O processo de urbanização

AULA 5 No início do século 21, a quantidade de pessoas que vivem nas cida-
des ultrapassou a quantidade de pessoas que vivem no campo. Sempre
que o número de habitantes nas cidades (zona urbana) ultrapassa o que
existe no campo (zona rural), dizemos que ocorre um processo de urba-
nização.

Grande concentração de pessoas em aglomerações urbanas

Uma mudança vertiginosa

Aconteceu tudo em tempo recorde. Num abrir e fechar de olhos, levando em conta o relógio e o
calendário da História do planeta, o homem disse adeus a um modo de vida que inventara há uns 10 mil
anos, quando pela primeira vez plantou uma semente no campo. E escolheu crescer e multiplicar-se em
aglomerações de pedra e cal - as cidades, um mundo de maravilhas, mas também um mundo à parte da
natureza. A vertiginosa rapidez da mudança é, de fato, de tirar a respiração - e esse ritmo, por sinal,
tem muito a ver com os problemas gerados pela própria mudança.
No século 20, nove em cada dez pessoas que somavam uma população global de 1,65 bilhões
de seres, ainda viviam no campo. No século 21, praticamente metade dos estimados 6 bilhões de
pessoas já habitarão cidades. E desses 3 bilhões, 485 milhões ficarão apertados em 50 metrópoles
de 5 milhões de habitantes para cima cada uma. São Paulo, por exemplo, deixou de ser uma cidade
de 240 mil pessoas em 1900, para em 2000 ascender à grande metrópole, com previsão de 24 mi-
lhões de habitantes até 2050. Dificilmente se encontrará metamorfose comparável em qualquer outro
capítulo da acidentada aventura do homem.
Superinteressante. Dezembro de 2001. Texto adaptado.

Geografia 2 - Aula 5 51 Instituto Universal Brasileiro

 O processo de urbanização no mundo
Urbanização nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos
O início da urbanização nos países desenvolvidos e em escala mundial se iniciou no sécu-
lo 19 com a Revolução Industrial. As primeiras indústrias se instalaram nas cidades por conta da
infraestrutura, do mercado consumidor e da oferta de mão de obra; esta, proveniente do campo.
Mas foi no início do século 21 que metade da população mundial passou a viver em áreas
urbanas. De acordo com dados do Informe Global sobre Assentamentos Humanos 2009,
publicado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABI-
TAT), a taxa de urbanização mundial, ou seja, o percentual dos moradores das cidades sobre a
população total do mundo era de 29,1% em 1950, 37,3% em 1975, 49,4% em 2007, com previ-
são de 57,2% para o ano de 2025.

População urbana (em milhões) Porcentagem urbana (%)

Região
1950 1975 2007 2025 2050 1950 1975 2007 2025 2050

Mundo 737 1.518 3.294 4.584 29,1 37,3 49,4 57,2 69,6

Região mais
427 702 916 995 1.071 52,5 67,0 74,4 79,0 86,0
desenvolvida

Região menos
310 817 2.382 3.590 5.327 18,0 27,0 43,8 53,2 67,0
desenvolvida

África 32 107 373 658 1.233 14,5 25,7 38,7 47,2 61,8

Ásia 237 574 1.645 2.440 3.486 16,8 24,0 40,8 51,1 66,2

Europa 281 444 528 545 557 51,2 65,7 72,2 76,2 83,8

América Latina
69 198 448 575 683 41,4 61,1 78,3 83,5 88,7
e Caribe

América do Norte 110 180 275 365 402 63,9 73,8 81,3 85,7 90,2

Oceania 8 13 24 27 31 62,0 71,5 70,5 71,9 76,4

Fonte: Informe Global Sobre Assentamentos Humanos 2009. ONU - HABITAT.

Cresce a população 6
urbana no mundo 5 5,0
4,6
Projeções apontam 4 4,2
de pessoas
Em bilhões

3,9
que, até o ano de 2050, 3,5
3,2
quase 70% da população 3 2,9
2,6
mundial viverá em cida- 2
2,3
2,0
des. Em 2013, a popula- 1,5
1,7
1,2 1,3
ção urbana mundial gira 1 1,0
0,7 0,8
em torno de 3,3 bilhões 0
de pessoas e, em 2030, 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 00 05 10 15 20 25 30
19 19 19 19 19 19 19 19 19 19 20 20 20 20 20 20 20
deverá ultrapassar os 5
Previsão
bilhões.
Fonte: Nações Unidas.

