1.2 Divindade e Serviço Divino
Pürva‐svädhyäya (Auto‐Estudo Preliminar)
1. Defina dvija, vipra e Vaiñëava. (2)
2. Explique os termos pravåtti‐märga e nivåtti‐märga. (6)
3. Identifique 3 níveis de deveres ocupacionais. (8)
4. Qual é a primeira qualificação de um devoto elegível a entrar no reino de Deus? (16)
5. Liste alguns dos resultados decorrentes de se servir o servo de Deus. (16)
6. Liste os dois problemas muito difíceis para o devoto no caminho de volta ao Supremo. (17)
7. Qual é o remédio para eliminar todas as coisas inauspiciosas do coração? (18)
8. Explique como um devoto Bhägavata é tão bom quanto o livro Bhägavata. (18)
9. Descreva a particularidade do serviço devocional ao Senhor Çré Kåñëa (22)
10. Descreva o desenvolvimento de consciência resultante de se ouvir sobre Kåñëa. (17‐22)
11. Explique o termo Bhägavata‐dharma. (27)
12. Analise brevemente o papel de Paramätmä. (31‐34)
13. Memorize os versos 1.2.4, 1.2.6, 1.2.7, 1.2.8, 1.2.11, 1.2.13, 1.2.17, 1.2.18, 1.2.19, 1.2.20.
Analogias Importantes:
1.2.8: Sem conhecer a alma dormente, não se pode ser feliz simplesmente com emolumento do corpo e
da mente. O corpo e a mente são simplesmente coberturas externas superficiais da alma espiritual. As
necessidades da alma espiritual devem ser satisfeitas. Simplesmente por se limpar a gaiola do pássaro,
não se satisfaz o pássaro. Devem‐se conhecer verdadeiramente as necessidades do pássaro em si.
1.2.23: No que diz respeito à manutenção da casa de detenção, ela é feita por Viñëu, assim como a casa
de detenção do estado é mantida pelo estado. Qualquer um, portanto, que deseje sair desta casa de
detenção da existência material, que é cheia de misérias como a repetição de nascimento, morte, doença
e velhice, deve satisfazer o Senhor Viñëu para tal liberação.
1.2.28‐29: Na casa de detenção, há os prisioneiros e os funcionários da casa de detenção. Tanto os
funcionários como os prisioneiros são sujeitos às leis do rei. Mas, muito embora o rei às vezes vá à
prisão, ele não é sujeito às leis da casa de detenção. O rei é, portanto, sempre transcendental às leis da
casa de detenção, assim como o Senhor é sempre transcendental às leis do mundo material.
1.2.33: Os sofrimentos e desfrutes dos filhos são indiretamente os sofrimentos e desfrutes do pai. Ainda
assim, o pai não é de modo algum afetado diretamente pelo sofrimento e pelo desfrute dos filhos.
Citações de Çréla Prabhupäda
1.2.2
“...os saàskäras automaticamente se tornam feitos...”.
Assim, esses saàskäras, há däsa‐vidha‐saàskäraù... Assim, nesta era, é muito difícil, mas se a pessoa
canta o mahä‐mantra Hare Kåñëa sem nenhuma ofensa, sendo treinada pelo mestre espiritual, todos os
saàskäras automaticamente se tornam feitos... – Resposta a um questionário do jornal Bhavan,
Våndävana, 28 de junho de 1976
“Tão logo eu saia do ventre de minha mãe, serei imediatamente capturado por mäyä...”.
Çukadeva Gosvämé foi liberado. Ele permaneceu dentro do ventre de sua mãe por dezesseis anos porque
ele estava consciente de que: “Tão logo eu saia do ventre de minha mãe, serei imediatamente capturado
por mäyä. Então, deixem‐me ficar um pouco forte”. Vêem? Então ele permaneceu dezesseis anos dentro
da mãe... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.2, Londres, 10 de agosto de 1971
“Süta Gosvämé está descrevendo as maravilhosas atividades de seu mestre espiritual...”.
Assim, as atividades de Çukadeva Gosvämé são que ele propositadamente permaneceu dentro do ventre
de sua mãe por dezesseis anos, e, tão logo saiu, imediatamente ele deixou sua casa. Imediatamente.
Anupeta. Anupeta. Porque, de acordo com o sistema Védico, há upanayana, upetam. Upanayana. Upa
significa próximo, e nayana significa trazer. Quando o mestre espiritual traz os discípulos para mais
perto dando a eles o gäyatré‐mantra, isso se chama upanayana‐saàskära. Assim, Çukadeva Gosvämé não
obteve nenhum saàskära do tipo. Ele aprendeu com seu pai dentro do ventre de sua mãe, e, quando ele
se tornou perfeito em conhecimento, uma alma liberada, imediatamente ele saiu do ventre de sua mãe e
imediatamente se colocou para a floresta. Nu, ele estava indo. E o pai ficou realmente muito aflito: “Oh,
meu filho nasceu e ele está partindo imediatamente!”. Por afeição, ele estava: “Meu querido filho, para
onde você está indo? Meu querido filho, para onde você está...”. Putreti tan-mayatayä. O filho não se
importou. Foi embora. Putreti tan-mayatayä taravo 'bhineduù. E como o pai estava muito aflito, as
árvores responderam. Houve, isso se chama, vibração, ecos. Sim. Então, taà sarva-bhüta-hådayaà
munim änato ‘smi: “Estou oferecendo minhas respeitosas reverências ao grande sábio Çukadeva
Gosvämé, cujas atividades são assim. Imediatamente, ao sair do ventre de sua mãe, ele partiu de casa
sem ser... sem se submeter a nenhum saàskära”. Assim, saàskära é necessário para quem é impuro.
Portanto, não devemos imitar, nem é de nossa capacidade que tão logo saiamos do ventre da mãe
possamos caminhar. Não. Isso não é possível. É especial. Portanto, tudo é especial. Mesmo sem receber
nenhuma iniciação. Ele foi iniciado por seu pai, Vyäsadeva, mas ele deixou sua casa imediatamente, e
Süta Gosvämé está descrevendo as maravilhosas atividades de seu mestre espiritual e oferecendo
reverências. Taà munim änato ‘smi: “Àquele grande sábio, änato 'smi, eu curvo-me aos seus pés de
lótus”. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.2, Londres, 10 de agosto de 1971
2.3
“Se você realmente aprende [...] você se inclinará a pregá‐lo”.
Assim, o que Çukadeva Gosvämé fez, que, depois de assimilar toda a literatura Védica, ele a distribuiu.
Isso é outro instinto. Se você realmente aprende a essência do conhecimento Védico, automaticamente
você se inclinará a pregá‐lo. Çravaëaà kértanam. Çravaëam significa ouvir, receber o conhecimento. E,
em seguida, kértanam, [que] significa distribuir, descrever o conhecimento.
“Vyäsadeva também considerou seu filho maior do que ele próprio”.
Guruà munénäm. “Ele não é apenas meu guru, mas ele é guru, mestre espiritual, de grandes sábios e
pessoas santas”. Mesmo Vyäsadeva também considerou seu filho maior do que ele próprio. Quando
Çukadeva Gosvämé apareceu na assembléia onde muitas pessoas santas estavam presentes no momento
de Mahäräja Parékñit; então, naquele momento, todos os munis se levantaram para recebê‐lo. Todos os
munis. Estava até mesmo Vyäsadeva; ele também se levantou. Portanto, ele é guruà munénäm. Ele é
mestre espiritual de todas as pessoas santas. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.3, Londres, 24 de agosto de 1971
2.5
“...sob os cuidados de quem a religião está agora?”.
Assim, Kåñëa veio estabelecer o que é a religião verdadeira. Portanto, os sábios se reuniram em
Naimiñäraëya, eles sabiam disso, da missão de Kåñëa, de que “Ele veio estabelecer a religião. Agora Ele
não está neste plano. Assim, sob os cuidados de quem a religião está agora?”. Dharmaù kaà çaraëaà
gataù. Sväà käñöhäm adhunopete dharmaù kaà çaraëaà gataù [SB 1.1.23]. Então, onde a religião está
agora? Porque Kåñëa, enquanto Kåñëa esteve presente, Ele estava desempenhando a religião verdadeira...
Ele estava matando muitíssimos demônios e Ele estava dando proteção aos devotos... Assim, esse é o
praçna. Esta é pergunta dos grandes estudiosos eruditos e sábios e brähmaëas em Naimiñäraëya.
“...então o mundo inteiro será pacífico”.
...esta kåñëa-sampraçnaù; se as pessoas simplesmente se tornarem indagadoras, o que é Kåñëa, e vocês
simplesmente tentam respondê‐las – temos muitíssimos livros agora – então o mundo inteiro será
pacífico. Yena ätmä suprasédati... Assim, tentem chamar a atenção de todo o mundo ocidental para a
kåñëa-sampraçnaù e tentem impressioná-lo. Então eles serão felizes. Essa é a nossa missão... – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.5, Våndävana, 16 de outubro de 1972
2.6
paro dharmo
“Esse tipo de serviço é de primeira classe, transcendental”.
