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CURSO DE

DEPARTAMENTO
PESSOAL ROTINAS
BÁSICAS NA
PRÁTICA.

INSTRUTOR: CLEILZA DE SALES SANTOS

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ETAPA 1
ASPECTOS TEÓRICOS DA ROTINA DE PESSOAL E ADMISSÃO

1) ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA.

Objetivos de aprendizagem:

 Entender os conceitos principais da rotina de pessoal;


 Aprender quais são os documentos necessários para admissão,
preenchendo de fato a ficha registro de um funcionário e sua CTPS;
 Estudar sobre os contratos de trabalho permitidos pela legislação;
 Conhecer sobre as jornadas de trabalho existentes, como se deve
preencher a folha ponto e posteriormente calculá-la para lançá-la na
folha.

Plano de estudos:
 TÓPICO 1 - conceitos principais de rotinas de pessoal
 TÓPICO 2 - procedimentos admissionais
 TÓPICO 3 - contrato de trabalho
 TÓPICO 4 - jornada de trabalho

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TÓPICO 1: CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL

Empregador:

O art. 2º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregador a empresa, individual


ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e
dirige a prestação pessoal de serviço.
Nos seus parágrafos 1º e 2º, a CLT (BRASIL, 1943) aborda que se assemelham
ao empregador, para fins de relação de emprego, os profissionais liberais, as
instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitam trabalhadores como empregados. E que, sempre que uma
ou mais empresas, embora tenham personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da
relação de emprego, solidariamente responsáveis à empresa principal e cada uma
das subordinadas.

Empregado:

O art. 3º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregado toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste
e mediante salário. Em seu parágrafo único, escreve que não haverá distinções
relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual.
Para a caracterização do vínculo empregatício são necessários os
seguintes requisitos (MACHADO; SANTOS, 2016, p. 26):
a) prestação de serviço de forma não eventual, ou seja, habitual;
b) subordinação – o empregador estabelece as regras/ordens ao empregado; c)
pessoalidade – somente o empregado pode prestar o serviço;
d) pagamento de salário – todo trabalho deve ser remunerado.
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Autônomo:

Trabalhador autônomo é quem exerce atividade conta própria, com


independência e sem subordinação. Podendo o trabalhador autônomo adotar
livremente procedimentos disponíveis na execução do seu trabalho. Pode ser
substituído por outro trabalhador na execução dos seus serviços (MACHADO;
SANTOS, 2016).

TÓPICO 2: PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS

Para a admissão do empregado, é necessário que ele apresente a seguinte


documentação obrigatória, conforme normas do Ministério do Trabalho
(Art.13 da CLT, Portaria 41/2007, Norma Regulamentadora NR-7):

• CTPS – Carteira do Trabalho e Previdência Social.


• Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho).
• No mínimo uma foto 3x4 (que será anexada no livro ou ficha de registro de
empregados).
• Comprovante de residência – para fins de recebimento de vale-transporte.
• Identidade.
• CPF – Cadastro de Pessoa Física.
• Cartão ou número do PIS.
• Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos.
• Cartão de vacinação dos menores de sete anos.
• Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete anos,
para fins de recebimento do salário-família.
• Certificado de reservista (para homens com mais de 18 anos).
• Título eleitoral (para pessoas com mais de 16 anos).
• Certidão de casamento ou nascimento (comprovação do estado civil).

OBS: A CTPS deve ser fornecida pelo empregado ao empregador, mediante


recibo,sendo-lhe devolvida no prazo máximo de 48 hs,sob pena de multa.

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Entre os documentos que não podem ser exigidos:

 Certidão negativa Trabalhista;


 Quaisquer certidoes negativas de debitos ou protestos;
 Exames de saude , como teste de gravidez, HIV;
 Atestado de antecedents criminais, exceto para atividades que justifiquem sua
exigência como empresas de vigilancia e segurança.