Geografia 2 - Aula 5 52 Instituto Universal Brasileiro

 Êxodo rural e industrialização
Num curto espaço de tempo, o número
de habitantes das cidades cresceu rapidamen-
te devido ao êxodo rural, que levou milhões de
pessoas do campo para a zona urbana, em bus-
ca de trabalho e de melhores condições de vida.
Mais tarde, com o desenvolvimento das máqui-
nas, elas deixaram de ser utilizadas exclusiva-
mente nas indústrias e passaram a ser utiliza-
das no campo. Isso também foi um fator para
que os trabalhadores rurais saíssem do campo
e fossem em direção às cidades, intensificando
ainda mais o processo de urbanização.
Êxodo rural. Expressão que desig-
na o deslocamento de grande quantidade
de pessoas da zona rural em direção aos
centros urbanos, buscando melhores con-
dições de vida.
O processo de urbanização dos países
subdesenvolvidos também se deu por conta,
principalmente, da chegada das indústrias e
começou após a Segunda Guerra Mundial
com as transnacionais dos países desenvolvi-
dos desembarcando nos territórios dos países
subdesenvolvidos. Apesar disso, a urbaniza-
ção nesses países não foi uniforme. Alguns se
industrializaram e outros permanecem predo-
minantemente agrários e com uma população
rural expressiva, mas mesmo assim, nesses
países há cada vez mais um contingente po-
pulacional se dirigindo às cidades.
Geografia 2 - Aula 5
O processo de urbanização
é diferenciado
O processo de urbanização apresenta
diferenças fundamentais. Apesar do meca-
nismo gerador da urbanização ser o mesmo
(industrialização) nos países desenvolvidos e
subdesenvolvidos, as cidades nos países po-
bres surgiram sem o mínimo de planejamento,
apresentando, portanto, inúmeros problemas
como marginalização social, falta de moradias,
trânsito caótico, péssimos e poucos meios de
transporte públicos, violência entre outros.
Atrelado a esse processo provocado pela
industrialização que acaba por atrair a popula-
ção do campo para as cidades, vale lembrar
que nos países subdesenvolvidos há ainda a
persistência de uma educação precária, refleti-
da em altas taxas de analfabetismo, por exem-
plo, e ausência ou carência de médicos.
Esses fatores propiciam um aumento
na taxa de fecundidade (número de filhos por
mulher) e que levam a um aumento na taxa de
natalidade. Portanto, as cidades acabam por
crescer no número de seus habitantes. Con-
forme podemos observar no gráfico, o maior
aumento no número de habitantes nas metró-
poles espalhadas pelo mundo ocorre, justa-
mente, nos países subdesenvolvidos.
Relações entre urbanização
e industrialização
Vale ressaltar que com a Terceira Revo-
lução Industrial (pós-Segunda Guerra Mundial)
já não se pode mais definir uma associação di-
reta entre urbanização e industrialização, haja
vista que com a introdução das máquinas no
processo fabril e o uso da robótica, microele-
trônica e informática, por exemplo, o número
de empregos na indústria caiu drasticamente.
Mesmo assim, nos países subdesenvolvidos, a
urbanização tem se acelerado sem a ocorrên-
cia simultânea de industrialização.
Ao mesmo tempo, nos países desenvol-
vidos tem havido um processo de transferência
53 Instituto Universal Brasileiro
 das indústrias das grandes cidades para as
cidades médias e pequenas, provocando uma
descentralização urbano-industrial. O setor que
mais tem crescido, principalmente nas cidades
de porte grande, é o setor terciário (comércio e
serviços). Como resultado dessas transforma-
ções, pode-se dizer atualmente, nas regiões
do mundo consideradas modernas, que já não
dá mais para delimitar a clássica separação
entre campo e cidade.
Evolução demográfica das
metrópoles, (1950-2025)
Evolução e previsões da população das 15 primeiras
metrópoles em 2025 (em milhões de habitantes).
Para o período 2005-2025, foram mantidas as
previsões médias das Nações Unidas.
Diferenças essenciais entre
as cidades
Embora o modo de vida urbano esteja
se tornando predominantemente em quase
todo o mundo, isso não significa que, em
todas as cidades, as pessoas vivam todas
da mesma maneira. Além de a população
possuir hábitos diferentes, as cidades em
que elas vivem também apresentam dife-
renças entre si como tamanho, riqueza e
atividades econômicas.
Cidades podem estar localizadas
em diferentes sítios geográficos

África
16,7 Kinshasa
Ásia (RDC)

América do Sul, 22 Daca

Central e Caribe (Bangladesh)
América 15,8 Lagos
do Norte (Nigéria)

19,1 Karachi
(Paquistão)

22,5 Déli
(Índia)

14,8 Manila
0,2 (Filipinas)
0,3 21,4 São Paulo As cidades podem ainda ter diferentes
0,3
(Brasil)
sítios urbanos, que podem ser uma planície,
1,0 26,4 Bombai um planalto, um vale, uma área litorânea entre
(Índia)
1,4 outros locais. Sítio urbano é o lugar ocupado
1,5 21 C. do México
por uma cidade - especialmente quanto ao
(México)
2,3 seu aspecto natural - que pode favorecer ou
15,5 Cairo
(Egito) atrapalhar seu desenvolvimento.
2,9 20,6 Calcutá
(Índia)
2,9
14,5 Pequim A origem das cidades pode ser diferente
(China)
2,5
4,5 19,4 Xangai Cidade espontânea
(China)
4,3
36,4 Tóquio Se o aglomerado urbano surgiu natural-
6,0 (Japão)
mente de pequenos núcleos de povoamento,
vai dar origem a uma cidade espontânea, ou
11,3 20,7 Nova York
(EUA)
seja, sem o mínimo de planejamento. Cidades
12,3 assim surgem próximas a rodovias, portos, es-
1950 1975 2000 2025 tações ferroviárias, comércios, presídios entre
outros. São núcleos que começam a concen-
Fonte: ONU, Divisão de População, World Urbanization trar pessoas dando origem posteriormente às
Prospects: The 2007 Revision, www.un.org.
cidades.
Geografia 2 - Aula 5 54 Instituto Universal Brasileiro

