Sintaxe de Concordância

AULA 5 A sintaxe de concordância trata dos padrões de combinação entre palavras da

língua. Concordância vem do verbo “concordar”, portanto, refere-se ao acordo
que deve haver entre as palavras tanto na esfera verbal (entre verbo e sujeito)
como nominal (entre nomes, pronomes etc).

Para não se confundir com as variáveis de concordância,

é importante conhecer as normas-padrão da língua

Veja o caso do verbo “haver” e “existir”

Leia o fragmento e observe as formas verbais em destaque:

Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. Estes são
imprescindíveis.
Bertold Brecht, dramaturgo alemão (1898-1956).

As regras de concordância devem se adequar às características especiais do verbo “ha-

ver” que com sentido de “existir” é impessoal e apresenta apenas terceira pessoa do singular,
mesmo quando acompanhado por nomes no plural, como é o caso do exemplo “homens”. Por-
tanto: “Há homens”.
Curiosamente, se o verbo “haver” fosse substituído pelo verbo “existir”, a regra de concor-
dância voltaria a seguir a regra padrão em que as formas do verbo devem combinar com o plural.
Veja como ficaria o texto: “Existem homens que lutam um dia e são bons. Existem outros que lu-
tam um ano e são melhores. Existem os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, existem
os que lutam toda a vida. Estes são imprescindíveis”.

Língua Portuguesa 2 - Aula 5 53 Instituto Universal Brasileiro

 Estudo da Sintaxe de Concordância
Conceito de concordância
Concordância é o princípio segundo o
qual um termo dependente se adapta às fle-
xões do seu principal. Isto significa que a pa-
lavra dependente (regida) deve tomar sempre
o gênero, o número e a pessoa da principal
(regente). Esta conformidade de flexão - de
gênero, número e pessoa - que deve existir
entre o substantivo e o adjetivo que o modifi-
ca, entre o verbo e o seu sujeito, denomina-se
concordância.
Há dois tipos de concordância:
• Verbal - do verbo com o seu sujeito.
O caso da concordância verbal diz respeito ao
verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve
concordar em número (singular ou plural) e
pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.
• Nominal - do adjetivo (do nome,
pronome, artigo ou numeral) com o subs-
tantivo a que se refere. A concordância no-
minal diz respeito ao substantivo e seus ter-
mos referentes: adjetivo, numeral, pronome,
artigo. Essa concordância é feita em gênero
(masculino ou feminino) e pessoa.
Tanto a concordância verbal como a
nominal podem ser consideradas como fer-
ramentas essenciais para a construção ade-
quada de um texto. Existem as regras gerais,
mas há também alguns casos especiais que
devem ser estudados particularmente, pois
podem gerar dúvidas quanto ao uso.
Leia e reflita:
A teoria da concordância, (sobretu-
do, em sua evolução histórica) e demons-
tra perfeitamente esta diferença funda-
mental entre as duas disciplinas.
Suponhamos que um aprendiz de
estilo escreve uma frase destas: “Dá um
aspecto interessante, os prédios com
as janelas cheias de luz”. Um gramático
censura logo a frase e aponta a falta de
concordância entre o verbo e o sujeito: -
Aquele dá está errado: devia escrever-se
dão. O técnico do estilo não se deixa le-
var por esse argumento, e procura, com
base na psicologia, esclarecer aquela in-
fração. Quem assim escreveu como que
antecipou a sua visão e considerou não
os prédios na sua variedade, mas no seu
conjunto. Daí o emprego do singular pelo
plural.
LAPA, M. Rodrigues. Estilística da Língua
Portuguesa. São Paulo, Martins Fontes, 1982.
É muito comum detectar erros de
concordância em placas informais.

O “erro” de concordância
Uma das coisas que mais profunda-
mente distinguem a gramática da estilís-
tica é o conceito de erro: ao contrário do
que sucede na gramática, em estilística
não há propriamente erros, porque para
os maiores desvios é achada uma determi-
nante psicológica, natural. A estilística tem
por missão explicar, esclarecer; enquanto
a gramática sistematiza e impõe normas,
muitas vezes com rigidez excessiva.

