PLANEJAMENTO E CONTROLE DA
PRODUÇÃO
2018
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Organizadores:
2018
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
SUMÁRIO
Introdução
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: conceitos e inserção nos
objetivos empresariais.
ESTUDO DE CASO__________________________________________________________________18
INDICADORES DE DESEMPENHO_____________________________________________________23
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO__________________________________________________________27
ESTUDO DE CASO__________________________________________________________________29
INTRODUÇÃO______________________________________________________________________34
CONCEITOS_______________________________________________________________________34
ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO_________________________________________________________35
PLANO DE PRODUÇÃO______________________________________________________________40
INTRODUÇÃO______________________________________________________________________43
ESTUDO DE CASO__________________________________________________________________53
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
INTRODUÇÃO______________________________________________________________________81
A ELABORAÇÃO DO PMP_____________________________________________________________81
ÁRVORE DE PRODUTO______________________________________________________________83
ANEXO____________________________________________________________________________85
ESTUDO DE CASO__________________________________________________________________86
REGRAS DE SEQUENCIAMENTO______________________________________________________95
REGRA DE JOHNSON________________________________________________________________97
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________103
CAPÍTULO IX ESTOQUES___________________________________________________________108
ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES_____________________________________________________112
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ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________122
NÍVEIS DE CONTROLE______________________________________________________________128
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________141
O QUE É MRP?____________________________________________________________________146
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________155
O SISTEMA_______________________________________________________________________165
PRECEITOS DA DOUTRINA__________________________________________________________165
PLANEJAMENTO JIT________________________________________________________________169
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
TIPOS DE KANBAN_________________________________________________________________177
NÚMERO DE KANBANS_____________________________________________________________181
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________187
AMPLITUDE DA KAIZEN_____________________________________________________________199
IMPLEMENTAÇÃO DE 6S____________________________________________________________202
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________206
DEFINIÇÕES DE PRODUTIVIDADE____________________________________________________211
ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________223
PRODUÇÃO AJUSTADA_____________________________________________________________226
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ESTUDO DE CASO_________________________________________________________________233
BIBLIOGRAFIA_____________________________________________________________________241
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
INTRODUÇÃO A PCP
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: conceitos e inserção nos
objetivos empresariais.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
organização são as funções primordiais de PCP . Tais funções dão relevo a PCP
e o inserem com importância na elaboração de estratégias de desenvolvimento
empresarial.
Gerenciamento de Estoques
Estoque Puro (Teoria Clássica de Estoques)
– Curva de Pareto e Lote Econômico
– Sistemas de Reposição e Controle (TI)
Estoques na Produção
– Planejamento Agregado (produção, estoques, recursos)
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Planejamento Agregado
Planejamento de nível tático (médio prazo)
– estratégias de produção (mercados com demanda sazonais)
Objetivos:
– determinar um plano de produção e aquisição de recursos que
minimize os custos de produção e estoques e maximize as receitas,
ou seja, o resultado econômico da empresa (lucros)
Abordagem:
– agregar informações referentes a demanda, produtos, clientes,
recursos e tempos, para viabilizar análise e tomada de decisão
Programação de Produção
Programação das atividades de produção
– gerenciar prazos e prioridades; nível operacional (dia-a-dia)
– seqüenciamento das operações (gráfico de Gantt)
– restrições tecnológicas (lote, set-up, seqüência etc)
– “Scheduling Theory” (modelos de otimização)
Execução e Controle
– fluxo de materiais e uso dos recursos
– apontamento da produção (diário de bordo)
– reprogramação (atrasos, cancelamento de pedidos etc)
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Capítulo I
Conceitos sobre Sistemas de Produção
Planejamento e Controle da Produção– Aspectos
Introdutórios
1.1 Considerações Iniciais
Onde antes havia o confronto entre o capital e o trabalho, hoje desponta a administração
participativa, a necessidade de envolvimento da mão-de-obra na implantação de novas técnicas
produtivas.
Há a necessidade de se atingir maior número de mercados, tanto na busca de insumos
como na colocação de seus produtos, de se diluírem custos fixos com aumento da produção e
venda, indo buscar o consumidor onde ele estiver; para tanto as empresas devem adaptar suas
estruturas de custos. Atualmente há intercâmbio de informações e globalização de produtos e
consumidores, fazendo com que um mesmo produto seja desejado e consumido nos EUA, na
Índia e no Brasil.
A partir daí as empresas tem de adaptar seus sistemas produtivos para a melhoria
contínua da produtividade, criando sistemas mais flexíveis, com mais rapidez de projeto e
implantação de novos produtos, com baixo lead times e estoques no atendimento das
necessidades do cliente.
Os sistemas produtivos têm por finalidade planejar a produção, sequenciar as atividades,
motivar e treinar a mão-de-obra, administrar os estoques, manter padrões de qualidade etc. A
eficácia, eficiência e efetividade de qualquer sistema produtivo depende da forma como esses
problemas são resolvidos, desde o planejamento, programação ao controle do sistema.
1. Função Produção
Produção
Marketing Finanças
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Consiste nas atividades que diretamente estão relacionadas com a produção de bens e serviços.
Saída
Insumos Conversão Bens
Capital Cortar Serviços
Trabalho Alugar
Materiais Transportar
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Processo Discreto
Processo Repetitivo Processo Repetitivo em Lote Processo por Projeto
em Massa
Volume médio de bens e serviços
Empregado na padronizados em lote, cada lote segue Atendimento de uma
produção em grande uma série de operações que necessita necessidade específica do
escala de produtos ser programada à medida que as cliente. Estreita ligação
altamente padronizados. operações anteriores forem realizadas. com os clientes. (alta
(demandas estáveis, (sistema relativamente flexível, flexibilidade dos recursos
estrutura altamente empregando equipamentos pouco produtivos, normalmente
especializada e pouco especializados e mão-de-obra à custa de certa
flexível). Indústrias polivalente visando atender diferentes ociosidade). Fabricação
automotivas, de pedidos dos clientes e flutuações da de bens: navios, aviões,
eletrodomésticos, demanda). Fabricação de produtos usinas. Prestação de
produtos têxteis, têxteis em pequena escala, alimentos serviços: agências de
produtos cerâmicos, industrializados, ferragens. Serviços: propaganda, escritórios de
abate e beneficiamento oficinas de reparo para automóveis e advocacia, arquitetura.
de aves, suínos e gado. aparelhos eletrônicos, laboratórios de
Serviços transporte análises químicas, restaurantes.
aéreo, editoração de
jornais e revistas.
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1
Leitura Complementar:
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
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PRODUÇÃO ENXUTA
É uma evolução da produção em massa.
Desenvolvido pela Toyota.
Introdução de novos conceitos:
– Just-in-Time
– Engenharia Simultânea
– Tecnologia de Grupo
– Consórcio Modular
– Células de Produção
O sistema de codificação traz vantagens para o sistema produtivo, pois torna mais fácil a
determinação do roteiro de fabricação, onde os passos ficam mais claros devido a seu código.
Exemplo: Quatro famílias de peças são processadas nas máquinas A, B, C e D. Uma análise de
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Figura 1
Como apresentado na figura 1, após analisadas as famílias, temos uma outra visão do processo,
muito mais organizado e estruturado, com roteiros especificados.
A padronização faz com que o número de partes também sejam reduzido e quando novas partes
são projetadas, o código de peças já existente pode ser acessado no banco de dados para
identificar peças similares já em produção. Uma outra vantagem que a codificação apresenta é o
agrupamento de peças similares em famílias, ou seja, peças de uma mesma família normalmente
são feitas em máquinas similares e com o mesmo ferramental, reduzindo desta forma os custos e o
tempo de desenvolvimento.
A codificação estruturada de materiais constitui uma das mais difíceis e trabalhosas tarefas para
uma empresa, pois a classificação criteriosa muitas vezes leva a um sistema de codificação com
um número excessivo de dígitos, dificultando sua operacionalidade. Com o advento de
poderosos softwares de gestão de banco de dados que permitem listar os materiais sobre os mais
variados critérios, essa tarefa pode ser muito simplificada.
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CÉLULAS DE MANUFATURA
Podemos conceituar células de manufatura como um conjunto de máquinas fisicamente separado
para produzir uma família de peças. Os agrupamentos apresentados na figura acima são
caracterizados como células de manufatura. Desta forma, famílias de peças que precisam ser
fabricadas com uma certa frequência e em lotes podem utilizar-se da manufatura celular.
figura 2
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figura 3
A tecnologia de grupo traz vantagens competitivas para a organização, pois proporciona um maior
desempenho no processo, gerando menores custos de produção. E como as células de produção
são constituídas para a fabricação de famílias de peças, isso faz com que os processos se tornem
mais estruturados, melhorando a gestão dos recursos e diminuindo os desperdícios.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
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2. Função Marketing
Está encarregada de vender e promover os bens e serviços produzidos por uma empresa.
Abastecer a Produção com informações sobre a demanda e buscar informações sobre potenciais
necessidades dos clientes.
Principais Funções
Estabilizar a demanda pelos bens e serviços solicitados pelos clientes
Envolver os clientes na otimização do projeto e produção dos bens e serviços
Pode ser entendida que a integração harmoniosa entre PCP e Marketing permitem a
obtenção de um estágio de desempenho almejado pelas organizações visando atender à
definição:
3. Função Finanças
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Estudo de Caso
A diversões Eletrônicas Nova Iguaçu era uma empresa que fabricava máquinas de
diversão em vídeo e jogos. A empresa vendia seus produtos a uma empresa operadora, que os
distribuía a bares, clubes, shoppings. As duas empresas foram iniciadas por Roberto Andrade, um
engenheiro que era fascinado pelo projeto das primeiras máquinas mecânicas de jogos. Devido
em grande parte ao projeto inovador, a empresa cresceu até ser uma das quatro maiores no
mercado com 30% de participação.
Há quatro anos, Roberto a vendeu a um grande grupo industrial, mas ele foi mantido
como executivo principal da empresa. Os novos proprietários estavam felizes em deixar Roberto
cultivar seu talento para projeto, especialmente desde que a empresa entrou no mercado de
diversões em vídeo. As máquinas de diversão em vídeo não pagam prêmios em dinheiro como as
de jogos, mas dão tempo ao jogador para jogar, normalmente com base em um tema retirado do
“velho oeste” ou “guerra no espaço interplanetário”. A empresa fabricava todas as peças para as
máquinas de jogos e montava-as na sua fábrica. Muitos dos componentes para as máquinas de
diversão em vídeo, entretanto, eram importados e nas fábricas somente eram montados dentro
dos gabinetes.
“Sempre foi a combinação de alta tecnologia e moda que me fascinava a respeito deste
setor. Você deve ser o primeiro em cada avanço em tecnologia, especialmente agora que as
diversões em vídeo constituem uma grande parte de nosso negócio, mas você também deve
manter-se atendo às tendências da moda. Na média, introduzirmos um novo produto a cada
quatro meses, durante os últimos cinco anos. Você não pode dirigir uma empresa como esta,
colocando um contador como chefe. Você precisa de um inovador”.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
parte e ninguém parece saber exatamente o que vai fazer em seguida. Encontrei algumas partes
da fábrica claramente sobrecarregadas de trabalho e outras partes com nada para fazer. Estou
certo de que, com um pouco de gerenciamento mais firme, você poderia reduzir dramaticamente
seu custo unitário de produção”.
O gerente de produção reagiu defensivamente. “Claro que quero reduzir meu custo
unitário e com certeza poderia rearranjar toda a fábrica para torna-la mais eficiente. O
problema é que o departamento de projeto exige que eu mude os produtos a cada poucos meses,
de forma que nunca tenho tempo para deixar o sistema de produção estabilizar-se. Ao mesmo
tempo, o pessoal de marketing quer que eu lhes proporcione entrega instantânea de novos
produtos, quase logo depois que recebo os desenhos do escritório de projetos e insistem que a
qualidade deve ser sempre a mais alta”.
O novo chefe chamou o gerente de marketing para explicar esses pedidos ao sistema
produtivo. O gerente de marketing foi igualmente direto.
“Não estou preocupado com seus custos unitários. Não é o baixo custo que vende estas
máquinas. Tente entender: em um clube de jogo movimentado, uma dessas máquinas pode
pagar-se em menos de três meses. Nestas circunstâncias, ninguém no setor está competindo em
preços. Não é totalmente sem importância, mas mais ou menos 10 % não fazem diferença em
nossas vendas. O que vende as máquinas é um produto novo a cada poucos meses e entrega
quase imediata – muitos proprietários de clubes compram por impulso - e uma imagem de
produção da mais alta confiabilidade”.
Após ouvir o testemunho de seus dois gerentes, o novo chefe tinha muito menos certeza
de como deveria proceder para reorganizar o negócio.
Questões:
1) Quais você acha que eram os objetivos de Roberto quando ele dirigia a empresa?
a) Gerente de produção;
b) Gerente de marketing;
c) Novo executivo principal.
3) Descreva como o PCP atua nos 3 níveis hierárquicos ( estratégico, tático e operacional) na
Diversões Eletr. Nova Iguaçu.
2
Leitura Complementar:
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Questões de Concurso
Resposta:
1. D
2. D
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Capítulo II
Indicadores de Desempenho
Introdução
A função produção contribui para se atingir a vantagem baseada em produção. Isto é viabilizado
através de cinco objetivos de desempenho (vantagens) da função de produção: qualidade,
rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo.
O objetivo “qualidade” significa “fazer certo as coisas”, ou seja, não cometer erros. Esse objetivo
proporciona vantagem quanto a qualidade . O objetivo de desempenho “qualidade” inclui o aspecto
externo que lida com a satisfação do consumidor e também o aspecto interno que lida com a
estabilidade e a eficiência da organização(redução de custos, aumento da confiabilidade).
O objetivo de desempenho “rapidez” significa quanto tempo os consumidores precisam esperar
para receber seus produtos ou serviços. Um exemplo é o tempo decorrido entre o pedido e a
entrega de produto ou tempo de espera em assistência técnica.
Para que essa agilidade se realize é imprescindível rapidez na operação interna.
Essa resposta rápida é baseada na agilidade nas decisões, movimentação de materiais e nas
informações internas da operação. Outras medidas de desempenho no aspecto interno :
rotatividade de produtos e tempo de ciclo de produção, gerenciamento de riscos.
A medida de desempenho “confiabilidade” significa que os consumidores recebam seus bens ou
serviços conforme prometidos. A confiabilidade pode significar: agendamento de serviços; entregas
no tempo previsto; reposição de estoque no tempo certo e etc. A confiabilidade para os
consumidores externos só pode ser julgada após o produto ou serviço ser entregue. Internamente a
confiabilidade é caracterizada pelo nível de confiança entre as operações de entrega realizadas
com pontualidade.
O objetivo de desempenho “flexibilidade” significa que a produção é capaz de mudar a operação
de alguma forma. A palavra chave é “mudança”. Alguns exemplos de flexibilidade são: implantação
de novos produtos e/ ou serviços; variedade de opções de produção disponíveis; habilidades de
ajustes à demanda. As mudanças na produção necessitam atender a quatro tipos de demandas:
1. flexibilidade de produto/ serviço – oferecer produtos e serviços diferentes;
2. flexibilidade de composto(mix) – variedade ou composto de produtos e serviços;
3. flexibilidade de volume – quantidade ou volumes diferentes de produtos e serviços;
4. flexibilidade de entrega – tempos de entrega diferentes.
A operação flexível traz vantagens aos clientes internos da operação : resposta ágil (fornecer
serviço rápido); uso eficiente do tempo (saber administrar várias coisas ao mesmo tempo) e manter
a confiabilidade (saber lidar com os imprevistos minimizando as perturbações que possam ocorrer).
O objetivo de desempenho “custo” é classificado como o mais importante .É através deste objetivo
de desempenho que as empresas concorrem entre si. Este fato acaba tornando o custo o principal
objetivo de desempenho da produção. Estes custos podem variar conforme são incorridos na
organização, mas basicamente a produção terá três custos, que seguem:
1. custos de funcionários – dinheiro gasto com o pessoal empregado;
2. custos de instalações, tecnologia e equipamentos – dinheiro gasto em compras, conservação,
operação e substituição de hardware de produção;
3. custos de materiais – dinheiro gasto nos materiais consumidos ou transformados na produção.
O custo está diretamente ligado as outras quatro medidas de desempenho: qualidade, rapidez,
confiabilidade e flexibilidade.
A avaliação da contribuição da função produção pode ser diagnosticada através das medidas de
desempenho: a qualidade dos bens e serviços; a rapidez com que são entregues; a confiabilidade
no ato da entrega; a flexibilidade da produção e o custo de produzir bens e serviços.
Em resumo:
Fazer CERTO as coisas Vantagem em QUALIDADE
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exemplos de Flexibilidade :
Produto/serviço – produtos e serviços diferentes.
Composto (MIX) – ampla variedade ou composto de produtos e serviços.
Volume – diferentes quantidades de produtos/serviços.
Entrega – diferentes tempos de entrega.
Os objetivos de desempenho têm efeitos internos e externos. Os efeitos internos de alta
qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade têm, geralmente, como objetivo reduzir os
custos de produção.
Resumindo: a empresa deve trabalhar com a qualidade dos bens e serviços, a rapidez
com que estes são entregues e a confiabilidade desta entrega deve flexibilizar sua produção e,
além de tudo, diminuir seus custos de produção. Tudo isto com um suporte bem estruturado de
Planejamento e Controle de Produção.
1. Eficiência e Eficácia
O que é Eficiência? O que é eficácia?
Qual a relação dessas duas medidas com a Produtividade?
Eficácia mede o grau de atingimento das Metas Programadas. Ela é externa ao processo
(estabelecida pelo usuário do recurso). Este indicador significa alcançar os objetivos.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Indicadores que medem a eficácia podem ser aplicados para a organização como um
todo, para um processo e/ou uma área: mensuram o atingimento dos objetivos ou metas.
Sugestão de Leitura:
2. Produtividade
O que é Produtividade?
Produtividade é o resultado de:
Maior rapidez
Aumento da taxa de produção
Menor custo
Menor tempo de produção
Maior rotatividade de estoque
Garantir fluxo de caixa
Menos desperdícios
Menos homens/hora
Menos acidentes de trabalho
Maior lucro líquido
Menor consumo de energia
Maior retorno sobre investimento
A Produtividade mede as saídas geradas em relação às entradas consumidas .
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Ou,
3. Lucratividade
O que é Lucratividade?
A Lucratividade mede a relação entre o valor ($) obtido pelas saídas geradas e o valor ($)
gasto com as entradas consumidas.
Podemos aumentar a Lucratividade de duas formas:
1. Aumentando o Preço.
É mais fácil. É o que muitas empresas fazem em regimes inflacionários. Risco: posso perder
competitividade. O preço menor do concorrente pode até significar a inviabilidade do
negócio.
2. Melhorando a Produtividade
É, mais difícil. Exige esforço para aumentar as saídas a reduzir entradas. É mais estável a
uma sólida maneira de se ganhar competitividade.
4. Qualidade
Qualidade é:
A última tecnologia
Segurança
Consistência
Baixo custo a simplicidade de fabricação
Facilidade de use
Não traz problemas
Boa documentação
Dentro de padrões internacionais
Atendimento prestativo
Marca estabelecida
Garantia de fornecimento
Robustez
Desempenho
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Não polui
Não desvaloriza
Fácil estocagem
Preço razoável
Projeto inteligente
Boa aparência
Originalidade
Operação/manutenção econômica
etc.
5. Efetividade
Poderíamos criar um conceito que contribuísse para traduzir a consolidação da
competitividade na empresa, ao passar do tempo? Sim, o conceito de Efetividade.
Mas o que é Efetividade?
Efetividade mede o grau de utilidade das metas atingidas (ou dos resultados
alcançados.). Procura medir se está realmente "valendo a pena" ser Eficaz no dia a dia, com
eficiência, produtividade a qualidade.
Resumindo, este indicador significa basicamente fazer certo a coisa útil (ou seja.
alcançar a missão com produtividade no longo prazo).
Por exemplo:
A Universidade não bastaria apenas diplomar os alunos, mas faze-los crescer
como seres humanos;
Um hospital não deve só curar os doentes, mas fazer com que eles não tornem
a apresentar a mesma doença.
Em um negócio que deva gerar dinheiro, num mercado competitivo com clientes e concorrentes,
a EFETIVIDADE estaria relacionada ao conceito de, solidamente, fazer crescer (ou pelo menos
manter!) o LUCRO .
Por exemplo:
O fato de ter atingido meu plano de vendas indica que fui EFICAZ quanto a este
objetivo, mas só terei tido EFETIVIDADE se conseguir (com. eficiência,
qualidade, produtividade a lucratividade) manter os clientes a fazer dinheiro
também no médio a longo prazo.
Dentre as atividades gerenciais, uma em particular se reveste de especial importância
quando se busca a EFETIVIDADE para o negócio:
ACOMPANHAMENTO PÓS-VENDA
EFETIVIDADE É O SUCESSO DO
EMPREENDIMENTO NO LONGO PRAZO
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
Assunto: Medidas de Desempenho
Tema: O Caso Lubrifique
No Departamento de Vendas da Lubrifique S/A (uma grande companhia de petróleo) existe um
cargo denominado Conselheiro de Negócios que é ocupado por profissionais responsáveis, cada
um, por cerca de 20 postos de gasolina. Em média, esse número de postos constitui uma zona
dentro de uma região delimitada geograficamente.
Assim, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro a Lubrifique mantém cinco
Conselheiros de Negócio, sendo dois responsáveis pela zona norte, dois pela zona oeste e um
pela zonal sul da cidade.
O Conselheiro de Negócios tem como missão cuidar de aspectos legais, comerciais e dar
conselhos ao dono do posto de forma a tocar o negócio o melhor possível, tanto para a
distribuidora como para o revendedor (dono do posto). Além disso, é ele quem efetua a venda e
zela pela qualidade dos lubrificantes vendidos e entregues pela Lubrifique ao posto revendedor
(selling-in) que irá, a seguir, revendê-los ao consumidor final (selling-out).
Visando à conquista de maior participação de mercado e, ao mesmo tempo, estimular o
desempenho dos Conselheiros, a diretoria estabelece mensalmente metas de venda diferenciadas
que consideram as características e o potencial de cada zona.
O preço líquido de lista (sem impostos e com frete incluso) dos lubrificantes é de R$ 2,35 por
litro. Com isso a Lubrifique espera obter uma margem bruta de 40%, suficiente para cobrir suas
despesas e remunerar os acionistas. Os Conselheiros têm como meta trazer a maior lucratividade
possível para a Lubrifique. Entretanto, em função das condições de mercado, poderão tanto
conceder descontos a seus revendedores quanto vender os produtos acima do preço de lista.
A empresa sugere aos postos que revendam o lubrificante a R$ 3,20 o litro (já livre de impostos),
argumentando ser suficiente para remunerar toda a operação e deixar uma boa margem. Alguns
revendedores, porém, discordam e vendem o produto a preços mais altos alegando que a
Lubrifique não contempla todos os custos de comercialização em seus cálculos.
O revendedor tem o direito de devolver o lubrificante entregue: com problema técnico e/ou de
embalagem, depois do prazo acordado ou com a quantidade em desacordo com o pedido. A
Lubrifique considera como metas de qualidade a entrega de produtos livre de problemas técnicos
e/ou de embalagem, na quantidade e prazos acertados com seus revendedores. Em caso de
ocorrência de devolução, a Lubrifique terá custos adicionais na ordem de R$ 0,20/litro para pagar
o frete e demais despesas.
A autonomia concedida aos conselheiros quanto à gestão dos preços de venda ao revendedor,
bem como a decisão de alguns postos venderem os produtos a preços acima dos sugeridos,
podem causar um desequilíbrio no mercado afetando, respectivamente, a lucratividade e o
posicionamento de marca da Lubrifique.
Uma vez que a Lubrifique vende seus produtos à vista, o nível de estoques a ser mantido por
cada revendedor dependerá de sua situação de caixa. O prazo de ressuprimento para a cidade do
Rio de Janeiro é de cinco dias.