Site Revista National
Geographic Brasil
O site do National Geographic Brasil
(www.viajeaqui.abril.com.br/national-
geographic) disponibiliza para a leitura di-
versas reportagens publicadas na revista.
Considerada por muitos a melhor revista
do mundo, suas fotos e seus textos trazem
um retrato sem igual dos povos, da história
e da ciência do homem e do seu mundo.
No site está disponibilizada a reporta-
gem Cidades instantâneas sobre a multi-
plicação das cidades chinesas pelo mapa
do país, que nascem da noite para o dia
acompanhando a nova economia chinesa,
assentada na industrialização de várias
áreas pelo país. Com isso, as famílias são
deslocadas - e separadas - à mercê das
oportunidades de trabalho. Casas brotam
e as cidades multiplicam-se, numa febre
cartográfica contagiante, típica do desen-
volvimento urbano chinês.
Edifício em construção, norte da China.
Fragmento adaptado. Para ler a reportagem completa,
que foi publicada na edição nº 87 de junho de 1997,
basta acessar o site: http://viajeaqui.abril.com.br/
materias/cidades-instantaneas-china.
Geografia 2 - Aula 5
Cidades Planejadas
Algumas vezes, porém, as cidades são
planejadas, isto é, são construídas seguindo
projetos previamente concebidos. No Brasil, o
exemplo mais conhecido é Brasília.
Uma nova cidade em quatro anos
Catedral de Brasília
As primeiras obras começaram em
1956 e a inauguração oficial ocorreu em
1960.
1. Em 1955, uma comissão criada
para escolher o local exato da nova ca-
pital indica o Sítio Castanho, uma área
de mil quilômetros quadrados com bons
recursos hídricos, topografia adequada e
clima agradável. No ano seguinte, Jusce-
lino Kubitschek assume a presidência. Ele
propõe que a cidade se chame Brasília e
lança o concurso para a escolha do Pla-
no Piloto, o projeto básico do desenho da
capital. Ainda em 1956, começa uma das
primeiras obras, o “Catetinho”, uma resi-
dência presidencial provisória.
2. São apresentados 41 projetos
para o desenho da capital. Em março de
1957 o governo anuncia que o Plano Pilo-
to de Lúcio Costa, um conceituado arqui-
teto e urbanista, fora o escolhido. Apesar
de a planta da cidade ser comparada a
um avião, Lúcio Costa a enxergava de ou-
tra forma: “Ela nasceu do gesto de quem
assinala um lugar ou dele toma posse:
55 Instituto Universal Brasileiro
 dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou
seja, o sinal da cruz”.
3. No projeto de Lúcio Costa, o eixo
norte-sul tem a função de tronco circula-
tório, com pistas de alta velocidade cru-
zadas por pistas laterais que distribuem o
tráfego para os setores residenciais. Já no
eixo monumental leste-oeste ficam con-
centrados os centros administrativos, os Meca (Arábia Saudita) - função religiosa

setores comercial, cultural e de diversões.

O arquiteto escolhido para projetar todos
os edifícios públicos de Brasília é Oscar
Niemeyer. Ele conhecia Juscelino desde
1940, quando este ainda era prefeito de
Belo Horizonte e convidou Niemeyer para
projetar o Conjunto da Pampulha.
4. Em meados de 1958, o ritmo de
construção acelera. Trechos de ruas são
asfaltados e começam as fundações de edi-
fícios importantes, como o Congresso Na-
cional, que ficou pronto em 1959. Em 21 de
abril de 1960, a capital é inaugurada com
uma festa na Praça dos Três Poderes.
Fonte: Navarro, Roberto. Como foi a construção de Valparaíso (Chile) - função portuária
Brasília? Mundo Estranho. Disponível em:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-foi-a-
construcao-de-brasilia. Consultado em: 10.12.2013.
A hierarquia urbana