O que é de obrigação do funcionário providenciar:

 CTPS.
 Foto 3x4.
 Comprovante de residência. Identidade e CPF.
 Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos (quando possuir).
 Cartão de vacinação dos menores de sete anos.
 Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete anos.
 Certificado de reservista.
 Título eleitoral.
 Certidão de casamento ou nascimento.

O que é obrigação da empresa providenciar:

 Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho) (deve ser


agendado com a empresa de medicina ocupacional com a qual a empresa
contratante possui convênio e informado ao empregado que compareça no
local e hora marcados).

IMPORTANTE

Todos os exames laborais da empresa só podem ser feitos por um médico do


trabalho,este médico deve ser conveniado a empresa que elabora os laudos
médicos exigidos por lei (PCMSO, PPRA e LTCAT).

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MODELO DE ASO – ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

CARTAO OU NÚMERO DO PIS.

Nas CTPS antigas o PIS geralmente se encontra grampeado ao final na última


página,já no modelo novo de CTPS, o número do PIS vem impresso na primeira folha.

Vejamos as imagens:

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O cadastro do Pis é muito importante no processo de admissão por isso é
preciso se certificar quanto ao numero correto que será cadastrado, com o advent
do E-social já é possivel realizer a consuta pelo link :
http://consultacadastral.inss.gov.br/Esocial/pages/index.xhtml;jsessionid=H0sSbnfT
Jym2y7L0QMq39J6hCxcXpymvT6q3QJG133W7ycvCDr5f!-1348336623

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Efetuando o registro do empregado

A portaria MTE nº 41 (BRASIL, 2007) determina que o registro deve


obrigatoriamente conter as seguintes informações:

I- Nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e naturalidade.


II- Número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS.
III- Número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social PIS. IV-
Data de admissão.
V- Cargo e função.
VI- Remuneração.
VII- Jornada de trabalho. VIII- Férias.
IX- Acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver.

Os itens VIII e IX aparecerão no registro do funcionário com o decorrer do


tempo, apenas os demais itens aparecerão no registro inicial.

Registro no sistema contábil: cada empresa ou organização contábil trabalha


com um sistema diferente, porém as informações essenciais para o
funcionamento serão basicamente as mesmas. O que irá alterar são as telas de
cadastro, tornando-se inviável abordarmos este tipo de registro no curso, visto a
diversidade de sistemas que existem.

Registro na CTPS: o registro na CTPS pode ser feito de forma manual (escrito),
por meio de carimbo, ou ainda utilizando uma etiqueta.

Deverá conter as seguintes informações:

Dados da empresa: Razão Social, CNPJ, endereço. esp. do estabelecimento


(comercial,industrial, serviço).

Dados do empregado: data de admissão, função e CBO* e salário.

DICA
O CBO é a Classificação Brasileira de Ocupação, que classifica cada função com um
código. Você pode encontrar o CBO e sua respectiva função acessando o site do
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ministério do Trabalho no link:
<http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf>.
Vejamos o exemplo de um registro na CTPS.

Além da página do contrato de trabalho, você também deve efetuar o registro


do contrato de experiência na página de anotações gerais. O contrato de experiência
pode ser feito de três formas: 30 + 60 = 90 dias, 45 + 45 = 90 dias .A opção da forma
de contrato de experiência fica a critério da empresa, que deverá informar no ato da
admissão qual a forma escolhida. O registro também pode ser feito de forma manual
(escrito) por meio de carimbo, ou ainda se utilizando uma etiqueta.

Vejamos o exemplo:

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Registro na Ficha Registro: a Lei nº 10.243/2001 desobrigou a autenticação dos
livros/ficha de registro dos funcionários pelos órgãos competentes, o que facilitou
e agilizou o setor pessoal.

Documentos referentes ao registro

Após efetuado o registro do funcionário, é necessário providenciar a documentação que


ele deverá assinar:

• Contrato de experiência (2 vias).