A Lubrifique arca com as despesas mensais de seus Conselheiros (alimentação, deslocamento
etc), que não devem ultrapassar R$ 6.000,00. Ao fim de cada mês, com base nos resultados
associados a cada Conselheiro, a diretoria da Lubrifique criou um scorecard onde os
Conselheiros são ranqueados.
Admita que:
1) Os lubrificantes da Lubrifique são produtos novos que estão sendo lançados agora no
mercado;
2) As metas de vendas estabelecidas pela diretoria expressam verdadeiramente o potencial
de venda existente em cada zona;
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
QUADRO DE RESULTADOS
Conselh. 1 Conselh. 2 Conselh. 3 Conselh. 4 Conselh. 5
Metas de venda
10.000 16.000 11.500 13.000 12.000
(lts.)
Selling-in3
12.000 13.500 10.500 13.500 9.000
(lts.)
Devoluções
1.000 1.200 2.000 500 0
(lts.)
Produto em estoque
no revendedor 2.000 1.300 400 100 0
(lts.)
Selling-out
9.000 11.000 8.100 12.900 9.000
(lts.)
Preço médio
2,10 2,35 3,35 2,70 2,20
(R$)
Gastos4
7.500 6.000 6.500 8.000 5.000
(R$)
Preço de venda ao
consumidor final,
pelo revendedor.
QUADRO DE RESULTADOS
Conselh. 1 Conselh. 2 Conselh. 3 Conselh. 4 Conselh. 5
Eficácia
Eficiência
Produtividade
Lucratividade
Qualidade
Efetividade
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
( ) “Você é quem mais está fazendo dinheiro por aqui. Mas se não ficar de olho vai matar a
‘galinha dos ovos de ouro’. O negócio tem que ser bom para todo mundo se não ele não
se sustenta.”
( ) “Concordo que você se superou mas eu pergunto: não saiu muito caro? Será que não dá
para compatibilizar a sua “lábia” com um pouco de parcimônia nas despesas?”
( ) “Você é um sujeito produtivo mas ou está te faltando criatividade ou essa área está muito
grande para você.”
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo III
Planejamento Estratégico da Produção
Introdução
Maximizar os resultados das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das
empresas.
Conceitos
1. Que é Estratégia?
2. Missão Corporativa
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exemplo; “Buscar por meio de constante crescimento e inovação tecnológica dos produtos e/ou
serviços, preservando o meio ambiente, a satisfação dos clientes, acionistas e colaboradores”.
3. Estratégia Corporativa
Define as áreas de negócios em que a empresa deverá atuar, assim como ela deverá
adquirir e priorizar os recursos para atender a cada unidade de negócios. (Porter 1986): está
associada a questões da diversificação dos negócios.
4. Estratégia Competitiva
Base na qual os diferentes negócios da empresa irão competir no mercado, suas metas
de desempenho e as estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais do negócio.
Define alocação de recursos e habilidades organizacionais necessárias para a produção.
Custos Produtivos
Benefícios para os Clientes
A opção custo/benefício tomada pela empresa irá competir com as demais opções dos
concorrentes no mercado.
Estratégia de Produção
Consiste em estabelecer o grau de importância relativa entre os critérios de desempenho
e formular políticas consistentes com esta priorização para as diversas áreas de decisão.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Podem ser listados os seguintes itens que compõem as decisões concernentes à Estratégia de
produção:
Qual o Mercado a atender? Quem e quantos são os clientes?
Qual a estratégia organizacional para atender a esse mercado?
Como implantar a Gestão da Produção? (tecnologia, instalações, financiamento, recursos
humanos, etc.)
Quais os riscos inerentes à operação da organização( financeiros, sociais, ambientais) que
impactam no custo do financiamento?
Quais os princípios do Desenvolvimento Sustentável ( marcos legais ambientais e sociais,
Agenda 21, Protocolo de Kyoto, legislações relativas à Governança Corporativa,
Transparência e Ética Organizacional) são aplicáveis e influenciadores das decisões
relativas à produção?
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
A Método LTDA. é uma empresa em rápido crescimento que desenvolve, fabrica, instala
e faz a manutenção de sistemas de controle para muitos tipos de processos. Uma de suas divisões
desenvolve, fabrica e faz a manutenção de sistemas de gestão de tráfego. Estes são dispositivos
eletrônicos que controlam a operação de semáforos, sinais de aviso de perigo e outros sinais
rodoviários.
A empresa decidiu que precisava desenvolver uma estratégia de produção. Como um
primeiro passo, a alta direção da divisão listou as questões que a estratégia de produção deveria
tratar.
Algumas dessas questões eram relativas ao conteúdo de sua estratégia de produção.
- 37 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 38 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estratégia de estoques: Como a produção deve decidir quanto estoque ter e onde deve estar
localizado? Como a produção deve controlar o tamanho e a composição de seus estoques?
Estratégia de sistemas de planejamento e controle: Qual sistema a produção deve usar para
planejar suas atividades futuras? Como a produção deve decidir quais recursos alocar a suas
diversas atividades?
Plano de Produção
Tem por meta direcionar os recursos produtivos para as estratégias escolhidas. Esse
plano servirá de base para equacionar os níveis de produção, estoques, recursos humanos,
máquinas e instalações necessárias para atender à demanda prevista de bens e serviços.
- 39 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estratégias Funcionais
Questões de Concurso
5
Leitura Complementar:
- RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo.
Pioneira. 1999
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R.
Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Resposta:
1.E
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo IV
Papel Estratégico e Objetivos de Produção
Introdução
Ao observarmos a função produção de uma determinada organização, duas questões
devem ser analisadas e entendidas:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estágio 3 – Apoio Interno – visão clara da concorrência e dos objetivos estratégicos da empresa;
desenvolvimento dos recursos para superar deficiências que a impedem de concorrer eficazmente
(apoio e implementação da estratégia empresarial).
Estágio 4 – Apoio Externo – diferença sutil do estágio 3; a produção olha a longo prazo; prevê as
prováveis mudanças no mercado e desenvolve estratégias que serão fundamentais para a empresa
no futuro (além do apoio e implementação, impulsiona a estratégia empresarial a longo prazo).
O Projeto de Processos
O projeto de um novo bem ou serviço começa com a geração de uma idéia, que envolve
uma necessidade do cliente e uma forma de resolvê-la, e vai em frente através de várias fases de
teste e desenvolvimento. Finalmente, chega-se ao ponto de se ter especificações detalhadas para
a produção, que começa a introduzir o produto no mercado. Aparentemente, o projeto de um
produto ou serviço é uma tarefa única para novos itens e depois nenhuma alteração é necessária.
Em geral, porém, o ambiente em que as empresas operam é dinâmico: existem pressões
constantes para mudanças de projeto, vindas do mercado (clientes e competidores), da legislação
ou de dentro da própria empresa. Desta maneira, o projeto original está freqüentemente sujeito a
constantes alterações ao longo do tempo.
A despeito de todas as diferenças que possam existir entre empresas e seus produtos,
existem algumas etapas bem definidas no desenvolvimento do projeto de um novo produto. Uma
idéia simplificada dessas etapas é: 1o. Geração e Filtragem de Idéias; 2o. Projeto Inicial do
Produto e Análise Econômica; 3o. Testes do Protótipo; 4o. Projeto Final.
- 43 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Confiabilidade de Sistemas:
Neste caso os dois componentes devem funcionar ao mesmo tempo. Logo a confiabilidade do
sistema (R) será o produto das confiabilidades de cada um dos componentes, isto é:
R = R1 X R2
R = R1 X R2 X R3 X .....X Rn
Esse esquema diminui muito a confiabilidade do sistema. Apenas para exemplificar, se
tivermos 12 componentes em série, cada qual com confiabilidade de 0,9 a confiabilidade do
sistema será:
R = (0,9)12 = 0,28
É fácil de ver, portanto, que se o sistema for montado exclusivamente com componentes em
série, a confiabilidade comportar-se-á como uma progressão geométrica de razão menor que 1; a
cada novo componente acrescentado, a confiabilidade do sistema anterior será multiplicada pela
confiabilidade do novo elemento no sistema.
Quando dois componentes estão montados em paralelo a confiabilidade do sistema (R) será a
soma das probabilidades individuais subtraída do produto das confiabilidades de cada um dos
componentes, ou seja:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
R = R 1 + R 2 ( R 1 X R2 )
R = 1 – (1 – R 1 ) ( 1 – R2 ) ...... (1 – Rn )
Flexibilidade de sistemas:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Corrêa e Gianesi (op. cit.) afirmam que fica clara a influência que os Sistemas de Administração
da Produção6 exercem sobre o aumento da flexibilidade dos sistemas de produção, tanto em
termos de capacidade de resposta à mudanças originadas pelos clientes quanto a dificuldades
decorrentes das incertezas.
Picinato et alli (1993) destacam que os sistemas de Planejamento e Controle da Produção (PCP)
tratam de uma série de atividades fundamentais dentro do ciclo de produção de um produto,
quais sejam:
Fornecer informação para outras funções nas implicações físicas e financeiras da produção;
Ainda segundo Picinato et alli (op. cit.), em vista da ampla variedade de atividades
desenvolvidas por estes sistemas, pode-se considerá-los como o “coração da manufatura”, o qual
é responsável pela coordenação do fluxo de materiais e de informações relativos à manufatura.
LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS
Por que no início do século XXI essa indústria está deixando o ABC e sendo implantada em
outras regiões do Brasil?
Que razões estão levando a indústria têxtil a deixar Santa Catarina e São Paulo e irem para o
Ceará?
6
Cabe ressaltar que alguns autores utilizam o termo Sistemas de Administração da Produção, mas este termo pode
trazer confusão, por ser amplo demais. Deste ponto em diante será utilizado o termo Sistemas de Planejamento e
Controle da Produção, termo mais difundido e que enfoca melhor o assunto deste trabalho.
- 46 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Medida da Capacidade:
A capacidade é a máxima produção de um empreendimento.
Exemplos:
1º – Toneladas de alumínio produzida por dia;
2º – Número de veículos produzidas por dia ou ano;
3º – Número de clientes atendidos por mês, número de lugares disponíveis por dia num avião.
i) Rede de transporte;
ii) Rede de comunicações;
iii) Proximidade com o mercado;
iv) Facilidade de comunicação com os clientes;
v) Localização dos concorrentes;
vi) Aspectos locais (em uma loja o fator estacionamento de veículos pode ser primordial).
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Devem ser separados os fatores que podem ter seus custos medidos (quantificáveis) dos
fatores para os quais essa medida não é possível (não quantificáveis) e, a partir daí, determinar os
custos dos fatores quantificáveis.
Custo do pessoal;
Custo do terreno e da construção;
Custo dos equipamentos;
Custo dos transportes;
Custo das utilidades: água, esgoto sanitário e energia elétrica;
Custo de taxas e impostos.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 49 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Marketing quer um plano que valide que os produtos oferecidos estão ganhando
Market share;
Vendas quer um plano que alcance as metas e assegure o pronto supply do produto;
Finanças quer um plano que se desenvolva de acordo com o plano financeiro
estabelecido meses antes;
Operações quer um plano detalhado, com acurácia, para determinar a compra de
materiais e a produção de acordo com suas restrições de capacidade.
- 50 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
1) Como a empresa pode obter melhores previsões e entender melhor as necessidades dos
clientes? Ou seja, como você idealizaria uma metodologia de previsão de demandas para
um dos produtos Nabisco? ( escolha um produto e faça considerações sobre a forma de
variação da demanda, definindo a técnica de previsão adequada ).
2) Como compatibilizar oferta e demanda? Quais são os condicionantes a ser considerados
para alcançar este equilíbrio (custos, nível de serviço etc)? Ou seja,a partir da elaboração
do PMP, que considerações você como PCP deveria fazer para tal compatibilização?
3) Qual pode ser o processo mais eficaz para se programar as produções? Veja o capítulo de
Programação e Controle, neste material didático.
4) Como se pode alinhar as paradas para manutenção das plantas com as necessidades do
mercado?
5) Como podem ser integrados os processos de planejamento (demanda, distribuição e
produção) a fim de garantir um planejamento e uma operação coordenada através das
áreas funcionais da empresa? Atente para as atribuições de PCP.
6) Como se podem tomar decisões de trade-off (p.ex: custo de paradas vs. novas
oportunidades) para maximizar o desempenho geral (mesmo quando algumas dessas
decisões são inconsistentes com os objetivos de certas áreas funcionais)?
7) Quais políticas, medidas de desempenho e de incentivos, podem ser desenvolvidas para
garantir/motivar o ótimo desempenho e melhoria contínua da produção? Atente para a
definição de indicadores /medidas de desempenho do processo, como por exemplo:
Índice de rejeição de produtos , rotatividade do estoque, produtividade, lucratividade do
produto, etc.
7
7
Leitura Complementar:
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
- 51 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
Há muitos hotéis de luxo na região Sudeste do Brasil, mas poucos podem ser comparados
ao Hotel Emergentes, de alto nível, com 440 apartamentos situados na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro. Seu gerente geral é Raimundo Pereira, hoteleiro cearense que já administrou hotéis de
luxo por todo o mundo.
Ele não tem qualquer ilusão sobre a importância de dirigir uma operação eficiente.
O hotel tenta antecipar as necessidades dos hóspedes de várias maneiras. Por exemplo, se
eles já estiveram no hotel antes, o funcionário evita pedir as informações que já receberam na
visita anterior. Os funcionários da recepção, simplesmente, checam se os clientes já se
hospedaram antes, complementam as informações e os encaminham a seus apartamentos, sem
demoras irritantes. Qualidade do serviço também significa ajudar os hóspedes a resolver
problemas particulares. Por exemplo, se a linha aérea extraviar a bagagem de um deles, este
chegará ao hotel compreensivelmente irritado.
“Um hóspede não deve ficar esperando. Se tiver um pedido a fazer, vai fazer agora e
precisa ser atendido agora. Nem sempre isso é fácil, mas fazemos o máximo. Por exemplo, se
todos os hóspedes do hotel, à noite, decidirem chamar o serviço de quarto e pedirem uma
refeição, em vez de se dirigirem aos restaurantes, obviamente, nosso departamento de serviços
ficaria sobrecarregado e os consumidores teriam que esperar muito até os pedidos chegarem a
seus apartamentos. Tratamos esse problema observando atentamente a evolução da demanda por
serviço de quarto. Quando constatamos que o nível de resposta está ficando demorado,
convocamos os funcionários dos restaurantes do hotel. Sem dúvida, para fazer isso, temos que
estar seguros de que eles são multi-habilitados. De fato, temos uma política de assegurar que os
- 52 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
funcionários dos restaurantes possam sempre exercer mais de uma tarefa. É esse tipo de
flexibilidade que nos permite manter resposta rápida aos consumidores”.
Da mesma forma, Raimundo considera a confiabilidade um princípio fundamental de um
hotel bem administrado.
“Devemos sempre manter nossas promessas. Por exemplo, os apartamentos devem ser
preparados em tempo e a conta deve estar pronta no momento da saída do hóspede. Ele espera
um serviço confiável e algo inferior a isso se torna causa legítima de insatisfação”.
“O negócio é planejar os detalhes e prever o que pode dar errado”, afirma Raimundo.
“Uma vez feito o planejamento, podemos antecipar possíveis problemas e planejar como
enfrentá-los, ou, ainda melhor, evitar que ocorram”.
“Não gostamos de dizer NÃO!”, diz Raimundo. “Por exemplo, se um hóspede solicita
queijo Camembert e não temos em estoque, pedimos a um funcionário para ir até o
supermercado para comprá-lo. Se apesar de nosso esforço ele não for encontrado, negociamos
com o hóspede uma solução alternativa. Isso tem um efeito importante – ajuda a manter a
motivação de nossos funcionários. Somos constantemente solicitados a fazer o praticamente
impossível – todavia, fazemos e eles acham isso importante. Todos gostamos de nos sentir parte
de uma organização que é capaz de fazer o mais difícil, se não, o impossível”.
“Não podemos esperar que os funcionários temporários tenham o mesmo preparo dos
efetivos para trabalhar diretamente com o cliente. Nossa solução para isso é manter os
funcionários extras na retaguarda, deixando os efetivos e bem treinados em contato com o
cliente. Por exemplo, um garçom que normalmente recebe os pedidos, serve as refeições e retira
os pratos sujos limitaria suas atividades a receber os pedidos e servir as refeições. A parte menos
qualificada do trabalho, que é retirar os pratos, pode ser transferida a funcionários temporários”.
No que diz respeito a custos, em torno de 60% do custo operacional do hotel é
representado por alimentos e bebidas. Assim, uma forma óbvia de manter os custos baixos é
evitar o desperdício de alimentos. O custo de energia representa 6% do total e é fonte potencial
de economia. Entretanto, embora as economias de custos sejam bem-vindas, o hotel é sempre
cuidadoso em não comprometer a qualidade de seus serviços para reduzir custos. A visão de
Raimundo é bastante clara.
“É o serviço impecável que nos dá vantagem competitiva, não o preço. Bom serviço
significa que nossos hóspedes sempre voltarão. Às vezes, metade de nossos hóspedes são
pessoas que já estiveram no hotel antes. Quanto mais hóspedes recebermos, maior a utilização de
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
nossos apartamentos e restaurantes, e é isso que realmente mantém o custo por hóspede baixo e a
rentabilidade razoável. Assim, no final, fechamos o círculo: é a qualidade de nosso serviço que
mantém nossos volumes altos e nossos custos baixos”.
Questões:
2) Que perguntas Raimundo pode fazer para julgar se as suas operações estão no Estágio 1, 2, 3
ou 4 da escala de excelência de Hayes e Wheelwright?
Após a leitura dos estudos de casos referentes aos assuntos Medidas de Desempenho;
Sistemas de Produção - Aspectos Introdutórios; Planejamento Estratégico da Produção e Papel
Estratégico e Objetivos de Produção, responda as questões a seguir:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
1. A partir do planejamento de longo prazo, elabora-se o planejamento agregado de
produção, cujo resultado é um plano de médio prazo que estabelece:
(A) o estudo de localização
(B) apenas o dimensionamento da força de trabalho
(C) apenas os níveis de estoque
(D) o nível de produção, o dimensionamento da força de trabalho e os níveis de estoque
(E) apenas o nível de produção
Fonte: ANAC – 2007
- 55 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Resposta:
1. D
2. A
3. C
4. E
Capítulo V
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Previsão de Demanda
Introdução
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
1. Motivações
2. Responsabilidades
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Monitoração do modelo
Objetivo dos Razão da necessidade da previsão, que produto será previsto, que
dados acuracidade, que detalhamento e que recursos estarão disponíveis.
Identificar e desenvolver a técnica que melhor se adapte aos dados
históricos do produto.
Coletar informações de forma sistemática, com procedimentos definidos
Coleta e análise e fontes seguras.
dos dados Buscar uma base histórica grande;
Acompanhamento da demanda pelos produtos da empresa;
Substituir variações extraordinárias de demanda pela sua média;
Tamanho do período de mensuração dos dados.
Escolha da Deve-se ponderar principalmente o custo e acuracidade. Posteriormente
técnica de a disponibilidade dos dados, dos recursos computacionais, experiência
previsão passada, disponibilidade de tempo para coletar, analisar e preparar os
dados e período de planejamento para a previsão.
Monitoramento À medida que as previsões forem sendo alcançadas pela demanda real,
do modelo deve-se monitorar a extensão do erro entre a demanda real e a prevista,
para verificar se a técnica e os parâmetros empregados ainda são válidos.
Deve-se tomar extremo cuidado na obtenção das previsões.
Obtenção das
Utilizar métodos estatísticos adequados para se obter as previsões
previsões
adequadas para determinado horizonte.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Pressupõe que a demanda futura será uma projeção de seus valores passados; deve-se
plotar os valores passados e identificar os fatores que estão por trás das características da curva
obtida. No curto prazo, normalmente, utiliza-se a hipótese de que o futuro é uma continuação do
passado, ou seja, as tendências observadas em períodos anteriores permanecerão no futuro,
considerando-se eventuais sazonalidades e irregularidades.
Estes fatores devem ser extraídos das amostras e substituídos por suas médias. Assim,
após a análise dos dados e explicitação dos ciclos, define-se uma das seguintes hipóteses
básicas de comportamento:
Hipótese de permanência
Demanda com comportamento estável e uniforme, sem tendência de aumento ou queda
nem sazonalidade.
Hipótese de trajetória
Demanda com aumentos e quedas a taxas uniformes, sem sazonalidade identificável.
Procuram privilegiar os dados mais recentes da série histórica. Adequado para hipótese
de permanência (demandas estáveis). Assume-se que as variações são devidas a causas aleatórias
e distribuídas igualmente em relação à média. As mais utilizadas são:
Média móvel:
- 60 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
n
i = índice do período (i = 1, 2, 3 ...)
Exemplo 1: Para ilustrar a aplicação da média móvel, vamos admitir que nos últimos meses a
demanda de determinado produto foi:
Mm3= (50+45+70)/3= 55
Usa todos os valores históricos, mas o peso de cada observação decresce no tempo, ou
seja é dado maior peso aos indicadores recentes, assim sendo cada nova previsão é obtida com
base na previsão anterior, acrescida do erro cometido na previsão anterior corrigido por um
coeficiente de ponderação.
Quando o custo de armazenamento de dados em computador era muito elevado, a
utilização de médias móveis exponencialmente ponderadas, ou seja, alisamento exponencial, era
muito vantajosa. Apesar desses custos terem deixado de ser uma grande preocupação o
suavizamento exponencial continua a ser muito popular. O suavizamento exponencial refere-se a
um conjunto de métodos de previsão, alguns dos quais são amplamente utilizados e, por isso,
importantes. Os métodos de suavizamento exponencial com a tendência e a sazonalidade
ajustadas são utilizados em muitos sistemas de previsão computadorizados . Brown, Holt e
Winters iniciaram o desenvolvimento do suavizamento exponencial (Delurgio, 1998, p. 153-
154).
M t M t 1 Dt 1 M t 1 disponível em:
http://www.cartezyan.com.br/versao60/guia/fc/h70.htm . Acessado em 09 03 2014.
- 61 -
Períodos comuns de
Planejamentoanálise:
e Controle da Produção – UFF
Curtíssimo Prazo: de 5 a 13 dias
Curto Prazo: de 14 a 25 dias
= 2/ N+1 ; Onde N é o número de dias do período; Médio Prazo: de 26 a 74 dias
Dt-1 = demanda do período t – 1. Longo Prazo: de 75 a 200 dias
O melhor deve ser escolhido com base no valor
mínimo de soma de erros quadráticos.
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Demanda 90 95 98 90 92 95 90 100 92 95
A primeira previsão foi feita por média simples, cabe ao operador usar sua experiência na
decisão do primeiro valor.
Os resultados são:
1 90 93,7 - -
2 95 93,207 1,793 0,133
3 98 93,370 4,630 0,091
4 90 93,689 -3,689 0,069
5 92 93,484 -1,484 0,056
6 95 93,415 1,585 0,047
7 90 93,478 -3,478 0,040
8 100 93,356 6,644 0,035
9 92 93,564 -1,564 0,031
10 95 93,520 1,480 0,028
11 93,558 0,026
- 62 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
n XY X Y
b
n x2 X
2
a Y b X
n
Exemplo3: Vamos admitir que determinado produto apresentou nas últimas oito semanas:
a= [3830-(12,73x36)]/8= 421,46
Y=421,46 + 12,73X
Y9= 536,03
Y10= 548,76
Pt 1 M t Tt
M t Pt 1 Dt Pt
Tt Tt 1 2 Pt Pt 1 Tt 1
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exemplo 4: A demanda dos últimos oito trimestres de um produto estão apresentadas abaixo.
Fazer a previsão da demanda para o nono trimestre considerando o ajustamento exponencial para
a tendência.
Empregar 1 = 0,2 e 2 = 0,3; considerando os três primeiros trimestres para a estimativa inicial
da tendência, e a previsão do quarto trimestre como sendo a demanda do terceiro trimestre mais
a tendência estimada inicial.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
I. Incertezas envolvidas
Exemplo 5: Na tabela estão apresentados os valores das demandas diárias por refeições em um
restaurante, durante 3 semanas. Calculamos a média móvel centrada.