Cidades podem ter função definida Rede urbana define relações de

influência entre cidades
Outra diferença encontrada também nas
cidades é a respeito da sua função. Existem ci- As cidades sofrem e também geram in-
dades que têm uma função urbana bastante defi- fluências umas as outras. Por exemplo, uma
nida, ou seja, nelas ocorre uma concentração de cidade que possui em seu território uma gran-
atividades relacionadas a um setor específico. de quantidade de habitantes, de universida-
des, de comércio e de indústrias, passa ser
Função mais importante de algumas cidades mais importante que uma que não as possui.
Político-
Religiosa Portuária Industrial
Múltiplas Por outro lado, essa cidade desprovida de
administrativa funções
empregos, de universidades e com uma popu-
Brasília (Brasil)
Aparecida Santos Cubatão São Paulo lação menor, acaba influenciando as relações
(Brasil) (Brasil) (Brasil) (Brasil)
com a outra cidade, já que essa cidade “me-
Pretória (África
Meca Roterdã
Novosibirsk
Nova York nos importante” pode ser a grande fornecedo-
(Arábia (Países (Estados
do Sul)
Saudita) Baixos)
(Rússia)
Unidos) ra de mão de obra para trabalhar na cidade
considerada mais importante.
Camberra
(Austrália)
Jerusalém
(Israel)
Valparaíso
(Chile)
Córdoba
(Argentina)
Paris
(França) Você já deve ter vivenciado isso na prá-
tica, quando verificou que uma pessoa se
Ottawa Lourdes
Liverpool
(Reino
Colônia Tóquio mudou de uma cidade pequena para estudar
(Canadá) (França) (Alemanha) (Japão)
Unido) ou trabalhar numa cidade maior. Talvez tam-
bém já tenha escutado histórias de pessoas
Geografia 2 - Aula 5 56 Instituto Universal Brasileiro
doentes que precisaram se deslocar até ci-
dades grandes para se submeterem a um
tratamento médico.
Essas relações de influência entre as
cidades é o que se denomina rede urbana,
formada pelo conjunto de cidades de peque-
no, médio e grande porte que se interligam
entre si por estradas rodoviárias, estradas
vicinais, hidrovias, ferrovias ou outras vias
de acesso e que acabam por gerar influência
umas as outras.
As cidades que apresentam maior
industrialização, comércio, centros finan-
ceiros ou maior quantidade de população
exercem grande influência sobre as ci-
dades menores, criando uma espécie de
hierarquia.
Tamanho da população determina
as chamadas megacidades
A hierarquia urbana pode ser demons-
trada de várias formas. Uma delas é baseada
no tamanho da população das cidades. As
que têm, por exemplo, mais de 10 milhões de
habitantes, são chamadas de megacidades
pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Atualmente no mundo há mais de 20 megaci-
dades, a grande maioria localizada em países
subdesenvolvidos, devido à população de es-
ses países crescerem mais rápido do que a
dos países desenvolvidos.
Infraestrutura e área de influência
qualificam as cidades globais
Com a intensificação da globalização e
o consequente aumento das relações econô-
micas internacionais, surgiu a necessidade de
classificar as cidades do mundo de forma di-
ferente, o que originou o conceito de cidades
globais. A noção de cidade global não envol-
ve número de habitantes, mas leva em con-
sideração a infraestrutura que elas possuem
de transportes, comunicações e serviços, fun-
damentais para administrar os fluxos de pes-
soas, dinheiro, mercadorias e serviços que
circulam pelo mundo. Ou seja, são cidades
que possuem condições de estarem conecta-
Geografia 2 - Aula 5
das aos grandes centros mundiais de poder
econômico e político.
Megacidade x Cidade global
Vale ressaltar que nem toda mega-
cidade é considerada uma cidade global
e nem toda cidade global é uma megaci-
dade. Megacidade é conceito de caráter
quantitativo (refere-se ao tamanho da po-
pulação) e cidade global, qualitativo (tem
como foco a infraestrutura e a zona de
influência).
Veja os exemplos:
Lagos, capital da Nigéria, África
EUROPA
ÁFRICA
Nigéria
Lagos
Megacidade. A cidade de Lagos,
capital da Nigéria, é uma megacidade
por ter uma população de 13,4 milhões
de habitantes, mas Lagos não tem a im-
portância nem o poder das cidades glo-
bais. Muito ao contrário, a característica
dessa cidade e de outras que estão em
países subdesenvolvidos é concentrar
miséria, falta de infraestrutura, carência
ou ausência de serviços de educação e
de saúde e, principalmente, elevados ín-
dices de violência.
57 Instituto Universal Brasileiro
 Zurique, cidade da Suíça, Europa

EUROPA

Zurique

Suíça

Conurbação entre as cidades da região

metropolitana de Nova York. Em primeiro plano,
Nova York e, ao fundo, Jersey City.

Cidade global. Já a cidade de Zu-

rique, que é o centro financeiro da Suíça
e possui uma das bolsas de valores mais
importantes da Europa, é uma cidade glo-
bal, mas com seus pouco mais de 385 mil
habitantes, está bem longe de ser uma
megacidade. A capital federal da Suíça é
a cidade de Berna.
Conurbação ocorre quando duas
ou mais cidades, devido ao seu cresci-
mento espacial, se unem, formando uma
aglomeração urbana contínua. Quem não
conhece o lugar pode pensar que se tra-
ta de uma cidade só, mas na verdade, as
fronteiras entre os municípios continuam
existindo.