Portanto, o Bhägavata está explicando a natureza do dharma, o que é dharma. É dito aqui, sa vai
puàsäà paro dharmo yato bhaktir adhokñaje, que “é religião de primeira classe aquela que ensina como
prestar serviço à Suprema Personalidade de Deus”. Isso é religião de primeira classe. Não há
consideração de que tipo de dharma, ou fé, vocês estão seguindo. Isso não importa. Vocês podem se
tornar cristãos, vocês podem se tornar maometanos, vocês podem se tornar hindus, ou o que for... Kåñëa
diz que não é questão de fé; é questão de relacionamento verdadeiro. Como toda entidade viva é parte e
parcela de Kåñëa, e o dever da parte e parcela é prestar serviço ao todo; portanto, Kåñëa veio estabelecer
esse tipo de religião, essa religião de primeira classe. Assim, o Çrémad-Bhägavata diz, sa vai puàsäà
paro dharmaù: “Esse tipo de serviço é de primeira classe, transcendental”. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.5,
Montreal, 2 de agosto de 1968
“...varëäçrama-dharma também é material”.
Assim, varëäçrama-dharma também é material. Não é espiritual. Varëäçrama-dharma é o começo da
vida espiritual. Como alguém pode vir para o padrão da vida espiritual? É uma vida regulada, quando
executando... A vida espiritual é viñëur ärädhyate panthäù. Quando alguém chega à plataforma de
adoração a Viñëu, isso é vida espiritual... Assim, aqui é dito sa vai puàsäà paro dharmaù. Dharma...
Você tem que executar seu dever ocupacional, mas, como Kåñëa disse, sarva-dharmän parityajya mäm
ekaà çaraëaà vraja [Bg. 18.66]. Isso é o dharma verdadeiro. “Eu sou isso. Estou seguindo este dharma,
aquele dharma”: isso não é dharma. Dharma significa o instinto natural. O instinto natural é obedecer à
pessoa superior. Todos, cada um de nós, destinamo‐nos a obedecer ao Supremo. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.6, Calcutá, 26 de fevereiro de 1974
Adhokñaja
“Adhaù significa baixar, feito baixar, ou derrotado”.
Outro nome de Kåñëa é Adhokñaja. Adhaù. Adhaù significa baixar, feito baixar, ou derrotado. Sua
percepção sensorial será derrotada se você quer realizar Deus mediante sua imperfeita percepção
sensorial. Isso não é possível. Você será derrotado. Adhaù akñaja. Akñaja significa akña. Akña significa
olhos. – Çrémad-Bhägavatam 1.8.18-19, Bombaim, 9 de abril de 1971
“...você verá Deus ouvindo”.
Assim, aqui é mencionado... Adhokñaja significa que você não pode perceber a Suprema Verdade
Absoluta através de sua percepção sensória. Você tem que aprender através de çruti, ouvindo. Ouvir
também é experiência, ouvindo... Esse é o processo, ouvir. Se você simplesmente ouvir sobre Deus, então
você verá Deus ouvindo. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973
Ahaituké
“...o serviço devocional verdadeiro tem que ser sem motivação”.
E esse serviço devocional deve ser ahaituki. Não hetu. Hetu significa motivo. Vou ao templo com algum
motivo. Para a mitigação de algumas dificuldades, orarei a... Isso também é bom, mas é haituki, há
algum hetu, ou motivo. Devemos servir Kåñëa sem nenhum motivo, não que, servindo Kåñëa,
aprimorarei minha posição material e muitíssimas causas talvez. Mas o serviço verdadeiro, o serviço
devocional verdadeiro tem que ser sem motivação. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, New Vrindaban, 5 de
setembro de 1972
“O devoto puro está satisfeito apenas com o serviço ao Senhor”.
Mas um devoto puro não aceita sequer todas essas liberações. Eles não pedem por liberação. O devoto
puro está satisfeito apenas com o serviço ao Senhor. Isso é devoção pura. Porque não há desejo algum.
Isso é explicado aqui. Ahaituky apratihatä. “Oh, estou engajado em consciência de Kåñëa porque, após a
morte, irei de volta ao lar, de volta ao Supremo”. É claro que isso é um fato. Mas o devoto puro não
deseja nem mesmo isso. Ele diz: “Onde quer que Kåñëa vá me manter, permanecerei lá. Não importa se é
o céu ou o inferno. Eu não me importo”. “Não estou fazendo negócios com Você. Eu sou Seu servo”. Isso
é devoto puro. Ahaituké. Sem razão. “É meu dever”. Isso é dever ocupacional. “É minha ocupação eterna
servi‐lO”. Estas são as idéias mais elevadas de devoção pura. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Londres, 27 de
agosto de 1971
Apratihatä
“Todos têm o direito de servir Kåñëa”.
“Você é um homem pobre, você é mulher ou você é çüdra”. Não. Apratihatä. O que quer que você possa
ser – quer você seja um homem pobre ou um homem rico ou um homem negro ou um homem branco ou
uma mulher ou um homem –, isso não importa. Todos têm o direito de servir Kåñëa. Apratihatä. Não há
nada no mundo material que possa deter o próprio serviço devocional da pessoa. O serviço devocional é
muitíssimo puro e elevado. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Londres, 27 de agosto de 1971
Yayätmä suprasédati
“...a não ser que você aprenda esta arte, [...] você não pode ser feliz”.
Suprasédati. Todos estão querendo paz mental. Ätmä significa corpo, ätmä significa mente, ätmä
significa alma. Yayätmä suprasédati. Suprasédati. Prasédati significa “tornam-se satisfeitos”, e su significa
“muito”. Portanto, a não ser que você aprenda esta arte, como amar a Deus, você não pode ser feliz. Esse
é o fato. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973
“E essa satisfação [...] pode ser alcançada unicamente pela execução de serviço devocional”.
A verdadeira meta da vida é como obter satisfação, satisfação plena e completa. E essa satisfação,
satisfação completa, pode ser alcançada unicamente pela execução de serviço devocional. Não há outro
método. Se você quer ser feliz, livre de todas as preocupações e ansiedades, então você tem que se
ocupar no serviço devocional ao Senhor. Isso o fará livre de todas as ansiedades materiais e de todas as
misérias materiais... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Montreal, 3 de agosto de 1968
2.7
“Esta forma de vida humana destina‐se a jïäna e vairägya”.
A primeira coisa, jïänam e vairägyam... Esta forma de vida humana destina‐se a jïäna e vairägya. Jïäna
significa vairägya, e não se obtém vairägya sem jïäna. Esses dois são termos relativos. Assim, jïänam
significa que “Não sou este corpo, e minha relação com meu corpo, elas também não são minhas
necessidades”. Isso se chama jïäna. E tão logo compreendemos que as simples necessidades de meu
corpo não são requeridas, isso se chama desapego, ou vairägya. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.7, 21 de abril
de 1974
2.8
“...um homem da classe daëòavat ou um homem da classe ouvinte”.
Assim, dharmaù svanuñöhitaù puàsäà viñvaksena-kathäsu yaù, notpädayed yadi ratim [SB 1.2.8]. Esse
processo de ouvir é muitíssimo importante, mas as pessoas não estão interessadas em ouvir. Elas estão
simplesmente ocupadas em outros deveres quaisquer. Meu Guru Mahäräja costumava dizer... Alguém
que não estava interessado em ouvir, ele costumava chamá‐lo de classe daëòavat. Homem da classe
daëòavat. Isso significa que ele simplesmente sabe como prestar daëòavats, isso é tudo. (risos). Todos
que iam até ele, ele via se era um homem da classe daëòavat ou um homem da classe ouvinte. Assim,
daëòavat é bom, mas se, por oferecer daëòavat, a pessoa não desenvolve o intento de ouvir, çravaëam,
então ele não está fazendo muito progresso.
“...meu Guru Mahäräja, ele me aceitou como seu discípulo. Ele notou isso”.
Como vocês sabem, porque eu era um pouco interessado em ouvir, meu Guru Mahäräja, ele me aceitou
como seu discípulo. Ele notou isso. “Esse rapaz é interessado em ouvir. Ele não vai embora”. Na
verdade, eu não sei. Eu não conseguia entender o que ele estava falando no começo, mas, ainda assim,
eu estava muito interessado em ouvi‐lo, por curiosidade ou algo assim.
2.10
“Isso é indriya prétiù, uivar no mercado”.
Não se perca em gratificação sensorial, mas viva uma vida muito saudável de forma que você possa
executar a consciência de Kåñëa. Kämasya nendriya prétiù jéveta yävatä-jévasya tattva-jijïäsä. O
verdadeiro negócio é jévasya. Nosso, nós entidades vivas, nosso verdadeiro negócio é tattva-jijïäsä. Esta
tattva-jijïäsä... jévasya tattva-jijïäsä. A mesma coisa, athäto brahma jijïäsä e jévasya. Esta forma humana
de vida destina‐se especialmente a indagar sobre a Verdade Absoluta, tattva-jijïäsä. Jévasya tattva-jijïäsä
na artha yaç ceha karmabhiù. Você está trabalhando muito duro, simplesmente para manter o corpo.