Ao lado a tabela com os dados:
Tabela de dados:
Dia Demanda Média Móvel Índice
Centrada
Segunda 50
Terça 55
Quarta 52
Quinta 56 443/7= 63,28 56/ 63,28= 0,88
Sexta 65 448/7 = 64 65/64 = 1,01
Sábado 80 443/7= 63,28 80/63,28 = 1,26
Domingo 85 449/7 = 64,14 85/64,14 = 1,32
Segunda 55 443/7= 63,28 55/63,28 = 0,86
Terça 50 448/7= 64 50/64 = 0,78
Quarta 58 443/7= 63,28 58/63,28 = 0,91
Quinta 50 438/7= 62,57 50/62,57 = 0,79
Sexta 70 435/7 = 62,14 70/62,14 = 1,12
Sábado 75 435/7 = 62,14 75/62,14 = 1,2
Domingo 80 431/7 = 61,27 80/61,57 = 1,29
Segunda 52 441/7 = 63 52/63 = 0,82
Terça 50 436/7= 62,28 50/62,28 = 0,8
Quarta 54 446/7 = 63,71 54/63,71 = 0,84
Quinta 60 456/7 = 63,71 60/65,14 = 0,92
Sexta 65 454/7 = 64,85 65/64,85 = 1
Sábado 86 457/7 = 65,28 85/65,28 = 1,3
Domingo 90 458/7 = 65,42 90/65,42 = 1,37
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Regressão linear:
Exemplo 6:
- 66 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Variações irregulares na demanda podem ter sido provocadas por greves, formação de
estoques temporários, catástrofes naturais...
Ações estratégicas da concorrência;
Variações aleatórias inerentes aos dados da demanda.
9
Leitura Complementar:
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Preparar uma resenha individual, no formato padrão, para o estudo de caso abaixo:
1 Introdução
Considerações iniciais
O segmento corporativo do Call Center tem se tornado cada vez mais importante como
ferramenta de relacionamento com os clientes e como diferencial estratégico tendo em vista a
eficiência na resolução de problemas e a percepção do serviço recebido. Para as empresas, a
administração de um Call Center envolve o desafio de maximizar a satisfação dos seus clientes e
racionalizar a operação com o menor custo possível.
Sendo assim as funções de PCP e Pesquisa Operacional ganham relevância estratégica,
tática e operacional para o gerenciamento eficaz de um Call Center, contribuindo para antecipar
as necessidades dos clientes, através de modelos de previsão de demanda, e adequar a capacidade
dos recursos para atender a demanda prevista dentro de um nível de serviço aceitável, através de
modelos matemáticos de otimização e alocação de pessoal.
Objetivo
O objetivo geral deste artigo é analisar o processo de planejamento e dimensionamento de um
call center através da identificação dos fatores críticos envolvidos, bem como o controle das
principais restrições associadas a realidade da empresa estudada. Propõe a criação de um sistema
de previsão de demanda adequado para cada situação de operação: situações de promoções,
feriados e eventos especiais assim como para situações de operação normal.
2 A EMPRESA
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
jornal X2 possui uma concentração de 77% do seus leitores nas classes BC, ou seja, mais de
1,9 milhões de leitores.
Foram vendidos mais de 79 milhões de exemplares do jornal X2 de Janeiro a Setembro do
último ano.
O jornal X2 é o jornal líder de vendas no Rio de Janeiro.
Circulam mais de 510 mil exemplares do jornal X2 aos domingos.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Captação de pautas e personagens para a Redação através das sugestões dos leitores, envio de
manifestações de opinião, fornecimento de informações sobre reportagens, informação sobre
promoções, procedimentos, mailings, etc.
c) Painel de Leitores do Jornal X1:
Pesquisa diária com 200 assinantes para avaliar a qualidade gráfica e editorial do jornal X1.
Pesquisas extras para o Marketing e Redação, quando solicitado.
d) Defesa do Consumidor do Jornal X1:
Recebimento de cartas, faxes e e-mails para a coluna, envio e acompanhamento das reclamações,
recebimento das respostas das empresas e envio das mesmas para os leitores. Sinalização de
assuntos reincidentes que possam gerar reportagem.
3 TEORIA DE DIMENSIONAMENTO DE CALL CENTERS
Número de atendentes = a
Demanda na central = d
Probabilidade de fila = c
- 70 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Dessa forma, Erlang chegou a uma fórmula para cálculo da probabilidade de fila em
um Call Center, chamada de formula B de Erlang:
Onde:
• NS(%) é o nível de serviço percentual;
• c(a,d) é a probabilidade de que haja fila no Call Center;
• a é a quantidade de atendentes;
• d é a demanda oferecida em Erlangs;
• AWT é o tempo de espera aceitável;
• â é o tempo médio de duração das ligações.
Com a fórmula C de Erlang, pode-se estimar o nível de serviço dadas a demanda e a quantidade
de atendentes. Convém lembrar que, analogamente à formula B de Erlang, o objetivo real em um
dimensionamento de Call Center é determinar a quantidade de atendentes necessários baseando-
se na demanda oferecida e no nível de serviço desejado.
- 71 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
4 O PROBLEMA NA EMPRESA X
Para períodos de operação anormal, ou seja, em dias de véspera de feriado, feriado, festas de
fim de ano, promoções, venda de produtos associados aos Jornais X1 e X2, envio de revista
especial para assinantes, a previsão de demanda é mais complexa e exige um estudo à parte para
cada ocasião. Geralmente os coordenadores de células do Call Center enviam um pedido de
estudo à Coordenação de Infra-Estrutura e Projetos com cerca de 1 semana de antecedência,
detalhando qual o grau de agregação que necessitam para a previsão, por exemplo: valor total de
ligações no dia do evento para cada célula, valor total de ligações a cada 1 hora, ou a cada meia
hora, ou a cada 15 minutos. Dado o grau de agregação desejado para a previsão de ligações, o
analista da Coordenação de Infra-Estrutura e Projetos monta uma planilha para ser divulgada
junto aos coordenadores de células com as seguintes informações:
- 72 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
PREMISSAS DO ESTUDO:
Para o estudo foram levados em consideração os seguintes fatores:
2) Meta do tempo médio para as ligações atendidas pelo Sal X1 (máximo permitido): 2min e 40s.
3) Definição dos horários críticos de atendimento através de estudo do atual tráfego de ligações.
Média de
% de
chamadas 2a- 3a- 4a- 5a- 6a- Agentes Escala
Horário: chamadas
por feira feira feira feira feira necessários: diária:
por horário
horário
08:30-09:00 7 8 7 8 7 4 4% 5 2
09:00-09:30 9 11 10 10 7 9 5% 6 2
09:30-10:00 11 14 11 10 11 8 6% 6 2
10:00-10:30 12 14 12 13 12 9 7% 7 2
10:30-11:00 14 14 16 14 13 14 8% 7 2
11:00-11:30 12 15 13 11 13 11 7% 7 4
11:30-12:00 12 14 11 13 12 9 7% 6 4
12:00-12:30 11 17 10 10 8 9 6% 6 4
12:30-13:00 8 9 7 11 7 8 5% 6 4
13:00-13:30 9 11 10 6 10 9 5% 6 4
13:30-14:00 9 13 10 7 7 7 5% 6 4
14:00-14:30 10 12 12 9 11 8 6% 6 4
14:30-15:00 11 12 12 11 9 10 6% 6 4
15:00-15:30 11 14 10 11 10 10 6% 6 4
15:30-16:00 11 13 12 12 10 8 6% 6 2
16:00-16:30 11 13 13 10 7 10 6% 6 2
16:30-17:00 10 11 11 11 9 8 6% 6 2
TOTAIS: 177 213 187 177 160 150 100%
Tabela 1 – Planilha de dimensionamento padrão
- 73 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
FLUTUAÇÃO No DE
EVENTOS ESPECIAIS ASSINANTES
VÉSPERA DE FERIADO CAMPANHA PARA NOVOS ASS
PROBLEMAS NA PREVISÃO
DETERMINAÇÃO DE
TENDÊNCIA
MODELO
INCONSISTÊNCIAS NO HISTÓRICO DESCONSIDERA
MOVIMENTOS RECENTES NA
TENDÊNCIA
DIFERENÇAS DE AGRGAÇÃO DOS DADOS
INCLUSÃO
EXCLUSÃO E INCLUSÃO DE CÉLULAS DE
NO CALL CENTERVALORES
ATÍPICOS NO MODELO DE
PREVISÃO
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Finalmente a última causa identificada e também a que pode ser resolvida através de modelos
matemáticos de previsão é a determinação da tendência das chamadas recebidas pelas células do
Call Center da empresa X.
De acordo com Quelhas (2005), a tendência refere-se ao movimento gradual de longo
prazo da demanda. Deve-se identificar uma equação que descreva este movimento. A plotagem
dos dados passados permite a sua identificação. Existem duas técnicas para se tratar:
n XY X Y
b
n x 2 X
2
a
Y b X
n Figura 4 - Fórmula de Previsão de Tendência, linear
Pt 1 M t Tt
M t Pt 1 Dt Pt
Tt Tt 1 2 Pt Pt 1 Tt 1
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
5.2 Indicadores
Os principais indicadores associados a operação de um Call Center são:
6 CONCLUSÃO
Referências bibliográficas
CHAVES, Bruno Teles; SILVA, Elias Carneiro; MACEDO, Gustavo Sigal - Planejamento e
Dimensionamento de Call Center: estudo de caso em uma empresa de comunicações
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Uma cadeia de fast food verificou que as vendas mensais de refeições em suas casas
estão relacionadas ao número de alunos matriculados nas escolas situadas num raio de 2 Km em
torno da casa. Os dados relativos às vedas e ao número de alunos matriculados num raio de 2
Km das 13 casas da cadeia estão tabelados. A empresa pretende instalar uma nova casa numa
região onde o número de alunos é de 13750.
Qual a previsão de demanda para a nova casa?
Substituindo os valores:
- 77 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
O valor de r varia entre 1 e –1, estando próximo de 1 uma mudança em uma variável
corresponde a uma mudança no mesmo sentido na outra: r próximo de –1, uma mudança numa
variável corresponde a uma mudança no sentido oposto na outra variável e quando esta próximo
de zero não há correlação entre as variáveis.
Um produto industrial apresentou as vendas dos últimos seis meses conforme dados da tabela
abaixo. Pede-se:
10
10
Leitura Complementar:
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Tarefas:
Use uma planilha eletrônica, como a do Excel, para ajudá-lo na análise da previsão.
2. Faça a previsão dos preços e calcule o erro (MAPE) para cada plotagem utilizando os
seguintes métodos de previsão:
Ri Pi
MAPE 100
Ri
Ri: real, Pi: previsto
3. Baseado no menor MAPE, qual a abordagem de previsão a ser escolhida? Preveja o dia 41
com essa abordagem.
4. Explique por que se poderia esperar que métodos de previsão com uma resposta ao impulso
mais elevada sejam mais acurados do que os métodos que têm uma resposta ao impulso
menor ao prever dados de estoque diários.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
1.As previsões de demanda podem ser classificadas em: de longo prazo, de médio prazo e
de curto prazo. Em relação ao tema, examine as sentenças a seguir:
I – A demanda de curto prazo está relacionada com a Programação da Produção e decisões
relativas ao controle de estoque;
II – A partir da demanda de médio prazo estabelece-se o Plano Agregado de Produção e o Plano
Mestre de Produção;
III – A demanda de longo prazo auxilia nas decisões de natureza estratégica, tais como:
alterações na capacidade e desenvolvimento de novos produtos.
Assinale a alternativa correta:
(A) nenhuma das afirmativas está correta
(B) apenas a afirmativa III está correta
(C) apenas as afirmativas I e II estão corretas
(D) apenas a afirmativa I está correta
(E) as três afirmativas estão corretas
Fonte: ANAC – 2007
Resposta:
1. C
2. C
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo VI
Planejamento Mestre da Produção
Introdução
O PMP diferencia-se do plano de produção sob dois aspectos: o nível de agregação dos
produtos e a unidade de tempo analisada (mais curta, normalmente semanas, ou no máximo,
meses).
A Elaboração do PMP
A tabela mostra um arquivo de um item produzido para estoque para os próximos dois
meses, divididos em períodos semanais. Admitiremos que este item é produzido em lotes de 100
unidades.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
JULHO AGOSTO
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60
Demanda confirmada 55 40 10 5 0 0 0 0
Recebimentos programados 100
Estoques projetados 5 50 100 50 100 40 80 20 60
PMP 100 100 100 100
Na primeira linha temos a previsão da demanda do item para os próximos dois meses.
De 50 unidades por semana para julho e de 60 unidades por semana para agosto. Na Segunda
linha encontramos o valor da demanda real já confirmada pelos clientes. Para agosto ainda não
existe confirmação de pedidos. Observe que houve um erro para menos na primeira semana de
julho, pois os clientes estão solicitando 55 unidades, 05 a mais do que as previstas.
A terceira linha apresenta os recebimentos programados (programados anteriormente e
previsto para dar entrada dentro do horizonte do PMP. No exemplo, um lote de 100 unidades do
item deve ficar pronto e dar entrada nos estoques na primeira semana de julho.
A Quarta linha informa sobre os estoques disponíveis e projetados. As 05 unidades
referem-se ao estoque disponível no início da primeira semana de julho. A partir daí, fazemos o
cálculo de quanto irá sobrar de estoques ao final de cada semana. Na primeira semana iniciamos
com um saldo de 5 unidades, recebemos um lote de 100 unidades, e entregamos 55 delas, o que
nos deixa com um saldo de 50 unidades. Observe o cálculo das demais semanas na tabela
seguinte.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
JULHO AGOSTO
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60
Demanda confirmada 55 40 10 5 0 0 0 0
Recebimentos programados 100
Estoques projetados 5 50 100 50 100 140 80 120 60
PMP 100 100 100 100
Outro ponto importante refere-se aos itens que entram no PMP. Se não tivermos uma
quantidade excessiva de produtos acabados que venha a inviabilizar os cálculos, incluímos todos
no planejamento. Se a quantidade de produtos acabados for grande, devemos controlá-los através
de um programa de montagem final, e deixar para planejar via PMP os componentes do nível
abaixo.
Árvore de Produto
A árvore de produto representa a estrutura do produto acabado. É um documento que
especifica a maneira pela qual as várias componentes se agrupam entre si, no sentido de
constituir o produto acabado.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
____________________________________________________________________________
Material Complementar:
Jogos de empresa: GP-1, GP-2 e GP-3. Ver no CD-ROM da disciplina.
- 84 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Anexo
M O N T A G E M D O P R O D U T O F IN A L
T P = 2 h / u n id
R e c u rs o : M o n ta g e m
F a b r ic a ç ã o d o C o m p o n e n t e A F a b r ic a ç ã o d o C o m p o n e n t e B S u b m o n ta g e m d o C o m p o n e n te C
T P = 1 h / u n id T P = 2 h / u n id T P = 1 , 5 h / u n id
R e c u r s o : U s in a g e m R e c u r s o : U s in a g e m R e c u rs o : M o n ta g e m
C o m p r a d a M a t é r ia - P r im a A C o m p r a d a M a t é r ia - P r im a B F a b r ic a ç ã o d a p e ç a D F a b r ic a ç ã o d a p e ç a E
T P = 4 d ia s / lo t e T P = 2 d ia s / lo t e T P = 1 , 5 h / u n id T P = 3 h / u n id
R e c u r s o : E s t a m p a r ia R e c u r s o : E s t a m p a r ia
C o m p r a d a M a t é r ia - P r im a D C o m p r a d a M a t é r ia - P r im a E
T P = 1 d ia / lo t e T P = 2 d ia s / lo t e
- 85 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
A empresa Jongui Positivo Ltda. atua na área de fabricação de lapiseiras. Seu mercado é
bem amplo tendo em vista que a empresa tem inúmeros clientes no Brasil e exporta grandes
quantidades de seu produto para a América Latina, em especial Chile e Argentina.
Suas áreas estão bem integradas entre si, podendo-se destacar a visão sinérgica para a
produção. Finanças coordena os gastos com estoques, horas extras, novos equipamentos, etc.,
Marketing passa seu plano de vendas e a previsão de demanda para os períodos analisados, a
área de Engenharia fornece os padrões atuais de tempos e consumos de materiais para execução
das tarefas, Compras informa suas necessidades referentes à logística de fornecimento externo, a
área de Recursos Humanos apresenta seu plano de contratação e treinamento de pessoal, e a
Produção em si coloca suas limitações de capacidade e instalações.
Questões:
- 86 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
2. A indústria SP Ltda. produz eixos suporte através de peças usinadas de aço, a partir de
barras redondas de 50 mm de diâmetro, em 6 operações sequenciais, começando na operação 1 e
terminando na 6. A linha de produção trabalha 24 horas por dia, havendo revezamento nos
horários de descanso e refeição, para que ela não pare. Após cada operação há inspeção em 100%
das peças, as rejeitadas são retiradas do processo e destruídas. A tabela a seguir indica os
equipamentos da linha de produção, suas respectivas capacidades e a taxa de rejeição diária, em
porcentagem.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Respostas:
1. E
2. D
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo VII
Tipos de Sistemas de Planejamento e Controle da Produção
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Sistemas Empurrar
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Matéria-
Fundição Usinagem Montagem Armazém
Primas
Sistemas Puxar
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Clientes
ARMAZÉM
Fundição Usinagem Montagem E Vendas
P.C.P.
Ainda segundo Moura (op. cit.), a maioria dos sistemas de controle da produção utiliza o
mecanismo de “empurrar”, o que faz com que sofram dos seguintes problemas quando se tornam
maiores:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo VIII
Sequenciamento e Emissão de Ordens
Introdução
As necessidades de fabricação e montagem normalmente precisam passar por um
sistema produtivo com limitações de capacidade. A adequação do programa gerado aos recursos
(máquinas, homens, instalações, …) é função do seqüenciamento.
Após a definição, para cada item da especificação , das informações necessárias
(tamanho do lote, data de início e conclusão das atividades, sequência, e o local onde as mesmas
serão executadas) pode-se partir para a emissão e liberação do programa de produção.
As atividades de programação da produção apresentam-se de forma diferenciada,
dependendo de como o sistema produtivo está projetado para empurrar ou puxar o programa de
produção. No sistema de puxar a produção, normalmente implementados com o kanban, as
atividades de programação da produção são deixadas a cargo dos funcionários. Enquanto que,
nos sistemas tradicionais de empurrar a produção, há necessidade de definir a cada programa de
produção, a sua sequência.
- 93 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exercício 1: Admitindo-se que um produto é montado em uma linha que trabalha 480 minutos
por dia a partir de seis operações seqüenciais, com os seguintes tempos unitários:
Calcule:
TP
CP
TC
TP
TC
D
N mínimo
t
TC
I eficiência 1
tempolivre
N TC
CP: capacidade de produção por dia; CPmínimo: (capacidade mínima) emprega-se como
tempo de ciclo a soma dos tempos das seis operações; CP máximo: (capacidade máxima)
emprega-se o maior tempo unitário de operação
TP: tempo disponível para a produção por dia
TC: tempo de ciclo em minutos por unidade
D: demanda esperada por dia
Nmínimo: número mínimo de postos de trabalho
t: tempo de cada operação
Ieficiência: índice de eficiência da alternativa
Tempo livre: tempo de ciclo menos o tempo de cada passo
N: número de postos de trabalho
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Regras de Sequenciamento
São procedimentos usados para selecionar, a partir das informações sobre os lotes e/ou
sobre o estado do sistema produtivo, qual dos lotes esperando na fila de um grupo de recursos
terá prioridade de processamento, bem como, qual recurso deste grupo será carregado com esta
ordem. As informações mais importantes estão relacionadas com o tempo de processamento e
com a data de entrega.
As regras de sequenciamento podem ser estáticas, não alteram as prioridades quando
ocorrem mudanças no sistema produtivo; e dinâmicas, que acompanham as mudanças do sistema
produtivo. Outra classifica em locais, consideram apenas a situação da fila de trabalho de um
recurso; e globais consideram as informações de outros recursos, principalmente do antecessor e
do sucessor.
Outro tipo de classificação separa em prioridades: regra de prioridade simples, baseia-se
numa característica específica do trabalho a ser executado (data de entrega, tempo de folga
restante, tempo de processamento restante,...); combinação de regras de prioridades simples
aplica diferentes regras de prioridades simples conforme o conjunto de lotes que se pretende
- 95 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
A regra PEPS faz com que lotes com tempos longos retardem toda a seqüência de
produção, gerando tempo ocioso nos processos à frente, fazendo com que o tempo de espera
médio dos lotes seja elevado. A regra MTP obtêm um índice de lead time médio baixo, reduzindo
os estoques em processo, agilizando o carregamento das máquinas à frente e melhorando o nível
de atendimento ao cliente. Como ponto negativo faz com que ordens com tempos longos de
processamento sejam sempre preteridas, principalmente se for grande a dinâmica de chegada de
novas ordens com tempos menores. Deve-se associar uma regra complementar que possibilite
uma ordem que fosse preterida um determinado número de vezes, ou após um determinado
tempo de espera, avançar para o topo da lista.
A regra MDE faz com que os atrasos se reduzam; porém, como não leva em conta o
tempo de processamento, pode fazer com que lotes com potencial de conclusão rápido fiquem
aguardando. Da mesma forma, a regra IPI, baseada em atribuirmos um índice de prioridade a
cada ordem teve o pior desempenho dentre as sete regras testadas.
As demais regras (ICR, IFO) baseadas em cálculos de índices, são normalmente
empregadas em sistemas do tipo MRP II. Estas duas regras privilegiam o atendimento ao cliente.
A regra de Johnson apresentou o menor lead time e um baixo tempo de espera para
processamento na segunda máquina, garantido por seqüenciar tempos rápidos de início para o
primeiro recurso e tempos rápidos de conclusão para o segundo.
Existem algumas características importantes com relação às regras empregadas para a
definição de seqüenciamento de um programa de produção:
simplicidade: devem ser simples rápidas de atender e aplicar;
- 96 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
transparência: a lógica por trás das regras deve estar clara, caso contrário o usuário não
verá sentido em aplicá-la;
interatividade: devem facilitar a comunicação entre programadores, supervisores e
operadores;
gerar prioridades palpáveis: devem gerar prioridades de fácil interpretação;
facilitar o processo de avaliação: devem promover simultaneamente à programação, a
avaliação de desempenho de utilização dos recursos produtivos.
Como ilustração dispomos abaixo, como exemplo, um gráfico representativo para a
regra PEPS. Todas as regras, no entanto, podem (e devem) ser representadas também na forma
gráfica para visualizar de forma sistêmica o sequenciamento da produção.