Conurbação, metrópoles e áreas

metropolitanas

O processo de conurbação
Quando uma cidade começa a crescer,
principalmente em número de habitantes, de
forma geral, os preços dos terrenos e dos alu-
guéis nas áreas mais centrais passam a ficar
mais altos devido à valorização. Isso faz com
que, em especial, as populações de baixa ren-
da, migrem em direção à periferia da cidade,
onde encontrará aluguéis e terrenos mais ba-
Metrópoles e área metropolitana
ratos para comprar.
Portanto, a cidade cresce tanto na área Em uma conurbação, destaca-se uma ci-
central quanto na área periférica. Em alguns dade que exerce influência sobre as outras - a
casos, o crescimento é tão grande que a ci- metrópole. O termo metrópole deriva da palavra
dade acaba se unindo com as cidades vizi- grega metrópolis, que significa “cidade-mãe”, ou
nhas, sendo praticamente impossível perce- seja, na metrópole há uma cidade principal (mãe)
ber onde começa uma cidade e termina a onde concentra o comércio e os serviços, as uni-
outra. A esse processo de fusão entre duas versidades, os empregos etc. e por isso acaba
ou mais cidades vizinhas chamamos co- por influenciar as cidades vizinhas a ela.
nurbação. As pessoas ao entorno percorrem diaria-
Geografia 2 - Aula 5 58 Instituto Universal Brasileiro
mente, muitas vezes, grandes distâncias para ir
trabalhar, estudar ou se consultar com um mé-
dico num hospital. Na maior parte dos casos,
deixam as suas cidades pela manhã rumo à
“cidade-mãe” e somente retornam para as suas
cidades de origem à noite. Esse vaivém diário
de pessoas entre duas cidades diferentes é cha-
mado de migração pendular, em comparação
ao movimento de vaivém dos pêndulos.
O conjunto formado pela metrópole e as
cidades contíguas a ela é chamado de área
metropolitana. Nesse caso as metrópoles
exercem grande influência sobre as cidades
vizinhas, partilhando diversos serviços públi-
cos e infraestrutura como estradas, redes de
água e esgoto, transportes etc.
O que é uma metrópole?
As grandes cidades latino-america-
nas anteriores à Segunda Revolução In-
dustrial (que começa em torno de 1870)
não podiam ser consideradas metrópoles
- se reservarmos esta expressão para as
grandes cidades que se irradiam sobre
um vasto território e dotadas de uma im-
portante gama de atividades destinadas a
satisfazer as exigências da vida cotidiana
da totalidade da população nelas contidas.
Fonte: SANTOS, Milton. O espaço dividido - os
dois circuitos da economia urbana dos países
subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1979 (Coleção Ciências Sociais).
Megalópoles
Quando as metrópoles crescem e se
unem com outras metrópoles, temos o surgi-
mento das megalópoles. São regiões supe-
rurbanizadas e que foram conurbadas, for-
mando um corpo urbano único, encontradas
em regiões de intenso desenvolvimento urba-
no; as áreas rurais são praticamente ausen-
tes. As regiões que formam as megalópoles
constituem as mais importantes e maiores
aglomerações urbanas da atualidade.
Geografia 2 - Aula 5
O conjunto de localidades pertencen-
tes a uma megalópole apresenta forte inte-
gração econômica, onde os fluxos de pes-
soas e de mercadorias são intensos. Neste
sentido, a infraestrutura permite que os des-
locamentos sejam ágeis, ou seja, a região é
dotada de meios de transporte rápidos, tais
como: trens expressos, autopistas e pontes
aéreas.
Até as últimas décadas, o fenômeno
das megalópoles e das megacidades esta-
va restrito aos países desenvolvidos, es-
pecialmente na Europa e na América do
Norte. Recentemente, cidades de países
emergentes têm crescido de forma anor-
mal formando imensas e caóticas aglome-
rações urbanas, chegando, às vezes, ao
status de megalópole. Essas cidades loca-
lizam-se, sobretudo na Ásia, mas também
há exemplos na África, América Central e
América do Sul.
Principais megalópoles contemporâneas
O conceito de megalópole remete à co-
nurbação de várias metrópoles, formando
uma extensa e gigantesca área urbanizada,
com forte integração. Corresponde às mais
importantes e maiores aglomerações urba-
nas da atualidade, em regiões de intenso
desenvolvimento urbano, onde áreas rurais
estão praticamente ausentes. Há várias me-
galópoles mais ou menos consolidadas no
mundo. Vamos estudar apenas as principais.
A primeira megalópole brasileira encontra-se
em formação ao longo do eixo metropolitano
São Paulo-Rio de Janeiro.
59 Instituto Universal Brasileiro
 Estados Unidos - Boswash (1), quio, Yokohama e Osaka, abrangendo ain-
Chipitts (2) e San-San (3) da os grandes centros urbanos de Nagoya,
Kobe e Quioto.
CANADÁ
Europa - Inglaterra: Grande Londres (1);
França: Grande Paris (2); e
EUA Detroit
Chicago Alemanha: Reno-Ruhr ou Renana (3)
Cleveland Boston
San Francisco Pittisburgh Nova York
Los Angeles Nova Jersey REINO
Washington
San Diego Filadélfia UNIDO

