos capilares – saída de líquido para os espaços
intersticiais
3. Coagulação do líquido do espaço intersticial
4. Migração de granulócitos e monócitos para o local
5. Dilatação das células teciduais
Um dos primeiros resultados da inflamação é o emparedamento da área lesada, isolando-a dos
tecidos ao seu redor. Os espaços teciduais e os vasos linfáticos, na área inflamada, são
bloqueados por coágulos de fibrinogênio de modo que, após algum tempo, líquido quase não
consegue fluir por esses espaços. Esse processo retarda a disseminação de bactérias ou de
produtos tóxicos.
Os macrófagos teciduais são a primeira linha de defesa contra as infecções durante a
primeira hora. Após essa uma hora, neutrófilos (segunda linha de defesa) invadem a área a
partir do sangue, sempre após citocinas inflamatórias agirem da seguinte forma:
- elas causam aumento da expressão de moléculas de aderência como seletinas e molécula
de aderência intracelular-1 (ICAM-1). Elas reagem com as integrinas dos neutrófilos e os
grudam na parede dos capilares e vênulas – efeito de marginação.
- elas afrouxam os espaços intercelulares de modo a permitir a diapedese dos neutrófilos.
- causam a quimiotaxia dos neutrófilos.
Formação de Pus
Mistura de tecido necrótico, neutrófilos mortos, macrófagos mortos e líquido tecidual.
Eosinófilos
Fagócitos fracos com quimiotaxia. São produzidos em grande escala em pessoas com
infecções parasitárias. Eles executam a defesa pela liberação de enzimas hidrolíticas que são
lisossomas modificados; liberação de formas reativas de oxigênio; e pela liberação de
polipeptídeo altamente larvicida (proteína básica principal).
Exemplos de doenças reagidas por eosinófilos: esquistossomose triquinosa.
Eles também se concentram em tecidos que ocorrem reações alérgicas – isso decorre pela
participação de basófilos e mastócitos que liberam fator quimiotáxico de eosinófilos.
Basófilos
Semelhantes aos mastócitos que estão fora dos capilares. Ambos liberam heparina no
sangue, substancia que impede a coagulação sanguínea. Liberam também histamina,
bradicinina e serotonina durante o processo inflamatório.
Nas reações alérgicas, o anticorpo IgE se liga aos mastócitos e basófilos.
Leucopenia
A medula produz poucos leucócitos. Dois dias após a interrupção da produção de leucócitos
pela medula, podem surgir diversas úlceras na boca, no cólon ou a pessoa pode desenvolver
uma forma de infecção respiratória grave.
Causas: exposição a raios x, gama, a substancias ou agentes químicos que contenham
núcleos benzeno ou de antraceno. Fármacos como clorafenicol (antibiótico), tiuracil, entre
outros.
Leucemia
Produção descontrolada de leucócitos.
Tipos:
a. Leucemia linfocíticas: produção cancerosa nas células linfoides.
b. Leucemia mielogênica: produção cancerosa de células mielógenas jovens na medula.
Produz células parcialmente diferenciadas o que agrava a leucemia.
Consequências:
- células leucêmicas invadem o osso circundante e o deixa mais propenso a fraturas.
- desenvolvimento de infecções
- anemia grave
- tendência a sangramentos causada pela trombocitopenia (ausência de plaquetas)
- uso excessivo de substratos metabólicos pelas células cancerosas em crescimento
- energia do paciente é muito depletada pela reprodução de novas células
CAPÍTULO 34
RESISTENCIA DO CORPO A INFECÇÃO
Imunidade Inata
Não envolve processor direcionados para microrganismos patológicos específicos.
Inclui os seguintes mecanismos:
- fagocitose de bactérias
- destruição por secreções ácidas ou enzimas digestivas
- resistência da pele a invasão de microrganismos
- presença de compostos químicos no sangue que se prendem a microrganismos ou toxinas
como: lisozima, polipetídeos básicos, complexo do complemento e linfócitos natural killer.
Imunidade Adquirida
Tipos:
- Humoral ou das células B: o corpo desenvolve moléculas de globulina no plasma que atacam
o agente invasor.