• Termo de prorrogação de jornada de trabalho (2 vias).
• Termo de compensação de jornada de trabalho (2 vias).
• Comprovante de entrega da CTPS e comprovante de devolução da CTPS (1 via).
• Ficha registro do empregado (Quando Mecanizada – 2 Vias)*.
• Opção do vale-transporte (caso haja opção – 1 via).
• Autorização para desconto de vale-refeição (caso haja fornecimento – 1 via)
• Declaração de dependentes para fins do Imposto de Renda.
• Ficha de salário-família.
• Termo de responsabilidade para concessão de salário-família.

Os documentos impressos em duas vias deverão ter uma via entregue ao


empregado.

IMPORTANTE
A ficha registro é o único documento que é impresso em duas vias e nenhuma é
entregue ao funcionário. Uma via deve retornar ao setor pessoal e a outra deve ficar
arquivada na empresa, conforme determina a Portaria 41 (MTE/2007).
Demais documentos poderão ser gerados de acordo com as necessidades e
especificidades de cada empresa.

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TOPICO 3: CONTRATO DE TRABALHO

O Art. 442 da CLT (BRASIL,1943) apresenta o conceito de contrato de trabalho como


sendo “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente
à relação de emprego”. Em outras palavras, pode-se afirmar que é um ato jurídico
firmado entre duas partes, que pode ser escrito ou verbal.

Atenção ao acordo verbal! Apesar da CLT (BRASIL, 1943) em seu Art. 443
mencionar que “O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita
ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou
indeterminado”,

o Art. 447 da mesma CLT (BRASIL, 1943), comenta sobre a falta de comprovação
para este tipo de contrato: “Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao
contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem estatuído os
interessados na conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua
legitimidade”.
Já existem várias discussões judiciais sobre esta questão, porém, para evitar
problemas, recomenda-se que todo contrato de trabalho tenha seu registro na
Carteira de Trabalho.

Conforme mencionado anteriormente, o Art. 443 da CLT aborda duas formas de


contrato individual de trabalho: por prazo determinado ou indeterminado. Vamos
entender a diferença entre cada um.

Contrato por prazo determinado

O parágrafo 1º do Art. 443 da CLT (BRASIL, 1943) considera como de prazo


determinado “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado
ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada”.
O parágrafo 2º complementa que esse tipo de contrato só será válido em se
tratando das seguintes situações:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo;
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b) de atividades empresariais de caráter transitório; e
c) de contrato de experiência.
Machado e Santos (2016) mencionam alguns exemplos para as situações descritas:

QUADRO 1 – EXEMPLOS DE CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO.

a) De serviço cuja natureza ou b) De atividades c) De contrato de


transitoriedade justifique empresariais de caráter experiência
a predeterminação do prazo. transitório
Exemplos: Exemplos: Exemplos:
Indústria de fogos de Contratação de A finalidade do contrato
artifício contrata intérpretes para a de experiência é permitir
trabalhadores para vender os realização anual de feira mútuo conhecimento
mencionados fogos por internacional; ou entre os contratantes. A
ocasião dos festejos juninos; contratação de empresa observa o
ou fábricas de panetones demonstradoras para desempenho do
contratam vendedores apresentação de produtos empregado e o
para vender o mencionado novos em supermercados. empregado analisa as
produto no final do ano. condições de trabalho
oferecidas, bem como sua
adaptação ao ambiente.

FONTE: adaptado de Machado e Santos (2016)

Nas situações em que o contrato por prazo determinado for do tipo “a” ou “b”, é
permitida uma prorrogação, desde que a soma dos dois não ultrapasse dois anos
(MACHADO; SANTOS, 2016).

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EXEMPLO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

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Observe que no modelo anterior o termo de prorrogação do contrato
encontra-se logo abaixo do contrato e no mesmo documento.Esta forma é permitida
por lei, desde que o empregado assine a prorrogação somente quando ela
realmente ocorrer e não no ato da admissão.
Existe também a opção de fazer o Termo de Prorrogação em um
documento separado, isto vai depender do sistema que é utilizado e da necessidade
da empresa.

