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Contabilidade Financeira SUMÁRIO

SUMÁRIO

ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10

MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE ................................................................... 11


O MUNDO SEM A CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 11
REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS .......................................................................................................... 11
CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................... 11
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 12
UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE ...................................................................................... 12
1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE ............................................................................................................................. 12
1.1.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 12
1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 13
1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE .................................................................................................................... 14
1.3 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 14
1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO ................................................................................................................................ 14
1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 14
UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS .................................................................................... 14
2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 14
2.2 PROCESSO CONTÁBIL ..................................................................................................................................................... 15
2.3 CICLO CONTÁBIL .............................................................................................................................................................. 15
2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................................................... 16
2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................ 16
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ..................................................................................... 17
2.5.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 17
2.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 17
UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL ................................................................ 18
3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE ............................................................................................. 18
3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 18
3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................... 19
3.2.2 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 19
3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO ............................................................................................................................................. 19
3.2.2.2 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 20
3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 20
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 20
3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................................................................................... 21
3.4.2 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 21
3.5 RECEITA ................................................................................................................................................................................. 21
3.6 DESPESA ............................................................................................................................................................................... 21
3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE ...................................................................................................................................... 22
3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE ..................................................................................................... 24

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SUMÁRIO Contabilidade Financeira

3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................................................................................... 24


3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE .............................................................................................................................. 24
3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA ................................................................................................................................ 25
3.11 CONCEITO DE LUCRO ................................................................................................................................................... 25
3.12 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 25
UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC .................................. 26
4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO ........................................................................................................................... 26
4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE ................................................................... 26
4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA ........................................................................................................................ 27
4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS .............................................................................................................................................. 27
4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE ................................................................................................... 27
4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 27
4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................................................................... 28
4.3.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 28
4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE ........................................................................................................................... 28
4.4.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 29
4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................................................... 29
4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS .................................................................................................... 29
4.6 COMPREENSIBILIDADE ................................................................................................................................................... 30
4.7 RELEVÂNCIA ........................................................................................................................................................................ 30
4.7.1 RELEVÂNCIA .................................................................................................................................................................... 30
4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO ................................................................................................................................... 31
4.7.3 MATERIALIDADE ............................................................................................................................................................. 31
4.7.3.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 31
4.8 CONFIABILIDADE .............................................................................................................................................................. 32
4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE ................................................. 32
4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL ..................................................................................................................................... 32
4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ....................................................................................................... 33
4.8.1.3 NEUTRALIDADE ........................................................................................................................................................... 33
4.8.1.4 PRUDÊNCIA ................................................................................................................................................................... 34
4.8.1.5 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 34
4.8.1.6 INTEGRIDADE ............................................................................................................................................................... 35
4.9 COMPARABILIDADE ......................................................................................................................................................... 35
4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE ..................................................................................................................... 35
4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS ................................................................................................................................ 36
4.11.1 COMPARAÇÕES ............................................................................................................................................................ 36
4.11.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 36
4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................ 36
4.12.1 TEMPESTIVIDADE ........................................................................................................................................................ 37
4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS .............................................................................................................. 37
4.13.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 38
4.13.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 38
4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO ............................................................................................................................ 38
4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................................................. 38
4.15.1 JOGO ................................................................................................................................................................................ 39

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Contabilidade Financeira SUMÁRIO

4.16 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 39


4.17 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 39

MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL ................................... 41


INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 41
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 41
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 42
1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................... 42
1.2 RELATÓRIOS ........................................................................................................................................................................ 42
1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS ................................................................................................................................................... 47
1.2.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 47
1.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47
UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL .................................................................................................. 47
2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS ........................................................................................................................ 47
2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA .................................................................................................................... 47
2.2.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 48
2.2.2 DESAFIO 2 ........................................................................................................................................................................ 48
2.3 RECEITA E DESPESA .......................................................................................................................................................... 48
2.4 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 49
2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO ........................................................................................................................... 49
2.5.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 49
2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 50
2.6 TABELA ................................................................................................................................................................................. 50
2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 51
UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 51
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................................................ 51
3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................... 51
3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 52
3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 52
3.2.1 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 52
3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO ...................................................................................................................................... 53
3.2.1.2 CONTINUAÇAO ........................................................................................................................................................... 53
3.2.2 CONTAS DO ATIVO ........................................................................................................................................................ 54
3.2.3 ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................................................................................... 54
3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE ............................................................................................................................................ 55
2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO .................................................................................................................................................... 56
3.2.4.2 INVESTIMENTOS ......................................................................................................................................................... 56
3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL .................................................................................................................................................... 57
3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................... 57
3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 58
3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO .................................................................................................................................... 58
3.3.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 59
3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO ................................................................................................................................... 59
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 60
3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO ..................................................................................................................................... 61

3
SUMÁRIO Contabilidade Financeira

3.4.2 CONTINUAÇÃO ............................................................................................................................................................... 61


3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................................................ 62
3.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 65
UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO ....................................................... 65
4.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 65
4.2 RECEITAS E DESPESAS ..................................................................................................................................................... 66
4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS ............................................................................................................... 67
4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 67
4.3.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................... 68
4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA ................................................................................................... 68
4.4 REGIME DE CAIXA ............................................................................................................................................................. 69
4.5 CUSTO ................................................................................................................................................................................... 70
4.6 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 71
4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE .......................................................................... 72
4.8 EBITDA .................................................................................................................................................................................. 73
4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA .................................................................................................................................................. 74
4.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 74
UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................ 74
5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 74
5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS .................................................................................................................................................... 74
5.2.1 EXEMPLOS ........................................................................................................................................................................ 75
5.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 76
UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS ....................................... 76
6.1 OBJETIVO DO DFC ............................................................................................................................................................ 76
6.2 NECESSIDADE DA DFC ................................................................................................................................................... 76
6.3 O CONCEITO DE CAIXA .................................................................................................................................................. 77
6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES ................................................................................................................................................. 77
6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO ................................................................................................................................... 78
6.3.3 MÉTODO INDIRETO ...................................................................................................................................................... 79
6.3.4 TABELA .............................................................................................................................................................................. 80
6.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 80
UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ............................................................... 81
7.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 81
7.1.1 EXERCÍCIO ........................................................................................................................................................................ 81
7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB ......................................................................................................... 82
7.3 UTILIDADE DO DVA ......................................................................................................................................................... 82
7.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 83
UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA .......................................................... 83
8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE ........................................................................................................................... 83
8.1.1 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................................................................. 83
8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA ............................................................................................................................. 84
8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES ................................................................................................................. 84
8.2 VALOR DO ESTOQUE ....................................................................................................................................................... 85
8.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 85
8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 85

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Contabilidade Financeira SUMÁRIO

8.2.3 MODELO DE CMPM ...................................................................................................................................................... 86


8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO ..................................................................................................................................... 86
8.2.5 MAIS CONCLUSÕES ...................................................................................................................................................... 87
8.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 87
UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO ........................................................................ 87
9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS .................................................................................................................................................. 87
9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS ....................................................................................................... 87
9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS .................................................................................................................... 88
9.4 DESAFIO ............................................................................................................................................................................... 88
9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO .......................................................................................................................................... 88
9.6 DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................................... 89
9.6.1 CORRELAÇÕES ................................................................................................................................................................ 89
9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................... 90
9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO ................................................................................................. 90
9.8.1 VIDA .................................................................................................................................................................................... 90
9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................... 90
9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO ..................................................................................................................................... 91
9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................. 91
9.10 IMPAIRMENT ..................................................................................................................................................................... 91
9.10.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 92
9.11 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 92
9.12 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 92

MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................. 93


INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 93
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 93
UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO ............................................... 93
1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ........................................................................ 93
1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE .......................................................................................................................................... 93
1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS .......................................................................................................................................... 94
1.4 ENFOQUES .......................................................................................................................................................................... 94
1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS .................................................................................................................................. 95
1.6 AJUSTES RECOMENDADOS ........................................................................................................................................... 95
1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE .......................................................................................... 95
1.8 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 96
UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................................................. 96
2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................... 96
2.2 ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................................................... 96
2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL ............................................................................................................................................. 97
2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 98
2.2.3 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 98
2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................... 99
2.4 EXERCÍCIO .......................................................................................................................................................................... 100
2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO ................................................................................................................. 100
2.5.1 CONTINUAÇÃO 1 ......................................................................................................................................................... 101

5
SUMÁRIO Contabilidade Financeira

2.5.2 CONTINUAÇÃO 2 ......................................................................................................................................................... 102


2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS ........................................................................................................................................... 103
2.7 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 104
UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES ...................................................................................... 104
3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES .................................................................................................................. 104
3.2 DIFERENTES INTERESSES ............................................................................................................................................. 104
3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................................... 105
3.3.1 CONTEXTO ..................................................................................................................................................................... 105
3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE ................................................................................................. 105
3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................................................................................ 105
3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS ....................................................................................................................................... 106
3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ ..................................................................................................................... 106
3.3.2.1.3 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 107
3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL ........................................................................................................... 107
3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES .............................................................................................................................................. 108
3.3.2.2.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 113
3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ............................................................................................................................... 114
3.3.2.3.1 DESAFIO ................................................................................................................................................................... 115
3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................................................... 115
3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................................................... 115
3.3.2.4.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 117
3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS .................................................................................................................. 117
3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES .................................................................................................................................. 117
3.3.2.5.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 120
3.4 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 120
3.5 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 120

MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 121


APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 121

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Contabilidade Financeira ABERTURA

ABERTURA

APRESENTAÇÃO
Em uma economia globalizada e altamente competitiva – como a que se instala no mundo atual –, só
sobreviverão as organizações capazes de se adaptar, rapidamente, às transformações do mercado.
É preciso agilidade na tomada de decisões e, para isso, é necessário dispor de informações,
particularmente, de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas.

Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a
sociedade investe seus recursos. Os números passados também tornam possível ao governo
legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir sua
participação no lucro da empresa. Nesse sentido, em Contabilidade Financeira, trataremos a
Contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados
de uma organização.

OBJETIVO E CONTEÚDO
Em Contabilidade Financeira, analisaremos o funcionamento da estrutura conceitual básica
da contabilidade por meio de uma abordagem pragmática, a fim de facilitar a interpretação das
diversas informações. Apresentaremos as diferentes demonstrações contábeis, focalizando,
principalmente, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. Por fim,
abordaremos a análise dos relatórios financeiros, de modo que estejamos habilitados a empregar
essas informações como uma ferramenta útil a nossa atividade profissional.

Sob esse foco, o Contabilidade Financeira foi estruturado em quatro módulos, nos quais foi
inserido o seguinte conteúdo...

Módulo 1 – Importância da contabilidade

Neste módulo, analisaremos os conceitos fundamentais da contabilidade, seus objetivos


e campos de estudos, verificando sua importância nas relações interpessoais e no
mundo dos negócios.

Módulo 2 – Demonstrações contábeis – mecânica contábil

Neste módulo, abordaremos os conceitos de ciclo e mecânica contábil, analisando


também a estrutura e as características dos diferentes tipos de demonstrativos
contábeis, abordando os fatores que interferem em sua composição.

7
ABERTURA Contabilidade Financeira

Módulo 3 – Análise das demonstrações contábeis

Neste módulo, trataremos da análise das demonstrações contábeis, abordando os


enfoques contábil, econômico e financeiro, e os diferentes instrumentos utilizados
para a análise vertical e horizontal dos resultados.

Módulo 4 – Encerramento

Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre
neles e bom trabalho!

BIBLIOGRAFIA
HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
Neste livro, é empregado um referencial genérico para avaliar áreas da teoria e da
prática da contabilidade financeira em três níveis básicos: o nível estrutural, o de
interpretação semântica e o pragmático. Nessas avaliações, foi dada ênfase aos enfoques
indutivo-dedutivo e da teoria de mercado de capitais. Em alguns casos, os autores
expõem suas opiniões e apresentam evidências baseadas na lógica e em resultados
empíricos, quando disponíveis.

IUDÍCIBUS, Sérgio; et alli. Contabilidade introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
O livro parte de uma visão de conjunto dos relatórios emanados pela Contabilidade,
descendo então em nível de detalhes sobre os lançamentos originários. Expõe os
significados da função controladora da Contabilidade e das peças contábeis. Traz em
apêndices explicações sobre a correção monetária do balanço e análise de
demonstrações contábeis.

________. Teoria da contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.


Este livro abrange desde os objetivos e a metodologia da Contabilidade até suas mais
recentes tendências e perspectivas futuras. Desde sua primeira publicação em 1979,
esta obra continua como um dos ícones do mercado editorial, contribuindo para o
estudo da disciplina, tanto para estudantes dos cursos avançados de graduação como
dos de pós-graduação em Contabilidade, que poderão utilizá-lo como material de
revisão crítica de conceitos básicos. Adicionalmente, fornece um instrumental de
reflexão extremamente importante para os profissionais das mais variadas
especializações contábeis, na solução dos complexos problemas que enfrentam.

8
Contabilidade Financeira ABERTURA

IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto. Manual de contabilidade das sociedades por
ações. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Este manual tem sido também fonte de sugestões para a melhoria da informação
contábil neste país. A Lei n° 6.404/76, das sociedades por ações, bem como as alterações
introduzidas na legislação do imposto sobre a renda, e as emanadas da Comissão de
Valores Mobiliários e outros órgãos não introduziram modificações apenas no âmbito
de apresentação das demonstrações financeiras, mas também quanto às classificações,
formas de apresentação das contas e critérios de avaliação. Observaram-se como
desdobramentos da nova lei inúmeras e significativas mudanças da realidade contábil
do Brasil.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.


Ajustado às mais recentes evoluções conceituais e às novas tendências de utilização
da Contabilidade de Custos para fins decisórios e gerenciais, este livro reúne uma série
de características que o diferenciam positivamente da bibliografia disponível. A primeira
entre as caraterísticas é torná-lo particularmente apropriado para a realidade brasileira,
uma vez que está voltado para as situações típicas observadas no país, para seus institutos
legais, para as condições organizacionais prevalecentes no meio empresarial. Dessa
forma, ao tratar dos critérios técnicos e legais relacionados, por exemplo, à contabilização
dos custos da mão de obra e dos impostos, o livro refere-se explicitamente às condições
brasileiras, destacando os principais aspectos relacionados aos encargos sociais
existentes no país e os dois principais tributos indiretos, o ICMS e o IPI. Ademais, foram
também consideradas pelo autor as regras implícitas na Lei das Sociedades por Ações
relacionadas à operacionalização contábil dos custos.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Este livro confere uma maior importância à compreensão dos relatórios contábeis do
que à mecânica da escrituração e da elaboração das demonstrações financeiras. Essa
abordagem é justificada por alguns fatores. O emprego generalizado de equipamentos
convencionais e de computadores no processamento de dados contábeis exige que o
ensino superior da Contabilidade esteja voltado mais para a natureza, o significado e as
finalidades dos dados para as práticas tradicionais da escrituração. Outro fator é a
utilização da Contabilidade como instrumento de decisão e de orientação gerencial.
Além disso, a crescente utilização da Contabilidade por não contadores nos mais
diferentes setores da empresa, de Engenharia da Produção até Consultoria Jurídica.

SZUSTER, Natan; et alli. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 2007.


Este livro contém os itens básicos que devem ser estudados para se adquirir uma base
fundamentada da Contabilidade. Os autores apresentam os lançamentos contábeis
mediante o uso tanto da expressão débito e crédito, como também o da expressão
matriz de lançamentos, em que o aluno deverá se perguntar: onde o dinheiro foi aplicado?
e de onde o dinheiro veio?. Dessa forma, espera-se que o aluno entenda os conceitos de
débito e crédito raciocinando em termos de aplicações e origens dos recursos.

9
ABERTURA Contabilidade Financeira

PROFESSOR-AUTOR
Ricardo Lopes Cardoso, Doutor em Ciências Contábeis – FEA-
USP –, Mestre em Ciências Contábeis – FAF-UERJ –, é Contador e
Advogado, Professor Adjunto da EBAPE-FGV e da FAF-UERJ,
Coordenador do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria –
EBAPE-FGV, Chefe-Adjunto do Centro de Formação Acadêmica e
Pesquisa – EBAPE-FGV, Coordenador Editorial, no Brasil, da Revista
Portuguesa e Brasileira de Gestão, publicada em parceria entre a FGV
e o INDEG-ISCTE, de Lisboa. É coautor dos livros Contabilidade geral
e Contabilidade gerencial, é autor do capítulo Reflexos da regulação econômica na informação
contábil prestada pelo ente regulado do livro Regulação no Brasil: desenho, governança, avaliação,
entre outros. Dedica-se à pesquisa aplicada em Informação Contábil: relevância e escolha de
práticas contábeis.

Fortunée Rechtman Szuster é Mestre em Ciências Contábeis pela


UERJ e Pós-Graduada em Gestão de Negócios pela UFRJ. Professora
convidada do FGV Executivo Júnior e do Curso de Gestão de Negócios
da FACC/UFRJ, ministrou cursos e palestras nas empresas Banco do
Brasil, Eletrobras, Petros, PETROBRAS, CVM e em instituições de ensino
como COPPEAD, UFRJ, UERJ, PUC/IAG, UCAM, UGF e UNIPLI. Possui
artigos publicados na Revista de Contabilidade da USP, Boletim IOB e
Pensar Contábil. É coordenadora da ONG Lar da Esperança e coautora
do livro Contabilidade geral.

10
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

O MUNDO SEM A CONTABILIDADE


O que seria do mundo sem a contabilidade?

Para responder a essa questão, temos, primeiramente, de pensar em nosso cotidiano...

REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS


Precisamos pensar...

O que fazemos com nosso salário...

Quando pagamos nossas contas...

Quando decidimos comprar alguma coisa, seja uma casa, um carro, seja uma roupa...

Quando investimos nosso dinheiro em ações e fundos...

Quando queremos fazer qualquer um desses atos, precisamos saber se


podemos ou não fazê-lo.

Para tal, precisamos registrar e controlar nossos gastos pessoais...

CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE
Ou seja, tudo o que fazemos tem reflexos em nossa contabilidade!

Poderiam as empresas sobreviver sem qualquer controle?

Como seriam feitas as transações se os agentes financeiros nada soubessem sobre as


empresas?

Que empresa faria empréstimos se não tivesse certeza do retorno?

Quem compraria uma empresa sem conhecer sua saúde financeira?