Não. Não é assim. Trabalhe duro, mantenha‐se bem, mas viva para tattva-jijïäsä. Isso é vida, tattva-
jijïäsä: O que eu sou? O que é Deus? O que é este mundo material? Por que vim aqui? Por que sou
colocado em tanto problema? Essas são as indagações. Não que todo dia se vai ao mercado. Isso não é
tattva-jijïäsä. Isso é indriya prétiù, uivar no mercado.
“...estamos tentando salvar os homens de uma grande queda...”.
Assim, a nossa vida [está] sendo arruinada sem a consciência de Kåñëa. Esta é a nossa missão, de que
estamos tentando salvar os homens de uma grande queda... Essa é a única ocupação da vida humana –
ser –, entender sua posição constitucional, entender Deus e a relação com Deus. Estamos evitando isso.
Qual é a solução? Aqui é dito claramente: jévasya tattva-jijïäsä nartho yaç ceha karmabhiù. Você trabalha
duro, mas qual é sua meta de vida? Simplesmente gratificação sensorial. É uma vida decadente. Jévasya
tattva-jijïäsä. Agora, o que é esse tattva? Isso é explicado no verso seguinte, vadanti tat tattva-vidas
tattvam [SB 1.2.11]. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.8, Bombaim, 26 de dezembro de 1972
2.11
“Não existe a necessidade de empenho separado...”.
Assim, brahmeti paramätmeti bhagavän iti çabdyate [SB 1.2.11], passo a passo. Mas se você se aproxima
de Kåñëa e tenta compreendê‐lo através do serviço devocional, então automaticamente você compreende
Brahman e Paramätmä. Não existe a necessidade de empenho separado para a compreensão de Brahman
e Paramätmä. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.11, Våndävana, 22 de outubro 1972
“...de diferentes ângulos de visão, aparece diferentemente”.
Outro exemplo é: assim como se você vê uma montanha. Assim como ao redor de vocês, este lugar,
Tirupati, há muitíssimas colinas. A partir de um lugar distante, sua visão não fica clara. Você
simplesmente vê algo como nublado, a mesma montanha. Mas se você progride um pouco mais, você
verá a mesma montanha ou colina esverdeada. E se você de fato for à mesma colina, você descobrirá que
há muitíssimos animais, muitíssimos homens e muitíssimas casas. Assim, o objeto é o mesmo, mas, de
diferentes ângulos de visão, aparece diferentemente. De maneira similar, a não ser que a pessoa possa
compreender Kåñëa perfeitamente, ela realiza a Verdade Absoluta como impessoal, niräkära Brahman. A
não ser que ela compreenda Kåñëa perfeitamente bem, ela não pode compreender o que é Paramätmä,
que é realizado pelos princípios ióguicos. Mas, quando você compreende Kåñëa, então você compreende
Paramätmä e Brahman também. Este é veredicto do çästra. Assim como se você tem um lakh de rúpias,
sua posse de alguns milhares de rúpias e de algumas centenas de rúpias já está ali. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.11, Tirupati, 26 de abril de 1974
2.12
“Eles estão simplesmente tocando o sino, isso é tudo”.
Duas coisas devem acontecer. Se... Assim como aqui vocês encontrarão a arcä-vigraha, adoração a
Deidades, está acontecendo, indo em frente. Mas se apenas isso for em frente... Porque nenhum de nós é
perito. Deve haver çruta-gåhitaya. Temos que ouvir sobre Kåñëa também. Duas coisas devem seguir em
frente em linhas paralelas. Se simplesmente especulação segue adiante, isso não nos ajudará, e se
simplesmente o tocar do sino segue adiante, e então não haverá... Não é assim. Há templos, muitas
centenas e milhares, mas ninguém vai, porque não há çruti, çruta-gåhitaya. As pessoas dizem: “O que há
ali? Eles estão simplesmente tocando o sino, isso é tudo”. Portanto, duas coisas devem seguir adiante:
bhaktyä, çruta-gåhitaya. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.10, Bombaim, 28 de dezembro de 1972
“...sua qualificação era que ‘Tenho que ver Kåñëa. Tenho que ver Kåñëa’.”.
Há uma história em conexão a isso. É muito instrutiva; tentem ouvir. Um recitador profissional estava
recitando sobre o Bhägavata, e ele estava descrevendo que Kåñëa, após ser muito suntuosamente
decorado com todas as jóias, Ele é enviado para cuidar das vacas na floresta. Assim, havia um ladrão
nesse encontro. Assim, ele pensou que “Por que então não ir a Våndävana para saquear esse garoto? Ele
está na floresta com muitíssimas jóias valiosas. Posso ir lá e agarrar a criança e pegar todas as jóias”. Essa
era a sua intenção. Assim, ele estava sério quanto a “Tenho que encontrar esse garoto. Então, em uma
noite, irei me tornar um milionário. Tantas jóias”. Não. Assim, ele foi lá, mas sua qualificação era que
“Tenho que ver Kåñëa. Tenho que ver Kåñëa” da mesma forma que ele foi informado pelo leitor do
Bhägavata. Então ele viu: “Oh, oh, você é um menino tão bom, Kåñëa”. Então ele começou a bajular. Ele
pensou que “Bajulando, pegarei todas as jóias”. (risos). Assim, quando ele propôs seu verdadeiro
negócio: “Então, eu poderia pegar alguns desses ornamentos Seus? Você é tão rico”. “Não, não, não.
Você... Minha mãe vai ficar brava. Não posso...”. (risos). Kåñëa como criança. Assim, ele ficou mais e
mais ávido por Kåñëa. E então... Pela associação de Kåñëa, ele já se tornara purificado. Então, por fim,
Kåñëa disse: “Tudo bem, pode pegar”. Então ele se tornou devoto, imediatamente. Por causa da
associação de Kåñëa...
“Esta é a única instituição que está ensinando às pessoas como ver Kåñëa”.
Assim, essa avidez é algo muito importante. Mas ela pode ser desperta pela associação dos devotos.
Portanto, estamos dando a todos a chance de invocar essa avidez. Então vocês verão Deus olho no olho.
Não é difícil. Tac chraddadhänä munayaù. Aqueles que desenvolveram essa avidez, fé, essa “tenho de
ver Kåñëa nesta vida”... Esta vida destina‐se a ver Kåñëa. Ela não se destina a nos tornarmos como cães e
porcos. Infelizmente, toda a civilização está seguindo com isso, estão sendo treinados para se tornarem
cães e porcos. Esta é a única instituição que está ensinando às pessoas como ver Kåñëa. Trata‐se da única
instituição, este movimento da consciência de Kåñëa. Ele é muito importante... – Çrémad-Bhägavatam
1.2.12, Los Angeles, 15 de agosto de 1972
2.13
“...se Kåñëa diz: ‘Tudo bem’, então tudo [...] está bem...”.
Se você simplesmente satisfizer Hari, a Suprema Personalidade de Deus, então você satisfaz todos os
outros. Tasmin tuñöo jagat tuñöaù. Assim como vocês conhecem a história, no Mahäbhärata, de que
Duryodhana planejou... quando os Päëòavas estavam na floresta, e o plano de Duryodhana era como
importuná-los. Então, ele abordou Durväsä Muni: “Meu caro senhor, você quis me dar uma bênção. Vim
para pedi‐la”. “Pois não”. “Agora, vá até os Päëòavas com todos os seus discípulos, sessenta mil
discípulos, e vá quando Draupadé houver pegado a comida dela”. Assim, Durväsä Muni, um dia... é
dever do kñatriya receber os brähmaëas. Assim, eles estavam, eles estavam, eles haviam terminado o
lanche deles, e Durväsä Muni chegou. Assim, como eles poderiam negar? Eles são kñatriyas. “Sim, meu
senhor. Vocês podem, vocês são bem‐vindos. Apenas tomem seu banho e estamos fazendo os arranjos...”.
Que arranjos eles fariam? Na floresta? Assim, eles estavam perplexos.
Kåñëa veio que: “Qual é o problema?”. Eles explicaram: “Este é o problema”. Então perguntaram
a Draupadé que “Você já terminou...”. Porque Draupadé tinha um, uma benção de que, enquanto ela não
almoçasse, qualquer número de homens viria, ela, ela poderia alimentá‐los. Esse era o... dela... Mas ela
havia terminado seu almoço, então Kåñëa disse: “Apenas vá, encontre algum alimento, qualquer coisa
pequena na cozinha”. Eles disseram: “Não, tudo acabou. Não há alimento”. “Não, simplesmente tentem
ver”. Então, no pote, eles viram que um pouquinho de çäk, uma verdura, estava agarrada. Assim, eles
pegaram aquilo e levaram para Kåñëa, imediatamente. Assim, tão logo Kåñëa aceitou, Durväsä e toda a
companhia, eles, eles sentiram suas barrigas encherem. Tasmin tuñöo jagat tuñöaù. Assim, eles sentiam-se
envergonhados de que: “Como iremos? Não podemos comer alimento algum?”. Assim, eles fugiram do
Ganges. Assim, o processo é esse na verdade. Se você pode satisfazer Kåñëa; se Kåñëa diz: “Tudo bem”,
então tudo, tudo está bem. Bas. Isso é o movimento da consciência de Kåñëa. De uma maneira ou outra,
satisfaça Kåñëa. Saàsiddhir hari-toñaëam [SB 1.2.13]. Então você tem toda a perfeição. Um método muito
simples. Tentem satisfazer Kåñëa, e tudo seu fica satisfeito. Tudo, tudo fica perfeito. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.13, Våndävana, 24 de outubro de 1972
2.14
“...o que quer que estejam ouvindo, eles devem ser pensativos e escrever”.