Contrato por prazo indeterminado

Rokembach (2009, p. 15) define contrato por prazo determinado como


“um contrato normal, em que não existe período de vigência preestabelecido”.

O contrato por prazo indeterminado possui as mesmas características que


o contrato por prazo determinado, bem como as mesmas obrigações por parte
do empregado e do empregador. Porém, como já destacado, não possui data final
para término. Vejamos um exemplo de contrato por prazo indeterminado.

IMPORTANTE

Enquadram-se neste item os empregados que já tenham trabalhado


anteriormente na empresa e estejam sendo recontratados para a mesma função.
Neste caso, a CLT aborda que ele já comprovou sua experiência uma vez, não
havendo necessidade de comprová-la novamente

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Modelo de contrato de trabalho , verificar na prática.

Regras para a recontratação

Funcionário não poderá ser recontratado antes de transcorrer 18 meses da


demissão, nem mesmo como terceirizado em outro CNPJ do grupo econômico?

Informamos que a delimitação temporal para a readmissão existe nos seguintes


casos:

Nos casos de contrato a prazo determinado, findo o prazo estipulado deverá o


empregador deixar transcorrer um prazo de 6 (seis) meses para novo contrato a
prazo estipulado, pois se não respeitado esse período entender-se-á como contrato
a prazo indeterminado e computar-se-ão os períodos trabalhados mesmo que não
contínuos.

Na dispensa sem justa causa deverá deixar transcorrer o prazo de 90(noventa) dias
para a recontratação do empregado para que essa demissão não seja considerada
fictícia ou até mesmo permanecendo o empregado na empresa mesmo sem registro
como se realmente fosse demitido com o único propósito de fraudar para facilitar o
levantamento dos depósitos da conta vinculada do trabalhador no FGTS.

Em se tratando de pedido de demissão, no contrato a prazo indeterminado, o


empregado poderá ser readmitido a qualquer tempo.

TÓPICO 4 :JORNADA DE TRABALHO

Jornada de trabalho nada mais é que a quantidade de tempo que o empregado,


por força de contrato de trabalho firmado, está à disposição do seu empregador,
seja trabalhando ou aguardando ordens. Na jornada de trabalho o empregado não
pode utilizar do tempo para benefício próprio (MACHADO; SANTOS, 2016). A
legislação prevê várias formas de jornadas de trabalho, que vão desde o limite
máximo de oito horas diárias, até jornadas reduzidas (específicas para cada caso),
que veremos a seguir.
A CLT (BRASIL, 1943) em sua seção II - Art. 58 escreve que a duração normal do
trabalho, para os empregados de qualquer atividade privada, não deverá ultrapassar
o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha expressamente fixado outro
limite. Os parágrafos 1º e 2º do Art. 58 da CLT (BRASIL, 1943) mencionam duas
informações extremamente relevantes:
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Parágrafo 1º: Não serão descontadas nem
computadas como jornada extraor-dinária as
variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários”. Ou seja, até
cinco minutos antes do horário de entrada e até
cinco minutos após o horário de saída do
funcionário, totalizando 10 minutos, a empresa não
é obrigada a computar como horas extraordinárias.
Parágrafo 2º: O tempo despendido pelo
empregado até o local de trabalho e para o seu
retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido
por transporte público, o empregador fornecer a
condução.

Neste caso, a legislação prevê o seguinte:

 Quando houver meio de transporte público: não poderá ser computado o


tempo (casa-trabalho) para fins de jornada de trabalho.
 Quando não houver meio de transporte público e a empresa fornecer
condução: deverá ser computado o tempo (casa-trabalho) para fins de jornada
de trabalho, e será denominado horas in itinere.
 Em relação à jornada reduzida prevista em Lei, conforme vimos no início deste
tópico, é destinada a algumas profissões específicas. Machado e Santos (2016)
elaboraram um quadro em seu livro resumindo as profissões que se enquadram
em cada jornada. Vejamos:
QUADRO 2 – PROFISSÕES X JORNADAS REDUZIDAS

Jornada de 7 horas
- Empregados sujeitos a horários variáveis das seções de técnica, telefones, revisão,
expedição, entrega e balcão das empresas que exploram serviços de telefonia.
- Músicos.
- Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial. -
Radialistas.

