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CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Concurso para o Magistério do Maranhão

Esse material indicará o eixo e o conteúdo abaixo de cada eixo. Serão vários conteúdos
abordando os tópicos elencados no edital:

Tópicos relevantes e atuais das áreas de política, economia, sociedade, educação, tecnologia, Energia,
desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e ambiental, segurança pública, Combate à
corrupção, ecologia e suas vinculações históricas. Atualidades referentes ao Estado do Maranhão.

EIXO - ECONOMIA
MAPITOBA, a última fronteira agrícola no Brasil

“A travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos,
o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas”, escreveu
Euclides da Cunha no clássico livro Os Sertões, publicado em 1902. Mais de um século depois, a árida
paisagem descrita pelo escritor no oeste da Bahia está cada vez mais parecida com a imagem de vastos
campos de grãos.

Isso porque uma região geográfica que há


duas décadas era considerada esquecida no interior
do Norte e Nordeste está sendo apontada como o
próximo grande celeiro do agronegócio no Brasil.
Batizada de “Mapitoba” ou “Matopiba” pelo
Ministério da Agricultura, hoje a região é a que
mais cresce em área plantada no país.

O nome curioso é um acrônimo referente às duas primeiras letras dos estados em que faz
divisa: Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A dimensão do território é calculada em 414 mil quilômetros
quadrados, quase o tamanho da Alemanha, e com uma população de 1.800.000 habitantes espalhada
por 337 municípios.
Até a primeira metade do século 20, essa grande área era coberta por pastagens em terras
planas e vegetação de cerrado e caatinga. A agricultura era considerada improdutiva. Desde 2005,
houve um fenômeno de expansão da atividade agrícola com o surgimento de fazendas de monocultura
que utilizam tecnologias mecanizadas para a produção em larga escala, destinada à exportação de grãos
como soja, milho e algodão.
Apesar da sua deficiência em infraestrutura, a predominância do relevo propício à mecanização,
as características do solo, o regime favorável de chuvas e o uso de técnicas mais modernas de
produtividade constituem os principais fatores para o crescimento da produção de grãos.
Segundo o Ministério da Agricultura, em 2012, os produtores rurais do Mapitoba produziram 15
milhões de toneladas de grãos. Projeções indicam que em 2022 a produção vai pular para mais de 18
milhões de toneladas. Enquanto a média de crescimento da produção de grãos do país é de 5%, no
Mapitoba esse número atinge 20% ao ano.
O cultivo de soja é a atividade de maior rentabilidade e de maior expansão. Dados da Associação
dos Produtores de Soja (Aprasoja) apontam que a região já é responsável por 10,6% da soja no país e
que o preço das terras naquela região é bem mais vantajoso do que no Mato Grosso, outro grande
produtor do grão.
A ocupação desse território remonta à época da colonização portuguesa no Brasil, com o
surgimento de arraiais movidos pela mineração, a criação de gado e a agricultura de subsistência. As
populações tradicionais incluem indígenas e quilombolas, raizeiros e quebradeiras de coco.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
O Mapitoba começou a ser explorado para o agronegócio a partir da década de 1980.
Agricultores da região Sul chegaram primeiro, atraídos pelas terras baratas. Logo, as pastagens
extensivas em cerrados foram substituídas por uma agricultura mecanizada e áreas de irrigação.
Atualmente, o agronegócio é responsável pelo maior volume de exportações do Brasil e o setor é
fundamental para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2015, o governo formalizou a região como
um novo território de desenvolvimento e quer criar políticas para estimular o crescimento da nova
fronteira econômica, vista como a última fronteira em expansão do país.
Crescimento das “cidades do agronegócio”
A riqueza nesse polo de desenvolvimento transformou as áreas urbanas vizinhas com a chegada
de indústrias e serviços integrados à cadeia da produção agropecuária. Houve um aumento do fluxo
migratório e o crescimento de uma nova estrutura urbana e econômica.
Um exemplo é a cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), que tem o maior polo de produção
agrícola do Estado e que converge boa parte da produção de soja destinada à exportação. Hoje, o
município é o que mais cresce em população no Brasil. Desde sua emancipação, em 2000, sua população
saltou de 18 mil habitantes para 80 mil.
As cidades de Balsas (MA), Araguaína (TO) e Uruçuí (PI) também estão crescendo e se tornando
novos vetores do agronegócio. Entre 2000 e 2015, Balsas viu sua população crescer de 50 mil habitantes
para cerca de 90 mil.
A produção de grãos do Mapitoba é escoada principalmente por meio da ferrovia Carajás e do
porto de Itaqui, no Maranhão. No Oeste, os destaques são os portos baianos de Salvador e Cotegipe.
A pressão sobre o meio-ambiente
A questão da expansão da produção agrícola e a preservação da vegetação nativa é um conflito
comum no espaço rural brasileiro.
Estudos da USP indicam que a região do Mapitoba é a maior em conversão de vegetação natural
em uso agrícola na atualidade. Ambientalistas avaliam que a expansão agrícola poderá acabar com áreas
remanescentes do bioma cerrado. Uma realidade já vista nos últimos 40 anos, quando
aproximadamente metade do cerrado brasileiro foi convertida em terras agrícolas e pastagens.
O Mapitoba abriga as últimas áreas de cerrado nativas e o bioma está presente em 90% do
território. Nos últimos anos, grandes extensões de terras foram desmatadas. Segundo a organização
WWF Brasil, pequenos e médios produtores têm promovido desmatamentos ilegais no território e
plantio sem manejo adequado.
Para o Ministério da Agricultura, a tendência é de que a expansão no território ocorra
principalmente sobre terras de pastagens naturais, convertendo áreas antes destinadas à pecuária em
lavouras.
Para que o equilíbrio de processos ecológicos na zona rural seja mantido é necessária a
destinação de áreas de proteção com cobertura natural, de forma a cumprirem sua função de
conservação e proteção da fauna e da flora originais.
As fronteiras agrícolas na história do Brasil
Uma fronteira agrícola corresponde ao avanço e expansão das atividades agropecuárias sobre um
determinado meio natural. A expansão geralmente é movida pela necessidade crescente de produção
ou, em alguns casos, de garantir a soberania nacional nos chamados “vazios territoriais”.
As primeiras fronteiras agrícolas brasileiras surgiram após o descobrimento, em 1500, quando os
colonizadores portugueses exploraram a zona litorânea composta pela Mata Atlântica em busca da
madeira do Pau-Brasil e posteriormente o plantio de cana-de-açúcar em grandes engenhos da Zona da
Mata que replicavam o modelo plantation colonial.
No século 17, houve a expansão para o interior do Brasil estimulada por mineradores em busca
de ouro. Já no século 19 aconteceu o crescimento da economia do Sudeste oriunda da riqueza do café.
Mais recentemente, na década de 1970, o estímulo à produção agrícola da região do Mato Grosso (que
atraiu migrantes do Sul) e a exploração da Amazônia Legal.
Até os anos de 1960, acreditava-se que as últimas fronteiras agrícolas a serem exploradas no
Brasil eram a região Norte e Centro-Oeste. Isso até nos anos 2000, quando o Mapitoba surgiu com o
status de “a última fronteira agrícola”.
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Concurso para o Magistério do Maranhão
EIXO – SAÚDE
A nova epidemia de dengue no Brasil

A dengue sempre foi um problema de saúde no Brasil. Mas, segundo o Ministério da Saúde, em
2015 o país teve um aumento expressivo na quantidade de casos da doença e já registra mais de 220
casos de dengue por hora. Entre os dias 1º de janeiro e 18 de abril, o país registrou 745,9 mil casos de
dengue, um aumento de 234,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Surtos de dengue podem acontecer quando mudam fatores como clima e migração do inseto. No
Brasil, as condições climáticas favorecem a circulação do mosquito em praticamente todos os Estados.
Com calor e umidade alta, o Aedes aegypti se reproduz mais e, por isso, sua presença é comum em
países tropicais.
Por ocorrer em diferentes localidades do país, a dengue é considerada uma epidemia. Segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde), uma situação é considerada epidemia a partir de 300 casos para
cada 100 mil habitantes. No Brasil, a incidência de dengue em 2015 é de 367,8 casos para cada 100 mil.
Apesar disso, se comparado a 2013, o índice é 48,6% menor.
De acordo com o Ministério da Saúde, a região Sudeste apresenta a maior incidência de dengue
no País, seguida das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte.
O Estado de São Paulo concentra 55% dos casos e lidera o ranking por cidade. Nele, o número de
casos chega a 257.809, 633% superior ao registrado em 2014 durante o período. Segundo a Secretaria
da Saúde de São Paulo, cerca de dois terços de todos os casos de dengue neste ano estão concentrados
em apenas 30 municípios paulistas, entre eles, a capital. Além de São Paulo, as capitais Florianópolis
(SC), Goiânia (GO), Palmas (TO), Rio Branco (AC), Recife (PE) e Natal (RN) também estão no grupo
epidêmico.
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti infectado. A picada do pernilongo acontece
pelas fêmeas, que precisam de sangue para produzir ovos. O mosquito deposita os ovos em locais de
água limpa parada, principalmente em zonas urbanas. Os sintomas mais comuns da doença são febre
alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas.
As áreas mais afetadas com a dengue no mundo hoje são as Américas do Sul, Central e do Norte,
além de África, Austrália, Caribe, China, Ilhas do Pacífico, Índia, Sudeste Asiático e Taiwan. Na América
do Sul, Brasil, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Equador.
Atualmente, o único método de prevenção é o controle da proliferação do transmissor através de
cuidados básicos para evitar potenciais criadouros do mosquito, como pulverizar áreas com pesticidas e
evitar água parada em locais como caixas d’água, pneus, carcaças, toneis e vasos de plantas.

Influência da crise hídrica

Normalmente o pico de multiplicação da doença ocorre entre os meses de março e abril, período
de chuvas e aumento da temperatura no Brasil. Apesar disso, segundo o ministério da Saúde, a crise
hídrica pode estar relacionada ao crescimento dos casos de dengue em 2015, principalmente no
Sudeste. Isso porque em alguns locais as pessoas armazenam água sem proteção.
No Estado de São Paulo, que sofre com a falta d'água, a população começou a armazenar água da
chuva em recipientes que passaram a existir como focos ou criadouros do Aedes aegypti. Na cidade de
São Paulo, por exemplo, a dengue vem se manifestando sobretudo nos extremos da zona norte, que é
área mais penalizada pela falta de água e corresponde a 45% dos casos da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo fez um levantamento das fiscalizações em
residências e detectou que houve um aumento de 212% no número de baldes e regadores que
armazenavam água de maneira inadequada. Em relação a caixas d'água, o número de reservatórios
destampados aumentou 135%.

Febre chikungunya
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Concurso para o Magistério do Maranhão
Outra preocupação das autoridades é que a proliferação do Aedes aegypti possa aumentar
também os casos de febre chikungunya. Conhecida como prima da dengue, a febre chikungunya é
transmitida pelo mesmo mosquito.
O nome “chikungunya” deriva de uma palavra em Makonde, língua falada por um grupo que vive
no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique, na África. Significa “aqueles que se dobram”,
descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia, dor nas articulações,
característica.
A doença tem os mesmos sintomas que a dengue: febre, dores nas articulações e mal-estar. Além
disso, só tem um sorotipo, ou seja, cada pessoa só pega uma vez e seu corpo desenvolve
autoimunidade. Embora tenha caráter epidêmico, ela não causa hemorragias e raramente leva à morte.
Nas Américas, em outubro de 2013, teve início uma grande epidemia de chikungunya em
diversas ilhas do Caribe. Em comunidades afetadas recentemente, a característica marcante são
epidemias com elevadas taxas de ataque, que variam de 38% a 63%.
Embora controlada atualmente, a chikungunya é relativamente nova no país e os primeiros
registros do caso aconteceram em 2014, diagnosticados em pessoas que viajaram recentemente para
países onde ocorre a transmissão. Até março de 2015, o Brasil registrou o total de 2.103 casos da
doença.

Esperanças na vacina

Desde 2011, o Instituto Butantan pesquisa uma vacina inédita contra a dengue. A vacina foi
criada para os quatro tipos de vírus existentes. Ela ainda está em fase de testes e precisa da aprovação
da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável por autorizar o procedimento. Segundo
o Instituto, a vacina se mostrou 90% eficaz nos testes com voluntários. A previsão é que a vacina esteja
disponível para a população até o início de 2017.

EIXO – SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Brasil foi o maior consumidor de agrotóxicos em 2014

Os agrotóxicos são produtos químicos sintéticos usados para matar insetos, pragas ou plantas no
ambiente rural e urbano. Plantas absorvem parte dessas substâncias e esses resíduos acabam parando
na maioria da mesa dos brasileiros, em alimentos que comemos todos os dias.
Essas substâncias não estão presentes apenas em alimentos in natura como frutas, legumes e
verduras, mas também em produtos alimentícios industrializados, que têm como ingredientes o trigo, o
milho e a soja, por exemplo. Elas ainda podem estar presentes nas carnes e leites de animais que se
alimentam de ração com traços de agrotóxicos e até no leite materno.
Em abril de 2015, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou um relatório sobre o uso de
agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos sob o meio ambiente e à saúde. Segundo o instituto, o
Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O país é um dos maiores produtores agrícolas do
mundo e utiliza agrotóxicos em larga escala. Para o agricultor, os agrotóxicos são recursos para
combater as pragas, controlar o aparecimento de doenças e aumentar a produção.
Em dez anos, a venda de pesticidas no mercado agrícola brasileiro aumentou de R$ 6 bilhões
para R$ 26 bilhões. Atualmente, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a
um consumo médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa.
Além de danos ambientais, a equipe do Inca alerta sobre os riscos de doenças como o câncer.
Segundo o relatório, o que faz um alimento saudável é sua composição. Os agrotóxicos na alimentação
podem alterar o funcionamento normal das células do corpo humano, causando mutações e maior
probabilidade do desenvolvimento de doenças no futuro.
No Brasil, cerca de 450 substâncias são autorizadas para uso na agricultura. O Inca alerta ainda
sobre o uso de muitos princípios ativos que já foram banidos em outros países. Dos 50 produtos mais
utilizados na agricultura brasileira, 22 são proibidos na União Europeia.
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Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um levantamento com amostras
de alimentos em todo o país. No estudo, 25% apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do
permitido. O uso indiscriminado e abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a níveis
seguros de substâncias aumenta o risco para a saúde dos brasileiros.
Para o Inca, antes de liberar a venda de defensivos agrícolas, o Brasil precisa de pesquisas sobre
os potenciais efeitos e riscos à saúde humana decorrentes da exposição aos químicos, particularmente
sua relação com determinados tipos de câncer.
A relação entre o consumo de agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer e outras doenças já é
reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa publicada na revista científica
“The Lancet”, em março deste ano, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc),
classifica cinco agrotóxicos como prováveis agentes cancerígenos: tetraclorvinfós, parationa, malationa,
diazinona e o glifosato. Esses agentes são liberados no Brasil, mas apenas o glifosato possui registro de
produto. Em abril de 2015, a Anvisa anunciou que vai revisar a liberação do uso do produto no país.
Em 2012, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrascp) divulgou um relatório com estudos
que comprovam que agrotóxicos fazem mal à saúde e provocam efeitos nocivos com impactos sobre a
saúde pública e a segurança alimentar e nutricional da população.
Segundo o relatório, as intoxicações agudas por agrotóxicos afetam principalmente os
trabalhadores rurais que entram em contato com doses altas desses químicos via pele ou pelos
pulmões. Eles podem apresentar problemas como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos,
diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões, desregulação endócrina e até a morte.
Já as intoxicações crônicas podem afetar toda a população que consome os alimentos com
resíduos de agrotóxicos. Os efeitos adversos decorrentes da exposição crônica aos agrotóxicos podem
levar vários anos para aparecer, dificultando a correlação com o agente.
Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos de agrotóxicos podem ser
citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal,
efeitos sobre o sistema imunológico e câncer.

Meio ambiente, transgênicos e agrotóxicos

Um fator que colaborou para colocar o Brasil no topo do ranking de consumo foi a liberação do
uso de sementes transgênicas (geneticamente modificadas) no país. O cultivo dessas sementes exige o
uso de grande quantidade de agrotóxicos.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos
Estados Unidos. São mais de 42 milhões de hectares de áreas plantadas no país com esse tipo de
semente, principalmente na produção de soja e milho.
Os agrotóxicos também contaminam o meio ambiente. A pulverização dos químicos acontece em
sua maior parte por avião, contaminando o ar da região e áreas próximas, como cidades vizinhas que
podem receber o químico levado pelo vento. Isso afeta animais como abelhas e insetos, que são
importantes para o equilíbrio do ecossistema. No solo, os químicos podem influenciar na falta de
compostos orgânicos e microorganismos e podem contaminar a água de córregos, rios, lençóis freáticos
ou aquíferos.
Alimentos orgânicos são aqueles que não usam fertilizantes sintéticos, agrotóxicos ou pesticidas
em seu método de cultivo. Os solos são enriquecidos com adubos naturais tornando esse tipo de
alimento mais saudável e nutritivo. Apesar dos benefícios, o alimento orgânico é mais caro no Brasil,
pois a produção é de baixa escala e a maior parte é proveniente da agricultura familiar, o que impacta
no custo de distribuição e comercialização.
O uso de agrotóxicos se intensificou no Brasil na década de 1970, quando o governo buscou
fomentar a produção de agrotóxicos para estimular o crescimento do agronegócio e garantir alta
eficiência produtiva. Nesta época, o financiamento bancário para compra de sementes era atrelada ao
adubo e o agrotóxico. Atualmente, a indústria química de defensivos agrícolas é isenta de impostos.
Uma das soluções para reduzir o uso dessas substâncias seria investir em projetos de larga escala
de agroecologia, um meio ecologicamente correto e viável de se manejar e cultivar as plantas. Neste
tipo de plantio, podem ser usadas técnicas conhecidas por engenheiros agrônomos e que não utilizam
químicos, como sistemas de irrigação eficiente, biofertilizantes que agem como inseticidas biológicos,
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alternância de plantações e rotação de espécies, adubação com restos orgânicos, compostagem, entre
outros.
Países como a França, o maior produtor agrícola da Europa, já estão desenhando planos para a
promoção de um modelo agroecológico, que concilie os níveis de produtividade e o impacto ambiental.

EIXO – MEIO AMBIENTE


O desmatamento na Amazônia e a escassez de chuvas no Brasil

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Não apenas a sua rica biodiversidade, mas sua
relação com o clima também tem grande importância para o planeta.
Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia influencia na geração de
chuvas e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul. É o que
aponta o relatório "O futuro climático da Amazônia", divulgado em 2014, no qual os cientistas mostram
a relação entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta.

