Resumo Abstract
O artigo problematiza o papel que as políticas de The article discusses the role that urban
reabilitação urbana no centro histórico das cidades regeneration policies in the historic centers of
portuguesas detêm no facilitar do processo de gen- Portuguese cities play in facilitating the process
trificação, afirmando-se como condições necessá- of gentrification, as they consolidate themselves
rias, não sendo, todavia, por si só suficientes para as conditions that are necessary, but not sufficient
induzir tal processo socioespacial. Ainda assim, os to induce, by themselves, this socio-spatial
programas de reabilitação urbana, ao visarem esti- process. Still, the urban regeneration programs,
mular a requalificação de edifícios e criar condições in stimulating the redevelopment of buildings and
favoráveis à atração de capitais privados para a re- creating favorable conditions to attract private
generação das áreas da cidade centro, constituem capital for the redevelopment of areas in the city
um fator estratégico para a fixação das novas clas- center, are a strategic factor to the establishment
ses médias, contribuindo, em última análise, para of the new middle-classes. It is possible to say
a expulsão de antigos moradores, promovendo se- that they contribute to the expulsion of former
gregação residencial e desenvolvimento urbano de- residents, promoting residential segregation and
sigual. A problemática será enquadrada pela tese uneven urban development. The problem is framed
de rent gap de Neil Smith mobilizando os aspectos by Neil Smith’s rent gap thesis. The structural
estruturais do processo de acumulação de capital aspects of the capital accumulation process (and
(e dos seus movimentos cíclicos) e relacionando-os its cyclical movements) are mobilized and related
com o (re)desenvolvimento urbano e com a produ- to the urban (re)development and to the production
ção de ambiente construído pela gentrificação. of environments built by gentrification.
Palavras-chave: gentrificação; reabilitação urba- Keywords: gentrification; urban regeneration;
na; Portugal; Neil Smith. Portugal; Neil Smith.
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processo voluntário ou não, mas sempre clas- local e esporádica, limitada à cidade centro, a
sista, de substituição social que produzem no gentrificação passou a constituir-se como es-
tecido socioespacial da cidade contemporânea. tratégia de mercado. É a (super)gentrificação
Num esforço de revisão da literatura so- como estratégia global ao serviço do urbanis-
bre a evolução do conceito de gentrificação, mo neoliberal e revanchista e dos interesses
Savage e Warde (1993) defendem que, para da reprodução capitalista e social, cuja crítica
que esse processo ocorra no espaço urbano, Smith (1996, 2001, 2002, 2005) se esforçou nos
tem de se dar uma coincidência de quatro últimos anos por desenvolver.
processos: 1) uma reorganização da geografia A gentrificação, nesses casos – e à luz
social da cidade, com substituição, nas áreas da evolução das transformações significativas
centrais da cidade, de um grupo social por que o mercado de habitação das cidades do
outro de estatuto mais elevado; 2) um reagru- capitalismo avançado tem sofrido, como Neil
pamento espacial de indivíduos com estilos de Smith demonstrou – sofre mutações, pois dei-
vida e características culturais similares; 3) uma xa de estar única e exclusivamente associada
transformação do ambiente construído e da à reabilitação urbana e passa a estar cada vez
paisagem urbana, com a criação de novos ser- mais ligada à regeneração ou mesmo à renova-
viços e uma requalificação residencial que pre- ção de inteiros bairros de habitação, situados
vê importantes melhorias arquitetônicas; 4) por no centro ou nas suas proximidades e na sua
último, uma mudança da ordem fundiária, que, substituição por conjuntos de construções de
na maioria dos casos, determina a elevação dos luxo, integrados, com serviços qualificados, ou
valores fundiários e um aumento da quota das outras modalidades de residências de alta qua-
habitações em propriedade.2 lidade, novos produtos imobiliários destinados
A gentrificação não é um fenômeno no- a camadas de rendimentos elevados, todos cor-
vo, contudo as suas atuais formas distinguem- respondendo a formas espaciais de autossegre-
-se dos primeiros episódios pontuais que se gação burguesa ou “segregação voluntária” –
restringiam à cidade centro. As principais dife- como adianta Villaça (1998) – relativamente à
renças entre as novas formas de gentrificação cidade da maioria (Lees, Slater e Wyly, 2008).
