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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis – Pró-Joá

Projeto “Bacia do Rio Jacareí”

MONITORAMENTO DO SISTEMA CANTAREIRA


RELATÓRIO REFERENTE AO MÊS DE OUTUBRO DE 2010

RESUMO: Relatório elaborado com o objetivo de demonstrar a situação e evolução do


Sistema Cantareira durante o mês de outubro, com ênfase no chamado Sistema Equivalente,
formado pelos Reservatórios Jaguari/Jacareí, Cachoeira e Atibainha, com dados técnicos,
avaliações e informações que possam subsidiar ações e demonstrar a situação do sistema
para a população do município e da região.

1. INFORMAÇÕES

Este relatório de monitoramento tem como objetivos principais a verificação da


situação dos reservatórios do Sistema Cantareira durante o mês de outubro, com ênfase no
chamado Sistema Equivalente (Reservatórios Jaguari/Jacareí, Cachoeira e Atibainha).
Constam neste relatório dados sobre as vazões liberadas e disponibilizadas à jusante (após os
reservatórios), o volume transferido para abastecimento da RMSP (Região Metropolitana de
São Paulo), o volume operacional de cada reservatório, a cota de altura do nível da água, a
vazão natural afluente dos tributários (Rios Cachoeira, Jaguari, Jacareí e Atibainha) e o
volume de precipitação sobre a região, pois esta influencia diretamente a vazão afluente e o
volume dos reservatórios.

2. CARACTERIZAÇÃO DE UM RESERVATÓRIO

Na operação dos reservatórios há diversos termos que necessitam ser entendidos para a
compreensão dos dados e informações deste relatório.

- NA mínimo minimorum: nível de água mínimo para o qual ficam impossibilitadas


as reversões;

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- NA mínimo operacional: cota mínima necessária para a operação de um


reservatório. É o limite superior do volume morto e inferior do volume útil do reservatório.

- Volume Morto: parcela do volume total do reservatório inativa para fins de captação
de água. É o volume do reservatório localizado abaixo do nível mínimo operacional.

- NA máximo operacional: cota máxima permitida para a operação de um


reservatório. É o limite superior do volume útil do reservatório.

- Volume Útil: volume localizado entre os níveis mínimo operacional e máximo


operacional. É o volume efetivamente destinado à operação do reservatório, ou seja, ao
atendimento das necessidades de captação de água.

- Volume de Espera: volume destinado ao amortecimento de cheia, com o objetivo de


atender as restrições de liberação de vazão à jusante (capacidade da calha e comprometimento
da infra-estrutura). Este volume varia conforme o período do ano (épocas de cheia e
estiagem). Também define o nível máximo operacional e o nível meta (ou nível máximo
operacional desejado para a segurança do reservatório e das áreas à jusante) do reservatório.

- NA máximo maximorum: compreende à sobrelevação máxima disponível para a


passagem de ondas de cheia. Quando o volume acumulado no reservatório ultrapassa os 100%
do volume operacional (VOP) é alcançado este nível, sendo que o excesso de água começa a
ser escoado pelo mecanismo de segurança do reservatório, as comportas ou soleira da tulipa.

- Crista do Barramento: é uma sobrelevação adicional ao nível máximo maximorum,


que protege contra ondas formadas pelos ventos e, também, caracteriza uma segurança
adicional ao trasbordamento em condições excepcionais (free-board).

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Figura 1 – Croqui Ilustrativo de um reservatório.

3. O SISTEMA CANTAREIRA

O Sistema Cantareira é responsável pela produção de quase metade da água consumida


pela RMSP (Região Metropolitana de São Paulo). É considerado um dos maiores sistemas de
produção de água do mundo, apresentando uma área de aproximadamente 228 mil hectares,
abrangendo 12 municípios (4 cidades mineiras e 8 cidades paulistas). Neste sistema ocorre a
transposição de água da Bacia do Piracicaba para a Bacia do Alto-Tietê.