Maq. A
OF4
5 10 13 17 19 23 24 28 31
Gráfico ilustrativo
Regra de Johnson
Uma outra regra de sequenciamento é a regra de Johnson. Ela minimiza o lead time de
um conjunto de ordens processadas em dois recursos sucessivos desde que se faça as seguintes
condições:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Regras Seqüências
PEPS OF1, OF2, OF3, OF4, OF5
MTP OF4, OF5, OF3, OF1, OF2
MDE OF5, OF4, OF3, OF1, OF2
IPI OF2, OF4, OF3, OF1, OF5
ICR OF5, OF2, OF3, OF1, OF4
IFO OF5, OF3, OF4, OF1, OF2
Johnson OF4, OF3, OF1, OF2, OF5
Tabela 5: seqüência da produção (exemplo 1)
- 98 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Abaixo segue resumo de cada regra aplicada no exemplo 1 com relação ao lead time
(tempo de processamento) total do programa a ser sequenciado, o lead time médio para o
conjunto das cinco ordens, o atraso médio em relação ao prazo de entrega e o tempo de espera
médio das cinco ordens:
Lead
Lead time Tempo de espera
Regras time Atraso médio- h
médio - h médio - h
total – h
31/5= 6,2 (0+0+11+18+22) /5 = (0+0+2+5+5)/5= 2,4
PEPS 31
10,2
MTP 29 29/5= 5,8 (0+0+2+5+9) /5 = 3,2 (0+0+0+0+0)/5= 0
MDE 29 29/5= 5,8 (0+1+3+6+9) /5= 3,8 (0+1+1+1+0)/5= 0,6
31/5= 6,2 (0+8+10+13+22) /5 = (0+4+4+4+5)/5= 4,2
IPI 31
10,6
ICR 32 32/5= 6,4 (0+0+10+13+22) /5 = 9,0 (0+0+2+2+5)/5= 1,8
IFO 29 29/5= 5,8 (0+0+7+7+9) /5 = 4,6 (0+0+3+2+0)/5= 1,0
Johnson 28 28/5= 5,6 (0+0+1+5+19) /5 = 5,0 (0+0+0+0+2)/5= 0,4
Tabela 6: desempenho das seqüências da produção (exemplo 1)
Atraso Médio
A partir da informação da tabela temos que cada ordem deve ser entregue num
determinado número de horas (entrega), à partir da visualização do gráfico ilustrativo, temos:
OF 1 – levou 10 horas para ser manufaturada, como a entrega era de 15 horas não houve atraso;
- 99 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
OF2 – levou 19 horas para ser manufaturada, como o prazo de entrega era de 20 horas não houve
atraso;
OF3 - levou 24 horas para ser manufaturada, como o prazo de entrega era de 13 horas houve
atraso de 24 – 13 = 11 horas;
OF4 - levou 28 horas para ser manufaturada, como o prazo de entrega era de 10 horas houve
atraso de 28 – 10 = 18 horas;
OF5 - levou 31 horas para ser manufaturada, como o prazo de entrega era de 9 horas houve
atraso de 31 – 9 = 22 horas;
Tempo de Espera
OF 1 – esta ordem após ser concluída em 5 horas pela máquina A, foi imediatamente processada
pela máquina B no intervalo de 5 a 10 horas, logo não houve tempo de espera;
OF 2 – esta ordem após ser concluída no intervalo 5 a 13 horas pela máquina A, foi
imediatamente processada pela máquina B no intervalo de 13 a 19 horas, logo não houve tempo
de espera;
OF 3 – esta ordem após ser concluída no intervalo 13 a 17 horas pela máquina A, teve de
esperar de 17 a 19 horas (2 horas) para ser processada pela máquina B no intervalo de 19 a 24
horas, logo o tempo de espera foi de 2 horas;
OF 4 – esta ordem após ser concluída no intervalo 17 a 19 horas pela máquina A, teve de
esperar de 19 a 24 horas (5 horas) para ser processada pela máquina B no intervalo de 24 a 28
horas, logo o tempo de espera foi de 5 horas;
OF 5 – esta ordem após ser concluída no intervalo 19 a 23 horas pela máquina A, teve de
esperar de 23 a 28 horas (5 horas) para ser processada pela máquina B no intervalo de 28 a 31
horas, logo o tempo de espera foi de 5 horas;
Como são 5 ordens de fabricação para calcular o Lead Time Médio, o Atraso Médio e o
Tempo de Espera Médio divido o resultado da soma dos tempos isolados por 5 resultando na
média.
Para as outras regras de sequenciamento o raciocínio é análogo.
- 100 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 101 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
A principal questão a ser resolvida pelo PCP (planejamento e controle da produção) está
ligada a alocação dos recursos disponíveis no sentido de garantir a data de conclusão do projeto.
O PCP de processos por projetos busca seqüenciar as diferentes atividades do projeto,
de forma que cada uma delas tenha seu início e conclusão encadeados com as demais atividades
que estarão ocorrendo em seqüência e/ ou paralelo com a mesma.
12
Leitura Complementar:
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R.
Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- BUFFA, Elwood S., Administração da Produção. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e
Científicos Ltda. 1972
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
O cinema UCI (United Cinemas International) existe desde 1989 e tem oito telas. Foi
construído em um local privilegiado, em um centro comercial, perto de uma movimentada
rodovia, bem no centro da Inglaterra. Quase todos os consumidores vêm de carro, e vão para o
estacionamento privado do cinema, onde há usualmente espaço suficiente; mas há
ocasionalmente considerável congestionamento na entrada e saída antes do início de filmes
populares.
- 103 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
O cinema incorpora muitos recurso no esta da arte, incluindo sistema de som THX de
alta qualidade, sistema de emissão de ingressos completamente computadorizado, e vídeo games
fora, nas arcadas do saguão principal. Há dois aparelhos gigantes de TV na entrada do saguão,
informando atrações futuras. No total, as 8 salas podem receber 1840 pessoas, a lotação das salas
varia e assim a gerência do cinema pode alocar os filmes mais populares para as salas maiores e
usar as menores para exibições menores.
Os títulos dos filmes são selecionados pela administração central, mas a administração
local tem a responsabilidade pela programação das seções em cada sala. Os contratos com os
distribuidores definem os números de seções de cada dia, mas a programação detalhada está a
cargo da gerência do cinema. Os momentos de início e fim dos oito filmes no UCI são separados
por intervalos de 10 minutos, com o filme mais popular em cada categoria (por exemplo, os só
para adultos) começando antes. Devido aos filmes terem durações diferentes e já que o gerente
deve tentar maximizar a utilização dos lugares, a tarefa de programação é complexa e crítica para
o desempenho financeiro da instalação.
O pessoal das bilheterias está continuamente alerta para a capacidade remanescente de
cada sala nas telas de seus terminais. Há até quatro guichês abertos por vez. O tempo meta por
transação completa é de 20 segundos, assim o máximo de venda é 12 por minuto, ou 720 por
hora. O número médio de ingressos vendidos por hora é 1300: tranqüilamente dentro dos níveis
máximos de demanda esperada. Todos os ingressos indicam posições específicas de assento, e
são alocados com base em primeiro a chegar primeiro servido. Uma central de venda antecipada
é agora oferecida pelo grupo UCI, em que os consumidores podem telefonar a um número
gratuito do Reino Unido e encomendar seus ingressos, que serão retirados no cinema local,
pagando com cartão de crédito. Apesar de haver uma pequena tarifa por esses serviços, a visão é
de que a conveniência atrairá mais usuários para a compra de seus ingressos dessa forma e,
portanto, reduzirá o número de filas para pagar pelos ingressos na noite.
A declaração de missão do UCI enfatiza a necessidade de proporcionar instalações
limpas e arrumadas, pessoal animado, instalações de alimentação adequadas e acima de tudo,
uma alta qualidade de exibição de filmes e som. O UCI acredita que proporciona a melhor
experiência em cinema fora de Londres.
Questões:
1) Quais são as principais diferenças entre os dois cinemas da perspectiva dos gerentes de
operação?
2) Quais são as vantagens e desvantagens dos dois diferentes métodos de programação de filmes
nas salas? Como cada abordagem afeta os diferentes tipos de consumidores?
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Problemas:
Questão1. Admitindo-se que um produto é montado em uma linha que trabalha 480 min. Por dia
a partir de sete operações sequenciais, com os seguintes tempos unitários:
N mínimo
t
TC
I eficiência 1
tempolivre
N TC
CP: capacidade de produção por dia; CPmínimo: (capacidade mínima) emprega-se como
tempo de ciclo a soma dos tempos das seis operações; CPmáximo: (capacidade máxima)
emprega-se o maior tempo unitário de operação
TP: tempo disponível para a produção por dia
TC: tempo de ciclo em minutos por unidade
D: demanda esperada por dia
Nmínimo: número mínimo de postos de trabalho
t: tempo de cada operação
Ieficiência: índice de eficiência da alternativa
Tempo livre: tempo de ciclo menos o tempo de cada passo
N: número de postos de trabalho
- 105 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questão2. Seis ordens de fabricação (OF) precisam ser processadas na máquina A e, em seguida,
na máquina B. Os tempos de processamento (incluindo os setups: tempo de preparação de
máquinas), as datas de entrega (em no de horas a partir da programação) e as prioridades
atribuídas a cada ordem são apresentadas na tabela abaixo. Para aplicação da regra PEPS
(primeiro a entrar primeiro a sair) vamos admitir que as ordens deram entrada em carteira no
sentido da OF1 para a OF6.
Sequencie estas ordens segundo cinco regras diferentes de produção (incluindo a regra
de Johnson) e avalie cada alternativa segundo o lead time (tempo de preparação) médio, o atraso
médio e o tempo de espera médio (segundo tabela 6, do exemplo 1).
Exercício:
Questões de Concurso:
2.No âmbito da Teoria das Restrições (TOC), o gargalo de uma linha de produção é a
estação de trabalho que:
(A) tem maior custo de produção dessa linha.
(B) tem maior taxa de produção dessa linha.
(C) está situada parte mais estreita dessa linha.
13
Leitura Complementar:
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R.
Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- BUFFA, Elwood S., Administração da Produção. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e
Científicos Ltda. 1972
- 106 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 107 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo IX
Estoques
Introdução
Estoque é qualquer quantidade de material que seja armazenada, para uso futuro, por
algum intervalo de tempo. Tem a função de regular o ritmo entre os fluxos de materiais,
realizando:
Estoques são necessários, mas a questão importante é quanto estoque manter. A tabela 9.1
resume os motivos para se manter estoques de bens acabados, em processo e de matérias-primas.
- 108 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
2. Custos do stockout. Cada vez que ficamos sem estoque de matérias-primas ou bens
acabados podemos incorrer em custos. Em termos de estoque de bens acabados, os custos de
stockout podem incluir vendas perdidas e clientes insatisfeitos. Um estoque adicional, chamado
estoque de segurança, pode ser preenchido para garantir segurança contra stockouts excessivos.
3. Custos de aquisição. Para materiais comprados, pedir lotes maiores pode aumentar os
estoques de matérias-primas, mas os custos unitários podem ser menores por causa dos descontos
por quantidade e dos menores custos de frete e manuseio de materiais. Para materiais produzidos,
tamanhos de lote maiores aumentam os estoques em processo e de bens acabados, mas os custos
médios por unidade podem ser menores porque os custos de mudança são amortizados entre lotes
maiores. (veja figura 9.1).
4. Custos da qualidade na partida (start up). Quando iniciamos pela primeira vez um
lote de produção, o risco de produtos defeituosos é grande. Os trabalhadores podem estar
aprendendo, materiais podem não ser abastecidos apropriadamente, configurações de máquinas
podem precisar de ajustes, e poucos produtos podem precisar ser produzidos antes que as
condições se estabilizem. Tamanhos de lote maiores significam um número menor de mudanças
por ano e menos sucata.
- 109 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estoques podem ser indispensáveis para a operação eficiente e eficaz dos sistemas de
produção. Mas há boas razões pelas quais não queremos manter estoques.
3. Custos para coordenar a produção. Uma vez que grandes estoques obstruem o
processo de produção, mais pessoas são necessárias para desembaraçar engarrafamentos,
resolver problemas de produção relacionados com o congestionamento e coordenar programas.
A princípio, esses custos podem parecer indiretos, difusos e até mesmo irrelevantes, mas
a redução desses custos ao manter menos estoques pode ser crucial na luta para competir por
mercados mundiais.
Ptak (1991) afirma que a ampla difusão dos computadores trouxe uma mudança
dramática no campo do controle da produção e estoques. Até os anos 60, os estoques eram
controlados por sistemas manuais, utilizando várias técnicas como reposição de estoques, pontos
de reencomenda (circa 1930), Quantidade Econômica de Compra (circa 1915) e Classificação
ABC, para nomear algumas. Inovações foram feitas pelos fabricantes de computadores, pioneiros
- 110 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Pires (1990) ressalta que nas indústrias de manufatura discreta que trabalham com pequenos
e médios lotes de fabricação, o estoque mais representativo é o de material em processo,
exatamente o tipo de estoque mais nocivo para as empresas, considerando que:
1. O estoque de matéria prima não possui custo de produção agregado e, geralmente, tem valor
de mercado;
2. O estoque de material em processo tem custo de produção agregado e, geralmente, tem valor
de sucata;
3. O estoque de produto acabado tem custo de produção agregado e tem valor de mercado.
Desta feita, um sistema de planejamento e controle da produção deve ter como uma das
principais preocupações a manutenção de baixos níveis de estoques de material em processo.
- 111 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Administração de Estoques
Introdução
Cabe a administração controlar a disponibilidade total, isto é, o estoque no almoxarifado
e o saldo dos pedidos não entregues. Tendo o objetivo de procurar não deixar faltar material sem
imobilizar demasiadamente os recursos financeiros. Deve-se equalizar segurança na produção
aliada a pouco imobilização.
As diversas fases de gerenciamento dos materiais são divididas entre setores distintos:
gestão de matérias-primas e de peças componentes pode ser feita pelo PCP, de material em
processamento sempre pertence ao PCP; o controle do material de uso geral está associado a
compras e o estoque de produtos sob a responsabilidade de vendas, portanto para minimizar a
quantidade de estoques o inter-relacionamento entre os diversos setores deve ser o melhor
possível.
Natureza da demanda
- 112 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Essa classificação sugere que quanto maior o valor de estoque de um material, mais
análise deve ser aplicada a esse material. Comumente, os materiais Classe A seriam analisados
extensamente, e os materiais Classe C seriam pouco analisados.
Materiais críticos para a produção. Uma vez que stockouts desses materiais
podem paralisar linhas de produção inteiras, estoques maiores podem se justificar.
Materiais com vida mais breve na prateleira. Uma vez que esses materiais
podem estar sujeitos a obsolescência ou deterioração muito rápidas, estoques menores podem se
justificar.
Materiais que são muito grandes e volumosos. Uma vez que esses materiais
exigem muito espaço de armazém, estoques menores podem se justificar.
- 113 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Pode-se fazer a classificação por peso, por tempo de reposição, por volume, por preço
unitário etc. e, para qualquer dessas unidades, seria obtida uma solução específica. Porém o mais
correto é fazer a classificação por valor mensal, sendo dado por:
- 114 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
de supor que o consumo realizado vai se repetir para o mesmo período no futuro, ou então
reajustá-lo em relação aos novos índices de produção programados.
2. Tempo de Reposição
É o prazo normal que deve decorrer entre a emissão de ordens e seu atendimento. É o
somatório dos tempos de processamento de documento, de procura e/ ou fabricação, de
transporte e de recebimento e inspeção.
CD = D . C
Onde:
- 115 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
CP = N . A
Como D
N
Q
Tem-se que: D
CP A
Q
Onde:
CM = Qm . C . I
Onde:
CT CD CP CM
D
CT D.C A Qm.C.I
Q
- 116 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
A partir da equação do custo total, podemos obter as fórmulas para o cálculo do lote
econômico em três situações mais usuais que são a do lote com custo unitário fixo e entrega
total, que será denominado lote econômico básico, a do lote com custo unitário fixo e entrega
parcelada, e a do lote com custo unitário com descontos por quantidade.
Esta alternativa de reposição tem custo unitário do item fixo e entrega do lote realizada de
uma só vez. A figura 1 apresenta a variação do nível de estoques quando a entrega é realizada de
uma só vez. Neste caso, o estoque médio do sistema (Q m) é a área do triângulo retângulo formada
na figura, dividida pelo período de tempo (t).
Quantidade
Q
Qm
t Tempo
Figura 1: Variação do nível de estoques para entrega total
t. Q
Área do triângulo = 2
t. Q 1 Q
Qm = *
2 t 2
Com este valor de estoque médio, a equação do custo total fica sendo:
D D Q
CT = D * C + * A + Qm * C * I = D * C + *A + * C *I
Q Q 2
Para chegarmos ao ponto de mínimo (Q*), derivamos a equação do custo total em relação
à quantidade, igualamos a zero e isolamos a variável desejada:
CT D * A C *1
0 0
Q Q2 2
2*D* A
Q*
C*I
- 117 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
D
Como N , a periodicidade econômica (N*) fica sendo:
Q
D*C * I
N*
2* A
Quantidade
m
d
m-d
t2 tempo
t
Figura 2: Variação do nível de estoques para entrega parcelada.
t * Q max
Área do triângulo = 2
t * Q max 1 Q max
Qm *
2 t 2
Q d
Q max (m d ) * (1 ) * Q
m m
Q max D Q
Qm (1 ) *
2 m 2
- 118 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Podemos chegar ao ponto mínimo (Q*) na curva de custo total derivando em relação à
quantidade e igualando a zero:
CT D* A C*I d
o * (1 ) 0
Q Q 2
2 m
2*D* A
Q*
d
C * I * (1 )
m
d
D * C * I *(1 )
N* m
2* A
A maioria dos fornecedores consegue reduzir seus custos à medida que produzem
quantidades maiores de itens, diluindo melhor seus custos fixos. Freqüentemente, transportam
parte destas reduções para os preços dos itens vendidos, estimulando os compradores a
adquirirem lotes maiores. É o sistema conhecido por custo unitário em cascata, ou seja:
O custo unitário do item (C) será:
C1 se Q < Q1
C2 se Q1 Q < Q2
C3 se Q2 Q < Q3
Cn se n -1 Q
Dessa forma, a curva do custo total, refletindo as mudanças no custo unitário do item,
apresenta variações bruscas nos pontos limites dos descontos, sendo, na realidade, uma curva
formada por parte das curvas de custo total para os diversos custos unitários, conforme podemos
ver na Figura 3.
- 119 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
$ CT1
CT2
CT3
CT
Q1 Q2 Q3 Lote
A solução para escolha do tamanho do lote econômico, neste caso, consiste em descobrir
qual o ponto de menor custo na curva de custo total oferecida. Como a curva de custo total
apresenta pontos de descontinuidade, o ponto mínimo é encontrado de forma interativa.
4. Estoques de segurança
Class. A B C
ES 1/3 TRxCMM 1/2 TRxCMM 1 TRxCMM
5. Estoque máximo
- 120 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
PP = ES + TR x CMM
Onde:
PP Ponto de pedidos
ES Estoque de segurança
TR Tempo de reposição
CM Consumo médio mensal
M
Tabela 4: definição de abreviaturas
14
Leitura Complementar:
- RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo.
Pioneira. 1999
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R.
Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- 121 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
A Plastix PLC é uma das mais lucrativas manufaturas de utilidades domésticas plásticas
da Europa. A fábrica faz uma faixa de 300 produtos que são vendidos a atacadistas e a grandes
varejistas por toda a Europa. A empresa oferece entrega do estoque de todos os itens, e despacha
em 24 horas, a partir do recebimento do pedido, através de um transportador internacional
respeitável; com base nisso os consumidores esperam receber suas solicitações em uma semana.
Preocupados com o declínio da confiabilidade de entrega, com níveis crescentes de
estoque de bens acabados e com a queda de produtividade (aparentemente resultante de lotes
divididos onde somente parte do lote de produção planejado é produzido para superar faltas
imediatas), o Diretor empregou consultores para fazer uma completa revisão de operações. Em 1 0
de setembro de 1993, um inventário do estoque físico total foi feito (consta na tabela).
- 122 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
400. Devido à atual demanda de produtos plásticos, a fila de trabalho para reabastecimento de
estoque atualmente é em média de oito semanas, e assim todos os pedidos da fábrica devem ser
planejados com pelo menos oito semanas de antecedência. As quantidades de ressuprimentos
reais (ver tabela) são sempre estabelecidas pelo departamento de estimativas, quando cada novo
produto é projetado e os custos de manufatura são estabelecidos, baseados nas estimativas do
marketing de demanda provável. Todavia, para minimizar os custos de troca e maximizar a
utilização de capacidade, todos os produtos são agora planejados para uma corrida de produção
mínima de 20 horas, com níveis de ressuprimentos baseados nas vendas médias das 13 semanas
anteriores. Cerca de 20% dos produtos ( por exemplo, a família churrasqueira e a jardim ) são
muito sazonais, com pico de demanda em abril-agosto.
Recipientes de armazenagem vendem particularmente bem de outubro a dezembro. As
previsões de faturamento são preparadas anualmente e revistas trimestralmente; essa análise é
por família de produto, para orçamento de previsões de fluxo de caixa e planejamento de
capacidade agregada. O gerente de marketing resume a atual posição:
“Nossa cobertura do mercado nunca foi tão abrangente; podemos oferecer uma gama
completa de utilidades domésticas plásticas em cores da moda, que atendem a maioria dos
gostos europeus. Mas não vamos reter nossos mercados recentemente desenvolvidos, a menos
que possamos dar aos distribuidores confiança de que vamos fornecer todos os pedidos em uma
semana. Infelizmente, no momento, muitos recebem diversas entregas para cada pedido,
espalhadas ao longo de muitas semanas. Isso certamente aumenta seus custos administrativos e
de manuseio e nossos custos de transporte. E, algumas vezes, a falta é de algum item de baixo
valor, como prendedores de roupas.”
A fábrica opera em 3 turnos, da 2a a 6a: 120 horas por semana. Horas extras comuns,
tipicamente 16 horas aos sábados, foram trabalhadas, na maior parte do último ano. O domingo
nunca foi usado para produção, permitindo acesso às máquinas para manutenção de rotina e
grandes reformas. As máquinas são arranjadas em grupos, de modo que cada operador pode ser
mantido altamente utilizado, atendendo a, pelo menos, quatro máquinas. Apesar de o processo de
moldagem correr automaticamente, os operadores são necessários para assegurar que os insumos
e matéria-prima e as saídas de produtos continuem a fluir sem problemas. Eles são incentivados
por um esquema de bônus baseado em produção, que recompensa diretamente a produtividade de
cada operador. Todas as máquinas são do mesmo tamanho, para permitir completa
intercambialidade de ferramentas, assim qualquer produto pode ser feito em qualquer máquina.
O diretor de manufatura dá mais detalhes sobre a produção:
“Devido às taxas altas de saída, é fácil fazer produtos levemente defeituosos a uma taxa
muito rápida! Problemas típicos poderiam ser ferramentas danificadas ou estragadas causando
acabamento superficial pobre (marcas e arranhões); ou talvez produtos levemente inclinados ou
torcidos causados pelo ajuste incorreto de temperaturas e pressões. O problema real é que a
percepção de nossos operadores sobre o que é um defeito pode ser diferente da dos inspetores,
particularmente depois de termos recebido algumas reclamações dos consumidores. A gerente
do controle de qualidade responde diretamente ao diretor gerente. Seus 14 inspetores ( 4 por
turno e 2 nos sábados de manhã ) são completamente ocupados colhendo amostras aleatórias de
cada uma de nossas 30 máquinas de modelagem, checando-as no laboratório quanto a variáveis
críticas e atributos. Recentemente, a taxa de refugo cresceu e também estamos tendo níveis mais
altos de reclamações do mercado..., mas isso é provavelmente esperado, já que nossos produtos
tornam-se mais sofisticados e complicados. Felizmente, todos os nossos produtos com defeitos
podem ser moídos e transformados em vasos de jardim, assim não perdemos muito material
caro. A gerente de qualidade recentemente convenceu o diretor a empregar outro inspetor em
- 123 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
cada turno para tentar reduzir os problemas de qualidade e estou certo de que isto vai ajudar.
Estou preocupado com o efeito que pode ser fazer nossos problemas d entrega ainda maiores, à
medida que mais lotes sejam rejeitados ou atrasados enquanto os problemas são resolvidos.
Também maior espaço valioso da fábrica ou do armazém está sendo alocado ao controle de
qualidade, para as suas necessidades de trabalho e armazenagem, do que eu não posso abrir
mão.
No momento, nosso armazém esta cheio com produtos empilhados em cada canto
disponível, o que o torna vulnerável a danos pela passagem das empilhadeiras e pelo duplo
manuseio. Finalmente, aprovamos uma ampliação do armazém de R$ 1 milhão, para ser
construída de janeiro a maio de 2000, o que vai dar um bom retorno, já que vai substituir
contratos de armazenagem e transporte associado por terceiros, o que nos está custando cerca
de 5% dos custos de manufatura em material armazenado. O retorno sobre o investimento está
bem abaixo de nossos atuais 10% de custo de capital. Não existe nenhuma alternativa viável,
porque se ficarmos sem espaço, a produção terá de parar por um tempo. Alguns de nossos
produtos ocupam volumes muito grandes de espaço de prateleira!
