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Geografia de Moçambique

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Geografia de Moçambique

Mapa de Moçambique
Localização
Continente África
Região África Austral
Coordenada 10°-27° S, 30°-41° E
s
Área
Posição 34.º maior
Total 801 590
Fronteiras
Total
Países Suazilândia, África do Sul,
vizinhos Zimbabué, Malawi, Zâmbia e
Tanzânia
Reivindicações marítimas
Mar 12 milhas
territorial
Zona 200 milhas
econômica
exclusiva
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem
como limites: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malaui e a Zâmbia; a
oeste, o Zimbabué, a África do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do
Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada por Canal de
Moçambique.
No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores
(incluindo a possessão francesa de Mayotte). No Oceano Índico, para
leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as dependências de
Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique,
sensivelmente a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol
de Bassas da Índia, igualmente possessão francesa.
A capital de Moçambique é Maputo (Lourenço Marques durante a
dominação portuguesa).
A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com
uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral, limitando
no interior com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do
Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga
planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales
de vários rios, o mais importante dos quais é o rio Limpopo.

Índice

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Referências Pontos extremos[editar | editar código-
fonte]
• Norte: Foz do Rovuma
• Sul: Ponta do Ouro
• Este: Ponta da Quitangonha (a sul de Nacala)
• Oeste: Zumbo
• Elevação máxima: Monte Binga, 2.436 m
• Elevação mínima: Oceano Índico, 0 m
Geografia humana[editar | editar código-fonte]
Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Subdivisões de Moçambique


Moçambique está dividido em onze províncias, sendo uma delas uma
área urbana com estatuto provincial. As províncias são as seguintes, de
norte para sul e de oeste para este: Niassa (capital: Lichinga, ex-Vila
Cabral); Cabo Delgado (capital: Pemba, ex-Porto Amélia); Nampula
(capital: Nampula); Zambézia (capital: Quelimane); Tete (capital: Tete);
Manica (capital: Chimoio, ex-Vila Pery); Sofala (capital: Beira);
Inhambane (capital: Inhambane); Gaza (capital: Xai-Xai, ex-João Belo);
Maputo (capital: Matola).
A área urbana com estatuto provincial é a cidade do Maputo (ex-
Lourenço Marques), capital do país. Geograficamente, esta área urbana
situa-se em pleno território da província do Maputo.
Capital e cidades principais[editar | editar código-fonte]
Maputo é a capital e, simultaneamente, a maior cidade de Moçambique.
Designada Lourenço Marques desde a sua fundação e durante todo o
período da soberania portuguesa, mudou de nome em 1976, pouco
depois da independência.
Outras cidades importantes: Nampula, Beira, Nacala, Quelimane,
Pemba, Tete. Na periferia oeste da cidade do Maputo, destaca-se a
cidade-satélite da Matola. Isoladamente, a Matola seria a segunda
cidade mais populosa de Moçambique, mas integra-se na mancha
urbana do Maputo.
Por conseguinte, excluindo a Matola da categoria de centro urbano
propriamente dito, a segunda cidade de Moçambique é Nampula, que,
demograficamente, ultrapassou a Beira na viragem do século XX para o
século XXI.
Património histórico[editar | editar código-fonte]
O património histórico mais notável de Moçambique concentra-se nos
seguintes locais:
— Ilha de Moçambique, na baía do Mossuril, ao largo da localidade do
Lumbo, no litoral da província de Nampula (zona setentrional do país);
— Parte antiga da cidade de Inhambane, capital da província do mesmo
nome (zona meridional do país);
— Baixa da cidade do Maputo (zona meridional do país);
— Ilha do Ibo, outrora entreposto de escravos, no arquipélago das
Quirimbas (hoje parque natural, no litoral da província de Cabo
Delgado).
A Ilha de Moçambique deu o nome à totalidade do território, do qual foi
capital até 1898 (ano em que a sede do governo colonial passou para
Lourenço Marques). Em 1991, a UNESCO inscreveu-a na lista do
Património Mundial da Humanidade. De entre vários monumentos,
destacam-se a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, em estilo
manuelino, e a Fortaleza de S. Sebastião, expressivos exemplares de
arquitetura colonial portuguesa que datam do século XVI (poucas
décadas depois da passagem de Vasco da Gama, o primeiro europeu
que circum-navegou o extremo meridional da África). O Palácio de S.
Paulo ou Palácio dos Capitães-Generais é igualmente notável. A
chamada «cidade de pedra» conta com diversas igrejas centenárias,
além de edifícios residenciais e comerciais em estilo português, com
influências indostânicas.