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Jornada de 6 horas -
Aeroviários.
- Artistas (radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo etc.). -
Bancários.
- Empregados de empresas de créditos, financiamento ou investimento. -
Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial. -
Radialistas.
- Telefonista de mesa.
- Trabalhadores em minas no subsolo.
_______
Jornada de 5 horas
- Noticiarista.
- Repórter (cinematográfico, fotográfico e de setor). -
Revisor (chefe de revisão).
- Fisioterapeuta. -
Músicos.
- Jornalistas profissionais. -
Editor.
- Radialista (setores de autoria e locução).
- Terapeuta ocupacional.__ _______
Jornada de 4 horas
- Técnico em radiologia (operador de raio X). _______
Jornadas especiais
- Artistas e técnicos em espetáculos de diversão – teatro. -
Músicos das empresas nacionais de navegação.
- Professores.
- Professores de cursos livres. _______
Fonte: Adaptado de: Machado e Santos (2016)
Os autores escrevem que a relação mencionada no quadro é meramente
exemplificativa, devendo sempre ser consultada a legislação pertinente a cada profissão.

Além da jornada de trabalho, deve ser observado o intervalo destinado ao repouso ou


alimentação. Machado e Santos (2016) escrevem que o intervalo destinado a repouso/
alimentação é um período de suspensão da jornada, ou seja, não é computado. Este
tempo de intervalo concedido deve ser estabelecido de acordo com a quantidade de
horas da jornada de trabalho, quando esta for superior a quatro horas, e é aconselhável que
seja concedido na metade da jornada de trabalho. Os intervalos serão os seguintes:

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QUADRO – INTERVALO PARA JORNADA DE TRABALHO

Jornada de Trabalho Intervalo


Jornada de até 4 horas Não há intervalo
Jornada de 4 a 6 horas Intervalo obrigatório de 15 minutos
Jornada superior a 6 horas Intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2
Fonte: Machado e Santos (2016) horas

Horário noturno
O Parágrafo 2º do Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943) comenta que “considera-se
noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 (vinte e
duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte”.
Parágrafo 1º do Art. 73 da CLT determina que a hora do trabalho noturno
seja computada como de 52 minutos e 30 segundos e não 60 minutos, como uma hora
diurna normal. Vejamos o exemplo:
HORA NOTURNA X HORA DIURNA

Fonte: Disponível em: <http://adicional-noturno.info/>. Acesso em: 28 fev. 2017.

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IMPORTANTE
É proibido menores de 18 anos trabalharem em horário noturno,
independentemente do gênero (MACHADO; SANTOS, 2016).

Quanto à remuneração da hora noturna, o art. 73 da CLT (BRASIL, 1943)


determina que trabalho noturno terá um acréscimo de 20% sobre a hora diurna
(exceto condições mais benéficas previstas em acordo, convenção coletiva ou
sentença normativa). De acordo com o parágrafo 3º Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943),
tratando-se de empresas que não mantêm trabalho noturno habitual, será feito o
cálculo do acréscimo de 20% tendo em vista os valores pagos por trabalhos diurnos.
No caso em que o trabalho noturno decorra da natureza das atividades habituais
da empresa, o aumento será calculado sobre o salário-mínimo vigente.
Vejamos o exemplo:

João Romero da Silva – Salário 1.200,00 Salário-mínimo vigente em 2017 – 937,00

1º Caso – João trabalha habitualmente no 3º turno de uma empresa


frigorífica. Neste caso, João deve ganhar o adicional noturno sobre o salário-
mínimo vigente, conforme determina a lei.