ALEMANHA
MÉXICO Londres Essen
Colônia
Bonn
Paris

ITÁLIA
A primeira megalópole a se constituir FRANÇA

é Boswash (1), imenso eixo urbano que se ESPANHA

estende desde Boston até Washington, pas-
sando pelas metrópoles de Nova York, Nova Na Europa, as megalópoles situam-se
Jersey, Filadélfia e Baltimore. No próprio ter- na região noroeste. Destacam-se a Gran-
ritório norte-americano há mais duas mega- de Londres (1), no Reino Unido; a Grande
lópoles: Chipitts (2) com dimensões seme- Paris (2), na França e a megalópole Re-
lhantes à Boswash, que se situa ao sul dos no-Ruhr ou Renana (3) na Alemanha, que
Grandes Lagos e é formada por Chicago, compreende as cidades de Colônia, Bonn,
Pittisburgh, Cleveland e Detroit; e San-San (3) Essen entre outras.
que se situa na costa do Pacífico, entre as
cidades de São Francisco e San Diego, in-
cluindo a cidade de Los Angeles. Observe
que a denominação destas megalópolis é
feita a partir das iniciais das cidades mais
importantes. No Brasil ainda não há consenso
sobre a primeira megalópole
Japão - Tokkaido (1) em formação no eixo
São Paulo - Rio de Janeiro
RÚSSIA

No território brasileiro, apesar de

ainda não haver um consenso, temos o
CHINA eixo São Paulo - Rio de Janeiro como
CORÉIA
sendo a primeira megalópole do país.
JAPÃO
DO NORTE

Uma forma simples de verificar o quanto

Tóquio
CORÉIA
DO SUL essas duas metrópoles estão conurba-
Yokohama
das formando uma megalópole é viajar
Nagoya
Kobe
Osaka pela rodovia Presidente Dutra que liga a
cidade de São Paulo à cidade do Rio de
Janeiro.
No Japão, onde a maior parte da po- Se observarmos a paisagem entre
pulação e da produção industrial está espre- as duas cidades, verificamos que entre
mida nas terras escassas do litoral sudeste, elas há pequenas e médias cidades for-
nasceu a megalópole de Tokkaido (1), cujos mando desde São Paulo até o Rio de
pontos extremos são as metrópoles de Tó-
Geografia 2 - Aula 5 60 Instituto Universal Brasileiro
 Janeiro um corpo urbano único. Pela rodo-
via, a todo o momento observamos muitas
residências, indústrias, comércios e popu-
lação dominando a maior parte da paisa-
gem do trajeto entre as duas cidades.
BRASIL
Rio de Janeiro
São Paulo
URUGUAI
Há ainda estudos da Empresa Pau-
lista de Planejamento Metropolitano (Em-
plasa), órgão do governo estadual de
São Paulo, que indicam que a primeira
megalópole, em processo de formação,
teria como ponto de partida uma macro-
metrópole que já existe no Brasil, que é
uma classificação urbana intermediária. É
quando uma metrópole se junta a outra
grande cidade através de uma conurba-
ção. É maior do que uma metrópole, mas
ainda não pode ser chamada de megaló-
pole. Esta só se forma quando duas me-
trópoles se unem.
A primeira macrometrópole brasilei-
ra fica no estado de São Paulo e é for-
mada por uma rede de 173 municípios
de quatro regiões metropolitanas (Bai-
xada Santista, Campinas, Grande São
Paulo, Vale do Paraíba/Litoral Norte); de
aglomerações urbanas como de Soroca-
ba, Jundiaí e Piracicaba; além das mi-
crorregiões de Bragantina e São Roque;
Geografia 2 - Aula 5
totalizando cerca de 50 mil km2 de área,
ou seja, 20,12% do território paulista e
0,58% do nacional. De acordo com da-
dos do Censo Demográfico, em 2010, a
população da macrometrópole era de
30.517.375 habitantes (73,98% do total
do Estado de São Paulo).
Outros estudos indicam que essa ma-
crometrópole irá se espraiar e se conurba-
rá, dentro de alguns anos, com a metrópole
do Rio de Janeiro, formando, portanto, a
primeira megalópole brasileira.
Futura megalópoles chinesa: um
desafio para o século 21
O governo chinês anunciou um am-
bicioso projeto de desenvolvimento e ges-
tão visando à integração das metrópoles
do sudeste do país, capitaneadas por
Guangzhou (antiga Cantão) e Shenzen.
Trata-se de uma das grandes bacias ur-
bano-industriais do país, juntamente com
as de Pequim e Xangai.
Pequim
CHINA
Xangai
Guangzhou
ÍNDIA Taiwan
Shenzen
Hong Kong
Área das metrópoles
Área da futura megalópole
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-
medio/megalopole-chinesa-desafios-urbanos-seculo-
-xxi-629206.shtml. Fragmento e mapa adaptados.
61 Instituto Universal Brasileiro