As influências indostânicas observam-se igualmente na parte antiga da
cidade de Inhambane e na Baixa do Maputo.
Comunicações[editar | editar código-fonte]
Transportes marítimos[editar | editar código-fonte]
A grande extensão do território, principalmente na direção S-N (pouco
menos de dois mil quilómetros em linha reta), e a dispersão dos centros
urbanos são dois fatores que, desde sempre, dificultaram as
comunicações terrestres em Moçambique, levando, consequentemente,
ao desenvolvimento de um número relativamente elevado de portos de
mar durante a primeira metade do século XX.
De norte para sul, podem citar-se os seguintes: Mocímboa da Praia,
Pemba, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche (ex-António Enes),
Moma, Pebane, Quelimane, Chinde, Beira, Inhambane e Maputo.
O porto do Maputo é o maior de Moçambique e um dos mais
importantes da África Oriental.
Transportes aéreos[editar | editar código-fonte]
As mesmas razões (grande extensão do território e dispersão dos
centros urbanos) levaram igualmente à construção de uma rede de
aeroportos e aeródromos, com particular incidência na segunda metade
do século XX.
Quase todas as capitais de província dispõem de pistas capazes de
receber as maiores aeronaves comerciais a jato (as exceções são o
Xai-Xai, Inhambane e o Chimoio). Esta rede é complementada por
diversos aeródromos de menores dimensões.
A companhia aérea nacional, LAM-Linhas Aéreas de Moçambique
(designação adotada depois da independência, em 1975), resulta da
remodelação da DETA-Direção de Exploração dos Transportes Aéreos,
uma empresa criada em 1936 pelo governo português que, além de
carreiras internas, começou desde logo a efetuar voos para a África do
Sul e para a antiga Federação da Rodésia e Niassalândia (os atuais
Zimbabué, Zâmbia e Malaui).
Ferrovias[editar | editar código-fonte]
A construção de linhas de caminho-de-ferro em Moçambique obedeceu
muito mais a uma lógica de abastecimento e escoamento dos territórios
e países vizinhos sem acesso direto ao mar do que a uma lógica de
interligação e serviço interno.
Assim, o nó ferroviário sediado em Lourenço Marques tinha como
principal destino o grande centro urbano e industrial de Joanesburgo, na
África do Sul, via Moamba e Ressano Garcia (atual Incomáti).
Um outro ramal seguia da capital para norte e noroeste, via Vila Luísa
(atual Marracuene), Manhiça, Magude e Trigo de Morais (atual Chokwé
ou Chókwè), até à Rodésia do Sul (Zimbabué), através do posto
fronteiriço da Malvérnia (atual Chicualacuala).
A mesma lógica esteve na base da construção do Caminho-de-Ferro da
Beira, que, partindo do segundo porto marítimo de Moçambique (e,
durante a maior parte do século XX, também a sua segunda cidade,
hoje ultrapassada a nível demográfico por Nampula), seguia até Vila
Pery (atual Chimoio) e Macequece (posteriormente Vila de Manica),
passando então pelo posto fronteiriço da Machipanda, rumo à capital da
Rodésia do Sul, Salisbúria (atual Harare).
No Dondo, cerca de 30 km a noroeste da Beira, a linha divide-se, com
um ramal para norte, via Inhaminga, ao longo da parte setentrional da
província de Sofala, até Caia (antiga Vila Fontes), na margem direita do
Zambeze. Do nó de Inhamitanga, entre Inhaminga e Caia, parte um
ramal secundário para Marromeu, a leste, e daí um outro para a atual
Caia, de modo que Inhamitanga, Marromeu e Caia são os vértices de
um triângulo ferroviário.
Caia constitui um entroncamento entre a linha proveniente da Beira, a
sul, a linha proveniente de Marromeu, a sueste, e uma outra
proveniente de Tete, a noroeste (esta última escoa o carvão das jazidas
de Moatize, na província de Tete, via Sena e Mutarara).
Na região Norte, há uma linha ferroviária que atravessa toda a província
de Nampula e a parte meridional da província do Niassa, para penetrar
no Malaui entre os lagos Chirua e Chiuta. Na extremidade oriental, tem
início em dois ramais distintos, um a partir do porto de Nacala, o outro a
partir de Mossuril, os quais se juntam no nó de Monapo e seguidamente
servem Meconta, Nampula, Ribaué, Entre-Rios e, já na província do
Niassa, Cuamba (ex-Nova Freixo).
Não há ligação entre estes grandes eixos ferroviários.