Nós todos trabalhamos muito para manter os custo de manufatura baixos. Nosso grupo
central de departamento de compras em Estocolmo fornece toda a matéria prima e devido ao
seu poder de compra, somos capazes de ter os menores preços para todos os tipo de plásticos.
Recentemente, eles contrataram uma empresa húngara para fornecer grânulos de polietileno
para a divisão de produtos industriais , e podemos ter esse material com uma economia de cerca
de 5%. Vamos ter que amostrar esse material cuidadosamente, já que ele provavelmente é mais
variável que o material de Reino Unido. A gerente de qualidade é química em polímeros, assim
ela concordou em fazer os teste a cada manhã, para economizar o custo e o tempo envolvido no
uso de um laboratório externo.”
Questões:
1) Por que a Plastix é incapaz de entregar todos os seus produtos dentro da semana alvo, e que
efeitos isso pode ter sobre seus distribuidores ?
2) Que problemas internos resultam das políticas de planejamento e controles atuais? Categorize
estes nas subcategorias de programação, gerenciamento de capacidade e gerenciamento de
estoques. Essas políticas interagem.
- 124 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Problemas:
1) Faça a classificação ABC dos itens de um estoque cujos consumos médios mensais e custos
unitários são fornecidos a seguir:
2) A empresa ABC produz e comercializa vários produtos, dos quais três representam em
conjunto 85% do faturamento. A empresa trabalha com planos semestrais, e para tal estima a
demanda agregada dos três produtos, que basicamente requerem os mesmos insumos produtivos.
A partir das informações a seguir e da projeção da demanda agregada, escolher um plano de
produção para o primeiro semestre de 2005.
- 125 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Plano A. Manter o quadro funcional, trabalhando em horas extras até o limite máximo de 20%
da disponibilidade de mão-de-obra. Se insuficiente para atender a demanda, subcontratar o
restante.
Plano B. Manter o quadro funcional, definindo um estoque inicial em janeiro (além das unidades
disponíveis) necessário e suficiente para absorver toda a demanda e ainda chegar ao fim de junho
com as 120 unidades desejadas, sem trabalhar em horas extras ou subcontratar.
Plano C. Contratar (ou demitir) de acordo com as necessidades, para a produção em horas
normais.15
Questões de Concurso
15
Leitura Complementar:
- RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo. Pioneira. 1999
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R. Administração da
Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. São Paulo. Saraiva.2001
- 126 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
3. A Metalúrgica Chapa Quente Ltda. trabalha com uma política de estoque mínimo de
250 unidades. O consumo mensal da empresa é de 320 unidades e o tempo de aquisição é de 30
dias corridos. Qual deverá ser o nível de estoque no ponto de nova encomenda, sabendo que a
Empresa adota uma política na qual o ponto de nova demanda é uma função do consumo mensal
mais o estoque mínimo?
A) 570 unidades.
B) 250 unidades.
C) 320 unidades.
D) Estoque zerado.
E) 500 unidades.
Fonte: Chesf - 2007
Respostas:
1. E
2.D
3.A
- 127 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo X
Acompanhamento e Controle da Produção
Introdução
Níveis de Controle
O Controle da Produção pode ser exercido em quatro níveis: Produção Global, Ordens de
Produção, Lista de Críticos e Desempenho das Seções de Fabricação.
1. Produção Global
- 128 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
MODELOS OU 1 2 5 6 7 8
CLIENTES
- - - - - -
MITSUBISHI - - - - - -
Observações:
A figura acima retrata a situação do controle ao término do dia 2. Podemos notar que a
produção está atrasada, pois até o fim deste dia foram programadas 1000 unidades totais e
produzidas apenas 894, portanto um atraso de 106, que corresponde à cerca de 20% da
programação do dia 2, pois 106/500 x 100 = 21,2%. A linha hachurada da 3ª linha indica esse
atraso.
Outras conclusões podem ser tiradas. O modelo Philco Hitachi está com um dia de
adiantamento. Os modelos Mitsubishi, National e Sharp estão em dia e os modelos Philips,
- 129 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Sanyo, Semp Toshiba e Telefunken estão atrasados, respectivamente, com 1 dia, 0,5 dia e 0,6 dia
de atraso. Suponha, agora, a seguinte produção para o dia 5, dia útil seguinte:
NATIONAL 10
PHILCO HITASHI 240
SANYO 130
SHARP 100
SEMP TOSHIBA 70
TELEFUNKEN 6
TOTAL 556
MODELOS OU
1 2 5 6 7 8
CLIENTES
- - - - - -
MITSUBISHI - - - - - -
1 2 5 6 7 8
Segundo o gráfico anterior, a produção total continua atrasada, porém, o atraso diminui
para 50 unidades, que representa 10% do programa para o dia 5.
- 130 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
A Philco Hitachi segue adiantada com 1,2 dia de adiamento; Mitsubishi, Sharp e Semp
Toshiba estão em dia; os modelos National, Philips, Sanyo e Telefunken estão atrasados,
respectivamente, com 0,5; 2; 0,2 e 1 dia de atraso.
Para colocar a produção em dia não basta produzir 550 unidades (2000-1450) e sim 590,
devido ao adiantamento do modelo Philco, com 40 unidades, que não serão desmontadas para
que o modelo fique em dia.
O Gráfico de Gantt não é perfeito. Um dos problemas dos Gráficos de Gantt é a
dificuldade de mantê-los atualizados. Essa necessidade de freqüente atualização surge dos
desvios na produção e nas modificações na prioridade dos itens programados. O manuseio dessa
forma pode se tornar incômodo, pois o não cumprimento de parte do programa força a
reformulação de toda a programação inicial.
Em termos de vantagens o Gráfico de Gantt revela, com antecedência, dificuldades que
o programa irá encontrar no seu cumprimento. Com uma simples olhada se tem uma idéia da
situação. Outra vantagem é a revelação imediata dos desvios, desde que os relatórios de
produção sejam recebidos e registrados em seguida, à medida que chegam.
2. Ordens de Produção
3. Lista de Críticas
- 131 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Por mais organizado que seja o Controle da Produção, poderão ocorrer, eventualmente,
falta de peças na Linha de Montagem, produtos ou serviços contratados.
Como isso pode acontecer?
PRENSA
3701 OF nº1 100/100 FERRAMENTA OF nº2 300/300
OF nº4 OF nº5
MANUTENÇÃO OF nº3 1000/1000 50/50 30/30 OF nº 5 50/80 OF nº5 30/110 OF nº6 200/200
OF 3 OF 3 OF 4 OF 5 OF 5
PRENSA
500/500 500/1000 50/50 30/30 25/55
1707
PRENSA
MAT. PRIMA OF nº 7 150/150 OF nº 7 150/300
301
Vários são os modos de se preparar a lista de críticas, mostrando as peças que ainda têm
que ser providas para completar as quantidades necessárias para um determinado período de
montagem. Através de anotações das quantidades disponíveis de cada item nas listas de
montagem fornecidas pelo Almoxarifado, pode-se comparar as listas de montagem com os
registros de estoque antecipadamente da data da entrega, conseguindo-se, assim, um aviso
antecipado das prováveis falhas.
Este método fornece mais tempo para as ações corretivas, mas por outro lado pode fazer
com que algumas peças apareçam como críticas embora venham a ser completadas no tempo
devido, mesmo sem o uso de uma ação corretiva.
- 132 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Linha de Comparação
- 133 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Q 6000
U
A
N 5000 5000
T T
I
D 4000
A
D A
E C 3000
U
M
U
L 2000
A
D
A
1000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 (semanas)
PRODUÇÃO
PROGRAMA
5. Programa
- 134 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
PROGRAMAÇÃO
2 6
C
7 9
4
1 3 5 8 10 11 12 13
B
20 15 10 5 0
ESTRUTURA
"P "
- 135 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
6. Produção
Estágio que assinala a quantidade (em unidades do produto) disponível em cada ponto
da programação num determinado instante. Temos, no nosso caso, as seguintes informações:
Operação 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
Quantidade 5000 7000 4000 2100 3500 6000 2000 3000 1900 1700 1600 1500 1400
6000
5000
Quantidade Acumulada
4000
2000
1000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Numero de Operações
8. Linha de Comparações
É uma linha, no Gráfico da Produção, que assinala onde deviam estar as barras verticais. Através dela são identificados os desvios. Para
construí-la devemos, primeiramente, juntar os três gráficos, como nas figuras a seguir:
6000 6000
QUA
CO
N
GRÁFICO DA NTR
TI PRODUÇÃO E OLE
D 5000
A GRÁFICO 5000 CONTROLE
OU
DE DO Linha de Comparação
ACUM OBJETIVO 4000 ACOM
4000 PANH
ULAD
AMEN
A
TO
3000
3000
2000
2000
1000
1000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
0 5 10 15 20 25 30 35
40 NÚMERO DE NÚMERO DE
SEMANAS OPERAÇÕES
- 137 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
2 6
C
7
4 9
1 3 5 8 10 11 12 13
B
20 15 10 5 0
Número de Semanas
16
Leitura Complementar:
- RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo.
Pioneira. 1999
- 138 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
A Shell Brasil S/A principalmente nos últimos anos esteve empenhada em aprimorar a
busca da satisfação de seus clientes através da excelência da qualidade de seus produtos e
serviços e da segurança em suas operações. E como parte deste ambicioso objetivo viu a
necessidade de voltar suas atenções para a otimização do planejamento e controle de suas
operações de produção.
Como em muitas outras empresas as atividades do PCP são exercidas nos três níveis
hierárquicos do planejamento e controle das atividades produtivas de um sistema de produção.
No nível estratégico, onde são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da empresa, o
PCP participa da formulação do planejamento estratégico da produção, obtendo o Plano Mestre
de Produção (PMP). No nível operacional, onde são preparados os programas de curto prazo de
produção e realizado o acompanhamento dos mesmos, o PCP prepara a programação da
produção administrando estoques, seqüenciado, emitindo e liberando as ordens de compras,
fabricação e montagem, bem como executa o Acompanhamento e Controle da Produção.
- 139 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Figura 1.
Questões:
- 140 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
IRATI – já vem sendo executado e leva apenas mais uma semana (a 1ª semana); Hélio e
Fernando estão alocados a este serviço;
PILB – também em execução devendo ocupar Raul e Simões nas primeiras duas semanas;
CANDE – serviço grande que ocupará José e Pedro nas duas primeiras semanas visitando as
instalações do cliente, nas semanas restantes do mês, eles dois mais Raul e Simões no escritório;
A ENGETEC possui mais um técnico que não pode ser usado nesse mês por estar em
gozo de férias.
Ao final da primeira semana, o engenheiro-chefe, em reunião com os técnicos, anotou a
seguinte produção até aquela ocasião:
- 141 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exercícios
Questão 1.
Retífica – metade da 1ª semana em preparação para a ordem 581 e, depois, ocupada com
esta ordem até o final da 2ª semana; 3ª e 6ª (inclusive) será alugada para terceiros.
Furadeira – ordens 545 e 593 terminadas, porém esta última com um atraso de uma
semana.
Prensa – ordem 519 parada por falta de matriz; programação para nova ordem 423 que
leva quatro semanas e deverá estar pronta no final do trimestre (a manutenção foi antecipada).
Retífica – foi alugada com uma semana de atraso e será necessária depois da 8ª para
executar uma operação na ordem 914 que não estava prevista anteriormente (leva duas semanas).
Viradeira – a ordem 813 foi interrompida a um quarto do total para dar início imediato à
ordem seguinte.
Questão 2.
Suponha uma fábrica de aparelhos elétricos que produza chaves elétricas, em três
modelos, interruptores, em dois, e outros três tipos de utensílios de eletricidade.
Prepare o Gráfico de Gantt para a segunda semana de janeiro (dias 10, 11, 12. 13 e 14)
utilizando os dados da tabela abaixo, onde, na primeira coluna, apresenta-se à programação
diária uniforme do mês em pauta, na seguinte, a produção da primeira semana e, em seguida, a
produção dos três primeiros dias da segunda semana:
- 142 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Tabela:
Programação Produção
Modelo Produção dos dias
Diária diária
10 11 12
Chave da bóia 80 90 235 138 257
Chave de tempo 60 330 50 50 50
Chave magnética 70 180 55 80 150
Int. unipolar 20 60 20 20 20
Int. bipolar 60 240 40 40 30
Reator p/ descarga 90 450 165 96 200
Regulador 40 120 80 60 60
Transformador 20 120 20 30 30
Pergunta-se, também, qual deverá ser a produção de cada modelo nos dois últimos dias
da segunda semana, separadamente, para que todos os modelos fiquem em dia?
17
Questão 3.
AP703
D(3) F(2)
17
Leitura Complementar:
- RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo.
Pioneira. 1999
- MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. São
Paulo. Saraiva. 2001
- 143 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
Resposta:
1. A
2. A
- 144 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo XI
MRP I, MRP II e OPT
Introdução
É muito fácil se confundir ao tentar entender o que é Material Requirements Planning
(MRP). Há duas definições diferentes, embora relacionadas, de MRP – as duas, entretanto,
compartilham do mesmo tema – elas auxiliam as empresas a planejar e controlar suas
necessidades de recursos com o apoio de sistemas de informação computadorizados.
MRP tanto pode significar o planejamento das necessidades de materiais como o
planejamento dos recursos de manufatura. Ao longo do tempo, o conceito de MRP desenvolveu-
se de um foco na gestão de operações que auxiliava o planejamento e controle das necessidades
de materiais, para se tornar, nos anos recentes, um sistema corporativo que apóia o planejamento
de todas as necessidades de recursos do negócio. Normalmente, o MRP é usado em empresas de
manufatura, embora haja alguns exemplos de aplicação em ambientes não manufatureiros.
Fornecimento Demanda de
MRP de produtos e produtos e
serviços serviços
Decisão de quantidade
e momento do
fluxo de
Materiais em
condições de
demanda e
Recursos serviços Consumidores
de da operação
produção produtivo
Figura 1.
- 145 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
O Que é MRP?
O MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam dizer Material
Requirements Plannig (agora chamado de MPR Um ou MRP I). O MRP I permite que as
empresas calculem quantos materiais de determinado tipo são necessários e em que momento.
Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previsão para os pedidos que
a empresa acha que irá receber. O MRP verifica, então, todos os ingredientes ou componentes
que são necessários para completar esses pedidos, garantindo que sejam providenciados a tempo.
Uma forma fácil de compreender este processo é imaginar que você decidiu dar uma
festa daqui a duas semanas, para 40 pessoas. Assim como cerveja, vinho e refrigerantes, você
decide oferecer sanduíches e alguns aperitivos. Antes de ir às compras, provavelmente irá fazer
alguns cálculos, estimando a preferência de seus convidados por vinho tinto, vinho branco ou
cerveja, assim como quantas pessoas devem comer e beber. Você talvez já tenha em sua casa
alguma bebida e comida que poderá usar; logo, deverá levar isso em conta quando fizer sua lista
de compras. Se alguns dos pratos de sua festa serão preparados a partir de uma receita, você
deverá multiplicar as quantidades de cada ingrediente dessa receita pelo equivalente para 40
pessoas; novamente, talvez você já tenha parte dos ingredientes em estoque. Além de calcular o
quanto é necessário de cada item, talvez, queira considerar a possibilidade de preparar e congelar
parte da comida na semana anterior, enquanto o resto será preparado no dia anterior ou no
próprio dia da festa. Portanto, deverá decidir quando cada item será necessário, de modo que
você possa comprar no momento correto. Ao planejar sua festa, você estará tomando uma série
de decisões inter-relacionadas sobre o volume (quantidade) e o momento em que os materiais
serão necessários.
- 146 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
finanças, como de equipamentos, podem variar; caso você aumente o número de convidados de
40 para 80. De forma similar, se postergar a festa por um mês, todas suas decisões irão mudar.
Empresas de manufatura podem fabricar e vender centenas de diferentes variações de
produtos finais, para centenas de clientes regulares, assim como para centenas de clientes que só
compram ocasionalmente. Muitos desses clientes podem variar sua demanda pelos produtos. As
implicações disso são similares às de preparar 75 festas numa semana, 40 na próxima, 53 na
seguinte, todas para diferentes grupos de convidados com diferentes necessidades, que mudam
constantemente de idéia sobre o que querem comer e beber. Para garantir que a comida e a
bebida certas estejam disponíveis na festa certa no momento correto, e que dinheiro não seja
desperdiçado, é necessário planejamento e controle, não apenas de materiais mas também de
dinheiro, pessoas e equipamentos. O MRP II ajuda as empresas a planejar estas decisões com
antecedência.
- 147 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Numa base diária, as ordens de trabalho que devem ser emitidas pelo MRP normalmente
têm um efeito variável sobre a carga de equipamentos específicos ou trabalhadores individuais.
O CRP projeta esta carga períodos à frente. Ele é um plano de capacidade infinita, dado que não
leva em conta as restrições de capacidade de cada máquina ou centro de trabalho. Caso esta
carga seja oscilante, ela pode ser suavizada através do replanejamento com capacidade finita ou
através da alocação temporária de recursos ao setor.
O sistema MRP de ciclo fechado pode ser desenvolvido de modo a gerar planos de
curtíssimo prazo.
Sem os sistemas integrados MRP II, bases de dados separadas são mantidas por diferentes
funções da empresa. Por exemplo, uma estrutura de produto ou lista de materiais é mantida,
tanto na engenharia como na gestão de materiais. Quando surgem mudanças de engenharia no
projeto dos produtos, ambas as bases de dados precisam ser atualizada. É difícil manter as duas
bases completamente idênticas e as discrepâncias entre elas geram problemas, os quais não são
notados até que um funcionário receba o fornecimento de peças erradas para manufaturar o
produto.
De forma similar, as informações de custo das áreas de finanças e contabilidade, as quais
são utilizadas para executar atividades de contabilidade gerencial, como análises de variância
contra custos-padrão, precisam ser reconciliadas com as mudanças ocorridas em qualquer outra
parte da empresa, como mudanças nos processos de manutenção ou processamento de estoques.
O MRP II é baseado em um sistema integrado, contendo uma base de dados que é
acessada e utilizada por toda a empresa, de acordo com as necessidades funcionais individuais.
Entretanto, apesar de sua dependência de tecnologias de informação que permitam tal integração,
o MRP II ainda depende das pessoas para a tomada de decisões.
“Até que se possa prover a genuína Inteligência Artificial, não há maneira pela qual um
computador possa otimizar a miríade de variáveis da manufatura e substituir a inteligência, a
intuição e o conhecimento local do pessoal da fábrica”.
Em outras palavras, o fechamento do ciclo em sistemas MRP ainda depende fortemente
de pessoas para tomar decisões e ações corretivas numa base de minuto a minuto.
- 148 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
das Restrições, a qual foi desenvolvida para focalizar a atenção na restrição de capacidade ou
gargalo da produção. Através da identificação da localização da restrição e do esforço para
remove-la, buscando então nova restrição, a produção está sempre se focalizando naquela parte
que determina criticamente o ritmo de produção. A abordagem que utiliza esta idéia é chamada
de Optimized Production Tecnology (OPT). Seu desenvolvimento e seu marketing como um
pacote de software proprietário foram iniciados por Eliyahu Goldratt18.
Há determinados princípios por trás do OPT, os quais demonstram seu foco nos gargalos:
O OPT não deve ser visto como alternativa ao MRP, não sendo impossível utilizar os
dois conjuntos. Entretanto, a base filosófica do OPT, descrita acima, mostra que ele pode
conflitar com a maneira pela qual muitas empresas utilizam seus sistemas MRP na prática.
Enquanto o MRP, como um conceito, não prescreve lead times fixos ou tamanhos de lote fixos,
muitas empresas, por simplicidade, utilizam o MRP fixando tais elementos. Entretanto, como a
demanda, o suprimento e o processo de manufatura apresentam todos variações não planejadas
numa base dinâmica, os gargalos também são dinâmicos, modificando sua localização e sua
severidade. Por esta razão, os lead times raramente são constantes ao longo do tempo. De forma
similar, se os gargalos determinam a programação, os tamanhos de lote podem alterar-se ao
longo da fábrica, dependendo do fato de um centro de trabalho ser um gargalo ou não.
O OPT utiliza a terminologia do “tambor, amortecedor, corda” para explicar sua
abordagem de planejamento e controle. Utilizando o OPT, o centro de trabalho gargalo
transforma-se num “tambor”, batendo o ritmo para o restante da fábrica. Este ritmo determina a
programação de setores não gargalo, puxando o trabalho na linha (a corda) de acordo com a
capacidade do gargalo e não a capacidade do centro de trabalho. Nunca deveria ser permitido
trabalhar um gargalo a menos do que a capacidade máxima; conseqüentemente, amortecedores
de estoque deveriam ser colocados antes do gargalo, de modo a garantir que ele nunca para por
falta de trabalho.
18
Autor do livro “A Meta”.
- 149 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Alguns dos argumentos em prol da utilização do OPT em ambientes MRP são que ele
auxilia a focalização nas restrições críticas, além de reduzir a necessidade de planejamento muito
detalhado nos setores não gargalo, reduzindo assim o tempo de processamento no MRP.19
19
Leitura Complementar:
- SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R.
Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997.
- 150 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
As fábricas focalizadas no processo muitas vezes são chamadas job shops. Uma job shop
é uma organização na qual os centros de trabalho e departamentos são organizados em torno de
tipos de funções ou especialidades departamentais. As tarefas geralmente são processadas em
lotes, sendo que o tamanho do lote se baseia ou no tamanho do pedido do cliente ou em alguma
quantidade econômica. Cada tarefa ou pedido segue um roteiro distinto através de vários centros
de trabalho, e tipicamente existem muitas escolhas de roteiros numa job shop devido à uma
variedade de tarefas processadas.
As job shops comumente usam sistemas empurrar de planejamento e controle de
produção, e o MRP é uma parte fundamental desses sistemas. A Figura 11.1 ilustra que as
decisões quanto à programação e chão de fábrica em operações ou job shops focalizados no
processo iniciam-se com o relatório da programação de pedidos de um sistema MRP. Um pedido
é definido como a quantidade de uma única peça. Uma vez que uma peça recebe uma diferente
numeração quando passa por sucessivas etapas de produção, um pedido correspondente a uma
única peça pode ser vinculado a centros de trabalho específicos dentro da fábrica. A partir do
relatório da programação de pedidos do sistema MRP, pode-se determinar quando pedidos de
cada numeração de peça devem ser liberados, e a partir do sistema CRP pode-se determinar para
qual centro de trabalho o pedido deve ir. De posse dessas informações, os gerentes de operações
podem tomar as decisões diárias quanto à programação e chão de fábrica, as quais incluem
decidir em qual seqüência os pedidos devem ser produzidos nos centros de trabalho, designar
pedidos a máquinas dentro dos centros de trabalho e tomar decisões quanto ao controle do chão
da fábrica.
A Tabela 11.1 descreve algumas das características da manufatura focalizada no processo
e suas implicações quanto à programação. Uma vez que as job shops comumente produzem
pedidos para clientes aos quais foram feitas promessas de entrega, os clientes são diretamente
afetados pela produção. Além disso, desde que os lotes de produção nas job shops tendem a ser
pequenos, numerosas preparações de máquina são necessárias. A relação de centros de trabalho
para a qual um pedido é atribuído determina o roteiro para o pedido, e o número de
possibilidades pode ser grande. Trabalhadores e máquinas são tão flexíveis que são capazes de
ser atribuídos e reatribuídos a muitos pedidos diferentes. Nesse ambiente flexível, variável e
mutável, os programas devem ser específicos e detalhados em cada centro de trabalho para
trazer ordem a uma situação potencialmente agitada.
- 151 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Se você tiver uma idéia a respeito de como os pedidos realmente se movem por uma shop
shop será mais fácil entender como os programas do centro de trabalho se enquadram no
esquema global da administração do chão de fábrica. Em job shops, os dois tipos seguintes de
planejamento de pré-produção talvez tenham de ocorrer antes que a produção de um pedido
possa ter início:
2. Planejar a relação de centros de trabalho através da qual o pedido deve passar antes de
ser concluído; este é o roteiro de um pedido.