Portanto, estabelecemos a revista Volta ao Supremo. Os estudantes têm autorização para; o que quer que
estejam ouvindo, eles devem ser pensativos e escrever. Kértitavyaç ca. Não simplesmente ouvir. “Ah,
estou ouvindo há milhões de anos; ainda assim, não posso compreender” – porque você não canta, você
não repete o que você ouviu. Você tem que repetir. Kértitavyaç ca. çrotavyaù kértitavyaç ca dhyeyaù. E
como você pode escrever ou como você pode falar a não ser que você pense nEle? Você está ouvindo
sobre Kåñëa; você tem que pensar, então você pode falar. De outro modo, não. Portanto, çrotavyaù
kértitavyaç ca dhyeyaù e püjyaç ca. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.13-14, São Francisco, 23 de março de 1967
“Você está ouvindo sobre Deus. Agora você tem que propagar isso”.
Você está ouvindo sobre Deus. Agora você tem que propagar isso. Kértitavyaç ca. Não que “Ah, eu
conheci Deus. Está tudo bem. Permitam que eu fique satisfeito”. Não, você tem que pregar. Essa é outra
ocupação. Porque as pessoas são ignorantes. Elas não sabem o que é Deus; elas estão manufaturando
Deus. Estão aceitando algum patife como Deus. Assim, o que é o Deus real, você tem que pregar.
Çrotavyaù kértitavyaç ca, dhyeyaù. E vocês devem sempre pensar em Deus; então vocês obterão
inteligência... Assim, pregar, ouvir, sempre pensar e adorar. Essas quatro coisas são requeridas. Então
tudo estará bem. Não é a ocupação oficial de que, após uma semana, você vá e “Deus, dai‐nos o pão de
cada dia” e vai para casa. Não. Nityadä, vinte e quatro horas devemos estar ocupados, engajados nessa
ocupação. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.14, Los Angeles, 17 de agosto de 1972
2.15
“Quanto mais você controla, você se torna perfeito”.
Assim, isso se chama inteligência. E cães e gatos, eles estão sofrendo; eles não se importam. “Ah, eu...”,
eles esquecem. Vocês têm a experiência. Um gato está vindo para comer um pouco de leite aqui; você
castiga, você... Mas novamente ele vem, novamente ele vem. Porque ele é um animal. E a diferença entre
o animal e o homem é... Suponha que há um prato muito saboroso. Então, o homem, a não ser que lhe
seja oferecido, embora esteja ávido, embora esteja ansiando por aquela comida, ele fica aguardando o
convite: “Sim, você pode pegar”. Mas gatos e cães, sem convite, pegam. Essa é a diferença entre o
homem e o animal. O animal não pode controlar; o homem pode controlar. Embora ele esteja faminto,
ele pode controlar, por civilidade: “Como posso saborear sem convite?”. Assim, essa é a diferença.
Portanto, a conclusão é: a vida humana destina‐se ao controle. Não como o animal: “Quero comer,
imediatamente pego isso”. Um gato e um cachorro ou uma vaca e um touro – estupro. Tão logo haja
uma fêmea, imediatamente estupram. Assim, não há punição. Mas se você fizer isso na rua, estuprar,
imediatamente você será um criminoso. Assim, essa é a diferença. A inclinação está ali, tanto no animal
como no ser humano. Mas o ser humano deve ser controlado. Isso é vida humana. Quanto mais você
controla, você se torna perfeito. E, ao contrário, quanto mais você afrouxa, você é animal. Essa é a
diferença. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.15, Los Angeles, 18 de agosto de 1972
2.16
“...essa apreciação também é [...] uma elevação para tal pessoa”.
As pessoas, elas continuam glorificando nossas atividades. Se mantemos o nosso padrão, então elas irão
apreciar. Assim, isso se chama çraddhä. Essa apreciação se chama çraddhä, çraddadhänasya. Mesmo que
não se junte, se a pessoa diz: “Ah, isso é muito bom, isso é muito... Essas pessoas são boas”. Às vezes, nos
jornais, eles dizem que “Esses Hare Kåñëas são ótimos. Queremos mais deles”. Eles dizem. Assim, essa
apreciação também é um, também é uma elevação para tal pessoa. Se ela não ouve, não vem, simples
diz: “Isso é muito bom. Sim”. Da mesma forma que as crianças pequenas, um bebê, ele também está
apreciando, tentando se levantar com o címbalo. Apreciação. Desde o comecinho da vida, apreciação:
“Isso é bom”. Ele sabe ou não, isso não importa. A simples apreciação está lhe dando um toque de vida
espiritual. Isso é muito bom. Çraddhä. Se não forem contra, simplesmente apreciarem: “Ah, eles estão
fazendo bem”... Assim, o desenvolvimento da vida espiritual significa o desenvolvimento dessa
apreciação, isso é tudo. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.16, Los Angeles, 19 de agosto de 1972
“...ele pode se tornar, no futuro, o mestre espiritual”.
Çuçrüñoù. Aquele que está muito ávido por ouvir, ele pode se tornar, no futuro, o mestre espiritual.
Çuçrüñoù çraddadhänasya, com fé. Väsudeva-kathä-ruciù. Ruci significa sabor, e väsudeva-kathä
significa Kåñëa, os tópicos de Kåñëa. Estou falando a vocês de minha experiência pessoal, como essa
avidez por ouvir é algo muito importante. Quando me encontrei pela primeira vez com meu mestre
espiritual em 1933... Não... Eu me encontrei com ele pela primeira vez em 1922. Então, por muitos anos,
fiquei fora de Calcutá, e não podia me encontrar com ele. Novamente, o próximo encontro foi em 1933.
Assim, naquela vez, eu estava simplesmente indagando os outros discípulos de meu mestre espiritual.
Naquele tempo eu não era mestre espiritual, quero dizer, discípulo. “Então, quando Sua Santidade irá
falar?”. Então, essa informação foi notada por meu mestre espiritual, e ele ficou muito satisfeito de me
aceitar imediatamente, porque “Este rapaz é muito bom. Ele é muito solicitador para ouvir. Ele não vai
embora”.
“Se você satisfaz um devoto puro [...] você obtém todas essa qualidades”.
Então há gosto. Agora, como esse gosto é criado, isso também é explicado na próxima linha. Syän mahat-
sevayä. Mahat-sevayä. Mahat significa... Eu já expliquei. Um devoto, um devoto puro, cujo... que não tem
nenhuma outra ocupação além de servir Kåñëa, ele é chamado mahat. Assim, a pessoa tem que se ocupar
no serviço ao devoto puro. Tão logo sirvamos um devoto puro... Yasya prasädät. Se você satisfaz um
devoto puro pelo seu serviço, então, mesmo que existam algumas discrepâncias, você obtém todas essa
qualidades. Syän mahat-sevayä räjan. Syän mahat-sevayä vipräù. Vipräù. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.16,
Los Angeles, 19 de agosto de 1972
2.17
“Assim, Kåñëa é muito egoísta”.
Assim, Kåñëa é muito egoísta. Ele diz... Aqui está dito: sva-kathäù kåñëaù. Todo aquele que está ocupado
em ouvir o kathä de Kåñëa. Kathä significa palavras, mensagens. Assim, no Bhagavad-gétä também,
Kåñëa diz, mäm ekam: “Somente a Mim”. Ekam. Isso é necessário. Embora tudo seja Kåñëa, mas, de
acordo com a teoria panteísta, não podemos adorar tudo. Tudo é Kåñëa, isso é um fato, mas isso não
significa que temos que adorar tudo; temos quer adorar Kåñëa... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Los
Angeles, 20 de agosto de 1972
puëya-çravaëa-kértanaù
“Se você simplesmente ouvir, você irá obter resultado piedoso”.
O próprio ouvir é puëya-çravaëa-kértanaù. Se você simplesmente ouvir, você irá obter resultado piedoso.
Puëya-çravaëa-kértanaù. E se você canta, você obtém mais resultado piedoso. Puëya-çravaëa-kértanaù. O
resultado será hådy antaù-stho hy abhadräëi. Toda abhadräëi, tudo o que é prejudicial será levado pela
limpeza. Hådy antaù-stho hy abhadräëi vidhunoti. Vidhunoti. Kåñëa ajuda você a limpar porque Ele é
seu amigo. Ele é amigo de todos, mas um amigo especial dos devotos. Suhåt-satäm. – Bhagavad-gétä
13.15, Bombaim, 9 de outubro de 1973
“As pessoas estão acumulando algo espiritual”.
