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ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N.127 SET/OUT.2005, Pág.

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ALIMENTAR PÁSSAROS
SILVESTRES
É PREJUDICIAL?

Pedro Cerqueira Lima& Rita de


Cássia F. Da Rocha Lima
ALIMENTAR PÁSSAROS SILVESTRES É PREJUDICIAL?

Pedro Cerqueira Lima & Rita de Cássia Ferreira da Rocha Lima. Cetrel S/A Empresa
de Proteção Ambiental do Pólo Petroquímico de Camaçari, Via Atlântica Km 9
Interligação Estrada do Coco – CEP 42810000 – Camaçari Bahia. E-mail
pedro@cetrel.com.br. Fotos: Pedro Lima

Alimentar pássaros é uma atividade muito antiga, que ocorre em todos os cantos
do mundo, mas, além de ser muito agradável, terá algum valor para a conservação
das espécies? Esta é uma pergunta difícil de
responder, principalmente porque é difícil de se avaliar,
especialmente nas populações de pequenos pássaros
(Everett, 1985). Na Europa, alimentar pássaros é uma
atividade comum e não é considerada ilegal, muito pelo

contrário, é incentivada pela comunidade e pelas


Tangara seledon
centenas de lojas especializadas na venda de rações balanceadas para pássaros,
comedouros, os mais variados possíveis, ninhos artificiais e bebedouros. O rigoroso
inverno europeu causa, muitas vezes, um grande impacto em determinadas
populações devido à dificuldade em buscar alimentos, principalmente quando a
camada de neve permanece no solo durante algumas semanas. Nessas condições,
recomenda-se alimentar os pássaros e não descuidar do abastecimento de alimentos.
Quando o verão retorna, recomenda-se que não se alimente os pássaros, pois existem
fontes naturais de alimento suficientes para alimentar as suas proles. A alimentação
dos pássaros pode contribuir de forma muito importante para a conservação de
numerosas espécies que vivem nos bosques e seus arredores, habitat que está
desaparecendo com muita rapidez. A alimentação complementar ajuda a muitas
espécies pequenas durante o inverno, sobretudo nas zonas de inverno muito severo.
Everett, em seu livro “Pássaros de Jardim”, relaciona 100 espécies que freqüentam os
jardins da Europa e, dentre elas, algumas são aves introduzidas, tais como:
Phasianus colchicus, Streptopelia decocto e Psittacula krame, sendo que
algumas são migratórias.

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INTRODUÇÃO DE AVES:

O Brasil é um dos paises com maior biodiversidade em todo o planeta. Essa


riqueza frequentemente atrai a biopirataria internacional que, ou busca plantas para
extrair fármacos que serão processados e utilizados como medicamentos e
cosméticos, ou busca animais. Outro grande problema ambiental brasileiro é o tráfico
de animais silvestres, que, segundo as entidades ambientalistas, é responsável pela
retirada anual de milhares de animais de seus habitats. Embora exista um consenso
sobre a necessidade de se combater urgentemente esta atividade ilegal, o mesmo não
pode ser dito do destino dos animais apreendidos pelos órgãos ambientais, o que não
é um problema apenas brasileiro, pois “78% dos animais apreendidos no tráfico de
animais são liberados, a maioria com um simples abrir de gaiolas”, Campanile (2005).
Essas solturas, sem nenhum tipoLima
Foto: Pedro de acompanhamento e associadas, na sua grande
maioria, à falta de conhecimento sobre a verdadeira distribuição da espécie em nosso
país, podem causar danos irreparáveis, pois estão sendo introduzidas espécies em
ambientes que nunca habitaram. A introdução de espécies pode ser danosa ao meio
ambiente e vem ocorrendo em várias partes do mundo há vários séculos, de forma
acidental ou programada. Segundo a IUCN (International Union for Conservation of
Nature and Natural Resources), a introdução é definida como a soltura de indivíduos
de uma ou mais espécies, em uma área na qual elas não ocorrem naturalmente. O
Havaí é um bom exemplo para ilustrar o problema da introdução de espécies exóticas.
Das 132 espécies de aves hoje existentes, 46 foram introduzidas de diversas partes
do mundo, tais como: África, Ásia, América do Norte, América do Sul, China, Japão. O
total das aves introduzidas equivale a 34,8% de todas as aves do Havaí. Das 71
espécies endêmicas do Havaí, muitas já foram extintas e a grande maioria encontra-se
em situação crítica, como é o caso do Corvus hawaiiensis, com uma população
estimada em 14 aves. Algumas espécies exóticas
introduzidas podem apresentar respostas contrárias,
atingindo números populacionais elevados (algumas
se constituem em uma verdadeira praga) e ainda se
tornarem muito comuns, a exemplo da espécie
Carpodacus mexicanos, que foi introduzida no
Havaí em 1870, oriunda da Califórnia e que hoje é Carpodacus mexicanos
uma espécie comum em várias áreas da ilha, sendo, no entanto, considerada rara em
seu habitat de origem, Lima (2005). A introdução de espécies é um grave erro que não
deve ser aconselhado em hipótese nenhuma, pois o dano causado pode ser muitas
vezes irreparável.