Língua Portuguesa 2 - Aula 5 54 Instituto Universal Brasileiro

 Além dos erros ortográficos, a placa
mostra uma falha na concordância, visto
que há mais de um produto sendo anun-
ciado. O verbo, acompanhado pela par-
tícula apassivadora “se”, deve concordar
com o sujeito e, assim, a maneira correta
seria: Vendem-se pastel, coxinha, ca-
chorro-quente, bolo e suco.
Significado de Gramática
Conjunto de princípios que regem
o funcionamento de uma língua. A gra-
mática orienta como as palavras podem
ser combinadas ou modificadas para
que as pessoas possam comunicar-se
com facilidade e precisão. Não é preciso
que uma língua possua escrita para ser
dotada de gramática. As línguas indíge-
nas, por exemplo, embora sejam apenas
faladas, têm seus próprios princípios de
funcionamento.
Significado de Estilística
Estudo científico dos processos de
estilo; método de análise e crítica literária
ou artística que se detém no estilo. / Arte
de bem escrever.
Aurélio Online - Dicionário da Língua Portuguesa.
Concordância verbal
A pessoa e o número em que o verbo
se encontra na oração são determinados pela
pessoa e número do sujeito da oração.
Alugam-se
(verbo)
Apartamentos
(sujeito)
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
Regra geral
O verbo concorda com seu sujeito
em pessoa e número. Em geral, o verbo
se conjuga no singular, quando o substan-
tivo que constitui o sujeito da oração está
no singular; e no plural, quando este se
acha no plural.
Exemplos:
• Eu vou a São Paulo.
• Paulo vai a São Paulo.
• Eles vão a São Paulo.
Sabemos que o sujeito de uma oração
pode ser simples ou composto, conforme se
constitua de um ou mais núcleo. Como este
fato determina, em grande parte, a concor-
dância verbal, estudaremos separadamente a
concordância do verbo com sujeito simples e
com o sujeito composto.
Regras especiais de concordância
do verbo com sujeito simples
1. Substantivo coletivo
Quando o sujeito é um substantivo coletivo,
acompanhado por uma locução adjetiva, no plu-
ral, pode o verbo ir para o singular, concordando
com o sujeito gramatical, ou ir para o plural, con-
cordando com a locução adjetiva. Veja:
• A maioria das laranjas apodreceram.
• A maior parte dos soldados pereceu.
• Mais da metade dos livros foram
vendidos.
2. Preço ou quantidade
Quando o sujeito da oração exprime pre-
ço ou quantidade, e a oração encerra uma
ideia de falta ou de sobra, a concordância se
faz de maneira especial: mesmo que o sujei-
to se ache no plural, o verbo fica no singular.
Veja o exemplo a seguir:
55 Instituto Universal Brasileiro
 5. Verbo ser
• Vinte contos é muito dinheiro.
• Seis anos era muito tempo. • Nos predicados nominais, normal-
mente, concorda com o predicativo.
Atenção. Se a quantidade é resul-
tado de fatoração ou produto, o verbo vai • A cama eram umas palhas arrumadas
para o plural. (395 são 300 mais 95.) no chão.
• Tudo foram mentiras.

3. Adjunto adverbial de companhia • Em se tratando de sujeito representa-

do por um substantivo próprio ou pronome
Se o sujeito simples, no singular, vier pessoal, o verbo ser concordará com ele.
acompanhado na oração de um adjunto adver-
• Maria era as alegrias do pai.
bial de companhia, o verbo pode ir para o plu-
ral, indicando igualdade de cooperação entre
o sujeito e o adjunto adverbial. Se quisermos
ressaltar a ação do sujeito, colocamos o verbo
no singular.

• O capitão com seus soldados entra-

ram na cidade.
• O rei, com seus cavaleiros, partiu para
a fronteira.

4. Sujeito plural na forma

e singular na ideia

Quando o sujeito é plural na forma e sin-

gular na ideia, o verbo fica no singular.
• O Amazonas deságua no Atlântico.
• Campinas constitui o berço de Carlos
Gomes.
Quando os nomes que exprimem coleti-
vidade vêm precedidos por artigo, o verbo vai
obrigatoriamente para o plural; caso contrário,
se mantém no singular.
• Os Estados Unidos possuem um
extenso território.
• Os Andes ficam na América do Sul.
• Minas Gerais tem muitas cidades
turísticas.
Empregando o verbo ser impessoal-
mente (sujeito inexistente), a concordância
se fará com o predicativo.
• Eram seis horas.
• Já é meio-dia.
• Era uma hora da tarde.
Mas, o verbo "ser", impessoal, quando
seguido das expressões perto de, cerca de
e um numeral, poderá ficar tanto no singu-
lar como no plural.
• Era cerca de cinco horas.
• Eram cerca de cinco horas.