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O chamado Sistema Equivalente é formado pelos Reservatórios Jaguari/Jacareí,


Cachoeira e Atibainha. Este sistema é o divisor de águas das bacias do Piracicaba (dentro do
Sistema Equivalente) e do Alto-Tietê (fora do Sistema Equivalente).
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA EQUIVALENTE
Volume mínimo operacional (hm³) Volume máximo operacional (hm³)
482,99* 1.454,84*
Volume Útil (hm³): 971,85*
Obs.: * Nota Técnica SABESP – 01/04/2010

Figura 2 – Figura Ilustrativa do Sistema Cantareira, demonstrando também o Sistema


Equivalente.

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Abaixo apresentamos a descrição dos reservatórios e estruturas do Sistema Cantareira:


- Reservatório Jaguari/Jacareí
Formado por duas barragens e um canal de interligação de 670 metros de extensão que
conecta o Reservatório Jaguari ao Jacareí, sendo que este canal possibilita que estes
reservatórios sejam operados como um sistema único. As estruturas de controle de cheias
(vertedouro) do reservatório estão localizadas no Jaguari, enquanto o túnel de ligação (Túnel
7, com 5.885 metros de extensão) com o Reservatório Cachoeira está localizado no Jacareí. A
área inundada do Reservatório cobre as áreas dos municípios de Joanópolis, Vargem, Piracaia
e Bragança Paulista, com uma extensão de 50 km² de área inundada.
As vazões médias afluentes de longo termo para os corpos hídricos tributários deste
Reservatório (conforme série histórica de 1930 a 2003) são:
- Rio Jaguari: 21,4 m³/s;
- Rio Jacareí: 4,0 m³/s.

CARACTERIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO JAGUARI/JACAREÍ


NA mínimo operacional Volume (hm³) NA máximo operacional Volume (hm³)
820,80 metros 239,45* 844,00 metros 1.047,49*
Volume Útil (hm³): 808,04*
Obs.: * Nota Técnica SABESP – 01/04/2010

- Reservatório Cachoeira
Localizado no município de Piracaia, recebe a contribuição da vazão natural do Rio
Cachoeira e a vazão proveniente do Reservatório Jaguari/Jacareí. Está ligado ao Reservatório
Atibainha pelo túnel 6, com 4.700 metros, e por um canal de aproximadamente 1.200 metros.
À jusante do Reservatório há a liberação de água para o Rio Cachoeira, que atravessa o
município de Piracaia (onde suas águas são utilizadas para abastecimento da população),
seguindo até a divisa de Atibaia com Bom Jesus dos Perdões, onde há a junção dos rios
Cachoeira e Atibainha, formando o Rio Atibaia.

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A vazão média afluente de longo termo para o Rio Cachoeira (conforme série histórica
de 1930 a 2003) é de 8,7 m³/s.

CARACTERIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO CACHOEIRA


NA mínimo operacional Volume (hm³) NA máximo operacional Volume (hm³)
811,72 metros 46,92** 821,88 metros * 116,57**
Volume Útil (hm³): 69,65**
Obs.: * – Corrigido pelos levantamentos topográficos de 2009 da SABESP.
** - Nota Técnica SABESP – 01/04/2010

- Reservatório Atibainha
Localizado no município de Nazaré Paulista. Recebe a contribuição natural do Rio
Atibainha e do Reservatório Cachoeira (conseqüentemente também do Reservatório
Jaguari/Jacareí). É ligado ao Reservatório Paiva Castro por um túnel (Túnel 5) com 9.840
metros de extensão.
À jusante do Reservatório há a liberação de água para o Rio Atibainha, que segue por
Bom Jesus dos Perdões, recebendo na divisa entre Bom Jesus dos Perdões e Atibaia, o Rio
Cachoeira, seguindo para o município de Atibaia. Na foz do Rio Atibaia e do Rio Jaguari (no
município de Americana) ocorre a formação do Rio Piracicaba.
A vazão média afluente de longo termo para o Rio Atibainha (conforme série histórica
de 1930 a 2003) é de 6,1 m³/s.

CARACTERIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO ATIBAINHA


NA mínimo operacional Volume (hm³) NA máximo operacional Volume (hm³)
781,88 metros 196,62** 786,72 metros * 290,78**
Volume Útil (hm³): 94,16**
Obs.: * – Corrigido pelos levantamentos topográficos de 2009 da SABESP.
** - Nota Técnica SABESP – 01/04/2010

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- Reservatório Paiva Castro


Localizado no município de Mairiporã, neste reservatório há a união das águas
transpostas da bacia do Piracicaba (pelo Túnel 5) e do volume produzido na bacia do Juquery.
Após o reservatório, a água segue para a Estação Elevatória de Santa Inês, pelo túnel 3.

- Estação Elevatória de Santa Inês


Localizada ao lado da Serra da Cantareira. Cada bomba (no total são 4 bombas) tem
capacidade de elevar 11 mil litros por segundo a uma altura de 120 metros. Na saída das
bombas, a água percorre dois túneis (Túnel 4 e Túnel 1), chegando ao Reservatório de Águas
Claras.

- Reservatório Águas Claras


Localizado no alto da Serra da Cantareira, é uma represa com função de segurança do
sistema, pois mantém um fluxo contínuo caso a Estação Elevatória de Santa Inês pare. A água
sai por gravidade e chega à ETA (Estação de Tratamento de Água) do Guaraú, através do
Túnel 2, com 4.878 metros de extensão.

- ETA (Estação de Tratamento de Água) do Guaraú


Estação do tipo convencional, tendo uma capacidade de tratamento de 33 mil litros por
segundo e uma capacidade de reservação de água tratada de 40 milhões de litros. As etapas do
tratamento são: gradeamento, coagulação, floculação, decantação, filtração, correção de pH,
desinfecção e fluoretação.

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4. TERMOS UTILIZADOS

- Qnat Média (m³/s): vazão média natural afluente. É uma média mensal do volume de
água afluente dos Reservatórios, advindo dos corpos hídricos. (m³/s – mil litros por segundo).

- Qjus Média (m³/s): vazão média liberada à jusante pelos reservatórios. É uma média
mensal do volume de água liberado pelos vertedouros (comportas) do reservatório para os
corpos hídricos. (m³/s – mil litros por segundo).

- QT7 Média (m³/s): vazão média mensal transferida do Reservatório Jaguari/Jacareí


pelo Túnel 7 para o Reservatório Cachoeira. É uma média mensal do volume de água
transferido. (m³/s – mil litros por segundo).

- QT6 Média (m³/s): vazão média mensal transferida do Reservatório Cachoeira pelo
Túnel 6 para o Reservatório Atibainha. É uma média mensal do volume de água transferido.
(m³/s – mil litros por segundo).

- QT5 Média (m³/s): vazão média mensal transferida do Reservatório Atibainha pelo
Túnel 5 para o Reservatório Paiva Castro. É uma média mensal do volume de água
transferido. (m³/s – mil litros por segundo).

- VOP: Volume Operacional dos Reservatórios e do chamado “Sistema Equivalente”


(determinado em porcentagem).

- Vol. Acum. (hm³): volume total acumulado no Reservatório ou no Sistema


Equivalente. Neste volume é contabilizado o Volume Morto. (hm³ - milhões de metros
cúbicos).

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- Vol. Útil Acum. (hm³): volume útil acumulado no Reservatório ou no Sistema


Equivalente. Este é o volume que efetivamente pode ser utilizado para as finalidades do
Reservatório. (hm³ - milhões de metros cúbicos).

- Cota (m): é a altura do nível da água em metros acima do nível do mar, calculado
através de seu Volume Operacional, considerando como 0% o nível mínimo operacional e
100% o nível máximo operacional.

- Volume Mensal Acumulado (hm³): volume de água que efetivamente ficou


reservado durante o mês no Reservatório ou no Sistema Equivalente (o chamado “Banco de
Águas”). (hm³ - milhões de metros cúbicos).

5. METODOLOGIA UTILIZADA

A coleta de dados é realizada diariamente junto à SABESP e ao Comitê de Bacias PCJ,


compilando os dados em planilhas eletrônicas, possibilitando a observação e análise dos
mesmos, além da criação de gráficos e informações específicas sobre cada reservatório.
As avaliações foram realizadas sobre esses dados, que são os mesmos analisados pelos
tomadores de decisão, órgãos públicos (DAEE e ANA), gestores do Sistema, pela SABESP e
pelo Comitê PCJ, através da Câmara Técnica (CT) de Monitoramento Hidrológico e do Grupo
Técnico (GT) do Sistema Cantareira.