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Apesar dos dois relatos negativos abordados acima, é importante lembrarmos
que essa grande biodiversidade também atrai milhares de amantes da natureza para
admirá-la. No mundo, existem cerca de 400.000 amantes de pássaros que se
deslocam de diversos locais do mundo para observar pássaros na natureza, e o Brasil
é um de seus paises prediletos. Cada vez mais, turistas desembarcam em diversos
locais de nosso território para observar os pássaros. Esse mercado contribui
significativamente para a entrada de divisas do exterior. No entanto, não é fácil
trabalhar com essa demanda de turistas altamente especializados. São necessários
guias experientes que conheçam a nossa fauna local, falem vários idiomas, ou pelo
menos, saibam falar fluentemente o inglês, e mais importantemente, sejam capazes
de localizar e mostrar uma quantidade de espécies significativas.

Desde 1995, portanto há 10 anos, vimos desenvolvendo um projeto piloto de


eco turismo na propriedade da Fundação BioBrasil, localizada no município de São
Gonçalo do Gurgea, visando obter recursos através da observação da fauna local,
com a meta de proteger toda a biodiversidade ali existente. Até o presente momento,
já levantamos 240 espécies de aves no sul do Piauí, dentre elas algumas listadas
como ameaçadas de extinção, como a arara-azul-grande (Anodorhynchus
hyacintinus), (Lima, 2004). A população dessa
espécie no sul do Piauí passou despercebida por
muitos anos. Todos os esforços de conservação
dessa espécie estavam concentrados na população
existente no Pantanal. As populações do sul do Piauí

se reproduzem em barrancos nos penhascos,


Anodorhynchus hyacintinus
enquanto que a população do Pantanal se reproduz em ocos de árvores. Durante
décadas, os traficantes de aves coletaram dezenas de aves dessa espécie, como
também uma quantidade incalculável de outras espécies de aves. Além do tráfico de
animais, a caça no sul do Piauí é uma atividade que causou, ao longo dos anos, um
grande impacto à fauna e flora local. Era comum, os caçadores incendiarem o Cerrado
para encurralarem os animais da fauna local, tais como: veado, catitú etc.. O fogo,
como ferramenta de caça, deve ter causado um grande impacto, seja na fauna ou na
flora local. Além do fogo, as armadilhas e espingardas dizimaram aves e outras
espécies animais. Quando a Fundação BioBrasil adquiriu a sua propriedade no sul do
Piauí, visava conservar a biodiversidade local, usando como estratégia o eco turismo
como sua principal ferramenta para arrecadar recursos, gerar emprego e renda e

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desenvolver atividades de eco turismo junto à comunidade local e assim atingir a sua
meta: a conservação, não somente da arara-azul-grande (Anodorhynchus
hyacintinus) espécie ameaçada de extinção, como também das demais espécies. Há
o consenso de que, em qualquer projeto de conservação, a educação ambiental é de
fundamental importância para o seu êxito. Em todas as áreas que escolhemos para
desenvolver nossos projetos de conservação, visamos gerar emprego e renda ao
contratarmos membros da comunidade. Esses profissionais, pelo fato de pertencerem
à comunidade, terão uma penetração muito maior. São programadas visitas de
membros da comunidade, escolas, políticos, religiosos e comerciantes locais à área
onde o projeto está sendo executado, com a finalidade de envolver toda a comunidade
no processo.