Portanto, ouvir kåñëa-kértana também é outra atividade piedosa. Assim, esses garotos, quando estão
indo para as ruas cantando Hare Kåñëa, automaticamente eles estão dando às pessoas a chance de se
tornarem piedosas. Ouvir é muito importante. Elas estão se tornando piedosas. As pessoas estão
comprando uma cópia, Volta ao Supremo. Elas estão aprovando com a cabeça: “Sim, esses rapazes são
muito bons”. As pessoas estão acumulando algo espiritual. Isso é muito bom. Çåëvatäà sva-kathäù
kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù [SB 1.2.17]. Simplesmente por ouvir, cantar, isso são atividades piedosas.
– Bhagavad-gétä 7.1, Los Angeles, 12 de março de 1970
“...se ele simplesmente ouve, ele se torna piedoso”.
Çåëvatäà sva-kathäù kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù [SB 1.2.17]. Cantar e ouvir. Simplesmente mediante
esses dois processos. Puëya-çravaëa-kértanaù. Puëya, piedade. Assim, qualquer um que venha aqui,
mesmo que não entenda uma única palavra que estamos falando; se ele simplesmente ouve, ele se torna
piedoso. Simplesmente por ouvir. Até mesmo uma criança nossa, ela se torna piedosa. E, a não ser que
estejamos livres de nossa vida pecaminosa, não podemos entender sobre Deus... – Çrémad-Bhägavatam
1.2.17, Los Angeles, 20 de agosto de 1972
Suhåt satäm
“...Kåñëa nos ajudará a remover essa sujeira”.
Çåëvatäm... Como Ele irá ajudá-lo? Ele irá ajudá-lo no mesmo processo, espalhar a poeira, quero dizer,
tirar a poeira, tirar todas as coisas sujas que você acumulou dentro de sua mente. Çåëvatäà sva-kathäù
kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù, hådy antaù-stho hy abhadräëi. Abhadräëi significa coisas sujas, as
coisas sujas que acumulamos através de nossa associação material, Kåñëa nos ajudará a remover essa
sujeira. Hådy antaù-stho hy abhadräëi vidhunoti suhåt satäm. Porque Ele é amigo de todas as pessoas
santas. Ele é um amigo. Assim, o nosso empenho para nos tornarmos conscientes de Kåñëa é um
empenho santo, e, portanto, Ele também coopera. – Bhagavad-gétä 4.7-9, Nova Iorque, 22 de julho de 1966
“Estes são os quatro pilares de abhadräëi”.
Isso, o princípio abhadräëi significa sexo ilícito, intoxicação, comer de carne e jogos de azar. Estes são os
quatro pilares de abhadräëi. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Våndävana, 28 de outubro de 1972
2.18
“...bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä…”.
Assim, aqui é dito bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä. Bhagavän é Kåñëa, a Suprema Personalidade
de Deus, e bhägavata significa em relação com Bhagavän, que tem relacionamento com Bhagavän.
Portanto, aqui se recomenda bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä. A idéia é que você não pode se
aproximar de Bhagavän, Deus, diretamente. Isso não é possível. Antes de tudo, você tem que servir o
bhägavata, o devoto bhägavata... Assim, a pergunta foi: “Qual adoração é a melhor?”. O Senhor Çiva
então respondeu: ärädhanänäà sarveñäà viñëor ärädhanaà param: “Minha querida Pärvaté; de todos os
métodos de adoração, a adoração a Viñëu é a mais grandiosa”. Existe adoração a muitos semideuses, até
mesmo adoração ao Senhor Çiva, mas o Senhor Çiva diz: “A adoração a Viñëu é a melhor”. Então, ele diz
novamente: tasmät parataraà devi. “Minha querida Devi, melhor do que essa adoração a Viñëu é
tadéyänäà samarcanam.” Tadéya. Tadéya significa aqueles que estão em relação a Viñëu, tadéya. Como o
Seu devoto, tadéya. Tulasé-våkña. Tulasé é tadéya. Ou templo tadéya. Pregação tadéya. Tadéyänäà
samarcanam. Isso é bhägavata. Assim o Senhor Çiva recomenda que “De todos os métodos de adoração,
a adoração a Viñëu é a melhor, e melhor do que a adoração a Viñëu é adorar Seu devoto ou coisas em
relação a Ele”.
“Nityam... sequer um único instante desperdiçado...”.
Portanto, é recomendado aqui: nityam, diariamente, ou constantemente, vinte e quatro horas. Temos que
moldar a nossa vida de tal maneira que vinte e quatro horas, sequer um único instante desperdiçado,
nos ocupemos em bhägavata-sevayä, devemos nos ocupar no serviço ao que é relativo ao Senhor. O
Çrémad-Bhägavatam, o Bhagavad-gétä, o mestre espiritual, tulasé-devé, o templo, a pregação, os livros:
tudo isso é bhägavata. Portanto, nityaà bhägavata-sevayä.
Nañöa-präyeñu
“...digamos, setenta e cinco [por cento] limpo”.
Nañöa-präyeñu. Se nos ocupamos nesse bhägavata-sevayä... Assim como estamos fazendo diariamente,
tentando ler um verso do Çrémad-Bhägavatam, discutindo entre nós. Isso é bhägavata-sevayä. Nityam,
diariamente, regularmente. Por esse processo, quando as coisas sujas dentro do coração, nañöa-präyeñv
abhadreñu. Abhadra significa coisas sujas, coisas inauspiciosas. O que são essas coisas inauspiciosas?
Coisas inauspiciosas significa a doença do coração de querer desfrute sensorial... Deste modo; quando
quase todas as coisas sujas foram limpas – não todas... Tão logo todas as coisas sujas estejam fora,
limpas, então somos almas liberadas. Imediatamente: amor a Deus, consciência original. Você se torna
louco. Como Caitanya Mahäprabhu, yugäyitaà nimiñeëa... Portanto, nañöa-präyeñv abhadreñu nityaà
bhägavata-sevayä. Não completamente limpo, mas präya, digamos, setenta e cinco [por cento] limpo.
Nesse momento, você se fixa no serviço devocional, naiñöhiké... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.18, Los
Angeles, 21 de agosto de 1972
uttama-çloka
“...eles não podem oferecer orações verdadeiramente”.
Uttama significa udgata-tama. Este mundo material é tama, ignorância, escuridão. E Kåñëa está além
deste mundo material; portanto, Ele é chamado de para. Para significa transcendental. Assim, uttama-
çloka. Então, quando oferecemos nossas orações a Kåñëa, elas não são palavras ordinárias. Portanto,
aqueles que não são almas liberadas, eles não podem oferecer orações verdadeiramente. Temos que
oferecer as orações das almas liberadas, não do homem comum... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.18, Los
Angeles, 21 de agosto de 1972
“Não saptähaà bhägavata-sevayä...”.
Não saptähaà bhägavata-sevayä, oficialmente. Isso é karma-käëòéya. “Eu me sento para um saptäha em
um ano, e então, por 357 dias, faço todo tipo de disparate”. Não. Nityaà bhägavata-sevayä. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.18, Våndävana, 29 de outubro de 1972
naiñöhiké.
Há diferentes estágios de serviço devocional. Isso eu já expliquei muitas vezes. Antes de tudo, çraddhä,
sädhu-saìga, bhajana-kriyä, anartha-nivåttiù syät. Quando anartha-nivåttiù syät, todas as coisas
indesejadas são findadas; nesse momento, niñöhä, fé firme. Assim, bhagavaty uttama-çloke bhaktir
bhavati naiñöhiké. Assim, há muito tempo existem coisas sujas, nossa fé e nossa devoção a Kåñëa não
estão muito fixas; às vezes nos desviamos, vamos embora. Mas, então, nañöa-präyeñu; quando setenta e
cinco por cento das coisas sujas são limpas, então a nossa fé em Deus se torna fixa. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.18, Los Angeles, 21 de agosto de 1972
2.19
“Sem se tornar um brähmaëa, ninguém pode se tornar Vaiñëava”.
Assim, o princípio é que temos que colocar nossa mente, nossa consciência, em sattva-guëa. Esse é o
primeiro afazer... Sem chegarmos à plataforma de sattva-guëa, ou qualificação bramânica, não se pode
fazer qualquer avanço na vida espiritual. Portanto, em nosso movimento da consciência de Kåñëa, nós,
antes de tudo, trazemos cada um à plataforma de brähmaëa. Portanto, no momento da segunda
iniciação, oferecemos o cordão sagrado para reconhecê‐lo de que “Ele, agora, é brähmaëa”. Sem se
tornar um brähmaëa, ninguém pode se tornar Vaiñëava. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.19, Calcutá, 27 de
setembro de 1974
“...este é o teste – imediatamente ele se livrará de toda luxúria e ganância”.