A curta linha de cerca de 100 km entre Inharrime e a capital da
província de Inhambane, bem como a linha de Quelimane a Mocuba, na
província da Zambézia, ambas sem continuidade para outros pontos de
Moçambique, não quebram a característica descoordenação interna da
rede ferroviária. A título de exemplo: se um passageiro pretendesse ir
do Maputo até à Beira, só poderia fazê-lo com escala em Harare, capital
do Zimbabué (embarcaria no Maputo pelo ramal norte, até
Chicualacuala, na fronteira, seguiria até Harare e, aí, tomaria o
caminho-de-ferro da Beira, via Manica, Chimoio e Dondo).
Geografia física[editar | editar código-fonte]
Em latitude, Moçambique tem por limites aproximados os paralelos 10°
S e 27° S, situando-se, pois, maioritariamente, na Zona Tórrida. Apenas
uma pequena porção do seu território, onde está localizada a capital,
fica para sul do Trópico de Capricórnio (23° 26’ 14,440” de latitude sul),
ou seja, na Zona Temperada do Sul.
Em plena África Austral, frente ao oceano Índico, que aqui toma o nome
de Canal de Moçambique, o país tem uma forma longilínea, mais larga
a norte mas acentuadamente estreita a sul (a «cauda de
Moçambique»). No que toca à longitude, os seus limites são os
meridianos 30° E e 41° E.
No terço setentrional, a província de Tete forma uma grande
protuberância com orientação de SE para NW, intrometida entre o
Malaui, a Zâmbia e o Zimbabué.
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Lagos[editar | editar código-fonte]
O maior lago de Moçambique, que o país partilha com a Tanzânia e
com o Malaui, é o Niassa (conhecido nos países de língua inglesa como
Lake Malawi). De forma alongada na direção S-N, tem um comprimento
máximo de 580 km e uma largura máxima de 75 km. Situa-se na ponta
noroeste do país, no extremo meridional do Vale do Rift, a grande
depressão que se inicia junto ao golfo de Áden e que, seguindo para
sul, separa os planaltos da Etiópia e da Somália e, nas zonas de maior
profundidade, é inundada, formando os grandes lagos da África Oriental
(Turkana, Alberto, Kyoga, Vitória, Eduardo, Kivu, Tanganhica, Rukwa,
Mweru e Niassa, entre outros de menores dimensões).
Outros lagos importantes de Moçambique são o Chiuta e o Chirua,
igualmente situados no extremo meridional do vale do Rift mas dos
quais Moçambique apenas possui as margens orientais, pois ambos se
estendem maioritariamente pelo Malaui. A lagoa Amaramba,
inteiramente em território moçambicano, é um apêndice setentrional do
lago Chiuta.
No litoral sul de Moçambique (províncias de Inhambane e de Gaza), há
diversas lagoas de forma alongada, sensivelmente paralelas à costa:
Dongane, Poelela, Maiene, Quissico (ou Zavala), Marrângua,
Inhampavala, Bilene. Nesta última, ligada ao mar por um estreito canal,
existem alguns aproveitamentos turísticos. Durante a soberania
portuguesa, era também designada «concha de São Martinho do
Bilene», porquanto, embora bastante maior, tem uma configuração
física semelhante à da concha ou baía de São Martinho do Porto, em
Portugal.
Rios[editar | editar código-fonte]
Quase todos os principais rios de Moçambique seguem,
aproximadamente, o sentido de oeste para este (ou de noroeste para
sueste), desaguando no Canal de Moçambique (a secção do Oceano
Índico situada entre o continente e a ilha de Madagáscar).
As duas exceções mais notáveis são o Lugenda e o Chire.
• Lugenda: Tem um percurso sensivelmente de sudoeste para
nordeste, com o troço inicial na província do Niassa e o troço final
a marcar o limite entre esta última e a província de Cabo Delgado,
até à confluência com o rio Rovuma.
• Chire: Corre sensivelmente de norte para sul (trata-se, na verdade, de
um transbordo do lago Niassa, na ponta meridional deste último,
em território malauiano). Depois de alimentar diversos lagos de
menores dimensões no Malaui, o rio Chire conflui com o rio Ruo
(que corre também de norte para sul ao longo da fronteira entre os
dois países) e vai desaguar na margem esquerda do Zambeze, já
em território moçambicano, a jusante da povoação da Mutarara.
Por outras palavras, pode dizer-se que o lago Niassa transborda
indiretamente as suas águas para o oceano Índico, canalizando-
as desde a sua ponta sul, através do rio Chire, para o rio
Zambeze, que acaba por as lançar no oceano.