ATRAÇÃO DE AVES:

A nossa metodologia consistiu em realizar primeiro o inventário da ornitofauna


local. Assim pudemos constatar a presença de 240 espécies de aves. Depois,
desenvolvemos uma técnica para atrair aves e pássaros, mas que não causasse
impacto na ornitofauna local. Das 240 espécies registradas, muitas não são atraídas
por comedouros, mas uma pequena minoria é facilmente atraída, desde que sejam
utilizadas comidas adequadas para cada espécie. Dentre as poucas espécies atraídas
por comedouros tradicionais,relacionamos a seguir, todas as que freqüentam os
comedouros em nossa propriedade: Columbina talpacoti, Leptotila verreauxi,
Uropelia campestris, Columbina squammata, Melanerpes candidus, Pitangus
sulphuratus, Mimus saturninus, Turdus rufiventris, Turdus amaurochalinus,
Turdus leucomelas, Paroaria dominicana, Sporophila nigricollis, Zonotrichia
capensis, Sporophila plúmbea, Charitospiza eucosma, Piranga flava, Tangara
cayana, Thraupis palmarum, Thraupis sayaca,
Ramphocelus carbo, Compsothraupis
loricata, Tachyponus rufus, Icterus jamacaii,
Icterus cayanensis, e Cyanocorax
cyanopogon. Esse total equivale a 10% de toda

a ornitofauna local e de todas as espécies


Melanerpes candidus
relacionadas anteriormente, sendo que nenhuma delas é listada como ameaçada de
extinção. As demais espécies são detectadas através da observação direta usando
binóculos ou lunetas, e através da repetição de sons de determinadas espécies com

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um gravador, com a finalidade de atrair tais espécies para perto do grupo de
observadores. Para essa atividade de atração, utilizamos frutas, sementes e casca de
ovo, alimentos esses capazes de atrair todas as espécies acima relacionadas. A
atração de aves, como já foi descrito anteriormente, é realizada em quase todos os
cantos do mundo. No Brasil, existem centenas de pousadas, hotéis e hotéis-fazendas
que se utilizam dessa técnica para atrair turistas. Os locais mais renomados no Brasil
em atração de pássaros são numerosos e listamos aqui alguns deles: na Bahia,
muitas pousadas na Chapada Diamantina utilizam
comedouros e bebedouros para beija-flores; na
Amazônia, pousadas e hotéis utilizam da mesma
técnica; no Pantanal, podemos observar, não só
atração de pássaros, como de outras espécies
animais como a ariranha (Pteronura brasiliensis),
espécie ameaçada de extinção, que proporciona
Pteronura brasiliensis
um verdadeiro espetáculo ao ser atraída para perto
dos barcos de turistas. As ariranhas são induzidas a se aproximarem desses barcos
pelos guias que lhes oferecem peixes e assim, não só elas chegam perto dos barcos,
como também tentam subir neles. São várias as pousadas e hotéis que oferecem
comidas a grupos de araras-azuis (Anodorhynchus hyacintinus), tornando-as
inclusive mais dóceis,deixando que as pessoas se aproximem delas.

ATRAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO:

Trabalhar com espécies ameaçadas de


extinção requer conhecimento e atenção redobrada.
Como foi dito anteriormente, a espécie A.
hyacintinus, vem sendo atraída a comedouros no
Pantanal, e o lobo guará (Chrysocyon brachyurus)
e a ariranha (Pteronura brasiliensis), dentre outras

espécies ameaçadas de extinção, constituem-se em


Chrysocyon brachyurus
forte atrativo para os grupos que operam com o eco turismo.