Língua Portuguesa 2 - Aula 5 56 Instituto Universal Brasileiro

 6. Verbos haver e fazer
Atenção com os verbos haver e fazer
impessoais: verbo haver (no sentido de existir
ou indicando tempo decorrido) e verbo fazer
(indicando tempo decorrido) devem ficar na 3ª
pessoa do singular.
• Havia sérios compromissos.
• Faz dez anos que não o vejo.
O verbo existir não é impessoal, por-
tanto, segue a regra geral.
• Existia um forte motivo.
• Existiam milhares de motivos.
7. Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas,
possuem sujeito (relógio, hora, horas, badala-
das...), e com ele devem concordar.
• O relógio deu duas horas.
• Soaram duas horas no relógio da igreja.
Regras de concordância do verbo
com o sujeito composto
1. Sujeito anteposto
Em geral, o verbo que constitui o predi-
cado de uma oração de sujeito composto vai
para o plural.
• O menino e a mãe passeavam no jardim.
• O rei e os cavaleiros foram à caça.
2. Sujeito posposto
Quando o sujeito composto vier depois do
verbo, este poderá permanecer no singular, se
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
o substantivo mais próximo estiver no singular;
poderá também tomar a forma do plural.
• Passeava no jardim o menino e seus
coleguinhas. (verbo concorda com o sujeito
mais próximo - menino)
3. Sujeito resumido por palavra
no singular
Quando o sujeito composto vier resu-
mido por uma palavra no singular, como tudo,
nada, nenhum etc., o verbo deverá perma-
necer no singular.
• Tristeza, alegrias, tudo passa neste
mundo.
• Funcionários, clientes e seguranças,
ninguém se moveu.
4. Expressões “um e outro”, “nem
um nem outro” como sujeito
As expressões um e outro, nem um
nem outro, quando sujeitos, seguidas ou não
de substantivo, admitem o verbo indiferente-
mente no singular ou no plural.
• Nem um nem outro cumpriu (ou cum-
priram) a promessa.
• Um e outro descendiam (ou descen-
dia) de famílias nobres.
5. Expressão “mais de um”
Quando o sujeito da oração é a expres-
são mais de um, seu verbo ficará no singu-
lar. Entretanto, se expressar reciprocidade, o
verbo irá para o plural.
• Mais de uma pessoa morreu aqui, nas
mesmas circunstâncias.
• Mais de um dos vencedores se cum-
primentaram. (cumprimentaram um ao outro
= reciprocidade).
Sendo sujeito a expressão mais de
dois, mais de três etc., o plural será obri-
gatório. Veja:
• Mais de três alunos foram reprovados.
57 Instituto Universal Brasileiro
 6. Elementos do sujeito composto
ligados por conjunção
Podem ter o verbo no singular ou no
plural. Quando esta conjunção alternativa for
empregada com ideia de exclusão o verbo
ficará no singular. Em caso contrário, irá para
o plural.
• Ou Pedro ou Paulo será escolhido
para fazer o discurso. (ideia de exclusão)
• A inveja ou o despeito levaram Paulo
a zangar-se. (não há exclusão)
Se a conjunção ou vier ligando pa-
lavras sinônimas, o verbo deverá ficar no
singular. Veja
• A leucemia ou leuquemia é uma
doença muito perigosa.
Outros casos especiais de concordância
1. Partícula “se”
a) Partícula apassivadora: o verbo
(transitivo direto) concordará com o sujeito
passivo. Veja os exemplos abaixo:
Vende-se este
carro. (singular)
Vendem-se
carros. (plural)
b) Índice de indeterminação do sujei-
to: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigato-
riamente, no singular.
• Precisa-se de secretárias.
• Confia-se em pessoas honestas.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
2. Pronome “quem”
a) Quando o sujeito da oração é o pro-
nome quem, o verbo deverá ir para a terceira
pessoa do singular ou plural.
• Fui eu quem falou.
• Fomos nós quem falaram.
b) Se a oração for iniciada pelo pronome
quem e terminada por um pronome pessoal, o
verbo ficará na 3ª pessoa do singular.
• Quem assumirá o comando será nós.
• Quem escreveu fui eu.
c) Quando o escritor quiser tornar o sen-
tido da frase mais explícito, ou quiser dar-lhe
ênfase, o verbo poderá vir na mesma pessoa
do pronome pessoal que precede o pronome
"quem".
• Não fui eu quem falei com o professor.
• És tu quem protestas.
O pronome "quem" pode referir-se a
mais de uma pessoa, indo para o plural:
• Quem foram os vencedores?
3. Pronome relativo “que”
a) Quando o sujeito é o relativo "que", o
verbo concorda com seu antecedente em nú-
mero e pessoa. Veja os exemplos:
• O aluno que estuda é sempre bem-
-sucedido.
• Os alunos que estudam são sempre
bem-sucedidos.
• Ele, que sempre estudou, será bem
sucedido.
• Eu, que nunca frequentei escola, sei
mais que você.
b) Quando o relativo "que" tiver função de
sujeito e vier precedido do demonstrativo "o",
com função de complemento do verbo "ser", o
verbo que segue o relativo irá para a 3ª pessoa
ou concordará com o sujeito do verbo "ser".
58 Instituto Universal Brasileiro