Os grandes rios que desaguam no Canal de Moçambique são, de norte
para sul, os seguintes:
• Rovuma: Nasce na Tanzânia (onde é conhecido como Ruvuma) e,
pouco depois de receber na margem direita o afluente Messinge
(este com a sua nascente na província do Niassa, entre a capital,
Lichinga, e a povoação de Maniamba), inflete para leste e passa a
marcar, na sua maior extensão, a fronteira com a Tanzânia, até à
foz, a norte da povoação de Quionga. Sensivelmente a meio do
percurso internacional, recebe, na margem direita, as águas do
Lugenda, junto à povoação de Negomano. O Rovuma é um dos
dois rios mais emblemáticos de Moçambique (o outro é o Maputo,
na fronteira meridional), facto associado ao lema «Viva
Moçambique unido, do Rovuma ao Maputo», que a «Voz da
Frelimo», emissora da Frente de Libertação de Moçambique,
divulgava a partir da Tanzânia durante a guerra da independência
(1964-1974). Embora os caudais de ambos imediatamente a
montante da confluência sejam comparáveis (o que, à partida,
suscitaria a dúvida entre ser o Lugenda afluente do Rovuma ou
vice-versa), é o rio Lugenda que se considera afluente do
Rovuma: de facto, o Rovuma segue uma direção menos irregular
até à foz (sensivelmente de oeste para leste), pelo que se
considerou ser este o rio principal, e o Lugenda um seu tributário.
• Messalo: Rio inteiramente moçambicano, nasce no centro-sul da
província do Niassa e, depois de um percurso no sentido
sensivelmente SW-NE, desagua no litoral da província de Cabo
Delgado.
• Lúrio: Rio também inteiramente moçambicano, nasce no extremo sul
da província do Niassa, a leste da cidade de Cuamba, e
estabelece a fronteira administrativa entre a província de
Nampula, na margem direita, e as províncias do Niassa e de Cabo
Delgado, na margem esquerda, respetivamente a oeste e a leste.
Desagua no Canal de Moçambique, entre as cidades de Pemba e
Nacala.
• Zambeze: O maior rio de Moçambique e quarto do continente africano
– depois do Nilo, do Zaire (ou Congo) e do Níger –, o Zambeze é
também o maior dos rios africanos que desaguam no Oceano
Índico. Nasce no extremo ocidental da Zâmbia e, inicialmente,
segue para norte e oeste até penetrar no extremo oriental de
Angola, onde inflete para sul. Tomando em seguida um percurso
mais regular rumo ao Oceano Índico, marca a fronteira entre a
Zâmbia, na margem esquerda, e a faixa de Caprivi (extremo
nordeste da Namíbia), na margem direita. Depois, estabelece a
fronteira entre a Zâmbia, a norte, e o Zimbabué, a sul, num troço
em que se destacam as Cataratas Vitória (Victoria Falls) e a
barragem de Kariba. Entra em Moçambique junto à povoação do
Zumbo, na cauda montante do outro grande empreendimento
hidroelétrico do seu percurso: a barragem de Cabora Bassa,
totalmente em Moçambique. Em território moçambicano, o
percurso do Zambeze é sensivelmente de oeste para leste entre o
Zumbo e a povoação do Songo, poucos quilómetros a jusante do
paredão de Cabora Bassa. Seguidamente, até à foz, desce de
noroeste para sueste, num troço em que se destacam: a histórica
Missão de Boroma; a cidade de Tete (capital provincial); a
povoação de Massangano, junto à confluência do Luenha, na
margem direita (palco, no século XIX, de combates entre a
administração colonial portuguesa e a dinastia feudal dos Cruz); a
garganta da Lupata; a histórica Vila de Sena; os «tandos»
(savanas) de Marromeu, onde existe uma reserva natural muito
rica em fauna de grande porte. O seu grande afluente da margem
esquerda é o Chire, que, como se disse, constitui um transbordo
do lago Niassa (o que nos permite dizer que as águas do lago
Niassa acabam por verter para o Oceano Índico, através do canal
que o rio Chire e o troço inferior do Zambeze formam).
• Antes de desaguar no Canal de Moçambique, o Zambeze divide-se
em vários braços, na margem esquerda de um dos quais, o rio
dos Bons Sinais (assim batizado por Vasco da Gama, pelos sinais
que aí recebeu de estar na boa rota para a Índia), se situa a
cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia. Na foz de
um outro braço, imediatamente a norte do principal, fica o porto
marítimo do Chinde.