Visando elaborar um projeto piloto com aves ameaçadas, escolhemos duas


espécies de araras para desenvolvermos uma estratégia segura para ambas as
espécies e que também fornecer um atrativo de lazer e emoção para os observadores
de aves. Atrativo de (Anodorhynchus leari): essa espécie é considerada a quarta

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espécie de arara mais rara do mundo, ocorrendo
apenas no sertão da Bahia, nos municípios de
Jeremoabo, Euclides da Cunha, Canudos e Campo
Formoso. Desde a descoberta da pátria dessa
espécie por Helmut Sick em 1978, até o final da
década de 90, a população dessa espécie não era
estimada com precisão e era avaliada em cerca de
170 aves. Após desenvolvermos pesquisas de campo

com essa espécie e utilizarmos a mão de obra da


Anodorhynchus leari
comunidade local, descobrimos vários outros dormitórios, e hoje, a população é
estimada em cerca de 500 aves. Visando obter recursos para aplicarmos na
conservação da espécie, tais como a alocação de propriedade e pagamento de
guardas para proteger os paredões utilizados pela espécie para reprodução,
desenvolvemos uma estratégia de atração dessa
espécie em um local perto dos paredões usados para a
reprodução e que estavam sobre a proteção da
Fundação BioBrasil. Escolhemos um local onde
existiam alguns pés de onicuri (Syagrus coronata) e
fixamos, em partes da folha dessa palmeira, cachos de

onicuris e espigas de milho que são os dois alimentos


Syagrus coronata
básicos da espécie. Em poucos dias, algumas aves começaram a visitar esse local.
Colocamos os dois tipos de alimento durante dois anos no mesmo local, e um grupo
de cerca de 50 araras freqüentou tal local todos os dias, do amanhecer até cerca de
9h30min da manhã e à tarde, das 15h até o
entardecer. A quantidade de alimento que
colocamos durante esses dois anos era o
Anodorhynchus leari
suficiente para alimentar um grupo de 50 araras.
Utilizamos um saco contendo cerca de 100 espigas
de milho e cerca de quatro cachos de onicuri,

todos os dias, porque achávamos que se


Anodorhynchus leari
aumentássemos a quantidade de alimento, conseguiríamos aumentar também a
quantidade de araras.

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No entanto, a nossa estratégia consistia em fixar um
determinado grupo de araras, para sabermos qual a
quantidade ideal de alimento para elas para evitar que
percorressem grandes distâncias em busca de alimento e
assim impedir a sua captura por traficantes ou abatimento
pelos caçadores que freqüentavam as plantações de
milho. Para que os turistas pudessem observar, tirar
fotografias e realizar filmagens dessas aves, construímos

um túnel de madeira de cerca de 150 metros de


Anodorhynchus leari
comprimento e o forramos com palha. Os turistas
deveriam entrar nesse túnel e chegariam até cerca
de 30 metros do local onde as araras estariam
comendo. A utilização do túnel foi de fundamental
importância para que as aves não percebessem a
presença de seres humanos e terminassem por se
acostumar com a sua presença, e não interferisse
Túnel de Observação
no comportamento da espécie. O eco turismo foi
uma das principais fontes de obtenção de renda para investir na preservação da A.
leari, e os recursos adquiridos financiaram o levantamento de 231 espécies de aves
na região, Lima (2005) e financiaram campanhas de anilhamento que anilharam cerca
de 4.000 aves, com o objetivo de estudar o comportamento dessas espécies. Além
disso, investiu-se em programas de educação ambiental cujo resultado final foi a
inclusão da comunidade na campanha de conservação, não somente da A. leari,
como também de toda a biodiversidade do Bioma Caatinga da pátria da arara-azul-de-
lear. Os comerciantes adotaram aves e animais como símbolo de seus
estabelecimentos, produtos artesanais foram produzidos utilizando-se as fotos das
aves da região, além de campanhas para ajudar pessoas carentes ou doentes, como a
campanha “Vida Salvando Vida”. Nessa campanha ocorreu uma verdadeira inversão
de papeis: camisas com fotos das aves da região foram vendidas para arrecadar
fundos para ajudar pessoas doentes. A própria prefeitura de Jeremoabo entrou para
valer na campanha de conservação, e a arara-azul foi escolhida para ilustrar a
logomarca das festas de São João de 2005. Na 25ª reunião dos prefeitos da região
nordeste da Bahia, fomos convidados a proferir uma palestra sobre as aves e a
biodiversidade da região. Mais uma vez, foram utilizadas aves como o pano de fundo
dessa importante reunião. Atrativo de Anodorhynchus hyacintinus: A população do
sul do Piauí, durante muito tempo, passou despercebida.