Assim, tornar-se consciente de Kåñëa significa que imediatamente – este é o teste – imediatamente ele se
livrará de toda luxúria e ganância. Se ele não é livre da luxúria e da ganância, ele está fazendo show,
exibindo‐se; ele não é consciente de Kåñëa. Este é o teste. Se a pessoa é realmente avançada em
consciência de Kåñëa, então esses dois sintomas serão visíveis em seu caráter: sem mais luxúria, sem
mais ganância. Ele deve ficar satisfeito com uma esposa ou um esposo... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.19,
Los Angeles, 22 de agosto de 1972
“Enquanto você for luxurioso... ganancioso...”.
A civilização moderna é baseada em rajas-tamo-bhäväù. Ninguém está satisfeito. Todos são gananciosos.
E luxuriosos. Käma-lobhädayaç ca ye. Käma. Enquanto você for luxurioso, enquanto você for
ganancioso, não há questão de serviço devocional. Não há questão de avanço na vida espiritual. Assim,
portanto, você tem [que] vir para a plataforma de sattva-guëa, onde simplesmente conhecimento... Não
há outra coisa, ignorância ou ganância, somente conhecimento. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.19, Calcutá, 27
de setembro de 1974
“Isso também não é suficiente”.
Assim, se podemos, de uma forma ou de outra, evitar os modos de nível inferior, a saber, ignorância e
paixão, então naturalmente iremos para a plataforma da bondade. Isso também não é suficiente.
Portanto, é dito aqui, nañöa-präyeñu, quase terminadas todas as coisas sujas. “Não, agora estou situado
em bondade, nas qualificações bramânicas”. Assim, o çästra diz que está tudo bem. Mas, ainda assim,
está sujo. Porque, no Bhagavad-gétä, descreve‐se que isso também é causa de condicionamento. “Sou
muito estudado. Agora me tornei brähmaëa”. Assim, ele não sabe que isso também é este falso ego, de
que “Eu sou brähmaëa. Sou muito erudito. Sou muito avançado”. Isso também é causa de
condicionamento. Ele não sabe disso. Simplesmente se livrar dos modos da ignorância e da paixão não é
suficiente. A pessoa deve se livrar dos modos da bondade também, a assim chamada bondade. Então
você chega à plataforma transcendental. Isso se chama sarvopädhi-vinirmuktam. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.19, Våndävana, 30 de outubro de 1972
2.20
“...se não estou prasanna-manasa, isso significa que mäyä me atacou”.
Assim, como alguém pode se tornar prasannätmä ou prasanna-manasa? Isso é descrito aqui. Bhagavad-
bhakti-yogataù. Evaà prasanna-manaso bhagavad-bhakti-yogataù. Se você aceita bhagavad-bhakti-yoga,
serviço devocional ao Senhor, você ficará prasanna-manasa. Você ficará sempre se sentindo alegre e
jovial. Se não estou alegre e jovial, se não estou prasanna-manasa, isso significa que mäyä me atacou.
Um bhagavad-bhakta jamais deve ser aprasanna, não jovial. Sempre jovial. Se ele está verdadeiramente
em contato com Kåñëa, como ele pode ficar taciturno? Não. Se ele está taciturno, se ele está infeliz, isso
significa que mäyä o atacou. Este é o teste. Isso significa falta de bhagavad-bhakti-yoga. Isso é mäyä.
Portanto, você deve ser muito cauteloso. Teste. Se não podemos levantar cedo pela manhã, isso significa
que estamos sob as garras de mäyä. Esse é o teste... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.20, Våndävana, 31 de
outubro de 1972
2.21
“O nó é o sexo”.
Assim, bhidyate significa cortar em pedaços. O que é isso? O nó. Hådaya-granthi. Hådaya significa
coração, e granthi significa nó. Assim, o nosso coração, o coração de todos, está com nó. O que é esse nó?
O nó é o sexo. Puàsaù striyä mithuné-bhävam etam [SB 5.5.8]. Isso é nó. O desfrute material começa. Há,
no coração de todos, homem, mulher... O homem quer ter mulher; a mulher quer ter homem. Isso é a
procura. E se, de uma maneira ou de outra, se eles se unem, o nó se torna preso, muito forte. Isso se
chama nó. Então, tão logo o nó esteja ali, então casa, então terra, então gåha-kñetra-suta, filhos. Então
filhos, então dinheiro. Deste modo, um após o outro, um após o outro, tornamo‐nos amarrados em
muitíssimas coisas. Isso se chama nó. Hådaya-granthi, uma após a outra. Do mesmo modo que, para
deixar apertado, você dá um nó, novamente um nó, outro nó, outro nó, outro nó; para deixar seguro.
Assim, tal é a nossa posição. Este mundo material, estamos amarrados de muitíssimas maneiras, e
estamos criando mais nós. Portanto, temos que cortar esse nó. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.21, Los Angeles,
24 de agosto de 1972
“Este é o estágio de completa liberação”.
Este é o estágio de completa liberação. No verso anterior, foi dito: bhagavat-tattva-vijïänaà mukta-
saìgasya jäyate. A ciência de Deus, bhagavat-tattva, a ciência da Verdade Absoluta, torna‐se manifesta à
alma liberada. Kñéyante ca asya karmäëi. Karmäëi, karmäëi nirdahati kintu ca bhakti-bhäjäm... karmäëi
nirdahati kintu ca bhakti-bhäjäm [Bs. 5.54], aqueles que aderiram à consciência de Kåñëa em serviço
devocional, o karma deles é cortado fora. Não há nenhuma ação resultante. Assim como vocês conhecem
grão‐de‐bico. Grãos‐de‐bico, se vocês semearem no chão, ele frutificará em uma planta. Mas o mesmo
grão‐de‐bico, se, fritado, vocês plantarem na terra, ele não frutificará. Assim, o nosso karma deve ser
frito pelo serviço devocional. Então ele não produzirá nenhum resultado. E Kåñëa também diz no
Bhagavad-gétä: ahaà tväà sarva-päpebhyo mokñayiñyämi [Bg. 18.66]. Assim, não há ação resultante da
atividade de um devoto. Portanto, aqui é dito: kñéyante ca asya karmäëi. A não ser que você tenha
findado completamente sua ação resultante de karma, você não pode ser promovido para o mundo
espiritual. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.21, Våndävana, 1 de novembro de 1972
2.23
“Seu problema é solucionado quando fora da prisão”.
Como quando alguém é prisioneiro. Assim, se ele satisfaz o superintendente da prisão, ele pode obter
um pouco de facilidade. Agora eu vi, na prática, que um jovem rapaz, ele estava aprisionado por um ato
criminal. Assim, ele está datilografando no escritório do superintendente carcerário. Isso significa que
ele era educado, mas ele foi colocado nos termos comuns da prisão. Ele estava quebrando pedras. Mas
ele satisfez o superintendente carcerário de que: “Não estou acostumado com isso. Contudo, posso servi‐
lo de algum outro modo”. Assim, ele viu que: “Ele é educado. Ele sabe. Tudo bem. Você pode vir para o
meu escritório”... Então, essa facilidade você pode ter. Mas não liberdade da casa de detenção. Isso não
está sob o poder do superintendente. De modo similar, todos os semideuses, eles podem lhe dar uma
facilidade temporária, mas eles não podem libertá‐lo da casa de detenção... Assim como na prisão. O
mesmo exemplo: o rapaz recebeu um pouco de alívio. Ao invés de quebrar pedra, ele recebeu
autorização para datilografar no escritório. Isso não significa que seu problema está solucionado. Seu
problema é solucionado quando fora da prisão. É assim. Mas isso o superintendente de polícia não pode
dar. Isso será dado pelo governo. Similarmente, se queremos nos livrar da casa de detenção da existência
material, temos que aderir à consciência de Kåñëa. Nenhum outro método irá nos livrar. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.23, Los Angeles, 26 de agosto de 1972
2.24
“...nosso treinamento [...] é levá‐lo à plataforma da bondade...”.
Se você quer ver Brahman, a Suprema Verdade Absoluta, então você tem que vir para a plataforma de
bondade. Você não pode permanecer na plataforma de ignorância e paixão. Portanto, nosso treinamento
para o estudante é levá‐lo à plataforma da bondade, brähmaëa. Brahma jänätéti brähmaëaù. Brahma-
darçana. Brahma-darçana significa a pessoa que viu brahma, ou alguém que conhece brahma. Ele se
chama brähmaëa. Assim, no todo, para compreender a Verdade Absoluta, mesmo brahma-darçanam, a
Verdade Absoluta, você vem para a luz, e não na escuridão. Se você que ver o sol pelo menos, então você
vem para a claridade solar. Não que, na sala escura, fechando sua porta, você pode ver a claridade solar.
Você tem que sair. Tamasi mä jyotir gama. Portanto, a injunção Védica é “Não permaneça na escuridão.