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6. RELATÓRIO DE MONITORAMENTO

6.1. RESERVATÓRIO JAGUARI/JACAREÍ

MONITORAMENTO DO SISTEMA CANTAREIRA


MÊS E ANO: OUTUBRO/2010
JAGUARI/JACAREÍ
Volume
DATA DA Qnat Qjus QT7 Vol. Vol. Útil
Mensal
SITUAÇÃO Média Média Média VOP Acum. Acum. Cota (m)
Acumulado
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (hm³) (hm³)
(hm³)
SITUAÇÃO EM
7,56 4,44 24,05 86,56% 938,89 699,44 840,60 -54,22
30/09/2010
SITUAÇÃO EM
7,87 4,50 20,29 81,01% 894,04 654,59 839,31 -44,85
31/10/2010

COMPARAÇÃO 4,13% 1,35% -15,64% -6,41% -4,78% -6,41% -1,29 -

Legenda: Qnat Média: vazão média natural afluente; Qjus Média: vazão média liberada à jusante do
reservatório; QT7 Média: vazão média do túnel 7, que é transferida para o Reservatório Cachoeira; VOP:
volume operacional do reservatório; Vol. Acum.: volume total acumulado no reservatório; Vol. Útil Acum.:
volume útil acumulado no reservatório; Cota: altura do nível da água em metros cima do nível do mar;
Volume Mensal Acumulado: volume de água que efetivamente ficou reservado no reservatório durante o
mês; m³/s: metros cúbicos por segundo ou mil litros por segundo; hm³: milhões de metros cúbicos; m:
metros.

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Gráfico 1 - Vazão natural afluente (Qnat), vazão liberada à jusante do reservatório


(Qjus) e Vazão Túnel 7 (QT7).

Gráfico 2 - Volume Operacional do Reservatório Jaguari/Jacareí.

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6.2. RESERVATÓRIO CACHOEIRA

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MÊS E ANO: OUTUBRO/2010
CACHOEIRA
Volume
DATA DA Qnat Qjus QT6 Vol. Vol. Útil
Cota Mensal
SITUAÇÃO Média Média Média VOP Acum. Acum.
(m) Acumulado
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (hm³) (hm³)
(hm³)
SITUAÇÃO EM
2,83 2,96 26,42 57,52% 86,98 40,06 817,97 -6,48
30/09/2010
SITUAÇÃO EM
2,93 3,00 20,71 55,63% 85,67 38,75 817,78 -1,32
31/10/2010

COMPARAÇÃO 3,37% 1,35% -21,63% -3,29% -1,51% -3,29% -0,19 -

Legenda: Qnat Média: vazão média natural afluente; Qjus Média: vazão média liberada à jusante do
reservatório; QT6 Média: vazão média do túnel 6, que é transferida para o Reservatório Atibainha; VOP:
volume operacional do reservatório; Vol. Acum.: volume total acumulado no reservatório; Vol. Útil Acum.:
volume útil acumulado no reservatório; Cota: altura do nível da água em metros cima do nível do mar;
Volume Mensal Acumulado: volume de água que efetivamente ficou reservado no reservatório durante o
mês; m³/s: metros cúbicos por segundo ou mil litros por segundo; hm³: milhões de metros cúbicos; m:
metros.

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Gráfico 3 - Vazão natural afluente (Qnat), vazão liberada à jusante do reservatório


(Qjus) e vazão Túnel 6 (QT6).

Gráfico 4 - Volume Operacional do Reservatório Cachoeira.