Direto ao ponto

A atmosfera é carregada de gotículas de água em estado gasoso, mais leves que o ar. Esses são
provenientes da evaporação da água dos oceanos e quando se juntam formam as nuvens. Quando as
nuvens ficam “carregadas”, as gotículas caem em forma de chuva.
Os cientistas brasileiros do INPE citam a chamada “teoria da bomba biótica de umidade”, para
nos ajudar a entender a função climática que a Amazônia teria.
A teoria proposta pelos físicos russos Anastassia Makarieva e Victor Gorshkov diz que o
fenômeno de chuvas longe da costa é possível graças à existência de florestas. A transpiração das
plantas seria responsável por criar um fluxo de vapor de água que é lançado à atmosfera, capaz de
reduzir pressão e arrastar o ar úmido, no que seria uma espécie de “bomba de elevar vapor”.
Makarieva e Gorshkov afirmam que o desmatamento de uma floresta pode reduzir a incidência
de chuvas em até 95%, transformando o local num deserto.
O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de
puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no
continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral.
A floresta amazônica atuaria então como uma bomba d'água que “puxa” a umidade dos oceanos.
Na Amazônia, as árvores extraem grande volume de água do solo e do oceano e o lança na atmosfera
através da transpiração.
Segundo o relatório, cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de
água por dia. A estimativa é que floresta amazônica transpire 20 bilhões de toneladas de água por dia
(20 trilhões de litros).
A grande umidade evaporada pelas árvores gera “rios voadores” na atmosfera, que carregam
vapor e geram correntes aéreas (ventos) que irrigam regiões distantes. O fluxo de água é conduzido por
territórios a leste dos Andes e para áreas continente adentro, no sentido oeste e sudeste.
A Amazônia também seria responsável por evitar eventos climáticos extremos em regiões de
florestas e arredores. Isso porque a copa das árvores provoca um efeito de “frenagem’ dos ventos que
vem do oceano, o que equilibra a distribuição e o efeito dissipador da energia dos ventos. Assim, sua
cobertura vegetal seria uma proteção contra furacões e tornados.
Por esse motivo, o desmatamento da Amazônia ameaça não apenas quem vive na região hoje
coberta pela floresta, mas também quem vive além dela.
O desmatamento altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos carregados de
umidade que vem do oceano para o continente. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por
completo.

A Amazônia não é apenas a maior floresta tropical do mundo. Ela influencia na geração de chuvas
e na manutenção do clima ameno e sem grandes eventos extremos da América do Sul.
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Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostra que existe uma
a relação direta entre a Amazônia e a regulação do clima no planeta e, consequentemente, com a
frequência das chuvas em outras regiões.

O que os pesquisadores do INPE concluíram é que a Amazônia tem uma grande capacidade de
puxar a umidade do oceano para o continente. Em lugares sem cobertura florestal, o ar que entra no
continente acaba secando e resulta em desertos em terrenos distantes do litoral. A floresta amazônica
atuaria então como uma bomba d’água que “puxa” a umidade dos oceanos.

Com o avanço do desmatamento, a floresta tem os padrões de pressão alterados, o que pode
causar o declínio dos ventos carregados de umidade que vem do oceano para o continente. Sem
árvores, a chuva na região pode cessar por completo.

EIXO – CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE


Marco da Biodiversidade: Novas regras para pesquisa científica e exploração do patrimônio genético
brasileiro

O ecossistema é imprescindível para o homem. A presença de recursos naturais permite que


possamos usufruir de uma melhor qualidade de vida e, por isso, esses recursos precisam ser explorados
de forma consciente para que não se tornem escassos.
No Brasil a preservação é crucial, afinal, somo o país de maior diversidade biológica do mundo.
Estima-se que detemos entre 15 a 20% de toda a biodiversidade do planeta. Só a Amazônia possui 26%
das florestas tropicais remanescentes no mundo; sem contar as 60.000 espécies de plantas, o que
corresponde a 20% de toda a flora mundial conhecida.
Frutas, sementes e plantas encontradas na flora brasileira são utilizadas para diferentes
finalidades e como matéria-prima na fabricação de diversos produtos. Esse imenso patrimônio genético,
já escasso nos países desenvolvidos, tem um valor econômico-estratégico alto principalmente no
desenvolvimento de novos medicamentos, onde reside sua maior potencialidade.
Parte do que sabemos sobre as plantas medicinais e suas propriedades vem da cultura indígena,
quilombola ou comunidades tradicionais, nas quais raízeras e raízeiros cuidam da saúde comunitária
usando recursos naturais, conhecimento que é passado de geração para geração.
Para evitar o desmatamento e a biopirataria, a exploração do patrimônio genético de plantas e
animais e dos conhecimentos tradicionais para gerar produtos a partir desses elementos por parte de
indústrias farmacêuticas e institutos de pesquisa deve seguir determinadas regras. Segundo a
Constituição, o Poder Público tem a obrigação de preservar a integridade e a diversidade do patrimônio
genético brasileiro, assim como de fiscalizar as instituições de pesquisa que eventualmente trabalhem
com componentes desse patrimônio.
O Brasil possui uma legislação tímida sobre o assunto e que acaba de ganhar um capítulo
polêmico: a aprovação do projeto de lei 7735/14 na Câmara dos Deputados, que estabelece novas
regras para a pesquisa e exploração desses recursos em substituição à medida provisória de 2001, criada
após episódios de biopirataria no país envolvendo laboratórios farmacêuticos.
O termo biopirataria foi lançado em 1993 para alertar sobre o fato que recursos biológicos e
conhecimentos indígenas estavam sendo roubados e patenteados por empresas multinacionais
estrangeiras, sem que as comunidades nativas que geraram os conhecimentos participassem dos lucros.
Existem casos de estrangeiros que entraram em território brasileiro para “coletar plantas” como
ecoturistas, missionários religiosos e membros de organizações não governamentais.
O novo projeto, aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro e que será agora apreciado
pelo Senado, pretende facilitar o acesso de pesquisadores e indústrias aos recursos genéticos e
conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade e agrobiodiversidade (sementes agrícolas).
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Entende-se por patrimônio genético a “informação de origem genética de espécies vegetais,
animais, microbianas, ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo
destes seres vivos”.
Chamado de Marco da Biodiversidade, a proposta divide opiniões. Para as empresas, as novas
regras vão facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos e cosméticos. Para ambientalistas
e comunidades indígenas, a mudança atende aos interesses de ruralistas e empresas privadas e ameaça
os direitos garantidos internacionalmente na Convenção da Biodiversidade e na Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho.

Mudanças com a nova lei

Hoje, para o pesquisador estrangeiro realizar uma pesquisa no Brasil que envolva coleta de
dados, materiais e espécimes nativas, ele precisa de autorização do MCTI (Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação). Somente são autorizadas as atividades em que haja a coparticipação de alguma
instituição de pesquisa brasileira.
A nova proposta agora permite que entidades estrangeiras, não associadas a instituições
nacionais, realizem pesquisa com a biodiversidade do país mediante apenas uma autorização do CGen
(Conselho de Gestão do Patrimônio Genético).
Críticos apontam que a falta de vínculo com um órgão de pesquisa nacional pode prejudicar os
interesses nacionais e a soberania sob o patrimônio genético. Pesa ainda o fato de que quando uma
empresa estrangeira faz uma pesquisa em laboratório no Brasil, essa ação pode ajudar no avanço da
ciência brasileira. A facilidade de acesso também dificultaria a fiscalização de casos irregulares.
O projeto prevê ainda que quando o produto for criado a partir do conhecimento de
comunidades tradicionais ou povos indígenas, as negociações sejam feitas diretamente entre os
envolvidos, sem a intervenção do órgão indigenista oficial (FUNAI). Fica ainda vedado o acesso por
terceiros a esses conhecimentos sem o consentimento dos indígenas ou da comunidade de agricultores.
No entanto, na elaboração deste projeto de lei, esses grupos alegam que não foram consultados sobre
as mudanças, direito que é garantido nas convenções internacionais citadas anteriormente.
Para os movimentos sociais, a nova medida desconsidera os direitos dos povos indígenas e o
“afrouxamento” das regras favorece o setor farmacêutico, de cosméticos e agronegócio. Isso porque o
documento traz diversas restrições à repartição dos benefícios oriundos da exploração econômica
desses conhecimentos.
Segundo o texto aprovado, essas comunidades só terão direito a alguma compensação se o
conhecimento tradicional for “elemento principal de agregação de valor” do produto desenvolvido a
partir dele e se este produto for incluído numa lista de classificação que será elaborada por alguns
ministérios.
No que tange à repartição de benefícios, estão ainda isentas de pagamento microempresas,
empresas de pequeno porte e micro empreendedores individuais. A medida também exclui de
repartição de benefícios a exploração econômica do patrimônio genético e do conhecimento tradicional
relacionado à alimentação e agricultura.
A medida não considera o Protocolo de Nagoya, assinado por 91 países – entre eles o Brasil – que
indica que a repartição de benefícios envolve o compromisso de compensar financeiramente países e
comunidades pelo uso de seus recursos genéticos e conhecimentos tradicionais.
Outro ponto criticado é que, hoje, produtores rurais devem realizar o pagamento de royalties
pelo uso de espécies exóticas cultivadas em grande escala, como soja ou milho. A PL 7.735 isenta de
repartição de benefícios a exploração de “espécie introduzida no País pela ação humana até a data de
entrada em vigor” da lei. Isso isentaria de pagamento diversas sementes nativas.
Para o Governo, a nova proposta reduz a burocracia atual que dificulta a pesquisa e o
aproveitamento do patrimônio genético e define a repartição dos benefícios de produtos originados
deles, uma espécie de royalty.
Esse royalty será de 1% da receita líquida obtida com a exploração de produto acabado ou
material reprodutivo (sementes ou sêmen, por exemplo) oriundos de acesso ao patrimônio genético.
Mas, se houver dificuldades de competitividade no setor de atuação, o governo poderá negociar uma
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
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redução para até 0,1%. O baixo valor é criticado por ambientalistas que consideram que o governo está
entregando quase de graça seus recursos naturais.
Até 2014, foram emitidas 1.712 autorizações de acesso e 138 instrumentos de repartição de
benefícios pelo CGen em percentual de lucros, valores pré-fixados ou projetos. A tendência é que após a
aprovação da lei, esse número aumente.
O incentivo à pesquisa científica é passo fundamental no desenvolvimento de um país. Em se
tratando do Brasil e de sua imensa biodiversidade, é preciso criar condições para que a diversidade de
recursos seja um aliado ao nosso crescimento.
Assistimos aos ciclos do Pau-Brasil, da cana-de-açúcar, do ouro, da borracha explorar recursos
até o limite dos mesmos. Garantir a máxima proteção às pesquisas e a divisão justa de royalties é uma
forma de evitar que as plantas medicinais e outros recursos naturais utilizados na fabricação de
remédios tenham o mesmo destino.

QUAL É A QUESTÃO?

Texto aprovado na Câmara dos Deputados facilita o acesso ao patrimônio genético e


conhecimentos associados, mas ignora os direitos das comunidades indígenas e tradicionais.

Entende-se por patrimônio genético a “informação de origem genética de espécies vegetais,


animais, microbianas, ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo
destes seres vivos”.

No Brasil a preservação desses recursos é crucial, afinal, somo o país de maior diversidade
biológica do mundo. Frutas, sementes e plantas encontradas na flora brasileira são utilizadas para
diferentes finalidades e como matéria-prima na fabricação de diversos produtos.

Esse imenso patrimônio genético, já escasso nos países desenvolvidos, tem um valor econômico-
estratégico alto principalmente no desenvolvimento de novos medicamentos, onde reside sua maior
potencialidade.

Chamado de Marco da Biodiversidade, a nova proposta reduz a burocracia atual que dificulta a
pesquisa e o aproveitamento do patrimônio genético e define a repartição dos benefícios de produtos
originados deles, uma espécie de royalty pago pela exploração de produto acabado ou material
reprodutivo, oriundos de acesso ao patrimônio genético.

EIXO – ECONOMIA
Aumento da dívida pública e baixo crescimento em 2015

Hoje um dos grandes problemas do Brasil é o equilíbrio das contas públicas, ou seja, a diferença
entre as receitas e as despesas do governo federal. São essas contas nacionais que oferecem
indicadores da “saúde” da economia de modo geral.
E como esse equilíbrio é alcançado? O Estado arrecada dinheiro por meio da cobrança de
impostos que incidem sobre a renda, a propriedade, serviços e produtos. Existe ainda a receita de
dividendos oriundos de empresas públicas ou de alugueis do patrimônio público. Já as despesas incluem
gastos com obras, previdência, educação, saúde, funcionários, pagamento da dívida pública, entre
outros.
Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que houve superávit primário.Quando
as despesas superam as receitas, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit
primário.
Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à beira de uma crise fiscal.
Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de crescimento dos gastos do Estado é seis vezes maior
que o das receitas.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1 bilhões. No mesmo
período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões. Ou seja, as despesas cresceram 12,72%,
enquanto as receitas avançaram apenas 2,8% no mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013)
para R$ 914,7 bilhões.
A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pagamento da dívida pública)
foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de janeiro a novembro desde 2001 (início da série histórica desse
indicador).
Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do governo nas eleições, às
concessões com desonerações de tributos e ao baixo crescimento da economia que derrubou a
arrecadação.
Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na economia, por outro, também
influenciam na inflação. Um dos mecanismos usados para “frear” os gastos excessivos de prefeituras,
governos estaduais e da União é a Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000.
A Lei estipula o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL) nos gastos com o
funcionalismo público. Na prática, ela também ajuda a cumprir as metas de superávit, pois obriga o
governo a economizar para pagar juros.
Quem estoura o limite máximo fica proibido de contrair financiamentos, de conseguir garantias
de outras unidades da Federação para linhas de crédito e de obter transferências voluntárias.
Devido ao aumento dos gastos públicos, em dezembro de 2014, o Congresso aprovou um projeto
de lei que poupa a gestão de ser responsabilizada por descumprimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal em 2015.

Contas externas

A situação das contas externas ou da balança comercial é pautada pela diferença entre
importação e exportação (matérias-primas, produtos e transações de comércio, serviços e renda). O
déficit ocorre quando existe diferença no balanço de pagamentos em transações correntes.
Em relação às contas externas, o Brasil está importando mais do que exportando. De acordo com
o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2014 a importação superou a
exportação em US$ 3,93 bilhões, sendo o primeiro saldo negativo anual desde 2000.
Segundo especialistas, o saldo negativo é devido à desvalorização do preço de commodities (as
matérias-primas que o país exporta, como minério de ferro e soja), cenário internacional desfavorável
(como a crise da Argentina) e ao baixo preço do petróleo.

Dívida pública

Quando falta dinheiro em caixa, o governo pode se endividar e pegar recursos emprestados de
investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma
correção monetária. Para isso, ele costuma emitir títulos públicos que são vendidos no mercado
financeiro.
A dívida bruta do Brasil saltou para 62% do PIB (produto interno bruto, ou seja, a soma de toda
riqueza produzida pela sociedade). Em dez meses, o endividamento total aumentou 8,4 pontos
percentuais, já que, em dezembro de 2013, a dívida representava 53,6% de todas as riquezas produzidas
pelo país.
O dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas (exceto juros da
dívida pública) é chamado de superávit primário. É esse dinheiro que o governo usa como poupança
para pagar os juros da dívida pública.
Manter as contas públicas em dia é crucial para o mercado financeiro internacional. Quanto
menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mostra que é um “bom pagador”. Quanto maior a
capacidade de pagamento do Brasil, menor é o risco de crédito e as chances de conseguir taxas de juros
mais baixas em empréstimos.
A dívida ainda pode aumentar se a cotação do dólar subir. Quanto mais os encargos da dívida
crescerem, pior ficará a situação fiscal.
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Juros e inflação

O gasto público também pressiona a alta dos preços em geral. Com a inflação mais alta, o
governo também sobe a taxa básica de juros (Selic). A alta dos juros pelo Banco Central é uma forma de
conter o consumo das famílias e frear a oferta de crédito pelos bancos.
Apesar disso, os juros altos deixam famílias endividadas em alerta e “travam” financiamentos do
setor produtivo, o que freia os investimentos que o país precisa para voltar a crescer.

Austeridade

Numa situação de crise ou recessão, austeridade é o caminho escolhido por muitos governantes.
Durante a crise econômica de 2008, a palavra foi muito ouvida nos discursos dos novos ministros
europeus que realizaram reformas em meio a déficits, desemprego, calotes em dívidas, entre outras
situações. A austeridade nada mais é do que controlar rigidamente os gastos públicos.
E para reequilibrar as finanças públicas, a saída que os governos encontram é cortar gastos ou
aumentar receitas (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Para ter mais dinheiro, ele pode aumentar
impostos ou contar com o crescimento da economia do país.
A carga tributária brasileira já é considerada alta. Hoje, quase 36% do PIB são destinados ao
pagamento de impostos, que também podem vir embutidos no preço de bens, produtos e serviços
(como luz, água, carro, gasolina, transporte, imóveis etc).
Quando a economia cresce pouco, o resultado é uma arrecadação de impostos menor do que o
esperado. Quando a economia cresce muito, as receitas avançam no mesmo ritmo, impulsionadas pela
exportação ou consumo interno.
O problema é que em 2014, a economia do Brasil cresceu cerca de 1%. Além do crescimento do
PIB abaixo do previsto no último ano, o emprego deu sinais de desgaste, a inflação (em torno de 6,5%) e
juros registraram altas significativas e os brasileiros nunca estiveram tão endividados.
Levantamento feito pelo Banco Central mostra que 45,88% da renda anual acumulada pelas
famílias brasileiras é para o pagamento de dívidas, quase o dobro do registrado em 2005 (21,47%).
O novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que fará um ajuste fiscal e pretende
cumprir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB para 2015. Como sem crescimento será difícil
cumprir essa meta, a tendência é que haja um maior rigor fiscal nas contas públicas.

2015, ano perdido também em outros países?

Na Rússia, a palavra presente em todas as previsões é “recessão”. O motivo são as sanções


econômicas impostas pelos países ocidentais e a queda no preço do petróleo, que também deve abalar
economias como a do Equador e Venezuela. Estados Unidos e Reino Unido devem manter um
crescimento estável, já que estão mais recuperados da crise de 2008.
Com o Japão em recessão e prevendo um crescimento de 1% em 2015, a China estabeleceu-se
como a segunda maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o país asiático mudou seu modelo de
crescimento, antes voltado exclusivamente para as exportações. Hoje, ele já apresenta um melhor
equilíbrio das vendas externas e o consumo interno. Mas a previsão é de que a China tenha um
crescimento sustentável neste ano.
Na Europa, os países da União Europeia (UE) tentam manter o bloco unido. Se em 2014 a zona do
euro conseguiu evitar a recessão, para 2015 a expectativa é crescer apenas 1,1% e evitar a deflação
(quando a população para de consumir à espera de preços mais baixos, levando à quebra de empresas e
ao desemprego).
No entanto, para esses países, a instabilidade política também influencia a economia. Em janeiro,
as eleições antecipadas na Grécia vão definir se o país seguirá ou não no bloco.
Mas é importante lembrar que a difícil situação econômica que muitos países vão enfrentar em
2015 não significa que viveremos um novo momento de crise econômica em grande escala.
A última grande crise mundial aconteceu em 2008, com o colapso do sistema financeiro norte-
americano. Foi considerada a pior crise do capitalismo desde a Grande Depressão, em 1929. Antes, nas
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décadas de 1970 e 1980, o preço elevado do petróleo produziu crises globais. A última vez que o Brasil
entrou em recessão foi em 2009, quando o país tentava driblar os efeitos da crise financeira mundial.