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O foco de conservação dessa espécie sempre foi a população do Pantanal. Em 1994,
descobrimos que a população do sul do Piauí era significativa e passava por forte
estresse, seja pela ação dos traficantes de aves, seja pelos caçadores que as
matavam. Algo tinha quer ser feito para preservar essa população. Então, nós
montamos as seguintes estratégias: adquirimos uma área de 4.000 ha num local onde
a biodiversidade era grande e onde ocorria uma população de A. hyacintinus. Na
época, em 1995, as terras do sul do Piauí eram consideradas impróprias para a
agricultura e por isso seu preço era muito baixo. Em seguida, contratamos a mão de
obra local para fiscalizar a área e impedir o tráfico de animais e a ação de caçadores
na região, tendo contribuído assim para a
geração de emprego e renda. Com as terras e
os funcionários locais protegendo a região,
iniciamos um inventário da fauna local e
detectamos a presença de 240 espécies de
aves. Utilizando a mesma metodologia aplicada

ao programa de conservação da A. leari na


Anodorhynchus hyacintinus
Caatinga da Bahia, começamos a operar um Alimentando-se de coco de piaçava
projeto piloto de eco turismo, visando arrecadar
recursos para serem aplicados na conservação, não somente da A. hyacintinus,
como também das demais espécies animais e do Bioma Cerrado.

Construímos um túnel semelhante ao utilizado


na Caatinga da Bahia, e através dele os
observadores de aves podiam fotografar essa
espécie de arara. Semelhante ao projeto piloto
desenvolvido na Caatinga com a A. leari,
colocamos junto ao túnel, a uma distância de

Túnel de Observação
cerca de 30 metros, o alimento preferido pela
arara-azul-grande: o coco da piaçava (Attalea
funifera Mart), Catolé ou Catolí (Syagrus schizophylla) e os frutos do buriti
(Mauritia flexuosa). Colocamos esse suplemento alimentar somente fora do período
reprodutivo da espécie, quando então bandos dessas aves precisam voar grandes
distâncias em busca de alimento, correndo sério risco de abatimento pelos caçadores
ou captura pelos traficantes de aves em áreas onde não existe nenhum tipo de
proteção. No período reprodutivo, nas proximidades dos paredões usados para
reprodução, surge uma grande quantidade de frutos das duas palmeiras que serve de

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alimento básico para a arara-azul-grande, por
isso as aves não se afastam mais dos locais de
reprodução e nós não colocamos mais nenhum
tipo de alimento.Um comedouro tradicional foi
colocado para atrair outros tipos de aves que já
relacionamos anteriormente. Construímos 14

bangalôs, cada um com capacidade de abrigar


Pitangus sulphuratus
duas pessoas, sendo que a nossa capacidade
máxima de recebimento de turistas é de 28 pessoas. Tal limitação foi intencional para
evitar impacto, já que nosso objetivo principal não é o de ganhar dinheiro e sim o de
arrecadar recursos suficientes para pagar os custos de manutenção do projeto de
conservação do Bioma Cerrado naquela região e conseqüentemente evitar o tráfico e
a caça de animais. Durante os dez anos em que estamos atuando na região, não foi
registrada nenhuma captura de animais pelo próprio IBAMA do Piauí e a caça de
animais na nossa área de ação também foi extinta. Um impacto que pode ser
considerado irreversível, se medidas conservacionistas não forem adotadas, é o
interesse de grandes grupos de fazendeiros de soja em desmatar todo o Cerrado do
sul do Piauí, para implantar a cultura da soja. Caso isso venha a ocorrer, haverá uma
grande extinção de espécies animais e vegetais no local, algumas delas listadas como
espécies globalmente ameaçadas. A soja já se encontra na fronteira do estado do
Piauí e é grande a especulação em torno dessas terras que antes eram avaliadas por
baixo e hoje estão muito caras, tornando impossível sua compra pelos
conservacionistas. Outro fato importante, é que os fazendeiros da soja fizeram uma
grande pressão e conseguiram impedir a criação do Parque Nacional das Nascentes
do Parnaíba que já havia sido decretado pelo Governo Federal, mas que foi revogado
em seguida, por uma liminar conseguida por eles. A soja, juntamente com a pecuária é
a grande ameaça à biodiversidade do sul do Piauí. Para saber mais sobre o impacto
da soja nas regiões florestais, veja em “Relação entre o cultivo de soja e o
desmatamento” visitando o site (www.greenpeace.org.br/amazonia/pdf/gt%20florestas-
soja%20&%20desmatamento%2005%2003%2017.pdf). Recomendamos também, a leitura do artigo
“OS CERRADOS NÃO EXISTEM” que decretou o agro negócio, visitando o site
(http://br.groups.yahoo.com/group/Pinkaiti/message/4606). Há duas grandes diferenças entre os dois
projetos pilotos para as duas espécies de araras azuis na Bahia. Descobrimos que o
eco turismo Raso da Catarina não é uma alternativa muito viável, por vários motivos,
sendo um deles a longa distância da capital da Bahia e o outro, as estradas em
péssimas condições: o percurso de Salvador até o local das araras pode levar mais de