- 152 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 153 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
2. Emitir listas de remessa para cada centro de trabalho. Essas listas permitem
que os supervisores de produção saibam quais pedidos devem ser
produzidos em um centro de trabalho, suas prioridades, e quando devem
ser concluídos.
Bibliografia:
MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. Editora Saraiva.
São Paulo, 2001.
- 154 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
MOREIRA, Daniel A., Administração da Produção e Operações. Editora Pioneira. São Paulo,
2001.
- 155 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
Peter Townsend sabia que ele teria que tomar certas decisões em breve. Sua empresa de
artigos esportivos, a Psycho Sports, tinha crescido tão rápido nos últimos dois anos que ele teria
que implantar rotinas e procedimentos mais sistemáticos, de modo a gerenciar seu negócio. Seu
maior problema estava no controle da manufatura. Ele havia começado fabricando raquetes de
tênis de mesa, especializadas e de alta qualidade, mas agora fabricava bolas de tênis, dardos e
grande variedade de artigos de proteção para vários jogos. Além disso, seus clientes, antes
limitados a lojas especializadas em artigos esportivos, agora incluem as principais redes
varejistas.
“Realmente temos que ter controle da nossa produção. Todos me dizem que precisamos
de algo que tem silo chamado de sistema MRP. Eu não tinha certeza de o que isto significava,
portanto comprei u livro especializado em controle de produção numa livraria próxima e li tudo
sobre os princípios do MRP. Eu tenho que admitir que esses acadêmicos devem deliciar-se
tornando complicadas as coisas simples. Há tantos jargões associados com a técnica que eu
estou mais confuso agora do que estava antes”.
“Talvez a melhor coisa a fazer seja tomar um exemplo simples de um dos meus produtos
e ver se consigo tratar isso manualmente. Se eu puder seguir o processo no papel, então estarei
mais capacitado a decidir que tipo de sistema computadorizado eu devo escolher, se é que
preciso de algum!”.
Peter decidiu então usar como exemplo um de seus novos produtos: uma raquete de
tênis de mesa, comercializada sob o nome de raquete de “alta resolução”, mas conhecida na
produção pela denominação "Item 5654". A Figura 1, disposta no fim do texto, mostra a estrutura
de produto para a raquete de tênis de mesa código 5654.
Como pode ser visto na Figura 1, a raquete de tênis de mesa é feita de dois principais
conjuntos: o conjunto cabo e o conjunto lâmina. Para montar os dois conjuntos, são necessários
vários componentes como pregos, conectores etc.
- 156 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
“Eu levei quase dois dias para juntar todas as informações de que precisava. Pessoas
diferentes mantinham partes das informações, que não puderam ser encontradas num só arquivo,
além do que, muitas não estavam sequer escritas. Para obter os dados de estoque, eu tive que ir
ao almoxarifado e contar eu mesmo a quantidade de itens dentro das caixas.”
Tabela 1.
Custo Padrão
Item Descrição Estoque LE LT (US$)
5654 Raquete 0 500 2 12,00
0499 Conjunto cabo 0 400 3 4,00
7754 Cabo 15 1.000 5 1,00
0955 Conector 350 5.000 4 0,02
9110 Prego 120 5.000 4 0,01
8744 Rebite 3.540 5.000 4 0,01
0772 Conjunto lâmina 0 250 4 5,00
1821 Manopla 0 500 4 2,00
6511 Manta de borracha 0 2.000 10 0,50
2547 Miolo de madeira 10 300 7 1,50
8561 Manta de espuma 0 1.000 8 0,50
LE = Lote econômico de pedido; LT = Lead time (em semanas).
5654
Raquete
1 Por
Questões:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Peter propôs a si mesmo algumas questões, os quais ele sabia que deveria dominar se
quisesse compreender os aspectos básicos do MRP.
1) Descreva a lista de materiais de nível único para cada nível da montagem. Depois
crie uma lista de materiais indexada completa para todo o produto.
3) Baseado na questão anterior crie outro conjunto de registros MRP, desta vez
garantindo uma semana de tempo de segurança para cada item: isto é, garantindo
que os itens estarão em estoque uma semana antes das respectivas necessidades.
1. Sejam os produtos A e K, com as árvores abaixo, mostrando as quantidades de cada elemento por
unidade do produto final, bem como a forma de agrupamento entre os elementos para a constituição
do produto.
- 158 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estoque
Elemento Estoque Atual Estoque Alocado
A 200 200
K 0 0
C 300 250
D 0 0
E 1000 0
F 0 0
RP (Recebimento Programado)
200 unidades do elemento F a ser recebido na semana 4
G: 60 na 2ª e 20 na 3ª semana
F: 500 na 1ª semana
Solução:
- 159 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
MRP
A(0) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 500
RP
EP 0 0 0 0 0 0 0 0/0
NL 500
ROP 500
OLP 500
K(0) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 100 600
RP
EP 0 0 0 0 0/0 0 0 0 0 0/0
NL 100 600
ROP 100 600
OLP 100 600
C(1) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 500
RP
EP 50 50 50 50 50 50 50/0
NL 450
ROP 450
OLP 450
G(1) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 100 200 300 100 600 240
RP 60 20
EP 0 60 60/80 80/500 500/300 300/0 0 0/840 840/240 240/0
NL 20 100
ROP 520 940
OLP 520 940
D(2) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 900
RP
EP 0 0 0 0 0 0/0
NL 900
ROP 900
OLP 900
E(3) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 2700(D)+100(K) 900(C) 500(A) 600(K)
RP
EP 1000 1000 1000 1000/200 200 200/300 300/800 800 800/200
NL 1800 700 200
ROP 2000 1000 1000
- 160 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
F(3) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NB 520 (G) 200(K)+900(D) 940 (G) 1200(K)
RP 500 200
EP 0/500 500/480 480 680/80 80 80/140 140 140 140/440
NL 20 420 860 1060
ROP 500 500 1000 1500
OLP 500 500 500 500 500 500 500
- 161 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
D(3) F E
E(2) B(2)
C E
Roteiro de Produção:
Elemento lote lead time
A 400 1
B 600 1
C xxx 2
D 800 2
E xxx 3
F 500 1
Questões de Concurso
- 162 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
4. Nas alternativas abaixo, qual não se caracteriza como uma informação primordial para
elaborar um planejamento de necessidades de materiais, nos moldes do MRP I?
A) Destino das vendas.
B) Lista de materiais.
C) Registros de estoques.
D) Carteira de pedidos.
E) Previsão de vendas.
Fonte: IFRS - 2010
Respostas:
1. B
2. A
3. B
4. A
- 163 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Introdução
Nesta aula irá ser feita uma abordagem do Sistema de Produção Just in Time, tanto
como uma filosofia quanto como um método para o planejamento e controle das operações.
O Just in Time (JIT) é uma abordagem disciplinada, que visa aprimorar a produtividade
global e eliminar os desperdícios. Ele possibilita s produção eficaz em termos de custo, assim
como o fornecimento apenas da quantidade necessária de componentes, na qualidade correta, no
momento e locais corretos, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e
recursos humanos.
O JIT pode ser considerado como uma verdadeira “filosofia”, a qual inclui aspectos de
praticamente toda administração industrial, a saber, projeto do produto, engenharia de métodos,
gestão de materiais, controle de qualidade e gestão de recursos humanos. Suas raízes provêm da
cultura japonesa onde refugo, retrabalho e desperdício são inaceitáveis, o que conduz a uma
constante busca da qualidade absoluta do custo mínimo. A consolidação dessa doutrina e sua
aplicação na indústria foram popularizada nos anos 70 na Toyota Motor Company e hoje em dia
está disseminada pelo mundo inteiro. Parte de sua filosofia, inclusive, também pode ser aplicada
na prestação de serviços.
- 164 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
MEIOS:
Projeto do produto:
Projeto do processo:
Redução na preparação
Melhoria de qualidade
Células flexíveis
Amplitude de espectro
Eliminação de almoxarifados
Melhoria no atendimento
PCP:
- 165 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- A qualidade deve ser alta porque distúrbios na produção devidos a erros de qualidade
irão reduzir o fluxo de materiais, reduzir a confiabilidade interna de fornecimentos,
além de gerar o aparecimento de estoque, caso os erros reduzam a taxa de produção
em algum ponto da operação.
- A confiabilidade é um pré-requisito para um fluxo rápido ou, olhando por outro lado,
é muito difícil atingir fluxo rápido se o fornecimento de componentes ou os
equipamentos não são confiáveis.
O Sistema
Um dos principais objetivos do JIT é o retorno sobre o investimento. Este pode ser
alcançado por três diferentes vertentes não mutuamente exclusivas: aumento da receita, redução
do custo e redução do imobilizado, assim discriminados:
- 166 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Preceitos da Doutrina
A seguir veremos um conjunto de preceitos criados, consolidados ou simplesmente
adotados pela Toyota. É um conjunto de ferramentas e técnicas, que representam os meios para
eliminação do desperdício.
- 167 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
5. Qualidade Absoluta
Como não são previstas folgas para retrabalho nem estoques para cobrir problemas de
produção, a qualidade absoluta é essencial no sistema JIT. A abordagem de qualidade, neste caso,
apresenta as seguintes características:
- 168 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Esta é uma atitude primordial que enfatiza não poder trabalhar com qualidade e
produtividade num ambiente sujo e desorganizado. Os operários são responsáveis por arrumar e
manter limpo o seu local de trabalho, bem como seus objetos de trabalho.
- 169 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Planejamento JIT
O processo de planejamento JIT começa num nível agregado e sucessivamente é
detalhado em modelos específicos. Começa com um Plano de Produção de Longo Prazo, que é
desmembrado em planos anuais, mensais e diários.
A próxima etapa é o Plano Mestre, que é feito num nível mensal e diário para permitir
uma carga uniforme. O horizonte de produção dos modelos específicos deve ser fixado com, no
mínimo, um mês de antecedência, dependendo dos tempos de reposição de fabricação, compras e
mudanças de capacidade. Isto presume que o custo de mudança entre os modelos é zero ou
aproximadamente zero. Caso isto não aconteça, a Linha de montagem deve ser redimensionada.
Caso não seja possível uma produção perfeitamente mesclada na Linha de Montagem,
devem ser programados lotes muito pequenos. Entretanto, o objetivo da produção unitária não
deve ser abandonado, pois representa custos mais baixos para o sistema.
Assim que o Plano Mestre mensal estiver elaborado, este deve ser transmitido a todos os
Centros de Trabalho e fornecedores, que vão planejar suas capacidades em termos de operários e
turnos necessários, terceirização e, possivelmente, aluguel ou compra de equipamentos.
Deve ser lembrado, também, que o JIT não permite operação além da quota diária. Caso
ultrapasse, a produção é paralisada. Da mesma forma, se ficar atrasada, é recuperada em
extraordinário, no mesmo dia.
O Plano Mestre é vantajoso ao se aproximar da demanda dos consumidores numa fase
diária. Isso diminui o estoque de produtos, e também ficam reduzidos o material em
processamento e o estoque de matéria-prima. A estabilização do Plano Mestre é a chave da
estabilização de todos os processos de produção.
- 170 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Observe, por exemplo, o argumento a respeito do papel dos estoques em sistemas de manufatura.
A comparação entre sistemas de manufatura que carregam altos níveis de estoque entre estágios e
aqueles que não carregam, centrada no efeito que o estoque tem sobre o aprimoramento e o
processo de resolução de problemas. Exatamente o mesmo argumento pode ser aplicado quando,
ao invés de filas de materiais (estoque), uma empresa tem que lidar com filas de clientes.
- 171 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
1. O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de 70, sendo sua idéia
básica e seu desenvolvimento creditados a Toyota Motor Company, que buscava um sistema de
administração que pudesse coordenar, precisamente, a produção com a demanda específica de
diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo atraso. Representam aspectos da filosofia
Just in Time (JIT):
1 - produção enxuta (lean production)
2 - eliminação de desperdícios
3 - esforço contínuo na resolução de problemas
4 - produção com estoques de segurança
Estão corretas:
A) 1, 2 e 3
B) 1, 3 e 4
C) 2 e 3
D) 1 e 4
Fonte: SEPROD/EMATER - Pará
3. Sobre o Just in Time é correto afirmar que ele é uma filosofia baseada em duas frases:
I. O “hábito da melhora” significa estar sempre tendo a iniciativa de fazer as coisas da melhor
forma.
II. “Eliminar as práticas do desperdício”.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
(A) adotar carregamentos infinitos e prioridades de atendimento FIFO (first in first out) para
gerar Gráficos de Gantt voltados à gestão de estoques reduzidos e à produção em grandes
volumes
(B) adotar carregamentos infinitos e prioridades de atendimento LIFO (last in first out) para
gerar Gráficos de Gantt voltados à gestão de estoques reduzidos e à produção em grandes
volumes
(C) empregar máquinas grandes e complexas (alta produção por máquina e poucas máquinas),
pois a idéia da eliminação de desperdícios advém da máxima produção em arranjos físicos
enxutos
(D) empregar máquinas simples e pequenas (produção mais baixa por máquina e mais máquinas
na linha de produção), pois isso pode garantir que não haverá paradas ou retardos por quebra ou
falha desses equipamentos
(E) que os funcionários da planta executem suas atividades sem autonomia ou criatividade, pois
as iniciativas individuais podem prejudicar o controle do conjunto e gerar paradas ou atrasos
Fonte: Concurso da Petrobras – Junho/2008
6. Nos anos 80, os japoneses começaram a consolidar o modelo de produção enxuta, que
vem crescendo vertiginosamente e superando os métodos tradicionais de produção. A produção
enxuta introduziu, entre outros, os seguintes conceitos:
1 - Just-in-time
2 - Engenharia simultânea
3 - Tecnologia de grupo
4 - Produção “empurrada”
O correto está em apenas:
A) 1, 2 e 3
B) 1, 3 e 4
C) 2 e 3
D) 1 e 4
Fonte: SEPROD/EMATER – Pará
7.O modelo Just in Time (JIT) pode ser considerado uma filosofia ou um método para o
planejamento e controle de operações, que utiliza a programação para trás. NÃO representa uma
vantagem desse tipo de programação
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Respostas:
1. A
2. D
3. A
4. D
5. D
6. A
7. C
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Introdução
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 176 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
(*)
Cada processo
com seu(s)
processo(s)
anterior(es) e
Anteriores posterior(es)
(5) (6)
(*)
(3) (2)
Posteriores (4)
(1)
PCP
Tipos de Kanban
Os principais tipos de Kanban são:
2 – Kanban de Transporte – é usado para avisar ao estágio anterior que o material pode
ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica. Este tipo de Kanban
normalmente terá detalhes como número e descrição do componente específico, o lugar de onde
ele deve ser retirado e a destinação para a qual ele deve ser enviado.
- 178 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estágio A Estágio B
Centro de Trabalho A Centro de Trabalho B
C C
C C
C C
C C
Em cada estágio (são mostrados apenas dois, A e B), há um centro de produção e uma
área para armazenagem. Toda a produção e estoques estão contidos em contenedores-padrão, que
contém exatamente o mesmo número de componentes. Quando o estágio B requer mais
componentes para que possam ser processados, ele coleta um contenedor-padrão do ponto de
armazenagem do estágio A. Depois que o centro de trabalho utilizou os componentes do
contenedor, ele coloca o kanban de transporte numa área de espera e envia o contenedor vazio
para o centro de trabalho do estágio A. A chegada de um contenedor vazio no centro de trabalho
do estágio A é o sinal para a produção neste centro de trabalho. O kanban de transporte é
movimentado da caixa de espera de volta ao ponto de estocagem final no estágio A.
Este ato representa a autorização para a coleta de mais um contenedor cheio, que será
movimentado do ponto de estocagem final do estágio A até o centro de trabalho do estágio B.
Dois fluxos fechados, efetivamente, controlam o fluxo de materiais entre os estágios. O ciclo do
kanban de transporte (setas tracejadas) mantém o mantém o material circulando entre os estágios,
- 179 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
e o ciclo do contenedor (setas cheias) conecta os centros de trabalho com o ponto de estocagem
entre eles e faz circular os contenedores cheios de A para B e vazios de volta de B para A.
Estágio A Estágio B
Centro de trabalho A Centro de trabalho B
C C
C C
P P
C P C P
C P C P
C P C P
C C
P Kanban de produção
Contenedor-padrão cheio Fluxo de kanban de transporte
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 181 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Número de Kanbans
Em qualquer sistema que não seja um fluxo seqüencial bastante simples, o número de
kanbans a cada estágio irá variar dependendo da natureza do trabalho realizado. As taxas de
produção, os tempos de set up (preparação) e o número de componentes por contenedor podem
- 182 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
todos variar. A fórmula para calcular o número de kanbans que são necessários a cada estágio é
dada abaixo:
n = d x t x (1 + e) , onde:
c
Exemplo – Se um estágio numa fábrica que trabalha oito horas por dia está produzindo
componentes numa taxa média de 1 a cada 30 segundos e usando, em média, 15 minutos por dia
com setup, movimentação de materiais e outros. E se a ineficiência total do estágio tem sido
avaliada em 6% e cada contenedor carrega quatro itens, o número de kanbans é calculado como
abaixo:
e = 0,06
c=4
- 183 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Kanban de Processo Contínuo – utilizado para todo processo contínuo, por exemplo,
tratamento térmico, eletrólise, lavagem, pintura, etc. onde o processo é único e contínuo.
Portanto, não há necessidade de efetuar as trocas de Kanbans.20
1- o aumento da eficiência só faz sentido quando está associado á redução de custos. Para obter
isso, temos que começar a produzir apenas aquilo que necessitamos usando um mínimo de
mão-de-obra;
2- observar sempre a eficiência de cada operador e de cada linha. Observar então os operadores
como um grupo, e depois a eficiência de toda a fábrica(todas as linhas). A eficiência deve ser
melhorada em cada estágio e, ao mesmo tempo, para a fábrica como um todo.
20
Leitura Complementar:
- OHNO, Taiichi, O Sistema Toyota de Produção. Porto Alegre. 1997
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
- 184 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
desperdício de superprodução;
desperdício de tempo disponível(espera);
desperdício de transporte;
desperdício do processamento em si;
desperdício de estoque disponível/estoque);
desperdício de movimento;
desperdício de produzir produtos defeituosos.
- 185 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
1
2 T T T FR FR FR
3
4
T T T FR FR 3
5
6
F F F F P P
U U U U 2
5
F F F F P P P
U U U U
4
1
6
Legenda:
FR T FR T = Torno
FR = Fresadora
FU = Furadeira
F FU P P = Prensa
U
T T T FR
F
U
P
FU
Fig. 4 – Arranjo Físico Funcional
FR FU
P P
T T FR
F
U
F FU
P
U
- 186 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Um estudo de layout desenvolveu duas alternativas para localizar seis setores produtivos A, B,M
C, D, E e F dentro de uma área determinada, conforme desenhos. Conhecendo as quantidades
(em toneladas) que devem ser transportadas por mês entre os setores produtivos (Tabela 1) e os
custos unitários de transporte (Tabela 2). determinar que alternativa apresenta o menor custo total
de transporte.
Quantidade (t/mês)
Setores Quantidade
A–B 100
A–C 50
A–D 80
A–E 30
B–C 80
B–E 60
B–F 100
C–D 50
C–F 80
D–E 90
D–F 30
Tabela 1
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
O hospital Santa Genoveva é o maior hospital do sul do país. Ele emprega cerca de
4.500 pessoas que garantem o tratamento de 90.000 pacientes por ano e mais de 450.000
admissões no total. Com uma crescente pressão pela redução de custos, contenção de estoques e
melhoria do serviço, o departamento de suprimento realizou recentemente uma grande análise de
suas atividades, auxiliado pela divisão de consultores da Manoel Consultoria, uma empresa
portuguesa de manufatura.
A análise inicial apontou que o Santa Genoveva tinha aproximadamente 1.500
fornecedores de 15.000 diferentes produtos, a um custo total de 5 milhões de dólares.
Tradicionalmente, o departamento de suprimentos solicitava aquilo que os médicos pediam,
muitas vezes ocorrendo o fato de itens similares serem fornecidos por seis ou mais empresas
diferentes. Com uma força tarefa multifuncional, contendo tanto profissionais médicos como de
suprimentos, um grande programa de racionalização do produto e de fornecedores foi realizado,
o qual revelou muitas fontes de desperdícios. Por exemplo, a equipe descobriu que eram
utilizados mais de 20 diferentes tipos de luvas, algumas das quais eram luvas de cirurgia bastante
caras, custando cerca de 2 reais o par, sendo que na maioria dos casos elas poderiam ser
substituídas por uma variedade menor e mais barata (40 centavos). De forma similar,
componentes anestésicos que eram anteriormente comprados de seis fornecedores, passaram a
ser adquiridos de uma só fonte. As economias nos custos de compras, estoques e administração
foram enormes, e adicionalmente os maiores volumes de compra ajudaram o hospital a negociar
melhores preços. Os fornecedores também se sentiram mais motivados a realizar entregas
freqüentes em pequenas quantidades, dado que sabiam que eram a única fonte de suprimento.
Seu Antonio, o gerente de suprimento dizia:
“Nós temos sido guiados pelos fornecedores por anos(...) eles costumavam dizer que
nós precisávamos comprar aos milhares, que tínhamos que esperar por semanas e que somente
fariam entregas às quartas-feiras! Agora, os nossos fornecedores selecionados sabem que se seu
desempenho for bom nós garantiremos um comprometimento de longo prazo. Eu prefiro
comprar 80% de nossas necessidades de 20 ou 30 fornecedores ao invés da situação anterior em
que nós tínhamos mais de uma centena.”
- 188 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
“Todas essas mudanças não se referem à redução de custos, mas ao aumento do valor
pelo dinheiro. Estamos estabelecendo como padrão a compra de produtos de qualidade e temos
mais influência na decisão de compra (...) de uma organização funcional com grande número de
compradores; nós agora nos concentramos na gestão de materiais para linhas de produto
completas. O projeto tem sido um sucesso indiscutível e, embora estejamos simplesmente
começando a ver os benefícios, minha expectativa é de que as economias em custo e em estoque
irão crescer! O relatório sobre o Kit Estéril de Curativos mostra o potencial que a nossa equipe
identificou”.
Este Kit era utilizado com ou sem luvas adicionais. Ele custava aproximadamente R$1,20
excluindo as luvas. O novo Kit consistia de :
um pote plástico;
cotonetes, etc.;
um único par de luvas de látex.
Questões:
1 – Liste os elementos na nova abordagem do Santa Genoveva que podem ser entendidos
como uma derivação dos princípios JIT de manufatura.
2 – Que outras idéias da manufatura JIT você acha que podem ser aplicadas num hospital
como o Hospital Santa Genoveva?
- 189 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Exercícios:
T T FR FR FU FU
T T FR FR FU FU
T T FR R FU FU
(I)
T FU T FR FU T
T FU T FR FU T
FR FR FU R FU FR
(II)
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
2) Um fabricante de placas de circuito impresso (PCI) está produzindo placas a uma taxa de uma
a cada três minutos, a partir de um contenedor de quatro peças. A eficiência global do processo é
de 90% e o tempo de setup gasto por dia é de 180 minutos. A gerência gostaria de desenvolver
um sistema JIT, mas com não mais do que três kanbans. Que nível de redução de setup é
necessário para que isso possa ser conseguido? (OBS: Utilize n = d x t x (1 + e) / c)
1) Uma empresa que não opera no sistema JIT tem um fornecedor importante cujo material às
vezes chega com defeitos. O gerente, com base num estudo dos dados históricos, resolveu o
problema acrescentando 10% a cada pedido que fazia ao fornecedor. Assim, mesmo que a
encomenda chegue com algumas peças defeituosas, as peças boas são suficientes para não
atrapalhar a produção. Recentemente ele comprou um torno muito moderno. Esse torno será
utilizado apenas para fazer eixos. Por ser muito versátil, o dispositivo de fixação das peças é
muito complicado e, cada vez que ele vai fazer um tipo de eixo diferente perde vários
minutos mais do que perdia com o torno antigo, cujo dispositivo de fixação permitia passar
de um tipo de eixo para outro em segundos. Como perdia muito tempo cada vez que passava
da produção de um tipo de eixo para outro, ele resolveu o problema, fazendo lotes maiores de
cada tipo de eixo. Dessa forma, ele passou a ter que fazer menos mudanças de um tipo de
eixo para outro e conseguiu reduzir o tempo total gasto com preparações (setups). Se a
fábrica operasse em sistema JIT, você esperaria essas mesmas soluções que o gerente
utilizou? Quais as prováveis ações que o gerente encaminharia para resolver esses
problemas?