EIXO – MEIO AMBIENTE


Poluição e a questão do clima

Nunca poluímos tanto quanto agora. Segundo dados divulgados em setembro de 2014, a
quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera bateu recorde em 2013. A causa seria o aumento no
nível de dióxido de carbono (CO2) e gases emitidos por atividades humanas como a queimada e
desmatamento de florestas, o uso de combustíveis fósseis (carros movidos à gasolina ou diesel), a
produção de energia térmica, a produção de lixo e resíduos industriais.
Esses dados pioram as previsões sobre o aumento na temperatura da Terra. O Painel
Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU divulgou um relatório mostrando que o nível
dos oceanos está subindo mais rapidamente, que a temperatura pode aumentar em até 5°C nos
próximos 100 anos e que o homem tem 95% de responsabilidade sobre as mudanças climáticas.
As consequências podem ser desastrosas, como o derretimento de geleiras, aumento na
elevação dos mares, escassez de água, morte de corais, extinção de espécies e fenômenos climáticos
abruptos. E o que vamos fazer sobre isso? Em quanto tempo?
Essas devem ser questões chaves para a COP-21, a conferência global sobre o clima que acontece
em Paris (França), em dezembro de 2015. Na ocasião, será apresentado um novo acordo de redução de
emissões de carbono que substituirá o Protocolo de Kyoto e vai apontar novas diretrizes de combate ao
aquecimento global a partir de 2020 (quando o prazo do protocolo termina).
E por que estamos discutindo isso agora? O futuro acordo climático internacional é visto como
decisivo para mudar as perspectivas do clima no planeta e deve adicionar mecanismos para fazer com
que os governos levem a sério suas decisões e seus cronogramas, o que não foi visto no Protocolo de
Kyoto. Além disso, um movimento inédito de EUA e China sobre o tema aponta uma possível nova
postura dos países mais poluidores sobre a necessidade de contermos a emissão dos gases.
Formalizado em 1997, o Protocolo de Kyoto entrou oficialmente em vigor em 2005 e foi um
marco na diplomacia dos países por ter sido o primeiro conjunto de metas de redução de gases
responsáveis pelo efeito estufa adotado mundialmente, com a ratificação de mais de 170 países. No
entanto, o mundo não cumpriu as metas de redução e está ainda mais quente.
O objetivo era obrigar países desenvolvidos a reduzir a emissão de gases poluentes que agravam
o efeito estufa e tentar diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8°C. As nações industrializadas se
comprometeriam em diminuir em 5% as emissões de gases, em relação aos níveis de 1990, no período
entre 2008 e 2012, depois ampliado para 2020.
As metas variam de um signatário para outro. Os países da União Europeia têm que cortar as
emissões em 8%, enquanto o Japão se comprometeu com 5%. Países em desenvolvimento não tiveram
metas específicas. Mas, como signatários, precisam manter a ONU informada sobre seu nível de
emissões. O Brasil é um desses. O compromisso brasileiro, acertado em 2009, é de cortar entre 36% a
39% das emissões de gases-estufa em 2020, em relação aos níveis de 1990.
Antecipando as conversas sobre o acordo de Paris, em dezembro de 2014 ocorreu em Lima, no
Peru, a COP-20. Essa reunião preparatória foi fundamental para que na conferência de 2015 os países
tenham pronto o texto de um novo regime internacional que sucederá o Protocolo de Kyoto, além de
aprovar o rascunho de um acordo de redução de emissões de gases de efeito estufa. Nos próximos
meses, os países desenharão os compromissos para reduzir emissões globais entre 40% a 70%, e que
devem ser assinados na COP-21.
Uma das questões chaves definidas em Lima é que todos os países (e não apenas os ricos) devem
colaborar para reduzir a poluição. Outro objetivo que deve ser tratado é a criação de fundos de
financiamento para planos nacionais de adaptação aos impactos dos efeitos climáticos, como medidas
criadas para lidar com o efeito de enchentes ou secas.

Ainda há tempo para desarmar a bomba-relógio?


CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Segundo pesquisas, o limite “seguro” para o aumento da temperatura da Terra seria de até 2°C.
Para não superar essa temperatura, poderíamos emitir no máximo 3.670 GtCO2 (gigatoneladas de
dióxido de carbono) até o ano 2100, de acordo com cálculos realizados pelos cientistas do Painel
Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2013.
Até 2011, no entanto, esse número já era de 2.670 GtCO2 lançados na atmosfera. Ou seja, em 89
anos (de 2011 a 2100), o mundo poderia emitir, ainda, apenas 1.000 GtCO2 para evitar mais
complicações climáticas.
No ritmo anual, caminhamos facilmente para um aquecimento de 4°C, o que seria o pior cenário
projetado pelo IPCC. Um maior aquecimento provocaria grandes desastres ambientais e impactos
negativos nas formas de vida no planeta.
Entre as soluções emergenciais apontadas para evitar este cenário estariam a mudança para uma
matriz energética mais limpa (como o uso de usinas eólicas e painéis solares), a adoção de instrumentos
como o imposto sobre o carbono (precificação de forma penalizadora às emissões), a definição de metas
de emissões per capita e o aumento do mercado de carbono, um mecanismo de compra e venda de CO2
(quem faz atividades que emitem dióxido de carbono pode compensar ou neutralizar a emissão ao
comprar de quem os absorve em ações como o plantio de florestas).

EUA e China: acordo inédito entre os maiores poluidores

EUA e China não ratificaram o Protocolo de Kyoto. Responsáveis por 45% da emissão de gases
poluentes, os dois países selaram, em novembro de 2014, um acordo inédito sobre o tema. O acordo
inclui mudanças em cinco áreas: redução das emissões dos veículos, redes elétricas mais avançadas,
captura e armazenamento de emissões de carbono, coleta de dados sobre os gases causadores do efeito
estufa e melhoria da eficiência energética de construções.
A China, por exemplo, prometeu aumentar de 12% para 20% a participação da energia limpa em
sua matriz energética, enquanto os norte-americanos se comprometeram a dobrar o ritmo de redução
de emissões, mas apenas a partir de 2020.
Para especialistas, o acordo tem dois lados: um positivo, por mostrar que os países se
anteciparam ao tema e que os EUA, que se retirou do Protocolo de Kyoto quando o então presidente
George W. Bush julgou que aderir ao acordo seria ruim para a economia do país, estão revendo sua
posição; e outro negativo, por trazer metas de longo prazo.
O que essa parceria aponta para a COP-21 é que somente haverá avanço se os novos acordos
oferecerem planos de redução mais ambiciosos e os países realmente os colocarem em prática. Vale
lembrar que qualquer definição acarreta um impacto na economia. As nações precisam decidir como
suas economias podem crescer sem causar um maior impacto.
Hoje, para incentivar a participação dos governos em acordos deste tipo, os negociadores
optaram por uma abordagem mais livre, em que os governantes passaram a formular as suas próprias
metas, apresentando-as como promessa. Será essa forma a mais assertiva para o momento para
comprometer os países com as metas?
O tempo é outro ponto importante: hoje, os efeitos do aquecimento global são sentidos em
menor tempo, ou seja, quanto maior a demora em colocar as metas em prática, maiores são os riscos
para o meio ambiente e a humanidade.

EIXO – ENERGIA
A questão do Petróleo

Gerar energia é uma das necessidades fundamentais do mundo industrializado. Nos séculos 18 e
19, o carvão foi importante fonte de energia para a Primeira Revolução Industrial. No século 20, a
utilização do petróleo e seus derivados substituiu o carvão como base da matriz energética mundial, um
recurso natural não renovável.
Os combustíveis fósseis envolvem questões econômicas, ambientais e também políticas – a
manutenção da segurança energética e a disputa pelo controle do petróleo são frequentemente
associadas a fatores de conflitos em diversos países.
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A região do Oriente Médio, por exemplo, é detentora das maiores reservas de petróleo em terra
do mundo. A abundante matéria-prima sustenta o PIB (Produto Interno Bruto) de países como Arábia
Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes.
Anos atrás, essa riqueza foi um dos grandes motivos de conflitos que aconteceram na região,
principalmente no Golfo Pérsico, como a Guerra do Iom Kipur (1973) entre árabes e israelenses,
a Guerra Irã-Iraque (1980-1988) e a Guerra do Golfo(1991), quando o Iraque invadiu o Kuwait e sofreu
intervenção dos EUA.
Na Ásia, a Rússia é a grande produtora de petróleo e gás e exerce influência sobre as rotas de
exportação dos recursos energéticos produzidos na região do Cáucaso. Além de ser um dos maiores
fornecedores de hidrocarbonetos para a União Europeia, parte de seu território funciona como corredor
de gasodutos que também passam por ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia.
A Europa importa 67% do gás que consome e praticamente a metade vem da Rússia. O
atual conflito entre Ucrânia e Rússia, que anexou o território ucraniano da Crimeia, impacta
diretamente o mercado de energia. O gigante soviético ameaçou fechar as torneiras de gasodutos caso
sofra sanções econômicas da União Europeia, que considera que a Rússia está incentivando o
separatismo na Ucrânia.
Na África, o Sudão do Sul, país criado em 2011 após a separação do Sudão, vive há cinco meses
em uma guerra civil que já deixou milhares de mortos e uma legião de refugiados. O motivo é a disputa
de poder entre tropas do governo e rebeldes, que acirra a tensão entre grupos étnicos no país. A ONU e
organizações humanitárias alertam sobre o risco de uma epidemia de fome capaz de deixar o país ainda
mais vulnerável.
Um dos panos de fundo do conflito é o controle dos dividendos do petróleo, base da economia
do país, um dos mais empobrecidos do mundo. Em abril deste ano, as forças rebeldes tomaram o
controle de poços petrolíferos. A matéria-prima representa 98% das receitas de exportação do Sudão do
Sul e seria o principal potencial de desenvolvimento econômico do país.
Em 2012, o clima já era tenso na região. A maior parte das reservas se situa na fronteira com o
vizinho Sudão, que com a perda de divisas, viu a economia piorar após a independência. O país do sul se
recusou a pagar taxas pelo uso dos gasodutos no norte e, como retaliação, o Sudão impediu a passagem
de navios petroleiros e o sul fechou poços de perfuração.
Na América Latina, a Venezuela é o único país sul-americano a integrar a OPEP (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo), e suas reservas petrolíferas são a maior fonte de renda do país. Os
EUA são o principal comprador do petróleo venezuelano. Em abril deste ano, o presidente Nicolás
Maduro declarou a um jornal britânico que os recentes protestos da oposição no país estão sendo
apoiados pelos norte-americanos, que teriam interesse em derrubar o governo para ter mais liberdade
no mercado de hidrocarbonetos.
Em maio, o Congresso americano elevou a pressão pela imposição de sanções à Venezuela, com
o argumento de que o país estaria violando direitos humanos na repressão a opositores e protestos
contra o governo. Entre as sanções propostas, estaria o bloqueio à importação de petróleo.
História do petróleo no Brasil
No Brasil, o petróleo nunca chegou a gerar um conflito armado, mas sua exploração sempre foi
estratégica para o Estado. Desde o final do século 20, o Brasil aumentou progressivamente a produção
de petróleo encontrado nos oceanos.
Por anos o país buscou a meta da autossuficiência em petróleo. O objetivo foi alcançado pela
primeira vez em 2006. Outro marco foi a descoberta dos campos de pré-sal, que prometem triplicar a
produção brasileira. Hoje, o país se destaca pelo domínio da tecnologia de exploração do petróleo em
águas profundas.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil iniciou um projeto de desenvolvimento industrial que
buscava reduzir a dependência das importações e a conquista da soberania econômica brasileira. Já
havia poços de petróleo na Bahia, mas a produção era em pequena escala.
Durante o segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954), o presidente exerceu uma política
econômica nacionalista e de investimentos em setores estratégicos, criando estatais nas áreas de
mineração, aço e energia. “O petróleo é nosso!" foi o lema da campanha no início dos anos 1950. Em
1953, Vargas promulgou a Lei 2.004 que criava a Petrobras, empresa estatal responsável pela
exploração do petróleo no território brasileiro e encarregada do monopólio da atividade no setor.

No governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), sob o slogan de “50 anos de desenvolvimento em


5”, o governo continuou a apostar na expansão do mercado interno e na industrialização com incentivos
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a diversos setores e abertura a investimentos estrangeiros, como a implantação da indústria
automobilística, que teve um forte crescimento no período.
Durante o Regime Militar (1964-1985), o governo continuou a expansão da produção de petróleo
e investiu em pesquisas geológicas. Em 1968, ocorreu a primeira descoberta de petróleo no mar, dado
origem ao campo de Guaricema, em Sergipe.
Em 1973, OPEP triplicou os preços do produto. A crise se estendeu até 1980 e fez o preço do
barril disparar em todo o mundo, e os gastos com importação acabaram influenciando a balança
comercial e a recessão econômica do Brasil. Na Europa, a crise e a corrida armamentista da Guerra
Fria (1945-1989) impulsionaram o investimento em usinas de energia nuclear, enquanto o Brasil
buscava uma fonte alternativa para os combustíveis.
Nesse período, em 1975, o Governo Federal instituiu o Proálcool (Programa Nacional do Álcool),
incentivo à produção de biocombustível, que substituiu a gasolina pelo etanol derivado da cana-de-
açúcar e que teria papel estratégico na economia na década seguinte.
O monopólio estatal em relação ao petróleo chegaria ao fim em 1997, quando o governo
Fernando Henrique Cardoso promulgou a Lei 9.478, que passou a permitir a produção, o refino, o
transporte e a importação de petróleo por empresas diferentes da Petrobras.
No mesmo ano, o Brasil começou a incrementar o peso do gás natural na sua matriz energética
com a construção do gasoduto Brasil-Bolívia. Em 2006, quando Evo Morales foi eleito presidente da
Bolívia, ele nacionalizou empresas estrangeiras de exploração de hidrocarbonetos, como a brasileira
Petrobras, que passou a pagar royalties mais caros pelo produto.
Na época, o exército boliviano ocupou todos os campos de petróleo e gás natural do país e o fato
provocou um atrito diplomático com o Brasil. Depois, o presidente Lula reconheceu que o país tinha
direito a soberania. Hoje, somos o principal comprador do gás boliviano.
Em 2007, o anúncio da descoberta do pré-sal em áreas oceânicas mudou o panorama do setor de
petróleo no Brasil. Com a descoberta e a exploração das reservas do pré-sal, os royalties advindos
dessa fonte tornaram-se alvo de disputas entre governos estaduais e municipais. A disputa se acirrou no
final de 2012, em função de novas regras para o setor votadas no Congresso Nacional.

EIXO- POLÍTICA
A corrupção no Brasil

Engana-se quem acha que a prática ganha essa nomenclatura apenas quando falamos de grandes
corporações ou órgãos públicos. A corrupção privada está presente em atitudes do nosso dia a dia,
como desviar dinheiro do condomínio, burlar um imposto, pagar um valor extra para ter um serviço
feito antes do tempo legal, subornar um guarda de trânsito para evitar uma multa ou pagar por um
lugar melhor na fila do restaurante.
No último ranking da corrupção, organizado pela Transparência Internacional e divulgado em
dezembro de 2014, o Brasil aparece na 69ª posição entre 175 países. O ranking mede o índice de
percepção da corrupção. Para calcular a nota que define a posição, e vai de 100 (menos corrupto) a zero
(mais corrupto), a ONG pergunta a entidades da sociedade civil, agências de risco, empresários e
investidores qual é a percepção sobre a transparência do poder público.
O Brasil aparece atrás de países como Uruguai e Chile (ambos no 21º lugar), Botsuana (31º) e
Cabo Verde (42º). A Dinamarca manteve o primeiro lugar no ranking com nota 92, seguida da Nova
Zelândia (91); Finlândia (89), Suécia (87) e Noruega (86). Na outra ponta da tabela, Somália e Coreia do
Norte aparecem em último, com oito pontos.
O que faz da Dinamarca um país menos corrupto? No documento, o país é citado como uma
nação que tem um forte Estado de Direito, apoio à sociedade civil e regras claras de conduta para as
pessoas que ocupam cargos públicos. O relatório menciona o exemplo dado pelo país de criar um
registro público com informações sobre os proprietários de todas as companhias dinamarquesas,
iniciativa criada pela ONG norte-americana Global Financial Integrity para o combate à lavagem de
dinheiro, à sonegação de impostos e à corrupção. Até agora, apenas Reino Unido e Dinamarca aderiram
à campanha.
O ambiente social do país também colabora. O professor dinamarquês Gert Tingaard Svendsen,
especialista em corrupção, publicou este ano o livro Trust, onde mostra como na Dinamarca a confiança
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
social é alta. Segundo ele, quando as pessoas confiam umas nas outras e nas instituições, há maior
cooperação, a burocracia é menor e os investimentos em segurança são reduzidos.
O professor fez uma pesquisa em 2005, em 86 países, perguntando às pessoas se elas confiavam
nas outras. Na Dinamarca, 78% (três em cada quatro pessoas) disseram que sim. O Brasil aparece no
final da lista: apenas 10% dos entrevistados (uma em cada 20 pessoas) disseram que confiam nas outras.
Além dos baixos índices de corrupção, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia têm outra coisa em
comum: investem alto em educação. Um levantamento feito pela Folha, no final de 2013, apontou que
existe sim uma relação entre corrupção e educação.
O estudo cruzou dados do Índice de Percepção da Corrupção e do Pisa, exame internacional que
avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências. Os dados mostraram que os países
menos corruptos estão no topo da lista. O Brasil ficou em 58º na avaliação do Pisa e, em 2013, ocupava
o 72º lugar no ranking de corrupção.

Brasil e a corrupção na política

No Brasil, boa parte da percepção de que somos um país corrupto se deve aos sucessivos
escândalos políticos de desvios de dinheiro público e à impunidade dos envolvidos na maioria dos casos.
Daí surge outra “máxima” do senso comum: a de que “o poder corrompe”.
A frequência de denúncias e a falta de punições criou uma imagem de que a política aqui é,
necessariamente, corrupta. Para estudiosos, essa noção é equivocada e contribui para que a corrupção
seja aceita de forma quase natural, ou seja, se você foi eleito para um cargo público, já se espera que
você não seja honesto.
Entre as práticas de corrupção mais comuns na política estão o nepotismo (quando o governante
elege algum parente para ocupar um cargo público), clientelismo (compra de votos), peculato (desvio
de dinheiro ou bens públicos para uso próprio),caixa dois (acúmulo de recursos financeiros não
contabilizados), tráfico de influência, uso de "laranjas" (empresas ou pessoas que servem de fachada
para negócios e atividades ilegais), fraudes em obras e licitações, venda de sentenças,improbidade
administrativa e enriquecimento ilícito.
Para muitos, a corrupção é um fator moral e cultural. Como descreveu o antropólogo Sérgio
Buarque Holanda no livro Raízes do Brasil (1936), o brasileiro (segundo ele, um indivíduo cordial, que
pensa com a emoção) teria desenvolvido uma histórica propensão à informalidade, o que se refletiria
nas suas relações com outros indivíduos, instituições, leis e a política.
Esse comportamento explicaria a origem, mais tarde, do “jeitinho brasileiro”. Nessa
predisposição à informalidade, entre o que pode e o que não pode por meios legais, a malandragem, o
"jeitinho" e frases como "você sabe com quem está falando?", como cita Roberto DaMatta, surgem
como formas de se obter vantagens e burlar regras seja no âmbito do poder os nas nossas relações do
dia a dia.
Mudar esse comportamento só seria possível com mecanismos de controle e de fiscalização que
coíbam ou reduzam as condições para práticas corruptas. Como pontua Claudio Abramo, diretor
executivo da Transparência Brasil, no textoCorrupção, ética e moral, hoje a corrupção não é apenas uma
questão moral, mas entender o cenário que permite que ela seja tão frequente é fundamental.
“Não é o homem que molda o ambiente, mas o ambiente que molda o homem. São as condições
materiais que regulam as interações entre as pessoas que determinam a maior ou menor propensão de
elas se meterem em tramóias desonestas. Conforme essa perspectiva interessa pouquíssimo se um
indivíduo é honesto ou desonesto. O que importa é que, se o sujeito for desonesto, as condições em
que ele age deixem-lhe pouca margem para que aja desonestamente”, pontua Abramo.