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6.3. RESERVATÓRIO ATIBAINHA

MONITORAMENTO DO SISTEMA CANTAREIRA


MÊS E ANO: OUTUBRO/2010
ATIBAINHA
Volume
DATA DA Qnat Qjus QT5 Vol. Vol. Útil
Cota Mensal
SITUAÇÃO Média Média Média VOP Acum. Acum.
(m) Acumulado
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (hm³) (hm³)
(hm³)
SITUAÇÃO EM
3,01 2,48 26,47 75,40% 267,62 71,00 785,59 1,23
30/09/2010
SITUAÇÃO EM
3,47 2,50 26,65 60,82% 253,89 57,27 784,88 -13,73
31/10/2010

COMPARAÇÃO 15,30% 0,81% 0,69% -19,34% -5,13% -19,34% -0,71 -

Legenda: Qnat Média: vazão média natural afluente; Qjus Média: vazão média liberada à jusante do
reservatório; QT5 Média: vazão média do túnel 5, que é transferida para o Reservatório Paiva Castro, em
Mairiporã; VOP: volume operacional do reservatório; Vol. Acum.: volume total acumulado no reservatório;
Vol. Útil Acum.: volume útil acumulado no reservatório; Cota: altura do nível da água em metros cima do nível
do mar; Volume Mensal Acumulado: volume de água que efetivamente ficou reservado no reservatório durante
o mês; m³/s: metros cúbicos por segundo ou mil litros por segundo; hm³: milhões de metros cúbicos; m: metros.

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Gráfico 5 - Vazão natural afluente (Qnat), vazão liberada à jusante do reservatório


(Qjus) e vazão Túnel 5 (QT5).

Gráfico 6 - Volume Operacional do Reservatório Atibainha.

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6.4. SISTEMA EQUIVALENTE (FORMADO PELOS RESERVATÓRIOS


JAGUARI/JACAREÍ, CACHOEIRA E ATIBAINHA)

MONITORAMENTO DO SISTEMA CANTAREIRA


MÊS E ANO OUTUBRO/2010
SISTEMA EQUIVALENTE
Volume
DATA DA Qnat Qjus QT5 Vol. Vol. Útil
Mensal
SITUAÇÃO Média Média Média VOP Acum. Acum.
Acumulado
(m³/s) (m³/s) (m³/s) (hm³) (hm³)
(hm³)
SITUAÇÃO EM
13,40 9,88 26,47 83,40% 1293,49 810,50 -59,47
30/09/2010
SITUAÇÃO EM
14,27 10,00 26,65 77,23% 1233,60 750,61 -59,89
31/10/2010

COMPARAÇÃO 6,48% 1,21% 0,69% -7,39% -4,63% -7,39% -

Legenda: Qnat Média: vazão média natural afluente; Qjus Média: vazão média liberada à jusante do
sistema; QT5 Média: vazão média do túnel 5, que é transferida para o Reservatório Paiva Castro, em Mairiporã;
VOP: volume operacional do sistema; Vol. Acum.: volume total acumulado no sistema; Vol. Útil Acum.: volume
útil acumulado no sistema; Volume Mensal Acumulado: volume de água que efetivamente ficou reservado no
sistema durante o mês; m³/s: metros cúbicos por segundo ou mil litros por segundo; hm³: milhões de metros
cúbicos.

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Gráfico 7 - Vazão natural afluente total (Qnat), vazão liberada à jusante dos
reservatórios (Qjus) e vazão Túnel 5 (QT5).

Gráfico 8 - Volume Operacional do Sistema Equivalente.

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6.5. PLUVIOMETRIA DO SISTEMA CANTAREIRA

Média Histórica Volume Total de Precipitação (mm)


132,8 92
Porcentagem em
Comparação com a -30,95%
Média Histórica

Gráfico 9 – Precipitação Diária na Região do Sistema Cantareira.

Gráfico 10 - Comparação do Volume de Precipitação Mensal com a média histórica para


o Sistema Cantareira.