Haveria compra e venda de ações sem qualquer conhecimento da situação econômico-


financeira das empresas?

Pautadas na realidade e nas normas impostas pelo mundo dos negócios, cada vez mais as pessoas
procuram aprender contabilidade.

11
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em quatro unidades...

1. estudo da contabilidade;

2. conceituação e objetivos;

3. contabilidade societária e gerencial;

4. estrutura conceitual básica da contabilidade (CPC)

Vamos começar?!

UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE

1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE


A contabilidade pode ser considerada a linguagem dos negócios.

É por meio dos relatórios elaborados com base no sistema de informações contábeis que
administradores decidem o preço a ser praticado, o mix de produtos a ser fabricado, a tecnologia
a ser utilizada, o nível de endividamento, as opções de aplicações dos recursos...

A contabilidade, como toda e qualquer linguagem, utiliza sinais e símbolos


próprios, possui um vocabulário específico e sua própria gramática.

Acesse, o ambiente on-line, para assistir ao vídeo.

1.1.1 EXEMPLO
Certamente, não conseguiríamos interpretar um texto escrito em um idioma que ainda não
aprendemos...

Tente interpretar o texto que se segue...

Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend


wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien

Aufnahmevorrichtung der Samba und der


hübschen Songs,daß sie in der Seele der Leute
leben. Sie sind der altar unserer Herzen
daß sie froh singen.

12
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

Wundervolle, volle Stadt von


enchantments tausend
wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien
Blumiger Garten der Liebe und des homesickness,
Landen Sie das zu allen, die es seduces
Dieser Gott bedeckt Sie des Glückes,
Nest des Traums und des Lichtes

Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend


wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien

Está difícil? Vamos tentar novamente...

1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO


Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Brasil berço do samba e das lindas canções


Que vivem n’alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente

Jardim florido de amor e saudade


Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz

Ah! Agora sim!

Trata-se do famoso hino da cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa*...

*Cidade Maravilhosa...
Cidade Maravilhosa, Música de André Filho, conforme a Lei nº 5/1960 e a Lei nº
488/1964.

Conhecendo a estrutura da linguagem, fica muito mais fácil decodificar um texto. Isso também
ocorre com a contabilidade.

13
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE


Acesse, o ambiente on-line, para entender um pouco mais sobre o estudo da contabilidade...

Se não temos conhecimento formal de contabilidade, como podemos analisar empresas?

Como podemos calcular sua liquidez geral1, sua lucratividade operacional2 ou a rentabilidade de
seupatrimônio líquido3?

1
liquidez geral...
Uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível, utilizando-
se todos os ativos realizáveis.

2
lucratividade operacional...
Avalia o ganho operacional da empresa em relação a seu faturamento.

3
rentabilidade do patrimônio líquido...
Mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa.

Portanto, sem conhecermos a linguagem contábil bem como seus conceitos fundamentais, não
seremos capazes de ler e analisar as demonstrações contábeis de qualquer empresa.

1.3 EXERCÍCIO
Acesse, no Saiba Mais, no ambiente on-line, o texto Subindo pelas paredes.

Após ler o texto, acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.

1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO

Ainda com base no texto Subindo pelas paredes...

Acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.

1.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE


A contabilidade é a ciência social aplicada1 que dispõe de metodologia especialmente concebida
para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente2.

14
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

1
contabilidade é a ciência social aplicada...
A contabilidade é a ciência social aplicada, pois sua atuação prática é realizada
através de uma série de julgamentos e definições de valor. A contabilidade
tem como base uma ciência exata por causa de sua estrutura formada por
modelos numéricos. Entretanto, a definição dos valores incluídos nos modelos
decorre de decisões muitas vezes com caráter subjetivo, sendo que tais decisões
podem estar vinculadas a um sistema de crenças e julgamentos individuais.
Dessa forma, dois profissionais atuando em uma mesma empresa, podem
apresentar números diferentes com conceitos plenamente justificados.

2
qualquer ente...
Ainda pode ser definida como um sustentáculo da democracia econômica,
pois, por seu intermédio, a sociedade é informada sobre o resultado da aplicação
dos recursos conferidos às entidades.

Embora a atuação da contabilidade seja abrangente – independentemente de


fins lucrativos –, pautaremos os exemplos e as aplicações em entidades que
objetivam o lucro.

2.2 PROCESSO CONTÁBIL


Como vimos, a contabilidade é um instrumento para gestão e controle das entidades, podendo
ser vista como o grande banco de dados de todas as empresas.

Genericamente, a contabilidade é uma indústria que tem como matéria-prima os dados


econômico-financeiros.

O processo contábil consiste em trabalhar os eventos econômico-


financeiros, transformando- os em informações contidas nas demonstrações
contábeis.

2.3 CICLO CONTÁBIL


O ciclo contábil consiste na sequência dos procedimentos contábeis utilizados para identificar,
classificar, mensurar, registrar, acumular, sumarizar e evidenciar a informação contábil.

15
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

Representa o processo executado nas empresas para elaborar as demonstrações contábeis a


partir das transações econômicas realizadas. O termo ciclo indica que tais procedimentos devem
ser repetidos continuamente para possibilitar que se preparem demonstrações contábeis
atualizadas em intervalos razoáveis.

2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL


Vejamos as etapas do ciclo contábil...

Captação...
A captação envolve as transações realizadas pela empresa e os demais eventos que
afetam seu patrimônio, ou seja, a análise de documentos, como contratos, notas fiscais,
recibos e laudos, e de eventos externos que afetam a entidade e que ela não tem
controle, como a taxa de inflação e a variação cambial.

Reconhecimento...
O reconhecimento das transações implica diversas decisões.
§ A transação será ou não reconhecida?
§ Quando? Ex: Uma empresa vende móveis a serem entregues em 60 dias
com pagamento antecipado. A venda só pode ser reconhecida na entrega,
não na entrada de caixa.
§ Como? Em que conta? Qual é a classificação adequada? Ativo? Despesa?
Passivo? Patrimônio Líquido? Receita? A classificação inadequada poderá
causar danos à empresa.
§ Por quanto? Qual é o critério adequado de mensuração? Qual é o valor? Em
que montante o evento e a transação afetaram o patrimônio da entidade?
Esse item é tão complexo que é sempre debatido e implementado.

Essas decisões são muito complexas e podem afetar a saúde financeira da


empresa.

2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE


Segundo a estrutura conceitual básica1 da contabilidade, definida pela Comissão de Valores
Mobiliários2 – CVM...

A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação


destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto
de contabilização. Seu propósito básico é prover aos tomadores de decisões –
diretores, gerentes, administradores da empresa ea todos os demais interessados –
informações úties para a tomada de decisões.

Portanto, a Contabilidade Financeira – ou Societária –, tem como objetivo mostrar a


saúde financeira da empresa.

16
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

1
estrutura conceitual básica da contabilidade...
Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of
Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards
Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.

IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que


objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados
por todos os países de maneira idêntica e compreensível.

2
Comissão de Valores Mobiliários – CVM ...
Autarquia federal que regula o mercado de capitais brasileiros, inclusive as
empresas cujas ações são negociadas em bolsa de valores.

2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE


Se existe uma demanda por informações contábeis diferenciadas, os objetivos da contabilidade
também são diferenciados, dependendo dos usuários, e podem ser assim classificados...
§ proprietários – risco e retorno de capital, continuidade da empresa, custos;
§ administradores – otimização das decisões baseadas em dados passados e
presentes para projetar medidas futuras, mix de produtos1, custos, margem de
contribuição2, ponto de equilíbrio, preço;
§ financiadores – capacidade de pagamento, grau de endividamento;
§ governo – tributação e arrecadação de impostos, taxas, contribuições, formulação
de diretrizes da política econômica;
§ acionista minoritário – fluxo regular de dividendos;
§ empregados – capacidade de pagamento dos salários, perspectivas de
crescimento.

1
’mix’ de produtos...
Combinação de volumes diferenciados para dois ou mais produtos.

2
margem de contribuição...
Diferença entre a receita de vendas e os gastos variáveis dos produtos vendidos.

2.5.1 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

2.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

17
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL

3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE


Quando visitamos o Japão e não falamos japonês, fica difícil entender o que as pessoas estão nos
transmitindo ou formar uma opinião a respeito do que não entendemos.

O mesmo acontece com a Contabilidade. Para que possa entender melhor as empresas, faz-se
necessário que aprendamos sua linguagem

Neste momento, devemos prestar atenção – as noções básicas que nos darão o passaporte de
entrada ao mundo de negócios.

São conceitos fundamentais da contabilidade...

Vejamos cada um deles a seguir...


§ patrimônio;
§ ativo;
§ passivo;
§ patrimônio líquido;
§ resultado;
§ receita;
§ despesa.

3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL


Uma informação fundamental apresentada pela contabilidade é a avaliação do patrimônio da
empresa e a quantificação de sua variação ao longo dos anos.

Se compararmos o retrato de nossa família em nossa festa de aniversário durante cinco anos
seguidos, podemos saber quem casou, teve filhos, engordou, emagreceu, e muito mais.

Do mesmo modo, se comparamos três anos do BP de uma empresa, poderemos saber se tem
mais ou menos ativos – e quais –, se comprou outras empresas, e muito mais.

Em síntese, o Balanço Patrimonial é constituído de três componentes – ativo, passivo e


patrimônio líquido.

O termo balanço indica o equilíbrio entre esses três componentes...

Iremos aprofundar esses termos nas seções a seguir.

18
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL


O balanço patrimonial pode ser evidenciado pela equação...

ativo = passivo + patrimônio líquido

O ativo indica a destinação – aplicações – dos recursos.

O passivo e o patrimônio líquido representam as fontes – origens – de recursos da empresa.

3.2.2 ATIVO
Os donos da empresa – acionistas – podem comprar máquinas, estoques ou simplesmente
manter seu dinheiro em caixa para futuro investimento. Estes são, assim os ativos da empresa.

O ativo representa, de forma estática, os bens e direitos da entidade. Por exemplo...

...dinheiro e depósitos bancários – disponibilidades...

...mercadorias disponíveis para serem vendidas – estoque de mercadorias...

...bens destinados ao uso em operações normais, máquinas – imobilizado...

3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO


Os ativos* representam aplicações de recursos realizadas no passado pela entidade. Deles se
espera a geração de benefícios presentes e futuros, a serem percebidos e controlados por essa
entidade.

*ativo...
O ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela
obtenção de recursos com terceiros ou com os sócios da entidade, por meio
de aumento de capital social.

O ativo reduz de valor pelo reconhecimento contábil de uma despesa, pela


liquidação de obrigações ou pela devolução de recursos aos sócios da entidade,
por meio de pagamento de dividendos.

Esses benefícios podem...


§ gerar caixa – mercadorias que serão vendidas aos clientes – estoque;
§ evitar a saída de caixa – máquinas de propriedade da entidade, pois não precisarão
ser alugadas – imobilizado.

19
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

3.2.2.2 EXERCÍCIO

Vamos entender agora o conceito de passivo...

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3 PASSIVO
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação
se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

O passivo* pode ser financiado...


§ pelos fornecedores das mercadorias que vendem a prazo – fornecedores;
§ pelos empregados, uma vez que só irão receber seus vencimentos após o mês
trabalhado – salários a pagar;
§ pelo governo, em função dos tributos a pagar – obrigações fiscais;
§ pelas instituições financeiras – empréstimos a pagar.

É possível notar que todos esses itens têm uma característica comum –
representam obrigações assumidas com terceiros no passado e ainda não pagas.

*passivo...
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,
cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos.

3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Assim como o passivo, o patrimônio líquido* – PL – representa a origem de recursos, sendo que
nesse caso corresponde aos recursos financiados pelos sócios da entidade, objeto de contabilização.

*patrimônio líquido...
O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e
pela obtenção de lucros pela entidade.

O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e


distribui dividendos aos sócios.

Representa o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

O PL representa – de forma estática – as obrigações da entidade com seus sócios ou


aquilo que os sócios poderão levar para casa quando a empresa encerrar suas atividades.

20
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


As principais contas do patrimônio líquido são representadas...
§ pelas contribuições efetivas dos sócios – capital social;
§ pelos lucros obtidos pela entidade no passado e ainda não distribuídos – reserva de
lucros e lucros acumulados.

3.4.2 RESULTADO
O resultado* representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado período.

*resultado...
O resultado aumenta de valor pelo reconhecimento de receitas.

O resultado diminui de valor pelo reconhecimento de despesas.

Essa riqueza, em última análise, pertence aos sócios da entidade – lucro líquido.

O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas. Consequentemente...


§ pode ser positivo – lucro, se as receitas forem maiores do que as despesas;
§ pode ser negativo – prejuízo, se as receitas forem menores que as despesas.

3.5 RECEITA
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

Receita* é a geração de recursos decorrentes...


§ da venda de estoque – receita de vendas;
§ da prestação de serviços – receita de serviços;
§ das aplicações financeiras – receita financeira.

*receita...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é
uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.

3.6 DESPESA
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
Estas representam sacrifícios de ativo que a empresa incorre para a obtenção de receitas.

21
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

Despesa* é o consumo de recursos, decorrentes das mesmas atividades que deram origem às
receitas...
§ a venda de estoque – custo das mercadorias vendidas, CMV;
§ a prestação de serviços – custo dos serviços prestados, CSP;
§ os juros sobre dívidas – despesa financeira.

*despesa...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa
é uma das principais responsáveis...
§ pela redução do ativo;
§ pela redução do patrimônio líquido;
§ pelo aumento do passivo.

3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE


A contabilidade – como ciência da informação – divide-se nas seguintes áreas de estudo...

Contabilidade gerencial...
A contabilidade gerencial utiliza as informações providas pela contabilidade de custos
para identificar que preço deve ser cobrado para cobrir o custo do produto, as despesas
operacionais e ainda remunerar, adequadamente, o capital investido – gerando lucro.

A contabilidade gerencial não está restrita à estrutura receitual básica da contabilidade.

Ela fornece ainda informações aos tomadores de decisão – pessoas internas à


organização, responsáveis em dirigir e controlar suas operações.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade financeira...
A contabilidade financeira fornece informações a pessoas externas à organização –
acionistas, credores, fornecedores...

A contabilidade financeira utiliza as informações geradas pela contabilidade de custos


para...
§ avaliar os estoques – necessário para apurar o balanço patrimonial;
§ mensurar o custo dos produtos vendidos – necessário para apurar o resultado
do período.

A contabilidade financeira – ou societária – está limitada pela estrutura conceitual


básica da contabilidade.

22
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

Essa estrutura restringe o reconhecimento da receita e mensuração de custo e também


os tipos de itens que são classificados como ativos, passivos e patrimônio líquido, no
balanço patrimonial.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade fiscal...
A contabilidade fiscal fornece informações ao órgão tributante – governo –,
principalmente, à Secretaria da Receita Federal.

Inclusive, um fato relevante na atual legislação brasileira foi a inclusão da neutralidade


tributária, frente a mudanças decorrentes das normas internacionais.

Desse modo, a contabilidade para fins informacionais e societários foi separada do


processo de apuração do lucro tributável.

A contabilidade fiscal ou tributária não será detalhada aqui. Apenas


demonstramos que ela não deve ser confundida com a contabilidade financeira.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade de custos...
A contabilidade de custos se localiza em uma área intermediária entre a contabilidade
financeira e a contabilidade gerencial, pois serve às duas.

CONTABILIDADE DE CUSTOS

CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

23
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE


De modo geral, a contabilidade está inserida em três amplos campos de atuação, orientados pelas
necessidades de seus usuários...

3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS


A contabilidade trabalha com avaliações e todo sistema de mensuração tem limitações – inclusive
de custo-benefício.

A contabilidade deve conciliar utilidade com os requisitos da praticabilidade


e objetividade.

A contabilidade deve reproduzir a realidade da empresa em números. Isso se torna de extrema


dificuldade, por inúmeras razões, como a volatilidade dos valores a serem mensurados.

Por exemplo, um apartamento comprado por um elevado valor pode perder grande
parte desse valor se for construído um viaduto em frente à janela.

Por exemplo, Av. Paulo Frontin, na saída do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, RJ.

3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE


O processo de avaliação é ainda agravado pelo problema da flutuação de preços.

24
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

O fato de a contabilidade se concentrar na avaliação monetária representa um grande aspecto


positivo, entretanto, enseja limitações, pois a quantificação monetária de todos os eventos
econômicos não é possível.

Logo, a informação do lucro líquido não deve ser a única medida de


avaliação do sucesso de uma empresa durante um período.

3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA


O resultado exato de uma empresa – variação do patrimônio investido pelos proprietários – só
pode ser apurado no final de sua vida, quando seus ativos forem liquidados.

Entretanto, para proporcionar informações úteis*, a contabilidade tem a missão de calcular o


resultado a intervalos regulares de tempo.

*informações úteis...
Para aprimorar essa informação, na quantificação do lucro, devem ser
introduzidas variáveis como custo de oportunidade, inovação tecnológica,
qualidade de produtos, satisfação dos clientes, investimentos sociais, ambientais
e treinamento de empregados.

A rigor, esses aspectos são – ou deveriam ser efetivamente – contemplados


pela contabilidade gerencial.

Sobre esse assunto, veja...

CARDOSO; MÁRIO; AQUINO. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2007.

Mais ainda...Na avaliação da gestão da empresa, o conceito de lucro é


superior ao de caixa.

3.11 CONCEITO DE LUCRO


O conceito de lucro é obtido por meio do pressuposto da competência, que representa a alocação
racional do fluxo de caixa durante o desenrolar da vida da empresa.

Logo, a diferença entre o conceito de lucro e o de caixa é meramente


temporal pois, no final da vida da empresa, esses conceitos serão idênticos.

Acesse, o Saiba Mais, disponível no ambiente on-line, para se aprofundar mais no assunto...

3.12 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

25
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC

4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO

Quando começamos um novo curso ou um novo emprego, precisamos


conhecer as regras às quais vamos nos submeter para que tenhamos uma boa
atuação.

Quando assistimos a uma partida de futebol, sabemos que os jogadores usam, especialmente, os
pés para realizar suas jogadas, mas em uma partida de vôlei, sabemos que os jogadores usam,
especialmente, as mãos.