Controle e fiscalização

No Brasil, os órgãos fiscalizadores começaram a surgir principalmente depois da Constituição de


1988. Hoje, o Estado possui diversas instituições de controle e fiscalização da atividade governamental,
como o TCU (Tribunal de Contas da União), os Tribunais de Contas dos Estados e de vários Municípios, e
a CGU (Controladoria Geral da União), criada em 2003.
O TCU, por exemplo, tem a função de controlar os gastos públicos. Os governantes têm de
prestar contas ao órgão sobre suas decisões de gastos. O Ministério Público também recebe denúncias e
ajuíza ações penais e civis por improbidade administrativa por meio dos procuradores da República.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Outra ferramenta é a Lei 12.846/2013, conhecida como lei anticorrupção. De caráter não penal,
institui e regula a responsabilidade objetiva e civil de empresas pela prática de atos de corrupção contra
a administração pública nacional ou estrangeira. Já a Lei da Ficha Limpa, que entrou em vigor em 2010,
impede a candidatura em eleições de políticos com condenações por órgãos colegiados, um passo
importante para a ética na política.
A Lei de Acesso à Informação Pública (Lei 12.527/2011), que determina que qualquer cidadão
tem o direito de examinar documentos produzidos ou custodiados pelo Estado, desde que não estejam
protegidos por sigilo ou se referirem a informações de caráter pessoal, também serve para acompanhar
os gastos dos governos.
Mas, além da lei, ainda temos que desenvolver o hábito de investigar e acompanhar as atividades
dos ocupantes de cargos públicos com ajuda desses mecanismos. Na Suécia, por exemplo, a lei de
acesso à informação existe há 200 anos, já sendo parte da rotina dos cidadãos, quem veem na lei uma
aliada no combate à corrupção.
E mesmo com esses diversos mecanismos, são muitos os casos em que as brechas na Justiça e
legislação permitem que políticos e empresas envolvidos em escândalos não sejam punidos ou
cumpram curto período na prisão, recebam benefícios em troca de informações e não sejam banidos da
vida pública. Daí surge outra famosa expressão: “o Brasil é o país da impunidade”.
Embora muito se fale que hoje a corrupção no Brasil é mais denunciada do que antigamente, sem
a correta punição dos envolvidos é como se de nada adiantasse tomar conhecimento das ilegalidades.
Se hoje denunciamos mais, talvez seja hora de avançar para tempos onde também se puna mais.

EIXO – CULTURA E DIREITOS HUMANOS


Preconceito e racismo

Em setembro deste ano, o Grupo de Trabalho das Organizações das Nações Unidas sobre
Afrodescendentes publicou um relatório apontando que no Brasil o racismo é “estrutural e
institucional”. Para a organização, nosso país viveria em uma “falsa democracia racial”, que nega a
existência do racismo devido à miscigenação entre diferentes povos e raças.
No documento, a ONU sugere medidas como garantir a permanência de estudantes negros
cotistas nas universidades, prevenir a violência contra mulheres e jovens negros, elaborar um plano
nacional de controle e treinamento das Polícias Militares (PMs), abolir o auto de resistência, aprimorar o
ensino de história e cultura afrobrasileira nas escolas, agilizar e desburocratizar a titulação de terras
quilombolas e prover recursos financeiros e humanos para os órgãos municipais e estaduais de combate
ao racismo.
Algumas das medidas sugeridas pela ONU já foram implantadas no país, como a instituição das
cotas para negros na educação e no serviço público, a Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra, o Plano Juventude Viva, a lei de 2003 que tornou obrigatório o ensino dahistória e cultura
afrobrasileira e africana nas escolas, entre outros.
No entanto, dados do IBGE reforçam a dimensão do problema mostrando a grande desigualdade
social entre raças no país. O desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca --
que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6
ano de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios; e sustenta taxa de
mortalidade infantil 60% maior que a da população branca.
Leia mais: Apartheid : 20 anos após seu fim na África do Sul, ele "sobrevive" em outros países
São recorrentes os episódios de racismo nas atividades desportivas do Brasil, principalmente em
partidas de futebol. O último deles envolveu o goleiro Mário Lúcio Duarte Costa, o Aranha, do Santos,
vítima de agressões racistas em disputa pela Copa do Brasil contra o Grêmio, em Porto Alegre (RS), em
agosto deste ano. A torcida do time adversário comparou o jogador a um macaco, entre outros insultos
racistas.
Três torcedores gaúchos foram indiciados por injúria racial, crime caracterizado por agressões
verbais direcionadas a uma pessoa com a intenção de abalar o psicológico dessa vítima, utilizando
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência (art. 140, § 3.º, CP).
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Foi em 1988, com a promulgação da Constituição que está em vigor, que a prática do racismo
passou a ser considerado um crime inafiançável e imprescritível. Ao contrário da injúria racial, os crimes
de racismo, expressos na Lei n. 7.716/89, são inafiançáveis. O crime de racismo consiste em praticar,
induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A
pena prevista é de reclusão de 1 a 3 anos, além de multa.
A lei considera diversas condutas como crimes de racismo. São exemplos o ato de impedir ou
dificultar o acesso de pessoas a serviços, empregos ou lugares, impedir a matrícula em escola, o acesso
às forças armadas e, inclusive, obstar por qualquer meio o casamento ou a convivência familiar por
razões de preconceito.
Há, ainda, a previsão de crime de fabricação, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação
do nazismo.
Em 2003, o governo federal brasileiro criou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir). De acordo com a Seppir, o número de denúncias de racismo dobrou nos últimos anos.
Em 2011, a ouvidoria do órgão recebeu 219 denúncias. Em 2012, esse número pulou para 413 e, no ano
passado, chegou a 425, praticamente o dobro dos registros de 2011. Existem diversas interpretações
para esse aumento, mas especialistas apontam que quanto mais conscientes as pessoas estão sobre
seus direitos, mais elas denunciam.
A violência racista não é apenas verbal. Delegacias também registram a violência física a
afrodescendentes, como no caso de agressões por skinheads. Existe ainda a perseguição religiosa e
cultural. Alguns templos de matriz africana, como da umbanda e camdomblé, são alvos de depredação e
perseguição.
A representatividade na política também é uma das bandeiras do movimento negro, visto que
hoje, o Congresso Nacional é composto por 8,3% de negros. Para lideranças do movimento, aumentar a
participação política dos representantes negros é passo fundamental para a criação de políticas e ações
que visem encerrar e combater o preconceito e permitir a igualdade de direitos.

Da Abolição à República Velha

Depois da queda da monarquia, o fim da escravidão no Brasil, em 1888, e a mudança do regime


político-administrativo, as antigas ordens sociais vigentes no Império ainda permaneceram por alguns
anos, como a separação entre brancos e negros.
Durante a República Velha (1889-1930), a doutrina do racismo científico vinda da Europa
considerava o negro e índio como raças inferiores e o povo mestiço como “improdutivo e amoral”, que
não se adaptaria ao progresso que o Brasil precisava. O negro era visto como uma causa do fracasso da
nação e por isso era preciso “branquear” a população.
A época foi marcada pela chegada da mão de obra imigrante para a expansão da lavoura cafeeira
e pela exclusão de muitos negros das oportunidades de emprego e educação. O ex-escravo ficou
desassistido. Já no campo cultural, havia uma legislação que proibia as manifestações culturais negras
tais como o batuque, o candomblé e a capoeira.
A ideia de inferioridade determinada pela cor da pele só foi questionada abertamente em 1932,
com a publicação de Casa Grande & Senzala, do sociólogo Gilberto Freyre. Apesar disso, o acadêmico foi
alvo de duras críticas pela sua visão “açucarada” da mestiçagem brasileira, que não considera a violência
e a dominação cruel contra o povo negro. No Brasil, foi nessa época que o movimento negro começou a
ganhar corpo, buscando a integração à sociedade, preservação da história e cultura negra e a igualdade
de direitos.

EIXO – SOCIEDADE
Um relatório da ONU divulgado em julho deste ano relata que o Brasil passou da 80ª para a 79ª
posição no ranking anual de desenvolvimento, medido pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Em 2012, o IDH do Brasil era de 0,742. Em 2013, o índice subiu para 0,744 - passando da 80ª para
a 79ª posição, em uma lista de 187 países analisados pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento).
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Com escala de 0 a 1, o IDH é uma medida que avalia o progresso de um país em três dimensões
básicas do desenvolvimento humano: renda (renda média per capita), saúde (expectativa de vida ao
nascer) e educação (taxas de alfabetização de adultos e matrícula em todos os níveis de ensino). Quanto
mais próxima de 1, melhor a situação do país.
A primeira colocada no ranking foi a Noruega, com IDH de 0,944. Em seguida aparecem Austrália,
Suíça, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Cingapura e Dinamarca, todas com
desenvolvimento muito elevado. Já a pior colocação ficou para o Níger, com apenas 0,337.

Mecanismo do IDH

O mecanismo do IDH foi criado em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo
economista indiano Amartya Sem, que ganharia o Prêmio Nobel de Economia de 1998. O objetivo era
que o Pnud conseguisse medir o bem-estar de um país e não apenas o seu crescimento econômico e PIB
(Produto Interno Bruto).
O PIB mede a base de uma economia e considera apenas o crescimento econômico, a soma das
riquezas produzidas por um país. Já o IDH analisa outras dimensões importantes, que destacam a
qualidade de vida de um povo e seu desenvolvimento social.
O atual IDH do Brasil de 0,744 é composto por dados como expectativa de vida de 73,9 anos,
renda per capita anual de US$ 14.275 por ano e escolaridade média de adultos de 7,2 anos.
Apenas 38 nações melhoraram no ranking no último ano. Para a ONU, isso seria o reflexo da
desaceleração do crescimento global devido à crise financeira que começou em 2008.
Apesar disso, o IDH brasileiro é superior à média da América Latina e do Caribe (0,740) e ao IDH
calculado para os países de Alto Desenvolvimento Humano (0,735), grupo do qual o Brasil faz parte. Mas
em relação aos países vizinhos da América do Sul, estamos atrás do Chile (41º), da Argentina (49º) e do
Uruguai (50º).

Melhoras

O IDH brasileiro apresentou melhoras consistentes da condição de vida das pessoas nos últimos
30 anos. O índice aumentou 36,4% desde 1980. Entre 1991 e 2010, por exemplo, a renda per capita
mensal dos brasileiros teve um ganho de R$ 346,31, e a expectativa de vida cresceu 14% no país.
O relatório de Desenvolvimento Humano 2013 do Pnud afirma que, no caso do Brasil, o aumento
substancial do índice foi puxado por algumas variáveis como a estabilidade econômica e a
implementação de programas de saúde pública, educação e assistência social.
São exemplos a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), o aumento do salário mínimo e a
implementação de programas de inclusão social e distribuição de renda, como o Bolsa Família e o Prouni
(Programa Universidade para Todos).
O texto também avalia que o progresso de uma sociedade não depende apenas de uma melhoria
média do IDH e que a redução da desigualdade é um componente fundamental para o desenvolvimento
local.

Desigualdade

Em 2010, o Pnud criou o IDH-D (Índice de Desenvolvimento Humano ajustado à Desigualdade),


um indicador para avaliar a desigualdade e que considera, além da média de desenvolvimento, as
diferenças nos indicadores de renda, educação e saúde entre a população. Quanto maior a
desigualdade, maior o desconto na pontuação.
A ONU calcula que se o IDH fosse considerar a desigualdade de renda, o Brasil perderia dezesseis
posições no ranking e a nota alcançada neste último relatório, de 0,744, cairia para 0,542.
Para a ONU, a redução contínua da desigualdade requer uma mudança nos padrões de
crescimento para que eles sejam mais inclusivos - baseados em políticas redistributivas e mudanças em
normas sociais.
O mundo hoje está mais desigual. Segundo o Pnud, cerca de 40% da riqueza do mundo estão
concentrados nas mãos de 1% da população mundial mais rica. A avaliação faz parte do relatório
“Humanidade Dividida: Confrontando a desigualdade nos países em desenvolvimento”, divulgado no
começo deste ano.
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Concurso para o Magistério do Maranhão
O estudo destaca que no Brasil, onde a desigualdade de renda tem acompanhado a história do
país desde os tempos coloniais, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda, caiu
substancialmente em uma década, passando de 54,2 para 45,9. Quanto mais o valor se aproxima do
zero, menor a diferença.

EIXO – TECNOLOGIA
Os nanossatélites no Brasil

Onze anos depois da última tentativa, o Brasil conseguiu lançar seu primeiro nanossatélite ao
espaço em junho de 2014. A iniciativa teve o apoio da Rússia, de onde o NanosatC-Br1 foi lançado, na
base de Yang.
O lançamento do NanoSatC-BR1 (nanossatélite científico brasileiro) foi realizado a bordo de um
foguete DNEPR, um antigo míssil nuclear soviético-ucraniano convertido em plataforma de lançamento
comercial, junto com mais outros 36 nanossatélites. O foguete abriga o satélite principal e os demais
satélites, menores, são adicionados nos locais vagos.
O sucesso do lançamento representa um marco nas pesquisas aeroespaciais brasileiras e os
envolvidos na ação, ajuda a reativar o programa espacial brasileiro, formando novos especialistas e
pesquisadores. A missão anterior, o Unosat-1, falhou após o acidente com o veículo lançador VLS-1 na
base de Alcântara, no Maranhão, em 2003, que destruiu o nanossatélite e vitimou 21 cientistas.
Conhecidos como cubistas, os nanossatélites foram criados em 1999 como ferramenta
educacional por Bob Twists e Jordi Puig-Suari, professores das universidades de Stanford e Politécnica
da Califórnia. Desde então, as finalidades a que se destinam são múltiplas: podem ser usados para a
detecção de sinais eletromagnéticos que antecedem os terremotos, em sistemas de sensoriamento de
condições atmosféricas, em testes de sistemas biológicos, como a produção de proteínas bacterianas no
espaço, ou ainda para a observação de fenômenos no solo.
Eles fazem parte de uma categoria de satélites artificiais minúsculos. Na sua estrutura, os
nanossatélites têm todas as partes dos grandes satélites: antenas, comunicação por rádio, sistema de
controle de energia, painel solar, estrutura, computador de bordo, sistemas de posicionamento e de
propulsão, tudo em tamanho menor. Possuem formato de um cubo, medem até 10 centímetros de
aresta ou até 10 centímetros de altura se forem de formato cilíndrico e pesam pouco mais de 1 kg.
Os nanossatélites são ideais para a realização de experimentos simples e possuem um custo
relativamente baixo, já que a estrutura deles é montada a partir de componentes de prateleira. O
NanoSatC-Br1, por exemplo, custou R$ 800 mil, incluindo os gastos com o lançamento. Para se ter uma
ideia, um satélite da série Cbers, feito em parceria com a China para sensoriamento remoto, custa cerca
de US$ 270 milhões (quase R$ 600 milhões). A viagem tripulada ao espaço feita pelo astronauta
brasileiro Marcos Pontes, em 2006, custou US$ 10 milhões.
Há um número crescente hoje em dia de missões espaciais que utilizam como plataforma os
cubesats. A Nasa (agência espacial norte-americana), por exemplo, em novembro do ano passado,
colocou em órbita 29 satélites em uma única missão. O baixo custo faz com que os cubesats sejam
explorados por países como Argentina, Equador, Peru e a Colômbia, que entre os latinos tem o
nanossatélite mais antigo em operação.
No Brasil, o programa para construção de satélites de pequeno porte foi iniciado em 2003 por
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com apoio da Agência Espacial
Brasileira (AEB). Além do NanoSatC-BR1, a previsão é de que mais três minissatélites sejam lançados até
o final de 2014.

Missão do NanoSatC-BR1
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O NanoSatC-BR1 foi desenvolvido pelo INPE em parceria com a Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul, e apoio da AEB e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Em
Santa Maria (RS) e em São José dos Campos (SP) ficam as duas estações terrenas de rastreio e controle
de nanossatélites que irão monitorar o cubesat BR1 em órbita, rastreando e baixando os dados que o
satélite enviará do espaço.
Em sua estrutura, o nanossatélite brasileiro carrega uma placa com três cargas úteis. Uma delas
traz o magnômetro, um sensor que irá estudar o campo magnético terrestre e sua interação com a
radiação ionizante proveniente do Sol e das estrelas. O objetivo é analisar o fenômeno conhecido como
Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Sama, em inglês), sobre a região costeira sul do Brasil.
Segundo os pesquisadores, o Sama provoca uma falha na magnetosfera terrestre que permite
que a radiação ionizante espacial chegue mais perto da superfície. O resultado disso é o aumento da
presença de partículas de alta energia, o que pode afetar as comunicações, os sinais de satélites de
posicionamento global (GPS), as redes de distribuição de energia e até causar falhas em equipamentos
eletrônicos. Enviar informações sobre esse distúrbio, suas causas e efeitos mais concretos é a principal
missão do NanoSatC-BR1.

Outros nanossatélites brasileiros

Com expectativa de lançamento para 2015, o NanoSatC-BR2 está em fase de finalização, tem o
dobro do tamanho do primeiro e maior capacidade de carga útil. Os outros três nanossatélites
brasileiros com previsão de lançamento para 2014 (AESP-14, Serpens e o CanSat Tancredo-1) deverão
ser lançados da ISS, plataforma espacial que fica em órbita a uma altura de 370 quilômetros. O
lançamento será feito por meio de um braço robótico operado pelo módulo espacial japonês Kibo.
Desses três, o Tancredo-1 tem uma peculiaridade: foi construído por estudantes do ensino
fundamental da escola municipal Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba, em São Paulo. O
nanossatélite pesa 750 gramas, tem cerca de 9 centímetros de diâmetro e 12 centímetros de altura,
com formato de cilindro.
Há ainda outros satélites de pequeno porte em construção no país, como o Itasat 1, projeto
conjunto entre o INPE e o ITA, que pesa cerca de 6 kg e mede 10 por 22,6 cm e 34 cm de altura, o
equivalente a seis unidades do cubesat BR1. A previsão de lançamento do Itasat 1 é para o segundo
semestre de 2015.
O Centro Regional do Nordeste (CRN) do Inpe, em Natal, no Rio Grande do Norte é um dos
parceiros desse projeto e foi o responsável por desenvolver o transponder utilizado pelo Itasat 1. O CRN
de Natal, além de responsável pelo sistema brasileiro de coleta de dados ambientais, também colabora
com o movimento de expansão dos cubesats brasileiros.
Desde o início de 2011, pesquisadores de lá trabalham no projeto Conasat. Trata-se de uma
constelação de seis nanossatélites para coleta de dados ambientais, em que cada um deles é um cubo
com aresta de 20 centímetros e 8 quilos de peso. O projeto tem como objetivo garantir a continuidade
da coleta de dados ambientais, já que dos dois satélites do Inpe em operação atualmente, o SCD1 e 2,
apenas está suprindo essa demanda.