• Fui eu o que falou.
• Fui eu o que falei.
Nota. Nossos gramáticos preferem
a primeira concordância - “Fui eu o que
falou”.
c) Estando elíptico o demonstrativo "o",
é obrigatória a concordância do verbo com o
antecedente do que:
• Fui eu que falei.
• Fomos nós que falamos.
Em caso de ser, o antecedente do
"que", um substantivo predicativo do verbo
ser, o verbo pode concordar com o predi-
cativo ou com o sujeito da oração antece-
dente (sendo esta a forma preferida).
• Sou o homem que sempre defen-
deu a ordem.
• Sou o homem que sempre defendi
a ordem.
Observe que no primeiro exemplo
o verbo concorda com o predicativo ho-
mem, 3ª pessoa do singular; já, no segun-
do, com o sujeito do verbo ser, eu, que
está oculto.
d) Quando o relativo não tiver antece-
dente determinado, iniciando-se a frase pelo
demonstrativo "o" havendo, ao final, o verbo
ser seguido de pronome pessoal, o verbo
concordará, por atração, com este último:
• O que falou primeiro fui eu.
e) Quando o pronome relativo que vem
precedido por um dos, uma das, o verbo da
oração cujo sujeito é tal pronome vai para o
singular ou plural, conforme a ação seja prati-
cada por um ou mais seres.
• Entre meus amigos, Mário é um dos
que mais estudam.
• Uma das coisas que me fez sofrer foi
constatar sua moléstia.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
f) Sendo o antecedente do relativo res-
tringido por um adjunto adnominal no plural,
o verbo poderá ficar no singular, concordando
com um, ou ir para o plural, concordando com
o adjunto adnominal:
• Um dos alunos que não fez o trabalho
foi Pedro.
• Um dos alunos que não fizeram o
trabalho foi Pedro.
4. Pronomes indefinidos e interrogativos
a) Os interrogativos quais e quantos e
os indefinidos alguns, quaisquer, muitos,
poucos etc., quando seguidos dos pronomes
pessoais nós ou vós e sendo sujeitos da ora-
ção, levam o verbo a concordar em número e
pessoa com os pronomes pessoais.
• Quantos de nós lutamos pela verdade?
• Muitos de nós seremos aprovados.
b) Há que esclarecer, contudo, que o
mesmo não se dá com o pronome interrogativo
qual e com o indefinido nenhum. Quando tais
pronomes, seguidos de "nós" ou "vós", desem-
penham a função de sujeito, o verbo da oração
toma a forma da terceira pessoa do singular,
concordando, portanto, com qual e nenhum.
• Qual de nós luta pela verdade?
• Nenhum de vós tem caridade!
c) Quando o sujeito é cada ou cada qual,
o verbo vai para o singular, se a ação é praticada
por um só indivíduo, ou para o plural, se por todos:
• Cada qual prestou grandes serviços à
Pátria, quando a defenderam dos inimigos.
Quando os vários sujeitos vierem
precedidos de cada, o verbo deverá per-
manecer no singular. Veja:
• Cada gesto, cada sorriso seu reve-
lava todo o afeto que tinha para oferecer.
Se o sujeito composto indicar uma
enumeração e for seguido por cada um, o
59 Instituto Universal Brasileiro
 verbo também ficará no singular. Se o su-
jeito plural ou composto vier seguido de
cada um, o verbo irá para o plural.
5. Porcentagem
O sujeito apresentando apenas a forma
numérica de uma porcentagem faz com que
o verbo concorde com o numeral. Se a ex-
pressão numérica vier seguida de substantivo
o verbo poderá concordar com o numeral ou
com o substantivo.
• Vinte por cento da população mundial
ainda vive em extrema pobreza.
• Apenas 5% dos municípios têm abrigo
para moradores de rua.
Concordância nominal
Observe as placas:
Salgados
Frito
na Hora
Som e Iluminação
para festas e evento
Para corrigirmos os erros de concordân-
cia que aparecem nessas placas, deveríamos
escrever:
Salgados
Fritos
na Hora
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
Som e Iluminação
para festas e eventos
A concordância nominal nada mais é
que o ajuste que fazemos aos demais termos
da oração para que concordem em gênero e
número com o substantivo. Teremos que ajus-
tar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o
pronome. A concordância nominal apresenta
inúmeras particularidades, mas nesta aula va-
mos concentrar a atenção apenas nos exem-
plos mais significativos.
Regra geral. O artigo, o adjetivo, o
numeral e o pronome concordam em gê-
nero e número com o substantivo.
Veja os exemplos:
• A pequena criança é uma gracinha.
• O garoto que encontrei era muito gen-