Salário-mínimo 937,00 x 20% = 187,40 (Este será o acréscimo no salário do


João por trabalhar no 3º turno)

2º Caso – João trabalha no 2º turno de uma empresa frigorífica, porém


chegou atrasado ao trabalho devido ao pneu do ônibus que o leva até o serviço ter
furado. O empregador de João permitiu que ele trabalhasse depois das 22h para
recuperar as horas que ele se atrasou, sendo assim João trabalhou das 22h às 24h
para recuperar suas horas. Vamos aos cálculos:

Quantidades de horas noturnas trabalhadas = 2 horas

Salário do João 1.200,00/220 = 5,45 (1.200,00 dividido por 220 horas (que é
o padrão de um mensalista) = valor por hora do trabalhador).

Já sabemos que João ganha 5,45 a hora, porém ele teve 2 horas noturnas. 5,45 x 2
horas = 10,90 x 20% de adicional noturno = 2,18 (Este será o acréscimo no salário
do João por trabalhar 2 horas no 3º turno).
Veja que no 1º caso utilizamos como base de cálculo o salário-mínimo, e no 2º
caso utilizamos como base de cálculo o próprio salário do funcionário. Isto é o
que determina a lei.
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MENSALISTA X HORISTA

Oliveira (2015) escreve que para o empregado mensalista serão considerados para
cálculo de dias de trabalho sempre 30 dias por mês, mesmo que um mês venha a ter
um número de dias superior ou inferior.

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS DE TRABALHO

Para os mensalistas que trabalham oito horas diárias de segunda a sexta-feira, e aos
sábados quatro horas, existe a possibilidade deste acordo quando a empresa adotar
este regime, ou seja, adotar o acordo de compensação de horas (MACHADO; SANTOS,
2016). Neste caso, o empregado trabalhará mais durante a semana e não
precisará trabalhar aos sábados.
Exemplo:

O empregado trabalha de segunda a sexta-feira, oito horas e 48 minutos por dia para
compensar os sábados.Para isso, é necessário que ele e a empresa assinem o acordo
de compensação de horas de trabalho, conforme modelo a seguir.

FIGURA 11 – MODELO DE ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS

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O acordo deverá ser impresso em duas vias, sendo uma via de posse da empresa e
outra do empregado.

HORISTA
As características do empregado horista são basicamente as mesmas que as do
empregado mensalista, sua distinção acontece na hora
do cálculo das horas trabalhadas.
Para o horista, a diferença acontece quando o mês possui 28, 30 e 31 dias. Quando
você for calcular a folha de um horista, deve ter sempre o calendário do mês em
que está fechando a folha em mãos.

Vamos aos exemplos:

FIGURA 12 – CALENDÁRIO

FONTE: http://calendario2017brasil.com.br/ Acesso em: 26 fev. 2017.

Cálculo de horas do mês de janeiro de 2017 (31 dias)

1ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h


2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h Sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
5ª Semana = segunda a terça-feira = 2 dias x 7:20 Horas = 14:40 h

Total de horas trabalhadas 190h40min


Total de horas (DSR) = 5 x 7:20 = 36h50min
Para o mês de 31 dias = 227h30min

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Cálculo de horas do mês de fevereiro de 2017 (28 dias)

1ª Semana = segunda a terça-feira = 3 dias x 8 Horas = 24 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h


2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
5ª Semana = segunda a terça-feira = 2 dias x 7:20 Horas = 14:40 h

Total de horas trabalhadas = 174h40min


Total de horas (DSR) = 4 x 7:20 = 29h20min

Para o mês de 28 dias = 204 horas

ATENÇÃO
O DSR é o Descanso Semanal Remunerado assegurado por lei, como prevê o Art.
385 da CLT (BRASIL, 1943): “descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de
conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço”.