EIXO – ENERGIA

Os problemas e as oportunidades energéticas no Brasil

O Brasil ocupa a sétima posição mundial como maior consumidor de energia, de acordo com
relatório do Banco Mundial. Este ranking apresenta a China na primeira posição, seguida dos Estados
Unidos, Rússia, Índia, Japão e Alemanha. A posição ocupada pelo nosso país pode parecer razoável, se
considerarmos que somos a sétima maior economia do mundo. Porém, se compararmos com o
consumo médio de um cidadão norte-americano, nossa perspectiva de crescimento de consumo ainda é
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muito grande. Hoje, um cidadão americano consome, por ano, cerca de cinco vezes mais energia que
um brasileiro – e quatro vezes mais que um chinês. Essa análise nos permite concluir que o crescimento
da demanda por energia de países como os Brics tende a aumentar consideravelmente. O mesmo
relatório também nos alerta que, em pleno século 21, cerca de 1,2 bilhão de pessoas no mundo não têm
acesso à eletricidade, e outros 2,8 bilhões de pessoas ainda utilizam madeira ou outros tipos de
biomassa para cozinhar e aquecer suas casas.
Segundo o Balanço Energético Nacional (2013), o consumo de energia no Brasil cresceu quatro
vezes mais que o PIB. Fatores como aumento da população, do número de veículos por habitante e da
renda per capita estão mudando o perfil de consumo brasileiro em um ritmo que não consegue ser
acompanhado pela capacidade de produção e distribuição de energia. A energia produzida pelas usinas
hidrelétricas está sendo afetada pela sazonalidade e, para compensar, a utilização de usinas
termelétricas tem aumentado – o que impactou diretamente o custo da energia. Para atender essa
urgência, o país necessita utilizar novas fontes de energia, melhorar a distribuição e racionalizar o uso.
Fontes alternativas de energia, como a eólica, solar e biomassa, já estão sendo exploradas. Tanto por
empresas estatais e grandes produtoras de energia, como empresas de outros setores. Indústrias
automobilísticas, tradicionalmente apenas consumidores de energia, já estão instalando suas próprias
usinas eólicas para garantir segurança e economia no suprimento de energia.
Esse cenário de falta de recursos e necessidade de crescimento faz com que o mercado esteja
excepcionalmente aquecido, com alto volume de investimentos. O Brasil precisa de novas fontes de
energia, novas usinas para produção, melhorias na estrutura de distribuição e, principalmente, de
profissionais capacitados para atuar com os diversos tipos de energia. O engenheiro de energia é o
profissional responsável pelo planejamento da matriz energética brasileira; por pesquisar e desenvolver
novas fontes de energia, atua na otimização dos recursos energéticos, tornando-se um profissional
essencial para o desenvolvimento do país. Universidades no exterior formam esse profissional de
maneira consolidada há muitos anos. Já no Brasil, existem pouco mais de duas dezenas de cursos de
Engenharia de Energia.

A PRODUÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL - ESQUEMATIZADA

Principais fontes de energia

Energia hidráulica – é a mais utilizada no Brasil em função da grande quantidade de ri os em nosso


país. A água possui um potencial energético e quando represada ele aumenta. Numa usina
hidrelétrica existem turbinas que, na queda d`água, fazem funcionar um gerador elétrico,
produzindo energia. Embora a implantação de uma usina provoque impac tos ambientais, na fase
de construção da represa, esta é uma fonte considerada limpa.

Energia fóssil – formada a milhões de anos a partir do acúmulo de materiais orgânicos no subsolo.
A geração de energia a partir destas fontes costuma provocar poluição, e esta, contribui com o
aumento do efeito estufa e aquecimento global. Isto ocorre principalmente nos casos dos
derivados de petróleo (diesel e gasolina) e do carvão mineral. Já no caso do gás natural, o nível de
poluentes é bem menor.

Energia solar – ainda pouco explorada no mundo, em função do custo elevado de implantação, é
uma fonte limpa, ou seja, não gera poluição nem impactos ambientais. A radiação solar é captada
e transformada para gerar calor ou eletricidade.

Energia de Biomassa- é a energia gerada a partir da decomposição, em curto prazo, de materiais


orgânicos (esterco, restos de alimentos, resíduos agrícolas). O gás metano produzido é usado para
gerar energia.

Energia eólica – gerada a partir do vento. Grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo
que, os movimentos delas geram energia elétrica. È uma fonte limpa e inesgotável, porém, ainda
pouco utilizada.

Energia nuclear – o urânio é um elemento químico que possui muita energia. Quando o núcleo é
desintegrado, uma enorme quantidade de energia é liberada. Asusinas nucleares aproveitam esta
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Concurso para o Magistério do Maranhão
energia para gerar eletricidade. Embora não produza poluentes, a quantidade de lixo nuclear é um
ponto negativo.Os acidentes em usinas nucleares, embora raros, representam um grande perigo.

Energia geotérmica – nas camadas profundas da crosta terrestre existe um alto nível de calor. Em
algumas regiões, a temperatura pode superar 5.000°C. As usinas podem utilizar este calor para
acionar turbinas elétricas e gerar energia. Ainda é pouco utilizada.

Energia gravitacional – gerada a partir do movimento das águas oceânicas nas marés. Possui um
custo elevado de implantação e, por isso, é pouco utilizada. Especialistas em energia afirmam que,
no futuro, esta, será uma das principais fontes de energia do planeta.

Consumo de energia

A estrutura geológica do Brasil é privilegiada em comparação com outros países. O potencial


hidrelétrico brasileiro é elevado, as possibilidades de obtenção de energia usando a biomassa como
parte primária são enormes e a produção do petróleo e gás natural vem aumentando gradualmente.
Para atingir a auto-suficiência energética no Brasil, são necessários investimentos na produção, ale de
modernização do sistema de transportes e da produção industrial, visando a diminuição de consumo
nesses setores. As condições naturais são privilegiadas, mas o que falta é uma política energética com
planejamento e execução adequados.

A Biomassa

Biomassa é um termo utilizado para designar uma série de materiais orgânicos como árvores,
plantas, resíduos agrícolas que podem ser queimados diretamente ou transformados em outros
elementos capazes de serem utilizados como combustíveis, como o etanol, metanol, biogás, carvão
vegetal, óleos, etc...

Vantagens
- quando produzida de maneira sustentável, ela é neutra do ponto de vista de emissão de carbono, não
contribuindo para o efeito estufa;
- Baixo custo de aquisição;
- Não emite dióxido de enxofre;
- as cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as provenientes de combustíveis fósseis;
- menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos);
- menor risco ambiental;
- recurso renovável

Desvantagens
- ela é pouco densa, isso significa que necessitamos de muita biomassa para poder extrair a mesma
quantidade de energia que um litro de gasolina, por exemplo;
- os custos dos transportes afetam enormemente a competitividade desse energético, impondo assim
mais uma desvantagem frente as fontes convencionais para a produção de eletricidade;
- Maior possibilidade de geração de material particulado para a atmosfera. Isto significa maior custo de
investimento para a caldeira e os equipamentos para remoção de material particulado;
- Dificuldades no estoque e armazenamento.

Petróleo

Em 1938, foi perfurado o primeiro poço de petróleo em território nacional. Foi no município de
Lobato, na bacia do Recôncavo Baiano, que a cidade de Salvador. Com a criação do CNP (Conselho de
Petróleo) o governo passou a planejar, organizar e finalizar o setor petrolífero.
Em 1953, Getulio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal na extração,
transporte e refino de petróleo no Brasil; monopólio exercido em 1995. Com a crise do petróleo, em
1973, houve a necessidade de se aumentar a produção interna para diminuir o petróleo importado, mas
a Petrobrás não tinha capacidade de investimento.
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O governo brasileiro, diante dessa realidade, autorizou a extração por parte de grupos privados,
através da lei dos contratos de risco. Se uma empresa encontrasse petróleo, os investimentos feitos
seriam reembolsados e ela se tornaria sócia da Petrobrás naquela área. Caso a procura resultasse em
nada, a empresa arcaria sozinha com os prejuízos da prospecção, por isso o nome contratado de risco.
Foram feitos dez contratos com empresas nacionais e estrangeiras, mas nenhuma achou
petróleo. Desde 1988, com promulgação da última Constituição, esses contratos estão proibidos, o que
significa a volta do monopólio de extração da Petrobrás.
Em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobrás na extração, transporte, refino e importação
de petróleo e seus derivados. O estado pode contratar empresas privadas ou estatais que queriam atuar
no setor.
Possuindo treze refinarias, onze delas pertencendo a União, o Brasil é auto-suficiente no setor,
precisando importar pequenas quantidades que não são produzidas internamente. O petróleo sempre é
refinado junto aos centros, ou seja, próximo aos grandes centros consumidores, isso ajuda a diminuir os
gastos com transportes.
O consumo interno vem diminuindo desde 1979, com o segundo choque mundial. O governo
passou a incentivar industrias que substituíssem esse combustível por energia elétrica.
Em 1973, o Brasil produzia apenas 14% do petróleo que consumia, o que nos colocava nessa
posição bastante frágil e tornava a nossa economia muito suscetível as oscilações externas no preço do
barril do petróleo. Já em 1999, o país produzia aproximadamente 62% das necessidades nacionais de
consumo.
Essa diminuição da dependência externa, relaciona-se a descoberta de uma importante bacia
petrolífera em alto-mar, na plataforma continental de Campos, litoral norte do estado do Rio de janeiro.
Essa bacia é responsável por mais de 65% da população nacional de petróleo.
Ainda na plataforma continental, destaca-se nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, que
juntos são responsáveis por cerca de 14% da produção do petróleo bruto. No continente a área mais
importante é Massoró, seguida do Recôncavo baiano.
Mais da metade do petróleo consumido no Brasil é gasto no setor de transporte, cujo modelo
de desenvolvimento é o rodoviarismo. Essa opção é a que mais consome energia no transporte de
mercadorias e pessoas pelo território. Por isso há uma necessidade de o país investir nos transportes
ferroviários e hidroviários para diminuir custos e o consumo de uma fonte não-renovável de energia.

Carvão Mineral

Embora existam jazidas de carvão mineral em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Piauí,
Maranhão, Pará, Amazonas e Acre, elas são muito pequenas e poço espessas. Apenas em Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná as camadas de carvão apresentam viabilidade econômica para
exploração.
No Rio Grande do Sul, encontra-se a jazida de Candiota, a maior do país, porém seu carvão é de
baixa qualidade, por isso, não compensa beneficiá-lo e transportá-lo para maiores distâncias, seu uso
restringe somente ao estado.
Basicamente, o carvão produzido no Brasil é utilizado para abastecer industriais termoelétricas
da região próxima.

Energia Termoelétrica

O Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possuem usinas termelétricas devido a disponibilidade de
carvão mineral, tornando básicos os gastos com transportes. Há usinas termelétricas também, em São
Paulo, por apresentar duas vantagens: o custo de instalação de uma usina termelétrica é bem menor do
que de uma hidrelétrica, e a localização de uma usina hidrelétrica é determinada pela topografia do
terreno, enquanto uma termelétrica pode ser instalada em locais mais convenientes.
Atualmente, no estado de São Paulo, muitas usinas de açúcar e álcool estão usando a queima
de bagaço da cana-de-açúcar como fonte primaria para a produção de energia e tornaram-se auto-
suficientes. (biomassa).

Energia Hidroelétrica
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
O maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil encontra-se na bacia do rio Paraná. Essa bacia
drena a região onde se iniciou efetivamente o processo de industrialização brasileiro e que por isso
conseguiu receber mais recursos investidos em infra-estrutura. Mas, o maior potencial disponível do
país está nos afluente do rio Amazonas, na região norte, onde a básico adensamento de ocupação
humana e econômica não atraiu investimentos.
Durante a década de 70 e inicio da década de 80, foi dado um grande impulso ao setor. A partir
dos dois choques do petróleo de 1973 e 1979, a produção de energia elétrica passou a receber grandes
investimentos, por se tratar de fonte alternativa ao petróleo. Apolítica governamental estabeleceu
como prioridade a construção de grandes usinas.(ITAIPU, no rio Paraná- região Centro-Sul))

Quando analisamos seus aspectos técnicos essas obras são polemicas e questionáveis. Usinas
com grande potencial exigem a construção de uma enorme represa, que causa sérios danos ambientais,
além de exigir a instalação de uma extensa, sofisticada e caríssima rede de transmissão de energia, que
chega a estender-se por um raio de mais de 2 mil quilômetros.
A construção de pequenas e medias usinas ao longo da área atendida pelos grandes projetos de
extensão mineral e siderúrgicas causaria um impacto ambiental menor e diminuiriam as perdas na
transmissão da energia.

Energia Nuclear

A decisão da implementação de uma usina termonuclear no Brasil aconteceu de fato em 1969,


quando foi delegado a Furnas Centrais Elétricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina
nuclear. É muito fácil concluir que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a
energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objetivos
não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. Estávamos vivendo dentro de um regime de
governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não
só submarinos nucleares mas armas atômicas. O Programa Nuclear Paralelo, somente divulgado alguns
anos mais tarde, deixou bem claro as intenções do país em dominar o ciclo do combustível nuclear,
tecnologia esta somente do conhecimento de poucos países no mundo.
Em junho de 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento
quando o Governo Federal decidiu ampliar o projeto, autorizando Furnas a construir a segunda usina.
Mais tarde, no dia 27 de junho de 1975, com a justificativa de que o Brasil já apontava escassez
de energia elétrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroelétrico
já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de
Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e obteria toda a tecnologia
necessária ao seu desenvolvimento nesse setor.
Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atômicas
e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à "Era Nuclear Brasileira".
Angra 1 encontra-se em operação desde 1982 e fornece ao sistema elétrico brasileiro uma
potência de 657 MW. Angra 2, após longos períodos de paralização nas obras, inicia sua geração
entregando ao sistema elétrico mais 1300 MW, o dobro de Angra 1.
A Central Nuclear de Angra, agora com duas unidades, está pronta para receber sua terceira
unidade. Em função do acordo firmado com a Alemanha, boa parte dos equipamentos desta usina já
estão comprados e estocados no canteiro da Central, com as unidades 1 e 2 existentes, praticamente
toda a infraestrutura necessária para montar Angra 3 já existe, tais como pessoal treinado e qualificado
para as áreas de engenharia, construção e operação, bem como toda a infraestrutura de canteiro e
sistemas auxiliares externos. Desta maneira, a construção de Angra 3 é somente uma questão de tempo.

O Álcool

O álcool é uma fonte renovável de energia e sua queima em motores a explosão é menos
poluentes, se comparada com a queima dos derivados do petróleo.
Em 1975, o Brasil criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), com a intenção de substituir
o petróleo por outras fontes de energia. Tratou-se de um programa bem custoso aos cofres públicos,
que só se estruturou e continua existindo a custa de enormes subsídios. A partir de 1989, quando o
governo diminuiu os subsídios para a produção e consumo do álcool, o setor entrou em crise e o país
passou a importar o combustível da Europa.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
No interesse de enfrentar a crise do petróleo, foram dados empréstimos a juros subsidiados
aos maiores produtoras de cana-de-açúcar, para que construíssem usinas de grande porte para a
produção de álcool.
Em função do Proálcool, as alterações ocorridas no campo para que alguns cidadões
circulassem com carros a álcool foram desastrosas. Por não estabelecer preço mínimo para a tonelada
cana-de-açúcar até 1989, o governo praticamente abandonou os pequenos e médios produtores as
mãos da ganância dos grandes usineiros. O governo não compra cana apenas álcool produzido nas
usinas. Os donos das usinas costumavam pagar um preço muito baixo pela cana-de-açúcar, levando
milhares de pequenos e médios proprietários a falência, obrigando-os a vender suas terras.
Essa dinâmica provocou o aumento do mínimo de trabalhadores diaristas, incentivo maior a
monocultura e êxodo rural.
O programa foi implantado, em escala nacional, em uma época em que sua produção e
consumo apresentam custos maiores que os verificados pela gasolina, por isso a necessidade de
subsídios do governo.
Atualmente, após o desenvolvimento tecnológico obtido no setor, o álcool tornou-se
economicamente viável, pelo menos se for consumida próxima a região produtora. Mas, seu consumo
está espalhado por todo o Brasil, e seu transporte é feito em caminhões movidos a diesel, analisar a sua
totalidade, causa enormes prejuízos aos cofres públicos.
Desde 2002 a indústria automobilística passou a produzir carros bicombustíveis (álcool e
gasolina), o que está contribuindo para o aumento do consumo de álcool.

Concluímos que:

- A estrutura geológica do Brasil é privilegiada em comparação com outros países.


- O potencial hidrelétrico brasileiro é elevado.
- As possibilidades de obtenção de energia usando a biomassa como fonte primária são enormes;
- A produção do petróleo e gás natural vem aumentando gradualmente.
Para atingir a auto-suficiência energética no Brasil, são necessários: investimentos na produção,
modernização do sistema de transportes e da produção industrial, visando a diminuição de consumo
nesses setores, planejamento e execução adequados de políticas energéticas

EIXO – MEIO AMBIENTE


Responsabilidade ambiental

Conceito

Inicialmente, vale salientar que responsabilidade ambiental não pode ser confundida com
responsabilidade civil, como vem ocorrendo, haja vista que para que efetivamente haja proteção ao
meio ambiente, não se pode permitir que primeiro aconteçam os impactos para depois, fixar a
condenação indenizatória em dinheiro.
Por conseguinte, percebe-se que responsabilidade ambiental não possui o mesmo significado
para todos, uma vez que para alguns representa a idéia de obrigação, já para outros significa um
comportamento ético, de maneira socialmente consciente.
Na verdade, este conceito diz respeito à necessidade de revisar os métodos de produção de
forma que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, e sim ponderando os impactos
sociais e ambientais consequentes da atuação administrativa das empresas.

Histórico

A partir da Revolução Industrial, no final do século XIX, a utilização de materiais, dosrecursos


naturais e a emissão de gases poluentes foram desenfreados. Por outro lado, no início do século XX
alguns estudiosos e observadores já se preocupavam com a velocidade da destruição dos recursos
naturais e com a quantidade de lixo que a humanidade estava produzindo.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Todavia, o movimento ambientalista iniciou-se na década de 1920, chegando ao ápice da luta
ambiental por volta dos anos 70, quando organizações não governamentais ganharam força e influência
no mundo, e tornou-se obrigatório na vida de cada cidadão no momento atual.
Observe-se abaixo a evolução histórico-cronológica do conceito de Responsabilidade Ambiental:

 1929- Constituição de Weimar (Alemanha) – Função Social da Propriedade;


 1960- Movimentos pela Responsabilidade Social (EUA);
 1971- Encontro de Founex (Suíça)
 1972- Conferência de Estolcomo;
 1972- ONU – resolução 1721 do Conselho Econômico e Social – estudos sobre o papel
das grandes empresas nas relações internacionais;
 1973- PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Genebra);
 1992- ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento) – Criação do Projeto Agenda 21;
 1997- Protocolo de Quioto (Japão);
 1999- Criação do Selo “Empresa Cidadã”;
 1999- 1ª Conferência Internacional do Instituto Ethos;
 2000- ONU e o Pacto Global;
 2009 – Conferência sobre mudanças climáticas (Copenhague).