O processo de urbanização
no mundo
Urbanização nos países
desenvolvidos e subdesenvolvidos
Sempre que há a transformação de es-
paços naturais e rurais em espaços urbanos e
o número de habitantes ultrapassa o que exis-
te no campo, dizemos que houve uma urba-
nização. O início da urbanização nos países
desenvolvidos e em escala mundial se iniciou
no século 18 com a Revolução Industrial. Já o
processo de urbanização dos países subde-
senvolvidos também se deu por conta, prin-
cipalmente, da chegada das indústrias e co-
meçou após a Segunda Guerra Mundial com
as transnacionais dos países desenvolvidos
desembarcando em seus territórios.
Diferenças essenciais entre
as cidades
Apesar de o mecanismo gerador da ur-
banização ser o mesmo (industrialização) nos
países desenvolvidos e subdesenvolvidos, as
cidades nos países pobres surgiram sem o
mínimo de planejamento, apresentando, por-
tanto, inúmeros problemas.
Sítio urbano. Lugar ocupado por uma
cidade - especialmente quanto ao seu aspec-
to natural - que pode favorecer ou atrapalhar
seu desenvolvimento.
Origem das cidades. A origem da cida-
de também pode ser diferente. Se o aglome-
rado urbano surgiu naturalmente de peque-
nos núcleos de povoamento, vai dar origem
a uma cidade espontânea. Algumas vezes,
porém, as cidades são planejadas, isto é,
são construídas seguindo projetos previa-
mente concebidos.
Função urbana. Outra diferença en-
contrada também nas cidades é a respeito
da sua função. Existem cidades que têm uma
função urbana bastante definida, ou seja,
nelas ocorre uma concentração de atividades
relacionadas a um setor específico.
Geografia 2 - Aula 5
A hierarquia urbana
Rede urbana. As cidades sofrem e tam-
bém geram influências umas as outras. Es-
sas relações de influência entre as cidades
é o que se denomina rede urbana, formada
pelo conjunto de cidades de pequeno, médio
e grande porte que se interligam entre si por
estradas rodoviárias, estradas vicinais, hidro-
vias, ferrovias ou outras vias de acesso e que
acabam por gerar influência umas as outras.
As cidades que apresentam maior in-
dustrialização, comércio, centros financeiros
ou maior quantidade de população exercem
grande influência sobre as cidades meno-
res, criando uma espécie de hierarquia.
Megacidades. A hierarquia urbana pode
ser demonstrada de várias formas. Uma delas
é baseada no tamanho da população das ci-
dades. As que têm, por exemplo, mais de 10
milhões de habitantes, são chamadas de me-
gacidades.
Cidades globais. Com a intensificação
da globalização e o consequente aumento
das relações econômicas internacionais, sur-
giu a necessidade de classificar as cidades do
mundo de forma diferente, o que originou o
conceito de cidades globais.
A noção de cidade global envol-
ve as condições que a cidade propor-
ciona para as empresas, as pessoas,
o capital etc, estarem conectadas aos
grandes centros mundiais de poder
econômico e político.
Conurbação, metrópoles e áreas
metropolitanas
Conurbação. Ocorre quando duas ou
mais cidades, devido ao seu crescimento es-
pacial, se unem, formando uma aglomeração
urbana contínua.
Metrópole. Em uma conurbação, desta-
ca-se uma cidade que exerce influência sobre
as outras - a metrópole. O conjunto formado
pela metrópole e as cidades contíguas a ela é
chamado de área metropolitana.
Megalópole. Quando as metrópoles
crescem e se unem com outras metrópoles,
temos o surgimento das megalópoles.
62 Instituto Universal Brasileiro

1. Sobre o aumento da urbanização que
se verifica no mundo é correto afirmar que o
fenômeno:
a) ( ) é verificado com a mesma for-
ça nos países desenvolvidos e subdesen-
volvidos.
b) ( ) é provocado em todo o mundo
pelos baixos índices de natalidade e altas ta-
xas de mortalidade.
c) ( ) é característico dos países in-
dustrializados europeus com altas taxas de
natalidade.
d) ( ) é mais intenso nos países sub-
desenvolvidos por causa do êxodo rural e das
altas taxas de natalidade.
2. Quanto à sua classificação, uma cida-
de pode ser analisada sob diferentes aspec-
tos, como situação, função, origem ou sítio.
Assinale a alternativa que apresenta a melhor
definição de sítio urbano.
a) ( ) É a posição que uma cidade
ocupa em relação aos fatores naturais.
b) ( ) É a atividade que melhor carac-
teriza uma cidade.
c) ( ) É o lugar ocupado por uma ci-
dade, especialmente quanto ao seu aspecto
natural.
d) ( ) É a posição que a cidade ocupa
na rede urbana.
3. “Malha formada pelo conjunto de ci-
dades de pequeno, médio e grande porte que
se interligam entre si por estradas rodoviárias,
estradas vicinais, hidrovias, ferrovias ou ou-
tras vias de acesso e que acabam por gerar
influência umas as outras.”
O fragmento acima apresenta o conceito de:
a) ( ) rede urbana.
b) ( ) polarização urbana.
c) ( ) megalópole.
d) ( ) região urbana.
Geografia 2 - Aula 5
4. “Grau ou nível de importância que as
cidades possuem em uma rede urbana devi-
do à população e ao volume e especialização
das atividades econômicas e culturais.”
(Adaptado de GIOVANNETTI, G. & LACERDA, Madalena.
Dicionário de Geografia: Termos, expressões, conceitos.
Melhoramentos: São Paulo, 1996)
O fragmento acima apresenta o conceito de:
a) ( ) polarização urbana.
b) ( ) conurbação.
c) ( ) hierarquia urbana.
d) ( ) região urbana.
5. Observe a figura abaixo.
Antes
A
B
Depois
A B
Áreas adensadas dos municípios
Limite de município
O processo representado na figura, observado
em diversas cidades do mundo, é denominado:
a) ( ) urbanização.
b) ( ) metropolização.
c) ( ) conurbação.
d) ( ) segregação.
6. (IFSUL) “Estão no topo de uma hie-
rarquia urbana mundial, comportando-se como
centros articuladores dos fluxos gerados pela
globalização econômica. Destacam-se no espa-
ço geográfico mundial por abrigar as matrizes de
grandes empresas e por sediar as bolsas de va-
lores mais movimentadas do planeta. São exem-
plos: Nova Iorque, Londres, Tóquio, Frankfurt.”
As descrições acima se referem às:
a) ( ) megacidades.
b) ( ) cidades globais.
c) ( ) funções urbanas.
d) ( ) metrópoles nacionais.
63 Instituto Universal Brasileiro