4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE


Para compreender a empresa que pretendemos analisar, é preciso conhecer
as regras de apresentação das informações sobre as empresas, ou seja, é preciso
ter pleno conhecimento da estrutura conceitual básica da empresa.

A partir de 20081, uma nova estrutura conceitual básica da contabilidade2, emitida pelo CPC33, foi
adotada no Brasil.

1
a partir de 2008...
Até 2008, no Brasil, eram adotadas duas estruturas básicas...

...uma emitida pela CVM – Deliberação n° 29/86 – revogada a partir de


31/12/2008;

...outra pelo CFC – Resolução n° 750/93 – complementada pela Resolução


n° 774/94 e alterada pela Resolução n° 900/01, que permanece em vigor.

2
estrutura conceitual básica da contabilidade...
Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of
Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards
Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.

IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que


objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados
por todos os países de maneira idêntica e compreensível.

3
CPC3...
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, representa a entidade única de
normatização contábil no país, e que pretende direcionar o país para a
convergência com as normas internacionais. O CPC foi formado em 2005 sob
a égide de seis instituições privadas brasileiras, cada uma representando um
diferente grupo de agentes econômicos. Em suas reuniões, também participam
as entidades reguladoras governamentais.

26
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

Vejamos a estrutura básica estabelecida pelo CPC...

4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA


A nova estrutura conceitual básica da contabilidade estabelece...
§ os pressupostos básicos;
§ as características qualitativas das demonstrações contábeis;
§ as limitações às características qualitativas.

4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS


Existem dois pressupostos básicos – o regime de competência e a continuidade.

Vejamos, a seguir, esses dois pressupostos com mais detalhes.

4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE


Vejamos, mais detalhadamente, esses dois pressupostos a seguir...

4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA


Segundo o regime de competência, os atos e fatos contábeis devem ser reconhecidos quando
ocorrem as transações e os eventos econômicos, independente de sua realização financeira –
pagamento ou recebimento.

As receitas devem ser reconhecidas quando auferidas, e não quando efetivamente


recebidas.

As despesas devem ser reconhecidas quando incorridas, e não quando efetivamente


pagas.

Esse raciocínio é fundamental para que a contabilidade meça o patrimônio, em sua


dimensão econômica, e o resultado periodicamente.

27
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários...

...dados sobre transações passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de


caixa ou outros recursos financeiros;

...dados sobre as obrigações que vão demandar pagamento futuro e sobre os recursos
que serão recebidos futuramente.

4.3.1 EXEMPLO
As informações conseguidas por meio do regime de competência são muito importantes para a
tomada de decisões.

Por exemplo...

Uma loja vendeu, no mês de janeiro, R$ 220.000.

Metade desse valor foi recebida à vista e a outra metade, mediante cartão de crédito,
mas a loja só receberá o valor do cartão de crédito no mês seguinte às vendas.

A loja deve apurar, em janeiro, de acordo com o regime de competência, a receita no


total de R$ 220.000, porque esse foi o valor vendido, mesmo que a loja ainda não
tenha recebido, efetivamente, o dinheiro.

4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE

As demonstrações contábeis devem ser feitas tendo-se em mente que a


entidade continuará em operação no futuro.

Presume-se que a empresa não tem a intenção nem a necessidade de colocar todas as suas
propriedades à venda, mas, se a intençao ou a necessidade existirem, as demonstrações contábeis
deverão ser preparadas em uma base diferente, que deverá ser divulgada.

O pressuposto da continuidade implica a adoção de determinadas práticas contábeis na avaliação


da maioria dos ativos e dos passivos pelo custo histórico.

Quando o pressuposto da continuidade não for válido, isto é, quando a empresa estiver em
processo de encerramento de atividades e liquidação de seus bens para pagamento de dívidas,
todos os bens deverão ser avaliados pelo valor de venda.

28
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

4.4.1 EXEMPLO
Por exemplo...

...se uma companhia aérea compra uma nova frota de aviões, o valor registrado em sua
contabilidade deve ser o valor pago – ou devido – pelos aviões.

Isso acontece porque se espera que a empresa continue em operação, oferecendo voos.

Apenas se a empresa estivesse encerrando suas atividades, os aviões seriam reconhecidos pelo
valor de venda.

Essa informação só é útil caso a empresa esteja realmente interessada em vender os aviões.

Qualquer alteração que não aplique os pressupostos modifica toda a concepção da contabilidade
como o grande sistema de informações das empresas.

4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS

Características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações


contábeis úteis a seus leitores.

As características qualitativas são uma excelente ferramenta para o usuário, pois...

...fornecem informações;

...ajudam no processo decisório;

...facilitam o entendimento da empresa analisada.

4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS


As características qualitativas primárias das demonstrações contábeis são...

...compreensibilidade;

...relevância;

...confiabilidade;

...comparabilidade.

29
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

4.6 COMPREENSIBILIDADE
As informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser diretas e claras.

Portanto, devem ser prontamente entendidas pelos usuários que conhecem, razoavelmente, os
negócios, as atividades econômicas e a contabilidade.

As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de modo que possam ser entendidas por não
contadores, desde que estejam interessados e dispostos a compreender a situação patrimonial e
o desempenho da entidade analisada.

4.7 RELEVÂNCIA

O mundo dos negócios é competitivo e envolve operações estruturadas e


sofisticadas, como acontece no mercado financeiro...

Desse modo, a demonstração contábil também deve conter informações sobre operações
complexas que sejam relevantes para a tomada de decisão.

A demonstração contábil deve ajudar o usuário a conhecer melhor a situação patrimonial e o


desempenho da entidade.

4.7.1 RELEVÂNCIA
Em que as informações da demonstração contábil devem ser relevantes?

As informações da demonstração contábil devem ser relevantes às necessidades dos usuários na


tomada de decisões.

As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários.

As informações relevantes ajudam os usuários a...

...avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros;

...confirmar ou corrigir as avaliações anteriores.

A relevância se justifica por dois aspectos...

...a natureza da informação;

...a materialidade.

30
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO


A ideia de relevância pode ser associada à de utilidade.

Quanto maior a utilidade da informação para o usuário, maior sua importância e, portanto, sua
relevância.

A informação contábil é relevante quando...


§ altera a compreensão do usuário;
§ ajuda a avaliar as operações efetuadas;
§ traz mudança no processo decisório.

A natureza da informação diz respeito ao conteúdo informacional, enquanto


a materialidade, ao valor envolvido.

4.7.3 MATERIALIDADE
Uma informação é material se sua não apresentação ou distorção nas demonstrações contábeis
puder influenciar as decisões econômicas dos usuários.

A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas


de sua não apresentação ou distorção.

Os conceitos de relevância e materialidade não são sinônimos.

4.7.3.1 EXEMPLO
Uma informação pode ser extremamente relevante, mas envolver valores pequenos...

Portanto, a relevância não se justifica só pelo valor envolvido mas também pela natureza da
informação.

Já os valores maiores – materiais – são relevantes independente da natureza da informação.

Os conceitos de relevância e materialidade, de uma forma geral, podem ser relativos.

Por exemplo...

...uma perda de R$ 100.000,00 para uma empresa pequena constitui um fato


importante, mas para uma grande empresa, esse valor pode não ser significativo.

Portanto, nesse caso, a natureza da informação é importante, ou seja, o fato de que há perda na
empresa, mesmo com um valor não muito significativo para ela.

31
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

4.8 CONFIABILIDADE

Uma informação só é útil se for confiável.

A informação deve estar livre de erros e representar, com propriedade, aquilo a


que se propõe retratar.

Um usuário que não tem confiança nas informações apresentadas nas demonstrações contábeis
tende a julgar negativamente a empresa.

A informação contábil confiável deve ser...


§ isenta de erros, representando a realidade, evidenciando apenas as transações que
são verdadeiras;
§ não tendenciosa, neutra, não priorizando um usuário em detrimento dos demais;
§ completa;
§ não otimista, prudente;
§ objetiva, apresentando a substância econômica das transações, priorizando sua
essência econômica, mesmo em detrimento da forma jurídica.

4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE


Vejamos as características qualitativas secundárias da confiabilidade...

4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL


A informação confiável deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos
que ela diz retratar.

Por exemplo...

Um balanço patrimonial deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos


que...

...resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade;

...atendam aos critérios de reconhecimento.

32
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não retratar exatamente aquilo
a que se propõe.

Essa inadequação pode acontecer devido a...

...dificuldades de identificação das transações a serem avaliadas;

...necessidade de se realizar estimativas sobre o futuro.

4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA


A informação confiável deve retratar transações e eventos contabilizados e apresentados de
acordo com sua essência.

A informação confiável deve mostrar a verdadeira finalidade das transações e dos eventos; deve
retratar o que realmente aconteceu.

A essência das transações ou dos outros eventos nem sempre corresponde ao que aparenta ser
com base em sua forma legal.

Por exemplo...

Uma entidade pode vender um imóvel a um terceiro.

Em sua contabilidade, a entidade não possui mais esse bem...

...no entanto, a entidade pode continuar exercendo suas atividades nesse imóvel –
mediante locação –, sem que nada mude na realidade – pois na verdade a empresa
pode ter obtido um empréstimo utilizando este imóvel como garantia.

Esta operação é conhecida como lease-back e sempre que ocorrer deve ser efetuada uma análise
para se definir o tratamento contábil mais correto.

4.8.1.3 NEUTRALIDADE
A informação confiável deve ser neutra, isto é, imparcial.

As demonstrações contábeis não são neutras quando visam atingir um resultado predeterminado.

Isso ocorre pela escolha ou apresentação da informação, de forma que influencie a tomada de
decisão ou o julgamento em determinada direção.

O profissional de contabilidade deve reconhecer uma transação econômica de acordo com a


realidade, e não conforme o interesse de sua empresa.

33
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

Por exemplo...

Uma empresa pode estar em uma fase muito difícil.

É conveniente para essa empresa não reconhecer todos os seus gastos, causando a impressão
que sua situação financeira é melhor.

Nesse sentido, alguns tratamentos contábeis errados podem ser utilizados.

Um deles é quando a empresa não registra determinadas despesas, omitindo um passivo.


Outro procedimento seria reconhecer gastos que deveriam ser contabilizados como despesas,
reduzindo o resultado, como ativos, de modo a distorcer o verdadeiro patrimônio. Esse fato
aconteceu em muitas situações de fraude ocorridas nos Estados Unidos, no início do século.

Atenção!

Suponhamos que uma empresa possua vários processos contra ela na justiça. A administração
da empresa, junto com os consultores, considera que a perda não é provável, mas sim possível.
Mesmo não sendo obrigada a contabilizar o passivo, a empresa deve mencionar o fato em suas
demonstrações contábeis, através de notas explicativas.

4.8.1.4 PRUDÊNCIA
A informação confiável deve ser prudente.

A prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos


necessários às estimativas em certas condições de incerteza, portanto, os ativos ou as receitas não
podem ser superestimados, nem mesmo os passivos ou as despesas subestimados.

4.8.1.5 EXEMPLO

Os contadores se deparam com incertezas durante a elaboração das


demonstrações contábeis.

Por exemplo...

O contador deve...

...calcular a porcentagem dos clientes de uma empresa que têm probabilidade de não
pagar suas dívidas;

...estimar o número de reclamações cobertas por garantias;

...mensurar o número provável de devolução de produtos.

34
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

No processo de reconhecimento contábil, o contador deve ser prudente na avaliação dessas


incertezas, divulgando o risco e as possíveis consequências.

A prudência é muito conhecida na prática pelo termo conservadorismo.

A prudência indica que a empresa deve escolher o maior valor para o passivo e a despesa, e o
menor valor para o ativo e a receita.

4.8.1.6 INTEGRIDADE
A informação confiável deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e do custo.

Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não confiável e deficiente
em termos de sua relevância.

A integralidade das informações contábeis pode ajudar na prevenção de fraudes, pois propicia
um controle amplo das operações da empresa.

Um procedimento errado em uma área da empresa pode ser descoberto por outra.

Por exemplo...

O reflexo de uma compra de estoques de mercadorias a prazo pode ser verificado tanto pela
tesouraria como pela área de controle de suprimentos.

4.9 COMPARABILIDADE
A comparabilidade é a característica qualitativa de mais fácil compreensão...

Afinal, é razoável que o usuário da informação queira comparar a situação patrimonial e o


desempenho de uma entidade por determinado parâmetro.

Para fazer a comparação, é possível utilizar...


§ dados de anos anteriores da mesma empresa – desde que as práticas contábeis
adotadas sejam consistentes ao longo dos períodos;
§ dados de outras empresas do mesmo setor econômico – desde que as práticas
contábeis adotadas pelas empresas sejam semelhantes.

4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE


A comparabilidade só é possível de ser feita quando os usuários conhecem...
§ as práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis;
§ quaisquer mudanças nessas práticas;
§ o efeito de tais mudanças.

35
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS


Os usuários precisam ter informações que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas
contábeis aplicadas a transações e os eventos semelhantes e os usuários devem saber quando
essas práticas são usadas pela mesma entidade de um período a outro, e por diferentes entidades.

Além disso, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as informações de períodos


anteriores.

O ideal é que uma empresa evidencie suas demonstrações contábeis atuais e sua comparação
com as demonstrações dos 3 anos anteriores.

4.11.1 COMPARAÇÕES
Atenção!

É preciso tomar cuidado para se fazer as comparações corretamente.

Por exemplo...

Na análise de uma demonstração trimestral, é importante que os dados sejam comparados com
o mesmo trimestre dos anos anteriores e não com os trimestres anteriores, em função da
sazonalidade.

Exemplo...

Uma empresa que fabrica brinquedos, provavelmente, tem melhores resultados no último trimestre
do ano, de outubro a dezembro, mas é provável que uma empresa que vende material escolar
em geral tenha melhores resultados no primeiro trimestre do ano.

A intenção de comparabilidade é uma das causas da normatização contínua das práticas contábeis.

Se não houvesse normatização, cada empresa poderia usar um tratamento diferenciado, e não
haveria comparação.

4.11.2 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS


As limitações apresentadas no pronunciamento são quatro...
§ tempestividade;
§ equilíbrio entre custo e benefício;
§ equilíbrio entre características qualitativas;
§ visão verdadeira e adequada.

36
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

O texto do pronunciamento apresenta as limitações às características qualitativas como limitações


na relevância e na confiabilidade das informações, mas tais limitações dizem respeito a todas as
características qualitativas, não só às duas sugeridas pela interpretação textual do pronunciamento.

4.12.1 TEMPESTIVIDADE
Qualquer instrumento – uma ferramenta, um medicamento, uma informação – precisa ser
disponibilizado a tempo para que seja utilizado para o fim a que se destina.

Por exemplo...
§ realizar um conserto;
§ curar uma enfermidade;
§ tomar uma decisão.

Quando o instrumento não é disponibilizado a tempo, ele perde sua importância, mas a pressa na
geração da informação não deve ter como consequência o fornecimento de informações precárias
ou duvidosas.

Informações precárias ou duvidosas perdem a confiabilidade.

Cabe à administração da entidade ponderar os méritos relativos entre a tempestividade


da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida.

4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS

Em nosso dia a dia, encontramos a necessidade de avaliar os pontos positivos


e negativos de inúmeros acontecimentos.

Quando fazemos isso, estamos avaliando se os benefícios esperados superam os


custos de nossas ações.

37
MÓDULO 1 Contabilidade Financeira

A avaliação dos custos e dos benefícios é, em essência, um exercício de julgamento.

A necessidade de equalizar custos e benefícios também ocorre com decisões relacionadas a


escolhas contábeis, portanto, é esperado que os benefícios decorrentes da informação sejam
maiores que o custo de produzi-la.

Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem dos
benefícios.

4.13.1 EXEMPLO
Por exemplo...

...um analista se beneficia por ter acesso a uma grande quantidade de informações
contábeis...

...no entanto, toda informação divulgada tem um custo, que deve ser pago pela empresa
que evidencia as informações contábeis.

Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além


daqueles para os quais as informações foram preparadas.

4.13.2 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO

O contador, em cada caso, deve julgar qual das características tem maior
valor para os usuários.

Essa percepção apoia o argumento de que a contabilidade é uma ciência social e que está em
constante evolução...

Afinal, a importância das características qualitativas depende do momento, do contexto e dos


valores dos diversos usuários.

4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


As demonstrações contábeis, frequentemente, são descritas apresentando uma visão verdadeira
e adequada...

...da posição patrimonial e financeira;

...do desempenho;

38
Contabilidade Financeira MÓDULO 1

...das mutações na posição financeira de uma entidade.

As demonstrações contábeis só refletem a apresentação verdadeira e adequada das informações


quando aplicam as principais características qualitativas, e de normas e práticas de contabilidade.

4.15.1 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.16 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

4.17 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

39
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL

INTRODUÇÃO
O ciclo contábil é um processo executado nas empresas para a elaboração de suas demonstrações
contábeis...

Evidenciação...
Este é o momento de tornar a informação pública por meio da publicação em jornais,
site da entidade, envio por correio, e-mail ou fax. Os órgãos reguladores podem exigir
que as entidades por ele reguladas lhe enviem suas demonstrações contábeis.

Captação...
Consiste na identificação das transações realizadas por meio da análise de documentos
como contratos, notas fiscais, recibos, laudos...

Reconhecimento contábil...
Nem tudo o que afeta o patrimônio da entidade é reconhecido. Portanto, este é o
momento de decidir o que será reconhecido, em que data, em que conta e por quanto.

Processo de acumulação...
Consiste na estruturação de um banco de dados processados e organizados pelos
sistemas contábeis.

Sumarização...
Esta etapa é o momento em que as informações são resumidas e transformadas em
informações úteis aos usuários, para então elaborar as demonstrações contábeis –
DRE, DMPL, BP, DFC, DVA, NE – e os demais relatórios contábeis – análises, pareceres,
laudos, planilhas... As demonstrações e os relatórios serão vistos adiante.

Dessa forma, o ciclo contábil é uma sequência de procedimentos contábeis


que identificam, mensuram, classificam, registram e sumarizam a informação
contábil.

APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em nove unidades...

1. introdução;
2. mecânica contábil;
3. balanço patrimonial – BP;
4. demonstração do resultado do exercício – DRE;
5. demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL;
6. demonstração dos fluxos de caixa – DFC;

41
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

7. demonstração do valor adicionado – DVA;


8. estoque e baixa da mercadoria vendida;
9. ativo imobilizado e depreciação.