Objetivos
O principal objetivo é de utilizar os recursos naturais, da melhor maneira possível, reduzindo ou
evitando possíveis riscos e danos, sem redução nos lucros, promovendo o chamado desenvolvimento
auto-sustentável do planeta, das empresas e das pessoas em geral.
Para tanto, podemos citar como exemplos de programas e projetos de Responsabilidade
Socioambiental: inclusão social, inclusão digital, programas de alfabetização, ou seja, assistencialismo
social, coleta de lixo, reciclagem, programas de coleta de esgotos e dejetos, reflorestamento, etc.
Por fim, vale salientar que o êxito deste conceito depende da conscientização, ou seja:
consciência + ação, de toda a sociedade, e principalmente, investindo em educação das crianças que são
o futuro de nosso planeta e da espécie humana.

Desenvolvimento sustentável

Desenvolvimento sustentável significa obter crescimento econômico necessário, garantindo a


preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social para o presente e gerações futuras.

Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que haja uma
harmonização entre o desenvolvimento econômico, a preservação do meio ambiente, a justiça social
(acesso a serviços públicos de qualidade), a qualidade de vida e o uso racional dos recursos da natureza
(principalmente a água).

Sugestões para o desenvolvimento sustentável:

- Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico, vidro, ferro,
borracha e etc.
- Coleta seletiva de lixo.
- Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios, lagos,
córregos e mares.
- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em locais especializados.
Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;
- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica, solar e
geotérmica.
- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas feitas de papel.
- Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a água.
- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por
biocombustíveis.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
- Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo.
- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos
(metrô).
- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas como meio
de transporte eficiente e seguro.
- Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas).
- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas.
- Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais.
- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos.
- Manutenção e preservação dos ecossistemas.
- Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.
- Respeito às leis trabalhistas.
- Não utilização de mão-de-obra infantil e trabalho escravo.
- Uso da Gestão Ambiental nas indústrias, empresas prestadoras de serviços e órgãos públicos.
- Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado verde.

Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga estabelecer o equilíbrio
entre o desenvolvimento econômico e a manutenção do meio ambiente. Desenvolvimento sustentável
é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para que possamos atingir este importante
objetivo.

Desenvolvimento Sustentável no Brasil

No Brasil, assim como nos outros países emergentes, a questão do desenvolvimento sustentável
tem caminhado de forma lenta. Embora haja um despertar da consciência ambiental no país, muitas
empresas ainda buscam somente o lucro, deixando de lado as questões ambientais e sociais. Ainda é
grande no Brasil o desmatamento de florestas e uso de combustíveis fósseis. Embora a reciclagem do
lixo tenha aumentado nos últimos anos, ainda é muito comum a existência de lixões ao ar livre. A
poluição do ar, de rios e solo ainda são problemas ambientais comuns em nosso país.

IDS (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável)

Desenvolvido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2002, tem como
objetivo estabelecer comparações entre regiões do Brasil e com outros países, no tocante ao
desenvolvimento sustentável. São utilizados dados econômicos, sociais, institucionais e ambientais. O
último IDS, apresentado pelo IBGE em 2012, mostrou avanços nos últimos anos no tocante ao
desenvolvimento sustentável no país. Porém, ainda estamos muito atrás com relação ao que tem sido
feito nos países mais desenvolvidos.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e
contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos
principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos
sólidos.
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos
de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da
reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou
reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes,
importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos
sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de
planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal;
além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que
concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e
reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas d o Plano
Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em
2015.

Desastre em Mariana
G1 (Globo – Minas)

O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-
australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em
Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (5).
Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e
Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu.
O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, que tem equipes no local, confirmou uma morte e 15
desaparecidos até o momento. A vítima seria um homem que teve um mal súbito quando houve o
rompimento. A identidade dele ainda não foi divulgada.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos
de Mariana (Metabase), Valério Vieira dos Santos, afirma que entre 15 e 16 pessoas teriam morrido e 45 estão
desaparecidas, mas ainda não há números oficiais de vítimas.
Um dos sobreviventes da tragédia, Andrew Oliveira, que trabalha como sinaleiro na empresa Integral,
uma terceirizada da Samarco, disse que, na hora do almoço, houve “um abalo”, mas os empregados
continuaram trabalhando normalmente.
(...)

Folha de São Paulo

(...)
As toneladas de lama que vazaram no rompimento há dez dias de duas barragens da empresa
Samarco em Mariana (MG) são protagonistas do maior desastre ambiental provocado pela indústria da
mineração brasileira –a Samarco é empresa fruto da sociedade entre a Vale e a anglo-australiana BHP
Billiton.
Sessenta bilhões de litros de rejeitos de mineração de ferro –o equivalente a 24 mil piscinas
olímpicas– foram despejados ao longo de mais de 500 km na bacia do rio Doce, a quinta maior do país.
Segundo ecólogos, geofísicos e gestores ambientais, pode levar décadas, ou mesmo séculos, para
que os prejuízos ambientais sejam revertidos.
Destruídos pelo tsunami marrom, que deixou ao menos sete mortos e 15 desaparecidos, os
distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo devem se transformar em desertos de lama.
"Esse resíduo de mineração é infértil porque não tem matéria orgânica. Nada nasce ali. É como
plantar na areia da praia de Copacabana", diz Maurício Ehrlich, professor de geotecnia da Coppe-UFRJ
(centro de pesquisa em engenharia da Federal do Rio).
"Nada se constrói ali também porque é um material mole, que não oferece resistência. Vai virar
um deserto de lama, que demorará dezenas de anos para secar", diz.
Segundo ele, a reconstituição do solo pode levar "até centenas de anos, que é a escala geológica
para a formação de um novo solo".

RIO DOCE

Transformado em uma correnteza espessa de terra e areia, o rio Doce não pode ter sua água
captada. O abastecimento foi suspenso, e cerca de 500 mil pessoas estão com as torneiras secas.
Especialistas que conhecem a região descrevem o cenário como "assustador".
Para Marcus Vinicius Polignano, presidente do Comitê de Bacia do rio das Velhas e professor da
UFMG (Federal de Minas Gerais), um dos mais graves efeitos do despejo do rejeito nas águas é o
assoreamento de rios e riachos, que ficam mais rasos e têm seus cursos alterados pelo aumento do
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
volume de sedimentos, no caso, de lama. "É algo irreversível. Fala-se em remediação mas, no caso da
lama nos rios, não existe isso. Não tem como retirá-la de lá."
Enquanto está em suspensão no rio, a lama impede a entrada de luz solar e a oxigenação da
água, além de alterar seu pH, o que sufoca peixes e outros animais aquáticos. A força da lama ainda
arrastou a mata ciliar, que tem função ecológica de dar proteção ao rio.
"A perda da biodiversidade pode demorar décadas para ser reestabelecida. E isso ainda vai
depender de programas montados para esse fim", diz Ricardo Coelho, ecólogo da UFMG. "Existe ainda a
possibilidade de espécies endêmicas [que existem só naquela região] serem extintas."
"Há espécies animais e vegetais ali que podemos considerar extintas a partir de hoje", diz o
biólogo e pesquisador André Ruschi, diretor de uma das mais antigas instituições de pesquisa ambiental
no país, a Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi.
Ele chama a atenção para o fato de que o rompimento das barragens coincidiu com o período de
reprodução de várias espécies de peixes. "É o maior desastre ambiental da história do país", avalia.
Mariana entra para a história como uma "ferida aberta", diz Polignano. "É a prova de que nossa
gestão ambiental está falida."

DANO BILIONÁRIO

A Samarco, empresa fruto de sociedade entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton,


responsável pela exploração de minério de ferro nas barragens de Fundão e Santarém, no município de
Mariana (MG), já foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões pelos danos ambientais causados pelo
desastre.
Na última sexta-feira, dia 13, a Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 300 milhões
na conta da Samarco. A decisão liminar decorre de ação civil pública do Ministério Público Estadual, que
listou mais de 500 desabrigados pelo rompimento das barragens. O valor deve ser revertido para
reparação dos danos às vítimas.
Ainda assim, segundo estimativa de Alessandra Magrini, professora de planejamento energético
e ambiental da Coppe-UFRJ e especialista no cálculo de prejuízos em desastres ambientais, os danos
causados pelo desastre de Mariana "serão da ordem de bilhões".
"É preciso contabilizar a produção sacrificada, ou seja, pesca, criações, plantações e outras
atividades econômicas perdidas, mas também os danos aos recursos naturais, à fauna e à flora e às
funções ambientais que eles exercem", declara.
Magrini foi uma das responsáveis pelo cálculo da indenização do acidente que despejou 1,3
milhão de litros de óleo pela Petrobras na baía de Guanabara em 2000. À época, a reparação foi avaliada
em cerca de R$ 350 milhões.
Segundo ela, "recursos naturais são de valoração pouco trivial". "Quanto custa a perda de uma
espécie, de um rio ou de um manguezal?"
Ela destaca o acordo feito há menos de dez dias entre EUA e a petroleira BP, responsável pelo
vazamento de óleo no Golfo do México: US$ 20 bilhões (R$ 76,7 bilhões).
"Para se chegar a este valor, são necessários estudos do impacto do desastre que levem em
conta não só a extensão do dano no espaço mas também o prejuízo ao longo do tempo", diz. "Isso
deveria ser feito no caso de Mariana", avalia.

DESOVA DE TARTARUGAS

Desde o dia 5, quando as barragens romperam, toneladas de lama tomaram o rio Doce em
direção a sua foz, no litoral do Espírito Santo.
O movimento vem sendo monitorado pelo Serviço Geológico do Brasil, órgão do governo federal,
e a lama está prevista para chegar à cidade de Linhares (ES) na próxima terça-feira, dia 17.
Essa zona costeira é área de desova da tartaruga-de-couro, espécie que mede até 170
centímetros de comprimento e que está ameaçada de extinção. O mês de novembro corresponde
justamente ao pico da desova da espécie.
Biólogos do Projeto Tamar efetuaram a retirada de alguns ninhos do local. Técnicos do Ibama
também desenvolvem ações nos trechos do rio ainda não atingidos pelo rejeito. Segundo o órgão, o
resgate de peixes vivos e sadios e sua preservação em tanques é das ações mais importantes agora.

TÓXICO OU ATÓXICO?
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão

O rejeito de mineração de ferro, segundo especialistas, é composto por terra, areia, água e
resíduos de ferro, alumínio e manganês.
Apesar de a composição não ser considerada tóxica para humanos, a lama funciona como uma
"esponja" e arrasta para dentro do rio outros poluentes. Essa é uma das explicações possíveis para os
altos níveis de mercúrio encontrados em amostras de água coletadas em Governador Valadares (MG).
"Elementos como mercúrio têm efeito cumulativo. Uma vez ingeridos, vão passando de um ser
vivo a outro na cadeia alimentar, concentrando-se cada vez mais", explica o biólogo André Ruschi.
A contaminação dos organismos por determinados tipos de metais e outros poluentes pode
demorar para aparecer. "Mas esse impacto pode permanecer durante anos em todo o rio Doce",
completa o biólogo da UFMG Ricardo Coelho.
Para Denis Bessa, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Poluição Aquática da Unesp, "a
esperança é que os riachos que deságuam no rio Doce tenham muitas espécies de forma que possam
repovoar toda a extensão do rio atingida pela lama".

O desastre em Mariana por Professor Wilson Figueiredo Jardim (Unicamp)

O rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco ocorrido em 05/11 pode


ser considerado o maior desastre ambiental já causado pelo homem no Brasil. Um número
relativamente pequeno de vítimas frente à dimensão do evento, seguido por uma comoção mundial
frente aos atentados terroristas em Paris que ocorreram na semana seguinte serviram para desviar as
atenções do problema brasileiro. Similar ao que ocorreu quando do assassinato do então prefeito
Toninho de Campinas, morto um dia antes do ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque , cuja atenção
mundial acabou sombreando a morte do ex-prefeito.
No entanto, o evento de Mariana serviu para mostrar a negligência e a inoperância dos órgãos
governamentares frente aos eventos desta natureza. Mesmo para quem não tem formação técnica, um
simples passeio pela região mineradora e siderúrgica de Minas Gerais mostra a degradação ambiental
em todas suas formas: uma forte contaminação atmosférica associada a um passivo ambiental visível
nos solos e águas, onde a fiscalização pelos órgãos governamentais (DNPM e FEAM) fica muito aquém
do esperado. Nestas regiões a riqueza é para poucos, enquanto que a degradação ambiental é
democratizada. Se as Normas Reguladoras da Mineração estivessem sendo seguidas na sua totalidade
pela Samarco, este evento não deveria ter ocorrido.
Quando o mar de lama desceu como uma avalanche para atingir o rio Doce, levando tudo no seu
caminho, o governo descobriu que não sabia como agir, e começou o festival de barbaridades que não
deve terminar tão cedo. Ibama, Ministério Público Federal e Estadual, agências ambientais estaduais,
concessionárias de água, aventureiros, cada um falando sua linguagem própria. Afinal, qual era mesmo
o material contaminante?
A primeira ação conjunta que se esperava do governo era a identificação rápida e precisa do
material que jorrou da barragem. Granulometria, densidade, composição química, potencial de
lixiviação de intoxicantes, dentre outros para só assim poder avaliar os possíveis impactos para a saúde
humana e a biota. Como isso não foi feito, surgiram especulações sobre a toxicidade, o arsênio se
tornou metal (é um metalóide), o material particulado se tornou solúvel, e assim o mar de lama invadiu
também o bom senso. Isso mostra a inoperância do governo, incapaz de colocar um único interlocutor
para coordenar as ações remediativas. Interessante é que tanto na UFMG (Universidade Federal de
Minas Gerais) como na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) há uma série de dissertações e teses
que mostram a caracterização e reuso desta lama. Mas parece que a desinformação é mais interessante
do que a informação.
O ápice do festival de barbaridades técnicas foi o uso de bóias de contenção de material flotante
(principalmente óleos e borras de derrame de petróleo) para conter o material particulado que
compõem o rejeito, o qual tem um diâmetro médio de 10 µm, e evitar sua dispersão no mar. Só faltou
alguém sugerir o uso de um grande macaco hidráulico para levantar a foz do rio Doce e fazer o rio correr
para a cabeceira. Humor à parte, o desencontro é tão grande que não seria possível descartar esta
eventualidade.
O material mais fino que compõe a lama de rejeitos irá se dispersar com o tempo ao longo do rio
e no mar, causando um impacto transiente que já mostrou sua força. O fato é que temos agora um
passivo ambiental residente de grandes proporções para tratar, visando restaurar ao máximo suas
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
condições pré-acidente. A lama, contendo uma parcela apreciável de sílica, devastou as matas ciliares e
ali se depositou, pelo menos em pontos mais próximos à barragem, e deve impedir a recomposição
destas matas se não for removida ou recoberta com solo fértil. O leito do rio Doce recebeu uma
quantidade de rejeito que deve atuar como se fosse um selo físico, impedindo trocas na interface
água/sedimento, processo esse de vital importância para a saúde do sistema aquático.
A recuperação desta bacia é processo de longo prazo, e somente terá sucesso se houver um
plano de ação coeso, envolvendo vários atores que trabalhem num projeto factível, integrado,
multidisciplinar, usando ao máximo todo o conhecimento que já está disponível visando o sucesso desta
remediação. E por favor, esqueçam as técnicas mirabolantes e pirotécnicas, e concentrem-se na
fiscalização efetiva e na prevenção.

EIXO – SEGURANÇA
Política de Segurança Pública no Brasil

O sistema político, surgido na modernidade, e que predomina nos governos contemporâneos,


demonstra que o papel das organizações políticas, primordialmente o do Estado, tem sido reestruturado
para atender ao movimento dinâmico da sociedade. Demonstra, também, a consolidação do processo
civilizacional, em curso neste século 21, que impõe a necessidade de segurança como garantia do
exercício da cidadania.
A segurança da sociedade surge como o principal requisito à garantia de direitos e ao
cumprimento de deveres, estabelecidos nos ordenamentos jurídicos. A segurança pública é considerada
uma demanda social que necessita de estruturas estatais e demais organizações da sociedade para ser
efetivada. Às instituições ou órgãos estatais, incumbidos de adotar ações voltadas para garantir a
segurança da sociedade, denomina-se sistema de segurança pública, tendo como eixo político
estratégico a política de segurança pública, ou seja, o conjunto de ações delineadas em planos e
programas e implementados como forma de garantir a segurança individual e coletiva.
O início deste século 21 tem sido marcado, principalmente, pelo processo de globalização
econômico-financeira, impelindo à redefinição do papel do Estado na gestão pública e na sua relação
com o mercado e com a sociedade. Nesse processo, a gestão da política de segurança pública, como
suporte para enfrentamento da violência e da criminalidade, representa um desafio tanto para o Estado
quanto para a sociedade.
A questão da segurança pública tem despertado o interesse de diversos estudiosos, da sociedade
e dos governos. Os instrumentos de enfrentamento da criminalidade e da violência têm sido
insuficientes para proporcionar a segurança individual e coletiva. No âmbito do processo de constituição
da política de segurança pública, são elaborados os mecanismos e as estratégias de enfrentamento da
violência e da criminalidade que afeta o meio social. A participação da sociedade por meio de suas
instituições representativas torna-se crucial para o delineamento de qualquer política pública. A
complexidade da questão implica na necessidade de efetiva participação social, como forma de
democratizar o aparelho estatal no sentido de garantia de uma segurança cidadã.

O Estado e a política de segurança pública no Brasil contemporâneo

O contexto contemporâneo, caracterizado pela globalização, principalmente no âmbito


econômico, tem provocado transformações na estrutura do Estado e redefinição de seu papel enquanto
organização política. Diferentemente da redução do papel do Estado no âmbito econômico e social, no
que se refere à segurança pública, tem ocorrido uma ampliação dos instrumentos de controle sobre a
sociedade. Por isso, não tardou para que no final do século 20, na sociedade de controle, com o
neoliberalismo, aparecesse uma terceira versão para os perigosos a serem confinados.
Na esfera do "Estado neoliberal", surge o "Estado penal", pela via de ações fortalecedoras do
controle dos processos de marginalização econômica e social:
Por Estado penalizador, os estudos e pesquisas procuram mostrar as dimensões atuais dos
efeitos da globalização nas segregações, confinamentos e extermínios de populações pobres, adulta,
juvenil e infantil.
Esse processo de "criminalização da pobreza e da miséria" está diretamente relacionado à
insegurança social gerada em toda parte pela dessocialização do trabalho assalariado, o recuo das
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
proteções coletivas e a 'mercantilização' das relações humanas. Portanto, a ascensão do "Estado penal"
decorre da deterioração das relações sociais de produção e da precarização das formas de trabalho,
impostas pelo "Estado neoliberal", implantado para atender aos ditames do mercado.
A "Constituição Cidadã", promulgada no Brasil em 1988, não culminou, concomitantemente, na
construção de uma política de segurança pública democrática por parte dos órgãos responsáveis,
estabelecidos no "Estado democrático de Direito". Por isso, as ações de "controle da ordem pública"
tornaram-se mais complexas na "ordem democrática" e a reorganização do aparelho estatal não
resultou na imediata participação social na construção da política de segurança pública, necessária ao
país.
Estado e sociedade devem exercer papéis cruciais na definição de estratégias políticas e de poder
que legitimam o processo pelo qual se desenvolve a política pública. Neste embate, os interesses e as
contradições, inerentes à dinâmica das relações entre governantes e governados, constituem o
fundamento da construção política.
Nas políticas sociais, a complexidade da política de segurança pública envolve diversas instâncias
governamentais e os três poderes da república. Cabe ao Poder Executivo o planejamento e a gestão de
políticas de segurança pública que visem à prevenção e à repressão da criminalidade e da violência e à
execução penal; ao Poder Judiciário cabe assegurar a tramitação processual e a aplicação da legislação
vigente; e compete ao Poder Legislativo estabelecer ordenamentos jurídicos, imprescindíveis ao
funcionamento adequado do sistema de justiça criminal.
O sistema de segurança pública brasileiro em vigor, desenvolvido a partir da Constituição Federal
de 1988, estabeleceu um compromisso legal com a segurança individual e coletiva. Entretanto, no Brasil,
em regra, as políticas de segurança pública têm servido apenas de paliativo a situações emergenciais,
sendo deslocadas da realidade social, desprovidas de perenidade, consistência e articulação horizontal e
setorial.