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oito horas em micro ônibus. Esse trajeto é quase inviável para os grupos de
observadores de aves, já que a maioria deles pertence à terceira idade. Outro
impedimento é que, apesar de termos detectado 231 espécies de aves na região,
somente a arara-azul-de-lear serve de atrativo, não existindo outras espécies de
araras, tucanos, etc. nem outras espécies de animais que possam servir como atrativo
adicional. O nosso projeto do sul do Piauí
demonstrou ser mais eficiente, porque,
apesar de as estradas também serem de
péssima qualidade, o atrativo de aves e
pássaros é muito mais expressivo, sendo
que podemos observar três espécies de

arara grandes: A. hyacintinus, Ara Ara chloroptera


ararauna e Ara chloroptera. Além dessas
três espécies, existe uma infinidade de representantes da família dos psitacídeos, tais
como: Amazona xanthops, Aratinga
acuticudadta, Aratinga Jandaya, Ara nobilis,
Ara severa, Orthopsittaca manilata, dentre
outros. Bandos de emas selvagens podem ser
avistados nos campos de Cerrado, fora as aves.
Podemos também observar facilmente os lobos

Aratinga Jandaya
guará (Chrysocyon brachyuros), os cervos etc.
Outra importante contribuição ocorreu na
CETREL, quando no ano de 1988, realizamos um senso das aves de hábitos
aquáticos e detectamos a presença de 30
marrecos de três espécies: Anas bahamensis,
Amazinetta brasiliensis e Dendrocygna
viduata. Na época, as aves eram perseguidas
e através de um programa de educação
ambiental que envolveu todos os funcionários

da empresa e as comunidades vizinhas,


Anas bahamensis
conseguimos reverter esse quadro. Assim, a
população dessas três espécies foi crescendo e em 1997, quando ampliamos o nosso
programa de educação ambiental, criamos uma lagoa artificial para marrecos exóticos
com as asas operadas para evitar uma introdução acidental, e marrecas silvestres
começaram a freqüentar a lagoa artificial, em busca do alimento disponível.

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Dessa forma, através da educação ambiental e da atração das aves para a
lagoa artificial, hoje, a população dessas três espécies está estimada em 5.000 aves,
sendo cerca de 3.000 Anas bahamensis, que hoje é considerada a maior população
conhecida dessa espécie num único local. Devemos levar em conta que duas
espécies de araras-azuis já foram extintas: Cyanopsitta
spixii e Anodorhynchus glaucus e as outras duas que
restaram estão correndo sérios riscos, seja pela ação dos
traficantes ou pela perda de habitat. Somente através do
envolvimento das comunidades será possível salvarmos
essas duas espécies. Devemos pensar no futuro, em
como o progresso atuará nas regiões de ocorrência
dessas duas espécies, e, somente através da educação

das comunidades no entorno dessas espécies, será Cyanopsitta spixii


possível salvá-las da extinção. É de fundamental
importância, a participação da comunidade em qualquer projeto que objetive a
conservação de espécies. Devemos nos lembrar que o maior patrimônio brasileiro é a
sua biodiversidade e caso ela seja destruída, o futuro do nosso povo será incerto.
Portanto, fica uma pergunta no ar: É prejudicial alimentar aves? Faço minhas, as
palavras do ornitólogo inglês: “Em condições extremas, deverá ser um fator muito
importante ajudar as espécies mais vulneráveis a sobreviver até a primavera. Se não
pudermos conseguir isso, não há duvida que é plenamente justificável alimentar as
aves, não somente por razões humanitárias, mas porque não há mal nenhum em fazê-
lo” (Everett, 1985).