3) O sistema kanban, utiliza, no máximo, dois tipos de cartões que autorizam certas ações.
b) Exemplifique pelo menos DUAS (02) informações que devem estar contidas em cada um
destes cartões.
4) Quando uma produção, controlada por um sistema JIT (Just-In-Time) flui bem e a quota diária
de produção é completada antes do final de um dia de trabalho, a produção é interrompida até
o final do dia, mas os trabalhadores não são dispensados para retornarem para suas casas
mais cedo. Com base na afirmação, pergunta-se:
- 191 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
5) Informe pelo menos duas características necessárias em uma operação de serviços, para que
esta possa se beneficiar do sistema Just In Time. Exemplifique uma operação de serviço que
apresenta estas características.
6) Uma determinada companhia, que possui todas as suas operações operando “just in time”,
utiliza o sistema kanban para controlar o fluxo de materiais de seus componentes. Uma de
suas estações de trabalho, que processa apenas o item BTV20021, é considerada
problemática. Sabe-se que a demanda diária deste item é de 4.000 unidades / dia. A estação
em questão opera com 20 cartões, sendo que o contenedor padrão deste item contém 270
unidades. O tempo de ciclo do contenedor padrão deste item é composto por 0,07 dias para o
seu processamento, 0,03 dias para o seu manuseio e 0,40 dias em espera, conforme encontra-
se discriminado na tabela que se segue.
b) Caso se objetive retirar por completo o estoque de segurança, qual deverá ser o novo
número de cartões do kanban e qual passará a ser o novo estoque máximo planejado.
Preencha o número de cartões e o estoque máximo que pode-se acumular do item nas
colunas da tabela abaixo, indicando os cálculos no espaço abaixo.
Dica: caso o número de cartões calculado não seja um inteiro, arredonde-o sempre para
cima. Ex: 10,05 11.
21
Leitura Complementar:
- OHNO, Taiichi, O Sistema Toyota de Produção. Porto Alegre. 1997
- TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. Atlas. 1999
- 192 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Preparar uma resenha individual, no formato padrão, para o estudo de caso abaixo:
DIFICULDADES E CAMINHOS
Emerson Carlos Colin
Departamento de Engenharia de Produção Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Rua Catolândia, 765 02839000 São Paulo SP – Brasil
Abstract:This work presents how a Brazilian Company did the implementation of a kanban
System. Moreover it tries to show how Companies that work with “Rotinização do
Trabalho” could implement elements of the Japanese approach to production.
Key words: Kanban System, Japanese approach.
1.Introdução
Com a crescente globalização da economia, as empresas do setor industrial vem enfrentando novos desafios
que até então não estavam acostumadas a tratar. As importações em massa de bens de consumo duráveis e não
duráveis de países estrangeiros, principalmente dos asiáticos, vem fazendo com que nossas empresas
industriais tomem uma posição definida quanto a sua estratégia e quanto a sua missão.
Para nos tornarmos competitivos no mercado internacional, e por que não dizer também no mercado interno,
necessitamos fazer alterações e melhorias em nossos métodos de gestão de produção. Os métodos japoneses de
administração e organização industrial, mais do que qualquer outra “escola”, vêm sendo amplamente
disseminados aqui no Brasil.
Como exemplo, poderíamos citar “técnicas” como o kanban, o TQCTotal Quality Controle o TPMTotal
Productive Maintenance e “princípios” como o Kaizen, a comunicação horizontal dos operários e o
comprometimento dos trabalhadores no processo produtivo. Uma grande onda de implementações e de
tentativas de implementação já ocorreu neste sentido. Após esse primeiro impacto ocorrido no final dos anos
80 e início dos anos 90, atualmente parece que pequenas e médias empresas passaram a se engajar também
nessa onda.
Infelizmente como em grande parte das indústrias, e em especial as brasileiras, como por exemplo relatado em
Silva e Sacomano (1995:66), o que nem sempre acontece é a eficaz implementação de uma determinada
técnica. A alta administração da empresa, buscando o menor esforço (entendase custo) faz alterações em sua
forma de gestão, baseandose principalmente em experiências bem sucedidas realizadas por outras
empresas, sem se importar se sua empresa está preparada para tais mudanças. Em um artigo de Ruas, Antunes
e Roese (1993:107), os autores também apontam como principal fator para a grande busca das mudanças
organizacionais o nível relativamente baixo de investimentos exigidos para uma implementação bem sucedida.
As causas dos insucessos nas aplicações de novas formas de gestão são muitas.
Entre elas poderíamos citar as grandes diferenças entre as empresas (tamanho, linha de produtos, processos,
culturas organizacionais, estilos gerênciais, etc.) e por conseqüência a falta de um modelo aplicável em
qualquer situação. Disso percebemos a impossibilidade de simplesmente utilizarmos um modelo “que deu
- 193 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
certo” em algum lugar, sem nos preocuparmos em fazer profunda análise, adaptando esse modelo “que deu
certo” à empresa em que se está fazendo a implementação.
A empresa aqui estudada não é uma exceção. Apresenta vários aspectos problemáticos, tanto na
implementação quanto na manutenção da técnica. Nesse trabalho tentouse fazer especificamente uma análise
crítica da implementação de uma técnica muito conhecida, o sistema kanban.
O trabalho fundamentase em observações de campo e entrevistas realizadas com as pessoas responsáveis pela
implementação do sistema. Todas essas pessoas eram funcionários efetivos da empresa. Estas observações e
entrevistas foram realizadas em um período de seis meses aproximadamente.
- 194 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
2.Objetivos
O trabalho visa fazer uma análise da situação atual de uma empresa do ramo de autopeças, apresentando a
forma pela qual a mesma fez a implementação do sistema kanban. Além disso, tenta fazer um confronto entre
implementações bem sucedidas (ou consagradas) apresentadas na literatura e o caso estudado.
3.Considerações sobre a empresa e o contexto no qual a mesma está inserida
A empresa estudada, fornecedora de subconjuntos para empresas montadoras de veículos, emprega atualmente
cerca de 1750 pessoas e constituise líder absoluto de seu mercado. Até o começo do ano passado, possuía
99% do mercado de montadoras (em sua especialidade) e grande parte do mercado de reposição. Tem como
principal objetivo desenvolver, projetar e fornecer subconjuntos de alta qualidade para todos os veículos
nacionais e grande número de modelos fabricados em outros países como Estados Unidos, França, Argentina e
Austrália.
Há algum tempo atrás (talvez pelo vertiginoso crescimento da demanda de automóveis “0 km” no Brasil,
talvez pelo processo de globalização da economia), empresas sediadas no exterior começaram a se interessar
por fornecer produtos para empresas montadoras. No começo do ano passado, uma associação entre uma
empresa espanhola que é detentora de tecnologia de fabricação e uma empresa brasileira que possui
significativa penetração no mercado nacional, constituiuse no primeiro concorrente a altura da empresa que
estudaremos.
Esta associação, levou a alta administração a grandes medidas preventivas, contra a futura concorrência.
Grande parte dessas medidas foram, e estão sendo, realizadas no sentido da alteração e atualização das formas
de gestão.
O trabalho tomou como base uma unidade industrial, das quatro que compõem a empresa. Podemos dizer que
essa unidade possui duas linhas distintas de produção. A primeira delas fabrica todos os componentes
metálicos utilizados nos produtos das quatro unidades da empresa. A segunda fabrica subconjuntos completos
dos produtos oferecidos para as empresas montadoras de ônibus e caminhões. Nesse trabalho chamaremos de
subconjunto, um produto que já tem seu formato final e precisa apenas ser acoplado ao veículo para chegar ao
cliente final, ou melhor dizendo, o usuário do veículo.
4. Bases para implementação e funcionamento do sistema Kanban
A implementação do referido sistema, assim como de qualquer outra técnica, necessita de certas características
presentes no ambiente organizacional. Como primeiro ponto, deveríamos lembrar que o kanban é uma das
técnicas utilizadas no JITJust In Time. O JIT por sua vez não consegue resolver os problemas da empresa
como um todo. Para alcançar este objetivo autores como Miyake (1993:141) por exemplo, alegam que deverá
acontecer uma implementação conjunta de programas JIT, programas TQC e programas TPM.
Com esses três programas funcionando conjuntamente e efetivamente, alcançaríamos o que é chamado de
produção enxuta ou Sistema Toyota de Produção. Em 1990, Womack, Roos e Jones publicaram seu livro que
deu uma idéia muito clara de como funciona esse sistema, embora infelizmente sem tratar de como fazer a
implementação ou como fazer a passagem de um outro sistema produtivo para essa nova abordagem. O tema
de “como” fazer as mudanças é considerado tão importante que escolas de grande renome internacional como
o MITMassachusetts Institute of Tecnology possuem laboratórios específicos para esse fim (Lean Production
Laboratory).
Conforme Monden (1984:11) e a Japan Management Association (1989:87) o kanban possui certas regras e
princípios que devem ser seguidas para seu eficaz funcionamento. São elas:
1O processo subsequente deve retirar, no processo precedente, os produtos
- 195 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
necessários nas quantidades necessárias e no ponto necessário em tempo.
2O processo precedente deve produzir seus produtos nas quantidades requisitadas
pelo processo subsequente.
3Produtos com defeito não devem ser enviados ao processo subsequente.
4O número de kanbans (cartões) deve ser minimizado.
5Kanban é utilizado para adaptar pequenas flutuações na demanda.
Analisandose um pouco mais profundamente esses itens percebemos que em realidade, esse sistema provoca
um aumento da responsabilidade e controle por parte dos próprios operadores de chãodefábrica. A partir da
implementação dessa técnica, os operários devem não mais se preocupar apenas com o antigo dogma
Taylorista, conforme o terceiro princípio da administração científica, de um apenas pensando e outro apenas
fazendo (Taylor, 1966:55). Entre outros aspectos deve começar a preocuparse com a qualidade dos produtos e
com a utilização dos materiais da empresa (MacDuffie e Shimada, 1987:1013).
As soluções são tomadas em conjunto, através dos grupos de melhorias dos CCQ’sCírculos de Controle da
Qualidade e da grande comunicação horizontal dos trabalhadores.
Isso traz um grande comprometimento por parte dos empregados pois os mesmos entendem e acreditam que
são os grandes especialistas do processo produtivo. Outro fator bastante citado para a eficácia da
implementação dessa técnica é que a demanda seja estável até um certo nível e que a flexibilidade de faixa da
variedade de produtos oferecidos ao mercado deveria ser pequena (Corrêa, 1993:99).
Segundo Aoki (1990:5), uma empresa característica japonesa que trabalha com o sistema kanban produz
20000 variedades de carros. O que não fica muito evidente em seu trabalho é que o projeto dos carros foi
elaborado pensandose na flexibilidade da faixa de produtos oferecidos pela empresa. Uma variedade de faixas
de produtos provavelmente seria um fator limitante da aplicação do sistema kanban, mesmo no caso dessa
empresa típica japonesa.
5.Organização do trabalho
Após uma análise sistemática e um convivio de aproximadamente seis meses na empresa, podese concluir que
o sistema atual de organização do trabalho assemelhase intimamente com a “rotinização do trabalho”,
denominação cunhada por Fleury (1983:91; 1994:130) para caracterizar a organização do trabalho de certas
empresas que estudou.
Esse tipo de organização do trabalho seria a forma pela qual as empresas brasileiras tentavam fazer uso dos
príncipios Tayloristas e Fordistas. Em outras palavras seria o “modo brasileiro” de organização do trabalho.
Embora o resultado encontrado pelo referido autor tenha sido baseado em pesquisa realizada há 19 anos atrás
(1977), as características encontradas naquela época adequamse perfeitamente à empresa que estamos
estudando. Segundo o mesmo autor, a aplicação da rotinização:
a)”Não permite a qualificação e o aperfeiçoamento da mãodeobra.” Houve uma evolução nesse ítem,
quando a empresa começou a empenharse na obtenção da certificação pelas normas da série ISO9000. Entre
outras exigências, a certificação segundo essas normas apresentam um item denominado “treinamento”. De
qualquer forma, a situação atual se mostra muito aquém do que poderíamos chamar uma política consistente de
aperfeiçoamento e treinamento da mãodeobra. Outro aspecto relevante observado diz respeito ao fato de que
não só os operários, mas também os gerentes e diretores, possuem pequeno nível de educação formal. Na
unidade em estudo, em que trabalham 350 pessoas, apenas seis possuem formação superior , sendo apenas dois
engenheiros.
b)”Procura impedir o contato e a comunicação entre os operários e inibir a sua organização.” Nesse item,
conseguimos perceber a forte influência Taylorista ainda reinante no ambiente de trabalho. É proibitiva a
comunicação entre empregados no horário de serviço, mesmo que o assunto seja relacionado com problemas
- 196 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
no processo de produção. Só para citar um fato ilustrativo deste aspecto, basta citar que um encontro ocasional
entre um gerente e um empregado no sindicato da classe, resultou na demissão do empregado na semana
seguinte. Fatos como esse conseguem inibir de maneira profunda a organização e a comunicação dos
empregados, principalmente aqueles que temem a perda do emprego.
c)”Mantém baixos os salários individuais (não necessariamente o total de salários).” Até o nível de salários
que tivemos acesso, os valores eram menores (em torno de 20%) do que a média de mercado apresentada em
jornais como a Folha de São Paulo ou o Estado de São Paulo. A alegação da administração para tal fato é que
os salários eram compatíveis com os das empresas da região e que as pesquisas apresentadas nos jornais eram
feitas em outras regiões. Em contrapartida, vários profissionais saem das montadoras de veículos para
ocuparem postos de alto escalão na empresa, atraídos por benefícios e altos salários oferecidos.
d)”Induz a rotatividade de mãodeobra.” Esse item e o anterior são um tanto que interrelacionados. Uma das
formas encontradas de manter os níveis de salários baixos é a alta rotatividade da mãodeobra. Como há
facilidade para a substituição do trabalhador, não há grande hesitação na dispensa dos empregados que ganham
mais (geralmente os mais velhos). Todos os anos, ocorre grande número de demissões um pouco antes de
faltarem dois meses para o dissídio coletivo da categoria. Além disso, quase que mensalmente ocorrem cortes
de pessoal para o ajuste da capacidade produtiva, ou mais frequentemente denominado ajuste da “carga
máquina”. Essas e outras medidas, elevam o índice de rotatividade de mãodeobra a aproximadamente 40% ao
ano, tornandose raro a permanência de operários de chão de fábrica com mais de cinco anos de empresa.
Conforme vimos no item anterior, a “rotinização do trabalho” é exatamente o que não deveria estar ocorrendo,
para a implementação bem sucedida do sistema kanban.
6.Implantação do sistema kanban
Antes da implementação do sistema kanban nesta empresa, o PCP (planejamento e controle da produção) era
feito da maneira convencional. Essa maneira convencional pode ser resumida como segue: As montadoras, no
começo do mês, enviam para os fornecedores uma “previsão de demanda”, a qual fornece uma idéia muito
vaga, pois ao longo do mês essa previsão é alterada várias vezes. Em posse dessa previsão e dos pedidos já
efetuados, o PCP elabora o programa mestre de produção do mês subsequente. Esse programa mestre é
“rodado” em um programa MRP (Material Requirements Planning), que determina “o que, quanto e quando”
produzir de cada componente, visando o atendimento do programa mestre de produção. No caso de
componentes e de conjuntos finais, a informação de “o que fazer” e “quanto fazer” é passada aos gerentes
industriais de cada unidade fabril. Esse gerente determinará “quando” (nesse período disponível de 1 mês)
deverá produzir cada produto. Em outras palavras, o gerente recebe a informação do que e em que quantidade
produzir. A definição do número de lotes e da data de realização dos mesmos fica a seu cargo, sendo limitado
pelo período máximo de um mês.
Esse gerente industrial passa as informações ao gerente de produção, que é o responsável pela fabricação dos
componentes e dos conjuntos finais. O gerente de produção faz reuniões diárias, chamadas de “reuniões de
promessas”, com os encarregados dos setores produtivos para a determinação do número de peças a ser
produzido no dia. O gerente de produção determina o número de peças a produzir e o encarregado promete que
vai fazer. Os encarregados, sabendo o que produzir, determinam em que máquina irão produzir cada produto e
em que momento deverá ser feito o set up.
Como a determinação de quando fazer fica a critério desse único gerente, que também é responsável por todos
os assuntos relacionados a área fabril (manutenção, processos de produção, controle da qualidade, promoções e
demissões, etc), acontecem muitos atrasos e problemas no fornecimento dos componentes, utilizados em
montagens finais de outras unidades fabris e dos conjuntos finais que são montados nessa própria unidade e
fornecidos às montadoras. Outro grande inconveniente percebido referese à grande quantidade de estoque
intermediário e final, de componentes e de conjuntos finais. Baseados nessa grande quantidade de problemas
além de muitos “deméritos” recebidos dos clientes, a média administração resolveu fazer um plano piloto para
- 197 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
a implementação do sistema kanban. O que se visava, à princípio, era a diminuição dos estoques
intermediários, além do melhor atendimento ao cliente.
A elaboração do plano piloto foi finalizada e decidiuse implementar o sistema para o fornecimento de
conjuntos a um cliente final. Como esse cliente final já conhecia o sistema kanban e o tinha implementado em
vários pontos de sua linha de montagem com grande sucesso, não houve qualquer impedimento por parte do
mesmo. Todo o fornecimento a esse cliente passaria a ser realizado através do novo sistema. Internamente, o
sistema de produção tornouse misto, sendo que de quatro setores que participavam da produção dos produtos,
os dois primeiros (fundição e estamparia) continuaram trabalhando no sistema tradicional e os dois finais
(pintura e montagem final) começaram a trabalhar no sistema kanban.
O plano piloto foi elaborado, à princípio, com a construção dos quadros e cartões necessários para o
funcionamento do sistema em questão. Não houve nenhuma alteração do layout e nenhum treinamento
específico para a mãodeobra direta, que deveria entrar em contato com o referido sistema. Apenas os
encarregados, que são as pessoas que fazem as movimentações das peças, foram esclarecidos da importância
da técnica que estava sendo implementada.
No caso em estudo, a preparação por parte dos operários foi nula, enquanto que do comitê de implementação
foi através de livros sobre o assunto e experiências adquiridas em outras empresas. Na implementação, não
houve resistência alguma por parte dos operários. Isto talvez tenha ocorrido pois a empresa vem tentando
implementar várias “novidades”, como o treinamento operacional de CEP.
Inicialmente, devido a grande quantidade de conjuntos acabados/estocados, aguardando o fornecimento, não
houve produção desses produtos durante os primeiros cinco dias. Até então a produção fora sempre
ininterrupta. Após esse período, a produção voltou a trabalhar em um regime constante. Fato interessante a
ressaltar é que ao invés de haver diminuição dos estoques intermediários (entre os setores), houve sim um
grande aumento do mesmo. Isso aconteceu, pois o dimensionamento dos kanbans (cartões) levou em
consideração uma gama muito grande de produtos e, por consequência, peças com demanda mensal muito
baixa. Já com relação ao atendimento ao cliente final, o sistema proporcionou grande melhoria de
fornecimento, pois não houve mais atrasos na entrega.
- 198 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
7.Conclusões
Parece que a redução de custos, ou seja, o objetivo primordial da implementação de um sistema kanban, não
foi atingida em sua plenitude. No decorrer do texto, fazendo um confronto entre a bibliografia consagrada no
assunto, conseguimos perceber que na implementação do sistema kanban em uma empresa que trabalha nos
moldes da “rotinização do trabalho”, alguns dogmas antigos devem ser alterados.
Como base para estas alterações, poderíamos utilizar uma abordagem contrária da que ocorre na “rotinização
do trabalho”. Resumidamente, os administradores de uma empresa que opera com esse tipo de organização do
trabalho, antes da implementação do referido sistema deveriam refletir sobre:
a) A qualificação e o aperfeiçoamento da mãodeobra. Não só em treinamentos específicos para a
implementação de uma determinada “técnica” ou “ferramenta”, mas principalmente em educação formal.
Instituições como o SESI e o SENAI oferecem grandes oportunidades e facilidades neste processo. Casos
isolados neste sentido apresentaram resultados excepcionais quanto a motivação e quanto a desenvoltura para a
realização de tarefas.
b) Estimular o contato e a comunicação entre os operários. A comunicação horizontal é fundamental em um
processo de implementação de qualquer elemento da chamada “abordagem japonesa”. Os operários devem ser
encarados como indivíduos que possuem “cérebros” e conseguem resolver a maioria dos problemas
relacionados a atividade industrial. Basta darlhes condições para este fim.
c) Oferecer salários dignos. O que foi percebido é que mesmo com vários beneficios oferecidos pela empresa,
como cesta básica e transporte coletivo, o maior interesse por parte dos trabalhadores é o aumento do nível
salarial. Parece que é a mesma conclusão que Taylor obteve a mais de 100 anos atrás. Até o ponto em que o
salário não consegue suprir as necessidades básicas dos trabalhadores, como sua alimentação e de sua família,
ele não se sente como fazendo parte da empresa. Por consequência, não se motiva para a colaboração com a
empresa.
d) Inibir a rotatividade da mãodeobra. A partir do momento em que a empresa comece a atuar nos três itens
anteriores, a inibição da rotatividade da mãodeobra acontece por si só. A empresa por um lado não tem
interesse em perder uma mãodeobra qualificada e comprometida, que entenda e resolva seus problemas
trabalhando a seu favor. Os empregados por sua vez não vão querer deixar a empresa que lhe oferece um
salário digno, invista em sua qualificação e desenvolvimento, profissional e pessoal, e permite que use sua
capacidade intelectual para resolver problemas e melhorar o ambiente de trabalho. Em outras palavras, começa
a acreditar que é importante e realmente faz parte da empresa.
Bibliografia
AOKI, Masahiko. Toward an economic model of the Japanese firm. Journal of Economic Literature, Dept. of
Economics, Stanford University, Mar. 1990, V.28, p.127.
CORRÊA, Henrique L. e GIANESI, Irineu G.. Justintime, MRPII e OPT: Um enfoque estratégico. São
Paulo, Editora Atlas, 1993.
FLEURY, Afonso C. C.. Rotinização do trabalho: o caso das indústrias mecânicas. In. FLEURY, Afonso C.
C.;VARGAS, Nilton.(org.). Organização do trabalho. São Paulo, Atlas, 1983.
FLEURY, Afonso C. C., FLEURY, Maria T. L.. Aprendizagem e inovação organizacional: as experiências de
Japão, Coréia e Brasil São Paulo: Atlas, 1995.
JAPAN MANAGEMENT ASSOCIATION. Kanban justintime at Toyota: Management begins at the
workplace. translated by David J. Lu; Portland, Productivity, 1989.
Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais, IMAM, 1984.
MIYAKE, Dario Ikuo. Programas de melhoria da produtividade e qualidade: um estudo comparativo dos
modelos justintime, total quality control e total productive maintenance. Dissertação de mestrado. São Paulo:
Universidade de São Paulo, 1993.
- 199 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
RUAS, Roberto; ANTUNES, José Antônio; ROESE, Mauro. Avanços e impasses do modelo japonês no
Brasil: observação acerca de casos empíricos. In.: HIRATA,
Helena (org.). Sobre o “modelo” japonês: Automatização, novas formas de organização de relações do
trabalho. São Paulo: EDUSP, 1993.