Vamos começar?!

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL

Por meio do ciclo contábil, são obtidas informações de grande importância...

Mediante o reconhecimento contábil, é possível obtermos a avaliação patrimonial e a apuração


do resultado do exercício – informações que podem ser obtidas nas Demonstrações Contábeis.

Para melhor compreensão das empresas, faz-se indispensável o conhecimento de como são
elaboradas as demonstrações contábeis. Ao longo deste módulo, elas serão explicadas .

1.2 RELATÓRIOS
A contabilidade deve apresentar os seguintes relatórios – em termos monetários – com informações
sobre os negócios das entidades...

Balanço patrimonial – BP...


O BP evidencia a situação patrimonial da entidade em determinado momento.

O BP apresenta, em determinada data, a estrutura patrimonial da entidade, como se


fosse uma fotografia de seus bens, seus direitos e suas obrigações.

42
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Ou seja...

O BP apresenta como o patrimônio da entidade está aplicado – ativo1 – e como


ele está sendo financiado – passivo2 e patrimônio líquido3 –, o que nos permite
melhor compreensão de sua estrutura financeira.

Demonstração do resultado do exercício – DRE ou DEREX...


A DRE mensura a riqueza gerada pela entidade, evidenciando as receitas e as despesas
de determinado período.

A DRE demonstra o lucro líquido, que, em última análise, pertence aos acionistas, ou o
resultado contábil, isto é...

receitas - despesas = lucro ou prejuízo

Por meio da DRE, poderemos entender se a empresa vende bem seus produtos, se os
mesmos estão adequados ou se seu lucro adveio apenas da venda de um ativo
imobilizado.

DPML ou DEMUT...
O DMPL ou DEMUT evidencia as alterações do patrimônio líquido de uma entidade,
ocorridas em determinado período.

As alterações mais comuns são...


§ aumentos do capital social4;
§ apuração dos lucros5;
§ destinação dos lucros6.

Demonstração dos fluxos de caixa – DFC...


Evidencia as transformações no caixa – caixa + banco + aplicações financeiras de
imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado período.

43
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

Demonstração do valor adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade,em


determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os
empregados, o governo, os financiadores e os sócios.

Portanto, valor adicionado = receita – insumos adquiridos de terceiros.

Notas explicativas...
As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros analíticos
ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos itens que afetam o
lucro e o patrimônio da entidade.

Esses critérios se referem a, por exemplo...


§ depreciação;
§ avaliação dos estoques;
§ provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;
§ detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os credores, a
taxa de juros e as garantias à dívida;
§ composição do capital social por tipo de ações;
§ ajustes de exercícios anteriores.

Parecer dos auditores independentes...


O parecer dos auditores independentes valida as demonstrações contábeis em relação
à adoção das práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias.

Esse parecer sinaliza ainda se as informações estão adequadamente evidenciadas nas


demonstrações contábeis e nas notas explicativas.

Exemplo de um parecer de auditor independente:

Vejamos parte do Parecer dos Auditores Independentes do exercício de 2008 da Companhia


Brasileira de Distribuição, disponibilizado no site da empresa:

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES


Aos Administradores, Conselheiros e Acionistas da Companhia Brasileira de Distribuição
São Paulo – SP

1. Examinamos os balanços patrimoniais da Companhia Brasileira de Distribuição e os


balanços patrimoniais consolidados da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas
controladas, levantados em 31 de dezembro de 2008 e 2007, e as respectivas
demonstrações dos resultados, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de
caixa e do valor adicionado, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas,
elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a
de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.

44
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

(...)

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis


no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância
dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábeis e de controles internos da
Companhia e empresas controladas; b) a constatação, com base em testes, das
evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis
divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas
adotadas pela Administração da Companhia e empresas controladas, bem como da
apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

3. Em nossa opinião, com base em nossos exames e nos pareceres de outros auditores
independentes, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira
da Companhia Brasileira de Distribuição e a posição patrimonial e financeira consolidada
da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas controladas em 31 de dezembro
de 2008 e 2007, os resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio
líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados nas operações referentes aos
exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil.

(...)

São Paulo, 26 de Fevereiro de 2009.

Tais demonstrações contábeis devem ser publicadas em dois jornais – no


Diário Oficial e em um jornal de grande circulação na localidade onde é situada a
sede da empresa.

Pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de


responsabilidade limitada, que não são de grande porte7, são obrigadas a
apresentar três dessas demonstrações8 à Secretaria da Receita Federal – SRF.

1
ativo...
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos.

2
passivo...
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,
cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos.

45
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

3
patrimônio líquido...
O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e
pela obtenção de lucros pela entidade.

O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e


distribui dividendos aos sócios.

4
capital social...
Investimento realizado na empresa pelos proprietários.

O capital social pode ser...

capital social autorizado...


(-) a subscrever;
(=) subscrito;
(-) a integralizar;
(=) integralizado.

5
apuração dos lucros...
Considera-se "apuração dos lucros", para fins da DMPL – o lucro líquido do
exercício.

6
destinação dos lucros...
Considera-se "destinação dos lucros", para fins da DMPL – a distribuição de
dividendos.

7
que não são de grande porte...
Segundo a Lei 11.638/07, as sociedades de grande porte são aquelas, que
independe de estrutura societária, possuem ativos superiores a R$240 milhões
e receita bruta anual superior a R$300.000.

8
três dessas demonstrações...
De acordo com o Artigo 274 do RIR/99 – Decreto nº 3.000/1999; § 4º do Artigo
7º do Decreto-Lei nº 1.598/1977 e Artigo 18 da Lei nº 7.450/1985, as sociedades
por quotas de responsabilidade limitada são obrigadas a apresentar à Secretaria
da Receita Federal – SRF...
§ Balanço Patrimonial;
§ Demonstração de Resultado do Exercício;
§ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – uma simplificação
da DMPL.

46
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS


O sistema contábil pode ainda fornecer diversos relatórios, alguns padronizados e outros que
devem ser moldados mediante as necessidades...

Demonstração dos Fluxos de Caixa – evidencia as transformações no caixa – caixa + banco


+ aplicações financeiras de imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado
período.

Demonstração do Valor Adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade, em


determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os empregados, o
governo, os financiadores e os sócios. Portanto, valor adicionado = receita - insumos adquiridos de
terceiros.

1.2.1.1 EXERCÍCIO
Vamos ver se você entendeu?

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

1.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL

2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS

A contabilidade utiliza uma das maiores convenções da humanidade, o


sistema das partidas dobradas.

No sistema das partidas dobradas, para cada transação, o contador precisa identificar onde o
dinheiro foi aplicado e de onde o dinheiro veio...

aplicação = débito
origem = crédito
ativo = passivo + patrimônio líquido

Contudo, muitas pessoas que não estão familiarizadas com o sistema o acham confuso.

Para facilitar o entendimento da mecânica contábil, não usaremos os termos débito e crédito.

Vejamos...

2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA


Para registrarmos os eventos na planilha baseada na equação fundamental da contabilidade,
temos de identificar apenas onde o recurso foi aplicado e de onde ele veio.

ativo = passivo + patrimônio líquido

47
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

Acesse, no ambiente on-line, informações sobre o registro de eventos na planilha.

2.2.1 DESAFIO
Vejamos os dados da empresa Felicidade...

No final do mês, o Banco Praça S.A. pagou à Felicidade juros no valor de R$ 300,00, referentes à
aplicação financeira...

Nessa transação, a Felicidade...


§ não trocou nada;
§ não adquiriu nada;
§ ganhou o direito de resgatar R$ 15.300,00 do fundo de investimentos, em vez dos
R$ 15.000,00 depositados.

Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a Felicidade teve.

Não é um bem, nem um direito, nem uma obrigação. Trata-se de uma receita.

2.2.2 DESAFIO 2
Continuemos...

Para comemorar e para divulgar o início de suas atividades, a Felicidade ofereceu um coquetel...

Esse coquetel lhe custou R$ 200,00.

Nessa transação, a Felicidade...


§ não trocou nada;
§ não adquiriu nada;
§ não ganhou nada;
§ gastou parte do dinheiro que possuía.

O coquetel, portanto, corresponde a um gasto que a Felicidade teve.

Não é um bem, um direito, uma obrigação, nem uma receita.

Trata-se de uma despesa.

2.3 RECEITA E DESPESA


Receitas e despesas são computadas em separado pela contabilidade para apurarmos
o resultado, que deve ser incluído no PL.

Se a receita é maior do que a despesa, a empresa gerou lucro.

Se a despesa é maior do que a receita, a empresa gerou prejuízo.

Uma empresa tem lucro ou prejuízo independentemente do patrimônio que possui.

48
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Vamos ver, então, quando e como o resultado das operações de uma empresa é
integrado a seu patrimônio.

2.4 EXERCÍCIO
Exercício é o período que a contabilidade toma como base para apurar as demonstrações contábeis
de tudo o que a empresa realizou.

Logo, exercício é o período decorrido entre um balanço e outro.

2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO


Ao terminar o exercício, a contabilidade apura a situação da empresa, ou seja...
§ o que tem/o que deve;
§ o que ganhou/o que gastou.

A contabilidade apura a demonstração contábil, para propiciar a análise da situação da empresa. A


contabilidade obtém, dessa forma, o resultado operacional, que é integrado ao patrimônio da
entidade.

No caso da Felicidade, vamos supor que......

Tanto o lucro como o prejuízo apurados devem estar no PL...


§ elevando-o, se houver lucro;
§ diminuindo-o, se houver prejuízo.

2.5.1 EXEMPLO
Vejamos agora como fica o balanço patrimonial da Felicidade...

49
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

A contabilidade – por meio de técnica própria – procura demonstrar...


§ o que se tem e o que se deve;
§ o que se gasta e o que se ganha.

Ou seja, a contabilidade demonstra a origem e a aplicação dos recursos da empresa...

2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO


Continuemos com o caso... Passado algum tempo, Rosana e Fernanda resolvem encerrar as
atividades da Felicidade Com. & Ind. Ltda...

Naturalmente, elas querem o retorno do que investiram no patrimônio da empresa.

Neste momento, o quadro atual da Felicidade Com. & Ind. Ltda. é...

Contudo, a Felicidade Com. & Ind. Ltda. só pode pagar o que deve com o que tem.

Vejamos...

2.6 TABELA
O primeiro passo é liquidar as dívidas com terceiros...

Feito isso, o capital social deve ser devolvido aos sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos
prejuízos.

Assim...

50
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL

Vamos agora conhecer as demonstrações contábeis*, começando pelo


balanço patrimonial...

O balanço patrimonial – BP – é formado de...


§ ativo – aplicações de recursos;
§ passivo – origens, fontes de terceiros;
§ patrimônio líquido – origens, recursos dos sócios.

Observamos que o IASB considera que a melhor terminologia para o Balanço Patrimonial é
Demosntração da Posição Financeira (Statement of Financial Position).

*demonstrações contábeis...
Para ilustrar o conteúdo apresentado, trabalharemos com as demonstrações
contábeis da Natura Cosméticos S/A.

3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL


As contas do balanço patrimonial são classificadas1...

...no ativo, de acordo com sua ordem decrescente de liquidez2...

...no passivo, de acordo com sua ordem decrescente de exigibilidade3.

1
Classificação das contas do balanço patrimonial...
A classificação das contas está definida na Lei das Sociedades Anônimas – Lei n°
11.638/07.

2
liquidez...
Capacidade – velocidade – de se transformarem bens e direitos em dinheiro.

3
exigibilidade...
Prazo que o devedor tem para honrar seus compromissos.

51
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL


Portanto...

O BP reflete, em determinado momento, a posição financeira de uma empresa, apresentando, de


forma ordenada...
§ os ativos – recursos aplicados com capacidade de geração de benefícios
futuros, que geralmente correspondem a bens e direitos;
§ os passivos – obrigações;
§ o patrimônio líquido – diferença entre ativos e passivos.

No BP, o total de bens e direitos é igual ao total das origens de recursos.

Antes de entender cada um desses itens, vamos conhecer a estrutura de um balanço patrimonial...

3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL


O Balanço Patrimonial é apresentado dessa forma...

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo não circulante Passivo não circulante


Ativo RLP Passivo ELP

Investimentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado

Intangível

Total do Ativo Total do Passivo + PL

Ela representa um exemplo simplificado de um balanço patrimonial...

Do lado esquerdo, estão os ativos e no lado direito, o passivo, e ,o patrimônio líquido.

Vamos então entender os itens desse balanço...

3.2.1 ATIVO

Nas próximas seções, analisaremos cada um dos itens que constituem o


balanço patrimonial.

Vamos começar pelo ativo...

52
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO


O ativo é constituído de...
§ aplicações de recursos, normalmente, em bens – máquinas, terrenos, dinheiro,
veículos e instalações;
§ direitos – depósitos bancários, contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber,
ações, outras aplicações financeiras.

Balanço pat r imonial

At ivo Passivo + Pat r imônio líquido

At ivo Cir culant e $ Passivo Cir culant e $


Caixa $ For necedor es $
Cont as a Receber de client es $ Salár ios a Pagar $
Est oque $ Impost os a r ecolher $
At ivo Não Cir culant e $ Passivo Não Cir culant e $
At ivo Realizável a longo Pr azo $ Empr ést imos $
Aplicações Financeir as $ Financiament os $
Invest iment os $
Imobilizado $ Pat r imônio líquido $
Ter r eno $ Capit al social $
Edif icações $ Reser vas de capit al $
Máquinas e equipament os $ Reser vas de Lucr o $
Int angível $
TOTAL DO ATIVO TOTAL do PASSIVO e PL

3.2.1.2 CONTINUAÇAO
Os ativos podem ser...
§ tangíveis – corpo, matéria, como os estoques;
§ intangíveis – incorpóreos, como a marca, o ponto comercial.

Balanço pat r imonial

At ivo Passivo + Pat r imônio líquido

At ivo Cir culant e $ Passivo Cir culant e $


Caixa $ For necedor es $
Cont as a Receber de client es $ Salár ios a Pagar $
Est oque $ Impost os a r ecolher $
At ivo Não Cir culant e $ Passivo Não Cir culant e $
At ivo Realizável a longo Pr azo $ Empr ést imos $
Aplicações Financeir as $ Financiament os $
Invest iment os $
Imobilizado $ Pat r imônio líquido $
Ter r eno $ Capit al social $
Edif icações $ Reser vas de capit al $
Máquinas e equipament os $ Reser vas de Lucr o $
Int angível $
TOTAL DO ATIVO TOTAL do PASSIVO e PL

53
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

3.2.2 CONTAS DO ATIVO


Um ativo é um bem ou direito, controlado pela empresa...

Esse bem ou direito tem de ser mensurável monetariamente...

Esse bem ou direito tem de representar benefício presente ou expectativa de benefício futuro
para a empresa.

Os itens do ativo são agrupados em contas homogêneas – com a mesma


característica –, de acordo com a ordem descrescente de sua liquidez, ou seja, de
acordo com a rapidez com que possam ser convertidos em dinheiro.

Observe que os ativos estão agrupados em ordem decrescente de liquidez, nas seguintes contas...
§ ativo circulante;
§ ativo realizável a longo prazo;
§ ativo permanente.

3.2.3 ATIVO CIRCULANTE


O dinheiro – que tem mais liquidez – é agrupado com outros itens que
serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo – até 12
meses.

O ativo circulante é composto de...


§ disponibilidades – caixa, bancos e aplicações financeiras;
§ realizáveis ou recebíveis – duplicatas a receber e adiantamentos a fornecedores;
§ estoques – produtos acabados, mercadorias, produtos em processo, matéria-prima,
embalagens, materiais de consumo e adiantamentos a fornecedores;

54
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

§ outros direitos – impostos a recuperar e empréstimos concedidos;


§ despesas antecipadas – despesas pagas não reconhecidas no resultado do período –
DRE – em função do pressuposto do regime da competência*.

*pressuposto do regime da competência...


As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento
econômico – venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou
seja, quando do fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens
ou direitos, tal como os títulos a receber.

Assim sendo, esse princípio norteia a contabilização das vendas de bens e da


prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,
independente da realização financeira.

Os itens que compõem o ativo circulante aparecem em ordem decrescente de liquidez.

3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE


De menor liquidez, cuja realização deverá ocorrer em mais de 12 meses, o ativo realizável a longo
prazo é composto de...
§ contas a receber a longo prazo;
§ despesas antecipadas a longo prazo;
§ empréstimos concedidos para recebimento no longo prazo e empréstimos a sócios
e administradores.

55
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO


O ativo imobilizado compreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade.

Podemos dizer que o ativo imobilizado economiza dinheiro para a empresa, uma vez que utilizando
esse bem próprio, a empresa não precisará alugar ativos necessários para a operação, como
imóveis e máquinas, de terceiros.

Por exemplo, no ativo imobilizado de uma escola podemos encontrar o


imóvel (próprio) onde a atividade de ensino é exercida, mesas, cadeiras,
computadores, entre outros.

3.2.4.2 INVESTIMENTOS
Participações permanentes no capital social de outras sociedades e outros direitos permanentes
que não se destinem à manutenção das atividades da sociedade.

São exemplos de investimentos que não se destinam à manutenção das atividades da


sociedade...
§ investimentos em ações ou quotas;
§ obras de arte e imóveis para aluguel.

56
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL


Ativo intangível é um ativo não monetário, identificável, sem substância física.

Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível,


quando...
§ for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,
transferido,licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um
contrato ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela
entidade;
§ resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de
tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.

São exemplos de ativos intangíveis: marca, software – parte não integrante


do respectivo hardware –, ponto comercial, patentes, direitos de exibição.

3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO


Os itens do imobilizado devem ser considerados pelos valores líquidos de depreciação*.

*depreciação...
Os bens da empresa têm vida útil limitada por deterioração ou por se tornarem
obsoletos – com exceção de terrenos e obras de arte

Ao ser utilizado esse bem, é reconhecida uma despesa – custo – de depreciação


relacionada aos custos de sua aquisição.

O ativo imobilizado é registrado por seu custo de aquisição menos a depreciação


acumulada.

A depreciação acumulada representa o reconhecimento da perda do valor do


ativo, em decorrência do uso, da ação da natureza e da obsolescência
tecnológica.

A depreciação representa também a baixa parcial do ativo imobilizado pela


realização parcial e sistemática dos benefícios econômicos – benefícios futuros
esperados no passado.