O Plano Nacional de Segurança Pública

O governo Fernando Henrique Cardoso, tendo em vista os desdobramentos da Conferência


Mundial de Direitos Humanos, ocorrida em Viena, em 1993, cria, em 1996, o Programa Nacional de
Direitos Humanos (PNDH), aperfeiçoando-o em 2000, com a instituição do II Programa Nacional de
Direitos Humanos, após a IV conferência Nacional de Direitos Humanos, ocorrida em 1999.
Demonstrando disposição em reorganizar o arranjo e a gestão da segurança pública, o Governo Federal,
cria, em 1995, no âmbito do Ministério da Justiça, a Secretaria de Planejamento de Ações Nacionais de
Segurança Pública (Seplanseg), transformando-a, no ano de 1998, em Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp), tendo como perspectiva atuar de forma articulada com os estados da federação para a
implementação da política nacional de segurança pública.
Efetivamente, a inovação tecnológica é fundamental para que os instrumentos utilizados por
parte dos operadores da segurança pública possam ser eficazes e eficientes. Neste aspecto, essa
proposta do PNSP pode ser considerada extremamente estratégica.
Evidentemente, os avanços foram extremamente tímidos frente à complexidade do problema da
segurança pública, tanto que o fenômeno da violência continuou assustando a população brasileira,
principalmente nos grandes centros, como têm demonstrado os índices oficiais de criminalidade,
diversos estudos e o cotidiano midiático.
As políticas públicas de segurança, justiça e penitenciárias não têm contido o crescimento dos
crimes, das graves violações dos direitos humanos e da violência em geral. A despeito das pressões
sociais e das mudanças estimuladas por investimentos promovidos pelos governos estaduais e federal,
em recursos materiais e humanos e na renovação das diretrizes institucionais que orientam as agências
responsáveis pelo controle da ordem pública, os resultados ainda parecem tímidos e pouco visíveis.

O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania

A política de segurança pública implantada pelo governo Lula surgiu em 2001, a partir da
elaboração, por parte da ONG Instituto da Cidadania, do Projeto de Segurança Pública para o Brasil, que
serviu de base para o programa de governo durante a disputa eleitoral em 2002. A ideia primordial era
reformar as instituições da segurança pública e implantar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)
para atuar de forma articulada, por meio de políticas preventivas, principalmente voltadas para a
juventude.
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Concurso para o Magistério do Maranhão
A política de segurança pública, consubstanciada a partir do processo de implantação do SUSP,
com o objetivo de controle e redução da violência e da criminalidade, estabeleceu o planejamento de
ações integradas por parte de órgãos da segurança pública sem, entretanto, considerar o sistema
prisional em seu contexto.
O Ministério da Justiça destaca como órgãos executivos da segurança pública as instituições
policiais inseridas no artigo 144 da Constituição Federal. Não define constitucionalmente a existência de
uma instituição policial civil como órgão incumbido de gerir o sistema prisional, o que acaba colocando-
o à margem do contexto da segurança pública, implicando assim, na fragmentação da política.
O Relatório de Gestão da Senasp, exercício de 2006, referente ao período de 2003 a 2006, comprova
esta realidade ao relacionar as ações para reestruturar e integrar as diversas organizações programadas
na implantação do SUSP:
Modernização Organizacional das Instituições do Sistema de Segurança Pública (Implantação da
Segurança Cidadã). Sistema Integrado de Formação e Valorização Profissional. Implantação e
Modernização de Estruturas Físicas de Unidades Funcionais de Segurança Pública. Apoio à Implantação
de Projetos de Prevenção da Violência. Implantação do Sistema Nacional de Gestão do Conhecimento e
de Informações Criminais. Reaparelhamento das Instituições de Segurança Pública. Apoio à Repressão
Qualificada. Força Nacional de Segurança Pública.
A definição da política de segurança pública como uma política de Estado, e não de governo,
demonstra que a participação da sociedade é essencial no processo político de formulação da política.
Pode-se considerar que os avanços teóricos na constituição da política são inegáveis, cabendo-nos,
então, aguardar os seus resultados práticos.
Entretanto, como se sabe, os princípios e diretrizes definidos na 1ª Conseg não garantem, de
imediato, a sua implementação. Caberá à sociedade acompanhar, reivindicar e fiscalizar as ações
político-administrativas, por meio de seus órgãos representativos, para que a questão não fique
somente no âmbito do debate. Portanto, a participação de representantes da sociedade civil, de
trabalhadores de todas as áreas, no processo de formatação da política de segurança pública, significa a
oportunidade de garanti-la e de torná-la controlada pela sociedade, em vez de apenas instrumento do
Estado.

EIXO - SEGURANÇA
Violência urbana: Homicídios no Brasil superam números de países em guerra

Na semana passada, uma adolescente de 15 anos foi assassinada por causa de um aparelho
celular em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. Ela foi mais uma vítima da onda de violência na
maior metrópole do país, que em apenas uma semana deixou pelo menos 50 mortos.
No mês de setembro, o crime de homicídio registrou um crescimento de 96% na capital, em
comparação com o mesmo período em 2011. É o maior índice em um único mês já registrado pelo
Estado.
O crescimento no número de homicídios acontece em meio a uma série de atentados contra
policiais militares, supostamente cometidos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Parte das mortes teria sido uma retaliação aos assassinatos de 88 policiais militares no Estado,
ocorridos desde janeiro. As execuções lembram métodos usados pelos esquadrões da morte nos anos
1960, durante a ditadura militar, em São Paulo e Rio de Janeiro. Nessa época, era registrado um
assassinato por dia na capital paulista.
Já no final dos anos 1990, período mais crítico, a taxa chegou a um homicídio por hora. O
governo paulista reagiu e conseguiu reduzir, entre 2009 e 2011, o índice de 35,27 mortes por 100 mil
habitantes para 9,9. Este ano, em uma nova crise na segurança pública, já foram registrados 63,5
homicídio por 100 mil habitantes.
A violência urbana tornou-se um problema social grave em todo o país a partir dos anos 1990.
Nessa época, a falta de planejamento urbano e o tráfico de drogas fizeram eclodir “guerras” nas
periferias das cidades. Houve também o que os especialistas em segurança pública chamam de
“interiorização da violência”, que é quando o crime “migra” das grandes para as pequenas cidades no
interior dos Estados.

Guerra
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Concurso para o Magistério do Maranhão

Segundo o Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, o número de assassinatos
no país passou de 13.910 em 1980 para 49.932 em 2010, correspondendo a um aumento de 259% ou o
equivalente ao crescimento de 4,4% ao ano. A taxa de homicídios que era de 11,7 para cada 100 mil
habitantes atingiu, no mesmo período, 26,2.
O número é superior a países em conflitos, como Iraque e Afeganistão, e comparado a nações
africanas e caribenhas com governos e instituições precárias e instáveis. Na América do Sul, somente
Venezuela (45,1) e a Colômbia (33,4) possuem taxas maiores. A Venezuela é assolada por uma crise
financeira e pela escassez de alimentos, enquanto a Colômbia vive conflitos com narcotraficantes das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
A ONU considera aceitável o índice de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
Nessa faixa estão países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, europeus e asiáticos. O Brasil,
porém, com mais do que o dobro desse patamar, se alinha às nações mais pobres da América Latina e
África.
Mas como a sexta maior economia do mundo, que não possui conflitos étnico-religiosos ou
políticos, enfrenta um problema tão grave?

Miséria

As causas do aumento da violência no Brasil são complexas e envolvem questões


socioeconômicas, demográficas, culturais e políticas. O assunto tem sido discutido, nos últimos anos,
por pesquisadores de diferentes áreas, incluindo a médica, pois os assassinatos estão entre as principais
causas de mortes de jovens no país.
A pobreza e a desigualdade social são comumente apontadas como fatores que estimulam a
violência e a criminalidade. De fato, jovens que vivem em comunidades carentes são aliciados por
traficantes e veem no crime uma opção de vida.
Porém, a redução dos índices de pobreza do país não foi acompanhada de semelhante queda nos
índices de criminalidade. Na última década, 40 milhões de brasileiros saíram da pobreza em razão da
estabilidade econômica e programas sociais. No mesmo período, de 2000 a 2009, a taxa de homicídios
permaneceu estável: 26 mortes por 100 mil habitantes, com reduções significativas apenas em São
Paulo e Rio de Janeiro.
Além de falhar nos fatores preventivos – fornecendo educação, moradia e emprego para famílias
carentes – o Estado também falha na repressão ao crime organizado. As polícias civil e militar no Brasil
são mal remuneradas e conhecidas pela corrupção e truculência. A violência policial no país é
constantemente alvo de denúncias por entidades como a Anistia Internacional, em casos emblemáticos
como os massacres do Carandiru (1992) e da Candelária e do Vigário Geral (1993).
Por outro lado, o sistema penitenciário, que deveria contribuir para a recuperação de criminosos,
tornou-se foco de mais violência e criminalidade, em cadeias e presídios superlotados. Dados do
Governo Federal apontam que, entre 1995 e 2005, a população carcerária cresceu 143,91%, passando
de 148 mil para 361 mil presos. De 2005 a 2009, o crescimento foi de 31,05%, chegando a 474 mil
detentos. Hoje, há um déficit de 195 mil vagas no sistema prisional brasileiro.
Há, por fim, uma sensação de impunidade, provocada pela lentidão da Justiça brasileira. Segundo
o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), de 90 milhões de processos que tramitaram nos tribunais em
2011, 71% (63 milhões) encerraram o ano sem solução, ou seja, de cada 100 processos, 71 não
receberam sentenças graças ao acúmulo de trabalho e à burocracia.

Desarmamento

Apesar disso, algumas ações contribuíram para minimizar a morte de cidadãos brasileiros. Entre
elas, o Estatuto do Desarmamento, que entrou em vigor em 2003, ano em que foram registradas quedas
de homicídios. O Estatuto tornou crime inafiançável o porte ilegal de armas e dificultou o comércio e a
compra.
No Rio de Janeiro, a política de ocupação de morros e favelas, antes dominados pelo tráfico de
drogas, e a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) também foram consideradas um
avanço, bem como o aumento em 70% dos investimentos na área de segurança pública em São Paulo.
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Concurso para o Magistério do Maranhão
EIXO – POLÍTICA E SOCIEDADE
Refugiados: Com mais sírios buscando abrigo, número no Brasil triplica entre 2012 e 2013

Nos últimos anos, dois grupos de refugiados e imigrantes tiveram um aumento expressivo no
Brasil: os sírios e os haitianos. Tal fato se deve a duas recentes crises humanitárias - a guerra civil da
Síria, que arruinou o país em 2011 e ainda continua a fazer vítimas, e o terremoto do Haiti, que deixou o
país devastado em 2010 e aumentou a miséria da população.
Esses dois grupos têm tratamento diferenciado na concessão de vistos. Os sírios são
considerados refugiados –em 2013, foi o 4º maior grupo a pedir refúgio no país--, pois o governo
entende que existe uma situação de emergência e vulnerabilidade social. Já em relação ao Haiti, o Brasil
tem papel importante no processo de reconstrução do país e possui um acordo de cooperação com a
ONU fornecendo as tropas para a Missão de Paz no Haiti, desde 2004.
Os haitianos não são elegíveis ao status de refugiados porque não sofreram perseguição em seu
país de origem por raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião pública, como definem as
convenções internacionais. Apesar de solicitarem o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil,
seus pedidos são encaminhados ao Conselho Nacional de Imigração (CNIg), que emite vistos de
residência permanente por razões humanitárias. No total, mais de 7.000 haitianos já receberam esse
tipo de visto.
Por essa razão, os haitianos ficam fora das estatísticas divulgadas pelo Comitê Nacional para
Refugiados (Conare), que hoje contabiliza 5.208 refugiados residindo no País. A maioria desses
refugiados são imigrantes vindos da Colômbia, Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Síria.
Segundo números divulgados no início de 2014 pelo órgão, a quantidade de pedidos de refúgio
no Brasil triplicou no período de um ano: em 2012, foram expedidas 199 autorizações de refúgio, contra
649 em 2013.

Movimentos migratórios

As situações enfrentadas pelos sírios e haitianos estão entre as que geram movimentos
migratórios, tema da redação do Enem em 2012. Estes movimentos podem ser espontâneos ou
forçados.
Por migração entende-se os deslocamentos de pessoas que se afastam de suas residências
habituais. Ela pode ser subdividida em emigração, quando pessoas saem do país, e imigração, quando
pessoas entram no país de que se fala.
As populações que migram de um país para outro buscam uma melhor qualidade de vida e
oportunidades de trabalho ou fogem de guerras, crises econômicas e perseguição política.
Nas décadas de 1980 e 1990 muitos brasileiros emigraram para o exterior, principalmente para
os Estados Unidos, em busca de melhores oportunidades de trabalho. Hoje, o movimento é inverso
devido à instabilidade política de países na África e Ásia, e os efeitos da crise econômica nos países da
Europa.

Quem é considerado um refugiado?

O refugiado é uma pessoa que teve que deixar seu país por questões humanitárias como
conflitos armados, situações de emergência ou por perseguições étnicas, religiosas ou políticas.
A legislação brasileira reconhece o pedido de refúgio nesses casos e concede a essas pessoas o
direito de ter um visto especial que permite a permanência no país e garante aos refugiados
documentos básicos, incluindo carteira de identidade, CPF e carteira e de trabalho, além de prover
liberdade de movimento no território nacional e outros direitos civis. Porém, a lei não prevê ajuda
financeira.
Além disso, o Brasil é internacionalmente reconhecido como um país acolhedor e possui uma das
leis mais modernas sobre o assunto, a lei de refúgio (nº 9.474/97), que adota a definição ampliada de
refugiado estabelecida na Declaração de Cartagena de 1984, que considera a “violação generalizada de
direitos humanos” para conceder status de refugiado a um estrangeiro, por entender que, nessa
situação, sua vida e integridade física estão em risco no país de origem.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) tem um acordo com o Brasil para socorrer
os refugiados no país. A organização deve repassar ao governo brasileiro US$ 8,08 milhões (R$ 18,74
milhões) em 2014 para investir em entidades de apoio ao imigrante.
Os obstáculos iniciais que eles podem encontrar para se integrar à sociedade brasileira estão
relacionados ao idioma português e às questões culturais, bem como dificuldades no mercado de
trabalho ou trabalhos precários, no acesso à moradia, à educação e a serviços públicos de saúde e
enfrentam discriminação.

Perfil dos refugiados no Brasil

Segundo o levantamento feito pelo Conare, com dados de 2010 a 2013, o Brasil tem hoje
refugiados de mais de 80 nacionalidades diferentes. Colombianos e angolanos representam quase
metade do total de refugiados no Brasil, seguidos de grupos oriundos de Angola, República Democrática
do Congo (RDC) e Síria.
O número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 800% no período (de 566 em 2010 para
5256 até dezembro de 2013), e a maioria dos solicitantes de vem da Ásia, África e América do Sul. Em
2013, Bangladesh foi o país com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil, seguido de Senegal,
Líbano, Síria e República Democrática do Congo.
Em relação a gênero e idade, a maioria dos que solicitam refúgio são homens (o percentual de
mulheres diminuiu de 20%, em 2010 e 2011, para 10% em 2013) e adultos entre 18 e 30 anos (90%).
Em 2013, São Paulo figurou como o Estado com maior número de solicitações de refúgio (23%),
seguido pelo Paraná (20,7%), Distrito Federal (14%) e Rio Grande do Sul (9,3%).

EIXO – EDUCAÇÃO
Fonte: G1
Brasil é o 8° país com maior número de analfabetos adultos, diz Unesco
Relatório mapeou os principais desafios da educação no mundo. Dos 150 países analisados, apenas 41
atingiram meta de investimento.

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de
analfabetos adultos. Ao todo, o estudo avaliou a situação de 150 países.
De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo
de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no
país.
Em todo o mundo, segundo o 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da
Unesco, há 774 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever, dos quais 64% são mulheres. Além disso,
72% deles estão em dez países, como o Brasil. A Índia lidera a lista, seguida por China e Paquistão.
O estudo também mapeou os principais desafios da educação no planeta. A crise na aprendizagem não
é só no Brasil, mas global. Para a Unesco, o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a
falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores.
No Brasil, por exemplo, atualmente menos de 10% dos professores estão fazendo cursos de formação
custeados pelo governo federal, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Entre os países analisados,
um terço tem menos de 75% dos educadores do ensino primário treinados.
Sobre os investimentos na área, das 150 nações analisadas, apenas 41 atingiram a meta da Unesco, ou
seja, aplicaram em educação 6% ou mais de seu Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas
geradas. O Brasil é um deles, mas o gasto anual por aluno da educação básica é de cerca de R$ 5 mil. Em países
ricos, esse valor é três vezes maior.

Meta até 2015


CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
No Fórum Mundial de Educação realizado em 2000, 164 países (entre eles, o Brasil), 35 instituições
internacionais e 127 organizações não governamentais (ONG) adotaram o Marco de Ação de Dacar, em que se
comprometem a dedicar os recursos e esforços necessários para melhorar a educação até 2015.
Na ocasião, foram traçados seis objetivos: os países devem expandir os cuidados na primeira infância e
na educação; universalizar o ensino primário; promover as competências de aprendizagem e de vida para
jovens e adultos; reduzir o analfabetismo em 50%; alcançar a paridade e igualdade de gênero; e melhorar a
qualidade da educação.
Segundo o relatório da Unesco, esse compromisso não deve ser atingido globalmente, apesar de alguns
países terem apresentado avanços nos últimos anos.
Em todo o mundo, a taxa de alfabetização de adultos passou de 76% para 82% entre os períodos de
1985-1994 e 1995-2004. Mas, por região, os índices ainda permanecem bem abaixo da média na Ásia
Meridional e Ocidental e na África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara), com aproximadamente 60%. Nos
Estados Árabes e no Caribe, as taxas estão em cerca de 70%.

EIXO - CORRUPÇÃO
Medidas para combater a corrupção no Brasil

Vinte anos após o retorno das eleições diretas para presidente, o Brasil ainda permanece distante
de se livrar do principal inimigo do fortalecimento da democracia: a corrupção. O tema rouba a cena
política de 2009, das obscuras compras de castelos e mansões aos confrontos éticos do maior partido do
país, o PMDB, passando pelo polêmico retorno do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) ao
círculo de poder de Brasília.
Para debater propostas sobre os principais motivos que levam à corrupção e como combatê-la, a
Gazeta do Povo compilou pesquisas nacionais e internacionais e ouviu especialistas no assunto – entre
advogados, historiadores, escritores, cientistas políticos e representantes de organizações não-
governamentais (ONGs). Eles levantaram 10 pontos fundamentais para enfrentar o problema.
Na opinião da maioria, a corrupção é algo entranhado nas estruturas de poder desde o início da
colonização portuguesa e que só vai acabar com o envolvimento generalizado da sociedade. “Estamos
falando de uma cruzada cívica”, resume o presidente da Comissão Especial de Combate à Corrupção da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Amauri Serralvo.