SHIMADA, Haruo, MacDUFFIE, John P.. Industrial relations and “humanware”. Texto apresentado no First
Policy Forum, International Motor Vehicles Program. Boston: MIT, May, 1987.
SILVA, Ethel Cristina Chiari da, SACOMANO, José Benedito. Implantação de kanban como técnica auxiliar
do planejamento e controle da produção: Um estudo de caso em fábrica de médio porte. Gestão & Produção,
V.2, n.1, p.5969, abr.1995.
TAYLOR, Frederick W.. Princípios de administração científica. Atlas, 1966.
WOMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROOS, D.. The machine that changed the World. NY, Harper, 1990.
Exercícios de Cálculo Kanban
1. A taxa média de demanda diária é de 80 peças por dia para uma determinada linha cujo lead
time (processamento, setup e transporte) do lote de atendimento de contender é de 2 horas. A
jornada diária é de 10 horas. Cada contendor acondiciona 4 peças.
LT 2,0h 0,2(d )
preciso de 80(peças) 1(dia)
devo ter X 0,2( dia)
mas, X 16 peças K containers
pois 4 peças 1 container K 4
pela equação (4.5) :
D LT (1 e) 80( p / d ) 0,2( d ) 1,0
K 4 cartões
C 4
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
2. Uma estação de produção trabalha 8 horas por dia e está produzindo componentes numa taxa
média de 1 a cada 30 segundos; usando, em média, 15 minutos para tempos de processamento e
movimentação e; se a ineficiência total do estágio é de 6% e cada contendor carrega 4 itens,
calcule o número de Kanbans.
Questões de Concurso
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Respostas:
1. D
2. D
3. C
- 202 -
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Capítulo XIV
Amplitude da Kaizen
A preocupação inicial do Kaizen deve ser com a capacidade de manutenção do patamar,
da qualidade/ produtividade alcançado, e a conscientização do Kaizen contínua.
A Kaizen é praticada por toda a empresa podendo haver diferença no tipo, em função
da posição hierárquica ocupada pelas pessoas. Este é utilizado em diversos e variados aspectos:
P – Plan – Plano
D – Do – Execução do plano
C – Check – Verificação do resultado da execução
A – Action – Correção do desvio do resultado com relação ao plano; correção para melhor
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2S para Pessoas
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Identificar o quê, quanto, onde e como colocar os necessários e definir locais adequados;
Elementos de uso mais freqüentes guardar em locais de fácil acesso;
Elementos de pouco uso alocá-los em locais que não atrapalhem as funções diárias do
local.
Implementação de 6S
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 207 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
- 208 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Podemos dizer, portanto, que a palavra melhoria pode ser considerada como uma
conseqüência da eliminação dos desperdícios que se compreendem de natureza mais
diversificada.
Podemos enumerar os seguintes desperdícios:
por excesso de produção;
por espera;
de movimentação;
por movimentação não produtiva;
por geração de defeitos.
Que devem cada qual ser tratados de forma isolada e particular, para serem
efetivamente solucionados e melhorados; sendo a utilização contínua do ciclo PDCA uma
ferramenta importantíssima para o auxílio e atingimento deste estágio desejado.22
22
Leitura Complementar:
- OISHI, Michitoshi, TIPS – Técnicas Integradas de Produção e Serviços. São Paulo.
Editora Pioneira. 1995
- 209 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
“Bem, eu suponho que é uma revisão mista: existem algumas coisas nas quais nos
saímos realmente bem; por outro lado claramente áreas onde precisamos melhorar.”
Alan estava mais preocupado com algumas descobertas do que com outras.
- 210 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões:
2) Você acha que ele está certo de sentir-se irritado pelo resultado pobre no quesito de
erros de documento ?
Ele está certo de não estar preocupado com o tamanho do menu (isto é, a faixa de pratos
diferentes oferecido em seu menu padrão) e com sua política de não oferecer descontos nos
preços ?
- 211 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Problemas
1) Aplique o ciclo PDCA a seu método de preparar para aulas. Descreva cada parte do
ciclo e avalie os resultados.
23
Leitura Complementar:
- OISHI, Michitoshi, TIPS – Técnicas Integradas de Produção e Serviços. São Paulo.
Editora Pioneira. 1995
- 212 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo XV
Introdução
Na busca da alta produtividade em processo, devemos levar em conta, basicamente, as
seguintes considerações:
Recursos utilizados na produção, tais como materiais, energia, recursos humanos, etc. são
escassos; portanto, eles devem ser planejados e consumidos ou utilizados com o maior
rendimento possível;
O objetivo da empresa é atender o desejo dos clientes ou consumidores de seus produtos
ou serviços, com relação à qualidade, quantidade, tempo e preço.
Dar a devida consideração aos trabalhadores, do ponto de vista tanto físico quanto moral.
- 213 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Componentes da
Estruturação (A)
Estruturação de Homem x Estruturação de Tarefas
Estados da Máquina (A-a) (Processo) (A-b)
Estruturação (B)
(B-a) Elementos: A estação de trabalho está formada por dois elementos: homem e máquinas. As
características de homens (operários) e das máquinas adotadas são mais recomendadas? (Não
estão fora das características exigidas?)
(B-b) Conjunto: Tipos e quantidade de máquinas utilizadas são corretas e o homem a operar está
bem adequado (treinado)? (Não estão mal escolhidas as máquinas e o homem para a estação de
trabalho?)
(B-c) Relação: As operações efetuadas em cada uma das máquinas (homem x máquina);
Dispositivos e ferramentas utilizadas (Não estão erradas as operações? Dispositivos e
ferramentas utilizadas são corretos?)
(B-a) Elementos: Tipos de operações realizadas na estação (processo) de trabalho (Não estão
erradas as operações a executar para o produto desejado?)
(B-b) Conjunto: As estações de trabalho (processo) que constituem todo processo produtivo –
Lista de Estações (processos) de trabalho. (Não há necessidade de outras? Não está colocada
desnecessariamente? Não há necessidade de inspeção intermediária?)
(B-c) Relação: Seqüência de estações (processos) de trabalho de todo processo produtivo. (Não
seria melhor alterar a seqüência?)
- 214 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Definições de Produtividade
Produtividade indica o grau de transformação útil de recursos de produção consumidos
para as saídas, e seu aumento é feito através de 3 maneiras, (1), (2) ou (3) conforme abaixo:
Produções em:
- Quantidade Física
- Valor
Produtividade =
Entradas (Recursos Utilizados)
3M: Mão-de-obra
Material
Máquinas (Instalação)
Outros
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
d = Produção Real
Geral Índice de Desempenho de Operação Produção Padrão
h = Produção
Produtividade Pessoal Nº de trabalhadores ou HH
m = Produção
(a) Mão-de-Obra Produtividade de Matéria-Prima Quantidade utilizada de matéria-prima
e = Produção
Quantidade de máquinas
e = Produção
Tempo de Operação
(d) Consumos Específicos: indicam quantidades consumidas Exemplo: Quantidade de Energia, coque,
de Quaisquer recursos por unidade de produto. minério (com uma determinada composição),
etc., consumida para produção de 1kg de aço.
- 216 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Eficiência de Trabalhos
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Esta análise poderá ser feita para quaisquer t convenientes, simultaneamente, para ct e
ch para captação de tendência e corrigir se necessário ao longo do prazo.
p = Produção real
Produção padrão prevista
É útil verificar como poderia ser visto o grau de responsabilidade dos chefes de seção,
de setor e dos funcionários no rendimento resultante, a fim de melhorá-lo. Vamos analisar qual
deve ser a eficiência de cada funcionário na sua respectiva seção para a qual são utilizados HH
consumidos, para medição de rendimentos. Na avaliação dos responsáveis quanto ao seu
desempenho no trabalho, faz-se necessária a utilização de HH gasto, desde que o trabalho seja
mensurável ou possa ser transformado em alguma unidade física. Portanto, torna-se necessário o
registro de HH gasto por indivíduo, paralelamente à quebra de instrumentos, maquinarias,
ferramentas, tempo de espera de informações, matérias-primas, etc., em cada categoria de
trabalho. O registro dos tempos perdidos desta natureza é indispensável para avaliação.
Considerando que a perda por espera é, na maioria das vezes, da responsabilidade de
funcionários de diversos níveis e que as causas geradoras da espera poderiam estar relacionadas
com o desempenho das atribuições, a avaliação do desempenho poderia ser efetuada a partir do
estudo e da análise das responsabilidades.
Convém lembrar que cada tipo de trabalho executado deve ser avaliado dentro das
circunstâncias que lhe são próprias, isto é, o que, do que, com que, por quem. Abaixo, as
fórmulas medidoras do desempenho dos responsáveis são apresentadas.
- 218 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Portanto, o trabalhador é responsável por seu trabalho durante o tempo de que dispõe, não
havendo falhas que fujam à sua responsabilidade, resolvendo por si mesmo o problema de falta,
se for o caso, para que haja continuidade normal de trabalho.
(a) Velocidade de execução, tento por parte do funcionário como por parte dos meios utilizados.
A velocidade das máquinas e outros meios físicos são controláveis, mas a do pessoal foge a um
controle rigoroso. Portanto, a eficiência do pessoal torna-se variável.
(b) Paradas ocorridas durante o processo produtivo por diversas razões, tais como manutenção
ineficiente das máquinas, operação em vazio, espera de orientação, informações, etc. Tais
paradas são de responsabilidade da Administração. Além disso, paradas causadas por layout mal
formulado, acidentes, falta de material, etc.
(c) A diferença entre mão-de-obra disponível e necessária.
(d) Grau de utilização da instalação.
2) Fatores Humanos
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Produtividade Física = Soma de custos padrão de recursos consumidos a nível padrão para volume q
Soma de custos padrão de recursos realmente consumidos para o volume q
a) Valor agregado do produto é o valor aceito por clientes desse produto. Clientes podem ser
quaisquer pessoas, área (denominemos de agentes) encontradas em todo processo de produção,
até os clientes de produto final.
- 220 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
c) Valor agregado não é a soma de custos gerados por agentes anteriores (fornecedores), mas sim
o valor dado pelo agente posterior (cliente). Por exemplo, um operário utilizando 10 kg de
matéria-prima e outro utilizando 5kg da mesma matéria-prima para obter um mesmo produto, o
custo da matéria-prima gasta pelo primeiro é o dobro que o segundo, entretanto, os valores dos
produtos dados pelo cliente serão os mesmos.
Ao assumir que o valor agregado é o valor aceito pelos clientes, o valor seria atribuído
somente quando houvesse uma transação (transferência) entre fornecedores e os clientes.
C4
Va4
4
Ca4 Va1
r42 1 Usuário
r32 do Produto
Final
C1
3
2
Va3 C32 C21
Va2
C3
Vat = Valor pago por distribuidor ou clientes no ponto 1 = Valor agregado do produto.
Va2 = Va1 – C21
Va3 = Va2 x r32
Va4 = Va2 x r42
onde:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Os valores de r32, r42 são as partes (frações) que dividem o valor agregado V a2 em dois
trechos anteriores que vão para os lados 3 e 4 respectivamente, sendo r 32 + r42 = 1, e eles são
determinados através da proporção entre os custos respectivos padrões totais ou planejados para
o lado 3 e 4 respectivamente.
Portanto, podemos apresentar, no presente caso, conforme abaixo:
onde:
Cp1, C1 = Custos padrão e reais respectivamente, incorrido desde o início até o ponto 1.
Cp21, C21 = Custos padrão e reais respectivamente, incorrido desde entre os pontos 1 e 2.
Cp32, C32 = Custos padrão e reais respectivamente, incorridos entre os pontos e 2 e 3.
Cp3, C3 = Custos padrão e reais respectivamente, incorridos desde o início até o ponto 3.
Cp42, C42 = Custos padrão e reais respectivamente, incorridos entre os pontos 2 e 4.
Cp4, C4 = Custos padrão e reais respectivamente, incorridos desde o início até o ponto 4.
Va1, Va2, Va3, Va4,... = São os valores agregados respectivamente até os pontos 1,2,3,4,...
N = Q/R
Onde,
Q = Quantidade produzida
R = Quantidade de recursos utilizados
Através da Relação, o aumento do rendimento poderia ser feito tanto pelo aumento de
produção Q com mesmo R ou pela redução do consumo de recurso R para uma dada quantidade
Q.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Entretanto, há diferença fundamental entre os dois casos. O primeiro caso está permitindo
aumentar Q indistintamente com relação à demanda, podendo até gerar o excesso (estoque), e o
segundo caso está tentando aumentar o rendimento através da redução de recursos consumidos,
não permitindo aumento de produção além do que a demanda (just in time), isto é, não gerar
estoque. Estoque excedente gerará os desperdícios, tanto dos recursos utilizados como de
produtos gerados, as necessidades de controle, movimentação, armazenamento, embalagens, etc.
dos mesmos.
Exemplo:
Pontos a considerar:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Aumento de Produção não deve ser visto como Conseqüência do Aumento de Trabalho
Há limite ideal de energia a ser despendida pelo homem, portanto, é melhor, quanto
maior for a taxa de conversão do trabalho (energia) – desprendimento, em trabalho
produtivo.
Portanto, é necessário reduzir as movimentações físicas não produtivas.
Define-se “Densidade de Trabalho” como sendo a relação
M = Mp + Mn
Mp = Mp’ – Mp
Mn + Mp
Mn
Mp
Dt = Mp
Mn
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Dt = Mp / Mn Dt’ = Mp / Mn
Mp’ = Mp
Mn’< Mn M’ < M Dt’ > t
Mn + Mp
M
M’
Mn
Mn’
Mp’
Mp
Dt Dt’
24
Leitura Complementar:
- OISHI, Michitoshi, TIPS – Técnicas Integradas de Produção e Serviços. São Paulo.
Editora Pioneira. 1995
- 225 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
Depois de muitos anos de luta esses dois irmãos conseguiram fazer com que seus
negócios prosperassem de uma maneira invejável.
A Eletro Acme S/A, cujo acionista majoritário é o Antonio Joaquim, é uma empresa
estabelecida há 40 anos, atuando no ramo da indústria eletromecânica, fabricando produtos
eletrônicos de consumo. Começou suas atividades no sul do país, importando produtos do ramo.
Pouco depois, iniciou a montagem dos aparelhos com componentes importados. Posteriormente,
passou a fabricar, sob licença, também os componentes com a marca estrangeira.
Hoje, após haver desenvolvido tecnologia própria, a Eletro Acme fabrica inteiramente
os seus próprios produtos.
A empresa XYZ, sob tutela do Manoel Antonio, comanda uma rede hoteleira já
estabelecida no mercado, de uma forte solidez e grande lucratividade. Seus serviços são
prestados por todo o Brasil, com um destaque maior para o Sul e o Nordeste.
Obs.: Qualquer utilização de dados (numéricos ou não), tipos de processos etc., fica a
cargo do aluno, podendo este arbitrar de modo fictício essas informações.
Exercícios:
- 226 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Preço unitário do produto pago pelo distribuidor (ponto 1) = V a1 = 5,20. Os custos incorridos
para produção de volume q de 500 unidades estão apresentados na tabela abaixo:
C21 C3 C4 Total = C1
Custos fixos 100 150 200 450
Custos variáveis totais 300 400 500 1200
Total (real) 400 550 700 1650
C4
Va4
4
Ca4 Va1
r42 1 Usuário
r32 do Produto
Final
C1
3
2
Va3 C32 C21
Va2
C3
Dica: Utilizar as fórmulas Ipi = Vai / Cpi, Ii = Vai / Ci e Iri = Ii / Ipi e as fórmulas de apoio contidas
nas páginas 9 e 10 do resumo.
25
Leitura Complementar:
- OISHI, Michitoshi, TIPS – Técnicas Integradas de Produção e Serviços. São Paulo.
Editora Pioneira. 1995
- 227 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões de Concurso
1. A “Análise do Ponto de Equilíbrio” tem como função:
(A) balancear uma linha de produção.
(B) determinar o tempo de retorno de um investimento.
(C) quantificar o valor presente líquido de um investimento.
(D) determinar o volume de negócios para não ocorrer nem
lucro nem perdas.
(E) estabelecer a capacidade produtiva de uma planta.
Fonte: : Concurso da Petrobras – dezembro/2005
Resposta:
1. D
Capítulo XVI
Adaptação Dinâmica à Demanda Flutuante
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Introdução
Um dos fatores de sucesso da empresa é fornecer seus produtos ou serviços aos clientes
quando estes gostariam de obtê-los; para tanto, precisamos determinar a seqüência do quê e
quanto produzir.
Torna-se necessário ajustar os volumes de produtos na proporção da demanda. Como a
demanda ocorre numa proporção do mix de produtos, devemos ajustar a produção da empresa
para fornecer diferentes produtos simultaneamente (Produção ajustada à demanda).
Produção Ajustada
É a produção de produtos em seqüência determinada pela demanda.
A 40
B 56
C 84
D 20
Tabela 2: dados do passo 1
A 5 unidades em caixa
B 5 unidades em caixa
C 5 unidades em caixa
D 5 unidades em caixa
Tabela 3: dados do passo 2
Produção diária (em 7,5 horas = 450 minutos por dia) em número de caixas e ciclo de
produção por caixa:
- 229 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Passo 3: Determinação dos volumes de produção em número de caixas no maior ciclo de 112,5
minutos:
Podemos adotar uma das alternativas que ajustam os volumes de produção numa
proporção aproximada de 2, 3, 4 e 1 para os produtos A, B, C e D respectivamente. Volumes
totais produzidos, em qualquer intervalo de tempo, devem alcançar esta proporção aproximada,
de modo que o volume total produzido de um produto alcance a quantidade do pedido, e os
demais produtos também sejam atendidos em suas respectivas quantidades de pedido.
A procura das alternativas poderá ser feita tentando preencher a tabela abaixo, alterando a
posição, tendo em vista a necessidade de manutenção da proporção dada de 2, 3, 4 e 1 para
produtos A, B, C e D respectivamente.
A 2
B 3
C 4
D 1
Tabela 7: proporção da produção do passo 4
- 230 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
É elaborada a partir do plano anual de vendas e é ajustada mês a mês com os dados
informativos mais recentes, e a programação diária é feitas atendendo às possíveis e pequenas
alterações introduzidas, visando a produção em just in time.
À medida que se promove o aumento da variedade de produtos num mesmo sistema de
produção deve-se caminhar para o Sistema Flexível de Manufatura, que possui processamento
automático, manuseio e transporte de materiais automatizados que desempenham as funções de
indicar ou alterar as especificações dos produtos, tempo, lotes, ...
Bi P Bi B2 P B2 B1 P B1 B0 D0
i 2 1
Mercado
Processo i (estação consumidor
de trabalho i)
tempo de preparação;
tempo de processamento do produto;
tempo de espera dos processos consecutivos;
tempo de transferência entre os processos.
- 231 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
tempo de processamento
- 232 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Notamos que num mesmo intervalo de tempo podemos planejar a produção de produtos
diferentes A, B e C de 2 maneiras diferentes. Onde podemos produzir uma quantidade Qa
(quantidade do produto A) de uma só vez, ou em pequenos lotes de qa equivalentes a Qa/ n (n:
número de lotes pequenos de qa).
- 233 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
Qa n x qa
Qb n x qb
Qc n x qc
T Ta + Tb + Tc = n (ta + tb + tc)
Ta Tap + Tau = n (tap + tau)
Tb Tbp + Tbu = n (tbp + tbu)
Tc Tcp + Tcu = n (tcp + tcu)
Tabela 8: fórmulas que relacionam principais conceitos
Onde:
Adotando lotes menores o tempo de conclusão ficará em 1/n do tempo de produção feita
em um só lote. Isto proporciona vantagens do tipo:
- 234 -
Planejamento e Controle da Produção – UFF
h) adotar um sistema misto com Kanban e MRP para providenciar materiais para a produção
ajustada.
Qa n x qa
Qb n x qb
Qc n x qc
T Ta + Tb + Tc = n (ta + tb + tc)
Ta Tap + Tau = n (tap + tau)
Tb Tbp + Tbu = n (tbp + tbu)
Tc Tcp + Tcu = n (tcp + tcu)
Tabela 1: apresentação dos termos abreviados
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Leitura Complementar:
- OISHI, Michitoshi, TIPS – Técnicas Integradas de Produção e Serviços. São Paulo.
Editora Pioneira. 1995
- CORRÊA, Henrique L., GIANESI, Irineu G.N., CAON, Mauro. Planejamento,
Programação e Controle da Produção – MRP II / ERP. São Paulo. Atlas. 2000
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Estudo de Caso
A Camisaria Gomes é uma pequena empresa do ramo de confecções que fabrica camisas
sociais para grandes cadeias de lojas.
A Camisaria Gomes está localizada na Rua Maria da Glória, 23, em Ramos – Rio de
Janeiro. Possui 1 ano de vida e já é fornecedora de camisas sociais para uma grande cadeia de
loja, o Zapping.
Produção / Distribuição
- Cuida confecção das camisas sociais
- Responsável pela embalagem e distribuição.
- Responsável pelo planejamento e controle da produção
Compras / Vendas
- Realiza a compra dos tecidos e demais matérias-primas que compõe a camisa
- É responsável pelo relacionamento entre empresa e cliente.
Administrativa / Financeira
- Realiza o pagamento de funcionários e fornecedores,
- Recebe o dinheiro das vendas
- Realiza demonstrativos
- Administra o fluxo de caixa
- Determina a política de preços
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
A empresa conta fatores que a diferenciam de outras camisarias no mercado, pois adota
modernas ferramentas gerenciais e investe sempre no aperfeiçoamento de seus funcionários.
Plano de Produção
A produtividade de cada costureira é de 1,5 peças por hora e das cortadoras é de 3 peças
por hora e trabalham, em média, 160h por mês. O tempo médio para cada camisa ficar pronta é
de 65min. O ritmo da produção acompanha as demandas das Cadeias de Lojas, fazendo a
empresa adotar uma produção casada com as Vendas. Isso é coerente com a Estratégia de
Produção, pois não é da filosofia da empresa, produzir em grandes quantidades e estocar. Além
disso, os pedidos podem ser diversificados quanto ao tamanho e a cor usada, sendo inviável um
estoque prévio.
Na tabelas a seguir temos o cálculo do Custo Total de Produção através dos dados da
demanda e custos fixos e variáveis da empresa.
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Custos:
Total 39,25
Soma 840,00
Total 1470,00
Total 3275,00
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A Camisaria Gomes tem toda a sua produção puxada pelos pedidos, logo não baseia-se na
previsão de demanda. Abaixo, temos o plano mestre de produção, de acordo com a demanda
prevista. Não existe a exigência de se trabalhar com um estoque mínimo de matéria prima.
Veja, como exemplo, o Plano Mestre de Produção para os meses de março, abril e maio:
Demanda Prevista 102 102 102 102 102 102 102 102 103 103 103 103
Demanda Conferida 112 112 112 112 105 105 105 105 100 100 100 100
Rec. Programados 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Estoque Projetado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PMP 112 112 112 112 105 105 105 105 100 100 100 100
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Questões:
1) Suponha que a empresa receba um pedido cinco vezes maior que o projetado para os
meses de março, abril e maio. A partir dos dados acima responda se é possível para a
empresa cumprir com essa obrigação. Explique.
2) Suponha, agora, que a direção resolva tentar suprir ao máximo essa demanda
repentina e repassou a missão para o seu gerente de produção. Se você fosse o
gerente de produção da empresa, quais adaptações você faria em termos de estratégia
de produção para flexibilizar sua capacidade produtiva face à essa flutuação abrupta
de demanda.
Problemas:
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
Capítulo XVII
Gerência de Projeto
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
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Planejamento e Controle da Produção – UFF
BIBLIOGRAFIA
- JARDIM, Eduardo G. M., COSTA, Ricardo S., Notas de Aula do Curso de Pós-
Graduação Latu-Sensu em Engenharia de Produção – UFRJ/INT – Ênfase em
Tecnologias de Gestão para Produtividade e Qualidade. Rio de Janeiro. 2000
Latec
V.S. 2006
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