57
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

A depreciação pode ser calculada por meio dos seguintes métodos...


§ linha reta ou quotas constantes – método mais utilizado;
§ soma dos dígitos – crescente ou decrescente;
§ benefício gerado.

A conta depreciação acumulada – de natureza credora – é classificada no


balanço patrimonial, no lado do ativo, como uma redução do custo do bem
depreciado, ser chamada conta retificadora.

A conta despesa de depreciação – de natureza devedora – é computada na


demonstração de resultado do exercício – DRE – ou no custo dos produtos.

3.3 PASSIVO

O passivo representa as obrigações de uma pessoa física ou jurídica, derivada


de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

Portanto, o passivo são as exigibilidades e obrigações*.

Portanto, o passivo – por ser uma origem em recursos externos – deve ser pago a terceiros,
representando, assim, capital de terceiros.

*o passivo são as exigibilidades e obrigações...


O passivo é segregado em dois grupos...
§ passivo circulante;
§ passivo não circulante.

3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO


Segundo o Inciso I do Artigo nº 184 da Lei das Sociedades Anônimas* – Lei nº 6.404/76 –, o passivo
compreende...

...as obrigações, os encargos e os riscos, conhecíveis ou calculáveis – inclusive


imposto de renda a pagar com base no resultado do exercício –, que serão computados
pelo valor atualizado até a data do balanço.

*Inciso I do Artigo 184 da Lei das S/A...


Critérios de Avaliação do Passivo

Art. 184 No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os


seguintes critérios:

I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de


renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor
atualizado até a data do balanço;

[...]

58
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

3.3.1.1 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO


O passivo é apresentado em ordem decrescente de exigibilidades – agrupa as contas de acordo
com seu vencimento integrando o primeiro grupo, ou seja, as contas que serão mais rapidamente
liquidadas.

Ou seja, o passivo...
§ em sentido restrito = passivo exigível;
§ em sentido amplo* = exigibilidades* + recursos próprios*;
§ A = P + PL*, em que aplicações = origens;
§ A - P = PL, em que patrimônio total - dívidas com terceiros = caítal financiado pelos
sócios.

*Passivo em sentido amplo


O termo passivo – Lei das S.A. – possui conceito amplo, ou seja, todo o lado
direito do balanço patrimonial. O passivo constitui as fontes de recursos de
uma organização...
§ fontes de terceiros – passivo exigível;
§ fonte dos acionistas – patrimônio líquido ou passivo não exigível.

*exigibilidades
Dívidas com terceiros.

*recursos próprios
Recursos financiados pelos proprietários.

*patrimônio líquido
O patrimônio líquido são as obrigações como os proprietários da empresa,
sendo conhecido como não exigível ou capital próprio.

Segundo o pressuposto da continuidade, o PL não será necessariamente


liquidado, já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e
investidores pressupõe a extinção e liquidação da entidade.

59
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


O patrimônio líquido é um componente do patrimônio* no qual são indicados os valores do
capital social de todos os sócios.

*O patrimônio líquido é um componente do patrimônio...


Segundo a Lei 11.638/07, o patrimônio líquido é dividido em...
§ capital social;
§ reserva de capital;
§ ajustes de avaliação patrimonial;
§ reserva de lucros;
§ ações em tesouraria;
§ prejuízos acumulados.

O patrimônio líquido deve ser acrescido de ágio na colocação de ações e dos lucros –
ou diminuído dos prejuízos – verificados em cada exercício.

Segundo o pressuposto da continuidade, o patrimônio líquido não será necessariamente liquidado,


já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e investidores pressupõe a extinção
e liquidação da entidade.

O patrimônio líquido deve ser separado das obrigações normais da empresa,


pois ele só é exigido quando a empresa encerra suas atividades ou quando algum
sócio se retira da sociedade.

Ou seja...

patrimônio líquido = bens + direitos - obrigações

60
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO


Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

Logo...

‘’Patrimônio líquido é o conjunto de bens e direitos de uma pessoa física ou


jurídica, deduzido de suas obrigações com terceiros.’’

3.4.2 CONTINUAÇÃO

Patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, o valor


contábil líquido da empresa.

O patrimônio líquido constitui os recursos dos acionistas investidos na empresa.

61
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Em conformidade com a Lei n° 11638/071, o patrimônio líquido é composto dos seguintes grupos...

Capital social...
É o investimento realizado na empresa pelos proprietários.

O capital social pode ser...


§ capital social autorizado...
§ (-) a subscrever;
§ (=) subscrito2;
§ (-) a integralizar;
§ (=) integralizado.

Reserva de capital...
Ganhos realizados pela empresa, em transações – realizadas com os proprietários ou
com terceiros –, não evidenciadas na demonstração do resultado do exercício.

A reserva de capital pode ser...


§ ágio na colocação de ações – excesso de valor pago pelo acionista na compra
de ações da empresa;
§ alienação de partes beneficiárias – venda de títulos negociáveis e não
relacionados ao capital social;
§ bônus de subscrição – venda de direitos de participação em aumentos
futuros de capital.

Ajustes de avaliação patrimonial...


Representa a contrapartida de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a saldos
do ativo e do passivo em decorrência de sua avaliação a preço de mercado.

62
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Reserva de lucros...
São lucros auferidos pela empresa e ainda não distribuídos.

A reserva de lucros pode ser...


§ reserva legal3 – retenção de lucros para assegurar a integridade do capital
social e tem sua utilização vinculada ao aumento do capital ou à
compensação de prejuízos.
§ reserva estatutária – retenção de lucros para atender ao disposto no estatuto
da empresa, que define sua constituição, sua aplicação e seus limites.
§ reserva de contingências4 – retenção de lucros para compensar, no futuro,
diminuição do lucro por perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
§ reserva de lucro para expansão – retenção de lucro para executar um
orçamento de capital previamente aprovado.
§ reserva de lucros a realizar5 – retenção de lucro facultativa para evidenciar
a parte do lucro ainda não realizada financeiramente, de modo a evitar a
distribuição de dividendos sobre essa parcela.

Lucros ou prejuízos acumulados...


É o valor líquido de todo o sucesso ou fracasso da entidade ao longo do tempo, sendo
alterado, período a período, pelo resultado do exercício.

O modo mais comum de crescimento ou diminuição do patrimônio líquido se dá por


meio dos rendimentos do capital aplicado, ou seja, seu lucro ou prejuízo.

Uma parte do lucro é distribuída entre seus acionistas, na forma de dividendos.

Outra parte do lucro é reinvestida na empresa, isto é, fica retida – acumulada –


no negócio. Esta é apropriada nas reservas de lucro.

Para as sociedades por ações, no final do período, o saldo de lucros acumulados deve
ser igual zero.

Logo, a conta lucros ou prejuízos acumulados representa a interligação


entre o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

Ações em tesouraria...
É a recompra6 de ações de emissão da própria entidade, por ela mesma.

63
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

Para terminar, vejamos algumas variações nas formas de expressar esses conceitos...

ativo passivo patrimônio líquido

obrigações junto
bens e direitos obrigações junto a terceiros
a proprietários
financiamentos – recursos - recursos de terceiros
investimentos - recursos próprios
de terceiros

aplicacão de recursos origem dos origem dos recursos próprios


recursos de terceiros

usos de recursos fontes de fontes de recursos próprios


recursos de terceiros

efeitos causas externas causas internas

1
Lei n° 11638/07...
Suponha que você tenha ido almoçar num restaurante à la carte próximo ao
trabalho.

2
subscrito...
Os valores registrados na conta capital social – estando subscritos – podem ou
não estar integralizados, ou seja, entregues à entidade para que esta possa se
valer deles para operar.

A parcela que não tenha sido entregue deve constar como redutora do valor
total do capital social, representando uma pendência dos proprietários em
relação à empresa.

Tão logo o recurso ingresse na entidade, o débito deixa de constar do patrimônio


líquido e passa a existir no ativo, uma vez que a integralização pode ser feita
em dinheiro ou em outros bens e direitos.

3
reserva legal...
É obrigatoriamente constituída de 5% do lucro líquido do exercício até que
seu saldo atinja 20% do capital social ou que o somatório de seu saldo com o
saldo da reserva de capital atinja 30% do capital social – o que ocorrer primeiro.

4
reserva de contingências...
Há uma clara distinção entre reserva de contingências e provisão para
contingências...

Na reserva de contingências, o fato gerador ainda não ocorreu, enquanto para


a provisão, já.

A reserva de contingências visa ao disciplinamento da distribuição de dividendos


e à continuidade das operações da entidade – por exemplo, perdas futuras
com geadas.

64
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

5
reserva de lucros a realizar...
Por exemplo, o lucro de venda de imobilizado a longo prazo e a receita de
equivalência patrimonial.

6
recompra...
Essa situação somente ocorre em condições excepcionais. Esse valor deve
aparecer no patrimônio líquido, de forma a diminuí-lo e os recursos utilizados
em sua aquisição explicitados.

As ações em tesouraria não participam da distribuição de dividendos.

3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO

4.1 CONCEITUAÇÃO
A demonstração de resultado do exercício – DRE ou DEREX – informa a riqueza
gerada pela empresa, durante determinado período.

Vimos que...

Essa riqueza, no fim das contas, pertence aos acionistas da empresa.

65
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

A demonstração do resultado do exercício é a apresentação – de forma resumida – das operações


realizadas pela empresa, durante o exercício social*, destacando-se o resultado líquido do período.

*exercício social...
Exercício é o período que a contabilidade toma como base para fazer um
balanço geral de tudo o que a empresa realizou.

A geração de resultados positivos é um objetivo das empresas, inclusive das sem fins lucrativos.

4.2 RECEITAS E DESPESAS


A demonstração de resultado do exercício é um resumo ordenado de receitas1 e despesas2 da
empresa em determinado período, para definir o lucro ou prejuízo.

As receitas representam as vendas de produtos – bens e serviços – realizadas no


período de referência, ainda que não recebidas.

As despesas representam o esforço para obter receita do período de referência, ainda


que não haja desembolso3 de recursos nesse período.

1
receitas...
Ingresso de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma de bens
ou direitos, correspondentes, normalmente, é venda de produtos, podendo
também derivar de remunerações sobre aplicações ou operações financeiras.

A receita é considerada realizada no momento em que ocorre...


§ a venda e transferência de um bem a outrem;
§ a prestação de um serviço;
§ a aquisição de um direito produzido por outro tipo de transação.

Em qualquer dessas alternativas, deve existir o compromisso da outra parte de


realizar um pagamento simultâneo ou futuro.

A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando forem


satisfeitas todas as seguintes condições...
§ a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios
mais significativos inerentes à propriedade dos bens;
§ a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dos
bens vendidos em grau normalmente associado à propriedade nem
efetivo controle de tais bens;
§ o valor da receita possa ser confiavelmente mensurado;
§ for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade;
§ as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação,
possam ser confiavelmente mensuradas.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.

66
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

2
despesas...
Gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para...
§ obtenção de receitas;
§ manutenção da empresa;
§ remuneração do capital de terceiros.

As despesas incorridas para a obtenção de receitas devem ser contabilizadas


no mesmo período que elas.

3
desembolso...
Esforço financeiro associado ao pagamento – saída de caixa –, normalmente,
resultante da aquisição de bem ou serviço.

4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS


Existem dois regimes para contabilizar os bens, os direitos e as obrigações da estrutura patrimonial
das empresas...
§ regime de competência;
§ regime de caixa.

Vejamos cada um...

4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA


O regime de competência1 é adotado pela contabilidade das empresas, visando dotá-las de uma
fiel expressão monetária de todos os seus bens, seus direitos e suas obrigações representativos
de sua estrutura patrimonial.

Os dois conceitos contábeis que dão suporte ao regime de competência são...


§ conceitos da realização da receita2;
§ conceitos do confronto dasdespesas com as receitas ecom os períodos contábeis3.

Desse modo, as receitas e os gastos devem ser contabilizados como tais no


período da ocorrência de seu fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos
em dinheiro.

1
regime de competência...
A Lei das Sociedades por Ações – Lei 6.404/76 –, em seu Artigo n.º 177, mantido
pela Lei 11.638/07, determina que...

A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com


obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios
de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios
uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime
de competência.

67
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

2
realização da receita...
As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento econômico
– venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou seja, quando do
fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens ou direitos, tal
como os títulos a receber.

Assim sendo, esse conceito norteia a contabilização das vendas de bens e da


prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,
independentemente da realização financeira.

3
confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...
Os gastos só devem ser reconhecidos contabilmente como despesas quando
for possível confrontá-los com a receita relacionada, no mesmo período em
que a receita foi reconhecida.

Caso contrário, serão reconhecidos como ativo ou perda da seguinte forma...


§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita no momento,
mas, se esse gasto tiver a capacidade de gerar receita em um período
futuro, será contabilizado como um ativo;
§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita, nem no
momento, nem no futuro, será contabilizado como uma perda.

4.3.2 DESENVOLVIMENTO
Se as receitas e os gastos serão contabilizados no período da ocorrência de seu fato gerador, logo,
na determinação do resultado do exercício, são computados...
§ as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua
realização em moeda;
§ despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas
e a esses rendimentos.

Dessa forma, o resultado contábil deve ser determinado pela aplicação do


regime de competência, independentemente da movimentação de numerário
ocorrida no período.

4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA


Por exemplo, por decorrência do pressuposto do regime da competência e consequentemente,
da realização da receita e do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...
§ a receita de venda é contabilizada por ocasião da venda, e não de seu recebimento;
§ a despesa de pessoal – salários e seus encargos – é reconhecida no mês em que se
recebe tal prestação de serviços correspondentes, mesmo sendo paga no mês
seguinte;

68
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

§ a compra de matéria-prima é contabilizada – como ativo – quando da transação


que normalmente coincide com o recebimento da mercadoria, não ficando atrelada
a seu pagamento;
§ a despesa do imposto de renda é registrada no mesmo período em que os lucros
foram auferidos, e não no exercício seguinte, quando o tributo é declarado e pago.

Vejamos agora o regime de caixa...

4.4 REGIME DE CAIXA


O regime de caixa consiste em classificar e reconhecer as operações de uma pessoa jurídica pelo
efetivo ingresso e desembolso de bens numerários.

A adoção do regime de caixa está, a rigor, voltada ao fluxo financeiro – fluxo de caixa*
– de um empreendimento.

*fluxo de caixa...
O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de
caixa1 e equivalentes de caixa2.

Portanto, pode ser...


§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;
§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.

1
caixa...
Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.

2
equivalentes de caixa...
São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente
conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
insignificante risco de mudança de valor.

Por exemplo...

Uma companhia aérea vende, diariamente, centenas de passagens, muitas destas, à vista.

Pelo regime de caixa, o lucro é reconhecido no momento em que o dinheiro


ingressa no caixa.

Pelo regime de competência, o lucro integral só pode ser considerado no momento


em que o dono do bilhete aéreo viaja, mesmo que ainda não tenha pago
integralmente sua passagem.

69
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

4.5 CUSTO
Diante do que vimos até aqui, podemos afirmar que o custo1, a despesa2, a perda3 e o investimento4
representam gastos5.

O custo ocorre efetivamente quando a matéria-prima é transformada em produto


acabado, de forma que todos os gastos incorridos no processo fabril representam
custos de produção.

Determinado o custo de um produto, esse se transformará em despesa quando da


efetivação da venda.

A apresentação, na demonstração do resultado do exercício – DRE – do custo dos produtos


vendidos – CPV – é a despesa dos produtos vendidos – DPV –, uma vez que o custo transforma-
se em despesa6 quando da realização da receita7.

1
custo...
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços.

É o caso, por exemplo, da energia elétrica consumida no parque fabril.

2
despesa...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa
é uma das principais responsáveis...
§ pela redução do ativo;
§ pela redução do patrimônio líquido;
§ pelo aumento do passivo.

3
perdas...
Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária e inesperada,
que não tem a capacidade de gerar benefícios no presente nem no futuro.

Um incêndio ou uma madeira cortada errada são exemplos de perda.

4
investimento...
Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros.

É o caso, por exemplo, da matéria-prima adquirida.

5
gastos...
Esforço econômico da entidade na realização de uma atividade ou transação
qualquer, sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de entrega
de ativos – normalmente, dinheiro.

70
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

6
custo transforma-se em despesa...
Segundo a Alínea b do Parágrafo Primeiro do Artigo 187 da LSA...

Nos mesmos períodos em que forem lançados as receitas e os rendimentos,


deverão estar registrados todos os custos, as despesas, os encargos e os riscos
correspondentes àquelas receitas.

Desse modo, ao ser contabilizada, por exemplo, a receita da venda de um


produto, deverão ser registradas, no mesmo período, todas as despesas relativa
àquela receita, tais como...
§ custo do produto vendido, que engloba material, mão de obra e demais
custos de fabricação;
§ despesas operacionais incorridas, sejam de comercialização ou de
administração.

7
receita...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é
uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.

4.6 EXERCÍCIO

A partir do que vimos até aqui, você saberia apontar o objetivo da


demonstração de resultado do exercício?

Acesse, no ambiente on-line, o Saiba Mais.

71
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE

Demonst r ação do r esult ado do exer cício


Receit a Br ut a – de vendas e de pr est ação de ser viços
(- ) Deduções da r eceit a:
(=) Receit a Líquida
(- ) Cust o das Mer cador ias Vendidas / Pr odut os Vendidos / Ser viços
(=) Pr est ados
(- ) Result ado Br ut o
Despesas Oper acionais
Despesas de Vendas
Despesas Financeir as deduzidas das Receit as Financeir as
Despesas Ger ais e Administ r at ivas
(+) Out r as despesas e r eceit as oper acionais
(+/ - ) Receit as Financeir as
(=) Out r as r eceit as e despesas
(- ) Result ado ant es do Impost o de Renda (LAIR)
(- ) Impost o de Renda e Cont r ibuição Social
(=) Par t icipações Est at ut ár ias
Result ado Líquido

A demonstração é iniciada com o valor total da receita apurada nas operações de vendas, das
quais é deduzido o custo das mercadorias vendidas, apurando-se o lucro bruto.

São então apresentadas as despesas operacionais segregadas por subtotais, conforme sua natureza.

Deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, apresenta-se o lucro operacional.


Esse diz respeito ao lucro antes do Imposto de Renda – LAIR.