- Por linfócitos T ativados: produção de linfócitos T ativados pelos linfonodos.
Pré-processamentos
a. Timo: depois de se originarem na medula, os linfócitos T migram ao timo e ali se
dividem e se diversificam. Em seguida, eles deixam o timo e alojam-se nos tecidos linfoides
através do sangue.
b. Fígado e Medula Óssea: os linfócitos B secretam anticorpos que são agentes reativos e
ficam armazenados nos tecidos linfoides.
Após a ativação dos linfócitos B pelos macrófagos, eles se dilatam tomando aparência de
linfoblastos. Os linfoblastos se diferenciam e formam plasmablastos. Começam, então, a se
dividir para formar plasmócitos maduros que passa a produzir anticorpos de gamaglobulina
que são liberados na linfa e no sangue.
Células de memória: linfócitos B formados pela ativação de clones que não se diferenciam
em plasmócitos, mas que formam um número moderado de novos linfócitos B. Isso facilitará a
resposta na exposição ao antígeno novamente – resposta secundária.
Anticorpos
Gamaglobulinas ou imunoglobulinas. Todas são formadas por cadeias de peptídeos leves e
pesadas. Cada cadeia pesada está em paralelo com uma cadeia leve em uma de suas
extremidades.
Cada anticorpo possui uma porção constante, que determina a sua mobilidade, sua
aderência as estruturas teciduais, fixação ao resto do complexo e a facilidade para passar por
entre as membranas; e uma porção variável, que é por onde o antígeno se ligam. Pontes SS
(dissulfeto) são quem mantém unidas as cadeias leves e pesadas.
Cada anticorpo é específico para antígeno determinado, e isso é causada pela sua
organização estrutural única. A ligação antígeno-anticorpo, por isso, é muito forte sendo
mantida por:
- ligação hidrofóbica
- ligação de H
- atrações iônicas
- forças de Van de Waals.
Existem cinco classes gerais de anticorpos (IgM, IgG, IgA, IgD e IgE). A IgG é responsável por
75% dos anticorpos de uma pessoa normal. A IgE está envolvida nos processos de alergia. A
IgM é responsável pela resposta primária.
Liberação de Células T
Com a exposição ao antígeno feita pelos macrófagos, células T são ativadas e liberadas na
linfa. Elas circulam do tecido linfoide para o sangue e vice-versa. Além disso, células de
memória de linfócitos T também são formadas.
Os linfócitos T só respondem aos antígenos quando eles se ligam a moléculas específicas,
chamadas proteínas MHC. Os três principais tipos de células que apresentam antígenos são
macrófagos, linfócitos B e células dendriticas.
Essas proteínas MHC ligam fragmentos de peptídeos dentro das células apresentadoras dos
antígenos, que são degradados dentro das células apresentadoras de antígenos e depois
transportados para a superfície celular. Existem dois tipos:
- proteínas MHC 1 – apresentam antígenos para as células T citotóxicas.
- proteínas MHC 2 – apresentam antígenos para células T auxiliares.
Tipos de Células T
a. Células T auxiliares: principais reguladoras de todas as funções imunes. Elas regulam
por meio da formação de série de mediadores proteicos (linfocinas).
*O vírus da AIDS destrói as células T auxiliares.
Na ausência de células T auxiliares, inúmeras funções são perdidas como:
- estimulação do crescimento e proliferação das células T citotóxicas e supressoras
(ausência da interleucina-2);
- estimulação do crescimento das células B e diferenciação para formar Plasmócitos e
Anticorpos (ausência de interleucina-4,5 e 6);
- ativação do Sistema de Macrófagos: primeiro os linfócitos retardam ou interrompem a
migração dos macrófagos depois de serem atraídos por quimiotaxia. Depois ele ativam os
macrófagos para produzir fagocitose mais eficiente.
- Feedback positivo sobre as próprias células auxiliares
b. Células T citotóxicas: ataque direto capaz de matar microrganismos. Elas se ligam aos
organismos por meio e proteínas receptoras. Em seguida, a célula T citotóxica secreta
proteínas produtoras de orifícios, chamadas perforinas. Assim, o líquido corre do interstício
para as células atacadas.
c. Células T supressoras: são classificadas, junto das auxiliares, como reguladora, pois
evitam que as células citotóxicas causem reações imunológicas excessivas. É possível que
tenha papel importante na limitação da capacidade do sistema imune atacar os tecidos da
própria pessoa – tolerância imune.