1. d) ( x ) é mais intenso nos países
subdesenvolvidos por causa do êxodo ru-
ral e das altas taxas de natalidade.
Comentário. É nos países subdesen-
volvidos que encontramos uma intensifica-
ção da urbanização, resultante tanto da che-
gada das indústrias transnacionais em seus
territórios que vão à busca de mão de obra
barata, matéria-prima, mercado consumidor
entre outros. Fato que provoca o êxodo rural
– a população do campo migra para as ci-
dades em busca de emprego nas indústrias.
Outra causa de urbanização são as altas ta-
xas de natalidade, provocadas, entre outros
fatores, pelos baixos indicadores socioeco-
nômicos como baixa renda per capita, anal-
fabetismo, carência de médicos.
2. c) ( x ) É o lugar ocupado por
uma cidade, especialmente quanto ao seu
aspecto natural.
Comentário. O terreno sobre o qual
a cidade se constrói recebe o nome de sítio
urbano. O conceito, portanto, remete à área
ocupada pela cidade, isto é, o terreno com as
suas características de relevo: altitudes, co-
linas e baixadas, vales, brejos etc. Algumas
cidades se situam em áreas litorâneas, ou-
tras em planaltos interiores, outras no sopé
(base) de montanhas e assim por diante.
3. a) ( x ) rede urbana.
Comentário. A rede urbana é a ma-
lha formada pelo conjunto de cidades de
pequeno, médio e grande porte que se in-
terligam entre si por estradas rodoviárias,
estrada vicinais, hidrovias, ferrovias ou ou-
tras vias de acesso. Trata-se de um con-
junto articulado de cidades e grandes cen-
tros urbanos, que se integram por meio de
fluxos de serviços, mercadorias, capitais,
informações e recursos humanos. O con-
ceito de rede urbana refere-se também à
integração entre os diferentes centros ur-
banos em escala mundial.
Geografia 2 - Aula 5
4. c) ( x ) hierarquia urbana.
Comentário. O grau de importância
que as cidades têm dentro de uma rede
urbana é chamado de hierarquia urbana,
em que as cidades menores costumam ser
relativamente dependentes das cidades
maiores e economicamente mais desenvol-
vidas. Em regiões com mais infraestrutura,
a tendência é que haja uma maior interli-
gação entre as diferentes cidades. Caso
contrário, a integração entre as cidades se
torna limitada pela organização territorial
dispersa. O grau de integração das redes
urbanas é um indicativo do nível de desen-
volvimento do país.
5. c) ( x ) conurbação.
Comentário. A conurbação é a união
de duas ou mais cidades pré-existentes, for-
mando uma área urbana contínua, um úni-
co aglomerado urbano, porém, mantendo
suas autonomias político-administrativas.
A unificação da malha urbana de duas ou
mais cidades ocorre em consequência de
seu crescimento geográfico. O processo de
conurbação é caracterizado por um cresci-
mento que expande a cidade, prolongando-a
para além das áreas adensadas, absorven-
do áreas desocupadas e aglomerados ru-
rais. No caso de cidades menores, acabam
comportando-se como parte integrante da
metrópole. Com a expansão e a integração,
desaparecem os limites físicos, matendo-se
apenas os limites geográficos entre os dife-
rentes núcleos urbanos.
6. b) ( x ) cidades globais.
Comentário. A noção de cidade glo-
bal envolve as condições que a cidade pro-
porciona para as empresas, as pessoas, o
capital entre outros, estarem conectadas
aos grandes centros mundiais de poder
econômico e político. As cidades globais
estão no topo de uma hierarquia urbana
mundial e são os principais centros finan-
ceiros e bancários do mundo. Concentram
o controle administrativo de grandes em-
presas ou organizações internacionais,
como é o caso de Nova Iorque, Londres,
Tóquio e Frankfurt.
64 Instituto Universal Brasileiro