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7. AVALIAÇÃO

Durante o mês de outubro houve uma elevação da vazão natural afluente e da vazão
liberada à jusante dos reservatórios, com uma pequena elevação do volume transferido para
abastecimento da RMSP pelo Túnel 5, comparado ao mês de setembro de 2010. Também
observamos que houve uma diminuição no volume acumulado no Sistema Equivalente
durante o mês de outubro em comparação ao mês anterior, sendo que, o volume de
precipitação total foi inferior à média histórica para o período.
Avaliando a média de contribuição para o Sistema advindo dos seus tributários, a bacia
hidrográfica do Rio Jaguari contribuiu com o maior volume (6,63 m³/s na média diária), a
bacia do Rio Cachoeira contribuiu com 2,93 m³/s na média diária, a bacia do Rio Atibainha
com 3,47 m³/s e a do Rio Jacareí com 1,24 m³/s na média diária. Comparando com o mês de
setembro deste ano, houve uma elevação na vazão média tributária diária, somando a média
de 14,27 m³/s para o sistema (agosto apresentou 13,40 m³/s).
Contribuição Média dos Tributários (em m³/s)
Tributários Vazão (m³/s) %
Jacareí 1,24 8,69%
Jaguari 6,63 46,46%
Cachoeira 2,93 20,52%
Atibainha 3,47 24,32%
Total 14,27 100,00%

Gráfico 11 – Contribuição Média dos Tributários do Sistema Equivalente.

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7.1. PRECIPITAÇÃO SOBRE A REGIÃO

O volume de precipitação sobre o Sistema Cantareira apresentou um total de chuvas de


92,0 mm, volume este 30,95% inferior à média histórica registrada (132,8 mm). Dos 31
dias do mês de outubro, em 16 deles houve algum episódio de precipitação (chuva, garoa,
etc.). O volume de precipitação influenciou diretamente a vazão dos corpos hídricos
tributários do sistema e, consequentemente, o volume liberado à jusante pelos reservatórios.
Deve-se esclarecer que além do aumento da vazão instantânea dos corpos hídricos,
dias após as chuvas, a vazão dos corpos hídricos permanecem elevadas, pois as águas da
chuva infiltram no solo, abastecendo o lençol freático (nível freático, nível da água ou nível
potenciométrico), responsável por abastecer as nascentes e os corpos hídricos nos dias de
estiagem.
A elevação instantânea do volume de vazão dos corpos hídricos deve-se também aos
diversos tipos de solos existentes na região, à formação geológica, ao relevo (devido à
declividade acentuada), à cobertura vegetal e à ocupação do solo (urbana e rural). Também
ressaltamos que com as chuvas constantes, o solo fica saturado e a água de chuva não infiltra,
escoando superficialmente e alcançando rapidamente os corpos hídricos.
Os volumes de chuva nas cabeceiras dos corpos hídricos são bastante altos, devido à
altitude e ao caráter superúmido destas áreas, sendo que, devido à velocidade e ao volume
dessas águas, alcançam rapidamente as áreas baixas das bacias hidrográficas e os reservatórios
formadores do sistema.

7.2. RESERVATÓRIO JAGUARI/JACAREÍ

O Reservatório Jaguari/Jacareí (o maior do Sistema Equivalente e do Sistema


Cantareira) apresentou uma elevação na vazão média natural afluente, variando de 7,56
m³/s em setembro para 7,87 m³/s neste mês, explicada pelos índices de chuva na região e,
principalmente, nas cabeceiras dos corpos hídricos. A vazão média liberada à jusante pelo
reservatório foi de 4,50 m³/s (1,35% superior à média registrada durante o mês de

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setembro), sendo que houve uma diminuição no volume acumulado de 44,85 hm³ (milhões
de metros cúbicos) durante o mês de outubro.
Neste mês a média mensal do volume transferido pelo Túnel 7 para o
Reservatório Cachoeira foi de 20,29 m³/s (15,64% inferior à média registrada no mês de
setembro).
O volume total acumulado no reservatório foi de 894,04 hm³ no dia 31, tendo um
volume útil acumulado de 654,59 hm³. O atual volume operacional do reservatório é de
81,01%.
Avaliando os dados do ponto de monitoramento do Rio Jaguari, localizado no bairro
do Guaripocaba em Bragança Paulista, dia 01 de novembro, às 17:00 hs, o ponto apresentava
uma vazão de 4,44 m³/s. A altura do nível da água no ponto era de 1,56 metros, sendo que
5,00 metros é a cota de extravasamento.