Saia para ver a luz”... O mesmo ser humano: um está na escuridão, um está na paixão, e um está na
bondade. E se você vem para a bondade, então você vê, brahma-darçanam. Você pode entender o que é a
Verdade Absoluta. Se você permanece na ignorância e na paixão, você não pode ver, você não pode
saber. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.24, Los Angeles, 27 de agosto de 1972
2.26
“Na verdade, o Kälé-püjä destina-se aos comedores de carne”.
Aqui, se apresento Kåñëa, alguém pode dizer: “Por que não Kälé?”. Ghora-rüpän. “Ah, Kälé é muito
ativa. Ela tem uma língua tão longa. E tem uma espada em sua mão, cortando as cabeças. Isso é muito
bom. E nós somos, poderemos comer bodes”. Vejam. Na verdade, o Kälé-püjä destina-se aos comedores
de carne. O Kälé-püjä... Agora esta, esta temporada é Kälé-püjä. Este Kälé-püjä destina-se porque os
çästras Védicos são feitos de tal forma que, do mais baixo patife ao homem mais altamente inteligente,
todos devem se elevar. Esse é o propósito. Do mais baixo patife ao brähmaëa mais altamente inteligente.
Porque todas as classes de homens existem. Alguns deles estão influenciados pelos modos da bondade;
alguns estão influenciados pelos modos da paixão; alguns deles estão influenciados pelos modos da
ignorância... Assim, os comedores de carne, para eles, os Vedas dizem: “Sim”, loke vyaväyämiña-madya-
sevä nityä hi jantoù, “todo ser vivo, entidade viva, tem uma tendência geral...”. Porque ele veio aqui para
desfrutar, para satisfazer os sentidos materiais, e sentidos materiais significa comer carne, beber vinho e
ter vida sexual. Isso é material, satisfação dos sentidos materiais. Assim, eles são regulados. “Tudo bem.
Vocês querem carne, vocês querem comer cerne, tudo bem, então sacrifiquem um bode diante da deusa
Kälé e adorem-na no ämäväsya, a noite da lua negra”. Muitíssimas regulações. O verdadeiro propósito é
restringi‐lo, mas se for dito diretamente “Não coma carne”, ele se revoltará.
2.31
“...eles explicam isso como intuição... Ela está vindo de Paramätmä”.
Assim, Kåñëa me deu um tipo de corpo para que eu possa desfrutar, e Ele me dá a lembrança também:
“Agora você quis desfrutar assim. Você obteve esta oportunidade. Faça isso”. Esta é a prova. Vocês verão
que mesmo um, como se chama, um filhote, nascido de uma animal, o cachorro, gatos e cachorros, eles
encontrarão onde está o seio materno. O bebê humano também, eles também tentam encontrar onde está
o seio materno. Porque eles, eles explicam isso como intuição. Mas nós não dizemos que isso é intuição.
Ou mesmo que você chama de “intuição”, de onde ela está vindo? Ela está vindo de Paramätmä. Ele está
fornecendo que: “Encontre. Aqui você encontra o seio materno, e aqui está sua comida. Aqui está sua
comida”. Portanto, mesmo logo após o nascimento, o gatinho, ou uma criança pequena, encontra onde
está o alimento. Essa é a explicação para a intuição. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.31, Våndävana, 10 de
novembro de 1972
2.32
“Assim, quão crânio é Kåñëa, vocês podem simplesmente imaginar”.
Todo extrato de conta é mantido. Simplesmente imaginem quantas incontáveis entidades vivas existem.
Asaìkhya. Jéva-bhägo sa vijïeyaù sa cänantyäya kalpate. Não há, vocês não podem... Inumeráveis. E
toda e cada alma individual está fazendo de acordo com seus próprios desejos, e todo balanço de conta é
mantido. Simplesmente imaginem quão perito tem que ser o contador! Todo cálculo é mantido. Porque a
ela tem que ser novamente oferecido outro corpo, prestando conta de suas atividades. Karmaëä daiva-
netreëa [SB 3.31.1]. Ela está agindo. Incontáveis entidades vivas. Assim, quão crânio é Kåñëa, vocês
podem simplesmente imaginar. E não apenas um planeta – há inúmeros planetas, há inúmeros
universos. Tudo é inumerável. Isso se chama ilimitado. Tudo é inumerável. E, ainda assim, algum patife
alega ser Deus. Quão crânio Deus tem que ser, ele não sabe. Quão crânio... Anvayäd itarataç ca artheñu
abhijïaù. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.32, Våndävana, 11 de novembro de 1972
2.34
“...há encarnações entre os animais inferiores, bestas, pássaros e em toda parte”.
Assim, há muitíssimas sociedades. Deva‐tiryaì-narädiñu. E, em toda sociedade, há encarnação de Deus
de acordo com a posição deles. De acordo com a língua deles, de acordo com os problemas deles, há
encarnação. Nós não vemos outras encarnações, mas podemos ver a forma humana de encarnação.
Rämädi-mürtiñu kalä-niyamena tiñöhan [Bs. 5.39]. Mas, a partir do çästra, podemos entender que há
encarnações entre os animais inferiores, bestas, pássaros e em toda parte. O propósito é recuperar as
almas caídas. Assim, não apenas Ele encarna, mas Ele envia Seu devoto, Ele vem como devoto...
“...todos os deuses estão indo para os países ocidentais”.
Devemos ser muito cautelosos, de que, embora haja muitos milhares e milhares de encarnações de
Kåñëa, a Suprema Personalidade de Deus; ainda assim, quando temos que aceitar alguém ou algo como
encarnação, temos que recorrer ao çästra. Então estará tudo bem. Do contrário, seremos
desencaminhados, enganados. Isso está sendo feito. Muitíssimos. Na rua, nas veredas, há muitíssimos
deuses. E especial o deus, todos os deuses estão indo para os países ocidentais. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.34, Våndävana, 13 de novembro de 1972
Resumo de Sua Graça Bhurijana dasa
Antes de responder, Suta Gosvami primeiramente oferece suas reverências ao seu guru, Srila Sukadeva
Goswami, e então começa a responder às questões dos sábios (1‐4). Suta começa descrevendo quão
relevantes são as indagações dos sábios uma vez que são sobre Krsna, a Suprema Personalidade de
Deus. Ele então enfatiza a importância do processo da auto‐realização e de sua meta: o serviço
devocional a Krsna (5‐10). Suta explica melhor que, dado Krsna ser a Verdade Absoluta, devemos
satisfazê‐lO por meio do serviço devocional (11‐15). A progressão gradual da consciência à proporção
que a pessoa supera os efeitos dos modos da natureza e aufere o serviço devocional puro através da
audição apropriada do Srimad‐Bhagavatam e através do serviço aos devotos puros é então descrita por
Suta Gosvami (16‐22). Suta explica a posição do Senhor Krsna como além dos modos da natureza e, por
conseguinte, instrui aqueles sérios quanto à liberação a adorarem‐nO exclusivamente, pois o Senhor é a
meta suprema da vida (23‐29). O capítulo termina com a descrição de Suta de como o Senhor, embora
transcendental ao mundo material, primeiramente cria o mundo material e então mantém Sua criação
(30‐34).
1. Uma vez que, ouvindo o Srimad‐Bhagavatam de um mestre espiritual devoto puro, os modos
da paixão e da ignorância gradualmente se afrouxam e a pessoa desenvolve sua rasa eterna com Krsna,
por que alguém deveria divergir sua mente para algo independente do serviço a Krsna? (1‐4)
2. A fim de auferir a perfeição, o indivíduo deve ouvir o Srimad‐Bhagavatam de um devoto puro
e se tornar um devoto puro, e, uma vez que se tornar um amante puro de Krsna é a única fonte de
satisfação verdadeira, deve‐se rejeitar como inúteis todas as atividades não direcionadas para o
despertar de nossa atração por Krsna e para a realização de nossa relação pessoal com Ele. (5‐10)
3. Todo homem deve, portanto, obter instrução das escrituras e constantemente glorificar,
lembrar e adorar Krsna. (11‐15)
4. Executando serviço devocional e ouvindo o Srimad‐Bhagavatam de grandes devotos, a forte
influência dos modos da paixão e da ignorância é enfraquecida e a pessoa gradualmente transcende os
modos da natureza material e progressivamente volta à vida em sua rasa eterna com Krsna. (16‐22)
5. Dado que tudo o que é auspicioso pode ser obtido mediante o serviço devocional puro, por
que deveríamos divergir nossa mente para a gratificação sensorial ou para algo independente do serviço
a Krsna? (23‐29)
6. Para resgatar as desorientadas almas condicionadas buscando a esmo pela felicidade no
mundo material, Krsna entra no mundo como a superalma e as instiga a redespertarem sua relação com
Ele. Ele também encarna e dota de poder seres vivos aptos a agirem em Seu nome. (30‐34)
Krsna vem ao mundo material em muitas encarnações a fim de salvar as almas caídas, e, quando o
Senhor vem, Ele não possui qualquer conexão com o mundo material, embora Ele pareça estar dentro
dele. Deve‐se ouvir sobre essas encarnações a partir do Bhagavatam com um devoto e assim aprender o
próprio relacionamento eterno com Krsna e seu destino último após o abandono do corpo.