til e simpático.
A concordância é nominal quando se
opera entre o substantivo e a palavra regida
por ele, que pode ser outro substantivo, ou ad-
jetivo, ou um numeral, ou pronome.
Concordância do adjetivo
com o substantivo
Regra geral. O adjetivo, palavra regi-
da pelo substantivo, deve concordar com
este em gênero e número. Isto significa
que um substantivo feminino e no singular,
por exemplo, deve ter como modificador
um adjetivo no feminino e no singular.
1. Adjetivo modifica dois ou
mais substantivos
Quando um adjetivo modifica dois ou
mais substantivos, de mesmo gênero e no
60 Instituto Universal Brasileiro
singular, toma o gênero deles e pode ir para o
singular ou para o plural.
• A roseira e a mangueira floridas ale-
gram o quintal.
• A poesia e a prosa brasileira têm em
Carlos Drummond de Andrade um grande re-
presentante.
2. Adjetivo se refere a substantivos de
mesmo gênero e números diversos
Quando os substantivos são do mesmo
gênero e de números diversos, o adjetivo
que os modifica conserva o gênero (feminino
ou masculino) e vai para o plural.
Recebo-a com
o coração e os
braços abertos.
3. Adjetivo modifica substantivos no
singular de gêneros diferentes
Se um adjetivo modificar vários substan-
tivos no singular, mas de gêneros diferentes,
concordará com o mais próximo em gênero e
número, caso os preceda; se estiver depois
deles, poderá concordar com o último ou ir
para o masculino plural.
• O menino ouvia a história com profun-
da atenção e interesse.
• O menino ouvia a história com aten-
ção e interesse profundo.
• O menino ouvia a história com aten-
ção e interesse profundos.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
4. Adjetivo se refere a substantivos
de gênero e número diferentes
Referindo-se o adjetivo a vários substanti-
vos de gênero e número diferentes, pode concor-
dar com o mais próximo ou ir para o masculino
plural, o que ocorre mais frequentemente.
• Com palavras e gesto brusco, o pai
censurou os filhos.
• Muitas moças e rapazes educados
rodopiavam pelo salão.
5. Substantivos sinônimos
Se tiverem a mesma significação, o adje-
tivo concordará com o mais próximo.
• As maldições se cumpriam no povo e
gente hebreia.
6. Substantivos constituem
enumeração ou gradação
O adjetivo que os modifica concorda com o
mais próximo. Veja um exemplo de gradação:
• Ela faz seus trabalhos com um capri-
cho, um amor, uma severidade tremenda.
7. Adjetivo anteposto
Se o adjetivo vier anteposto a dois ou mais
substantivos comuns, a concordância se fará, em
regra, com o substantivo que fica mais próximo.
• Ela conservou intacta a carta e as flo-
res que ele lhe ofereceu.
Se os substantivos forem próprios, o
adjetivo irá para o plural. Veja:
• Estudai os grandes Aristóteles e
Platão.
8. Adjetivo posposto
Quando dois ou mais adjetivos no sin-
gular modificam um mesmo substantivo, este,
se posposto, pode ficar no singular ou ir
para o plural. Veja o exemplo a seguir:
61 Instituto Universal Brasileiro
 • Ele fala da média e rica classe ou Ele
fala da média e rica classes.
O mesmo se dá com os numerais or-
dinais:
• Ele ocupa o primeiro e segundo
andar ou andares.
Ainda dentro desta regra, estando o
substantivo antes dos adjetivos e se o úl-
timo adjetivo estiver precedido de artigo, o
substantivo ficará no singular. Exemplos:
• Ele estuda a língua inglesa e a
francesa.
• Passe-me a tinta azul e a vermelha.
Em caso de o último adjetivo não vir
precedido de artigo, o substantivo irá para
o plural. Exemplos:
• Passe-me as tintas azul e vermelha.
• Os poderes legislativo e executivo.
9. Adjetivos regidos da preposição de
Os adjetivos regidos da preposição de,
que se referem a pronomes neutros indefini-
dos (nada, muito, algo, tanto, etc.), geral-
mente ficam no masculino singular, mas,
por atração, podem concordar com o substan-
tivo sujeito.
• Júlia tem algo de misterioso.
Fazendo a concordância com o su-
jeito, diremos:
• Júlia tem algo de misteriosa.
10. Com os pronomes adjetivos
“um e outro”
É regra que o substantivo que os prono-
mes modificam fique no singular e o adjeti-
vo que se refere a tais substantivos vá para o
plural.
• Uma e outra coisa juntas.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
As regras que acabamos de citar,
com relação à concordância do adjetivo