7.3. RESERVATÓRIO CACHOEIRA

No Reservatório Cachoeira (o menor do sistema equivalente) houve uma elevação da


vazão média natural afluente, variando de 2,83 m³/s em setembro para 2,93 m³/s neste
mês, explicada pelos índices de chuva na região e, principalmente, nas cabeceiras dos corpos
hídricos (em Joanópolis/SP e Camanducaia/MG). A vazão média liberada à jusante pelo
reservatório foi de 3,00 m³/s (1,35% superior à média registrada durante o mês de
setembro). Houve uma diminuição no volume acumulado no reservatório de 1,32 hm³
(milhões de metros cúbicos) durante o mês de outubro.
Neste mês a média do volume transferido pelo Túnel 6 para o Reservatório
Atibainha foi de 20,71 m³/s (21,63% inferior à média registrada no mês de setembro).
O volume total acumulado no reservatório alcançou 85,67 hm³ no dia 31, tendo
um volume útil acumulado de 38,75 hm³. O atual volume operacional do reservatório é
de 55,63%.
Avaliando os dados do ponto de monitoramento do Rio Cachoeira, localizado na
captação para abastecimento do município de Piracaia, dia 01 de novembro, às 17:00 hs, o

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ponto apresentava uma vazão de 3,29 m³/s. A altura do nível da água no ponto era de 1,93
metros, sendo que 3,00 metros é a cota de extravasamento.

7.4. RESERVATÓRIO ATIBAINHA

No Reservatório Atibainha (barramento de tamanho intermediário do sistema


equivalente) houve uma elevação da vazão média natural afluente, variando de 3,01 m³/s
em setembro para 3,47 m³/s neste mês, explicada pelos índices de chuva na região e,
principalmente, nas cabeceiras dos corpos hídricos (em Piracaia e Nazaré Paulista). A vazão
média liberada à jusante pelo reservatório foi de 2,50 m³/s (0,81% superior à média
registrada durante o mês de setembro). Houve uma diminuição no volume acumulado no
reservatório de 13,73 hm³ (milhões de metros cúbicos) durante o mês de outubro.
Neste mês a média do volume transferido pelo Túnel 5 para o Reservatório Paiva
Castro, localizado em Mairiporã, foi de 26,65 m³/s (0,69% superior ao registrado no mês
de setembro).
O volume total acumulado no reservatório alcançou 253,89 hm³ no dia 31, tendo
um volume útil acumulado de 57,27 hm³. O atual volume operacional do reservatório é
de 60,82%.
Analisando os dados do ponto de monitoramento do Rio Atibainha, localizado no
município de Nazaré Paulista, dia 01 de novembro, às 17:00 hs, o ponto apresentava uma
vazão de 2,80 m³/s. A altura do nível da água no ponto era de 1,59 metros.
Avaliando os dados do ponto de monitoramento do Rio Atibaia, localizado no
município de Atibaia, dia 01 de novembro, às 17:00 hs, o ponto apresentava uma vazão de
10,43 m³/s. A altura do nível da água no ponto era de 2,08 metros, sendo que 3,00 metros é a
cota de extravasamento.

7.5. SISTEMA EQUIVALENTE

O Sistema Equivalente (formado pelos Reservatórios Jaguari/Jacareí, Cachoeira


e Atibainha) apresentou uma elevação da vazão média natural afluente, variando de 13,40
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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis – Pró-Joá
Projeto “Bacia do Rio Jacareí”

m³/s em setembro para 14,27 m³/s neste mês. A vazão média liberada à jusante para a
bacia do Piracicaba foi de 10,00 m³/s (1,21% superior à média registrada durante o mês de
setembro). Houve uma diminuição no volume acumulado no Sistema de 59,89 hm³
(milhões de metros cúbicos) durante o mês de outubro.
O volume médio transferido do Sistema para o Reservatório Paiva Castro, para
atender as demandas da RMSP foi de 26,65 m³/s. O volume total acumulado no Sistema
alcançou 1.233,60 hm³ no dia 31, tendo um volume útil acumulado de 750,61 hm³. O
atual volume operacional do Sistema Equivalente é de 77,23%.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As vazões limites superiores autorizadas pela ANA (Agência Nacional de Águas),