1. Mudar as leis, que são permissivas

A legislação brasileira dificulta o combate à corrupção e, em alguns casos, até a estimula. Os


crimes praticados por corruptos e corruptores têm punições leves. Quem frauda uma concorrência
pública, por exemplo, pode ser multado e permanecer preso, em regime aberto, por um período de dois
a quatro anos. Já para um roubo comum, a punição varia de quatro a dez anos de detenção, em regime
fechado. “Isso só aumenta a sensação de impunidade e diminui o receio de praticar atos ilícitos”, alerta
Fernando Knoerr, professor da Escola da Magistratura do Paraná.
Além disso, a lei prevê inúmeras possibilidades de recursos judiciais, fazendo com que processos
se arrastem ao longo dos anos. “O recurso é um mecanismo importante para se evitar possíveis
injustiças. Mas, utilizado em excesso, coloca em xeque a eficácia do Judiciário”, afirma o promotor de
Justiça Mateus Bertoncini, do Ministério Público Estadual. Por fim, a imunidade parlamentar e o foro
privilegiado para parte dos administradores públicos ajudam a disseminar a ideia de impunidade.

2. Reduzir o número de cargos comissionados

O governo federal tem quase o dobro de funcionários comissionados (20.420) do que a soma de
EUA (9.000), Alemanha (500), França (500) e Inglaterra (300). Só no governo do Paraná são outros 3,6
mil e na, prefeitura de Curitiba, 458. A quantidade exagerada de pessoas que estão no serviço público
por indicação política, sem prestar concurso, estimula a troca de favores e a proliferação de funcionários
fantasmas.
O cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, diz que, quanto maior a
quantidade de comissionados menos eficiente é o funcionalismo. Segundo ele, o Brasil peca por não
criar instrumentos de controle nessa área. “O Lula pode nomear livremente um exército de
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Concurso para o Magistério do Maranhão
funcionários, enquanto o Obama (presidente dos EUA) precisa da aprovação do Senado para, pelo
menos, dois mil cargos.”

3. Melhorar o controle público

Exigidos por lei, os órgãos de controle da administração pública deveriam cobrar dos outros
departamentos estatais a prestação permanente das contas e da aplicação de recursos. Mas esses
órgãos, tanto do Executivo como do Legislativo, acabam sujeitos a todo tipo de pressão política. Os
conselheiros dos Tribunais de Contas (TCs), por exemplo, são indicados pelos governadores e têm de
passar pela aprovação dos deputados. “Os conselheiros estão ali para garantir boa vida a quem os
nomeou. Se os TCs acabassem amanhã, não fariam falta alguma”, afirma Claudio Abramo, diretor-
executivo da ONG Transparência Brasil.
Segundo especialistas, falta ainda eficácia na atuação do Ministério Público e da Justiça.

4. Mudar o sistema de emendas individuais

As emendas individuais aos orçamentos públicos consolidaram-se como um dos principais


instrumentos de barganha do Poder Executivo com o Legislativo, nas esferas municipal, estadual e
federal. No Congresso, por exemplo, a cada sessão importante – como no caso da prorrogação da CPMF
em 2007 –, a liberação de verba para as emendas é usada pelo governo federal como moeda de troca
para ter apoio no Legislativo.
Por ano, cada um dos 594 congressistas tem direito a indicar R$ 10 milhões em obras para seu
estado ou municípios de sua base em emendas – uma brecha para a utilização de dinheiro público para
fins eleitoreiros. O governo, porém, não tem obrigação de pagar os pedidos. Isso dá margem a
negociatas.
“Enquanto não for revista a maneira como ocorre a distribuição de recursos na relação entre
municípios, estados e União, a corrupção não vai diminuir”, afirma o professor de Ética e Filosofia
Política Roberto Romano, da Unicamp. Especialistas citam duas soluções para o problema: acabar com
as emendas individuais, partindo do princípio de que os deputados não têm conhecimento técnico para
definir qual a prioridade na aplicação dos recursos; ou implantar um sistema de orçamento impositivo,
no qual o governo é obrigado a pagar os recursos estabelecidos na Lei Orçamentária.

5. Aumentar a transparência no poder público

Os brasileiros, em geral, têm dificuldade para obter informações no poder público. A maioria dos
órgãos estatais, por exemplo, simplesmente ignora a internet como instrumento de divulgação de
informações. É o caso, por exemplo, de 377 das 399 câmaras de vereadores do Paraná, além da
Assembleia Legislativa do estado. “A transparência é indiscutivelmente o maior inimigo da corrupção.
Muitos políticos sabem disso e, por isso, têm tanto medo de divulgá-las”, afirma o diretor da ONG
Contas Abertas, Gil Castelo Branco. A entidade tem apenas três anos e, juntamente com a Transparência
Brasil, é uma das poucas especializadas na divulgação dos gastos públicos.

6. Agilizar a Justiça

A estrutura da Justiça brasileira evoluiu pouco nos últimos anos – em virtude, principalmente, de
déficits orçamentários – e não tem conseguido acompanhar o aumento no número de processos. “A
carência de estrutura reflete na demora dos julgamentos, que acabam caindo na impunidade. Isso
incentiva ainda mais a corrupção”, diz o advogado Fernando Gustavo Knoerr.
Segundo o promotor de Justiça Mateus Bertoncini, os tribunais não estão estruturados de
maneira adequada para julgar casos de corrupção. Os 120 desembargadores paranaenses (responsáveis
pelo julgamentos de segundo grau), além de atuarem na capital – muitas vezes, longe do local dos
acontecimentos –, são insuficientes para fazer o mesmo trabalho dos 568 juízes de primeiro grau.

7. Dar mais transparência ao financiamento das campanhas eleitorais

Campanhas eleitorais costumam ser financiadas por empresários e pessoas que têm interesses
na administração pública. E, por vezes, a doação de recursos é uma forma de exigir uma contrapartida
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
quando o candidato for eleito. Para alguns especialistas, o financiamento público de campanhas evitaria
a ingerência privada no setor público. Mas nem todos concordam, pois a prática de caixa 2 nas eleições
não seria eliminada. “Ninguém é capaz de acabar com a doação de recursos de onde sequer se sabe a
procedência”, afirma o advogado Fernando Gustavo Knoerr. “O dinheiro privado – hoje no caixa 1 – vai
acabar migrando para o caixa 2”, diz Claudio Abramo, da ONG Transparência Brasil. Alguns especialistas
sugerem que os financiadores tenham de ser conhecidos durante as campanhas e não após ela, como
estabelece a atual lei. Assim, o eleitor saberia quais são os interesses por trás de cada candidato.

8. Simplificar o sistema tributário

O Brasil tem hoje 61 tributos, entre impostos, taxas e contribuições. O sistema é considerado um
dos mais complexos do mundo, o que estimula a corrupção. “Quem apresenta dificuldade quer vender
facilidade”, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, Gilberto Amaral. Além da
grande quantidade de tributos, o modelo brasileiro sofre também com o excesso de leis. “Posso
assegurar que não existe hoje nenhuma pessoa no Brasil, por mais qualificada que seja, que conheça
toda a nossa legislação tributária”, diz Amaral. E os erros de declaração costumam ter multas elevadas,
o que estimula a corrupção. A solução seria uma profunda reforma tributária que simplificasse as regras.

9. Deixar o “jeitinho brasileiro” de lado

O famoso “jeitinho brasileiro” surgiu de maneira positiva, como uma forma de o povo se adaptar
às dezenas de situações adversas do país. Porém, ele passou a ser usado com outros fins, para se
conseguir vantagens pessoais, passando por cima das leis. Para o promotor de Justiça Mateus
Bertoncini, o “jeitinho” carrega forte individualismo e ausência de consciência coletiva, que podem
derivar para atos ilícitos e corrupção. O cientista político Carlos Luiz Strapazzon, do Unicuritiba, destaca
ainda que não existem corruptos sem corruptores e, portanto, parte da sociedade também está
envolvida em atos ilícitos ligados ao poder público. Portanto, investir na educação – sobretudo das
crianças – é o caminho para mudar essa mentalidade.

10. Estimular a participação do brasileiro na política

O brasileiro tem uma tendência a não se envolver nos assuntos públicos, fruto do paternalismo
herdado das origens ibéricas do país. “O Estado sempre foi visto como o provedor da população, como
um organismo dissociado do cidadão comum”, diz o escritor Laurentino Gomes, autor do livro 1808, que
narra a chegada da família real portuguesa ao Brasil. Duzentos anos depois, a falta de envolvimento da
sociedade ainda é um dos principais problemas do combate à corrupção. “Estamos falando de uma
cruzada cívica. Se o povo não denunciar, se não deixar de lado atitudes consideradas banais como
comprar produtos piratas, a corrupção vai vencer”, avalia o presidente da Comissão Especial de
Combate à Corrupção da Ordem dos Advogados do Brasil, Amauri Serralvo.

EIXO - CORRUPÇÃO
Fonte: Folha de São Paulo

Operação Lava-Jato

A Operação Lava Jato é a maior investigação sobre corrupção conduzida até hoje no Brasil. Ela começou
investigando uma rede de doleiros que atuavam em vários Estados e descobriu a existência de um vasto
esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de vários partidos e as maiores empreiteiras
do país.

Números

21 procuradores da República na condução das investigações


150 inquéritos, aproximadamente, foram abertos pela Polícia Federal
35 ações penais na Justiça Federal do Paraná
5 ações civis para devolução de recursos desviados
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
494 pessoas e empresas sob investigação
56 políticos sob investigação no STF e no STJ
155 réus na Justiça Federal do Paraná
97 prisões em caráter preventivo ou temporário desde o início da operação
26 ainda estão na cadeia

Os Doleiros

Apontado como um dos principais operadores do esquema, o doleiro Alberto Youssef é um velho
conhecido das autoridades. Ele foi investigado e processado antes por seu envolvimento com um
esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de dólares a partir de contas do antigo
Banestado, no Paraná. O doleiro Carlos Habib Chater, seu parceiro em Brasília, usava um posto de
combustíveis como fachada para seus negócios, e foi daí que surgiu o nome da Operação Lava Jato.

Esquema

1 - PROPINAS
Segundo o Ministério Público Federal, diretores e funcionários da Petrobras cobravam propina de
empreiteiras e outros fornecedores para facilitar seus negócios com a estatal

2 - CONTRATOS SUPERFATURADOS
Os contratos dessas empresas com a Petrobras eram superfaturados para permitir o desvio de dinheiro
dos cofres da estatal para os benefíciários do esquema

3 - OPERADORES
Parte do dinheiro recebido pelos fornecedores da Petrobras foi desviada para lobistas, doleiros e outros
operadores encarregados de repassá-lo a políticos e funcionários públicos

4 - PARTIDOS POLÍTICOS
Segundo o Ministério Público, o esquema beneficiava os partidos políticos responsáveis pela indicação
dos diretores da Petrobras que colaboravam com o esquema na estatal

Dinheiro desviado

Nos processos em andamento na Justiça, o Ministério Público Federal estima que R$ 2,1 bilhões
foram desviados dos cofres da Petrobras, mas é possível que o valor do prejuízo seja muito maior. No
balanço de 2014, publicado com atraso em maio deste ano, a Petrobras estimou em R$ 6,1 bilhões as
perdas provocadas pela corrupção. Para fazer essa estimativa, a estatal examinou todos os contratos
com as empresas sob investigação e aplicou sobre o seu valor o porcentual de 3% indicado por Paulo
Roberto Costa como a propina cobrada em sua área.

As empreiteiras

As maiores empreiteiras do país têm negócios com a Petrobras e se tornaram alvo das
investigações. Vários executivos, incluindo os controladores de algumas dessas empresas, foram presos
em novembro de 2014 e ficaram na cadeia até o final de abril, quando o Supremo Tribunal Federal
mandou soltá-los. Em 19 de junho deste ano, as prisões atingiram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.
Cinco empreiteiras são alvo de ações civis na Justiça, em que o Ministério Público cobra R$ 4,5 bilhões
em indenizações. As empresas sob investigação estão impedidas de obter novos contratos da Petrobras,
e várias enfrentam dificuldades financeiras porque perderam acesso a crédito após a Operação Lava
Jato.

A propina

Como parte de seu acordo de colaboração premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco
entregou ao Ministério Público Federal uma planilha em que registrou detalhes sobre o pagamento de
propina em 89 contratos da Petrobras. De acordo com as anotações de Barusco, cerca de R$ 1,2 bilhão
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
em propina foi repassado a políticos e funcionários da Petrobras como ele, o equivalente a 1% do valor
total dos contratos.

EIXO – ESTADO DO MARANHÃO


População Maranhense

De acordo com o último Censo Demográfico, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a população do Maranhão é formada por 6.574.789 habitantes, sendo a
quarta maior da Região Nordeste. Esse contingente populacional corresponde a aproximadamente 3,4%
da população atual do Brasil.
A densidade demográfica (população relativa) do Maranhão é de 19,8 habitantes por quilômetro
quadrado; a taxa de crescimento demográfico é de 1,5% ao ano. Cerca de 50,4% da população
maranhense é composta por pessoas do sexo feminino; os homens respondem por 49,6% da população
total.
Assim como nas outras unidades federativas do Brasil, a população urbana é maioria no
Maranhão (70%). São Luís, capital estadual, é a cidade mais populosa, com 1.014.837 habitantes.
Existem outros 216 municípios, sendo que os mais populosos são: Imperatriz (247.505), São José de
Ribamar (163.045), Timon (155.460), Caxias (155.129), Codó (118.038) e Paço do Lumiar (105.121).
A população do Maranhão é bastante miscigenada. Os indígenas foram os primeiros habitantes
da região e, em seguida, durante o processo de colonização, o estado foi disputado por franceses,
holandeses e portugueses. Além dos índios e colonizadores europeus, o Maranhão também recebeu um
grande fluxo de escravos africanos, contribuindo para a diversidade étnico-cultural do estado, que
possui mais de 700 comunidades quilombolas.
Entre as manifestações culturais de maior destaque no Maranhão estão a festa do bumba meu
boi, tambor de crioula e a festa junina. A cidade de São Luís é considerada a capital nacional do Reggae,
conhecida carinhosamente como “Jamaica brasileira”.
O estado apresenta diversos problemas socioeconômicos, ocupando o penúltimo lugar
no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estando à frente apenas de Alagoas.
Os indicadores que contribuem para esse cenário são as altas taxas de mortalidade infantil (36,5 para
cada mil nascidos vivos) e de analfabetismo (19%); distribuição desigual de renda; e déficit nos serviços
de saneamento ambiental.

ATENÇÃO!

A população do Maranhão é uma das mais miscigenadas do Brasil, de acordo com o IBGE,
68% dos habitantes são pardos, resultado da mistura de diferentes composições étnicas. A maioria
da população estadual é composta por afro-descendentes, consequência do intenso fluxo de tráfico
negreiro entre os séculos XVIII e XIX. Atualmente, o Maranhão possui mais de 700 comunidades
quilombolas, sendo, portanto, o estado que detém a maior quantidade de comunidades
remanescentes de quilombos no Brasil.

Economia Maranhense

Durante muitas décadas, o Maranhão esteve praticamente isolado do restante dos estados
brasileiros, porém, a partir dos anos de 1960 e 1970 foram desenvolvidos projetos de infraestrutura,
sendo construídas linhas férreas e rodovias. O estado foi interligado a outras regiões do Brasil, fato que
proporcionou o escoamento da produção e consequente desenvolvimento econômico. Houve
investimentos na agropecuária, extrativismo vegetal e mineral, estimulados por incentivos fiscais das
superintendências do desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e do Nordeste (SUDENE).
Foram desenvolvidos grandes projetos de criação de gado, plantação de soja e arroz e de
extração de minério de ferro, como por exemplo, Carajás. Essas atividades alavancaram a economia do
Maranhão, no entanto, intensificaram as desigualdades sociais, aumentaram a concentração fundiária e
provocaram vários problemas ambientais.
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES
Concurso para o Magistério do Maranhão
A contribuição maranhense no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil continua baixíssima, apenas
1,3%. A participação dos principais setores da economia estadual é a seguinte: serviços – 63,5%;
agropecuária – 18,6%; indústria – 17,9%.
A indústria, que representa 17,9% do PIB maranhense, baseia-se nos setores: metalúrgico,
madeireira, extrativismo, alimentício e químico. Na agricultura, destacam-se os cultivos de cana-de-
açúcar, mandioca, soja, arroz e milho. Com uma costa litorânea de 640 quilômetros, a segunda mais
extensa do país, apresentando-se inferior apenas à Bahia, o Maranhão tem na pesca, importante
atividade econômica. O turismo é outro segmento fundamental para a economia estadual, as belas
praias, os Lençóis Maranhenses, além do turismo cultural e religioso, atraem milhares de visitantes.
O complexo portuário integrado pelos terminais de Itaqui (possui 420 metros), Ponta da Madeira
e Alumar é responsável por mais de 50% da movimentação de cargas portuárias do Norte e do
Nordeste. São exportados principalmente, alumínio, ferro, soja e manganês.
Será construída no Maranhão, mais precisamente no município de Bacabeira, localizado a 60
quilômetros da capital, São Luis, a maior refinaria da América Latina e uma das maiores do mundo. A
Refinaria Premium proporcionará um novo ciclo industrial no estado. Estima-se que serão gerados
aproximadamente 132 mil empregos diretos e indiretos.

NOTÍCIA! G1

Diversidade da cultura popular no Maranhão atrai turistas a São Luís


Turistas de estados diferentes se encantam com cultura maranhense. Arraiais viram uma espécie de happy
hour para quem quer ver a tradição.

A diversidade da cultura popular do estado do Maranhão não encanta apenas quem é maranhense
como também as pessoas que nasceram em outros estados. E é durante o período das festas juninas que a
cidade de São Luís atrai o maior número de turistas. Como é o caso da gaúcha Noeli Capitanio que achou o
Bumba Meu Boi muito bonito. “É bonito e bem diferente da gente de lá. As comidas são diferentes, a dança é
diferente. A cultura está realmente aqui”.
Outra que também gostou muito das danças e dos ritmos dos sotaques maranhense foi a carioca
Sheyla Galharde. Ela que nasceu no berço da cadência do samba garantiu que está se divertindo muito com as
brincadeiras juninas típicas de quem nasceu no Maranhão. “A tradição é forte e muito legal. A gente está
aproveitando muito a festa”.
E é nesse clima tão animado, regado a diferentes toadas e canções de quadrilhas que os arraiais viram
uma espécie de happy hour para quem quer ver a tradição que vem de tão longe. O estudante Leonardo
Franco, amante incondicional do Bumba Meu Boi, diz que a brincadeira ainda tem muito a ensinar e Le se
orgulha de poder vivenciar toda essa tradição popular. “É reavivar forças porque é nossa cultura e é
importante a gente vivenciar isso”.
A festa dos ritmos variados une todo mundo pelo o mesmo orgulho de preservar a cultura popular que
só existe no Maranhão. Pelo menos é o que afirma o cantador do Boi de Pindaré, Mestre Castro. Para ele, a
cultura não é apenas popular como também familiar, pois foi por meio de seus antepassados que ele aprendeu
a amar a cultura do Maranhão. “Vem de família, vem dos nossos quilombos, do nosso bumba meu boi, do
nosso tambor de crioula. Então, a gente quanto mais brinca a gente se sente feliz”.

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