dos anos 1990 e a forma clássica do fenômeno Nos seus escritos mais recentes Neil
do início dos anos 1970 são a escala e a exten- Smith deixa claro que os projetos de rege-
são. Diversos estudos urbanos nos últimos vin- neração urbana a favor de uma economia vi-
te anos têm relacionado a difusão do processo brante e criativa, e que suportam a promoção
de gentrificação, para além do característico ideológica da gentrificação,3 alimentam equí-
perímetro central da cidade, com as numerosas vocos vários no que diz respeito às supostas
intervenções de renovação e regeneração urba- intençõesiniciais de reabilitação habitacional
nas, verificadas ao longo dos anos 1980 e 1990 e integração/fixação da população de menor
em muitas cidades e por vezes favorecidas ou estatuto socioeconômico já anteriormente
mesmo incentivadas pelas intenções políticas residente nos bairros históricos alvo de inter-
neoliberais dos governos urbanos (Mayer, 2007; venção. De resto, nesses contextos como nos
Hackworth, 2007; Harvey, 2011). De anomalia restantes que emprestaram o cunho classista
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as escalas espaciais, mas é à escala urbana e o rent gap, através da recomposição de uso e
que o padrão atinge o seu máximo desen- funções na cidade centro é válida e consolidada
volvimento. O capital tenta constantemente como paradigma explicativo do processo, deve
movimentar-se no espaço urbano de tal forma também ser enquadrada num cenário mais am-
que incessantemente possa explorar as opor- plo de geografia histórica da “glocalização”
tunidades de desenvolvimento emprestadas capitalista, já que a crise atual será superada
pelas vantagens comparativas oferecidas por em primeiro lugar na articulação entre a escala
cada área da cidade ao (re)investimento imo- metropolitana e a escala internacional, sendo
biliário, sem sofrer os custos econômicos do aí que deve ocorrer a profunda reestruturação.
subdesenvolvimento. Isto é, o capital tenta fa- Cria-se, então, a possibilidade que certos tipos
zer um movimento cíclico de uma área desen- de desenvolvimento, anteriormente bloquea-
volvida para uma área subdesenvolvida, para dos, possam afigurar-se como solução parcial à
então, num certo momento posterior, voltar crise de legitimação do capitalismo contempo-
à primeira área que agora se encontra subde- râneo (Harvey, 2014).
senvolvida (devido à sua privação temporária
de capital), e assim sucessivamente. O capital
recorre à completa mobilidade como substitu-
to de um fixo espacial, desprendendo-se dos
Breve retrospectiva
custos da fossilização do capital no ambiente dos Programas de Reabilitação
construído, procurando nesse constante dese- Urbana em Portugal:
quilíbrio de (re)apropriação para investimento um constrangimento
no espaço urbano, um equilíbrio que seja viá-
ou um incentivo
vel precisamente na sua capacidade de se des-
locar no espaço intrametropolitano de manei-
à gentrificação?
ra sistemática. O vaivém do capital do espaço
desenvolvido para o subdesenvolvido, e o seu As intervenções no domínio da Reabilitação
retorno para aquele novamente, apenas é a Urbana em Portugal adquiriram uma impor-
expressão geográfica do constante e necessá- tância crescente no decorrer dos últimos 40
rio movimento do capital fixo para o circulan- anos, revelando-se fundamentais na revitali-
te, e novamente desse para aquele, como meio zação dos centros históricos, e até aos anos
de contrabalançar a decrescente taxa de lucro 1970 do séculopassado, a reabilitação do pa-
(Santos, 1979; Smith, 1982, 1984). trimônio construído manteve-se circunscrita
Em suma, o processo de gentrificação re- a monumentos nacionais ou outros edifícios
sulta, em parte, do desenvolvimento irregular e de elevado valor histórico, na sequência de
flexível do mercado do solo urbano, integran- campanhas de pendor nacionalista que pre-
do-se no processo de acumulação de capital e tendiam sobretudo legitimar toda a ideologia
no respectivo movimento cíclico dos fluxos de ultraconservadora do regime do Estado No-
circulação de umas áreas para outras. Mas, se vo (Gonçalves, 2006; Matias Ferreira, 2004;
a reestruturação do espaço na escala urbana, Aguiar, 2014).