Deduz-se, a seguir, a despesa com o imposto de renda.

Finalmente, as participações de terceiros calculáveis sobre o lucro, tais como empregados


administradores, partes beneficiárias, debêntures e contribuições para fundos de benefícios a
empregados, chegando-se, dessa forma, ao lucro – ou prejuízo – líquido do exercício...

...dividido pelo número de ações, chega-se ao lucro – ou prejuízo – por ação, que é o
valor final da demonstração.

72
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

4.8 EBITDA
Da DRE, é extraído o EBITDA1, um parâmetro muito utilizado pelos analistas e que
gera muita polêmica2...

1
EBITDA...
Earning before interest, taxes, depreciation and amortization – lucro antes do
pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização.

2
EBITDA gera muita polêmica...
Apesar de o EBITDA ser bastante difundido, não é isento de críticas como...
§ ignora a despesa de depreciação, que corresponde a uma saída de
caixa, quando o imobilizado foi adquirido;
§ gera o efeito psicológico no gestor, de que não precisa se preocupar
com o nível de investimentos – pois seu desempenho é mensurado
sem levar em consideração a despesa de depreciação;
§ se o analista quer verificar a geração de caixa pela entidade, ele não
precisa calcular o EBITDA, basta ler a DFC.

O EBITDA é um parâmetro informativo, utilizado como aproximação do caixa gerado


pela atividade operacional da entidade.

Vejamos um exemplo a partir do caso da Cia. A...

Vale lembrar que, no mercado acionário, o investidor deve estar atento ao lucro líquido e à
capacidade de pagamentos de dividendos...

...os dividendos só serão repassados aos acionistas depois do pagamento de juros e


impostos. Por isso, o EBITDA pode ser muito utilizado por investidores.

73
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA


O EBITDA pode ser calculado de duas formas...

Receitas 1.000
(-) Despesas de salários (250)
(-) Despesas de depreciação (200)
(-) Despesa financeira (150)

(=) Lucro antes do imposto de renda 400


(-) Imposto de renda (100)

(=) Lucro líquido 300

1. de cima para baixo... 2. de baixo para cima...


Receitas 1.000 Lucro Líquido 300
(-) Desp. de (+) Imposto de renda 100
salários (250) (+) Despesa financeira 150
(=) EBITDA 750 (+) Desp. de depreciação 200
(=) EBITDA 750

O valor encontrado será mesmo pelos dois caminhos...

4.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

5.1 INTRODUÇÃO
A demonstração das mutações do patrimônio líquido informa a movimentação ocorrida nas
contas do patrimônio líquido, a partir do saldo final de cada conta do exercício anterior, ou seja...
§ capital social;
§ reservas de capital;
§ reservas de lucro, lucro ou prejuízo acumulado.

A informação deve ser registrada até chegarmos ao saldo final do exercício em análise, ou seja,
com o aumento ou a diminuição do patrimônio líquido.

5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS


A demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL ou DEMUT – apresenta as variações*
sofridas pelo patrimônio líquido durante determinado período, bem como seus saldos inicial e
final.

74
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

*variações...
Eventos que alteram tanto o valor do PL quanto sua estrutura, ou seja, eventos
que afetam, simultânea e simetricamente, contas desse grupo são evidenciados
na DMPL, embora não afetem o saldo do grupo como um todo.

As principais variações sofridas pelo PL são...


§ aumento do capital social – seja o capital autorizado, seja o subscrito, seja o
integralizado;
§ lucro ou prejuízo apurado no período;
§ distribuição de lucros – para a distribuição de dividendos ou para a constituição de
reservas;
§ realização de reservas;
§ ágio na emissão de ações;
§ alienação de partes beneficiárias ou bônus de subscrição;
§ recebimento de doações e subvenções para investimento;
§ ajustes de exercícios anteriores relativos à retificação de erro imputável a um
exercício já encerrado ou à mudança de critérios contábeis.

Mais ainda...

5.2.1 EXEMPLOS

São exemplos de transferências internas de valores aumento de capital com


utilização de reservas, apropriação do resultado do exercício para as reservas de
lucro, compensação de prejuízos com reservas.

Veja a estrutura de uma Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido...

cial

rvas
ndos
rvas

As colunas referentes à reserva de capital, reservas de reavaliação e reservas de lucro devem ter
os saldos e a movimentação de suas contas discriminados em notas explicativas*.

75
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

*notas explicativas...
As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros
analíticos ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos
itens que afetam o lucro e o patrimônio da entidade.

Esses critérios se referem...


§ à depreciação;
§ à avaliação de estoques;
§ ao provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;
§ ao detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os
credores, taxa de juros e garantias à dívida;
§ à composição do capital social por tipo de ações e ajustes de exercícios
anteriores.

5.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS

6.1 OBJETIVO DO DFC

A Lei 11.638/07 tornou obrigatória a publicação da demonstração dos fluxos


de caixa para as S.A.s abertas e demais S.A.s com
patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões.

O objetivo da DFC é evidenciar...


§ a capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa operacionais positivos;
§ a habilidade de a empresa pagar suas obrigações e seus dividendos;
§ a capacidade de a empresa atender a suas necessidades de financiamento.

6.2 NECESSIDADE DA DFC


A DFC é necessária em função das diferenças entre o lucro líquido, evidenciado na DRE, e a
variação do saldo de caixa.

Por meio da DFC, os analistas podem verificar também os efeitos das


operações de investimento e de financiamento realizadas pela empresa.

76
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

6.3 O CONCEITO DE CAIXA


A DFC trabalha com a variação do caixa*...

*caixa...
Caixa para os fins da DFC...

Caixa = dinheiro guardado na gaveta da caixa registradora + equivalentes de


caixa.

Equivalente à caixa = bancos conta-corrente + aplicações financeiras de


imediata realização.

Aplicações financeiras de imediata realização = são aplicações financeiras de


curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um
montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de
mudança de valor.

Portanto, Cx = caixa + bancos conta-corrente + aplicações financeiras de


imediata realização.

6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES


Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, a variação do saldo de caixa é classificada em três tipos de
fluxo de caixa1...
§ fluxo de caixa das atividades operacionais2...
§ fluxo de caixa das atividades de investimento3...
§ fluxo de caixa das atividades de financiamento4...

1
fluxo de caixa...
O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de
caixa1 e equivalentes de caixa2.

Portanto, pode ser...


§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;
§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.

77
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

2
fluxo de caixa das atividades operacionais...
Esse fluxo de caixa tem como principais entradas os valores recebidos dos
clientes – quer pelas vendas à vista, quer pelas vendas a prazo – e tem como
principais saídas o pagamento a fornecedores, empregados, impostos, juros e
contas diversas.

3
fluxo de caixa das atividades de investimento...
Esse fluxo tem como principais entradas os valores da venda de itens do
imobilizado, das participações acionárias e do resgate dos investimentos não
classificados como equivalentes a caixa.

Tem como principais saídas o pagamento da aquisição de itens para o


imobilizado, a aquisição de participações societárias em outras companhias e
aplicações em investimentos não classificados como equivalentes a caixa.

4
fluxo de caixa das atividades de financiamento...
Esse fluxo tem como principais entradas a captação de dinheiro pela entidade,
quer com os sócios – integralização do capital social em dinheiro –, quer com
terceiros – obtenção de empréstimos.

Tem como principais saídas o pagamento de dividendos em dinheiro e o


pagamento do empréstimo.

1
caixa...
Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.

2
equivalentes de caixa...
São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente
conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
insignificante risco de mudança de valor.

6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO


Existem dois métodos de evidenciação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, o método direto e
o método indireto.

A diferença entre o método direto* e o indireto é restrita à apuração do fluxo de caixa gerado –
ou consumido – pelas atividades operacionais.

*método direto...
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais
componentes das atividades.

78
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

6.3.3 MÉTODO INDIRETO

O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado


pelas operações.

O método indireto começa pelo lucro líquido da DRE, ajustando os itens não caixa.

Alguns passos devem ser seguidos no método indireto...


§ verificar as receitas e as despesas que influenciaram na apuração do resultado, mas
que não transitam pelo caixa – como depreciação e resultados não operacionais;
§ somar as despesas que não têm impacto no caixa;
§ subtrair as receitas que não geram caixa.

Ainda é preciso verificar, no balanço patrimonial inicial e final, a variação das contas operacionais
dos ativos operacionais1 e passivos operacionais2.

1
ativos operacionais...
Clientes, estoques e despesas antecipadas.

É preciso verificar se os ativos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).

2
passivos operacionais...
Fornecedores e despesas a pagar.

É preciso verificar se os passivos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).

79
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

6.3.4 TABELA
Vejamos a tabela abaixo...

FC atividade operacional...
lucro líquido
(+ ) despesas que não transitam pelo caixa
(= ) lucro ajustado
(+ /-) variações nas contas operacionais

FC atividade operacional A

FC atividade de investimento...

FC atividade de investimento B

FC atividade de financiamento

FC atividade de financiamento C
saldo final D
saldo inicial E
aumento do saldo de caixa A + B + C= D - E

6.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

80
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

7.1 CONCEITUAÇÃO
A estrutura de apresentação da DVA é a seguinte...

Receita de Vendas e Prestação de Serviços


(-) Insumos adquiridos de terceiros
(-) Serviços contratados de terceiros
(=) Valor Adicionado Bruto
(-) Despesa de Depreciação e Amortização
(=) Valor Adicionado Líquido
(+) Receitas Financeiras
(=) Valor Adicionado a Distribuir

$ %
Distribuição do Valor Adicionado
Empregados
Governo
Investidores e Financiadores
Acionistas

A demonstração do valor adicionado – DVA* – informa a riqueza gerada pela empresa durante
determinado período e a forma como essa riqueza foi distribuída.

*DVA...
A DVA surgiu na França, no final da década de 1960. Seu principal objetivo era
demonstrar os impactos que a empresa gerava à sociedade na qual estava
inserida.

Entretanto, o chamado balanço social francês só passou a ser exigido das


empresas no final da década de 1970, por força da Lei nº 77.769/1977.

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral


medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de
terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja,
produzido por terceiros e transferido à entidade.

A DVA apresenta a distribuição dessa riqueza na sociedade – empregados, governo,


financiadores e acionistas.

7.1.1 EXERCÍCIO
Você saberia diferenciar a DRE e a DVA?

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

81
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB


Existe uma relação entre o valor adicionado e o PIB...

O PIB corresponde à riqueza gerada por uma sociedade durante determinado período.

O PIB está relacionado ao conceito de produção1.

O valor adicionado está relacionado ao conceito de venda2 – receita.

1
conceito de produção...
Para os economistas, a riqueza gerada pelo Brasil durante o ano de 2007 –
US$1.314.199 milhões, calculados pelo IBGE – foi medida com base no valor
da produção – de bens e serviços – menos os insumos importados de outras
economias.

2
conceito de venda...
Para os contadores, a riqueza gerada é medida com base na receita de venda
– de bens e serviços – menos os insumos adquiridos de terceiros.

Sendo assim, o valor adicionado pode ser conciliado ao PIB, pois a diferença teórica entre esses
dois conceitos está nos estoques.

Portanto, se subtraímos do PIB o valor não realizado relativo aos estoques,


chegamos ao valor adicionado.

7.3 UTILIDADE DO DVA


A utilidade do DVA* é evidenciar o quanto a empresa agrega de valor à economia da sociedade
na qual está inserida e, ainda, como essa riqueza é distribuída entre os principais componentes
dessa sociedade – empregados, governo, financiadores e acionistas.

*utilidade do DVA...
Portanto, é possível apontar potenciais usuários...
§ o poder judiciário, especificamente, as varas do trabalho – o juiz do
trabalho pode utilizar a informação distribuição do valor adicionado
aos empregados quanto ao percentual de aumento salarial – dissídio
coletivo;
§ o poder legislativo, especificamente, a câmara dos deputados e o senado
federal – os deputados e senadores podem utilizar a informação
distribuição do valor adicionado ao governo – impostos, taxas e
contribuições – para debater questões relacionadas à reforma tributária;
§ o poder executivo, especificamente, a secretaria de finanças de
uma prefeitura municipal – o prefeito e seu secretário, ao decidirem
quanto à concessão de um benefício fiscal, poderiam utilizar as

82
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

informações projetadas sobre a distribuição do valor adicionado


aos empregados segregada em pessoal residente no município e
pessoal trazido pela empresa de outras localidades e distribuição
do valor adicionado ao governo segregada em impostos, taxas e
contribuições do município em questão, de outros municípios, do
estado em questão, de outras UFs e da união;
§ os clientes poderiam analisar a DVA dos fornecedores com o
objetivo de prestigiar aquelas socialmente responsáveis em
detrimento das irresponsáveis – se o baixo preço cobrado for
financiado pela sonegação fiscal e pela exploração de trabalho
infantil, provavelmente, essa empresa apresentará irrisória
distribuição do valor adicionado a empregados e ao governo.

7.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA

8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE

Os itens que compõem o estoque variam de acordo com o ramo de


atividades das entidades...

De acordo com o CPC 16*, estoques são ativos...


§ mantidos para venda no curso normal dos negócios;
§ em processo de produção para essa venda;
§ na forma de materiais ou suprimentos, a serem consumidos ou transformados no
processo de produção ou na prestação de serviços.

*CPC 16...
Pronunciamento emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis que diz
respeito a estoques. Esse pronunciamento tem como base o IAS 2.

8.1.1 COMPOSIÇÃO
De acordo com o princípio do custo como base de valor...

...o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para colocá-lo em condições
de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a contabilidade.

Portanto, n estoque, devem ser considerados...


§ os preços devidos ou pagos ao fornecedor;
§ todos os demais gastos incorridos pela entidade e necessários para colocar o ativo
em condições de gerar benefícios para a entidade.

83
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

Estes incluem o custo de aquisição1 e os custos de transformação2.

1
Custo de aquisição...
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos
de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem
como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis
à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços.

2
Custos de transformação...
Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente
relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como
pode ser o caso da mão de obra direta.Também incluem a alocação sistemática
de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para
transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção
fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes
independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a
manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os
custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis
são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de
produção, tais como materiais indiretos, energia elétrica e certos tipos de mão
de obra indireta.

8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA


A regra estabelecida pela LSA concilia...

...o critério básico de avaliação patrimonial pelo custo de aquisição – princípio do


registro pelo valor original;

...a característica qualitativa secundária da prudência – princípio da prudência.

8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES


A prudência, relativa aos estoques, deu origem à regra de avaliação pelo valor de custo ou pelo
valor realizábel líquido – dos dois, o menor.

Valor de custo: Deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem


como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização
atuais.

Valor realizável líquido:

Preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzidos dos custos
estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se
concretizar a venda.

84
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Acesse, no ambiente on-line, o exemplo.

8.2 VALOR DO ESTOQUE


Vários métodos podem determinar o valor do estoque quando bens idênticos são adquiridos por
preços diferentes em momentos diferentes.

Por isso, é importante estudar os métodos de mensuração do CMV.

O valor apurado mediante cada um desses critérios pode depender do sistema de controle de
estoques adotado pela entidade.

O sistema de controle dos estoques pode ser periódico ou permanente.

Neste curso, vamos estudar somente o custo médio ponderado móvel.

8.2.1 EXEMPLO
O custo médio ponderado móvel pressupõe o critério permanente dos estoques.

Vejamos os dados que nos servirão de base para a análise do método do custo médio ponderado
móvel...

A Comercial Mineira Ltda. começou determinado período com 10 unidades do produto MILK em
estoque.

O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade.

Durante esse período, ocorreram algumas transações.

É preciso determinar o estoque final de produtos MILK, adotando cada um dos critérios.

8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO


Vejamos a tabela que demonstra esses dados...

comprador quantidade custo de preço de


data transação &
fornecedor (unidades) aquisição ($) venda ($)

dia 5 compra à vista UBA 30 25,00


dia 10 venda à vista Carangola 32 60,00
dia 22 compra a prazo Cachambu 5 30,00
dia 30 venda a prazo Areal 1 60,00

85
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

Quando se controla os estoques permanentemente e se avalia os estoques pelo custo médio,


tem-se o chamado CMPM – custo médio ponderado móvel.

Mediante o CMPM, os estoques são avaliados pelo custo médio das mercadorias compradas,
ponderadas a cada aquisição.

O CMPM demanda o registro permanente das entradas e das saídas de mercadorias no estoque,
afinal, pressupõe o controle permanente.

8.2.3 MODELO DE CMPM


Vejamos um modelo de CMPM...

8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO


A Comercial Mineira Ltda. possuía, no início do período, 10 unidades do
produto MILK em estoque.

O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade. Sendo assim, o valor do estoque da
companhia correspondia a R$ 200,00.

A companhia adquiriu mais 30 unidades do mesmo produto, no dia 5, mas, dessa vez, ao preço de
R$ 25,00 a unidade.

O estoque passa, então, a ser avaliado a R$ 950,00, mas o custo unitário do produto* passa a ser de
R$ 23,75.

86
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

*custo unitário do produto...


Obtido a partir da média entre o valor total dos estoques e a quantidade total
das mercadorias em estoque.

8.2.5 MAIS CONCLUSÕES


A companhia vendeu 32 unidades do produto MILK, no dia 10.

O custo das mercadorias vendidas será de R$ 760,00, e o estoque fica avaliado em R$ 190,00.

A Companhia Mineira Ltda. efetua uma nova compra do produto MILK, no dia 22, adquirindo mais
5 unidades ao valor de R$ 30,00 cada uma.

O estoque passa a ser avaliado a R$ 340,00, e o valor unitário do produto passa a ser de
R$ 26,154 – arredondado para 3 casas decimais.

A companhia vendeu mais 1 unidade, no dia 30.

O custo das mercadorias vendidas será de R$ 26,154, e o valor do estoque


corresponderá a R$ 313,848.

8.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO

9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS


O imobilizado corresponde às aplicações de recursos da entidade que...
§ não têm o objetivo de se transformar, diretamente, em dinheiro;
§ são utilizados em sua atividade, evitando a saída de caixa operacional.

Os ativos imobilizados são tangíveis por natureza.

9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS


A constituição dos ativos imobilizados em cada empresa vincula-se ao tipo de sua atividade
operacional e à política da administração.

Por exemplo...