A tolerância imune resulta da seleção de clones durante o Pré-processamento. Falhas
nisso, causam doenças autoimunes como
- febre reumática: o corpo fica imunizado contra tecidos nas articulações e no coração.
- glomerulonefrite: imune contra as membranas basais dos glomérulos.
- miastermia grave: imunidade contra as proteínas receptoras de acetilcolina.
- lúpus eritematoso: imunidade contra vários tecidos corporais.
Imunidade Passiva
Infusão de anticorpos, células T ativadas, ou ambos.
Alergias e Hipersensibilidade
a. Alergia de Ação Retardada: é causada por células T ativadas. É o caso da urtiga.
b. Excesso de anticorpos IgE: esses tipos de anticorpos são chamados de reaginas ou
anticorpos sensibilizantes. Os anticorpos IgE tem forte propensão para o ataque de mastócitos
e basófilos. Quando o antígeno se liga as IgE, isso gera alteração imediata na membrana do
mastócito ou do basófilo. Eles podem se romper ou liberar agentes especiais (histamina,
protease, substancia de reação lenta da anaflaxia, substância quimiotática de eosinófilos,
heparina e fatores ativadores de plaquetas. Tipos de reações alérgicas desse tipo:
- anafilaxia: alérgeno injetado diretamente na circulação reagindo com os basófilos do
sangue e com os mastócitos nos tecidos sensibilizados por IgE. A reação alérgica ocorre por
todo o sistema vascular e tecidos associados. A histamina é liberada e causa acentuada
vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares.
- asma: a reação alérgeno-reagina ocorre nos bronquíolo dos pulmões. O produtor liberado
pelos mastócitos, a substancia de reação lenta da anaflaxia, cause o espasmo da
musculatura lisa do bronquíolo.
CAPÍTULO 35
Tipos Sanguíneos; Transfusão; Transplante de Tecido e de Órgãos
Aglutininas
Presença de aglutininas – anticorpos designados contra o tipo de aglutinogênio. A titulação
máxima é atingida, em geral, por volta dos 8 a 10 anos de idade, declinando geralmente com o
passar dos anos.
As aglutininas são produzidas, pois pequenas quantidades de anti-A e anti-B entram no
corpo através de alimentos, bactérias e outras formas.
Tipos Sanguíneos Rh
Diferente do sistema ABO que as aglutininas plasmáticas se desenvolvem
espontaneamente, no sistema Rh quase nunca ocorrem aglutininas espontâneas.
Possui seis tipos comuns de antígenos (C, D, E, c, d, e), sendo o D o mais prevalente. Se tiver
antígeno D é Rh+; se não tiver, é Rh-.
Quando Rh+ é injetado em Rh-, aglutininas anti-Rh se desenvolvem e podem desenvolver
quantidades suficientes de 2 a 4 semanas (isso na primeira vez).
Todas as reações de transfusão causam por fim hemólise imediata, resultante das
hemolisinas, ou hemólise tardia, resultante da fagocitose das células aglutinadas. A
hemoglobina liberada pelas hemácias é convertia pelos fagócitos em bilirrubina, sendo
excretada na bile pelo fígado. Isso pode causar icterícia, pela alta concentração de bilirrubina
nos líquidos corporais.
As transfusões de sangue podem causam insuficiência renal por três motivos:
- a reação antígeno-anticorpo libera substancias toxicas do sangue hemolisado, causando
vasoconstrição renal muito intensa.
- a perda de hemácias junto da produção de substancias tóxicas causa choque circulatório.
A pressão arterial cai, diminuindo o fluxo renal e o débito urinário.
- se a hemoglobina livre liberada no sangue dor maior que a quantidade que pode se ligar a
haptoglobina, grande parte do excesso vazará das membranas glomerulares para os túbulos
renais. Como a água continua a ser reabsorvida, esse excesso pode precipitar e bloquear os
túbulos renais.