• Pungoé (ou Púngoè): Grande rio do centro-sul de Moçambique, nasce
no Zimbabué (onde é conhecido como Pungwe) e segue para
leste. A partir dos confins ocidentais de Moçambique, inflete em
arco para norte, marcando um curto troço da fronteira entre os
dois países. Já em território inteiramente moçambicano, ruma
para sueste, bordeja o limite meridional do Parque Nacional da
Gorongosa e desagua a norte da baía de Sofala, formando um
estuário baixo e pantanoso em cuja margem esquerda se situa a
Beira (segundo porto e terceira cidade de Moçambique).
• Búzi: Nasce no lado moçambicano da fronteira com o Zimbabué,
perto da povoação de Espungabera, seguindo depois
sensivelmente de sudoeste para nordeste, até desaguar
imediatamente a sul do estuário do Púngoè. O seu afluente
principal, o Revué (na margem esquerda), que corre de noroeste
para sueste desde as terras altas da província de Manica, tem, no
troço inicial, um dos grandes empreendimentos hidroelétricos de
Moçambique – a barragem da Chicamba Real.
• Save: Nasce no Zimbabué (onde é conhecido como Sabi), a sul da
capital, Harare, e corre de norte para sul até à confluência com o
Runde, a partir da qual inflete para leste e penetra em território
inteiramente moçambicano. Aqui, bordeja o limite norte do Parque
Nacional do Zinave e vai desaguar no Oceano Índico, junto à
povoação de Mambone, entre a baía de Sofala e a ilha do
Bazaruto.
• Limpopo: Segundo maior dos rios africanos que desaguam no
Oceano Índico (logo a seguir ao Zambeze), tem um percurso
característico em arco. Nasce na região noroeste da África do Sul
e segue de início para norte, tendo, nesse troço, o nome de rio
dos Crocodilos. Só se designa Limpopo a partir do ponto em que
passa a marcar a fronteira entre a África do Sul e o Botsuana, no
sentido SW-NE. Marca depois a fronteira entre a África do Sul, na
margem direita, e o Zimbabué, na margem esquerda, num troço
em que ruma para leste. Depois de entrar em Moçambique, junto
à povoação do Pafúri, inflete acentuadamente para sueste,
atravessando a província de Gaza. O seu principal tributário em
território moçambicano é o rio dos Elefantes, na margem direita.
Entre os dois rios, está projetado o Parque Transfronteiriço do
Grande Limpopo, que englobará reservas naturais de
Moçambique e da África do Sul, incluindo o célebre Parque
Nacional Kruger e, futuramente, também reservas naturais do
Zimbabué. No rio dos Elefantes situa-se um dos grandes
empreendimentos hidroagrícolas de Moçambique, a barragem de
Massingir. O troço final do Limpopo caracteriza-se por inúmeros
meandros, atravessando um terreno pouco acidentado, com
margens planas e férteis, onde, em finais da década de 50 do
século XX, o governo português criou o Colonato do Limpopo, sob
a direção do Eng.º Trigo de Morais. Poucos quilómetros a
montante da foz localiza-se a cidade do Xai-Xai (antiga João
Belo), capital da província de Gaza.
• Incomáti: Nasce na zona setentrional da África do Sul e corre
sensivelmente para nordeste, com um curto troço através do
extremo noroeste da Suazilândia. Entra em Moçambique junto à
cidade de Komatipoort, no lado sul-africano da fronteira, e à
povoação de Incomáti (antiga Ressano Garcia), no lado
moçambicano. A partir daí, tem um curso de forma irregular,
descendo primeiro para sueste, voltando novamente para
nordeste junto à povoação da Moamba e infletindo para sul a
jusante da povoação de Magude, rumo que segue até à foz, na
baía do Maputo. O seu principal afluente é o rio Sábiè, na margem
esquerda.
• Umbelúzi: Nasce na região montanhosa do norte da Suazilândia e,
após um percurso sensivelmente de oeste para leste, desagua na
baía do Maputo, em estuário comum a vários rios (Matola,
Infulene, Tembe). Na zona de maior altitude do seu troço
moçambicano, fica situada a barragem dos Pequenos Libombos.
• Tembe: Rio inteiramente moçambicano, nasce no extremo meridional
do país, junto à fronteira com a Suazilândia, corre inicialmente
para leste, mas, pouco antes de receber na margem esquerda o
afluente Mnyame (este vindo de território suázi), inflete para norte
e vai desaguar na baía do Maputo, em estuário comum a vários
rios (Matola, Infulene, Umbelúzi).