Material Extra
Versos 179 e 180 do capítulo dois da Parte Segunda do Båhad-bhägavatämåta,
de Çréla Sanätana Gosvämé, apresentados aqui em auxílio à compreensão do verso 1.2.11
Versos 179 e 180
sa-guëatväguëatvädi-
virodhäù praviçanti tam
mahä-vibhütir brahmäsya
prasiddhetthaà tayor bhidä
Tradução: Naturezas contrárias, como ter qualidades e não ter qualidades, conjuntam‐se nEle. Uma
vez que o Brahman impessoal é uma opulência infinita da Personalidade de Deus, a diferença entre
Ele e o Brahman é bem estabelecida. Seus dois belos pés de lótus, por conseguinte, corporificam a
concentrada essência da felicidade. Aqueles que O realizam através da devoção pura certamente
obtêm essa intensa bem‐aventurança.
COMENTÁRIO: Assim como os rios fundem-se no oceano, muitas qualidades opostas convergem para
a Pessoa Suprema. A palavra ädi após saguëatva e aguëatva indica mais opostos – desapego e associação,
unidade e multiplicidade, não‐dualidade e qualidades específicas. Concebido como o Brahman
impessoal, o Supremo é destituído de qualidade e de outras dualidades. Concebido como Paramätmä e
Parameçvara, o Supremo exibe características como ter relações com outros seres vivos, possuir
maravilhosas qualidades e assim por diante. Deste modo, o Supremo é, em verdade, pleno de
qualidades, muitas delas aparentemente contraditórias. O çästra talvez diz às vezes que o Supremo não
pode ser descrito em palavras e que Ele não tem nome, mas a construção literal dessas afirmações é
refutada pelo Väsudevädhyätma:
aprasiddhes tad-guëänäm
anämäsau prakértitaù
apräkåtatväd rüpasyäpy
arüpo ’yaà pracakñate
“Porque Suas qualidades não são bem conhecidas, é dito que Ele não tem nome. E, porque Sua forma
não é material, é dito que Ele não tem forma”.
Os Mäyävädés argumentam que a Personalidade de Deus talvez tenha qualidades, mas, como produto de
Mäyä, tais qualidades são ilusórias. Destarte, eles querem conciliar o fato dEle ter qualidades com sua
idéia de realidade, a idéia de que o Supremo, na verdade, não possui qualidade alguma. Na verdade,
entretanto, os poderes supremos da Verdade Absoluta são eternos e reais, não ilusórios como a criação
material. E, em razão disso, quando se diz que o aspecto pessoal do Supremo, Bhagavän, é nirguëa, como
Brahman, o sentido é diferente, isto é, o sentido é que Bhagavän transcende todas as qualidades
materiais. Ao mesmo tempo, como o mundo material, Ele tem muitas diferentes qualidades, e, por
conseguinte, também se diz que Ele é saguëa. Isso parece contraditório, mas trata‐se de algo possível em
razão de Suas potências inconcebíveis e maravilhosas.
O Senhor Supremo é sim mahimärëava, o oceano para o qual todas as perfeições convergem. Isso é
confirmado por muitos çästras. Nas palavras do Mokña-dharma (Mahäbhärata, Çänti-parva 335.10–11):
aiçvarya-yogäd bhagavän
viruddhärtho ’bhidhéyate
tathäpi doñäù parame
naivähäryäù kathaïcana
“Ele não é nem grande nem infinitesimal; Ele, todavia, é maior e menor do que todo o resto. É dito que
Ele é isento de cor; Ele, todavia, é azul enegrecido, e as laterais de Seus olhos são avermelhadas. Pela
atuação de Seus poderes pessoais, o Senhor Supremo é conhecido por designações contraditórias. A
despeito disso, Ele é o Supremo, e defeitos jamais devem ser atribuídos a Ele. Nele, todas as qualidades
contraditórias se combinam”. E, no Viñëu-dharmottara Puräëa:
guëa-doñau mäyayaiva
kecid ähur apaëòitäù
na tatra mäyä mäyé vä
tadéyau tau kuto hy ataù
Essa forma pessoal é realizada pelos devotos puros do Senhor, mas permanece invisível a pessoas
esforçando‐se para realizar o Brahman impessoal. Em adição, o aspecto pessoal do Supremo possui
excelências especiais únicas, como Sua distribuição do mais grandioso êxtase de prema. Como o Senhor
revela‐Se seletivamente é exposto em uma narrativa do Çré Näräyaëéya do Mokña-dharma, onde Uparicara
Vasu executa um sacrifício no qual ele – mas não Båhaspati e os outros – é capaz de ver a Personalidade
de Deus aceitando Sua parte das oferendas. Outro vívido exemplo aparece na história dos filhos de
Brahmä – Ekata, Dvita e Trita –, todos grandes yogés, os quais foram a Çvetadvépa a fim de ver o Senhor
Supremo. Mesmo após intenso esforço, eles foram incapazes de ter Sua audiência. Entretanto, embora Çré
Sanaka e seus irmãos percebessem constantemente o Brahman e fossem os mais elevados dos sábios
auto‐satisfeitos; quando visitaram Çré Vaikuëöha, eles viram sim a Personalidade de Deus, e o êxtase que
sentiram foi tão poderoso que várias transformações se manifestaram neles. Esse mesmo incidente é
descrito no Terceiro Canto do Çrémad-Bhägavatam (3.15.43):
tasyäravinda-nayanasya padäravinda-
kiïjalka-miçra-tulasé-makaranda-väyuù
antar-gataù sva-vivareëa cakära teñäà
saìkñobham akñara-juñäm api citta-tanvoù
“Quando a brisa carregando o aroma das folhas de tulasé dos dedos dos pés de lótus da Personalidade de
Deus entrou nas narinas daqueles sábios, eles experimentaram uma mudança tanto no corpo como na
mente, muito embora fossem apegados à compreensão impessoal do Brahman”.
Por exemplo, de acordo com um ditado popular dos devotos santos, parät paraà brahma ca te vibhütayaù:
“A Verdade Suprema, Brahman, também é uma de Vossas vibhütis, Ó Senhor”. No Bhagavad-gétä (10.20),
Çré Kåñëa inclui a alma como uma de Suas vibhütis. Aham ätmä guòäkeça/ sarva-bhütäçaya-sthitaù: “Ó
conquistador do sono, Eu sou a alma situada no coração de todos os seres vivos”. O Çré Brahma-saàhitä
(5.40) também afirma:
“Adoro Govinda, o Senhor primordial, que é dotado de grande poder. A brilhante refulgência de Sua
forma transcendental é o Brahman impessoal, que é absoluto, completo e ilimitado e que exibe as
variedades de incontáveis planetas, com suas diferentes opulências, em milhões e milhões de universos”.
Em outras palavras, Brahman é a expansão parcial da Pessoa Suprema. E, como se declara em outro
lugar:
alpa-çaktiù sa-doñaç ca
jévätmä nedåçaù paraù
vadatä tu tayor aikyaà
kià tair na duñkåtaà kåtam
antaryämy-aikya-väcéni
vacanänéha yäni hi
täni dåñövä bhramantéha
durätmäno ’lpa-cetasaù
“Quando tolos e patifes lêem as declarações escriturais que descrevem a unidade da alma e da
Superalma, eles se confundem. Tais declarações os inspiram a dizer entre si: ‘Eu sou tu, e tu és eu, meu
próprio eu’. Na verdade, entretanto, a Pessoa Suprema é o regulador interno, a Alma dentro de todos, e,
devido a isso, Ele é diferente da alma individual”.
“Desse modo, demônios são desnorteados pelas declarações que visam confundi‐los. E tal
desnorteamento é prazeroso aos semideuses e ao próprio Senhor Supremo. Por pensarem que a alma e a
Superalma são unas e iguais, os demônios vão para o inferno chamado Mahändha-tamas.”
eka-deça-sthitasyägner
jyotsnä vistäriëé yathä
parasya brahmaëaù çaktis
tathedam akhilaà jagat
Os pés de lótus do Senhor Supremo são espírito puro, perfeitos em eternidade, conhecimento e bem‐
aventurança. A refulgência deles é como a refulgência combinada do sol e da lua, e os adoradores desses
pés naturalmente desfrutam de intenso prazer. Em contraste, o prazer de se realizar o aspecto Brahman
do Supremo é minúsculo. As jévas são da natureza desse Brahman, e, conquanto a refulgência individual
de cada uma delas seja pequena; como as jévas se encontram em toda parte, a combinação da refulgência
delas permeia todo o universo. O prazer de realizar o Brahman e a jéva não é material, mas é inferior à
bem‐aventurança auferida pela realização dos pés de lótus do Senhor. As jévas individuais podem ser
comparadas aos raios solares e lunares. Os átomos quanta de luz brilhando fulgurosamente a partir do
sol e da lua são expansões do sol e da lua e não diferente deles, mas, a despeito dos raios do sol e da lua
possuírem muitas qualidades solores e lunares, como brilho, cada um dos raios porta apenas uma
pequena parte de poder solar e lunar.