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Bem antes de Weber elaborar sua sociologia, muitos pensadores ocidentais dos

séculos XVII e XVIII haviam se empenhado em descobrir, através de uma investigação


sistemática dos mundos natural e social, provas da existência de um ser sobrenatural todo-
poderoso.

Embora o século XIX tivesse acabado com essas pesquisas esperançosas e otimistas, os
pensadores sociais ocidentais custaram muito a abandonar uma ideia importante nas religiões
de salvação: a de que toda a história e todas as atividades humanas possuem uma direção e
um sentido último.

Os estudos de Max Weber contrariam de forma direta essas ideias dos séculos XVII,
XVIII e XIX. Sua sociologia formalizou um novo posicionamento para a espécie humana, em
firme oposição à ideia de que a história possuía algum sentido independente: as pessoas agora
existiam como autoras inequívocas de seus destinos e como centro e causa de suas atividades.
No começo do século XX, Weber fez questão de dizer que o sentido da história só podia ser o
resultado da luta dessas pessoas para construírem “vidas plenas de significado”, e das suas
escolhas com esse objetivo.

Suas pesquisas se caracterizam por uma amplitude radicalmente histórica e


comparativa. Ele sabia muito bem que é possível criar sentido subjetivo numa imensa
variedade de maneiras e, de fato, suas pesquisas revelaram que por milênios a luz suprema
que serviu de guia para as pessoas proveio de diferentes orientações para a órbita do
sobrenatural. A metodologia de Weber deixa aos estudos empíricos a demonstração do grau
em que a formação do sentido subjetivo das ações sofre a influência do mundo natural ou do
mundo sobrenatural.

Essa monumental mudança de enfoque para uma sociologia radicalmente empírica


baseada no sentido subjetivo deve ser entendida como basilar para toda a sociologia de Max
Weber. Compreendê-la é essencial para o entendimento de seus aspectos fundamentais.

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