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ANEXOS

ADOÇÃO DE AVES COMO SÍMBOLO DE ESTABELECIMENTOS


COMERCIAS EM JEREMOABO

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13
CARTAZES CONVIDANDO A COMUNIDADE A PARTICIPAR DO PROJETO DE
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO RASO DA CATARINA

14
ARTESANATO PRODUZIDO PARA ARRECADAR RECURSOS PARA PESSOAS
CARENTES DA COMUNIDADE

15
“BIODIVERSIDADE DO RASO DA CATARINA” - TEMA DA XXV REUNIAO DOS
PREFEITOS DO SERTÃO DA BAHIA

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Aves do Sul do Piauí

RHEIDAE
Rhea americana

TINAMIDAE
Crypturellus parvirostris
Crypturellus undulatus
Rhynchotus rufescens
Nothura boraquira
Nothura maculosa

ARDEIDAE
Tigrisoma lineatum
Pilherodius pileatus
Butorides striatus
Syrigma sibilatrix
Nycticorax nycticorax
Egretta alba
Egretta thula

THRESKIONITHIDAE
Theristicus caudatus

ANHIMIDAE
Anhima cornuta

ANATIDAE
Dendrocygna viduata
Dendrocygna autumnalis
Cairina moschata
Amazonetta brasiliensis

CATHARTIDAE
Cathartes aura
Cathartes burrovianus
Coragyps atratus
Sarcoramphus papa

ACCIPITRIDAE
Gampsonyx swainsonii
Geranoaetus melanoleucus
Elanoides forficatus
Parabuteo unicinctus
Buteo albicaudatus
Buteo magnirostris
Buteogallus meridionalis
Geranospiza caerulescens

FALCONIDAE
Herpetotheres cachinnans
Micrastur semitorquatus
Caracara plancus
Milvago chimachima
Falco rufigularis
Falco femoralis
Falco sparverius

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CRACIDAE
Penelope superciliaris
Penelope jacucaca

RALLIDAE
Aramides cajanea
Laterallus melanophaius
Laterallus viridis
Gallinula chloropus
Porphyrula flavirostris

CARIAMIDAE
Cariama cristata

JACANIDAE
Jacana jacana

CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis

SCOLOPACIDAE
Gallinago undulata

COLUMBIDAE
Columba cayennensis
Columba picazuro
Columbina talpacoti
Scardafella squammata
Claravis pretiosa
Uropelia campestris
Zenaida auriculata
Leptotila verreauxi

PSITTACIDAE
Anodorhynchus hyacinthinus
Ara ararauna
Ara chloroptera
Orthopsittaca manilata
Ara nobilis
Ara severa
Aratinga aurea
Aratinga jandaya
Aratinga acuticauda
Aratinga leucophthalmus
Forpus crassirostris
Brotogeris chiriri
Pionus maximiliani
Amazona aestiva
Amazona xanthops

CUCULIDAE
Crotophaga ani
Guira guira
Piaya cayana
Piaya minuta
Tapera naevia

TYTONIDAE
Tyto alba

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STRIGIDAE
Otus choliba
Bubo virginianus
Pulsatrix perspicillata
Glaucidium brasilianum
Rhinoptynx clamator
Speotyto cunicularia

NYCTIBIIDAE
Nyctibius griseus
Nyctibius grandis

CAPRIMULGIDAE
Nyctidromus albicollis
Chordeiles pusillus xerophilus
Hydropsalis brasiliana

APODIDAE
Cypseloides senex
Chaetura andrei
Chaetura cinereiventris
Tachornis squamata

TROCHILIDAE
Phaethornis pretrei minor
Eupetomena macroura
Chlorostilbon aureoventris
Amazilia nigricauda
Thalurania furcata
Heliactin bilophum

TROGONIDAE
Trogon curucui

ALCEDINIDAE
Ceryle torquata
Chloroceryle americana

MOMOTIDAE
Momotus momota

GALBULIDAE
Galbula ruficauda

BUCCONIDAE
Nystalus chucaru
Nystalus maculatus
Nonnula rubecola
Monasa nigrifrons
Chelidoptera tenebrosa

