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CAPÍTULO 27
Como servimos de “repastos vivos”
aos espíritos das trevas

PERGUNTA: — Podeis nos explicar de que modo os espíri-


tos das trevas conseguem satisfazer os seus desejos viciosos ou
renovar suas sensações carnais obsidiando os encarnados?
RAMATIS: — Os espíritos malfeitores, desencarnados,
devido a lhes faltar o corpo físico, vivem sempre acicatados
pelos desejos inferiores da matéria, os quais não podem ser
saciados no mundo astral. Então procuram saciar-se de seus
vícios e desregramentos buscando apoderar-se de criaturas
desprotegidas, a fim de transformarem-nas em verdadeiras
"pontes vivas" e assim conseguirem o meio de se fartar nos
seus desejos mórbidos e desregrados. Através de processos
e ciladas diabólicas, eles esgotam a vitalidade das infelizes
criaturas que imprudentemente lhes caem sob o jugo satâ-
nico.
São almas tenazes em seus objetivos torpes, que se
debruçam incessantemente sobre o mundo da carne à pro-
cura de vítimas passivas e desleixadas, nas quais se apóiam
para realizar os seus intentos malfazejos e usufruírem a
volúpia das paixões pervertidas. A energia do mundo astral
é vigoroso multiplicador da freqüência vibratória do peris-
pírito liberto da carne; por isso, enquanto as almas eleva-
das centuplicam suas emoções dignas e mais se elevam aos
planos angélicos, os espíritos inferiores sentem os seus
desejos torpes ainda mais superexcitados pois, devido à lei
vibratória de que os "semelhantes atraem os semelhantes",

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A Vida Além da Sepultura

suas paixões também recrudescem em contato com as


energias sensuais detestáveis.
Sentindo-se exacerbados em suas emoções degradan-
tes, e impotentes para usufruírem as sensações que lhes
eram os únicos prazeres na carne, os espíritos desregrados
vêem-se obrigados a sintonizar o seu perispírito com o
perispírito dos encarnados que porventura vibrem docil-
mente às suas sugestões e desejos viciosos. Através dessa
simbiose subversiva, conseguem captar as sensações per-
vertidas dos encarnados, e então os corpos carnais dos ter-
rícolas se transformam em condensadores vivos, que aten-
dem à consumação dos desejos dos obsessores.
Os pilotos das grandes aeronaves sabem que a harmo-
nia do seu vôo depende fundamentalmente da sincroniza-
ção de todos os motores num só diapasão de velocidade;
sob a mesma lei, duas locomotivas que operem conjuga-
das, em exaustiva subida, também hão de lograr sucesso
tanto quanto seja a perfeição do ajuste sincrônico das for-
ças empregadas por ambas. Essa lei de correspondência
vibratória e equilíbrio energético ainda age com mais suti-
lidade nas relações entre o mundo astral e o físico, facili-
tando que os espíritos viciados se conjuguem sincronica-
mente aos perispíritos dos encarnados, a fim de praticarem
suas torpezas e saciarem seus apetites inferiores.

PERGUNTA: — Qual a significação mais exata dessa


denominação de "repastos vivos" que já tendes dado por
vezes àqueles que são vítimas dos espíritos maldosos do
astral inferior?
RAMATIS: — Desde que a idéia de "repasto vivo" lem-
bra refeição, é indubitável que estamos nos referindo às
tristes condições de muitos encarnados que imprudente-
mente se transformam em verdadeiras refeições vivas para
os desencarnados insaciáveis de sensações devassas e que,
além de lhes exaurirem todas as energias vitais, enfraque-
cem-lhes a vontade e os tornam cada vez mais viciados aos

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Ramatís

desejos torpes do Além. Aqueles que não se decidem a


modificar sua conduta desregrada na vida humana não tar-
dam em se transformar na abjeta condição de prolonga-
mentos vivos da mórbida vontade dos espíritos pervertidos.
Depois de perderem o controle de si mesmos e apresenta-
rem estranhas enfermidades que provocam diagnósticos
sentenciosos da medicina terrena, passam a viver excitados
e aflitos, incessantemente acionados pelos seus "donos" do
Além, que chegam a evitar-lhes qualquer aproximação
amiga ou ensejo redentor.
É de regra e técnica muito comum, entre os obsessores
sabidos, do astral, cercarem os seus "repastos vivos" de cui-
dados especiais a fim de que se afastem de pessoas,
ambientes, leituras, doutrinas, palestras ou filmes educati-
vos que possam lhes despertar a consciência adormecida
na hipnose maquiavélica e mostrar-lhes a sua escravidão ao
vício. O processo sutilíssimo, que os espíritos das sombras
desenvolvem felinamente em torno de suas vítimas, é
muito difícil de ser percebido por aqueles que lhes caíram
nas malhas sedutoras.

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor, a esse


respeito?
RAMATIS: — No estado em que se encontra atualmen-
te a civilização terrena, ainda são raras as criaturas que não
possuem qualquer válvula capaz de abrir-lhes a intimidade
do espírito à infiltração dos malfeitores do astral inferior.
Variam as debilidades humanas de conformidade com as
criaturas e suas realizações; os homens íntegros em seus
negócios e labores cotidianos podem ser vulneráveis à
cólera ou à irritação; aqueles que são pacíficos e acomoda-
dos podem se desgastar pelo ciúme, sofrerem pelo amor-
próprio ferido ou se intoxicarem pelas ingratidões; alguns,
quando frustrados nos seus ideais ou vítimas das discussões
domésticas ou das decepções amorosas, buscam no álcool
a sua compensação doentia, enquanto outros, radiantes de

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