com o substantivo, podem, contudo, ser
resumidas em poucas palavras:
Diante de vários substantivos, o ad-
jetivo, que os modifica, ou toma o gênero
deles, quando todos pertencem ao mes-
mo gênero, indo para o plural, ou toma
a forma do masculino plural, quando são
de gêneros diferentes, podendo também
concordar em gênero e número com o
substantivo mais próximo.
Adjetivos indicativos de cores
• Quando a palavra que indicar cor for re-
presentada por um adjetivo, deverá concordar
em gênero e número com o substantivo a que
fizer referência. A regra vale também para os
adjetivos compostos.
• O corpo apresentava manchas ver-
melhas.
• Pontos negros cobriam o céu de
Porto Velho.
• Ele usa camisas verde-escuras.
• A menina tem olhos azul-claros.
• Caso a palavra que indica cor repre-
sentar um substantivo, ele não deverá ser fle-
xionado. A regra se aplica também aos adjeti-
vos compostos.
• Ganhamos duas almofadas cinza.
• Sempre aparecia de gravatas creme.
• Estava na moda tecidos verde-limão.
• Todos admiravam as águas azul-
turqueza.
62 Instituto Universal Brasileiro
 • Os compostos “azul-marinho” e “azul-
celeste” se apresentam como invariáveis.
• Os mais velhos preferem ternos
azul-marinho.
• Blusas azul-celeste combinam com
essas saias.
Casos especiais
1. Sempre variáveis
a) Leso, incluso e anexo. Adjetivos que
devem concordar com o substantivo que mo-
dificam, em gênero e número.
• Calabar cometeu um crime de lesa-pátria.
• Inclusos, remeto-lhe os recibos.
• Segue anexa a esta carta a quantia
que me emprestou.
b) Próprio, obrigado, quite. Concor-
dam com o substantivo a que se referem.
• Ela fez a própria mala.
• Eles responderam aos próprios e-mails.
• Obrigado, disse o rapaz.
• Ela não se cansava de dizer obrigada.
• Estou quite com minhas dívidas.
• Eles estão quites com o serviço militar.
2. Ora variáveis, ora invariáveis
a) Meio. Quanto ao adjetivo meio, que
aparece em compostos, como meio-dia,
meia-noite, meia-língua, é necessário,
para efetuar corretamente sua concordân-
cia. E saber distingui-lo do advérbio meio
que é invariável.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
► Adjetivo (meio/meia - variável)
• Tomou meio litro de leite.
• Estarei em sua casa dentro de meia hora.
► Advérbio (meio - invariável)
• Deixei a porta meio aberta.
• A menina, meio escondida entre as ár-
vores, espiava a chegada dos primos.
Meio-dia e meia
A gramática orienta o
uso da expressão "meio-dia
e meia", em que o adjetivo
meia concorda com o subs-
tantivo feminino e singular hora, subentendi-
do na frase: "meio-dia e meia hora."
b) Mesmo. Pode desempenhar a função
de pronome adjetivo, de pronome substan-
tivo e de advérbio.
• Eu mesma fiz isto. (pronome adjetivo: con-
corda em gênero e número com a referida pessoa)
• Paulo fez o mesmo. (pronome substan-
tivo = a mesma coisa: invariável)
• Paulo fez mesmo isto. (advérbio = real-
mente: invariável)
c) Só. Pode trazer alguma dificuldade
em sua concordância. Quando é advérbio
tem sentido de “apenas, somente” e é invariá-
vel. Quando é adjetivo tem o sentido de “so-
zinho” e é variável.
• Só consegui comprar uma passagem.
(advérbio)
• Estiveram sós durante horas. (adjetivo)
d) Possível. Como adjetivo posposto a
um superlativo relativo no plural, permanece
invariável. Quando acompanhado de “mais”,
63 Instituto Universal Brasileiro
“menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o arti-
go que precede as expressões (variável).
• Estas verduras são as mais frescas
possível. (superlativo relativo: invariável)
• Foram feitas as melhores tentativas
possíveis. (variável)
e) Bastante. Como advérbio é invariá-
vel; como pronome segue a regra geral.
• Fiquei bastante contente com a pro-
posta de emprego.
• Seus argumentos foram bastantes
para me convencer.
f) Locuções. É bom, é necessário, é
proibido etc.
► Quando o substantivo sujeito não
vem determinado pelo artigo, tem sentido ge-
ral, absoluto, e a concordância se faz não com
a forma gramatical da palavra, mas com o fato
que se tem em mente.
• Água de melissa é muito bom.
• É necessário gramática.
• É proibido entrada.
► Se o substantivo sujeito vier determi-
nado pelo artigo, numeral, adjetivo ou prono-
me adjetivo (e, neste caso, já não está sendo
tomado em sentido geral), a concordância se