conforme Comunicado Conjunto ANA/DAEE – Sistema Cantareira nº 148, de
01/10/2010, para serem praticadas no mês de outubro eram de 30,3 m³/s para a RMSP e
5,0 m³/s para o Piracicaba.
Pelas regras estabelecidas para operação do Sistema, o Banco de Águas da bacia
dos rios PCJ ficou sem condições de atender às necessidades da bacia, devido à gradual
queda de suas vazões naturais nesta época do ano. Assim, com intuito de se adequarem
as disponibilidades à sazonalidade das vazões liberadas para a bacia dos rios PCJ e
tendo em vista o pleito da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico –
CTMH/PCJ, no mês de outubro, foi liberada uma vazão de até 10 m³/s. A diferença
entre a vazão disponível para a bacia dos rios PCJ e a vazão autorizada foi considerada
como uma deliberação dos órgãos gestores (DAEE e ANA), não sendo, por consequência,
debitada no respectivo Banco de Águas (ANA, 2010).
Efetivamente foram praticadas as médias de 26,65 m³/s para abastecimento da
Grande São Paulo e de 10,00 m³/s para as Bacias do PCJ.
Pelo exposto acima, avaliamos que o Sistema continua apresentando um alto volume
operacional (77,23% de Volume Operacional), sendo que a média histórica de chuvas
para o mês de novembro é de 157,3 mm.

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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis – Pró-Joá
Projeto “Bacia do Rio Jacareí”

Recomendamos a continuação do monitoramento e dos trabalhos no Sistema


Cantareira pela respectiva área do Projeto e a divulgação deste relatório à população da
região.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL (federal). ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Disponível em:


<www.ana.gov.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

BRASIL (federal). ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Boletim de


Monitoramento dos Reservatórios do Sistema Cantareira, v. 5, n. 10, out. 2010. Brasília:
ANA, 2010. 12p.

CLIMATEMPO – PREVISÃO DO TEMPO/METEOROLOGIA E NOTÍCIAS EM TEMPO


REAL. Disponível em: <www.climatempo.com.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

COMITÊ DAS BACIAS PCJ – PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ. Disponível em:


<www.comitepcj.sp.gov.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

DA SILVA, D. T. L. Monitoramento do Sistema Cantareira - Relatório referente ao mês


de setembro de 2010. Joanópolis: ONG Pró-Joá, 2010. 27p.

DA SILVA, D. T. L. Sistema Cantareira: caracterização e principais aspectos. Joanópolis:


ONG Pró-Joá, 2010. 35p.

ESTÂNCIA TURÍSTICA DE JOANÓPOLIS. Disponível em: <www.joanopolis.com.br >.


Acessado em: 01 Novembro 2010.

FCTH – FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGIO DE HIDRÁULICA. Disponível em:


<www.fcth.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.
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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis – Pró-Joá
Projeto “Bacia do Rio Jacareí”

INPE/CPTEC – INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS/CENTRO DE


PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS. Disponível em:
<www.cptec.inpe.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

REDE DAS ÁGUAS. Disponível em: <www.rededasaguas.org.br>. Acessado em: 01


Novembro 2010.

SABESP – SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em:


<www.sabesp.com.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

SAISP – SISTEMA DE ALERTAS A INUNDAÇÕES NO ESTADO DE SÃO PAULO.


Disponível em: <www.saisp.br>. Acessado em: 01 Novembro 2010.

SÃO PAULO (estado). DAEE – DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA.


Nota Técnica DAEE/DPO – Sistema Cantareira – 16/12/2009. São Paulo: DAEE, 2009.
15p.

WHATELY, M. Cantareira 2006: um olhar sobre o maior manancial


de água da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo: Instituto Socioambiental,
2007. 67p.

Joanópolis, 01 de Novembro de 2010.

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DIEGO DE TOLEDO LIMA DA SILVA
TÉCNICO AMBIENTAL DA ONG PRÓ-JOÁ E
RESPONSÁVEL PELO PROJETO

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