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Martins

Advocacia Especializada

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA


COMARCA DE BOQUIM/SE.

Proc. nº. xxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxx já qualificado nos autos em epígrafe que lhe


move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem, à
presença de Vossa Excelência, requerer o

RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Com fulcro no artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal bem


como nos artigos 306, § 1° e 310 ambos do Código de Processo
Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

A prisão em flagrante é a captura de alguém no momento em


que se comete um crime. A flagrância é uma qualidade da infração: o
sujeito é preso no momento em que perpetra um crime. É o delito
que está se consumando. Logo, conclui-se que prisão em flagrante
delito é a prisão daquele que é surpreendido cometendo uma infração
penal.
Vejamos os ditames do Código de Processo Penal em seu
artigo 306, § 1º:

martinsizaque7@gmail.com , Tel.: (71) 98197-7446/99319-9720


Rua Castro Alves, n° 124, 1° andar, Centro, Camaçari/BA “próximo ao prédio redondo”.
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Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre


serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão,
será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante
e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
integral para a Defensoria Pública.

Destaca-se ainda os ditames do artigo 310 do mesmo diploma


processual:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá
fundamentadamente:
I – relaxar a prisão ilegal; ou
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão; ou
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Sobre o prazo da conversão prisão em flagrante em prisão


preventiva, vejamos o que ensina o professor Eugenio Pacelli de
Oliveira, Procurador da República:
“Penso que o Juiz deve despachar ou decidir em 24 horas após o
recebimento do APF. Assim, teríamos uma regra geral de 48
horas (24 para a lavratura do APF e 24 horas para a decisão). Esse
entendimento se justifica, sobretudo, em razão da natureza
coercitiva e excepcional da prisão”.

Logo, devido à ausência da conversão da prisão em flagrante


em prisão preventiva no tempo hábil, a prisão do réu passou a
configurar uma prisão ilegal, observando o fato de que a prisão em
flagrante se deu em 15/05/2019, e até a presente data permanece a
restrição da liberdade de locomoção do indivíduo, sem observância
das normas vigentes. Vejamos o que nos mostra o artigo 5º,
inciso LXV da Constituição Federal:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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Rua Castro Alves, n° 124, 1° andar, Centro, Camaçari/BA “próximo ao prédio redondo”.
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(…)
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;

O enunciado do dispositivo constitucional deixa evidente o


cabimento do pedido de relaxamento da prisão sempre que a prisão
se apresentar ilegal e, por essa razão, requer que seja concedido ao
indiciado o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, sob pena
de violação dos artigos 306 e 310 do Código de Processo Penal e do
artigo 5º, incisos II, LIV e LXVI da Carta Magna.

Neste termo.

Pede deferimento

Camaçari/BA 12 de setembro de 2019

martinsizaque7@gmail.com , Tel.: (71) 98197-7446/99319-9720


Rua Castro Alves, n° 124, 1° andar, Centro, Camaçari/BA “próximo ao prédio redondo”.

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