Existem empresas que não possuem muitos ativos imobilizados, pois decidem atuar em imóveis
alugados, mas outras empresas só trabalham em imóveis próprios.

87
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

No setor industrial, geralmente, as empresas possuem grandes parques fabris, com


grande número de máquinas e computadores.

Já no setor de prestação de serviços, o tipo de ativo imobilizado mais significativo


relaciona-se à forma de atuação.

9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS


Cada empresa apresentará suas particularidades, por exemplo, uma empresa aérea possui aviões,
uma empresa de transporte rodoviário possui ônibus e uma empresa transportadora marítima
possui navios.

Os ativos imobilizados mais utilizados são...


§ terrenos;
§ benfeitorias1;
§ instalações2;
§ máquinas e equipamentos;
§ móveis e utensílios;
§ veículos.

1
benfeitorias...
Obras que a entidade faz em imóveis alugados.

Apesar de o imóvel de terceiros não ser reconhecido como ativo da entidade,


as obras que são feitas nele são reconhecidas no ativo imobilizado.

2
instalações...
Correspondem, normalmente, à infraestrutura construída pela empresa, em
seus imóveis próprios.

Os exemplos mais recorrentes de instalações são...


§ cabeamento de internet;
§ fiações de energia elétrica;
§ tubulações de água e gás.

9.4 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO


Após a aquisição, conforme o bem vai se desgastando, é natural que a entidade incorra em gastos
de manutenção.

88
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Contabilmente, esses gastos são reconhecidos como despesa do período no qual o serviço de
manutenção foi executado, salvo se a manutenção tiver a capacidade de aumentar...
§ o tempo de vida útil do ativo;
§ a capacidade produtiva do ativo.

Caso a manutenção consiga gerar esses benefícios, tais gastos são somados ao antigo
custo de aquisição ainda não depreciado.

9.6 DEPRECIAÇÃO
Os bens da empresa, com exceção do terreno* e das obras de arte, têm vida útil limitada por
deterioração ou por se tornarem obsoletos.

Quase todos os ativos só conseguem gerar benefícios para a entidade de forma limitada
e esgotável.

Os custos incorridos na aquisição dos bens devem ser apropriados ao resultado nos
anos relacionados à sua utilização.

O reconhecimento do consumo é denominado depreciação.

*terreno...
Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente,
mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções,
como as pedreiras e os locais usados como aterro, os terrenos têm vida útil
ilimitada e, portanto, não são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e,
por isso, são ativos depreciáveis. O aumento de valor de um terreno no qual um
edifício esteja construído não afeta o valor contábil do edifício.

9.6.1 CORRELAÇÕES
A depreciação corresponde à redução do valor do ativo imobilizado, em função...
§ do desgaste pelo uso;
§ da ação da natureza;
§ da obsolescência tecnológica.

O desgaste pelo uso e pela ação da natureza estão relacionados à utilização física dos bens do
ativo imobilizado...

...pois estão vinculados com o tempo de vida útil do ativo e sua forma de uso.

Veremos, na tela seguinte, a redução do valor do ativo imobilizado em função da obsolescência


tecnológica.

89
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO


A obsolescência tecnológica está relacionada à depreciação funcional do
ativo.

Um ativo imobilizado pode ser considerado obsoleto se o bem não tem mais mercado ou se um
novo ativo puder produzir um bem de qualidade superior ou por um custo muito inferior ao atual.

Um ativo pode estar em um bom estado físico, mas não ter mais utilidade. Essa forma de
depreciação acentua-se com o avanço da tecnologia.

9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO


O imobilizado é reconhecido no balanço patrimonial por seu custo de aquisição,
subtraindo-se a depreciação acumulada até a data da elaboração do balanço.

A depreciação pode ser calculada por diferentes critérios.

O método das quotas constantes...


§ é um critério conhecido também como método linear ou linha reta;
§ é o mais comum e generalizadamente adotado.

9.8.1 VIDA
O termo depreciação, em contabilidade, significa a alocação sistemática do custo de um ativo
depreciável à despesa no período, ao longo de sua vida útil.

A vida útil de um ativo é definida de acordo com o período de tempo durante o qual a entidade
espera utilizar o ativo.

A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de ativos após um período
determinado ou após o consumo de uma proporção específica de benefícios econômicos futuros
incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que a sua vida econômica.

A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na


experiência da entidade com ativos semelhantes.

9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO


A depreciação é baseada em uma estimativa.

Não se pode definir com exatidão, no momento da compra de um ativo, como um edifício ou um
equipamento, sua vida útil efetiva.

90
Contabilidade Financeira MÓDULO 2

Muitos ativos imobilizados não são completamente depreciados, pois não se espera que eles
virem sucata depois do tempo de vida útil estipulado pela tabela.

O ativo possui um valor de venda no final do período de depreciação – esse montante é reconhecido
como valor residual*.

*valor residual...
Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já
tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.

9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO


Quando o ativo imobilizado é comprado, subtrai-se o valor residual do valor original para se apurar
sua base depreciável.

É possível realizar esse cálculo de duas formas...


§ depreciação = (custo – valor residual)/ tempo de vida útil;
§ depreciação = (custo – valor residual) * taxa de depreciação.

As empresas brasileiras, antes da implementação da Lei 11.638, costumavam considerar que o


valor residual de seu imobilizado era nulo, ou seja, consideram que, ao final do tempo de vida útil,
seus ativos imobilizados não possuiriam nenhum valor de mercado.

Quando esse raciocínio é aplicado, o valor depreciável é igual ao valor original.

9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO


A conta depreciação acumulada é classificada, no balanço patrimonial, no lado do ativo, como
uma redução do custo do bem depreciado, portanto, a depreciação acumulada é uma conta
redutora do imobilizado. Na demonstração de resultado do exercício, a conta despesa de
depreciação é reconhecida a cada ano.

A despesa diz respeito apenas àquele exercício social.

9.10 IMPAIRMENT
Deve-se assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por
um valor superior àquele passível de ser recuperado.

O custo histórico de aquisição não será recuperado ser for maior que o maior valor entre:
§ o valor realizável líquido, que se pretende auferir na venda, deduzidas as despesas
estimuladas de venda;
§ o valor presente dos fluxos futuros esperados, que se pretende auferir mediante o
uso.

91
MÓDULO 2 Contabilidade Financeira

9.10.1 EXEMPLO
Fátima é a contadora de uma empresa em uma pequena cidade do Brasil que tem uma limusine
para alugar para casamentos. A empresa comprou a limusine há seis meses por R$90.000 e
espera utilizá- la por 10 anos.

Qual é o valor contábil líquido da limusine, ou seja, qual o valor de custo deduzido da depreciação
acumulada até o momento?.

Valor contábil líquido= 90.000- 4.500= 85.500.

Ao avaliar o mercado, foi verificada a entrada de um novo concorrente, que possui carros mais
luxuosos. Fátima refez as estimativas de fluxos de caixa futuros relacionados ao uso da limusine.

Através da análise das projeções, verificou que o Valor Presente ( VP) dos Fluxos de Caixa Futuros
= R$70.000. Ela efetuou uma pesquisa de mercado e constatou que o preço de venda da limusine
da forma que ela se encontra é R$76.000.

Para a obtenção do Valor Recuperável, efetuou a comparação entre os dois valores acima e
verificou que o maior entre os dois é o valor líquido de venda no montante de R$ 76.000.

Fátima deve, então, reconhecer o impairment da limusine, já que o maior valor que ela poderá
recuperar será R$76.000. O valor do impairment é comparado com o valor contábil de R$85.500,
sendo então reconhecida uma despesa no valor de R$9.500.

9.11 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

9.12 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

92
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

INTRODUÇÃO
Agora que já conhecemos a estrutura e as características das principais demonstrações contábeis,
vamos para o último módulo, em que aprenderemos a realizar a análise dessas demonstrações
contábeis!

APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em três unidades...

1. resultados contábil, econômico e financeiro;

2. análise vertical e horizontal;

3. análise por indicadores.

Vamos começar?!

UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO

1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA


Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa, o analista utiliza, pelo menos...
§ balanço patrimonial – BP;
§ demonstração do resultado do exercício – DRE;
§ montante das compras no período a que se referem às demonstrações;
§ DFC, DMPL e as notas explicativas, quando houver;
§ informações complementares.

As demonstrações contábeis devem conter o título, a data de referência, a


unidade monetária, a assinatura e o número de registro no CRC do contador, a
assinatura e o número da carteira de identidade do responsável pela empresa.

1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE


A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico...

O processo para a análise e tomada de decisões se pauta no seguinte fluxo...


§ obtenção das demonstrações contábeis da empresa;
§ obtenção de informações sobre o segmento econômico da empresa;
§ ajustes e reclassificações das demonstrações contábeis da empresa;
§ cálculo dos indicadores;

93
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

§ escolha dos indicadores mais significativos;


§ comparação dos indicadores a padrões;
§ diagnóstico e conclusões;
§ decisões.

Se necessário...

Após a análise prévia das informações, os dados devem ser ratificados ou retificados,
mediante verificação e ajuste à realidade da empresa.

1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS


Ter lucro, mas não ter dinheiro... Ter dinheiro, mas não ter lucro...

Essas são expressões muito empregadas no mundo dos negócios...

Contudo, quando falamos em análise de balanços, precisamos definir bem esses


termos...

Logo, o resultado...

Contábil: refere-se ao confronto entre as receitas e as despesas durante determinado período,


reconhecidas em consonância com a estrutura conceitual da contabilidade, destacando-se o
pressuposto da competência.

Econômico: refere-se ao lucro contábil ajustado por eventos de natureza subjetiva*.

Financeiro: refere-se ao confronto entre as entradas e as saídas de caixa durante determinado


período, descontado o custo do dinheiro no tempo.

*eventos de natureza subjetiva...


Alteração de valor da marca, custo de oportunidade, alteração de valor do
capital intelectual.

1.4 ENFOQUES
A rigor, podemos analisar o resultado de uma empresa sob três enfoques...

Resultado contábil...
O resultado contábil deriva do confronto, em um dado período, de receitas e despesas
objetivamente identificáveis.

As receitas e despesas são reconhecidas no momento oportuno, tendo por


norte sua competência e realização, sob o ponto de vista contábil.

94
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

Resultado econômico...
Resultado econômico é o resultado contábil ajustado pelas receitas e despesas de
natureza subjetiva.

As receitas e despesas de natureza subjetiva são reconhecidas quando da


ocorrência do evento econômico que lhes deu origem.

Resultado financeiro...
O resultado financeiro deriva do confronto, em um dado período, dos ingressos
potenciais ou efetivos de caixa contra as saídas potenciais ou efetivas de caixa, associados
ao custo do dinheiro no tempo.

O resultado financeiro está associado aos fluxos monetários de uma


entidade e seus respectios prazos.

1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS


A análise de uma empresa deve considerar tanto a demonstração de resultado, que evidencia o
lucro ou prejuízo, quanto a demonstração do fluxo de caixa – DFC*.

*DFC...
Como vimos, a demonstração do fluxo de caixa evidencia o movimento de
caixa da empresa, mostrando o resultado financeiro de curto prazo.

1.6 AJUSTES RECOMENDADOS


De posse das demonstrações financeiras e das informações complementares, são recomendados
os seguintes ajustes nessas demonstrações, de modo a padronizá-las para a análise...

Duplicatas descontadas...
Retirar as duplicatas do ativo circulante e reclassificá-las no passivo circulante.

O desconto de duplicatas é um empréstimo para o capital de giro...

Logo, essa reclassificação possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos


que a empresa vem utilizando.

1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE


Além dos ajustes que vimos, as contas do ativo circulante e passivo circulante são classificadas em
dois grupos...

Financeiro...
Ativo circulante financeiro – engloba as contas que representam caixa, equivalente
a caixa e demais aplicações financeiras.

95
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Passivo circulante financeiro – engloba as contas que representam as dívidas a


curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa.

Cíclico...
Ativo circulante cíclico – engloba as aplicações de recursos em contas relacionadas
à atividade de compra, transformação e venda, relacionando-se ao ciclo operacional da
empresa1.

Passivo circulante cíclico – engloba as contas que identificam os financiadores


normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos2.

1
ciclo operacional da empresa...
Clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores...

2
fontes espontâneas de recursos...
Fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos a recolher...

1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL


As análises vertical e horizontal acumulam duas vantagens...
§ desenvolvimento de cálculos;
§ interpretação de resultados.

Isso permite ao analista identificar aspectos* a serem melhor explorados no aprofundamento da


investigação.

*identificar aspectos...
Entretanto, a utilização isolada de qualquer dessas metodologias não permite
ao analista tirar conclusões sobre a situação econômico-financeira da entidade
analisada...

Logo, é necessário complementar seu trabalho com a análise por indicadores.

2.2 ANÁLISE VERTICAL

A análise vertical é uma metodologia que mostra a participação percentual


de cada um dos itens das demonstrações financeiras* em relação ao somatório de
seu grupo.

96
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

*participação percentual de cada um dos itens das demonstrações


financeiras...
Com esse instrumento podemos visualizar, de modo objetivo e direto, a
representatividade de cada componente das demonstrações, identificando
aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto da análise.

A análise vertical é de grande importância – principalmente, quando aplicada à DRE –, pois


possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que
mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo.

2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL


No balanço, verificamos o percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação
ao ativo ou passivo total.

ATIVO 31.12.00 31.12.01

Ativo Total 4.500.000 6.750.000


Circulante 1.430.000 2.080.000
Caixa 10.000 10.000
Bancos 380.000 400.000
Contas a Receber 550.000 600.000
) Prov. P/ Créditos de Liq. Duvidosa -5.000 -6.000
Estoque 430.000 1.020.000
Despesas Antecipadas 65.000 56.000
Realizável a Longo Prazo 420.000 620.000
Aplicações 420.000 620.000
Permanente 2.650.000 4.050.000
Investimentos 800.000 800.000
) Provisão p/ Perda
Imobilizado 2.000.000 3.500.000
) Provisão p/ Perda
) Depreciação acumulada -150.000 -250.000
Diferido
) Amortização acumulada

PASSIVO 31.12.00 31.12.01


Passivo + PL 4.500.000 6.750.000
Circulante 1.250.000 1.600.000
Fornecedor 550.000 800.000
Empréstimos a Pagar 100.000 100.000
Impostos a Pagar 600.000 700.000
Exigível a Longo Prazo 250.000 150.000
Impostos parcelados 250.000 150.000
Resultado de Exercícios Futuros

97
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL


Vejamos a análise vertical do BPFRS...

Sabemos que, na análise vertical do BP, o ativo total, R$6.750.000, representa 100% da estrutura.
Logo...
§ o ativo circulante representa 30,8% da estrutura;
§ o ativo realizável a longo prazo representa 9,18% da estrutura;
§ o ativo permanente representa 60% da estrutura.

2.2.3 RESULTADO
O percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação ao ativo ou passivo total,
também pode ser verificado na DRE...

Comparamos cada conta de custo, despesa ou subtotal à receita operacional bruta.

98
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

Dessa forma, podemos avaliar a relevância de cada conta ou grupo em


relação aos valores totais da empresa.

RESULTADO 31.12.00 31.12.01

Receitas de Venda 8.000.000 10.000.000

(–) Impostos s/ vendas (40.000) (50.000)


(–) Devoluções (30.000) 0
(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000
(–) Custo das Mercadorias Vendidas (5.000.000) (7.000.000)
(=) Lucro Bruto 2.930.000 2.950.000
(–) Despesas de Vendas (620.000) (650.000)
(–) Despesas Receitas Financeiras (30.000) (50.000)
(–) Despesas Gerais e Administrativas (1.100.000) (900.000)
(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000
(+) Receitas Despesas Não Operacionais 20.000 0
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000
(–) Provisão para IR e CSLL (420.000) (472.500)
(=) Lucro Líquido 780.000 877.500

2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL


Vejamos a análise vertical da DRE da FRS...

Sabemos que, na análise vertical da DRE, a receita, R$10.000.000 representa 100% da estrutura.
Logo...
§ as despesas de vendas representam -6,5% da estrutura;
§ as despesas receitas financeiras representam 0,5% da estrutura;
§ as despesas gerais e administrativas representam -9,0% da estrutura.

99
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

RESULTADO 31.12.01 Análise 01

Receitas de Venda 10.000.000 100%

(–) Impostos s/ vendas -50.000 -0,5%


(–) Devoluções 0 0,0%
(=) Receita Líquida 9.950.000 99,5%
(–) Custo das Mercadorias Vendidas -7.000.000 -70%
(=) Lucro Bruto 2.950.000 29,5%
(–) Despesas de Vendas -650.000 -6,5%
(–) Despesas – Receitas Financeiras -50.000 0,5%
(–) Despesas Gerais e Administrativas -900.000 -9,0%
(=) Lucro Operacional 1.350.000 13,5%
(+) Receitas - Despesas Não Operacionais 0 0,0%
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.350.000 13,5%
(–) Provisão para IR e CSLL -472.500 -4,7%
(=) Lucro Líquido 877.500 8,8%

2.4 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO


A análise horizontal é efetuada com base em dois ou mais exercícios financeiros – todos expressos
em moeda constante e em valores monetários da mesma data – para verificar evolução ou
involução de seus componentes.

É na análise horizontal que podemos observar o comportamento dos diversos itens do


patrimônio...

É na análise horizontal que podemos observar, principalmente, os índices necessários


à análise de tendência.

100
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

Vejamos, por exemplo, a análise horizontal dos dados da FRS...

Análise Horizontal sem considerar a inflação


Resultado 31.12.00 31.12.01
Receitas de vendas 8.000.000 10.000.000
(-) Impostos s/ vendas -40.000 -50.000
(-) Devoluções -30.000 0
(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000
(-) Custo das Mercadorias Vendidas -5.000.000 -7.000.000
(=) Lucro Bruto 2.930.000 2.950.000
(-) Despesas de Vendas -620.000 -650.000
(-) Despesas - Receitas Financeiras -30.000 -50.000
(-) Despesas Gerais e Administrativas -1.100.000 -900.000
(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000
(+) Receitas - Despesas Não Operac. 20.000 0
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000
(-) Provisão para IR e CSLL -420.000 -472.500
(=) Lucro Líquido 780.000 877.500

2.5.1 CONTINUAÇÃO 1
Vejamos a análise horizontal da DRE da Natura...

Ao realizarmos a análise horizontal, estamos querendo comparar os saldos para verificar o


comportamento da empresa. Portanto, o próprio saldo que queremos investigar será 100%.