• Maputo: Nasce na região setentrional da África do Sul (onde é
conhecido por Great Usutu, Lusutfu ou Suthu) e ruma a leste,
atravessando a Suazilândia, marcando em seguida a fronteira
meridional deste país com a África do Sul e, por fim, marcando um
troço da fronteira meridional de Moçambique com a África do Sul.
Inflete então sensivelmente para norte e, já em território
inteiramente moçambicano, atravessa uma zona de lagoas e
pântanos, acabando por desaguar em estuário no extremo
meridional da baía do Maputo. A leste do seu troço terminal, fica a
Reserva de Elefantes do Maputo. O Maputo é um dos dois rios
mais emblemáticos de Moçambique (o outro é o Rovuma, na
fronteira setentrional), facto associado ao lema «Viva Moçambique
unido, do Rovuma ao Maputo», que a emissora «Voz da Frelimo»
divulgava a partir da Tanzânia durante a guerra da independência
(1964-1974).
Dado o caráter simbólico do rio Maputo, que marca a fronteira sul do
país e, conforme atrás se disse, é, juntamente com o Rovuma, um dos
dois rios mais emblemáticos de Moçambique, as autoridades
moçambicanas decidiram tornar o seu nome extensivo quer à baía onde
ele desagua quer à capital (a antiga Lourenço Marques), que lhe fica
próxima, e à província onde esta se situa.
Litoral[editar | editar código-fonte]
O litoral de Moçambique, entre a foz do Rovuma (11 graus de latitude
sul) e a praia da Ponta do Ouro (27 graus de latitude sul), caracteriza-se
predominantemente por terrenos baixos e arenosos, com extensos
cordões dunares paralelos à linha de costa.
A zona entremarés é coberta, de Norte a Sul, de mangais e vegetação
associada.
A dinâmica das correntes marítimas e dos rios recortou uma série de
baías e ilhas.
No litoral nordeste (província de Cabo Delgado, entre os rios Rovuma e
Lúrio), destaca-se a baía de Pemba (antiga baía de Porto Amélia), bem
como um rosário de ilhas a pouca distância da costa, o arquipélago das
Quirimbas, no qual se destaca a histórica ilha do Ibo.
Continuando para sul, observam-se, no litoral da província de Nampula
(entre os rios Lúrio e Ligonha, perto do porto de Moma), três grandes
baías: Memba, Nacala (antiga baía de Fernão Veloso) e Mossuril. A
baía de Nacala possui o melhor porto de águas profundas de
Moçambique. Por sua vez, na baía do Mossuril, o elemento mais
notável é a Ilha de Moçambique, hoje integrada na lista do Património
Mundial da UNESCO.
Entre os paralelos 15 e 20 de latitude sul (ou seja, sensivelmente entre
a Ilha de Moçambique e a cidade da Beira), a costa tem uma orientação
NE-SW.
No litoral da província da Zambézia, entre a foz do Ligonha e a foz do
braço central do Zambeze, o acidente mais notável é um arquipélago de
pequenas ilhas (Epidendro, Casuarina, Coroa, Fogo, Silva) a distância
relativamente grande da costa.
O litoral da província de Sofala desenvolve-se entre a foz do braço
central do Zambeze e a foz do Save. É sensivelmente a dois terços da
sua extensão (no sentido de norte para sul), junto aos estuários do Búzi
e do Púngoè (na margem norte dos quais se situa a cidade da Beira),
que a costa passa da orientação NE-SW novamente para a orientação
N-S.
O extenso litoral da província de Inhambane vai desde a foz do Save
até poucos quilómetros a nordeste da foz do Limpopo. Encontram-se aí
algumas das praias mais famosas de Moçambique – Pomene ou Ponta
da Barra Falsa, Tofo, Jangamo, Závora (as igualmente famosas praias
de Chidenguele, Chongoene e Bilene são já na província de Gaza) –,
bem como alguns dos acidentes mais notáveis do litoral: Baía de
Mambone; Arquipélago do Bazaruto (sede do homónimo Parque
Nacional Marinho), composto por uma grande ilha que lhe deu o nome e
ainda pelas ilhas Santa Carolina (centro turístico de longa data),
Benguerra (antiga Santo António) e Santa Isabel; este arquipélago
situa-se a pouca distância da costa, entre as povoações de Inhassoro e
Vilanculos; Baía de Vilanculos, de águas pouco profundas, com
abertura ao oceano para norte e delimitada a leste pela península de
Muangane; Ponta de Pomene, igualmente centro turístico de longa data;
Baía de Inhambane, com a histórica cidade de Inhambane na margem
leste, frente à Maxixe, na margem poente. Poucos quilómetros a sul da
baía de Inhambane, sensivelmente junto à praia de Jangamo e até à foz
do Incomáti, já na província do Maputo, a costa reassume uma
orientação de NE para SW.