fará normalmente. Veja os exemplos:
• A água de melissa é muito boa.
• É necessária a gramática.
• É proibida a entrada.
3. Sempre invariáveis
a) Pseudo. Significa falso e é um adjetivo de
origem grega. Não varia, ou melhor, só possui esta
forma, não se operando, por conseguinte, nenhu-
ma concordância com o substantivo que o rege.
• O conferencista criticou duramente os
pseudo-intelectuais e pseudo-artistas.
b) Menos, alerta, exceto. Em todas as
ocasiões são invariáveis. Veja:
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
• Ingerir menos comida ajuda a perder peso.
• Ele estava sempre alerta ao menor sinal.
• Todas as regras, exceto essa, afirmam
a mesma coisa.
Estudo da Sintaxe de Concordância
Conceito de concordância
Concordância é o princípio segundo o
qual um termo dependente se adapta às flexões
do seu principal. Isto significa que a palavra de-
pendente (regida) deve tomar sempre o gênero,
o número e a pessoa da principal (regente). É
a conformidade de flexão - de gênero, número
e pessoa -, que deve existir entre o substantivo
e o adjetivo que o modifica, entre o verbo e o
seu sujeito, denomina-se concordância. Há dois
tipos de concordância: verbal e nominal.
Concordância Verbal - do verbo com
o seu sujeito
Regra geral. O verbo concorda
com seu sujeito em pessoa e número.
Em geral, o verbo se conjuga no singu-
lar, quando o substantivo que constitui o
sujeito da oração está no singular; e no
plural, quando este se acha no plural.
Concordância Nominal - do adjetivo
(do nome, pronome, artigo ou numeral)
com o substantivo a que se refere
Regra geral. O artigo, o adjetivo, o
numeral e o pronome concordam em gêne-
ro e número com o substantivo. A concor-
dância é nominal quando se opera entre o
substantivo e a palavra regida por ele, que
pode ser outro substantivo, ou adjetivo, ou
um numeral, ou pronome.
Casos especiais:
• Sempre variáveis: leso, incluso e
anexo; próprio, obrigado, quite.
• Ora variáveis, ora invariáveis: meio;
mesmo; só; possível; bastante; é bom, é ne-
cessário, é proibido.
• Sempre invariáveis: pseudo; menos,
alerta, exceto.
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1. (FUVEST. Adaptada) Leia a frase
abaixo e considere as afirmativas corretas.
Na reunião do Colegiado, não faltou,
no momento em que as discussões se torna-
ram mais violentas, argumentos e opiniões
veementes e contraditórias.
I - Não há erros nem de concordância
verbal, nem de concordância nominal.
II - Há erro de concordância verbal em
“não faltaram” que deve concordar com o su-
jeito “argumentos e opiniões”.
III - A concordância nominal em “argu-
mentos e opiniões veementes e contraditó-
rias” é válida.
a) ( ) Apenas I está correta.
b) ( ) I e II estão corretas.
c) ( ) II e III estão corretas.
d) ( ) Apenas II está correta.
2. Assinale a alternativa em que as for-
mas verbais completam corretamente a frase.
__________ apenas dois meses que
estava desempregado e mais de uma pro-
posta de emprego ___________ ; porém,
______________ motivos pessoais que o le-
varam a recusá-las.
a) ( ) Fazia - apareceu - devia haver.
b) ( ) Faziam - apareceu - deviam haver.
c) ( ) Fazia - apareceram - devia haver.
d) ( ) Faziam - apareceram - deviam haver.
3. Considerando a concordância verbal,
entre as alternativas abaixo, assinale apenas
a que não está correta.
a) ( ) Um terço dos contribuintes pagou
adiantado.
b) ( ) Mais da metade dos alunos desistiram.
c) ( ) A maior parte do eleitorado vota-
ram em branco.
d) ( ) Um grande número de pessoas
atendeu ao nosso pedido.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
4. Assinale a alternativa com os nomes
que completam corretamente as frases.
Será que é ___________________ essa
confusão toda? (necessário/ necessária)
Quero que todos fiquem ____________.
(alerta/ alertas)
Houve _______________ razões para eu não
voltar lá. (bastante/ bastantes)
A dona do imóvel ficou ______________
desiludida com o inquilino. (meio/ meia)
a) ( ) necessário - alertas - bastante -
meia.
b) ( ) necessária - alerta - bastantes -
meio
c) ( ) necessário - alerta - bastante -
meio.
d) ( ) necessária - alertas - bastantes -
meia.
5. Em "Dançam a bailarina e o profes-
sor" indique a única construção em que não
há concordância.
a) ( ) A bailarina e o professor dançam.