Para evitar reações imunes, processos estão sendo testados. São eles:
1. Tipagem tecidual: os antígenos importantes no desencadeamento da rejeição de
enxertos formam o complexo chamado antígenos HLA. Existem cerca de 150 antígenos
HLA diferentes dispostos na membrana celulares dos tecidos de cada pessoa. Esse
antígenos também ocorrem nas membranas dos leucócitos e é por aí que se faz o teste.
CAPÍTULO 36
HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
Constrição Vascular
Imediatamente após o corte ou ruptura do vaso, a musculatura lisa dele se contrai
diminuindo o fluxo de sangue. Essa contração resulta de:
- espasmo miogênico local
- fatores autacoides locais dos tecidos traumatizados e das plaquetas (elas liberam
tromboxanos A2)
- reflexos nervosos
Mecanismo
Com o contato com o colágeno as plaquetas:
- começam a se dilatar, assumindo formas irregulares;
- liberam pseudópodos;
- liberam grânulos com fatores ativos através da contração que se aderem ao colágeno e a
proteína chamada fatos de von Willebrand;
- secretam ADP;
- suas enzimas formam o tromboxano A2;
O ADP e os tromboxanos aderem novas plaquetas, ativando-as.
Coagulação Sanguínea
Mecanismo Geral
Ocorrem em três etapas
1. Cascata de reações químicas em resposta a problemas relacionados ao sangue,
resultando no chamado ativador da protrombina.
2. O ativador da protrombina catalisa a conversão da protrombina em trombina.
3. A trombina atua como enzima convertendo fibrinogênio em fibrina.
Início da Coagulação
Traumas na parede vascular, trauma ao segue ou contato do sangue com células
endoteliais lesionadas ou colágeno levam a formação do ativador da protrombina.
A formação do ativador da protrombina pode seguir duas vias que se comunicam:
a. Via extrínseca: começa no trauma da parede vascular levando:
- liberação do fator tecidual (composto por fosfolipídios e complexo lipoproteico).
- o complexo lipoproteico se combina com o Fator VII e em presença de íons cálcio,
ativa o Fator X.
- o Fator X combina-se com os fosfolipídios teciduais, com o Fator V (que acelera a
reação) e na presença de íons cálcio para formar o ativador da protrombina.
- o Fator V é ativado pela ação proteolítica da trombina.
Anticoagulantes Intravasculares
a. Fatores da Superfície Endotelial: uniformidade (smoothness), impedindo a ativação por
contato do sistema intrínseco; glicocálice que repele os fatores de coagulação e as plaquetas; a
trombomodulina que atrai a trombina e ativa a proteína C e esta inativa os Fatores V e VIII.
c. Heparina: polissacarídeo conjugado com forte carga negativa. Quando se liga com a
antitrombina III aumenta a sua eficácia. É produzida principalmente pelos mastócitos.
Hemofilia
Causada por anormalidade ou deficiência do Fator VIII (componente menor) – hemofilia A
ou clássica. É transmitida pelo cromossomo feminino.
Trombocitopenia
Concentrações baixas de plaquetas no sangue. O sangramento não ocorre em grandes vasos,
como nos hemofílicos. Essas pessoas possuem manchas roxas por todo o corpo.
Causas:
- qualquer superfície áspera de um vaso, como causada por arteriosclerose, infecção ou
trauma
- fluxo lento
Tratamento
AP-t (ativador do plasminogenio tecidual) – é eficiente na ativação do plasminogenio em
plasmina que pode dissolver alguns coágulos intravasculares.
Anticoagulantes
Heparina
Cumarínicos: varfin – a quantidade de protrombina e dos Fatores VII, IX e X começa a
diminuir. Ele inibe a redutase epóxica K-complexo I que converse a forma oxidase da vitamina
K para a forma reduzida (ativa).
Tempo de Protrombina
O sangue é removido do paciente e oxalatado, para não transformar protrombina em
trombina. Íons cálcio e fator tecidual são misturados ao sangue oxalatado. O excesso de íons
cálcio anula o efeito do oxalato e o fator tecidual ativa a protrombina. O tempo para a
coagulação é chamado de tempo de protrombina e demora cerca de 12s.