O litoral da província de Gaza é relativamente pouco extenso. O seu
principal acidente geográfico é a foz do grande rio Limpopo, poucos
quilómetros a montante da qual se situa a cidade do Xai-Xai (antiga
João Belo), sede do governo provincial.
No extremo meridional do país, a baía de Maputo constitui um acidente
costeiro notável. Desaguam nela três estuários: a norte, o do rio
Incomáti; a sul, o do rio Maputo; a poente, um estuário comum a três
rios – Matola, Umbelúzi e Tembe –, na margem norte do qual se situa o
porto marítimo do Maputo. No lado oriental, a baía é delimitada por duas
línguas de terra: a restinga da Macaneta, a norte, formada pela
interação das correntes oceânicas com o estuário do Incomáti; e a
península de Machangulo, a sul, bastante maior, formada pelas aluviões
do estuário do rio Maputo e cujo prolongamento natural, na extremidade
norte, é a Ilha Inhaca (bem como a adjacente Ilha dos Portugueses).
Dada a sua natureza predominantemente aluvionar, estas duas línguas
de terra e as ilhas que lhes estão associadas acusam grande
instabilidade geológica, visível sobretudo pela erosão das ilhas
resultantes das aluviões do Incomáti – Xefina Pequena, Xefina do Meio
e Xefina Grande. Conforme relata a «História Trágico-Marítima», os
Portugueses da época da expansão ultramarina europeia chamavam à
atual baía do Maputo «Rio de Lourenço Marques», considerando que
ele era formado por três braços (presumivelmente os estuários acima
referidos). Talvez devido ao seu contorno oval, o «Rio de Lourenço
Marques» recebia também o nome de «Baía da Lagoa» (do qual
derivou o termo inglês «Delagoa Bay»). No período final da soberania
portuguesa, a designação mais comum era «Baía do Espírito Santo».
Para sul do rio Save, as reentrâncias da costa apresentam uma notável
característica comum: constituem quase sempre baías com abertura ao
oceano para norte e delimitadas a leste por penínsulas arenosas e
estreitas. São os casos das baías de Mambone, Vilanculos, Pomene,
Inhambane e Maputo.
Orografia[editar | editar código-fonte]
Norte (entre o Rovuma e o Zambeze)[editar | editar código-fonte]
É nesta zona de Moçambique que se regista a maior altitude média.
Entre o planalto da Angónia, na parte setentrional da província de Tete
(margem esquerda do Zambeze), e as terras altas da província do
Niassa, cava-se a depressão do Rift, aqui no seu extremo meridional.
Este progressivo rasgar do continente, naturalmente impercetível à
escala humana, está a resultar na formação de serranias relativamente
elevadas na margem oriental do lago Niassa (confins ocidentais da
província moçambicana do mesmo nome), atingindo 1848 metros
imediatamente a sul da fronteira com a Tanzânia. Ainda na província do
Niassa, é de assinalar a cordilheira Maniamba, com uma altitude
máxima de 1804 m.
O relevo vai-se esbatendo da província do Niassa para a de Cabo
Delgado, drenadas ambas pelas bacias dos rios Rovuma (que inclui a
do Lugenda), Messalo e Lúrio. Em Cabo Delgado, as altitudes máximas
registam-se no planalto dos Macondes, em torno à povoação de Mueda
(extremo nordeste de Moçambique).
É no interior da província da Zambézia que se verificam as maiores
altitudes, designadamente em torno às povoações de Vila Junqueiro
(também conhecida como Gurúè ou, conforme hoje se grafa, Gurué) e
do Alto Molócuè (que hoje se grafa como Molocué), onde existem
extensas plantações de chá. Os montes Namúli atingem um pico de
2418 m, escassos 18 metros menos do que a altitude máxima registada
em todo o país. A província da Zambézia apresenta também relevos
elevados no distrito de Milange, igualmente famoso pela cultura do chá
(junto à fronteira com o Malaui). Porém, a sua maior extensão é
composta de terras relativamente baixas, drenadas pelos rios Ligonha,
Molocué e braços setentrionais da desembocadura do Zambeze.
Um elemento orográfico caraterístico desta região Norte,
designadamente nas províncias de Nampula e da Zambézia, são os
chamados inselbergues (do alemão Inselberg, que significa «monte-
ilha»), montanhas monolíticas de granito e rochas similares, que se
erguem abruptamente do terreno plano circundante.
