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Resumo
A partir de experiências pessoais e de orientação em projeto de pesquisa, o texto traz
algumas reflexões a respeito da relação existente entre escola, video game e prazer. No que
diz respeito a experiência pessoal, discorre-se sobre as observações familiares de duas
crianças na sua relação com os jogos eletrônicos. Já no que concerne ao projeto de pesquisa,
pontua-se alguns caminhos trilhados em uma escola de educação infantil do município de
Petrolina (PE), extraindo daí possibilidades de se pensar na utilização do video game no
âmbito escolar como recurso potencializador do desenvolvimento infantil, justamente porque
provoca o interesse da criança em aprender e fundamenta-se em algo prazeroso. Discute-se,
em sua conclusão, sobre a pertinência em afirmar o prazer como elemento motivador da
aprendizagem, tendo o video game como o instrumento capaz de atender aos interesses das
crianças, mas desde que seja devidamente mediado e orientado.
1
Professor do Colegiado do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco,
doutorando em educação (UQAC), mestre em educação (UQAC/UNEB), especialista em educação
especial (UFAL) e graduado em psicologia (CESMAC).
escolas tem apreendido e representado o vídeo game como instrumento
mediador da formação das crianças? Assim, longe de intencionar respostas
precisas para tais questões, o texto visa suscitar algumas reflexões sobre o
assunto.
Quando o meu segundo filho passou a ter uma idade que permitia
maturidade para interagir com o computador, herdou os CD ROMs do irmão. O
fenômeno, de modo semelhante, se repetiu. Assim como seu irmão, Thiago
rapidamente “enjoava” dos jogos. Nesse ínterim, cheguei a pensar que o fato
de sempre estar presenteando-os com jogos educativos diferentes, estivesse
contribuído para algum tipo de condicionamento, onde a perda de interesse
pelo jogo que acabara de ganhar fosse o reforço.
Foi então que percebi que os dois ficavam muito mais interessados e
estabeleciam uma interação mais duradoura com os jogos convencionais.
Deixei de comprar jogos educativos e passei a jogar com os meus filhos no seu
play station II.
Com certa obviedade, este trabalho trás limitações no que diz respeito
a possibilidade de explorar temas tão complexos como a questão do prazer nos
ambientes escolares, mas tende a apontar e provocar compreensões e, porque
não, incômodos reflexivos a respeito da relação entre a escola, o video game e
o prazer.