b) ( ) Dança a bailarina e o professor.
c) ( ) Dança o professor e a bailarina.
d) ( ) A bailarina e o professor dança.
6. Assinale a alternativa correta quanto à
concordância verbal.
a) ( ) A salvação foi os amigos.
b) ( ) Era dez horas.
c) ( ) Três dias são muito.
d) ( ) Luís é as alegrias daquela casa.
7. Somente uma das alternativas abaixo
não respeita as normas de concordância no-
minal. Aponte-a.
a) ( ) Laranja é bom para a saúde.
b) ( ) A laranja é boa para a saúde.
c) ( ) Comprou algumas gravatas cinza.
d) ( ) Estes lenços rosas foram todos
vendidos.
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1. c) ( x ) II e III estão corretas.
Comentário. A alternativa c está corre-
ta. Há um erro de concordância verbal muito
comum quando o sujeito vem distanciado e
depois como é o caso de “não faltaram” que
deve concordar com o sujeito “argumentos e
opiniões”. A concordância nominal em “argu-
mentos e opiniões veementes e contraditó-
rias” é válida, já que os adjetivos podem ser
aplicados respectivamente aos substantivos.
Neste caso teríamos: “argumentos veemen-
tes” e “opiniões contraditórias”.
2. a) ( x ) Fazia - apareceu - devia
haver.
Comentário. Neste caso, todas as for-
mas verbais fazem a concordância no sin-
gular, portanto a alternativa a apresenta as
formas corretas. Vamos rever as regras! Os
verbos haver e fazer impessoais: verbo fa-
zer (indicando tempo decorrido) e verbo ha-
ver (no sentido de existir ou indicando tem-
po decorrido) devem ficar na 3ª pessoa do
singular. Atenção: a regra vale para formas
compostas e nestes casos a 3ª pessoa do
singular se aplica ao verbo auxiliar como em
“devia haver”. Quando o sujeito da oração é a
expressão mais de um, seu verbo ficará no
singular.
3. c) ( x ) A maior parte do eleitorado
votaram em branco.
Comentário. Quando o sujeito é um
substantivo coletivo, acompanhado por
uma locução adjetiva, no plural, o verbo
pode ir para o singular, concordando com
o sujeito gramatical, ou ir para o plural,
concordando com a locução adjetiva como
nas alternativas a, b e d. Na alternativa c a
expressão partitiva a maior parte de, vem
acompanhada de especificação no singu-
lar, portanto, exige, na concordância gra-
matical, o verbo no singular. A forma cor-
reta é: A maior parte do eleitorado votou
em branco.
Língua Portuguesa 2 - Aula 5
4. b) ( x ) necessária - alerta - bastan-
tes - meio
Comentário. Vamos rever os casos es-
peciais de concordância nominal. Entre as pa-
lavras e expressões que são ora variáveis,
ora invariáveis estão: meio; mesmo; só;
possível; bastante; é bom, é necessário, é
proibido. Vamos ver a aplicação nas frases.
A palavra meio permanece invariável quan-
do é empregada como advérbio de intensi-
dade; portanto o correto é “meio desiludi-
da”. Bastante, como advérbio é invariável;
como pronome segue a regra geral, portan-
to, neste caso, vai para o plural: “bastantes
razões”. A expressão é necessário, quan-
do o substantivo sujeito vier determinado
pelo artigo, numeral, adjetivo ou pronome
(essa), a concordância se fará normalmen-
te: “será que é necessária essa confusão
toda?”. A palavra alerta não deixa dúvidas:
é sempre invariável.
5. d) ( x ) A bailarina e o professor
dança.
Comentário. O sujeito composto co-
locado antes do verbo pede a flexão desse
mesmo verbo no plural. A forma correta é: “A
bailarina e o professor dançam”.
6. d) ( x ) Luís é as alegrias da casa.
Comentário. A única alternativa correta
é a d. Quando o sujeito é personificação (pa-
lavra que indica pessoa ou pessoas, no caso
“Luís”), o verbo ser deve concordar com esse
sujeito. As demais estão incorretas. Na alter-
nativa c, como o sujeito exprime quantidade,
a concordância se faz de maneira especial:
o verbo fica no singular: “Três dias é muito”.
Na alternativa a, o verbo "ser" deve concordar
com o predicativo: “A salvação foram os ami-
gos”. Empregando o verbo ser impessoalmen-
te (alternativa b), a concordância também se
fará com o predicativo: “Eram dez horas”.
7. d) ( x ) Estes lenços rosas foram
todos vendidos.
Comentário. A expressão cor-de-rosa
é invariável, mesmo quando não é emprega-
da em sua forma completa, portanto: “Estes
lenços rosa foram todos vendidos”.
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