A prosa no Romantismo
Prosa é um termo latino que significa “discurso direto, livre, em linha reta”.
Refere-se ao texto escrito como expressão natural da linguagem, em parágra-
fos. Na literatura, sobretudo romântica, trata-se do texto usado para escrever os
romances - histórias ou narrativas - e se contrapõe à poesia.
Os primeiros jornais surgiram na Europa no século 17, cerca de duzentos anos depois da invenção
da prensa por Gutenberg, quando já havia uma maior quantidade de pessoas capazes de ler. Desde o
início, os jornais eram vistos com certa desconfiança, seja pelo medo de poderem incitar a população a
motins e revoluções ou mesmo por preconceito contra um gênero passível de ser lido por várias camadas
da sociedade. Por outro lado, um gênero literário antes desprezado, o romance, adquiria no século 19,
junto com o desenvolvimento da imprensa, um lugar de destaque na Literatura.
A relação entre o desenvolvimento dos jornais e a ascensão do romance não é simplesmente
uma coincidência temporal. Muitos romances foram publicados nos jornais como folhetins. Até hoje
essa palavra se refere, geralmente de forma pejorativa, a intrigas de enredos rocambolescos e de
alto apelo popular. Porém muitos romances considerados hoje clássicos da Literatura, de autores
respeitados como Alexandre Dumas, Balzac e Machado de Assis, ou seja, da Alta Literatura, vieram
a público inicialmente também dessa maneira.
A palavra “folhetim” vem do francês e significa “pequena folha”. A partir de 1836 o termo pas-
sou a se referir a “romances-folhetim”, ou seja, romances publicados de forma fragmentada em jor-
nais e marcados por uma estratégia de corte que provocava a curiosidade do leitor pelos “próximos
capítulos”, estratégia mantida atualmente pelas novelas televisivas. Nesse momento ocorria uma
conjunção de fatores para o sucesso dos folhetins: o aumento da taxa de alfabetização, a diminuição
da jornada de trabalho, a mudança do gosto, a importância crescente dos jornais no cotidiano e a
diminuição de seus preços.
Texto adaptado, com base em trabalho publicado pela professora de Comunicação Social e mestre em Letras, Luiza
Alvim. Disponível em: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/6o-encontro-2008-1/Os%20jornais-%20o%20ro-
mance%20e%20o%20folhetim.pdf. Acesso em: 20.10.2013.