RAMPHASTIDAE
Ramphastos toco

PICIDAE
Picumnus pygmaeus
Colaptes campestris
Picoides mixtus
Colaptes melanochloros
Piculus chrysochloros

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Celeus flavescens
Dryocopus lineatus
Melanerpes candidus
Veniliornis passerinus
Campephilus melanoleucos

DENDROCOLAPTIDAE
Sittasomus griseicapillus
Lepidocolaptes angustirostris
Dendrocolaptes platyrostris
Xiphorhynchus picus

FURNARIIDAE
Furnarius rufus
Furnarius leucopus
Schoeniophylax phryganophila
Synallaxis frontalis
Synallaxis hypospodia
Poecilurus scutata
Phacellodomus rufifrons
Berlepschia rikeri
Pseudoseisura cristata
Xenops rutilans

THAMNOPHILIDAE
Taraba major
Thamnophilus torquatus
Thamnophilus pelzelni
Herpsilochmus longirostris
Formicivora rufa
Formicivora melanogaster

CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga roberti

RHINOCRYPTIDAE
Melanopareia torquata

COTINGIDAE
Tityra cayana

PIPRIDAE
Antilophia galeata
Neopelma pallescens

TYRANNIDAE
Elaenia flavogaster
Elania albiceps
Elaenia cristata
Camptostoma obsoletum
Phyllomyias fasciatus
Phaeomyias murina
Serpophaga subcristata
Sublegatus modestus
Suiriri affinis
Leptopogon amaurocephalus
Myiopagis viridicata
Euscarthmus meloryphus
Euscarthmus rufomarginatus
Hemitriccus striaticollis

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Hemitriccus margaritaceiventer
Platyrinchus mystaceus
Todirostrum cinereum
Tolmomyias flaviventris
Hirundinea belicosa
Myiophobus fasciatus
Myiobius barbatus
Cnemotriccus fuscatus
Lathrotriccus euleri
Contopus cinereus
Myiarchus tyrannulus
Myiarchus ferox
Casiornis fusca
Philohydor lictor
Pitangus sulphuratus
Myiozetetes cayanensis
Myiodynastes maculatus
Megarhynchus pitangua
Empidonomus varius
Tyrannus melancholicus
Tyrannus savana
Machetornis rixosus
Fluvicola albiventer
Xolmis cinerea
Xolmis velata
Pachyramphus polychopterus

HIRUNDINIDAE
Phaeoprogne tapera
Stelgidopteryx ruficollis
Notiochelidon cyanoleuca

TROGLODYTIDAE
Donacobius atricapillus
Troglodytes aedon

MIMIDAE
Mimus saturninus

POLIOPTILIDAE
Polioptila plumbea

TURDIDAE
Turdus amaurochalinus
Turdus leucomelas
Turdus rufiventris

EMBERIZIDAE
Porphyrospiza caerulescens
Volatinia jacarina
Sporophila lineola
Sporophila nigricollis
Sporophila plumbea
Sporophila leucoptera
Oryzoborus angolensis
Sicalis flaveola
Charitospiza eucosma
Coryphospingus pileatus
Ammodramus humeralis
Arremon taciturnus

21
Zonotrichia capensis
Emberizoides herbicola
Paroaria dominicana
Saltator maximus
Saltator atricollis

THRAUPIDAE
Conirostrum speciosum
Dacnis cayana
Euphonia chlorotica
Tangara cayana
Thraupis sayaca
Thraupis palmarum
Ramphocelus carbo
Piranga flava
Cypsnagra hirundinacea
Nemosia pileata
Hemithraupis guira
Compsothraupis loricata
Neothraupis fasciata
Schistochlamys ruficapillus
Eucometis penicillata

PARULIDAE
Parula pitiayumi
Basileuterus flaveolus
Basileuterus culicivorus
Basileuterus leucophrys

COEREBIDAE
Coereba flaveola

VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis

ICTERIDAE
Gnorimopsar chopi
Icterus cayannensis
Icterus icterus
Agelaius ruficapillus

PLOCEIDAE
Passer domesticus

CORVIDAE
Cyanocorax cristatellus
Cyanocorax cyanopogon

22
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ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N.127 SET/OUT.2005, Pág.28

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