Centro (entre o Zambeze e o Save)[editar | editar código-fonte]
Apesar de uma altitude média bastante menor do que a da região Norte,
a região Centro – que ocupa a totalidade das províncias de Sofala e
Manica e a parte sul da província de Tete (margem direita do Zambeze)
– detém o ponto mais alto de Moçambique: os 2436 m do monte Binga,
na província de Manica, junto à fronteira com o Zimbabué.
Na província de Sofala, destaca-se o maciço da Gorongosa, em cujo
sopé meridional se localiza o Parque Nacional da Gorongosa, uma área
de conservação rica em espécies da fauna africana.
Numa estreita faixa ao longo da fronteira ocidental de Moçambique
(província de Manica), estende-se a cadeia de Chimanimáni, com
altitudes relativamente elevadas (picos de 2227 m e 1886 m, além do
citado monte Binga), desde a povoação de Espungabera, a sul, até ao
distrito do Báruè, a norte, passando pelos contrafortes do Tsetserra
(junto à vila de Manica). Seguem-se, para leste, os planaltos do
Sussundenga e do Chimoio e, por fim, as terras baixas e pantanosas do
litoral.
Na parte sul da província de Tete, drenada, entre outros, pelo rio
Mazoé, afluente do Luenha, que, por sua vez, desagua na margem
direita do Zambeze a jusante da capital da província, não há acidentes
orográficos notórios.
Na restante superfície desta região, predominam as baixas altitudes,
drenadas pelos troços inferiores do Zambeze («tandos» de Marromeu),
do Pungoé, do Búzi e do Save.
Sul (Sul do Save)[editar | editar código-fonte]
Das três regiões naturais consideradas, esta – que ocupa a totalidade
das províncias de Inhambane, Gaza e Maputo – é, de longe, a de menor
altitude média. Compõem-na maioritariamente grandes extensões
planas, drenadas pelas bacias hidrográficas do Limpopo, do Incomáti e
de outros rios menores.
Apenas no extremo sudoeste se destaca a cadeia dos Libombos,
sensivelmente na direção N-S, ao longo da fronteira entre Moçambique,
a nascente, e a Suazilândia e a África do Sul, a poente. Esta cordilheira
é designada Lebombo Mountains nos vizinhos de língua oficial inglesa.
Em Moçambique, o seu limite setentrional localiza-se junto à povoação
fronteiriça de Incomáti (antiga Ressano Garcia). Prolongamento natural
dos montes Drakensberg, que atingem uma altitude máxima de 3482
metros (pico Thabana Ntlenyana, no Lesoto), os Libombos descem para
os 776 m na Suazilândia (Mount Mananga) e não excedem 600 m em
Moçambique (planalto da Namaacha, onde as fronteiras dos três países
se encontram).
Entre a cordilheira dos Libombos e o oceano, a leste, estende-se uma
cadeia paralela, de altitude média consideravelmente menor, os
Pequenos Libombos.
Áreas Protegidas[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de áreas de conservação em
Moçambique
A Rede Nacional das Áreas de Conservação de Moçambique é
composta por 7 parques nacionais, 12 reservas nacionais e um número
de outras categorias de áreas de conservação.
Referências[editar | editar código-fonte]
• A ILHA DE PRÓSPERO — Rui Knopfli — Minerva Central, Lourenço
Marques 1972
• ATLAS 2000 — Círculo de Leitores, ISBN 972-42-1106-1
• GEOGRAFIA HUMANA DE MOÇAMBIQUE — Centro de Informação
e Turismo de Moçambique — Lourenço Marques, 1975
• GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE — T.C.F. Hall e P. Vasconcelos —
Agência Geral das Colónias, Lisboa 1948
• GRANDE ATLAS MUNDIAL — Selecções do Reader’s Digest, Lisboa
1978
• HISTÓRIA DAS GUERRAS NO ZAMBEZE — Filipe Gastão de
Almeida de Eça — Agência Geral do Ultramar, Lisboa 1953
• HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA — Adaptação de António Sérgio —
Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa
• LOURENÇO MARQUES, XILUNGUÍNE (BIOGRAFIA DA CIDADE) —
Alexandre Lobato — Agência Geral do Ultramar, Lisboa 1970
• MAPA RODOVIÁRIO DE MOÇAMBIQUE (2.ª edição), Junta
Autónoma de Estradas de Moçambique, Lourenço Marques 1972
• O MUNDO EM QUE VIVEMOS — Editorial Verbo, 1966 (Lisboa)
WELTATLAS — Goethe Institut — Sonderausgabe für Buch und Zeit
Verlagsgesellschaft, 1989

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