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por um quadro de referências neoliberal. Uma licenciamento).As SRU tinham como principal
nova política urbana de reabilitação, muito função captar investimentos e mobilizar to-
mais orientada para o mercado e, portanto, dos os intervenientes (inquilinos, autarquias,
marcada pelas lógicas da promoção do consu- senhorios, investidores) de modo a criar um
mo, da competitividade entre metrópoles, do verdadeiro mercado nacional da reabilitação.
protagonismo dos atores privados no processo Sob o discurso de que o Estado e as autarquias
de planeamento e de produção da cidade. As não dispõem dos meios financeiros para uma
administraçõescentrais têm procurado uma re- efetiva reabilitação urbanaem Portugal, su-
dução gradual dos poderes executivos de todo postamente responsável por uma dinamização
o setor público, tentando transferir para o setor pouco efetiva e algo morosa desse importante
privado todos aqueles que não tinham necessi- processo, considera-se a mobilização do inves-
dade absoluta de ser pelo Estado executados. timento privado para a reabilitação urbana.
A maior parte dos governos urbanos assumem Isso através de parcerias público-privadas,
posições neoliberais, partindo da convicção de que atraem o capital privado, com recurso a
que o investimento privado, quando fomentado formas imaginativas de engenharia financeira
pelo mercado, gera emprego e riqueza, produz que envolvam mecanismos (como sejam fun-
diretamente bem-estar social na cidade. Reco- dos de investimento imobiliários) que permi-
nhece-se nas áreas urbanas abandonadas ou tam a capitalização dos projetos com vista à
em processo de declínio, áreas-oportunidade, requalificação do tecido urbano, permitindo o
para atrair investimento privado e garantir a suposto “repovoamento” do centro das cida-
reprodução de capital imobiliário. Na reabilita- des (CML, 2012).
ção urbana evidencia-se o papel de relevo do Para isso, no entanto, é fundamental que
marketing territorial na gestão estratégica da o investimento seja rentável, através da criação
imagem da cidade, de forma a levar a que cada de um quadro econômico, financeiro e regula-
cidade se diferencie das outras, valorizando- mentar que seja susceptível de atrair e poten-
-se e projetando-se no contexto internacional, ciar investimento privado. Um sinal disso foi
atraindo o investimento desejado. dado pela Lei do Orçamento de 2007, que des-
Essa tendência neoliberal de valorização ceu a taxa do IVA de 21% para 5% aplicável
das perspectivas do mercado na produçãodo às empreitadas de requalificação e reconversão
espaço urbano fica evidente com a promul- urbana, equiparando o regime fiscal a outros
gação do Decreto-Lei n. 104, de 7 de maio sistemas de reabilitação urbana, o que permi-
de 2004, que criou o Regime Jurídico Excep- tirá a captação de investimentos privados no
cional de Reabilitação Urbana de Zonas His- âmbito das SRU. O principal princípio norteador
tóricas e de Áreas Críticas de Recuperação e desse regime excepcional é, por conseguinte, o
Reconversão Urbanística. Esse regime per- do incentivo econômico à intervenção dos pro-
mitiu às autarquias a possibilidade de cons- motores privados no processo de reabilitação.
tituírem Sociedadesde Reabilitação Urbana Na mesma linha devem ser entendidos
(SRU) com poderes de autoridade e de políti- os apoios fiscais à reabilitação urbana, en-
ca administrativa (como os de expropriação e quadrados no Regime Extraordinário de Apoio
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Universidade de Lisboa, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. Lisboa, Portugal.
luis.mendes@ceg.ul.pt
Notas
(1) A regeneração urbana consiste numa visão abrangente e integrada, que visa a resolução de
problemas urbanos e que procura gerar mudanças duradouras no nível da condição econômica,
física, social e ambiental de áreas que tenham sido sujeitas a transformações/alterações.
[Tradução do autor]
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(3) A promoção da gentrificação como tributária da regeneração urbana passa, neste contexto mais
recente, por dois tipos de estratégia: a de exploração de existência de uma base econômica
forte, inovadora e com potencial de internacionalização; e a de aposta num determinado
evento de projeção supranacional. Na concretização dessas estratégias o recurso à gentrificação
(aqui entendida num conceito mais lato e amplo) afigura-se imprescindível, principalmente
através dos projetos de flagship development, apostando na recuperação das frentes
ribeirinhas, na criação de polos tecnológicos e de serviços, parques temáticos, complexos de
congressos e exposições ou então em grandes operações urbanísticas, sustentadas ou não, por
acontecimentos de projeção internacional.
(4) Artigo 82 da Lei n. 67-A/2007, de 31 de dezembro, que criou o Regime Extraordinário de Apoio à
Reabilitação urbana.
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