Olhando para os saldos da Natura sem levar em consideração a inflação, temos que...
§ a receita de vendas cresceu em 25%1;
§ o lucro bruto cresceu em 0,7%2;
§ o lucro líquido cresceu em 12,5%3...

1
a receita de vendas cresceu em 25%...
Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.000.000,00
é 100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão de que a diferença de
R$ 2.000.000,00 representa um aumento de 25% desse valor.

2
lucro bruto cresceu em 0,7%...
Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 2.930.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$
20.000,00 representa um aumento de 0,7% desse valor.

3
o lucro líquido creceu em 12,5%...
Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 780.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$
97.500,00 representa um aumento de 12,5% desse valor.

101
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Contudo, para que tenhamos um resultado mais próximo da realidade, precisamos considerar a
inflação, isso porque precisamos comparar moedas com o mesmo valor...

Vamos ver como ficará a análise...

2.5.2 CONTINUAÇÃO 2
Considerando que a inflação de 2001 tenha sido de 10%, temos de reajustar os valores de 2000
para fazermos a comparação.

Olhando para os saldos da Natura, notamos que...


§ a receita de vendas cresceu 13,63%, e não 25%, conforme havíamos previsto sem
considerar a inflação1;
§ o lucro bruto diminuiu em 8,47%2;
§ o lucro líquido cresceu em 2,27%3...

102
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

1
a receita de vendas cresceu em 13,63%...
Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.800.000,00
é 100%, logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa um aumento de 13,63% deste valor.

2
o lucro bruto diminuiu em 8,47%...
Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 3.223.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa uma diminuição de 8,47% deste valor.

3
o lucro líquido creceu em 2,27%...
Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 858.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa um aumento de 2,27% desse valor.

Podemos perceber que considerar a inflação pode fazer muita diferença em alguns casos.

O ideal é que a empresa utilize seu próprio índice de preço para realizar o ajuste dos valores.

2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS


Com as demonstrações estruturadas da forma apresentada, podemos fazer diversas análises
comparativas...

Podemos comparar tanto a variação dos valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos
exercícios quanto a variação dos índices da empresa* nos períodos analisados.

103
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

*variação dos índices da empresa...


A análise vertical dos índices dispensa a preocupação do analista quanto aos
patamares de inflação no período considerado, uma vez que os índices são
resultados de comparações de grandezas de uma mesma data.

2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES

3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES


Para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa, com vista à avaliação de sua
capacidade – em termos de segurança, liquidez, lucratividade e rentabilidade...

O analista deve-se valer das demonstrações financeiras de, pelo menos, três exercícios
sucessivos.

O analista deve extrair dessas demonstrações indicadores que lhe forneçam as


informações desejadas.

Essa análise define não só o tipo de indicador a ser utilizado mas também a
postura do analista.

3.2 DIFERENTES INTERESSES


Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e os pontos fortes
existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as
oportunidades.

Ao analista externo interessa saber a viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa.

Ou seja, é a ótica do analista que determinará os caminhos a serem trilhados.

Por exemplo...

Em um empréstimo de capital de giro de curto prazo, o gerente do banco está interessado,


basicamente, no retomo seguro dos capitais emprestados...

Dessa forma, ele privilegia os aspectos relacionados à liquidez e à segurança.

104
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

Contudo, em um empréstimo de longo prazo, o gerente dá também ênfase à capacidade de


geração de lucro e à eficiência operacional da empresa...

Ele privilegia os aspectos relacionados à rentabilidade.

3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO


O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira das empresas
é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas.

Os índices, portanto, servem como termômetro na avaliação da saúde


financeira da empresa.

3.3.1 CONTEXTO
O índice não deve ser considerado isoladamente, dinamicamente e em um contexto mais amplo,
em que outros indicadores e outras variáveis devem ser conjugadamente ponderados.

Por exemplo, um elevado grau de endividamento não significa, necessariamente, que


a empresa esteja à beira da insolvência.

Há empresas que convivem com níveis altos de endividamento, sem comprometer


sua solvência, já que há outros fatores que podem atenuar essa condição.

3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE


A influência de cada indicador na análise econômico-financeira das empresas pode ser feita a
partir de cinco grupos...
§ índices de liquidez – medem a posição financeira da empresa, em termos de
capacidade de pagamento;
§ índices de endividamento...
§ avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios;
§ revelam a política de obtenção de recursos da empresa;
§ índices de lucratividade – avaliam o desempenho da empresa em termos de
capacidade de gerar lucros;
§ índices de rentabilidade – avaliam o desempenho global da empresa em termos
de capacidade de remunerar o capital aplicado;
§ indicadores de prazos médios – revelam a política de compra, estocagem e
venda da empresa.

Vejamos cada grupo...

3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ


Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer
os compromissos para com terceiros.

105
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Os índices de liquidez evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em


relação às obrigações assumidas no mesmo período.

3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS

Você sabe dizer quais são os índices de liquidez mais conhecidos?

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ


Vamos conhecer melhor os principais índices de liquidez...

Liquidez corrente...
A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de
balanços.

A liquidez corrente indica quanto a empresa pode dispor em recursos de curto prazo
– disponibilidades, clientes, estoques... – para pagar suas dívidas circulantes –
fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar...

A fórmula da liquidez corrente é...

AC

PC

AC – ativo circulante;
PC – passivo circulante.

Liquidez seca...
A liquidez seca é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa.

A liquidez seca indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes – sem
vender seus estoques e sem amortizar as despesas antecipadas – para fazer frente a
suas obrigações de curto prazo.

A fórmula da liquidez seca é...

AC - estoques - despesas antecipadas


PC

106
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

AC – ativo circulante;
PC – passivo circulante.

Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, podemos dizer que a empresa não depende
da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo.

Por outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior é a dependência de vendas para
honrar suas dívidas.

Liquidez geral...
A liquidez geral é uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível
da empresa.

A liquidez geral indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes


e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos.

A fórmula da liquidez geral é...

AC + RLP

PC + ELP

AC – ativo circulante;
RLP – ativo realizável a longo prazo;
PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.

3.3.2.1.3 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL


Os índices de endividamento avaliam a segurança que a empresa oferece aos capitais alheios e
revelam sua política de obtenção de recursos.

O ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios – PL – e por capitais de terceiros –
passivo.

Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa,
maior será o risco a que eles – terceiros – estão expostos.

107
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Por exemplo, normalmente, são utilizados os seguintes índices....

endividamento geral EG

composição da
exigibilidades CE

passivo oneroso
EO
sobre ativo total

composição de passivo
oneroso CPO

imobilização do
IPL
patrimônio liquido

Todos esses índices são interpretados como quanto maior, pior.

3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES


Vamos conhecer melhor os índices de endividamento...

Endividamento geral – EG...


O endividamento geral revela o grau de endividamento total da empresa.

O endividamento geral expressa a proporção de recursos de terceiros


financiando o ativo e, complementarmente, a fração do ativo que está sendo
financiada pelos recursos próprios.

A fórmula do endividamento geral é...

PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.

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Contabilidade Financeira MÓDULO 3

O endividamento geral pode apresentar diversas situações ...

O endividamento é menor que o PL.

Há predominância de capitais próprios investidos na empresa.

O ativo é financiado em igual proporção por recursos de terceiros e próprios.

O PL é igual às exigibilidades.

109
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Há predominância de capitais de terceiros investidos na empresa.

A empresa não tem PL.

Todo o ativo é financiado por recursos de terceiros.

Passivo a descoberto.

Insolvente.

As obrigações perante terceiros superam o total de ativo.

Composição das exigibilidades – CE...


A composição das exigibilidades é uma medida da qualidade do passivo da empresa
em termos de prazos.

A composição das exigibilidades compara o montante de dívidas no curto prazo


ao endividamento total.

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Contabilidade Financeira MÓDULO 3

A fórmula da composição das exigibilidades é...

PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.

Ou seja...

Quanto mais curto for o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido
pela empresa.

De outra forma...

Empresas com endividamento concentrado no longo prazo – principalmente,


decorrente de investimentos efetuados – oferecem uma situação mais tranquila
no curto prazo.

EO...
O endividamento oneroso sobre ativo mostra a participação das fontes onerosas de
capital1 no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua
dependência a instituições financeiras.

A fórmula do endividamento oneroso é...

PCO – passivo circulante oneroso;


ELPO – exigível a longo prazo oneroso.

Quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras


incorridas, influenciando o resultado do exercício.

Composição do passivo oneroso – CPO...


Apresenta a qualidade do passivo oneroso em termos de prazo de vencimento da
dívida.

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MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Sua mecânica é semelhante à da composição do endividamento – CE. Entretanto, foca,


exclusivamente, no passivo oneroso.

Sua fórmula é:

PCO = passivo circulante oneroso;


ELPO = exigível a longo prazo oneroso.

Quanto maior o quociente...

...maior a parcela do passivo oneroso exigível dentro de um ano. Portanto...

...maior o risco a que a empresa expõe seus financiadores...

...consequentemente, pior a situação financeira da empresa, o que pode ensejar


na cobrança de juros mais caros.

Por outro lado, quanto menor o quociente...

...maior a parcela do passivo oneroso exigível a longo prazo.

Isso demonstra que a empresa consegue convencer as instituições financeiras de que


seu projeto é viável e interessante no longo prazo, o que propicia a cobrança de juros
mais baratos. Afinal, menor é o risco incorrido pelo financiador.

Imobilização do patrimônio líquido – IPL...

A imobilização do patrimônio líquido exprime o quanto do ativo imobilizado da empresa


é financiado por seu patrimônio líquido.

A imobilização do patrimônio líquido evidencia a maior ou menor dependência


de aporte de recursos de terceiros2 para a manutenção dos negócios.

Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus


recursos próprios.

Dessa forma, não ficarão na dependência de capitais alheios para a movimentação


normal de seus negócios.

112
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

A fórmula da imobilização do patrimônio líquido é:

Imob = ativo imobilizado;


PL = patrimônio líquido.

1
fontes onerosas de capital...
Entendemos por passivo oneroso – seja de curto ou longo prazo – as dívidas
com terceiros sobre as quais a entidade paga – deve, incorre – juros – despesas
financeiras. Exemplos de passivos onerosos são empréstimos, financiamentos,
debêntures e impostos parcelados.

Fonte:
SZUSTER et al, 2007, p. 358

2
maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros...
A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado
casamento dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos de vencimento
das fontes.

Dessa forma, convencionou -se dizer que o ativo imobilizado deve ser financiado
pelo patrimônio líquido- pois são recursos próprios que também estão
imobilizados na empresa ou financiando a empresa por longo prazo.

O analista deve atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos


de longo prazo para novos investimentos – expansão, relocalização ou
modernização de seu parque fabril. Nesses casos, o índice IPL – divisão do
Imobilizado pelo Patrimônio Líquido – pode apresentar- se em níveis muito
elevados. Este aspecto deve ser avaliado.

Uma empresa que financia seu imobilizado com passivos de longo prazo revela
uma decisão de administração de gerenciamento de estrutura de capital.

Tal fato deve merecer comentários do analista para melhor subsidiar a decisão
de crédito. Um fato importante é que o ativo deve gerar retorno suficiente em
um prazo adequado para pagamento do passivo e seus encargos.

3.3.2.2.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

113
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE


Para calcular a lucratividade* e os demais indicadores apresentados nesta disciplina, precisamos
acessar informações providas pelo balanço patrimonial e pela demonstração do resultado do
exercício.

A lucratividade é uma medida de eficácia do uso dos recursos colocados à disposição da


administração da empresa. Portanto, quanto maior, melhor.

Os principais índices de lucratividade são...

Margem líquida de lucro – ML...


A margem líquida de lucro mede a lucratividade obtida pela empresa.

A margem líquida de lucro reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade


de venda.

A fórmula da margem líquida de lucro é...

Margem operacional de lucro – MOL...


A margem operacional de lucro mede a lucratividade das vendas – lucro sobre as
vendas.

A margem operacional de lucro avalia o ganho operacional da empresa –


resultado antes das receitas e despesas não operacionais – em relação a seu
faturamento.

A MOL representa a capacidade de a empresa gerar resultado com as vendas.

A fórmula da margem operacional de lucro é...

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Contabilidade Financeira MÓDULO 3

*lucratividade...
A lucratividade reflete o quanto percentual da receita sobra para compor o
resultado da empresa, a cada período.
(SZUSTER et al, 2008, p. 463).

3.3.2.3.1 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE


Os índices de rentabilidade* têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa.

*índices de rentabilidade...
A partir deste momento, devemos utilizar, para análise, não somente o balanço
patrimonial mas também a demonstração de resultado do exercício – DRE.

A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos administradores,


expressando, objetivamente, o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-
financeiro atingido.

Todos os índices de rentabilidade devem ser considerados… Ou seja, quanto


maior, melhor.

3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE


Os principais índices de rentabilidade são…

Rentabilidade do patrimônio líquido – RPL...


A rentabilidade do patrimônio líquido mede a remuneração dos capitais próprios
investidos na empresa, ou seja, quanto a empresa oferece de riqueza aos sócios, no
período.

Do ponto de vista de quem investe em uma empresa, esse deve ser o índice mais
importante.

A RPL permite – além de avaliar a remuneração do capital próprio – analisar se esse


rendimento é compatível com as alternativas de aplicação.

A fórmula da rentabilidade do patrimônio líquido é...

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MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

Em que:
L L = lucro líquido
PLm = patrimônio líquido médio*

*patrimônio líquido médio...

Em que...
PL0 = patrimônio líquido no início do período
PL1 = patrimônio líquido no final do período

Por exemplo...

Ao avaliar a RPL, um investidor pode optar por uma aplicação no mercado


financeiro em vez de aplicar em uma empresa que está oferecendo baixa
rentabilidade.

Rentabilidade do ativo – RA...


A rentabilidade do ativo indica em que taxa a empresa remunera os investimentos
totais nela aplicados.

Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos


utilizar o ativo total médio para comparar com o lucro líquido.

A fórmula da rentabilidade dos investimentos é...

@IR – alíquota do imposto de renda.

116
Contabilidade Financeira MÓDULO 3

3.3.2.4.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS


Os indicadores de prazos médios – também conhecidos como índices de atividade – refletem a
dinâmica de algumas verbas do patrimônio, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o
exercício – rotação.

Não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto com outros
indicadores.

A análise dos prazos médios constitui importante instrumento para conhecermos a


política de compra e venda adotada pela empresa.

A partir da análise dos prazos médios, podemos constatar a eficiência com que os recursos estão
sendo administrados – duplicatas a receber, estoques e fornecedores.

3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES


Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador –
estoques, clientes e fornecedores – não sofrem grandes alterações durante o exercício.

Por exemplo...

Se a conta estoques apresenta o valor de R$ 300,00 no balanço, pressupõe-se que a


empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício.

Os prazos médios comumente utilizados são...

Prazo médio de estocagem – PME...


O prazo médio de estoques exprime o número de dias – em média – em que os
estoques são renovados ou vendidos.

O prazo médio de estoques é o número de dias que decorre, em média, entre


a compra e a venda.

O prazo médio de estoques é o número de dias, em média, em que os estoques


ficam parados na empresa.

O ideal é que os estoques girem o mais rápido possível.

Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média


da conta estoques para comparar com o custo dos produtos vendidos.

117
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

A fórmula do prazo médio de estoques é...

Prazo médio de recebimento de clientes – PMRC...


O prazo médio de recebimentos de clientes demonstra o prazo médio de recebimentos
das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus
produtos e o efetivo ingresso de recursos.

O ideal é que o recebimento das vendas se dê no menor prazo possível.

Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a


média da conta clientes para comparar com as vendas – receita operacional bruta –,
ROB.

A fórmula do prazo médio de recebimentos é...

Ciclo operacional – CO...


O ciclo operacional indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa
adquire as matérias-primas e mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro
relativo às vendas.

A fórmula do ciclo operacional é...

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Contabilidade Financeira MÓDULO 3

Graficamente, o ciclo operacional pode ser assim representado...

Neste caso apresentado, a matéria-prima é comprada em d = 0.

A mercadoria é vendida em d = 10. O pagamento é efetuado pelo cliente em d = 15.


Portanto, o clico operacional é de 25 dias.

Prazo médio de pagamento a fornecedores – PMPF...


O prazo médio de pagamento exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus
fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas ou mercadorias.

Logo, o prazo médio de pagamento é o número de dias que decorre, em média, entre
a compra e o respectivo pagamento a fornecedores.

Logo, quanto maior for o PMPF, melhor será a situação da empresa, pois estará
financiando seu giro com recursos não onerosos.

Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média


da conta fornecedores para comparar com montante de compras – compras.

compras = CPV + estoque final - estoque inicial

A fórmula do prazo médio de pagamento é...

Ciclo financeiro – CF...


O ciclo financeiro é o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores
pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas.

O ciclo financeiro é o período em que a empresa necessita ou não de financiamento


complementar para seu ciclo operacional.

119
MÓDULO 3 Contabilidade Financeira

A fórmula do ciclo financeiro é...

PME + PMRC - PMPF ou CO - PMPF

Graficamente o ciclo financeiro pode ser representado assim...

ciclo financeiro

compra vende recebe

PME = 20 dias + PMRC = 25 dias = 45 dias

0 dias

PMPF = 18 dias
paga CF = CO - PMPF = 45 - 18
CF = 27 dias

A diferença entre ciclo operacional – PME + PMRC – e o prazo médio de pagamento –


PMPF – é o ciclo financeiro e corresponde ao período entre o pagamento ao fornecedor
e o momento em que a empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas.

Para esse período, ou seja, o ciclo financeiro, a empresa precisa conseguir


financiamento complementar.

Normalmente, o ciclo financeiro é financiado...


§ pelo capital próprio;
§ por recursos de terceiros, onerosos.

A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dos


prazos médios, expressos, finalmente, por meio do ciclo financeiro.

3.3.2.5.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

3.5 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

120
Contabilidade Financeira MÓDULO 4

MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO

APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará alguns jogos didáticos para testar seus conhecimentos
sobre o conteúdo desenvolvido em toda disciplina.

A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos.Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua!

Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou
de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –
tem de estar sujeito a críticas... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes desse processo,
contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.

Então? Preparado?

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