Agora, para calcularmos o salário do horista aplicamos a seguinte equação:

Salário / Quantidades de horas mês x Quantidade de horas trabalhadas

Exemplo: João Romero da Silva – Salário 1.200,00

Salário de janeiro/2017 (31 dias = 227h30min)

1.200,00/227h30m x 170 horas trabalhadas = R$ 896,70. Este será o salário dele


referente a janeiro/2017.

Salário de fevereiro/2017 (28 dias = 204 horas) 1.200,00/204 horas x 170 horas
trabalhadas = R$ 1.000,00. Este será o salário dele referente a fevereiro/2017.

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REGISTRO PONTO

Os estabelecimentos que possuam mais de dez empregados estão obrigados a


manter controle de marcação de entrada e saída, podendo ser manual, mecânico
ou eletrônico. O período de repouso deve estar pré-assinalado (MACHADO;
SANTOS, 2016). Vejamos alguns modelos de registro ponto:

FIGURA 13 – MODELO DE CARTÃO PONTO

Fonte: Disponível em: <http://www.navegarnainternet.com.br/ instalacao.htm>. Acesso em: 28


fev. 2017.

Neste modelo apresentado na figura anterior o cartão ponto é comprado pronto na


papelaria e os dados do cabeçalho e do descanso semanal devem ser preenchidos
pelo setor pessoal. Posteriormente, o preenchimento do horário pode ser feito pelo
uso do relógio ponto ou ainda de forma manual.
No verso deste cartão ponto o funcionário deve assiná-lo. Nesse tipo de controle as
horas extras, faltas e atrasos devem ser checados de forma manual, bem como o seu
cálculo também é feito desta forma.

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O modelo apresentando na Figura acima pode ser feito no computador (word/excel)
ou retirado direto do sistema no qual a empresa gera a folha de pagamento,
agilizando o procedimento de emissão de registro ponto.

Observe que nesse modelo o funcionário assina ao lado de cada dia e não somente ao
final do período. Esse tipo de controle também exige que as horas extras, faltas e
atrasos sejam checados de forma manual, bem como o seu cálculo seja feito desta
forma.

Por último é apresentado o controle de ponto eletrônico, no qual basta o


empregado colocar a sua digital na máquina e ela emitirá o comprovante com a
hora da entrada ou saída automaticamente.

FIGURA 15 – MÁQUINA DE PONTO ELETRÔNICO E SEU COMPROVANTE

Ao final do mês é gerado um relatório com todas as informações, o qual o


funcionário deverá assinar dando ciência.
Diferente do primeiro e do segundo modelo apresentados, o ponto
eletrônico exporta todas as informações para o setor pessoal, facilitando o
controle das horas extras, faltas e atrasos e agilizando o processo de fechamento da
folha de pagamento.

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RE FE RÊNCI A S

BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Lei nº 10.243/2001.


Acrescenta parágrafos ao art. 58 e dá nova redação ao § 2º do art. 458 da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10243.htm>. Acesso em:
26 fev. 2017.

BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Decreto-lei nº 5452, de


1º de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho.
Disponível em: <https://www.
empregasaopaulo.sp.gov.br/IMO/aprendiz/pdf/CLT%20-
%20Consolidacao%20 das%20Leis%20Trabalhistas.pdf>. Acesso
em: 26 fev. 2017.

DEPARTAMENTO PESSOAL ONLINE. Módulo V: rotinas práticas


trabalhistas. 2014. Disponível em: <http://docplayer.com.br/11934171-
Modulo-v-rotinas-praticas-trabalhistas.html>. Acesso em: 26 fev. 2017.

MACHADO, Mariza Abreu de Oliveira; SANTOS, Milena


Sanches Tayano dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São
Paulo: IOB, 2016.

OLIVEIRA, Aristeu de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo, Atlas, 2015.

PORTARIA MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO nº


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http://www.contabeis.com.br/legislacao/195595/portaria-mte-41-2007/
Acesso em 26 fev. 2017.

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